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Estudo sobre os acidentes de trabalho com exposição aos líquidos corporais humanos em trabalhadores da saúde de um hospital universitário.

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Academic year: 2017

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ESTUDO SOBRE OS ACI DENTES DE TRABALHO COM EXPOSI ÇÃO AOS LÍ QUI DOS

CORPORAI S HUMANOS EM TRABALHADORES DA SAÚDE DE UM HOSPI TAL UNI VERSI TÁRI O

1

Ana Cr ist ina Balsam o2 Vanda Elisa Andr es Felli3

Balsam o AC, Felli VEA. Estudo sobre os acidentes de trabalho com exposição aos líquidos corporais hum anos em trabalhadores da saúde de um hospital universitário. Rev Latino-am Enferm agem 2006 m aio-junho; 14(3): 346-53

Est e est udo descr it iv o ex plor at ór io, de abor dagem quant it at iv a, t ev e com o obj et iv os car act er izar os t r abalhador es do Hospit al Univ er sit ár io da Univ er sidade de São Paulo que sofr er am acident e de t r abalho com exposição aos líquidos cor por ais hum anos, e avaliar o pr ot ocolo de at endim ent o aos acident ados. A população consist iu de 48 t r abalhador es que sofr er am acident e, no per íodo de j ulho de 2000 a j unho de 2001. Par a a co l et a d o s d ad o s, f o i el ab o r ad o u m f o r m u l ár i o e r eal i zad a en t r ev i st a. Os r esu l t ad o s m o st r ar am q u e o s t r abalhador es do Depar t am ent o de Enfer m agem for am os que apr esent ar am m aior r isco desses acident es e 87, 50% ocor r er am com os m at er iais per fur ocor t ant es. Quant o à sit uação/ at iv idade, r elacionada ao acident e, os t rabalhadores inform aram que 25% foram devido ao “ at o inadequado durant e a realização do procedim ent o” 1 9 , 6 4 % dos t r abalh ador es r efer ir am qu e o aciden t e sim plesm en t e “ acon t eceu ” e 2 9 , 1 7 % r espon der am qu e não t inham sugest ões. Est e est udo forneceu ferram ent as im port ant es para a revisão e elaboração de est rat égias de pr ev enção dos acident es com ex posição aos líquidos cor por ais hum anos.

DESCRI TORES: acident es de t r abalho; r iscos ocupacionais; saúde ocupacional; enfer m agem ocupacional

STUDY OF W ORK ACCI DENTS RELATED TO HUMAN BODY FLUI DS

EXPOSURE AMONG HEALTH W ORKERS AT A UNI VERSI TY HOSPI TAL

Th is descr ipt iv e an d ex plor at or y st u dy fr om a qu an t it at iv e appr oach aim ed t o ch ar act er ize w or k er s who were vict im s of work accident s relat ed t o hum an body fluids exposure and t o evaluat e t he accident vict im car e pr ot ocol. The populat ion consist ed of 48 w or ker s w ho w er e v ict im s of w or k accident s inv olv ing ex posur e t o hum an body fluids, from July 2000 t o June 2001. Dat a were collect ed t hrough a form and int erviews. Result s sh ow ed t h at n u r sin g w or k er s pr esen t ed h igh er acciden t r isk lev els an d t h at 8 7 . 5 0 % in v olv ed pier cin g an d cut t ing m at erial, such as needles and but t erflies ( 70% ) . As t o t he accident - relat ed sit uat ion/ act ivit y, t he workers indicat ed t hat 25% were due t o an “ inadequat e act during t he procedure” ; 19.64% m ent ioned t hat “ it happened” and 29.17% answered t hat t hey did not have any suggest ion. This st udy provided im port ant t ools t o review and elabor at e st r at egies t o pr ev ent accident s inv olv ing ex posur e t o hum an body fluids.

DESCRI PTORS: accident s; occupat ional; occupat ional r isk ; occupat ional healt h; occupat ional healt h nur sing

ESTUDI O SOBRE LOS ACCI DENTES DE TRABAJO CON EXPOSI CÍ ON A LÍ QUI DOS

CORPORALES HUMANOS EN TRABAJADORES DE LA SALUD DE UN HOSPI TAL UNI VERSI TARI O

Est e est udio t uv o com o obj et iv os car act er izar a los t r abaj ador es que sufr ier on accident e de t r abaj o con ex posición a líquidos cor por ales hum anos y ev aluar el pr ocedim ient o de at ención a los accident ados. La población est udiada fue de 48 t rabaj adores que sufrieron accident es, en el período de j ulio de 2000 hast a j unio de 2 0 0 1 . Par a la r ecogida de dat os f u e elabor ado u n f or m u lar io y r ealizada u n a en t r ev ist a. Los r esu lt ados m ost r ar on que los t r abaj ador es del Depar t am ent o de Enfer m er ía fuer on los que pr esent ar on m ayor r iesgo con r elación a est os acciden t es y qu e el 8 7 , 5 0 % ocu r r ió con m at er iales pu n zan t es o cor t an t es. Respect o a la sit uación/ act iv idad r elacionada con el accident e, los t r abaj ador es infor m ar on que el 25% fue debido a “ acción inadecuada dur ant e la r ealización del pr ocedim ient o” , el 19,64% de los t r abaj ador es declar ó que el accident e “ sim plem ent e acont eció” y el 29,17% no t enía sugerencias. Est e est udio aport ó herram ient as im port ant es para la revisión y elaboración de est rat egias de prevención de los accident es con exposición a los líquidos corporales h u m an os.

