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Educação e corrupção: estimando um canal direto entre o nível educacional e o grau de corrupção nos municípios brasileiros

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Academic year: 2017

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1 FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

ESCOLA DE ECONOMIA DE SÃO PAULO

FLÁVIO SAMARA MENDES

EDUCAÇÃO E CORRUPÇÃO:

ESTIMANDO UM CANAL DIRETO ENTRE O NÍVEL EDUCACIONAL E O GRAU DE CORRUPÇÃO NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS

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2 FLÁVIO SAMARA MENDES

EDUCAÇÃO E CORRUPÇÃO:

ESTIMANDO UM CANAL DIRETO ENTRE O NÍVEL EDUCACIONAL E O GRAU DE CORRUPÇÃO NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS

Dissertação apresentada à Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas como requisito para obtenção de título de Mestre em Macroeconomia Financeira

Campo de conhecimento: Economia

Orientador: Prof. Dr. Vladimir Teles

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3 Samara Mendes, Flávio.

Educação e Corrupção: Estimando um canal direto entre o nível educacional e o grau de corrupção nos municípios brasileiros / Flávio Samara Mendes.- 2013. 28 f.

Orientador: Vladimir Kuhl Teles

Dissertação (MPFE) - Escola de Economia de São Paulo.

1. Corrupção administrativa - Brasil. 2. Educação e Estado - Brasil. 3. Administração municipal. 4. Política e educação. I. Teles, Vladimir Kuhl. II. Dissertação (MPFE) - Escola de Economia de São Paulo. III. Título.

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4 FLÁVIO SAMARA MENDES

EDUCAÇÃO E CORRUPÇÃO:

ESTIMANDO UM CANAL DIRETO NO NÍVEL EDUCACIONAL COM O NÍVEL DE CORRUPÇÃO NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS

Dissertação apresentada à Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas como requisito para obtenção de título de Mestre em Macroeconomia Financeira

Campo de conhecimento: Economia Orientador: Prof. Dr. Vladimir Teles

Data de aprovação:

21/08 2013

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Vladirmir Teles (Orientador) FGV-EESP

Prof. Dr. Klênio Barbosa FGV-EESP

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5 AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer ao meu orientador Prof. Dr. Vladimir Teles por toda a ajuda durante os últimos meses na confecção desta dissertação. Sempre disposto a sanar minhas dúvidas e inquietações.

Agradeço também aos membros da banca examinadora pelo tempo dedicado ao avaliar essa tese.

Agradeço ao Professor Paulo Arvate pelas contribuições indispensáveis ao método de estimação adotado neste trabalho.

Ao meu pai e irmãs, pelo apoio que sempre me deram nos momentos mais difíceis. A Bia por me incentivar desde sempre em obter o título de mestre.

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6 RESUMO

Este artigo examina a causalidade entre o nível de educação, medido pela média dos anos de escolaridade, e o grau de corrupção nos municípios brasileiros. A endogeneidade entre as duas séries traz a dificuldade para examinar qual o sentido da causalidade. Seria menos corrupção a causar maiores níveis de educação, ou seria maior nível de educação a causar menor grau de corrupção?

Para confirmar a direção da causalidade de educação para corrupção foi utilizado o método de variável instrumental (VI), tendo o financiamento direto à educação como instrumento utilizado para eliminar a endogeneidade existente entre anos de escolaridade e grau de corrupção.

Os resultados dos dados coletados apontam que municípios com nível de educação maior tendem a apresentar um grau de corrupção menor que os demais.

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7 SUMÁRIO

1 Introdução 8

2 Revisão de literatura 12

3 Modelo teórico: o canal de educação para afetar corrupção 16

4 A variável de corrupção 18

5 Estimando o canal da educação para corrupção 19

6 Conclusão 23

7 Anexo 24

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8 1. Introdução

A organização Transparency International argumenta que “a corrupção ocorre em qualquer lugar. Quando políticos colocam seus próprios interesses acima dos públicos. Quando oficiais demandam dinheiro e favores de cidadãos em troca de serviços que deveriam ser gratuitos. Mas corrupção não é apenas um envelope cheio de dinheiro – essas pessoas tomam decisões que afetam nossas vidas” (Transparency International, 2012).

