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Punção venosa periférica: avaliação de desempenho dos profissionais de enfermagem.

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Academic year: 2017

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PUNÇÃO VENOSA PERI FÉRI CA: AVALI AÇÃO DE DESEMPENHO

DOS PROFI SSI ONAI S DE ENFERMAGEM

1

Mar icy Mor bin Tor r es2 Denise de Andr ade3 Claudia Benedit a dos Sant os3

Torres MM, Andrade D, Sant os CB. Punção venosa periférica: avaliação de desem penho dos profissionais de enferm agem . Rev Lat ino- am Enferm agem 2005 m aio- j unho; 13( 3) : 299- 304.

Est u d o com p ar at iv o in f er en cial q u e t ev e o ob j et iv o d e av aliar o d esem p en h o d os p r of ission ais d e enfer m agem na ex ecução da punção v enosa per ifér ica; v er ificar as conv er gências e ident ificar os fat or es de r isco a com plicações. Con st ou de 5 5 pr ofission ais de u m h ospit al ger al de gr an de por t e. Par a a colet a dos dados, foi u t ilizado u m in st r u m en t o de obser v ação do t ipo “ ch eck - list ” , con t en do 2 5 it en s. Na av aliação da m édia de acer t os das t r ês cat egor ias pr ofissionais, foi ut ilizado o t est e est at íst ico não- par am ét r ico Kr ush Kal-Wal l i s com n ív el d e si g n i f i cân ci a α = 5 % . No s caso s o n d e h o u v e d i f er en ça f o r am p r o ced i d o s t est es d e com par ações m últ iplas. Obt ive- se 78% de m édia de acer t o global par a t odas as cat egor ias: 82% enfer m eir os, 80% t écnicos e 77% auxiliares de enferm agem . Dos it ens do procedim ent o, 10 apresent aram erros significat ivos, sendo que 4 desses obt iveram p < 0,05. Os dados apont am a necessidade de int ensificar as at ividades educat ivas q u e p r om ov am a m u d an ça d e com p or t am en t o d os p r of ission ais d e en f er m ag em em p r ol d a q u alid ad e d o desem pen h o da pu n ção v en osa per if ér ica.

DESCRI TORES: pu n ções; in fu sões en dov en osas; equ ipe de en fer m agem

PERI PHERAL VENI PUNCTURE: EVALUATI NG THE PERFORMANCE

OF NURSI NG PROFESSI ONALS

This infer ent ial com par at iv e st udy aim ed t o ev aluat e t he per for m ance of nur sing pr ofessionals dur ing t he ex ecut ion of t he per ipher al v enipunct ur e pr ocedur e w it h a v iew t o v er ify ing conv er gences and ident ify ing r isk fact or s t h at can pr edispose t o t h e occu r r en ce of com plicat ion s. Dat a w er e collect ed t h r ou gh st r u ct u r ed ob ser v at ion , b y m ean s of a ch eck list w it h 2 5 it em s. I n or d er t o ev alu at e t h e av er ag e n u m b er of cor r ect per for m ances in t he t hr ee pr ofessional cat egor ies, t he Kr usk al- Wallis non- par am et r ic st at ist ical t est w as used w it h a 5 % sign ifican ce lev el. I n t h ose cases w h er e a differ en ce w as fou n d, m u lt iple com par ison t est s w er e carried out . The sam ple consist ed of 55 nursing professionals who were observed while perform ing t he respect ive procedure t hree t im es every ot her day. An average of 78% of globally correct perform ances w as found across t he cat egor ies. How ever , t he specific global aver age for each cat egor y cor r esponded t o: 82% for nur ses, 80% for nursing t echnicians and 77% for nursing auxiliaries. I n relat ion t o t he 25 it em s of t he venipunct ure procedure, 1 0 p r esen t ed sig n if ican t er r or s, 4 of w h ich p r esen t ed p < 0 . 0 5 . Th e d at a p oin t ou t t h e n eed t o in t en sif y educat ion act ivit ies t hat prom ot e a change in nursing professionals’ behavior, t hus favoring a qualit y perform ance of t he per ipher al v enipunct ur e pr ocedur e.