DESCRI PTORES: accident es de t r abaj o; r iesgos labor ales; salud ocupacional; enfer m er ía en salud ocupacional

1 Trabalho ext raído da Dissert ação de Mest rado; 2 Mest re em Enferm agem , Enferm eira da Com issão de Cont role de I nfecção Hospit alar do Hospit al

(2)

I NTRODUÇÃO

O

s h o sp i t a i s sã o co n si d e r a d o s l o ca i s t ipicam ent e insalubres na m edida em que propiciam a ex posição dos t r abalhador es da ár ea da saúde a inúm eros riscos. Esses podem ser caract erizados em físicos, quím icos, fisiológicos, psíquicos, m ecânicos e pr incipalm ent e os biológicos, iner ent es ao t r abalho nessa inst it uição( 1). A exposição aos riscos biológicos

é p r eocu p an t e, u m a v ez q u e são cau sad or es d e m uit os problem as de saúde dos t rabalhadores, pois, ao ex ecut ar em at iv idades que env olv em o cuidado direto e indireto aos pacientes, estão freqüentem ente e x p o st o s à s i n f e cçõ e s t r a n sm i t i d a s p o r m icr oor g an ism os p r esen t es n o san g u e ou ou t r os fluidos orgânicos. Dent re os acident es prováveis de ocorrerem no am bient e hospit alar, os que envolvem o s m a t e r i a i s p e r f u r o co r t a n t e s, e m e sp e ci a l a s a g u l h a s, t ê m si d o r e co n h e ci d o s co m o u m d o s p r i n ci p a i s p r o b l e m a s d e e x p o si çã o p a r a o s t rabalhadores na aquisição de infecção, expondo- os t am bém aos riscos m ecânicos( 2- 8).

Conform e dados regist rados pelo Cent er s for D i s e a s e Co n t r o l a n d Pr e v e n t i o n ( CD C) , 5 7 t r abalhador es apr esent ar am sor oconv er são ao HI V após exposição ocupacional e 139 foram considerados com o casos su sp eit os at é d ezem b r o d e 2 0 0 1 . O acident e per cut âneo foi r esponsáv el por 48 casos, seguido da m ucocutânea, cinco casos. Em dois casos, houve associação dessas exposições e, em dois casos, ela acont eceu com m at erial desconhecido. Os fluidos en v olv id os f or am san g u e ( 4 9 casos) , f lu id o com sangue visível ( 1 caso) , fluido inespecífico ( 4 casos) e con cen t r ado de v ír u s em labor at ór io ( 3 casos) . D e scr e v e m a i n d a q u e 2 7 t r a b a l h a d o r e s desenv olv er am AI DS( 9).

Muit as inst it uições adot ar am as pr ecauções padrão com o m edidas de proteção aos trabalhadores, porém , est udos recent es realizados, t ant o no Brasil com o n o ex t er ior, t êm d em on st r ad o q u e, m esm o assim , a exposição e a infecção continuam ocorrendo de m aneira elevada( 2- 4, 9- 10). De fat o, a aplicação das

precauções não é suficiente para garantir as m edidas de pr ev enção, dev endo fazer par t e das est r at égias a s r e f l e x õ e s a r e sp e i t o d a s m u d a n ça s d e com por t am en t o e as cau sas dos aciden t es. A n ão ad esão ou a b aix a ad esão às r ecom en d ações d a ut ilização de barreiras de prot eção é um a realidade, o que leva a indagar sobre outros fatores que podem est ar cont ribuindo para esse t ipo de com port am ent o.

Qu a n d o se co n se g u e co l e t a r t o d a s a s in f or m ações a r esp eit o d e u m acid en t e, p od e- se analisar os dados para priorizar m etas e esforços em u n idades de m aior r isco, iden t if ican do a su a r eal causa, no sent ido de det er m inar se as ocor r ências requerem aperfeiçoam ent o t écnico na realização dos p r o ce d i m e n t o s, a q u i si çã o d e d i sp o si t i v o s m a i s se g u r o s, m u d a n ça d e co m p o r t a m e n t o d o s f u n ci o n ár i o s, o u se h á f al h as n o su p r i m en t o d e equipam ent os de pr ot eção indiv idual e colet iv a( 11). Tod a in st it u ição d e saú d e d ev e t er u m p r ot ocolo quando se t em ocorrência de acident es ocupacionais com exposição a sangue e fluidos corpóreos em que const em r ecom endações pr ofilát icas pós- ex posição e acom panham ent o desse t rabalhador, pelo m enos, durant e seis m eses após a exposição.