Como será abordado, o nível de corrupção em um país relaciona-se fortemente a qualidade institucional do mesmo e com a qualidade na prestação de serviços públicos – que é uma maneira de se avaliar como a corrupção afeta uma sociedade na prática (Botero, Ponce, & Shleifer, 2012).

A corrupção está relacionada a baixos níveis de investimento e crescimento – por afetar decisões de investimento e o comportamento político dos cidadãos, apresenta-se como um dos principais obstáculos a consolidação das instituições democráticas e correlaciona-se com a existência de economias informais (Treisman, 2000).

A relação entre o grau de corrupção (também abordado como a qualidade governamental ou das instituições democráticas) e o nível educacional é objeto de estudo de diversos trabalhos na literatura internacional em comparações entre países – ver (Acemoglu, Johnson, Robinson, & Yared, 2005), (Barro, 1999), (Berdugo & Meir, 2009), (Botero, Ponce, & Shleifer, 2012), (Castelló-Climent, 2007), entre outros.

Entre trabalhos que abordam o nível intra-nacional, (Besley & Burgess, 2002) aponta que um eleitorado mais bem informado e politicamente ativo é um incentivo forte para maior responsabilidade do governo, testando essa hipótese em dados coletados da Índia. Neste caso, a qualidade do governo é mensurada pela sua resposta (gastos) a calamidades naturais – em vista do histórico de ineficiência do estado indiano em lidar com tais calamidades, resultando na morte de milhões.

(9)

9 Em (McMillan & Zoido, 2004) os autores avaliam efeitos perversos sobre as instituições democráticas causadas por um esquema de corrupção e subornos sobre juízes, políticos e a mídia local por parte do governo de Fujimori nos anos de 1990. Os resultados apontam como cercear a informação e fiscalização permite a propagação do esquema de corrupção.

(Milligan, Moretti, & Oreopoulos, 2004) aponta evidências de que o nível de frequência escolar nos EUA e no Reino Unido está relacionado com diversas medidas de interesse e envolvimento político em ambos os países. (Lieberman, Posner, & Tsai, 2013) estuda a causalidade entre um maior nível educacional proveniente de um maior acesso a informação sobre a prática de cidadania por habitantes em áreas rurais no Quênia.

Para começar a situar o Brasil dentro da literatura e no nível de corrupção em comparação a outros países, pode-se iniciar pelo índice de percepção de corrupção divulgado pela Transparency International: o Corruption Perception Index (CPI) – Tabela 1.

O Brasil ocupou a posição 69º entre 174 países listados na pesquisa de 2012, estando atrás de países como o Chile (20º), Uruguai (20º), Botsuana (30º), Turquia (54º) e Gana (64º).

Tabela 1.

Posição País CPI

1 Dinamarca 90

1 Finlândia 90

1 Nova Zelândia 90

4 Suécia 88

5 Cingapura 87

6 Suíça 86

7 Australia 85

7 Noruega 85

9 Canadá 84

9 Países Baixos 84

11 Islândia 82

12 Luxemburgo 80

13 Alemanha 79

69 Brasil 43

* total de 174 países

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10 De acordo com pesquisa da mesma organização, 71% dos brasileiros enxergam os esforços do governo na luta contra a corrupção como ineficazes ou indiferentes. Mais da metade dos brasileiros (64%) acreditam que a corrupção aumentou no período de 2007-10. E as instituições mais afetadas pela corrupção seriam os partidos políticos e o Legislativo (Transparency International).

Outra pesquisa, realizada junto a empresas no Brasil em 2009, identificou que próximo de 70% das empresas entrevistadas considera a corrupção no país como a maior restrição para seus negócios, acima tanto da média na América Latina e Caribe (40%) quanto da média mundial (36,3%) da mesma pesquisa (Transparency International).

