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Formar e assistir: imagens da escola do Senai em Curitiba nas décadas de 1940 e 1950.

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Academic year: 2017

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Fo rm ar e assistir: im agen s da esco la do Sen ai

em Curitiba n as décadas de 1940 e 1950

Training and providing assistance: im ages of

Curitiba’s Senai school in the 1940s and 1950s

MARQUES, Vera Regin a Beltrão; DOMINSCHEK, Desirê Lu cian e. Form ar e assistir: im agen s d a escola Sen ai em Cu ritiba n as d écad as d e 1940 e 1950. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio d e Jan eiro, v.18, su p l.1, d ez. 2011, p .275-293.

Re su m o

O Serviço Nacion al d e Ap ren d izagem In d u strial (Sen ai) foi in stalad o n o Paran á em 1943, objetivan d o cap acitar força d e trabalh o p ara a in d ú stria. Por m eio d e im agen s e d ocu m en tos escritos, gu ard ad os n a Fed eração d as In d ú strias d o Estad o d o Paran á, ap resen tam -se asp ectos d a form ação p ara o trabalh o n a escola d o Sen ai d e Cu ritiba, tan to n a p ersp ectiva in stitu cion al q u an to através d o d iscu rso d os alu n os. Im agen s e d iscu rsos são ap roxim ad os ap on tan d o vicissitu d es d o p rojeto d e form ação p ara o trabalh o p rop osto p or essa in stitu ição d e cu n h o p rivad o, q u e con tou com o an tep aro p ú blico con ced id o aos in d u striais p ara form ar trabalh ad ores, esp ecialm en te ap ren d izes d e ofício.

Palavras-ch ave: im agen s; form ação p ara o trabalh o; assistên cia e saú d e; Serviço Nacion al d e Ap ren d izagem In d u strial; Paran á (Brasil).

A b st ra ct

A branch of the Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) was set up in Paraná in 1943 to train industrial labor. Im ages and written records held by the Paraná State Federation of Industries depict aspects of technical training at the Senai school in Curitiba, both from an institutional perspective and from the students’, through their discourse. A com parison of these im ages and discourses serves to highlight the vicissitudes of this private institution’s vocational training project, which received governm ent support for the instruction of industrial workers, especially apprentices.

Keywords: im ages; technical training; assistance and health; Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial ; Paraná (Brazil).

Vera Regina Beltrão Marques

Professora de História da Educação no Setor de Educação/Universidade Federal do Paraná.

Rua Gal. Carneiro, 460/403 80060-150 – Curitiba – PR – Brasil verarbm@terra.com.br

Desirê Luciane Dom inschek

Professora de História da Educação no curso de Pedagogia/Faculdade Internacional de Curitiba. desiredominschek@grupouninter. com.br

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A

u t iliza çã o d e im a gen s fo t o grá fica s p o r h ist o ria d o res vem p erm it in d o rea liza r trabalh os ren ovad ores n o âm bito d a h istória, seja d a ed u cação, d a saú d e ou d a ciên -cia. En ten d en d o q u e cad a m om en to h istórico p rod u z rep resen tações p assíveis d e serem an alisad as p elo h istoriad or e q u e p od em p rop iciar ou tras versões d a tem ática à h istoriografia, p rop om os ap resen tar a form ação d e joven s ap ren d izes p or m eio d e im agen s fotográficas n a escola d o Serviço Nacion al d e Ap ren d izagem In d u strial (Sen ai) em Cu ritiba, n as d écad as d e 1940 e 1950.

Com o outras fon tes de pesquisa, a fotografia en seja com preen der pelo olh ar, perm ite an a-lisar relações, e pode am pliar e en riquecer a variedade de fon tes com as quais o h istoriador trabalh a. “Se a im agem acom pan h a a vida h um an a com o represen tação da realidade, com o m em ória e expressão da cultura de um povo, de um a época, garan tia de um a visão do pas-sado, h oje, com a com u n icação in form atizada, ela n os desafia a com preen dê-la em n ovas tem poralidades, com o m ediação com plexa dos processos educativos” (Ciavatta, 2002, p. 24). Utilizam os im agen s d o acervo com p osto e gu ard ad o n a Casa d a Mem ória, localizad a n a sed e d a Fed eração d as In d ú strias d o Estad o d o Paran á (Fiep ), e as con fron tam os com fo n t es escrit as (relat ó rio s, bo let in s, p erió d ico s) e ain d a co m d o cu m en t o s exist en t es n o Arq u ivo Ed gar Leu en roth e n a Biblioteca d o In stitu to d e Filosofia e Ciên cias Hu m an as (IFCH), d a Un icam p . As im agen s são p on tu ad as p ela leitu ra d e d ocu m en tos p rovin d os d o Sen ai, p ela p rod u ção d e h istoriad ores ou p elo p eriód ico ed itad o p elos alu n os.