Ne sse co n t e x t o , a n a l i so u - se o Ho sp i t a l Universit ário da Universidade de São Paulo ( HU- USP) onde, até abril de 2000, não havia norm a quanto aos cuidados necessários a serem adot ados no m om ent o do acident e, bem com o a solicit ação de sor ologias, tanto do trabalhador, quanto do paciente- fonte. Ficava a cr it ér io do m édico que at endesse a ocor r ência a iniciat iva de acom panham ent o desses t rabalhadores após a exposição ocupacional. O hospital não dispunha de quim ioprofilát icos para o pront o at endim ent o aos t rabalhadores acident ados, lem brando a necessidade de ingest ão dos m esm os em um per íodo de at é 2 hor as, pr efer encialm ent e, podendo est ender - se at é 72 horas.

D i a n t e d e ssa si t u a çã o , a Co m i ssã o d e Cont r ole de I nfecção Hospit alar, j unt am ent e com o Se r v i ço Esp e ci a l i za d o d e Sa ú d e e Me d i ci n a d o Tr a b a l h o , e co n t a n d o co m a co l a b o r a çã o d e pr ofissionais do ser v iço de far m ácia e labor at ór io, cr iar am um a com issão e elabor ar am um pr ot ocolo de at endim ent o aos acident ados com exposição aos l íq u i d o s co r p o r a i s h u m a n o s, co m b a se n a s recom endações e condut as sugeridas pela lit erat ura pesquisada( 11- 16).

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do hospit al, foram realizadas reuniões com a equipe d e en f er m ag em e eq u i p e m éd i ca d a u n i d ad e d e e m e r g ê n ci a p a r a e x p l i ca r o f l u x o g r a m a d e at endim ent o e palest ras para t odos os t rabalhadores da inst it uição.

Esse procedim ent o m ot ivou a realização do e st u d o q u e t e v e co m o f i n a l i d a d e o b t e r d a d o s relacionados aos acidentes com exposição aos líquidos co r p o r a i s h u m a n o s, p a r a o r e co n h e ci m e n t o d a necessidade de est rat égias específicas de prevenção, e oferecer subsídios para avaliação da eficiência das con du t as r ecom en dadas n o pr ot ocolo, obj et iv an do se g u r a n ça e q u a l i d a d e n o a t e n d i m e n t o a o s t rabalhadores da I nst it uição.

OBJETI VOS

1 . Ca r a ct e r i za r o s t r a b a l h a d o r e s d o Ho sp i t a l Universit ário que sofreram acident e de t rabalho com exposição aos líquidos cor por ais hum anos, segundo o s d a d o s p e sso a i s, p r o f i ssi o n a i s, a e x p o si çã o pr opr iam ent e dit a e as cir cunst âncias r elacionadas aos acident es.

2 . Av a l i a r o p r o t o co l o d e a t e n d i m e n t o a o s t rabalhadores que sofreram acident e com exposição aos líquidos corporais hum anos, segundo os cuidados realizados, encam inham ent os, orient ações recebidas, adesão ao tratam ento e acom panham ento sorológico.

TRAJETÓRI A METODOLÓGI CA

Est e est udo car act er iza- se com o descr it ivo, de abor dagem quant it at iv a e foi desenv olv ido com os t rabalhadores de saúde do Hospit al Universit ário da Universidade de São Paulo ( HU- USP) . Os suj eit os f or am t od os os t r ab alh ad or es d esse h osp it al q u e sof r er am aciden t e de t r abalh o com ex posição aos líquidos corporais hum anos, not ificados, a part ir da im plantação do protocolo de atendim ento, totalizando 53 t r abalhador es.

Os dados foram colet ados pela pesquisadora n o p er ío d o d e j u l h o d e 2 0 0 0 a j u n h o d e 2 0 0 1 , u t ilizan d o a en t r ev ist a com o in st r u m en t o p ar a a obt enção das inform ações sobre os acident es, após o consent im ent o da Com issão de Ét ica da I nst it uição e a p ó s a ssi n a t u r a d o Te r m o d e Co n se n t i m e n t o

I nform ado pelos t rabalhadores envolvidos no est udo. Para tanto, foi elaborado form ulário para a realização da entrevista, contendo perguntas abertas e fechadas, d i v i d i d o e m q u a t r o p a r t e s: d a d o s p e sso a i s e profissionais dos acident ados ( função, unidade onde ocor r eu o acident e) , dados sobr e a ex posição ( t ipo de acident e, fluido envolvido, uso dos equipam ent os de proteção individual) , dados sobre a profilaxia, com um a quest ão relacionada ao result ado das sorologias e t rês pergunt as do t ipo abert a, para verificação dos fat ores det erm inant es do acident e.

Para análise das inform ações, foi criado um banco de dados utilizando o program a Microsoft Excel 1 9 9 7 , o n d e e sse s d a d o s f o r a m i n se r i d o s. Os r esult ados são apr esent ados em for m a de t abelas, segundo as fr eqüências absolut a e r elat iv a e, par a alguns, segundo o coeficient e de r isco ( CR) . O CR est im a a probabilidade ou o risco dos t rabalhadores sofrerem acident es de t rabalho.