Apesar de poder trazer a possibilidade comparativa no nível entre países, índices como o CPI – composto por treze fontes diferentes (Saisana & Saltelli, 2012) – tem a limitação de não trazer o grau de corrupção absoluto, somente uma noção de seus cidadãos quanto à qualidade dos serviços prestados e de transparência de seus respectivos governos.

Entretanto, mesmo com tal limitação metodológica, o resultado da pesquisa aponta que países de reconhecida qualidade na prestação de serviços públicos e de democracias transparentes são os que apresentam as melhores percepções por seus cidadãos. O que permite qualificar como coerente a posição negativa ocupada pelo Brasil.

Tal posição reflete em termos de custo da corrupção para o desenvolvimento econômico e social do país. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) estimou em 2010 que o custo da corrupção para o Brasil era de R$ 41,5 bilhões ou 1,38% do PIB, concluindo que o custo extremamente elevado da corrupção no Brasil prejudica o aumento da renda per capita, o crescimento e a competitividade do país, compromete a possibilidade de oferecer à população melhores condições econômicas e de bem estar social e às empresas melhores condições de infraestrutura e um ambiente de negócios mais estável (FIESP, 2010).

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11 2011), (Ferraz & Finan, 2008), (Ferraz, Finan, & Moreira, 2012), (Menezes-Filho & Pazello, 2007), (Teixeira & Menezes-Filho, 2012).

Este trabalho terá sua medida de corrupção baseada na base cunhada por (Ferraz & Finan, 2011), onde o nível de corrupção resulta do percentual de valores desviados sobre o montante total presente nas contas de gastos públicos de municípios brasileiros que passaram por auditoria.

Tomando essa base de dados, se estima um canal que considera a influência da educação através da participação dos cidadãos na fiscalização dos servidores públicos na prestação de serviços públicos.

O argumento principal é que cidadãos mais educados possuem características que os tornam mais participativos em momentos de exigir seus direitos constitucionais, como o acesso a bens públicos e na cobrança de ética junto a servidores públicos e políticos. O canal de influência da educação é estimado através dos anos de escolaridade média por município.

O principal desafio é sanar a endogeneidade existente entre corrupção e educação. Algo que dificulta qualquer tipo de análise empírica no trato entre instituições e crescimento econômico.

Neste caso, a intuição apontaria uma causalidade para ambos os lado: menos corrupção poderia significar menor desvio de verbas, portanto mais recursos de fato sendo investido nos serviços públicos – como educação básica – e assim melhorando o nível educacional da sociedade. Por outro lado, um maior nível educacional significaria cidadãos mais capacitados a fiscalizarem seus representantes de forma a desestimular a prática da corrupção e assim influenciando em um menor nível de recursos desviados.

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12 Após a aplicação do método estatístico, conclui-se que o nível educacional está inversamente correlacionado com o nível de corrupção nos municípios observados. Ou seja, municípios com um maior nível de escolaridade apresentam, em média, um menor nível de corrupção.

Na seção (2) será abordada a literatura a respeito do tema, na seção (3) é apresentado o modelo teórico no qual se baseia as estimativas empíricas, a seção (4) traz detalhes da análise empírica enquanto a seção (5) aborda os resultados. Por fim, na seção (6) são apresentadas as conclusões do trabalho.

2. Revisão de literatura

Nesta seção, será examinada primeiramente a literatura em torno dos estudos sobre a economia institucional e sua ligação com o crescimento econômico. Logo na fase teórica, a discussão sobre a causalidade entre ambos emerge e servirá para ilustrar as origens do tema que este trabalho abordará em sua análise empírica. Também se discutirão maneiras de avaliar a qualidade de um governo, justificando como se relaciona a corrupção sobre a qualidade na prestação de serviços públicos.

De acordo com (World Bank, 2002), há um crescente corpo de evidências ligando a qualidade do desenvolvimento institucional com o crescimento econômico e eficiência através do tempo e espaço, trazendo uma aceitação geral da ideia de que instituições de qualidade é uma precondição importante para o crescimento de longo prazo e desenvolvimento.

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13 Entretanto, o sentido da causalidade está longe de ser unanimidade. Há a corrente que enxerga o crescimento econômico como antecedente para a melhora da qualidade institucional.