Clicadas p or fotógrafos n ão iden tificad os e con tratad os p elo Sen ai, as fotos ap resen tam m om en tos diversos do p rocesso d e form ação n a p ersp ectiva in stitu cion al, ou seja, com o o Sen ai q u eria d ar-se a con h ecer, d ifu n d ir-se p elas im agen s q u e d ivu lgava. Trata-se d o q u e Peter Bu rke (2004) assin alaria com o u m p rocesso em q u e artista e m od elo exp erim en tavam certa cu m p licid ad e, torn an d o-se p arceiros con iven tes.

O p rin cíp io q u e orien tou a seleção e ap resen tação d as im agen s é con ferid o p ela m áxim a q u e n orteava os cu rsos form ad ores d e ap ren d izes: in stru ção racion al p ara m en in os p obres. Im bu íd os d o esp írito d e q u e ‘h om en s certos n os lu gares certos’ p od eriam ren d er m ais e m elh or, p rivilegiavam con form ar corp os h igien izad os à im agem d e m áq u in as bem azeitad as, p ara q u e assim p u d essem aten d er ao p rocesso p rod u tivo q u e se in ten sificava n as d écad as d e 1940 e 1950.

Na terra das araucárias

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O crescim en to d esord en ad o d e Cu ritiba, a p artir d a con stru ção d a estrad a d e ferro e d a in ten sificação d a ch egad a d e im igran tes, em p u rrava a p op u lação p ara locais in salu bres, sobretu d o cortiços n o Cen tro d a cid ad e, o q u e p rop iciava d oen ças e su rtos ep id êm icos. Pobres, m iseráveis, “p eram bu lan d o p elas ru as, m alch eirosos e fam in tos” (De Bon i, 1998, p .28), atestavam a d esord em e cam in h avam n a con tram ão d a m od ern id ad e e d a rep re-sen tação de m etróp ole civilizada, tão caras às elites cu ritiban as. Adem ais, crian ças desp rovidas e vagan d o p elas ru as red u n d ariam em ad u ltos d e “ín d ole in d efin id a, m en talid ad e in con s-tan te, vícios p olíticos e sociais” (p .131), p ron tas a q u alificar-se n as d en om in ad as classes p erigosas; n ão se torn ariam trabalh ad ores ord eiros e d iscip lin ad os, con form e d em an d ava o cap ital.

Algu m as in iciativas bu scavam d ar con ta d e d iscip lin ar crian ças e joven s n o in tu ito d e, p or u m lad o, resolver o p roblem a d as classes p erigosas e, p or ou tro, form ar m ão d e obra p ara at ivid ad es em exp an são n a cid ad e. Desd e 1912, a p o lícia p ro p u n h a u m a esco la p rem u n itória: “[p ara] evitar q u e p eram bu lem p ela via p ú blica p eq u en os m en d igos, q u e ced o ou tard e p en etrarão n as trevas d a d egrad ação m áxim a” – segu n d o relatório d o ch efe d e p olícia (citad o em De Bon i, 1987, p .92).

O d elegad o d e p olícia Moreira Garcez, ao d etectar o au m en to d a crim in alid ad e in fan til em Cu rit iba, en t en d eu q u e, sem h ábit o s d e t rabalh o e in st ru ção , in ú m eras crian ças se con verteriam em legiões d e crim in osos e com p etia ao Estad o ad otar m eios d e p reven ção e rep ressão. Caberia, d e acord o com o relatório d e 1917 d o ch efe d e p olícia, criar u m in stitu to d iscip lin ar p ara in cu t ir h áb it o s d e t rab alh o , “ed u car e fo rn ecer in st ru ção lit erária e p rofission al, essa ú ltim a d e p referên cia agrícola, aos m aiores d e 9 an os e m en ores d e 14 q u e obrarem com d iscern im en to; aos m aiores d e 14 an os e m en ores d e 21, con d en ad os p or in fração d o Art.399 d o Cód igo p en al e Art. 2 d o Decreto Fed eral ...” (citad o em Karvat, 1998, p .131).

A in au gu ração d a Esco la Agro n ô m ica fo i sau d ad a co m p o m p a e circu n st ân cia. O Patron ato Agrícola, criad o com a Escola, era d estin ad o exclu sivam en te às classes p obres e visava “à ed u cação m oral, cívica, física e p rofission al d e m en ores d esp ossu íd os e d aq u eles q u e, p or in su ficiên cia d a cap acid ad e d e ed u cação n a fam ília, foram p ostos, p or q u em d e direito, à disp osição da Escola Agron ôm ica”. Esse in stitu to d e “assistên cia, p roteção e tu tela m oral d e m en ores” recorria ao efeito d o trabalh o agrícola, “sem ou tro in tu ito q u e n ão o d e u tilizar su a ação ed u cativa e regen erad ora, com o fim d e d irigir e orien tar, até in corp orá-los n o m eio ru ral” (Karvat, 1998, p .134).