RESULTADOS E DI SCUSSÃO

D o s 5 3 t r a b a l h a d o r e s q u e so f r e r a m u m acidente com exposição a líquidos corporais hum anos no HU- USP, 48 dispuseram - se a participar da pesquisa, o que represent a 90,56% . Desses, 83,3% ( 40) eram do sexo fem inino e 16,7% ( 8) do sexo m asculino.

Verifica- se predom ínio de acident es com os t rabalhadores do sexo fem inino, com coeficient e de risco ( CR) de 3,73, enquant o para os hom ens o CR f oi d e 1 , 8 9 . Mesm o con st at an d o q u e a f or ça d e trabalho é predom inantem ente fem inina nas unidades est udadas, isso significa que as m ulheres acident am -se duas vezes m ais do que os hom ens, fato que deve ser m elh or an alisad o. I d en t if ica- se, n a lit er at u r a consult ada, t ant o nacional quant o int ernacional, que h á p r e d o m ín i o d e a ci d e n t e s d e t r a b a l h o co m e x p o si çã o a o s l íq u i d o s co r p o r a i s h u m a n o s e m t r ab al h ad o r es d o sex o f em i n i n o( 5 ). A m u l h er, d e

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Tabela 1 - Freqüência dos t rabalhadores acident ados co m ex p o si çã o a o s l íq u i d o s co r p o r a i s h u m a n o s, segundo a área de trabalho e função, São Paulo, HU-USP, 2001 o h l a b a r t e d a e r

Á Nº. % Nº.de

s e r o d a h l a b a r

t CR

m e g a m r e f n e e d o t n e m a t r a p e D o r i e m r e f n

E 9 18,75 149 6,04

m e g a m r e f n e e d r a il i x u

A 25 52,09 403 6,20

m e g a m r e f n e e d e t n e d n e t

A 1 2,08 10 10

m e g a m r e f n e e d o c i n c é

T 0 - 47 0

a m a r g o i d r a c o r t e l e e d o c i n c é

T 0 - 7 0

l a t o t b u

S 35 72,92 616 5,68

o c i d é m o t n e m a t r a p e D s o c i d é

M 3 6,25 713 0,42

l a t o t b u

S 3 6,25 713 0,42

a d a z il a i c e p s E o ã ç a z i n e i g i H e d o ç i v r e S s i a r e g s o ç i v r e s e d r a il i x u

A 4 8,33 76 5,26

a ir e d n a v a l e d r a il i x u

A 3 6,25 24 12,5

l a t o t b u

S 7 14,58 100 8,64

o c i n íl C o i r ó t a r o b a L e a i c á m r a F e d o ã s i v i D o ir ó t a r o b a l e d o c i n c é

T 2 4,17 18 11,11

o c it u ê c a m r a

F 1 2,08 33 3,03

o ir ó t a r o b a l e d r a il i x u

A 0 - 12 0

a g o l ó i

B 0 - 1 0

l a t o t b u

S 3 6,25 64 5,88

l a t o

T 48 100 1493 3,21

O Depar t am ent o de Enfer m agem foi o que m ais se d est acou p elo n ú m er o d e acid en t es com exposição a líquidos corporais hum anos, som ando 35 acident es ( 73% ) , seguido do Serviço de Higienização Especializada.

Observa- se que os auxiliares de enferm agem foram os que m ais se acident aram , correspondendo a 52% dos acident es desse grupo de t rabalhadores. I sso pode ser explicado pelo fat o de os auxiliares de enfer m agem est ar em m ais expost os a esse t ipo de acidente, por perm anecerem a m aior parte do tem po n a assist ên cia dir et a aos pacien t es e ex ecu t ar em v ár ios pr ocedim ent os inv asiv os, sendo os m at er iais perfurocort ant es um dos principais inst rum ent os de t r ab al h o n a p r át i ca d i ár i a. Esses ach ad o s f o r am sem elhant es ao descrit o na lit erat ura, com índice de 62,9%( 5).

Const at a- se que os t rabalhadores do Serviço de Higienização Especializada aparecem em segundo l u g a r n a o co r r ê n ci a d o s a ci d e n t e s. No Ho sp i t a l Universit ário, esses t rabalhadores perm anecem fixos p a r a e x e cu t a r a l i m p e za n o s d i v e r so s se t o r e s. Fr e q ü e n t e m e n t e e n co n t r a m a g u l h a s q u e f o r a m descart adas no lixo com um , ou no chão, em locais, m uit as vezes, de difícil visualização, expondo- os aos acid en t es p er f u r an t es. Os acid en t es t êm ocor r id o quando da coleta do lixo ou durante a lim peza diária,

quando ut ilizam panos de lim peza para rem oção da suj idade dos pisos. Com par ando os coeficient es de risco ent re as áreas de t rabalho, observa- se que os t r a b a l h a d o r e s d o Se r v i ço d e Hi g i e n i za çã o Especializada apr esent am m aior r isco de ex posição aos acidentes, com CR = 8,64, destacando- se o auxiliar d e lav an d er ia com CR = 1 2 , 5 . Os acid en t es q u e o co r r e m co m e sse s t r a b a l h a d o r e s sã o pr edom in an t em en t e do t ipo per f u r ocor t an t e e, n a m aioria das vezes, não se conhece a procedência do obj et o que causou o acident e.

