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CANTINONA DE SIMABA POLYPHYLLA(CAVALC.) THOMAS (SIMAROUBACEAE).

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Academic year: 2017

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C A N T I N O N A D E SIMABA POLYPHYLLA (CAVALC.) T H O M A S ( S I M A R O U B A C E A E ) .

Lenise Socorro Β . de MESQUITA-SAAD1

, José Augusto da Silva C A B R A L2

RESUMO — Uma cantin-2,6-diona (1) foi isolada do extrato etanólico da madeira de Simaba polyphylla (Cavale.) Thomas coletada próximo a Manaus. O composto 1 foi previamente isolado de S. multiflora, S. guianensis e S. cedron, sendo essa a primeira citação de ocorrência em S. polyphylla.

Palavras-chave: Simaba polyphylla, Simaroubaceae, cantin-2,6-diona. Canthinone of Simba polyphylla (Cavac.) Thomas (Simaroubaceae).

A B S T R A C T — A canthin-2,6-dione (1) was isolated from the ethanol extract wood of Simaba polyphylla (Cavalc.) Thomas colleted near Manaus. Compound 1 was previously isolated from S. multiflora, S. guianensis and S. cedron, this is the first occurrence in S. polyphylla.

Key-Words: Simaba polyphylla, Simaroubaceae, canthin-2,6-dione.

I N T R O D U Ç Ã O

A família S i m a r o u b a c e a e é constituída de aproximadamente seis subfamílias, contendo cerca de trinta e dois gêneros, com aproximadamente duzentas espécies (ENGLER, 1931; CRONQUIST, 1968), de distribuição tipicamente neotropical.

Grande parte destas espécies são utilizadas popularmente com diversos p r o p ó s i t o s , sendo investigada sua utilização c o m o antineoplásico, inseticida, antiviral, anti-inflamatório, antimalárico, amebicida e antifúngico (SUFFNESS & DOUROS, 1979;

PIERRE et al, 1980; HALL et al, 1983;

CABRAL et al, 1993).

A família é caracterizada pela produção de triterpenos degradados (quassinóides) e por alcalóides indólicos do tipo cantinona; além destes

encontram-se também com frequência quinonas e triterpenos.

Como parte de esforço no conhecimento da química e atividade biológica do gênero, foi estudada a madeira de Simaba polyphylla (Cavale.) Thomas, coletada na estrada Manaus/Boa Vista, Km 60, que tem por "habitat" a terra firme. S. polyphylla é conhecida popularmente

como "serve-para-tudo" e "marupazinho" e é usada no tratamento de febres (CAVALCANTE, 1983).

M A T E R I A L Ε M É T O D O S

M a t e r i a l : S. polyphylla foi

coletada próximo a Manaus em dezembro de 1990, e sua exsicata arquivada no herbário do INPA, Manaus/Am, sob registro 161.807.

Isolamento e Identificação da

C a n t i n - 2 , 6 - d i o n a : A madeira seca

1

Departamento de Medicamentos e Alimentos, Curso de Farmácia, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade do Amazonas, Rua Alexandre Amorim, 330, 69010-300, Manaus, Amazonas, Brasil.

2

Coordenação de Pesquisas em Produtos Naturais, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Caixa Postal 478, 69083-000, Manaus, Amazonas, Brasil.

(2)

(2.800 g), foi moída e submetida a e x t r a ç ã o à q u e n t e , e x a u s t i v a e sucessivamente com hexano e etanol em aparelho Soxhlet semi-industrial em aço inox, fornecendo 16,5 g (0,6%) de extrato hexânico e 36,0 g (1,3%) de extrato etanólico. O extrato etanólico foi cromatografado em coluna filtrante de silica gel 60, usando-se hexano, benzeno, clorofórmio e metanol. A fração m e t a n ó l i c a ( 3 2 , 3 g) foi s o l u b i l i z a d a cm b e n z e n o à frio, fornecendo 1,3 g de material solúvel e 31,0 g de material insolúvel. O ma-terial i n s o l ú v e l foi s u b m e t i d o a separação cromatográfica em coluna de silica gel 60 com diclorometano, diclorometano:metanol e metanol. As frações eluídas com diclorometano/ metanol 94:6 (1,2 g) e diclorometano/ metanol 93:7 (0,4 g), após separação cromatográfica em silica gel 60 com hexano:acetona, acetona, acetona:metanol e metanol forneceram 0,3 g de diona. A identificação da cantin-2,6-diona foi feita com base nos seus d a d o s e s p e c t r o m é t r i c o s (IV, EM,

RMN'H, RMNI 3

C). As demais frações revelaram-se muito complexas e em quantidade reduzida.