No m eio u rban o, a Escola d e Ap ren d izes Artífices, criad a p or d ecreto fed eral e referid a co m o casa d o t rabalh o , casa d e p eq u en o s o p erário s o u abrigo m o ral, t am bém an siava in stau rar h ábitos d e trabalh o n os “d esfavorecid os d a fortu n a”, além d e en sin ar-lh es algu m ofício, p ois, com o rezava o d ecreto 7.566, d e 1901, é “o in d isp en sável p rep aro técn ico e in telectu al, com o fazê-los ad q u irir h ábitos d e trabalh o p rofícu o, q u e os afastará d a ocio-sid ad e, escola d o vício e d o crim e, [p osto] q u e é d os p rim eiros d everes d o Govern o d a Rep ú blica form ar cid ad ãos ú teis à n ação” (citad o em Pan d in i, 2006, p .38).

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à h ierarq u ia e à ord em , ap ego à civilização e a tod as as m áxim as ap regoad as p ela m oral bu rgu esa. En sin ar ‘d iscip lin as’ – eis o m ote d as ações p ed agógicas.

Ao con sid erar as escolas Sen ai em seu s com eços, n a d écad a d e 1940, observam os q u e os ap ren d izes, tam bém filh os d as classes p obres, ali ap ren d iam ‘d iscip lin as’ e m ais: o p rocesso form ad or bu scava assegu rar as m áxim as d e am or ao trabalh o e d e resp eito à h ierarq u ia, à ord em . Qu al era en tão a n ovid ad e trazid a p ela escola?

O Senai paranaense

In stalad o n o Paran á em 1943, a fim d e form ar m ão d e obra q u alificad a p ara a in d ú stria, o Sen ai1 esteve in icialm en te su bord in ad o à Delegacia Region al d o Paran á e San ta Catarin a, com sed e em Cu ritiba, p ois a in d u strialização existen te n ão m otivava a criação d e u m a Fed eração d as In d ú strias n esses d ois estad os. Em 1947, essa d elegacia foi tran sform ad a n o Dep artam en to Region al d o Sen ai, Escola Profission al d e Cu ritiba.

Ten d o com o id eia a organ ização racion al d o trabalh o2, o Dep artam en to tam bém segu ia a p ro p o st a n acio n al d e m elh o r ad est rar p ara a in d ú st ria, (re)fo rm ar (Wein st ein , 2000), con form e os in teresses das em p resas, adolescen tes já em p regados, logo, in seridos n o sistem a d e fábrica. Isso p orq u e o alu n o, ao m esm o tem p o q u e execu tava ativid ad es n o ch ão d a fábrica, reservava m et ad e d a jo rn ad a d e t rabalh o p ara o s co n t eú d o s t eó rico s e p rát ico s (oficin as) q u e com p u n h am su a ap ren d izagem n a esco la. Ao fu n cio n ar co m o cen t ro d e form ação profission al, seguiam as deliberações exaradas pelos in dustriais – decorrên cia de o Estad o ter d elegad o à in stitu ição o d ireito d e “m in istrar en sin o p rofission al a ap ren d izes d a in d ú stria, d os tran sp ortes, d as com u n icações e d a p esca, bem com o en sin o d e con ti-n u ação e d e ap erfeiçoam eti-n to a trabalh ad ores ti-n ão su jeitos à ap reti-n d izagem ”, com o registra o Regim en to d as Escolas d e Ap ren d izagem d o Sen ai (citad o em Fon seca, 1986).

Diferen t em en t e d as esco las d e ap ren d izes-m arin h eiro s e d e art ífices o u d e esco las p rofission ais (m ascu lin a e fem in in a) – in stitu ições m an tidas p or órgãos p ú blicos –, os cen -tros form ad ores (escolas) d o Sen ai eram p rivad os, p ortan to organ izad os, su p ervision ad os e gerid os p or en tid ad e d e in d u striais sob a égid e d a Con fed eração Nacion al d as In d ú strias. Vale salien tar: asilos, reform atórios, in stitu tos e ou tras in stitu ições d irigid as às crian ças d esfavorecid as ou p reten sam en te ‘p erigosas’, ain d a q u e d esen volvessem algu m a m od alid ad e d e en sin o p ro fissio n al, d iferen ciavam -se d as esco las p ro fissio n ais cu ja m aio r p ret en são residia em form ar ap ren d izes, esp ecialm en te os filh os d e op erários.

O s cu rso s d o Sen ai, p o rt an t o , n ão p o d em ser p en sad o s co m o ló cu s d e assist ên cia a ad olescen tes d esam p arad os, m as sim com o p rojeto d os in d u striais p ara form ar m ão d e obra de acordo com su as exp ectativas. No d ecorrer d o p rocesso d escobriram q u e su a clien tela ad vin h a d e fam ílias p obres, ad oecid as, q u e p od iam ser con sid erad as u m p roblem a e n eces-sitavam d e assistên cia p ara viabilizar a form ação req u erid a, m as tal assistên cia n ão con stava n o p rojeto origin al.