Entre os trabalhadores da Divisão de Farm ácia e Labor at ór io Clínico, o t écnico de labor at ór io é o m ais expost o aos acident es, com CR = 12,5, o que se j u st if ica pela at iv idade ex er cida, qu e con sist e, p r e d o m i n a n t e m e n t e , d a co l e t a d e e x a m e s labor at or iais.

Nesse cont ex t o, v er ifica- se que o r isco de ex p o si çã o a o sa n g u e e o u t r o s f l u i d o s co r p o r a i s h u m an os v ar ia en t r e as cat eg or ias p r of ission ais, co n f o r m e a s a t i v i d a d e s q u e o s t r a b a l h a d o r e s e x e r ce m , f r e q ü ê n ci a d o s p r o ce d i m e n t o s co m exposição, bem com o os inst rum ent os de t rabalho e a form a de organização do m esm o, sendo o auxiliar de lavanderia, o técnico de laboratório e o atendente de enfer m agem os que apr esent am m aior r isco de e x p o si çã o , co m CR d e 1 2 , 5 , 1 1 , 1 1 e 1 0 , respectivam ente. Assim , outros trabalhadores que não exercem o cuidado diret o aos pacient es t am bém t êm sido vít im as de acident es com exposição a m at erial biológico( 6).

A Un idade de Em er gên cia f oi o local com m aior percent ual de acident es ( 16,67% ) , seguido da Cl ín i ca Mé d i ca e Un i d a d e d e Te r a p i a I n t e n si v a ( 1 2 , 5 % ) . Essa s u n i d a d e s a p r e se n t a m r i t m o diferenciado na assist ência aos pacient es, sej a pela n e ce ssi d a d e d e r a p i d e z n a e x e cu çã o d o s pr ocedim en t os, com o n o caso do at en dim en t o n a unidade de em ergência, ou a execução de at ividades r epet it iv as, dev ido às pr ópr ias car act er íst icas dos pacient es com o, por exem plo, a perda freqüent e do acesso v en oso d aq u eles q u e est ão in t er n ad os n a Clín ica Méd ica. Dev e- se d est acar q u e o r isco d e e x p o si çã o e st á r e l a ci o n a d o à s t a r e f a s q u e o t r a b a l h a d o r e x e cu t a , b e m co m o a o t i p o e co m p l e x i d a d e d o cu i d a d o p r o p o r ci o n a d o n a s diferent es áreas( 17).

(5)

cor por ais h u m an os, segu n do o t ipo de aciden t e e agent e causador.

Tabela 2 - Freqüência dos acident es de t rabalho com exposição aos líquidos cor por ais hum anos, segundo o tipo de acidente e agente causador, São Paulo, HU-USP, 2001

* cateter intravenoso periférico

Constata- se que há predom ínio dos acidentes p er f u r ocor t an t es ( 8 7 , 5 0 % ) , sen d o o escalp e e a agulha de inj eção os obj et os responsáveis por 35% dos casos, representando 70% do total dos acidentes. Out ros est udos nacionais e int ernacionais corroboram com esses achados( 2- 4,10- 11,13- 17). É interessante ressaltar

o n ú m er o elev ad o d e acid en t es com a ag u lh a d e escalpe.

Verifica- se que, em 73% dos acidentes, houve a pr esença de sangue e 20,83% dos t r abalhador es inform aram que não est avam usando o equipam ent o de pr ot eção indiv idual ( EPI ) , quando na ocor r ência do aciden t e. Nas sit u ações em qu e o t r abalh ador inform ou que não ut ilizou o EPI , j ust ificaram que o procedim ento realizado teoricam ente não continha em si o r i sco d e e x p o si çã o a o s l íq u i d o s co r p o r a i s hum anos. Os acident es ocorreram devido aos fat ores n ã o p r e v i sív e i s. Esse d a d o d e m o n st r a q u e o s t rabalhadores não percebem ou desconhecem o risco de ex posição associado aos pr ocedim ent os em que existe a probabilidade de contato com sangue. Sabe-se que apenas o uso desSabe-ses equipam ent os não são su f i ci e n t e s p a r a g a r a n t i r a se g u r a n ça a o s t rabalhadores, m as podem est ar cont ribuindo para a adoção de prát icas m ais seguras( 11).

I d en t i f i ca- se q u e q u ase a t ot al i d ad e d os t r abalhador es ( 97, 92% ) ex ecut ar am algum t ipo de cuidado local logo após o acidente ( 97,92% ) . Em bora não haj a est udos que com provem a eficácia de lavar o local com água e sabão na r edução do r isco de i n f e cçã o , t e m si d o u m a p r á t i ca r o t i n e i r a m e n t e r e co m e n d a d a . Re ssa l t a - se q u e 6 5 % d o s t r abalhador es r esponder am que não r eceber am as três doses da vacina contra a Hepatite B e, ao serem quest ionados acerca do porquê, j ust ificaram em suas respost as a “ falt a de t em po”, “ est ar grávida”, “ falt a de ocasião”.