Esta visão teórica apoia-se principalmente no trabalho de (Lipset, 1960) sob o argumento que uma sociedade melhor educada tem preferência por solucionar conflitos através da negociação e votação em detrimento de disputas violentas.

“Se não podemos dizer que um nível alto de educação é uma condição suficiente para democracia, a evidência disponível sugere que se aproxima de ser uma condição necessária” (Lipset, 1960).

Pelo lado das evidências empíricas, diversos trabalhos também constaram a causalidade de crescimento econômico em direção a um governo de maior qualidade, como (Barro, 1999) e (Glaeser, La Porta, Lopez-de-Silanes, & Shleifer, 2004).

Em (Castelló-Climent, 2007) encontra-se evidências empíricas da influência da educação sobre qualidade institucional (particularmente da qualidade da democracia) controlando para heterogeneidade não observada e levando em conta a persistência em algumas variáveis, comum para observações socioeconômicas.

O foco neste trabalho será a abordagem sobre a qualidade de governança mensurada pelo grau de corrupção pública dentro do país, embasada na descrição de corrupção pública como o uso indevido de uma posição pública para buscar ganho privado (Svensson, 2005), afetando diretamente a prestação e qualidade de serviços públicos a população.

Esta abordagem é bastante apropriada para se examinar a qualidade institucional de um país, pois a corrupção não possui limites e “afeta a todos que dependem da integridade de pessoas na posição de autoridades” (Transparency International).

(14)

14 a redistribuição pode ocorrer tanto da esfera privada para pública quanto o inverso – reside na forma de lobby, corrupção e outros.

Enquanto o rent-seeking privado ataca a produtividade da economia, o rent-seeking público ataca inovação dado a dependência maior que inovadores possuem em relação a bens públicos (permissões, licenças, cotas de importação) em relação a produtores estabelecidos.

(Auriol, Straub, & Flochel, 2011) aponta para efeitos de missallocation of talents causados pela corrupção no Paraguai. As escolhas empresariais são afetadas por aquisições do setor público, sendo que firmas favorecidas com contratos corruptos gozam de retornos extras, de forma que os segmentos ligados às aquisições públicas terminam por atrair os melhores talentos. O trabalho também conclui que a corrupção é mais frequente em setores onde as instituições públicas são os maiores compradores.

(Tanzi, 1998) argumenta que a corrupção reduz receita e aumenta o gasto público (contribuindo para déficits fiscais), reduz a possibilidade do governo em impor controles regulatórios necessários para corrigir falhas de mercado, distorce incentivos, age como uma tributação arbitrária, reduz ou distorce o papel fundamental dos governos (como garantir contratos e proteção aos direitos de propriedade), reduz a legitimidade da economia de mercado e da democracia.

Quantitativamente, o autor argumenta que a corrupção reduz investimento, por consequência a variação de crescimento, ataca especificamente gastos com educação e saúde, reduz a produtividade do investimento público e o investimento estrangeiro direto.

Em (Mauro, 1995), o autor encontra indícios que a corrupção diminuiu o investimento na economia, desta forma reduzindo o crescimento econômico. A correlação negativa entre corrupção e investimentos, portanto o crescimento econômico é significativa tanto estatisticamente quanto por uma visão econômica.

(15)

15 desempenho de estudantes do ensino primário de municípios em que os desvios foram flagrados.

Aliado aos efeitos negativos acrescenta-se que (Mauro, 2002) observa que governos com corrupção endêmica se autoalimenta tornando-se altamente persistente ao longo do tempo.

Cabem agora questionar a maneira com a qual o nível de educação de uma sociedade permite coibir, ou ao menos mitigar, patamares altos de corrupção.

De acordo com (Dee, 2004), resultados empíricos sugerem que maiores níveis de educação possuem efeitos estatisticamente significativos sobre a participação em eleições e no apoio ao livre discurso. Adicionalmente, anos a mais de escolaridade aparentam aumentar a qualidade dos conhecimentos civis.