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“p araescolar n o cam p o d a ed u cação, d a h igien e e d a assistên cia social”. “Este con ceito o b ed ece a u m a t en d ên cia m o d ern a d e ed u cação visan d o a fo rm ação in t egral d e u m ‘h om em ’, isto é, u m a form ação cu ltu ral e p rofission al em torn o d e u m a sad ia p erson alid ad e” (Sen ai, m ar. 1946, p .3).4

Esse en ten dim en to com eçara a vigorar a partir de pesquisas realizadas pelo Sen ai-SP, ao buscar caracterizar o alun ado e estabelecer seu “retrato psicológico”. Os estudos represen taram o alun o com o “adolescen te com um ”, viven do sob in fluên cias que deform avam sua perso-n alidade, a coperso-n siderar a “falta de assistêperso-n cia fam iliar, trabalh o desiperso-n teressaperso-n te, m á h abitação e alim en t ação , am b ien t es in ad eq u ad o s, co n vívio d em o rad o co m ad u lt o s d esed u cad o s, p recocid ad e d e resp on sabilid ad es”, en tre ou tras (Sen ai, ou t. 1946, p .4). Tal rep resen tação cabia n os d iagn ósticos d e ad olescen te-p roblem a colocad os p or Arth u r Ram os (1954) n a obra A criança-problem a, n a qual se destaca com o as in fluên cias da fam ília, da “sociedade e da cultura im pregn avam a person alidade, m oldan do-lh es atitudes e preferên cias” (p.10).

Con ven cid os d e q u e essas in flu ên cias con sid erad as d eform ativas p od eriam ser com -batid as, u tilizavam os ap ortes d a h igien e – a m en tal in clu íd a – ofertan d o-as à escola. O m éd ico A.C. Pach eco e Silva, p or exem p lo, m ais tard e p resid en te d a Fed eração d as In d ú strias d e São Pau lo (Fiesp ), reco m en d ava (re)ed u car, em vez d e rep rim ir, co n d u t as p o u co con d izen tes com a form ação racion al d e fu tu ros op erários. A p artir do d iagn óstico realizado n o Sen ai-SP, reed u car sign ifico u criar u m a red e d e assist ên cia ao alu n o e, d ep o is, ao s op erários, p or m eio dos serviços oferecidos p elo Serviço Social da In dú stria (Sesi) aos tra-balh ad ores (Wein stein , 2000) – in stigan te, a se con sid erar a p rop osta d e form ação racion al in icial, d esp rovid a d e q u alq u er p rojeto assisten cialista.

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u m cu rso q u e p reten d ia q u alificar ap ren d izes p ara atu ar em exp lorações n o su bsolo, situ ação em blem ática ao con sid erarm os a faixa etária d os ap ren d izes fotografad os (en tre 14 e 18 an os), q u an d o a lei d eterm in ava 21 an os com o id ad e m ín im a p ara trabalh os n o su bsolo. No segu n d o gru p o, “A form ação p ara o trabalh o através d o olh ar d os alu n os”, con stam sete im agen s (Figu ras 10 a 16) d o acervo fotográfico d e O Escudo, órgão oficial d os alu n os e p u blicad o p ela escola d e Cu ritiba.6 Nesse p eriódico os ap ren dizes m an ifestavam op in iões sobre a form ação p rop orcion ad a p ela en tid ad e. São m en cion ad as ativid ad es form ad oras q u e ext rap o lam as o ficin as: so len id ad es cívicas e religio sas, t o rn eio s, viagen s; en fim , ‘retratam ’ com o os ap ren d izes d irigen tes d a associação d o alu n ad o se en volviam com o p artícip es d e u m p rojeto a q u e m u itos, m as n ão tod os, ad eriram .

Co n clu ím o s ap o n t an d o asp ect o s q u e rep u t am o s im p o rt an t es, n essa em p reit ad a d e form ação d e ap ren d izes sob os d itam es d a in d ú stria.

Figura 1: Oficina de ferraria, s.d. Senai-PR (Centro de Memória do Sistema Fiep)

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“Estam os con victos q u e fazer d e cad a in d ivíd u o u m cid ad ão p restan te p ela q u an tid ad e e q u alid ad e d o seu trabalh o é a gran d e cau sa d a Nação Brasileira p esan d o q u ase in teiram en te so b re o n o sso sist em a ed u cat ivo . Terem o s q u e, d e aco rd o co m Du rkh eim su scit ar e desen volver n os in d ivídu os certo n ú m ero d e estados físicos, in telectu ais e m orais reclam ados p elo m eio a q u e o in d ivíd u o se d estin a”. A form ação d o cid ad ão op erário ocorreria “p erfei-tam en te aju stad o à m áq u in a social” (Sen ai, 1944-1945).