Esses r esu lt ados im plicam em r ef lex ões e quest ionam ent os acerca da sit uação sobre a falt a de co n h e ci m e n t o o u d e co n sci e n t i za çã o d o s t r a b a l h a d o r e s q u a n t o a o s r i sco s d e e x p o si çã o ocupacional aos agentes do sangue, e da im portância d e r eceb er o esq u em a com p let o d a v acin a com o m edida de pr ot eção. Houv e indicação de pr ofilax ia com os anti- retrovirais em 43,75% dos acidentes com exposição aos líquidos corporais hum anos e verificou-se que, do total das 21 ocorrências em que foi indicado o seu u so, cer ca d e 4 3 % d os t r ab alh ad or es n ão t er m in ar am a p r of ilax ia r ecom en d ad a d ev id o aos ef eit os colat er ais. Esses m ed icam en t os r eq u er em cu i d a d o sa co n si d e r a çã o d o s p o ssív e i s r i sco s e benefícios.

Apenas um t rabalhador não se subm et eu à colet a de sorologia logo após o acident e. Const at ou-se que a freqüência de trabalhadores que continuaram o esquem a sorológico recom endado foi dim inuindo à m edida em que a dat a de colet a foi se dist anciando da dat a do acident e de t rabalho, o que corresponde a 62,5% par a a colet a após 45 dias, 41,67% após t r ês m eses e ap en as 2 0 , 8 3 % d o s t r ab al h ad o r es t erm inaram o esquem a sorológico est abelecido pelo prot ocolo. Dent re as j ust ificat ivas dos t rabalhadores, quanto à interrupção do seguim ento sorológico, pode-se cit ar: “ não cham aram ”, “ não ret ornou ao Serviço Especializado de Segurança e Medicina do Trabalho par a agen dar ”, “ n ão con t in u ou por qu e esqu eceu ”, “ não sabia com o proceder ”.

Os dados dem onst r ados na t abela seguint e dizem r espeit o às sit uações e/ ou at iv idades que o t r abalh ador est av a ex ecu t an do qu an do o aciden t e ocor r eu, cat egor izados por sem elhança t em át ica. e

t n e d i c a e d o p i

T %

e t n a t r o c o r u f r e

P 42 87,50

o g n i p s e

R 5 10,42

o r t u

O 1 2,08

l a t o

T 48 100

r o d a s u a c e t n e g

A %

o ã ç e j n i e d a h l u g

A 17 35,42

e p l a c s e e d a h l u g

A 17 35,42

o d i u q í

L 5 10,42

o c l e j( r e t e t a c e d a h l u g

A Rí/nitmaR)* 3 6,25

a ç n i

P 1 2,08

ir u t s i b a n i m â

L 1 2,08

a r u t u s e d a h l u g

A 1 2,08

o r o s e d o p i u q e e d a t n o

P 1 2,08

o i a s n e e d o b u

T 1 2,08

s o ir á

V 1 2,08

l a t o

(6)

o ã ç a u t i S / e d a d i v i t

A %

o t n e m i d e c o r p o d o ã ç a z il a e r a n o d a u q e d a n i o t

A 12 25

o t n e m i d e c o r p o e t n a r u

D 11 22,92

r o d a h l a b a r t o r t u o r o p o d a u q e d a n i e t r a c s e

D 9 18,75

e t n e i c a p o d o d a r e p s e n i o t n e m i v o m e d e t n e r r o c e

D 6 12,50

o t n e m i d e c o r p o d n a il i x u

A 4 8,33

e t n e i c a p o n a h l u g a a d o d a r e p s e n i o t n e m a n o i c i s o

P 2 4,17

e t r a c s e d o

N 2 4,17

o t n e m i d e c o r p o s ó p

A 1 2,08

o r t u

O 1 2,08

l a t o

T 48 100

Tabela 3 - Freqüência dos acident es de t rabalho com exposição aos líquidos corporais hum anos segundo a at iv id ad e/ sit u ação d escr it a p elo t r ab alh ad or, São Paulo, HU- USP, 2001