Conclusão similar é obtida por (Milligan, Moretti, & Oreopoulos, 2004), que verifica que anos adicionais de escolaridade são relacionados com diversas medidas de interesse e envolvimento com o ambiente político.

(Ferraz & Finan, 2008) aponta que a descoberta de desvios de verba pública em municípios brasileiros, quando devidamente divulgados ao público e tendo o importante apoio de uma mídia local, possui um impacto significativo sobre o desempenho dos candidatos em eleições locais.

Estes achados destacam a importância de um eleitorado mais bem informado no processo de “expulsão” de políticos reconhecidamente corruptos, além do papel da mídia local em auxiliar no processo de seleção política.

O papel da informação para o eleitorado escolher melhor seus representantes é consistente com (Reinikka & Svensson, 2004), que examinou uma campanha do governo de Uganda através dos jornais para incentivar o monitoramento da população sobre o programa de fundos públicos para a educação. Os autores encontram uma relação forte entre a proximidade bancas de jornal de comunidades e o menor desvio de fundos públicos destinados a escolas.

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16 economia e como um eleitorado mais bem informado por mitigar o grau de corrupção em uma sociedade.

3. Modelo teórico: o canal de educação para afetar corrupção

Para verificar outras maneiras com a qual a corrupção é afetada pelo nível de educação, este trabalho se baseará no modelo apresentado por (Botero, Ponce, & Shleifer, 2012).

Esse trabalho constata que maior parte das medidas de qualidade de governança, como “grau de democracia, liberdade política, respeito ao direito de propriedade, nível de corrupção, ou a eficiência na provisão de serviços públicos”, é mais alta em países mais ricos e educados.

Esta correlação sobrevive a tipos diferentes de regime (ditaduras ou democracias), e em países com diferentes tradições legais, heterogeneidade étnica e desigualdade.

Mais especificamente para corrupção, a relação não é óbvia. A queda da corrupção em países que se tornam mais ricos e mais educados é quase universal, ocorrendo tanto em ditaduras quanto em democracias. Portanto, é implausível imaginar que a corrupção recue somente porque os eleitores “expulsam” os políticos corruptos do poder.

A corrupção recua independente de o país possuir uma campanha de anticorrupção, ou pague salário-eficiência aos seus burocratas, seja etnicamente dividida ou tenha uma imprensa livre.

Há, inclusive, um estímulo contrário, pois um crescimento maior do país aumenta tanto riquezas quanto a regulação do governo, sugerindo um estímulo para a corrupção.

Portanto, existe um mecanismo de melhora na qualidade de governança de países com um aspecto muito universal para ser atribuídos a políticas específicas.

(17)

17 reclamações dos cidadãos de cada governo contra funcionários públicos que os maltratem: como “policiais que os violentem, servidores que exigem subornos, professores que faltem nas aulas”.

Como todos os países possuem algum tipo de lei contra abusos de autoridade, corrupção e abstenção de servidores públicos, incluindo penalidades para desvios de conduta, a questão jaz na probabilidade de o transgressor ser apanhado.

Portanto, servidores públicos que optem por quebrar as regras avaliam o risco-retorno de serem disciplinados contra os benefícios de desvios de conduta. Quanto mais as reclamações de cidadãos proliferam e tornam-se mais eficientes, os riscos de investigações e de medidas disciplinares aumentam.

E é por este canal que age a educação. Os autores propõem que uma sociedade mais educada é mais propensa a reclamar contra desvios de condutas de servidores públicos, e fazer estas reclamações de forma mais eficiente.

Desta forma, à medida que os níveis de educação aumentam, também aumentam as queixas contra desvios de condutas, aumentando o custo esperado de más condutas e assim incentivando os servidores a seguirem as regras – levando a queda de pedidos por subornos, queda no abuso aos cidadãos e aumento na frequência de trabalho.

Os autores constatam que há importância no voto para coibir a corrupção, mas o fato de haver melhora na governança com a alta da educação mesmo em governos ditatoriais é uma indicação de que o voto não é o único mecanismo que liga a corrupção menor com maior educação.