C O N C L U S Õ E S

1 apresentou-se como sólido amarelo amorfo, após cristalização com metanol revelou fluorescência azul sob luz ultra-violeta (UV), alto ponto de fusão (313 a 315°C) e baixa solubilidade frente a solventes orgânicos comuns. No espectro de ressonância magnética nuclear protônica (RMN'H) a 300MHz em dimetilsulfóxido (DMSO) verificou-se também a presença

de sinais marcantes para os derivados alcaloídicos, evidenciando o esqueleto de uma γ-lactona . O espectro de infra-vermelho (TV) mostra bandas de absorção nas faixas de 1640-1900 cm"1

e 3000-3750 c m1

, indicando a presença dos g r u p a m e n t o s C = 0 e O - H , respectivamente. O espectro de massa

(EM) exibe pico molecular M+

+1(237), compatível com a estrutura cantin-2,6-diona, de fórmula molecular C1 4H8N , 02

As espécies do gênero Simaba são utilizadas para fins medicinais por grande parte da população sendo que a maioria das atividades farmacológicas são conferidas aos quassinóides e pouco foi investigado a respeito das propriedades dos alcalóides tipo cantinonas. Grande número de alcalóides ocorre na raiz e casca da madeira das espécies de Simaba, e menor número é encontrado no cerne e madeira. Sabe-se que as cantin-2,6-dionas produzem fotossensibilidade, contudo com baixa atividade quando comparada a outras substâncias potencialmente fototóxicas (OHMOTO & KAZUO, 1989). Do extrato etanólico da madeira de S. polyphylla foi isolada cantin-2,6-diona (0,3 g). O padrão de fragmentação apresentado é similar a cantinonas isoladas de S. mul-tiflora (ARISAWA et ai, 1983); S. guianensis (CABRAL, 1989) e S. cedmn (CHAGAS, 1993). Essa é a primeira citação da ocorrência de cantin-2,6-diona em S. polyphylla.

A G R A D E C I M E N T O S

Ao Dr. James D. McChesney, do Research Institute of Pharmaceutical Sciences, Universidade do Missis-sippi, pela obtenção dos espectros de

(3)

Cantín-2,6-diona (1) - Sólido amarelo amorfo: pf 313-315 ; IV (KBr) υ max. ( c m1 ) 3080, 2980, 2860, 1640, 1610, 1580, 1490, 1460, 1420, 1355, 1325, 1240, 1185, 1150,

1120, 1025, 975, 835, 775, 750, 705, 655, 630 c m1

; EM: m/z (%) 237 ( M+

+ l ) 237(100), 208(20), 180(11), 179(13), 164(16), 154(4), 153(6), 152(4),28(4), 127(8), 126(4),118(9), 101(6), 90(10), 77(4), 76(8), 75(7), 74(4), 62(6); RMN'H (registro a 300MHz em DMSO-deuterado): 1 07,4 (lH-s), 4 07,7 (ΙΗ-d , J=12Hz), 5 66,8 (ΙΗ-d , J=I2Hz), 8 08,4 (IH-d, J=9Hz), 9 57,8 (lH-dd, J=9Hz), 10 δ7, 5 (lH-dd, J=9Hz), 11 δ8, 3 (IH-d, J=9Hz).

RMN'H e EM; ao Prof. Dr. Ângelo C. Pinto, da Universidade Federal do Rio de J a n e i r o , p e l a o b t e n ç ã o d o s

espectros de RMN'H, RMN'3

C e APT; ao CNPq pelo auxílio recebido através da bolsa de pós-graduação; ao Convênio INPA/FUA, pela oportunidade de desenvolver este trabalho.

Bibliografia citada

A R I S A W A , M.; K I N G H O R N , A . D . ; CORDELL, G. Α. ; FARNSWORTH, N. R. 1983. Plant anticancer agents. XXIV. A l k a l o i d c o n s t i t u e n t s of Simaba mul-tiflora. J. Nat. Prod., 46(2):222- 225.

C A B R A L , J. A. S. 1989. Biological and chemical evaluation qfCajurana [Simaba guianensis Aubl. (Simaroubaceae)]. Tese de Doutoramento - Universidade do Mis-sissippi, EUA, 128ρ .

CABRAL, J. A. S.; McCHESNEY, J. D.; M1LHOUS, W. K. 1993. A n e w antimalarial quasstnoid from Simaba guianensis .J. Nat. Pmd., 56(11):1954-1961.

C A V A L C A N T E , P. B . 1 9 8 3 . R e v i s ã o Taxonômica do Gênero Simaba Aubl. (Simaroubaceae) na America do Sul, Publicações Avulsas do Museu

Paraense Emílio Goeldi, n.37. Belém, 85p.

CHAGAS, S. O. 1993. Contribuição ao estudo de Simaba cedron Cronquist (Simaroubaceae). Dissertação de mestrado não publicada, INPA/FUA, Manaus.

CRONQUIST, A. 1968. The evolution and clari-fication of the plants. Boston, Haugton

Mifflin Co. X, vol.2, 396p.

ENGLER, Α. ; PRANTL, K. 1931. Simaroubaceae. Die Natürlichen Pflanzenfamilien, ed.2, 2(19):359-405.

HALL, J. H.; LEE, Κ . H.; IMAKURA, Y.; OK ANO, Μ. ; JOHNSON, A. 1983. Antiinflamatory agents. III. Structure-ac-tivity relationships of brusatol and related quassinoids. J. Pharm. Set, 72(11 ):1282-1284.

OHMOTO, T ; KAZUO, K. 1989. Canthin-6-one alkaloids. Arnold Brossi ed.; Acad. Press/ New York, 36:135-170.

PIERRE, Α. ; GERO, M.R.; TEMPETE, C ; P O L O N S K Y , J. 1980. S t r u c t u r a l requeriments of quassinoids for the in-h i b i t i o n o f cell t r a n s f o r m a t i o n . Biochem. Biophys. Res. Commum., 9 3 : 675-686.

SUFFNESS, M.; DOUROS, 3, 1979. 111. Drugs of plant origin. Methods in Cancer Research, 1 6 . 7 3 - 1 2 6 .

Aceito para publicação em 03.09.97

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