DESCRI PTORS: punct ur es; infusions, int r av enous; nur sing, t eam

PUNCI ÓN VENOSA PERI FÉRI CA: EVALUACI ÓN DE DESEMPEÑO

DE LOS PROFESI ONALES DE ENFERMERÍ A

Est e est udio com par at iv o infer encial t iene com o pr opósit o ev aluar el desem peño de los pr ofesionales de enfer m er ía en la ej ecución del pr ocedim ient o de punción venosa per ifér ica, par a ver ificar las conver gencias e ident ificar los fact ores de riesgo que pueden predisponer a com plicaciones. Para la evaluación de la m edia de aciert os en las t res cat egorías profesionales fue ut ilizado el t est e est adíst ico no param ét rico Kruskal- Wallis con nivel de significación a = 5% . En los casos donde se encont ró diferencia fueron aplicados los t est es de com paración m últ iple. Los dat os fueron recopilados m ediant e la observación est ruct urada, a t ravés de un form ulario de t ipo “ ch eck list ” . La m u est r a se con st it u y ó por 5 5 pr ofesion ales, qu e fu er on obser v ados ej ecu t an do el r espect iv o pr ocedim ient o por t r es v eces en días alt er nos. Los r esult ados fuer on: 78% de m edia de acier t os global par a t odas las cat egor ías, con 8 2 % par a en f er m er os, 8 0 % par a t écn icos y 7 7 % par a au x iliar es de en f er m er ía. Respect o a los 25 ít em del pr ocedim ient o de punción v enosa, 10 pr esent ar on er r or es significat iv os, 4 de los cuales obt uv ier on p < 0,05. Los r esult ados indican la necesidad de int ensificar las act iv idades educat iv as que pr om uev en el cam bio del com por t am ient o de los pr ofesionales en el fav or de la calidad del desem peño del pr ocedim ien t o de pu n ción v en osa.

DESCRI PTORES: punciones; infusiones int r av enosas; gr upo de enfer m er ía

(2)

I NTRODUÇÃO

A

s instituições de saúde, para cum prir o seu p ap el social, of er ecen d o assist ên cia d e q u alid ad e consoant es às necessidades de saúde da população e a cust os aceit áveis, deverá buscar a com pet ência t écnico- cient ífica, invest ir na form ação e at ualização con st an t e do seu capit al h u m an o. Ou t r ossim , ser com pet ent e é t er a capacidade de desenvolver suas f u n ções, v isan d o p r ior it ar iam en t e a q u alid ad e d a assist ência, isent a de riscos a t odos os envolvidos.

Nessa direção, desem penho correto é definido com o aquele que se aj ust a às nor m as im pessoais, q u e n ã o e st ã o r e l a ci o n a d a s co m o s d e se j o s, pr efer ências ou int enções do suj eit o que r ealiza a prát ica, m as com as caract eríst icas do obj et o sobre o qual realiza: afast am ent o da subj et ividade para se aproxim ar da obj et ividade da sit uação( 1).

O d esem p en h o e a co m p et ên ci a i n cl u em co m p o r t a m e n t o s i n t e g r a d o s a l i ce r ça d o s n o conhecim ent o e habilidades desenvolvidas. Esses são os requisit os básicos para os profissionais da saúde que realizam procedim ent os em diferent es níveis de com plex idade.

Ten do em v ist a a v ar iedade de at iv idades executadas pelos profissionais de enferm agem , optou-se, n est e m om en t o, por av aliar a pu n ção v en osa per ifér ica. Assim , o pr ocesso de pu n ção v en osa é um procedim ent o que se caract eriza pela colocação d e u m d i sp o si t i v o n o i n t e r i o r d o v a so v e n o so , p od en d o ou n ão ser f ix ad o à p ele, e q u e r eq u er cu i d a d o s e co n t r o l e p e r i ó d i co , e m ca so d e su a per m an ên cia.