A discussão conduz a questionar como uma sociedade mais educada é mais inclinada a questionar e prestar queixas contra abusos mais frequente e mais eficientemente. Os autores apresentam três canais:

(18)

18 Neste caso, indivíduos mais educados podem ter maiores conhecimentos sobre como queixar-se mais eficientemente, pois são mais letrados, articulados e mais conhecedores sobre os mecanismos para efetuar tais queixas.

II. Indivíduos mais educados são mais pro sociais, compartilham valores comuns e são menos tolerantes a injustiças. Neste caso, uma sociedade mais educada leva adiante suas queixas contra más condutas públicas mesmo que as chances de sucesso privado sejam baixas.

III. E por fim, indivíduos educados são menos temerosos de represálias públicas, dado seu maior conhecimento pelas leis e regras, sabendo assim quais são seus próprios direitos e por se sentirem eles mesmos dentro de um mecanismo legal.

4. A variável de corrupção

Conhecido o modelo e os respectivos canais propostos que relacionam o nível educacional ao nível de corrupção de uma sociedade, cabe neste momento estimar a validade empírica deste modelo teórico.

Para a variável exógena que representa a corrupção, este trabalho apoia-se na coleta de dados de (Ferraz & Finan, 2011). Os autores formularam um indicador de corrupção com base nos relatórios da Controladoria Geral da União (CGU).

Estes relatórios são o resultado de um programa anticorrupção iniciado em maio de 2003, baseado na auditoria aleatória de gastos dos governos municipais. O programa, implantado pela CGU, tem o objetivo de desencorajar o mau uso de recursos públicos entre administradores públicos e incentivar a participação da sociedade civil no controle dos gastos públicos.

Vale destacar que (Olken, 2007) já havia constatado que a simples existência de auditorias nos gastos públicos traz uma redução estatisticamente significativa do mau uso de dinheiro público.

(19)

19 recursos desviados. Este trabalho se utilizará da primeira medida que equivale a um percentual de corrupção por município, sendo que suas estatísticas descritivas seguem na tabela 2.

5. Estimando o canal de educação para corrupção

O modelo teórico defende que sociedades com nível educacional mais alto apresentam menor nível de corrupção pública. Apesar dos três canais apresentados, estimar uma relação direta entre educação e corrupção é complicado em vista das questões de causalidade entre ambas variáveis – o que adentra no debate sobre a relação instituições e crescimento econômico, apresentada anteriormente na revisão da literatura.

Como o próprio modelo aponta, e este trabalho dispôs anteriormente, aqui será tratada a causalidade como originada na educação para então afetar o nível de corrupção. Para tal, o tratamento econométrico terá que trabalhar com a endogeneidade existente entre as variáveis corrupção e educação.

O modelo empírico é definido pela equação:

(1)

Média 6,09

Mediana 1,97

Máximo 67,20

Mínimo 0,00

Desvio Padrão 9,59

Simetria 2,54

Curtose 10,78

Observações 476

Tabela 2.

(20)

20 Onde é a medida de corrupção no respectivo município, é a variável de educação medida por anos médios de escolaridade no município, é o vetor de variáveis de controle e é o componente de características inerentes a nível municipal.

Para contornar o problema de endogeneidade, será utilizado o método de variáveis instrumentais tendo o financiamento dos Estados e municípios à educação como instrumento para o grau de escolaridade dos municípios (média de escolaridade de indivíduos acima de 25 anos observada no ano de 2000).

O instrumento a ser utilizado será o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF). Entretanto, não serão utilizados os valores observados e sim uma série construída com base nos coeficientes de distribuição do ano 2000, com arrecadação e matrículas de 1997 (antes da criação do fundo) de forma a controlar para qualquer tentativa de manipulação dos dados por parte dos municípios para obterem maiores volumes de recursos. Este procedimento segue a metodologia empregada em (Kosec, 2013).