o ã ç i d n o C / o ã ç i u b i r t

A %

u e c e t n o c

A 11 19,64

o d a d i u c e d a tl a f/ o ã ç n e t a e d a tl a

F 9 16,07

a s s e r

P 7 12,50

o h l a b a r t e d a g r a c e r b o

S 5 8,93

e t n a t r o c o r u f r e p o u i v o ã

N 4 7,14

o ir á n o i c n u f e d a tl a

F 4 7,14

o d a ti g a e t n e i c a p / e s -u o t s u s s a e t n e i c a

P 3 5,36

e t n e i c a p o d e d a d i c a v ir p a r e t n a

M 2 3,57

o r t u o o d a i c n e g il g e

N 2 3,57

e p i u q e a d e d a d il i b a s n o p s e r e d a tl a

F 2 3,57

r o t e l o c o n l a ir e t a m e d o s s e c x

E 2 3,57

I P E o d o ã ç a u q e d a n

I 1 1,79

e m r o fi n u o ã n o ã ç a t n e ir

O 1 1,79

o n u l a / r o s s e f o r p o m s i n o r c n i s e d a tl a

F 1 1,79

o r t u o o d a i c n ê ir e p x e n

I 1 1,79

e t n e i c a p a d o ã ç n e t a s e

D 1 1,79

l a t o

T 56* 100

Ve r i f i ca - se q u e o s a ci d e n t e s o co r r e r a m pr edom inant em ent e na sit uação cat egor izada com o “ at o in ad eq u ad o n a r ealização d o p r oced im en t o”. Nessa cat egoria est ão descrit as as sit uações em que o com por t am en t o do t r abalh ador f oi, em par t e, o r esponsável pelo desencadeam ent o do acident e.

A segu n da m aior pr opor ção dos aciden t es o co r r e r a m “ d u r a n t e o p r o ce d i m e n t o ”, e e st á relacionada à atividade propriam ente dita. Nesse item há os acident es em que a im pr ev isibilidade est ev e p r esen t e. Os acid en t es r elacion ad os ao “ d escar t e inadequado por outro trabalhador” leva a pensar que, diant e da m agnit ude dos pr oblem as que env olv em o s a ci d e n t e s co m m a t e r i a i s p e r f u r o co r t a n t e s descart ados em locais im próprios, faz- se necessário se n si b i l i za r o s t r a b a l h a d o r e s p a r a o p r o b l e m a , b u scan d o a su a m u d an ça d e com p or t am en t o. Os acid en t es q u e f or am “ d ecor r en t es d e m ov im en t o inesperado do paciente”, apontam que as reações dos pacient es frent e a um procedim ent o invasivo devem se r a n t e ci p a d a m e n t e a v a l i a d a s, o b j e t i v a n d o proporcionar m aior segurança a t odos. É im port ant e r e ssa l t a r q u e o r i sco e x i st e e q u e n e m só o co n h eci m en t o t écn i co so b r e o s p r o ced i m en t o s é suficiente para sua execução segura. Esses resultados m ost ram que é im prescindível o est abelecim ent o de m udanças na prát ica em que o t rabalho ocorre e a revisão dos procedim ent os desenvolvidos, no sent ido de considerar esse t ipo de exposição.

A Tabela 4 apresenta as respostas referentes a quais condições o t rabalhador at ribui a ocorrência dos acident es. Salient a- se que o t ot al de respost as não corresponde ao núm ero t ot al de acident es, pois cada t rabalhador relat ou m ais de um a condição que propiciou o acidente, portanto, as proporções de cada it em for am calculadas ut ilizando o núm er o t ot al de respost as fornecidas por cada t rabalhador.

Tab el a 4 - Fr eq ü ên ci a d as at r i b u i çõ es/ co n d i çõ es referidas pelos t rabalhadores que sofreram acident es de t r abalh o com ex posição aos líqu idos cor por ais hum anos, São Paulo, HU- USP, 2001

* os t rabalhadores relat aram m ais de um a condição

Na pergunta ao trabalhador a quais condições ele at ribuía a ocorrência do acident e, verifica- se que 1 9 , 6 4 % r espon der am qu e o aciden t e “ acon t eceu ”, sugerindo que, no seu entender, não houve um a causa definida. Esses t r abalhador es at r ibuem assim um a “ nat uralidade” à ocorrência do acident e com o se ele fosse iner ent e à at iv idade. Essa nat ur alidade pode ser j ust ificada pelo desconhecim ent o, ou “ fat alidade”, ou con h ecim en t o p ar cial d os r iscos p r esen t es n o am b ien t e d e t r ab alh o, d u r an t e os p r oced im en t os d iár ios e a r esp on sab ilid ad e in st it u cion al n a su a p r ev en ção.

A seg u n d a m aior f r eq ü ên cia ap r esen t ad a d em on st r a q u e a cau sa at r ib u íd a f oi a “ f alt a d e at enção/ falt a de cuidado do t rabalhador ”. Essa, em consonância com a “ nat uralidade”, evidencia que eles assu m em so zi n h o s a “ cu l p a” p el a o co r r ên ci a d o a ci d e n t e . Pr o v a v e l m e n t e n ã o p e r ce b e m o d e se m p e n h o d e su a s f u n çõ e s e m d e t e r m i n a d a s con d ições d e t r ab alh o, q u e com p r om et em a su a saú de.