É u m a d a s a t i v i d a d e s f r e q ü e n t e m e n t e execut ada pelos profissionais de saúde, em especial os t r ab alh ad or es d e en f er m ag em . A com p et ên cia t écn ica p ar a ex ecu ção d esse p r oced im en t o ex ig e co n h eci m en t o s o r i u n d o s d a an at o m i a, f i si o l o g i a, m icrobiologia, farm acologia, psicologia, dent re out ros e dest reza m anual.

A i m p o r t â n ci a d e p r o f i ssi o n a i s co m co m p e t ê n ci a t é cn i co - ci e n t íf i ca p a r a o desenv olv im ent o desse pr ocedim ent o j ust ificam - se, p ois, m ais d e 5 0 % d os p acien t es h osp it alizad os, durante sua internação, têm em algum m om ento um cat et er int ravascular, sej a ele per ifér ico, cent ral ou art erial( 2).

Va l e sa l i e n t a r q u e e sse s ca t e t e r e s p o r e n v o l v e r d i f e r e n t e s f i n a l i d a d e s e p e r ío d o s d e ut ilização, podem r epr esent ar pot encial par a v ár ias

iat rogenias, incluindo a dissem inação m icrobiana. No entanto, desde o com eço do século o uso de terapias i n t r av ascu l ar es r ev o l u ci o n a a p r át i ca m éd i ca d e m aneira que sej am m inim izadas as reações locais e/ o u si st ê m i ca s, p r i n ci p a l m e n t e n a s t e r a p ê u t i ca s pr olongadas. A seguir, pont uam os alguns aspect os r elev ant es, em r elação à punção v enosa per ifér ica os quais j ust ificam a im port ância dest e est udo.

Just ificat iva do est udo

As punções venosas periféricas represent am , a p r o x i m a d a m e n t e , 8 5 % d e t o d a s a s a t i v i d a d e s execut adas pelos profissionais enferm agem( 3- 4); é um

procedim ent o que possui alt o nível de com plexidade t é cn i co - ci e n t íf i co , o q u e e x i g e d o p r o f i ssi o n a l com pet ência, bem com o habilidade psicom ot ora( 5- 6);

é execut ado por pr ofissionais com difer ent es níveis d e f o r m a çã o o u h a b i l i t a çã o o q u e p o d e g e r a r v a r i a b i l i d a d e n o d e se m p e n h o ; r e p r e se n t a u m pr ocedim ent o inv asiv o, consider ando que o cat et er p r o v o ca o r o m p i m e n t o d a p r o t e çã o n a t u r a l e , co n se q ü e n t e m e n t e , a ca r r e t a a co m u n i ca çã o d o sistem a venoso com o m eio externo. É risco im inente d e v i d a ca so t e n h a e r r o s n o p r e p a r o o u n a adm in ist r ação de m edicam en t os ou sor ot er apia; e significat ivo risco biológico para a saúde ocupacional dos pr ofissionais( 7- 9). Em adição, o m er cado dispõe

de um a variabilidade de art igos m édico- hospit alares qu e ger am an siedade e dú v idas n os pr of ission ais sobre qual é a m elhor opção de escolha.

Ten d o co m o b ase às j u st i f i cat i v as aci m a m e n ci o n a d a s a ce r ca d o s a sp e ct o s t é cn i co s e cient íficos da punção venosa periférica, com vist as a est am par sua com plexidade, per gunt a- se:

- Com o est á sen d o r ealizad o o p r oced im en t o d e p u n ção v en o sa p er i f ér i ca, a l u z d o d esem p en h o t écnico- cient ífico do profissional?

- Exist e discrepância ent re o desem penho realizado com o desem penho esper ado?

Pa r a r e sp o n d e r à s p e r g u n t a s d o e st u d o form ulam os os seguint es obj et ivos:

- Av a l i a r o d e se m p e n h o d o s p r o f i ssi o n a i s d e enfer m agem na ex ecução do pr ocedim ent o punção venosa periférica em sit uação real de assist ência, e v e r i f i ca r a s co n v e r g ê n ci a s e n t r e o s d i f e r e n t e s pr ofissionais.