Figura 2: Estádio, 1945. Senai-PR (Centro de Memória do Sistema Fiep)

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“Trazê-lo s p ara a esco la p elo p razer d e freq u en t á-la, p ela n ecessid ad e sen t id a”. Para tan to, p rocu ravam satisfazer os in teresses dos adolescen tes in do além dos con teú dos técn icos. Esp ortes, torn eios, olim p íad as e excu rsões tin h am lu gar d e destaq u e n esse u n iverso form ador. Ad em ais, a evasão m ostrou -se m u ito elevad a n os p rim eiros an os d e atu ação d a escola, e alu n o s co m algu m a fo rm ação en co n t ravam p o st o s d e t rab alh o em o ficin as e fáb ricas cu rit iban as. Tam bém fo ram regist rad as m u it as falt as p o r d o en ça. Ten t ar m an t ê-lo s n o s cu rsos ofertad os foi u m d esafio a m ais, p ois n o p rim eiro sem estre d e 1943 a evasão foi d e 51% n os cu rsos d e ap ren d izes op erários (Sen ai, 1943-1947).

Figura 4: Oficina de mecânica, s.d. Senai-PR (Centro de Memória do Sistema Fiep)

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“É fran cam en te d esfavorável a im p ressão q u e em geral, cau sam , ao m éd ico e ao h igien ista, as con d ições d e saú d e d os op erários m en ores q u e se can d id atam aos cu rsos ord in ários e extraord in ários d o SENAI ... 80% são in festad os p or verm es e p rotozoários; 60% tem visão d eficitária; en con tram -se em m éd ia 13 cáries p or boca, ...” (Sen ai, 1944-1945). Roberto Man ge ad vert ia, d esd e 1944, q u e “sem u m Serviço So cial esp ecialm en t e d est in ad o ao s ap ren d izes alu n o s q u e lh es p ro p o rcio n e assist ên cia m éd ica e d en t ária, alim en t ação e assistên cia social, m ín im a será a eficiên cia d os cu rsos d e in stru ção p rofission al” (Sen ai, 1944, p .3).

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Desd e a d écad a d e 1920 p rocessos d e su bstitu ição d a econ om ia extrativista se faziam n otar n o Paran á. Café, algod ão, trigo, cevad a e m ilh o vin h am m u d an d o o p erfil p rod u tivo.

O en gen h o d eu lu gar às t o rrefaçõ es, ao s m o in h o s e ao s p rim eiro s silo s. No est eio d essa m u d an ça su rgem n o vas m an u fat u ras ligad as ao d esen vo lvim en t o u rb an o , m o t ivad o p ela associação d a econ om ia agrícola à in d ú stria d e tran sform ação: can tarias, p ed reiras, olarias. Dessa form a, m an tém -se u m a in cip ien te ativid ad e in d u strial, d estin ad a a su p rir a d em an d a d o s serviço s d e m an u t en ção d o m aq u in ário – serrarias, serralh erias, ferrarias, cerâm icas... (Cabas et al., 2004, p .47).

Na Figu ra 7, alu n os e p rofessores recebem au torid ad es em visita à Escola d e Cu ritiba, o q u e p rop orcion ava visibilid ad e ao p rojeto d e form ação p ara o trabalh o. Tal com o exp osições m u n d iais o u feiras in d u st riais, visit as ao s esp aço s d as o ficin as ap resen t avam o b jet ivo s m u ito defin idos: torn avam -se teatros d a in d ú stria, esp etácu lo q u e o cap italism o p rom ovia p ara celebrar as gran d es fábricas, “cated rais d a n ova h u m an id ad e” a cu m p rir “p ap el d ecisivo n a form ação d e u m a m en talid ad e técn ica e n a d ifu são d e u m a id eologia d a Ciên cia e d o Progresso” (Perrot, 1988, p .91).

Qu an to ao fom en to d a m ecan ização e racion alização p elo Sen ai, n o in ício d os an os 1950, Wein stein (2000, p .219) observava:

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Figura 7: Oficina de marcenaria, 1950. Senai-PR (Centro de Memória do Sistema Fiep)

Figura 8: Oficina de artes gráficas, 1953. Senai-PR (Centro de Memória do Sistema Fiep)

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Em Sid eró p o lis, zo n a d e m in eração d e carvão d e San t a Cat arin a, o Sen ai Regio n al in au gu rou u m a escola com vistas a form ar p rin cip alm en te m in eiros, cap azes d e “p erm itir a racion alização d os trabalh os d e m in eração” (Sen ai, 1947), segu in d o con vicção d a in s-titu ição e d os d irigen tes d a Com p an h ia Sid erú rgica Nacion al, q u e p reten d iam tran sform ar a in d ú stria carbon ífera d o estad o n u m d os fu n d am en tos p rin cip ais d a sid eru rgia n acion al.