De posse da série instrumento, cabe primeiramente estimar o primeiro estágio da regressão tanto para sanar a questão de endogeneidade como para confirmar a robustez do instrumento utilizado. A equação de primeiro estágio segue:

(2)

(21)

21 O resultado indica que o instrumento escolhido é robusto o suficiente para ser utilizado no segundo estágio da regressão. Seu coeficiente é positivo (seguindo a intuição econômica) e estatisticamente significativo.

Uma regressão adicional é feita somente entre a variável de escolaridade e o FUNDEF com dummies para cada município. Seu resultado está disposto no anexo (Tabela 4) e confirma a robustez do instrumento.

Passa-se agora para o segundo estágio da regressão que compreende na estimação da equação (1) com a variável anos de escolaridade devidamente controlada pela variável instrumental no primeiro estágio. Os resultados da estimação seguem na Tabela 5. As observações são ponderadas pelas respectivas populações municipais.

Tabela 3.

Variável Instrumental: primeiro estágio da regressão Endógena: anos de escolaridade

Variável Coeficiente

FUNDEF 1,45 1,440 1,451

(0,0028)***

Prefeito em primeiro mandato 0,136 0,136 0,137

(0,0004)***

Renda por transferência governamental -0,006 -0,0058 -0,0056

(0,00)****

IDH - componente renda 0,10 0,010455 0,010463

(0,00)***

Constante 2,55923 2,5549 2,5588

(0,001)***

* significância ao nível 10%, ** ao nível 5% e *** ao nível 1%

(22)

22 A variável anos de escolaridade, principal foco deste trabalho, é estatisticamente significativa ao nível de 1%. O sinal de seu coeficiente é coerente com a intuição e literatura especializada, apontando que um ano a mais de escolaridade nos municípios brasileiros implica, em média, ao recuo de 6,83% da corrupção no município em questão.

Em adição, a dummy que aponta municípios com prefeito em primeiro mandato e com possibilidade de concorrer à reeleição apresenta coeficiente negativo e é estatisticamente significativo – em linha com (Ferraz & Finan, 2011).

Vale notar que as duas variáveis de renda apresentaram coeficientes positivos, indicando que uma renda maior e mais igualitária não implica necessariamente um menor percentual de corrupção nos municípios.

6. Conclusão

Diversos trabalhos abordam os efeitos perversos da corrupção sobre a economia, prejudicando o desenvolvimento igualitário de uma sociedade e vitimando principalmente as camadas de mais baixa renda que justamente são as mais dependentes dos serviços públicos.

Tabela 5.

Variável Instrumental: segundo estágio da regressão Endógena: percentual de corrupção

Variável Coeficiente

Anos de escolaridade -6,83 -6,873 -6,780

(0,23)***

Prefeito em primeiro mandato -1,857 -1,871 -1,844

(0,0069)***

Renda por transferência governamental 0,126 0,125 0,128

(0,0005)***

IDH - componente renda 0,06 0,0620 0,0630

(0,0002)***

Constante 24,038 23,908 24,167

(0,066)***

* significância ao nível 10%, ** ao nível 5% e *** ao nível 1%

(23)

23 Da mesma forma, a educação apresenta-se como uma das maneiras mais indicadas e comprovadas para se quebrar um ciclo vicioso de corrupção e conduzir o Estado a prestar eficientemente os serviços públicos pelos quais cidadãos arcam com impostos. Tal diagnóstico é importantíssimo ao Brasil, especialmente, neste momento de grandes revoltas populares contra as ineficiências do Estado na prestação dos serviços públicos – em parte atingidos por desvios de servidores públicos.

Este trabalho utiliza como instrumento uma legislação que determina repasses de recursos para investimentos na educação, apresentando como uma variável exógena importante para explicar os níveis de educação nos municípios e controlar para problemas de endogeneidade entre o nível de educação e grau de corrupção.

(24)

24

ANEXO:

0 50 100 150 200 250 300

0 10 20 30 40 50 60

Figura 1. Variável Percentual de Corrupção: histograma

Tabela 4.

Regressão linear: Anos de escolaridade Dummy por município

Variável Coeficiente

FUNDEF 0,02

(25)

25

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Figura 1. Variável  Percentual de Corrupção: histograma

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