(3)

38 12

5 N =

Categoria

3 2

1

MG

LO

B

A

L

1,0

,9

,8

,7

,6

,5

31

1- Enfermeiro 2- Técnico 3- Auxiliar

MATERI AL E MÉTODO

Esse estudo foi realizado em um hospital geral de grande porte, do interior do Estado de São Paulo. Para at ender os obj et ivos propost os sobre avaliação do desem penho do pr ofissional de enfer m agem , na e x e cu çã o d o p r o ce d i m e n t o d e p u n çã o v e n o sa per ifér ica, desenv olv eu- se um est udo com par at iv o inferencial, ut ilizando um inst rum ent o de observação do t ipo Check- List, cont endo 25 it ens.

Os m ét o d o s o b ser v aci o n ai s est r u t u r ad o s difer em nit idam ent e da t écnica não est r ut ur ada. A técnica estruturada exige a form ulação de um sistem a de cat egorização, regist ro e codificação precisa das o b ser v açõ es e am o st r ag en s d o s f en ô m en o s q u e interessam , para isso é utilizada a lista de verificação ou Ch eck Li st. Por t an t o, f oi eleit a a am ost r ag em o b se r v a ci o n a l , p o r e v e n t o , p o i s e l a se l e ci o n a com por t am ent os com plet os, onde o obser v ador se coloca à espera de sua ocorrência e a capt a na sua t ot alidade( 10).

Va l e r e ssa l t a r q u e o s i t e n s co n t i d o s n o inst r um ent o de obser vação cor r espondem à t écnica de punção venosa per ifér ica. Assim , o pesquisador, após a observação do procedim ent o de punção, t eve que apontar um a das 2 alternativas de categorização:

ce r t o ( d e se m p e n h o a d e q u a d o ) o u e r r a d o

( d e se m p e n h o i n a d e q u a d o ) e m ca d a a t i v i d a d e desem penhada pelos pr ofissionais de enfer m agem .

O r ot eir o d e ob ser v ação f oi su b m et id o à v alid ação, com v ist as a v er if icar a su a clar eza e p e r t i n ê n ci a . Co m o m e d i d a , u t i l i zo u - se a m é d i a ar it m ét ica en t r e t r ês ob ser v ações d e u m m esm o profissional. Para a avaliação do núm ero de acert os nas t rês cat egorias profissionais foi ut ilizado o t est e est at íst ico não- param ét rico Kruskal- Wallis com nív el de significância α= 5. Nos casos onde houve diferença

foi procedido o t est e de com parações m últ iplas( 11). É i m p o r t a n t e e scl a r e ce r q u e e ssa m et odologia ut ilizada foi desenvolvida para avaliação do indicador - qualidade de desem penho de t écnicas de enferm agem - na Pesquisa: “Avaliação do im pacto do Pr oj et o de Pr ofissionalização dos Tr abalhador es da Área de Enferm agem ( PROFAE) na qualidade dos serviços de saúde”( 12).

Em at endim ent o à Resolução 196/ 96( 13) essa

inv est igação t ev e apr ov ação da Com issão de Ét ica em Pesquisa do hospit al em est udo.

RESULTADOS E DI SCUSSÃO

Dos 5 5 ( 1 0 0 % ) p r of ission ais in v est ig ad os,

5( 9% ) enferm eiros, 12( 22% ) técnicos de enferm agem e 38( 69% ) auxiliares de enferm agem apresent aram m ediana de t em po de exercício de 30 m eses ( 1 ano e 6 m eses) , variando ent re 24 m eses ( 2 anos) a 96 m eses ( 8 anos) .