Acon tece, p orém , q u e a legislação trabalh ista brasileira p roíbe o trabalh o d e m en ores d e 21 an o s em serviço s d e su b so lo , o q u e n ão só im p ed iria a ap ren d izagem co m o n ão perm itiria que os apren dizes que term in assem o curso pudessem exercer a profissão abraçada. É verd ad e q u e o s d irigen t es d o SENAI co m o o s in d u st riais d e m in eração d e carvão con h eciam bem o d isp ositivo d a lei citad o, m as tod os esp eravam q u e fosse ap rovad o p elo Con gresso Nacion al u m p rojeto d e lei solicitad o p elo Min istério d o Trabalh o, In d ú stria e Co m ércio , q u e facu lt aria ao s m en o res d e 18 an o s fo rm ad o s em esco las d o SENAI o u d o Min ist ério d e Ed u cação o t rab alh o n as m in as. To d o s esp eravam essa so lu ção p o rq u e p arecia fo ra d e d ú vid a q u e ela n ão só co n t rib u iria p ara a o rgan ização racio n al d o s t rabalh o s d e m in eração , co m o , co n seq u en t em en t e, im p o rt aria, n a valo rização d o fat o r h u m an o em p regad o n as m in as. No en tan to, o p rojeto d e lei en cam in h ad o ao Con gresso p or m en sagem d o Presid en te d a Rep ú blica, em bora ap rovad o sem restrições p ela Câm ara, fo i rejeit ad o p elo Sen ad o , t o rn an d o -se im p rat icável a ap ren d izagem d e m in eração p ara m en o res. Isso alt ero u p ro fu n d am en t e a est ru t u ração d a ap ren d izagem em Sid eró p o lis e fo i n ecessário m o d ificar rad icalm en t e o p lan o d elin ead o . ... E o s cu rso s d e t rein am en t o p ara m in eiro s p assaram a at en d er so m en t e alu n o s co m m ais d e 21 an o s d e id ad e (Sen ai, 1947).

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O Serviço Nacio n al d e Ap ren d izagem In d u st rial – SENAI é m u it o b o m . Na esco la d o SENAI a gen te p od e estu d ar e trabalh ar ten d o o d ireito d e escolh er o ofício q u e se q u er. Os p rofessores são m u ito bon s. Estu d a-se, p or sem an a, três vezes m eio d ia d e au las p ráticas, e m eio d ia d e au las teó ricas. O s ou tros três d ias t rabalh am -se n a firm a. Não se p aga n ad a e ain d a se gan h a t o d o o m at erial q u e se p recisa. Gan h a-se u m p eq u en o o rd en ad o , d a firm a p o r m es e ap ren d e-se p ara: alfaiat e, m arcen eiro , elet ricist a, m ecân ico , serralh eiro , tip ógrafo, cald eireiro, p ed reiro, fu n ileiro, torn eiro, sold ad or, etc. Estu d a-se m atem ática, ciên cias, d esen h o t écn ico , t ecn o lo gia, e p o rt u gu ês.Teve u m a b o a id eia q u em crio u o SENAI (O Escu d o , n o v. 1949).

Figura 11: Festa na Escola, 1949. Senai-PR (Centro de Memória do Sistema Fiep)

No d ia 1o d e o u t u bro fo i realizad a n est e est abelecim en t o d e en sin o u m a fest a, co n st o u

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A b iciclet a é o m eio d e t ran sp o rt e m ais u sad o p ela classe o p erária e p elas p esso as m ais m o d est as. Ho je, co m o en carecim en t o d as p assagen s d e ô n ib u s, além d as d eficiên cias deste m eio de tran sp orte, m aior é o n ú m ero d e p essoas q u e u sam a bicicleta, p ois com esta o h orário é m ais garan tid o, evitan d o atraso. Além d estas van tagen s a bicicleta ain d a serve p ara a p rática d e esp orte, obrigan d o a exercitar-se p essoas q u e trabalh am sen tad as ou em serviço s q u e n ão exigem esfo rço o u m o vim en t ação . Ap esar d e seu p reço t er se elevad o m u it o u lt im am en t e, h á as facilid ad es d o cred iário p ara su a aq u isição (O Escu d o , m aio 1953).

Figura 12: Torneio ciclístico em Curitiba, s.d. Senai-PR (Centro de Memória do Sistema Fiep)

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Eu so u t rab alh ad o r e freq u en t o a Esco la SENAI, o n d e est o u m at ricu lad o n o cu rso d e p ed reiro s. En t en d o b ast an t e so b re o assen t am en t o d e t ijo lo s, p ed ras e já t rab alh o b em co m a co lh er. Vo u in d o b em co m m eu s t rab alh o s, m eu s est u d o s, p o is a esco la SENAI, co m o n in gu ém , sab e m in ist rá-lo s. A m in h a p ro fissão é b o a p o rq u e m ais t ard e será d ela q u e irei t irar o d in h eiro p ara o m eu su st en t o e p o d erei gan h á-lo co m o águ a. En fim , t rab alh o co m a co lh er, o esfregad o r, o p ru m o , o n ível, a régu a, o b ald e e a p á, sab en d o t am bém p rep arar a m assa asso ciad a ao cim en t o (O Escu d o , ju n . 1951).

Figura 14: Jogo de vôlei dos alunos de Curitiba e Londrina, 1950. Senai-PR (Centro de Memória do Sistema Fiep)

Sim n ó s p recisam o s d e co m p et içõ es esp o rt ivas p ara elevar o n o m e d est a gran d e esco la p rofission al. Se n ós tivéssem os d en tro d o SENAI agrem iações tais com o fu tebol, voleibol, p oderíam os ap roveitar gran des elem en tos q u e se esp alh am p or den tro da escola. E p orq u e n ó s alu n o s, p ro fesso res e in st ru t o res n ão n o s u n im o s u m ao o u t ro e fo rm am o s ist o q u e t an t a falt a faz aq u i n a esco la, as agrem iaçõ es esp o rt ivas? (O Escu d o , set . 1949).