(7)

Os acid en t es d e t r ab alh o são “ f or m as d e expressão do desgast e do t rabalhador” . O desgast e é pr ov ocado pela ex posição às car gas de t r abalho, qu e consist em na int er ação do t r abalh ador com o o b j et o d e t r a b a l h o , co m o s m ei o s/ i n st r u m en t o s ut ilizados na execução de suas at ividades e com as form as de organização do m esm o. Os t rabalhadores da enferm agem consideram que as situações em que o co r r e r a m a s m a i o r e s e x p o si çõ e s à s ca r g a s, denom inadas biológicas ( cont at o do t rabalhador com os m icr oor ganism os pat ogênicos) , for am dev ido ao ritm o acelerado, às condições de trabalho e de com o ocor r e o ger en ciam en t o do t r abalh o. Essas dizem respeit o à organização das at ividades( 16). Verifica- se

q u e a m aior ia d os m ot iv os r elat ad os r ef er e- se à i n t e r a çã o d o s t r a b a l h a d o r e s co m a s f o r m a s d e organização do trabalho, favorecendo o seu desgaste. Nesse sent ido, ent ende- se a necessidade da reflexão dos gerent es e t rabalhadores do hospit al a respeit o das condições e da dinâm ica do processo de trabalho. Out ra observação im port ant e é que, quando o núm er o de pacient es int er nados ex cede a m édia diária, ocorre sobrecarga do serviço nas unidades de i n t e r n a çã o . A u t i l i za çã o d e u m i n st r u m e n t o d e classificação dos pacien t es in t er n ados, n o qu e diz r e sp e i t o à co m p l e x i d a d e d a a ssi st ê n ci a , p a r a m o n i t o r a r a s ca r g a s d e t r a b a l h o , su b si d i a a r ed i st r ib u i ção d as at iv id ad es d iár ias e, assi m , a m a n u t e n çã o d a q u a l i d a d e d e a ssi st ê n ci a se m so b r e ca r g a p a r a a e q u i p e( 1 8 ). Ca b e r e ssa l t a r a

im portância de se atentar para os procedim entos que são ex ecut ados de for m a r epet it iv a e m onót ona e em rit m o acelerado, pois são geradores de desgast e do t rabalhador, expondo- o aos riscos de acident es, o que sugere a reorganização das at ividades.

A ex posição a esses acident es, por t ant o, é a t r i b u íd a p e l o s t r a b a l h a d o r e s a t r ê s co n d i çõ e s principais, ou sej a, à “ nat uralidade” ou “ fat alidade”, à “ culpa” e à “ organização do serviço”.

Em r e l a çã o à s su g e st õ e s ci t a d a s p e l o s trabalhadores para reduzir ou prevenir as ocorrências dos acident es, 29,17% responderam que não t inham sugestões para m inim izar e/ ou preveni- los. É provável que m uitos, ao vivenciarem diversas situações de risco no t rabalho, acabam por incorporá- las, aceit ando- as com o “ norm ais” e “ inerent es” aos procedim ent os que execut am . Esses profissionais inserem - se na carreira e sã o t r e i n a d o s p a r a e x e cu t a r o t r a b a l h o , se m apr esent ar em r esist ências or ganizadas de m aneir a colet iva( 19).

Os t r ab alh ad or es r ef er ir am q u e d ev er iam prestar m ais atenção na execução de suas atividades, i n d i ca n d o q u e t e n d e m a r e sp o n sa b i l i za r - se , isoladam ent e, pelos acident es que sofr em . Cit ar am t am bém , com o su gest ões, “ t er or ien t ação”, “ levar m at erial adequado para descart e” e “ não exceder o co n t e ú d o d a ca i x a d e p e r f u r o co r t a n t e ” o q u e correspondeu a 35,42% do t ot al de respost as. Esse dado pode ser int er pr et ado com o a necessidade de t r e i n a m e n t o s e / o u r e ci cl a g e n s, o b j e t i v a n d o n or m at izar as con du t as f r en t e aos pr ocedim en t os r eal i zad o s, o q u e m i n i m i zar i a o s aci d en t es co m exposição aos líquidos corporais hum anos. Cerca de 6 % d o s t r a b a l h a d o r es su g er i r a m o a u m en t o d e pessoal, indicando que o acúm ulo de at ividades e o r i t m o d e t r a b a l h o m a i s i n t e n so p o d e m e st a r propiciando a ocorrência de acident es.

A m aioria das sugest ões descrit as apont am p ar a a n ecessid ad e d e se r ev er a f or m a com o o t r a b a l h o é o r g a n i za d o , n o q u e d i z r e sp e i t o , pr in cipalm en t e, à su a dist r ibu ição, adequ ação dos m eios, inst rum ent os ut ilizados e ao com port am ent o d o s t r a b a l h a d o r es n o d esca r t e d o s m a t er i a i s. É necessário reconhecer que eles est ão inseridos nesse processo, não com o m eros execut ores de at ividades, m as com o profissionais que podem e devem colaborar para ident ificação de sit uações geradoras de risco de a ci d e n t e s e p r o p o r a l t e r n a t i v a s q u e v i se m a pr eser vação da sua saúde.

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

(8)

ex posição ao r isco de ocor r ência dos acident es em t r abalhador es das div er sas ár eas do Hospit al.

A análise det alhada dos dados dos acident es em cad a in st it u ição p er m it e ap on t ar as m ed id as

específicas de pr ev enção, os locais de m aior r isco,

com par t ilhar dados, colabor ando na const r ução de

conhecim ent o e no dim ensionam ent o do pr oblem a.

REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS

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Referências

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