Avaliação global do desem penho dos profissionais de enfer m agem na ex ecução do pr ocedim ent o punção venosa periférica, em sit uação real de assist ência

Ta b e l a 1 - Va l o r e s p e r ce n t u a i s d a s m e d i a n a s e r esp ect iv os p er cen t is d e acer t os n o d esem p en h o global do procedim ent o de punção venosa periférica, segundo os diferent es profissionais de enferm agem . Brasil, 2003

P r o f i ss i o n a is d e E n f e r m a g e m

M e d ia n a ( % )

P e r c e n t is ( % ) ( 2 5 ) ( 5 0 ) ( 7 5 )

En f e r m e ir o s 8 2 8 1 8 2 8 6 Té cn ico s 8 0 7 3 8 0 8 5 Au x ilia r e s 7 7 7 3 7 7 8 1

Fi g u r a 1 - B o x - p l o t d o n ú m e r o d e a ce r t o s n o desem penho global do procedim ent o punção venosa p er if ér ica, seg u n d o os d if er en t es p r of ission ais d e en f er m ag em

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Av aliação d as con v er g ên cias d os p r of ission ais d e en f er m agem n o desem pen h o do pr ocedim en t o de punção v enosa per ifér ica

Tabela 2 - Valor es per cent uais das m edianas e dos r e sp e ct i v o s p e r ce n t i s d o d e se m p e n h o d o s pr ofissionais de enfer m agem , segundo os it ens da t écnica de punção venosa periférica. Brasil, 2003

Percentis

I t ens Medianas ( 25) ( 50) ( 75) 1- Checar a pr escr ição m édica 100 100 100 100 2- Lavar as m ãos 66 33 66 100 3- Prepar ar o m at erial 100 100 100 100 4- Ex plicar o procedim ent o ao

pacient e

100 33 100 100 5- Prepar ar o disposit iv o int ravenoso 100 100 100 100 6- Selecionar o local da punção

venosa

100 100 100 100 7- Posicionar o m em bro no local da

punção

100 100 100 1,00 8- Colocar o torniquet e a 10cm de

dist ância do local

100 100 100 1,00 9- Calçar as luvas de pr ocedim ento 0 0 0 0,00 10- Mant er o t orniquet e 0 0 0 0,33 11- Fazer ant i- sepsia com álcool

70%

100 66 100 100 12- Est icar a pele no m om ento da

punção 100 100 100 100 13- I nserir a agulha com bisel par a

cim a 100 100 100 100 14- Observar o refluxo venoso 100 100 100 100 15- Solt ar o torniquete 100 100 100 100 16- Fechar o sist em a 100 66 100 100 17- Fixar o dispositiv o int rav enoso 100 100 100 100 18- I nfundir a solução, conform e

pr escrição m édica 100 100 100 100 19- Obser var as queix as e reações

do pacient e 66 33 66 100 20- Desprezar o m ater ial em local

adequado

100 1,00 1,00 1,00 21- Ret irar as luvas e desprezá- las 33 0,00 0,33 1,00 22- Lavar as m ãos 33 0,33 0,33 0,66 23- Datar e fixar o rót ulo do soro 100 0,66 1,00 1,00 24- Orientar o paciente quanto aos

cuidados pós- punção

33 0,00 0,33 0,66 25- Docum entar o procedim ent o no

pr ont uário

100 0,66 1,00 1,00 Média Global 78 73 78 81

Os result ados apont am que os profissionais d e e n f e r m a g e m e st ã o d e se m p e n h a n d o o p r o ce d i m e n t o d e p u n çã o v e n o sa p e r i f é r i ca co m percent uais de acert os e erros sem elhant es, obt endo m e d i a n a g l o b a l d e a ce r t o s d e 7 8 % . Em b o r a o per cent ual de acer t os sej a significant e, necessár io se faz analisar e int ervir nos 22% de erros.

Em r elação à com p ar ação d o n ú m er o d e acert os para cada it em do procedim ent o de punção v en osa per if ér ica, bem com o par a o escor e t ot al, e n t r e a s t r ê s ca t e g o r i a s d e p r o f i ssi o n a i s d e en f er m a g em , o t est e d e Kr u sk a l - Wa l l i s a p o n t o u diferenças estatisticam ente significantes ( p< 0,05) nos itens 4, 9, 10 e 21 e para o escore global. Além desses i t e n s, f o i v e r i f i ca d o o u t r o s d e d e se m p e n h o insatisfatório nos itens 2, 19, 22 e 24.