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Figura 15: Oficina de tornearia mecânica, 1955. Senai-PR (Centro de Memória do Sistema Fiep)

A h igien e é u m a das coisas m ais im p ortan tes q u e o h om em deve observar com seu corp o e co m seu vest u ário . Do p o n t o d e vist a so cial eco n ô m ico h á van t agen s em ser assead o , p ois u m a p essoa lim p a m erece m ais aten ção q u e ou tra d esleixad a. Se n u m a loja en trarem d u as p esso as, n o m esm o m o m en t o , será at en d id a p rim eiro a q u e se ap resen t ar m ais d ecen t e, p o is a reação n o rm al d o b alco n ist a será co n sid erar m ais q u em ap resen t a p robabilid ad es d e ser u m m elh or fregu ês. Assim tam bém , en tre d ois op erários can d id atos à m esm a vaga será escolh id o o q u e revelar m ais cu id ad os com su a p róp ria p essoa, p ois o fu tu ro p atrão raciocin ará, n orm alm en te, q u e ele d isp en sará tam bém m elh ores cu id ad os às m áq u in as e ferram en tas. Acim a d e tod as essas con sid erações im p ortan tes p ara n ós, n ão d evem o s esq u ecer o m ais im p o rt an t e, ist o é, o s ben efício s q u e a h igien e t raz p ara n o ssa saú d e (O Escu d o, set. 1949).

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Mais u m a vez, solen em en te, e com o con cu rso d os Pad res d a Paróq u ia d e N.S. d o Rocio, cu ja Igreja fica ao lad o d a Esco la, fizem o s a já t rad icio n al Pásco a d o s alu n o s e Servid o res d o SENAI (O Escu d o , ju n . 1955).

Para n ó s cat ó lico s, é u m a co n sagração a Pásco a d o SENAI, realizad a t o d o s o s an o s. Ela revigora n ossos corações. Os alu n os e fu n cion ários q u e n ão têm op ortu n id ad e d e con fes-sar, d e co m u n gar, d u ran t e o an o ap ro veit am a Pásco a d o SENAI, p ara cu m p rir essa obrigação d e bom católico. Os q u e vão à igreja p or p regu iça, acabam se con ven cen d o q u e é o brigação su a, d ever seu ir à m issa u m a vez p o r sem an a (O Escu d o , ju n . 1955).

Considerações finais

A fo rm ação p ara o t rab alh o , n a esco la d o Sen ai d e Cu rit ib a, at en d ia ao s o b jet ivo s colocados n acion alm en te pela in stitu ição: form ar trabalh adores, especialm en te apren dizes de ofício para a in dústria que se expan dia. Im agen s, relatórios e tran scrições das m atérias de

O Escudo reforçam as prem issas de um a educação em que estudo, trabalh o, fam ília, pátria,

calen d ário cívico e religioso en con travam -se en trelaçad os, bu scan d o con stitu ir u m tod o articulado. Aspectos técn icos m esclavam -se com ordem , disciplin a, saúde e h ierarquia. Afin al, além da preparação profission al estava em questão ‘afastá-los das ruas’. Con tudo, as ruas se h aviam torn ad o p alco d e lu tas sociais, com a m obilização d a classe trabalh ad ora. Um rol d e greves acom pan h ou as ações dos trabalh adores paran aen ses, n o decorrer do processo de in d u st rialização , e ferro viário s, ervat eiro s, carro ceiro s, sap at eiro s, alfaiat es, est ivad o res, barriqueiros cruzaram os braços (Cardoso, Araújo, 1986; Araújo, Cardoso, 1992).

Tam bém h avia con cep ções d iferen tes a alim en tar as p rop ostas d e form ação, n as d u as d écad as. A in icial foi d efen d id a p or Roberto Man ge, e p osta em p rática p elo Sen ai, p elo m en os até su a m orte, em 1955: a form ação in tegral d o alu n o, d o cid ad ão. Para o en gen h eiro e p ed ago go , u m a fo rm ação p ro fissio n al co m p let a, q u e b em p erm it isse ao in d ivíd u o desem p en h ar u m ofício ou u m a p rofissão (oficiais ou p rofission ais), d istin gu ia-se d aq u ela p ro p o rcio n ad a ao s t rab alh ad o res en sin ad o s, aq u eles t rein ad o s e t rib u t ário s d e u m a form ação p arcial, d e u m ad estram en to p ara realizar certas op erações (Zan etti, Vargas, 2007). Para form ar o ap ren d iz cid ad ão, p rojetaram -se e criaram -se serviços m éd icos e sociais, p orém d iferen tes d o q u e se p od eria ch am ar d e assistên cia caritativa ou filan tróp ica trad icion ais. De todo m odo, tratava-se d e serviços sociais q u e p restavam assistên cia aos alu n os. Em São Pau lo, p or exem p lo, a In sp etoria Méd ica logo foi su bstitu íd a p elo Serviço d e Higien e d o Trabalh o, acrescid o d a atribu ição d e fiscalizar o regim e alim en tar d os alu n os.

Im p ortan tes m u d an ças ocorreram n a region al d o Sen ai-SP, a p artir d a m orte d e Man ge, m as se m an t iveram o s serviço s d e assist ên cia ao s alu n o s n o d eco rrer d o s an o s 1950. Certam en te o d esen volvim en to in d u strial d e São Pau lo, d iversam en te d o q u e ocorria n o Paran á, p od e exp licar p arte d as tran sform ações p elas q u ais p assaram a m etod ologia d os cu rsos e as p ráticas assisten ciais. Mas isso ficará p ara ou tro estu do.

NOTAS

1 O Sen ai, o Serviço So cial d a In d ú st ria (Sesi), o Serviço So cial d o Co m ércio (Sesc) e o Serviço Nacio n al

(18)

co m p õ e-se em u m a alçad a n acio n al (ó rgão n o rm at ivo , o rien t ad o r e co o rd en ad o r) e alçad as regio n ais, en carregad as d a o p eracio n alização . Fo rm ação e d esen vo lvim en t o p ro fissio n al são su as at ivid ad es-fim , cab en d o fo rm ar e d esen vo lver p ro fissio n alm en t e ap ren d izes e o p erário s t an t o n o s cen t ro s d e fo rm ação p ro fissio n al q u an t o n as em p resas.

2 Ro b ert o Sim o n sen , in d u st rial p au list a, fo i im p o rt an t e d ivu lgad o r d o s o b jet ivo s d a ad m in ist ração

cien t ífica e d a o rgan ização racio n al d o t rab alh o . No s an o s 1920, ap o n t ava as m áxim as d o t aylo rism o e fo rd ism o co m o ‘p erfeit o rem éd io ’ p ara san ar o s m ales eco n ô m ico s e so ciais d o Brasil via in d ú st ria racio n alizad a e cien t ificam en t e ad m in ist rad a. Em b o ra h ist o riad o res q u est io n em se o s p ro jet o s d e o rgan ização racio n al d o t rab alh o n a in d ú st ria p au list a segu iram o s p rin cíp io s d e Taylo r e d e Fo rd , esse é t em a esp in h o so , n o q u al n ão n o s d et erem o s. So b re t aylo rism o e fo rd ism o n a in d ú st ria p au list a, ver Zan et t i, Vargas, 2007.

3 Ro b ert o Man ge, en gen h eiro e ed u cad o r su íço , ch ego u em São Pau lo em 1913 at en d en d o ao co n vit e d o

em p resário e en gen h eiro Fran cisco d e Pau la So u za, p ara lecio n ar n a Esco la Po lit écn ica. Em 1923 d irigiu , n o Liceu d e Art es e O fício s d e São Pau lo , o Cu rso d e Mecân ica Prát ica, q u e se t ran sfo rm o u em Esco la Pro fissio n al Mecân ica em 1925. A p art ir d e en t ão p asso u a o cu p ar d iverso s cargo s in st it u cio n ais. Part icip o u d o In st it u t o d e O rgan ização Racio n al d o Trab alh o (Id o rt ) e lecio n o u n a Esco la Livre d e So cio lo gia e Po lít ica. Fo i o p rim eiro d iret o r d o Sen ai n a im p o rt an t e Regio n al d e São Pau lo e u m b alu art e n a d efesa d o s p rin cíp io s d a razão in d u st rial e d as ciên cias d o t rab alh o .

4 Álvaro Ten ca (2006, p .45) d iz t rat ar-se d o “cid ad ão -t rab alh ad o r, q u e d eve fazer co m o m an d a a ciên cia

d a p ro d u çã o ” .

5 So b re o t em a, ver Marq u es, 2009.

6 O b o let im d o s alu n o s, p ro d u zid o p ela Asso ciação d o s Alu n o s d a Esco la d e Cu rit ib a, era p u b licad o

sem est ralm en t e. Escrit o e im p resso p elo s ap ren d izes, p assava p o r co rreção d o s p ro fesso res e co n t in h a art igo s so b re at ivid ad es, cu rso s, p ro fissõ es e visit as realizad as p elo s est u d an t es d o Sen ai. O p rim eiro n ú m ero fo i veicu lad o em 1949 e o ú lt im o , em 1996. So b re O Escudo, ver Do m in sch ek, 2008.

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Imagem

Figura 1: Oficina de ferraria, s.d. Senai-PR (Centro de Memória do Sistema Fiep)
Figura 2: Estádio, 1945. Senai-PR (Centro de Memória do Sistema Fiep)
Figura 4: Oficina de mecânica, s.d. Senai-PR (Centro de Memória do Sistema Fiep)
Figura 5: Consultório odontológico, 1945. Senai-PR (Centro de Memória do Sistema Fiep)
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