Considerando a diversidade de desem penho, é possív el especular que os pr ofissionais av aliados são seres hum anos suj eit os sociais e cult urais que, n o p er cu r so, ad q u ir ir am ex p er iên cias e v iv ên cias

ím p ar es, as q u ai s cu l m i n ar am n a co n st r u ção d e con h ecim en t os, v alor es e id en t id ad es, u m sab er socialm ent e const r uído.

Fat or es de r iscos da punção v enosa per ifér ica que podem predispor à ocorrência de com plicações

An alisan do os it en s da t écn ica de pu n ção v e n o sa p e r i f é r i ca , i n d i v i d u a l m e n t e , é p o ssív e l est abelecer os riscos que est ão expost os pacient es e profissionais, o que exige int ervenções no âm bit o do ensino nos seus difer ent es nív eis de for m ação dos pr of ission ais de en f er m agem e da assist ên cia. Os f a t o r e s d e r i sco r e l a ci o n a d o s a o s i t e n s desem penhados de m aneira inadequados podem ser: infecções, acident es ocupacionais, per da ou a não m anut enção da punção e infilt rações.

Com relação aos itens 2 e 22 - lavagem das m ãos: é sabido que as r ecom endações r elat iv as à higienização das m ãos dat a de m uit o ant es da er a bact eriológica. Precisam ent e, a hist ória regist ra com o um m arco a at uação de Sem m elweis, em 1847, que i n t r o d u zi u a p r á t i ca d a l a v a g e m d a s m ã o s. I nquest ionavelm ent e, im per a a pr em issa de que as m ãos dos profissionais da saúde constituem a principal ca u sa d e i n f ecçã o cr u za d a e su a l a v a g em p o d e in t er r om p er o ciclo d e t r an sm issão. A ên f ase n a im port ância desse procedim ent o relaciona- se à falt a d e a d e sã o d o s t r a b a l h a d o r e s d a sa ú d e e , co n co m i t a n t e m e n t e , d o cu m e n t a m i n ú m e r a s com plicações advindas dessa negligência( 14- 16).

O t est e de com par ações m últ iplas m ost r ou que, para o it em 4, os enferm eiros e auxiliares não diferiram entre si, sendo que auxiliares apresentaram m elhor desem penho que os técnicos e os enferm eiros apont am para m elhor desem penho que os t écnicos.

Para o item 9, apesar do núm ero de acertos m uito ruim para todas as categorias, enferm eiros não d i f er i r am d e t écn i co s ( z = - 0 , 0 6 , p = 0 , 9 5 3 ) e a u x i l i a r e s a p r e se n t a r a m p i o r d e se m p e n h o q u e enferm eiros ( z = - 2,43, p = 0,015) e que técnicos ( z = - 2,36, p = 0,018) .

Quant o aos it ens 4, 19 e 24 os quais est ão relacionados observação e a orient ação do pacient e, r econhecidam ent e a lit er at ur a m ost r a a r elev ância desses pr ocedim ent os no cont ex t o da assist ência à saú d e. Por m eio d a ob ser v ação, d a d et ecção d e qu eix as é possív el pr ev en ir e con t r olar agr av os à sit uação clínica do pacient e.

(5)

uso de luvas, há reflexão sobre o uso das m esm as const it uír em bar r eir a de pr ot eção aos pr ofissionais de saúde, especialm ent e ao r isco biológico, par ece que o não cum prim ent o do uso de luvas passa por quest ões r elat ivas à per da do t at o no m om ent o da palpação da veia, falt a de hábit o, falt a de recursos, incôm odo, dent re out ras queixas. Alguns calçam as luvas apenas no m om ento de fazer a conexão com o disposit iv o in t r av en oso, m as esqu ecem qu e est ão expost os a riscos de cont am inação biológica a t odo m om ent o da punção venosa.

O CDC pr econiza o uso de luv as de lát ex , co m o e q u i p a m e n t o d e p r o t e çã o i n d i v i d u a l n o s p r o ce d i m e n t o s d e r i sco o cu p a ci o n a l a o s f l u íd o s cor por ais. Den t r e os pr ocedim en t os m en cion ados, n a s d i r e t r i ze s d o CD C, e st á a p u n çã o v e n o sa periférica, onde há a necessidade de barreiras para p r o t e çã o d o p r o f i ssi o n a l , se n d o a s l u v a s u m equipam ent o indispensável para t al procedim ent o( 7,9).

Por outro lado, o item que se reporta ao uso, na punção venosa, de t or niquet es com a finalidade de com pr im ir o t r aj et o v enoso par a v isualização e palpação, algum as ponder ações são plausíveis.

Na lit erat ura não se encont ra recom endação sobr e a desin f ecção dos t or n iqu et es u t ilizados n o procedim ent o de punção venosa periférica. Com o j á m e n ci o n a d o , e sse s t o r n i q u e t e s sã o u t i l i za d o s, in d iscr im in ad am en t e, en t r e su cessiv os p acien t es, independentes de seu estado clínico. No entanto, 50% d o s t o r n i q u et es p o d em est ar co n t am i n ad o s co m

S t a p h y l o c o c c u s a u r e u s, se n d o 5 8 % d e sse s

S t a p h y l o c o c c u s a u r e u s r e s i s t e n t e s à M e t i c i l i n a

( MRSA)( 17).

CONCLUSÃO

Os dados obtidos em relação ao desem penho d o p r o ce d i m e n t o p u n çã o v e n o sa p e r i f é r i ca d o s pr of ission ais de en f er m agem em sit u ação r eal de assist ência perm it em concluir que:

- n o d e se m p e n h o g l o b a l d o s p r o f i ssi o n a i s d e enferm agem a m ediana de acert o foi de 78% ; - os quatro itens com p< 0,05 ( 5% ) : a lavagem das m ã o s a n t e s e a p ó s o p r o ce d i m e n t o , a f a l t a d e orient ação ao client e sobre o procedim ent o, as m ãos não enluvadas no m om ent o da punção venosa, e o uso de t or niquet e são consider adas at iv idades com desem penho inadequado.

Quant o aos fat ores de risco relacionados ao procedim ento de punção venosa periférica foi possível ident ificar que os it ens 2, 4, 9, 10, 21, 22, 23 e 24 p o d e m p r e d i sp o r à o co r r ê n ci a d e d i f e r e n t e s co m p l i ca çõ e s co m o : i n f e cçõ e s, a ci d e n t e s ocupacionais, per da da punção ou não m anut enção da m esm a e infilt rações.

No contexto da infecção adquirida em serviços de assist ência à saúde cabe repensar o cuidado com o s t o r n i q u et es, co n si d er an d o q u e são u t i l i zad o s in d iscr im in ad am en t e en t r e os p acien t es e, n est e estudo, não foi observada a desinfecção dos m esm os em nenhum m om ent o.

Acr edit a- se qu e os it en s do pr ocedim en t o punção venosa periférica, cuj os índices de erros foram sign ificat iv os, m er ecem ser r ev ist os n o âm bit o do ensino e da assist ência de enferm agem .

O v a l o r d a s a t i v i d a d e s e d u ca t i v a s e d o t r einam ent o pr ofissional per iodicam ent e const it uem a linha m est r a par a a for m ação de um a equipe de saúde, crítica e consciente do seu papel na prevenção e co n t r o l e d a s co m p l i ca çõ e s a sso ci a d a s a o s procedim entos invasivos, dentre eles a punção venosa periférica. Sendo assim , necessário se faz int ensificar as at ividades educat ivas que prom ovam a reflexão, at u alização e a m u d an ça d e com p or t am en t o com vist as à qualidade do desem penho dos profissionais de saúde.

En t e n d e - se q u e o u t r a s p e sq u i sa s sã o necessár ias de for m a a aux iliar os pr ofissionais na t om ada de decisões e apoiar a im plem en t ação de n o v a s t e cn o l o g i a s, co n si d e r a n d o a s d i m e n sõ e s clínicas, gerenciais e de form ação.

REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS

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Referências

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