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SOBRE A FÍSICA
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Tese de Doutorado
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submetida ao Instituto de Física
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da Universidade de São Paulo),
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"MIRIAN E. BRACCO
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Orientadora: Prafa, Ora. M. CAROLINA NEMES,
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I ).SÃO PAULO· BRASil 1992
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FICHA CATALOGRÁFICA
Preparada pelo Serviço de Biblioteca e Informação do Instituto de Física da Universidade de São PaUlo
Bracco, Mirian Enri~ta
Ícns pesados relatlv1sticos: sobre a risica das co- •
lisÕes per1:réricas~ são PallO, 1992~
Tese (Doutorado) - Universidade de são P_o. Insti
tuto de F1sica. Departatento de F1síca Matemática.
-Área de c~l'IilÇÔO: Física Noolear
Orientador: Prof'i Drl Maria Carolina Nenes
Unite:rm:>s: L
íons
pesado§ relativ1:sticos; 2.Coli-sões periféricas; 3. Inte~ :forte.
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)Esta reaIidad tirana que: se rie a carcajadas,
porque espera que me canse de buscar...
Un amigo en mi carrt:roJ
tina luz 11 una escalera
11 la fuerza de hacer todo a pulmon ....
A. Lerner
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Agradecimentos
À
Universidade de São Paula, em especial ao Instituto de Física, por ter me dadoa possihilidade de realizar meu doutoramento, não só pelos excelentes: profissionais
com os quais rela.cionei~met como também por ter toda a infraestructura necessária
da qual todo Iatinoamericano deveria se sentir orgulhoso.
A FAPESP, que tornou possível minha pe:rm.a.nencia no Brasil, sentindo:rne
res-peitada como aluna em todo momento.
Os agradecimentos são como. um ato mágico, de poder falar coisas que no dia a
dia não fazemos:
Carolina, excelente profissional. Ensinou~me todo do que hoje sinto me orgu-lhosa. O amor a minha. profissão e como Amiga já paJabra. diz tudo.
Fernando, a suas discussões fizeram esquecer medos a errar I estando a meu lado em momentos difíceis com seu jeitinho cálido.
Takeshi Kodama, seu profissionalismo e humildade me emocionaram sempre.
Todo momento com ele deixou :me lições e também algums "Gols" com muitas
risadas,
Meus Amigos Saulo e Marcelo, no dia a dia, aprendemos nos respeitar e
com-partilhar com muito afeto.
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tilhei momentos incsquedveis. A Osvaldo sempre calidamente dando sua a.juda nos
momentos de desespero.
Ma.rina que me aconselhou em momentos difíceis.
Ao pessoal administrativo do instituto, porque estiveram sempre cooperando
desde seus lugares de trabalho. Em especial 8. Marinzinha., Keima, Cecilia., Madalena e Emilio. Meus Amigos, li distancia, sempre fazcndo-me sentir acompanhada por
eles. Em especial a Aleea seu carinho. Laura sua comprensão.
A Marcela e Oscar, sempre me apoiando e ensinando-me ter muita forca em
todo momentO'. Danielita, Ana. Lucia e Rocio sua doçura e carinho. A Ida pela sua
fortaleza para enfrentar a vida.
A Nilda e Alfredo, sento me orgulhosa de que eles sejam meus pais.
E a Cris com quiem compartilho todo o que pode-se desejat.
Muitas outras pessoas gostaria de mencionar, como isto é um ato magico, elas
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Abstract
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,We have compued the role played by strong Ínteractions with the one played e1ectrQmagnetic intera.ctions in re1ativistic heavy ioo collisions. We also ana1yze its
) effeds oí strong Ínteractions in the exdtation of colleetive modes and in the emission
of one and two-nucleon correlations.
We explain recent experimental da.ta (Brookhaven, ES14 Colla.boration), sepa~
rating qualitatively and quantitatively the nuclear and electromagnetic, coherent and incoherent contributions to the one-nucleon emission cross section. We also compare them with results oí other similar expenments.
)
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Resumo
Investigamos o papel da interação forte nas colisões periféricas de íons pesados,
contrastando·a com a interação eletromagnética, e õ efeito que ela desempenha na excitação de modos coletivos, processos envolvendo a correlação de dois núcleolls e
processos completamente incoerentes.
Explicamos dados experimentais recentes (Brookhaven, E814 Collaboration),
separando quantitativa. e qualitativamente as contribuições nuclear e
eletro-magnética, coerentes e incoerentes) comparando~as também com outras experiências
~
,
~
lndice
IntrQdu~ão 4
1 Interação Coulornbiana versus Forte num Processo Envolvendo
Emissão de Dois Nucleons 9
1.l Objetivo do Capltulol 9
1.2 Descrição do Modelo . 11
1.2.1 Aspectos Qualitativos 11
1.3 Justificativa Formal pata o Uso de Potenciais Efetivos. 13
1.3.1 Matriz T e Seção de Choque. 13
1.3.2 Espalhamento Múltiplo . 16
1.4 Modelo • . • • • .
19
1.4.1 Definições .. , . . . . , . , . . . , . . . , . . . 19
1.4.2 Expressão A,!!a[tica para Amplitude da Interação Forte. 21 1.4.3 Expressão AnalIti<:a para a Amplitude da Interação Coulom-
Mana. . . 24
1.4.4 Resultados Numéricos
29
1A.5 Conclusões...
30
2 Uma. Medida Qualitativa de Correlações de Muitos Corpos na
Pre-sença de Mésons Dinâmicos
362.1 Objetivo do CapítuloI ••
. . .
.
. .
.
.
.
.
362.2 Descrição do Modelo •.• 37
2.2.1 AnáJJse das Energias . 50
2.3 Uma Medida de Correla.ções lnternucleonieas . . 52
2.3.1 Re.u1tado. Numéricos . . . • • • • . .
56
2.3.2 Extensão Simples pa.ra. Matéria Quente 57
2.4 Conclusões . . . .
58
3 Teoria Covariante da Excitaçâo Coletiva 60
. 3.1 Objetivo do Capítulo I , . . . • . . .
60
3.2 Teoria Covariante da Excitação Coletiva . 61
3.2.1 Amplitude de Espalhamento e Seção de Choque 62
3,2.2 Efeitos de Absorção
68
3.2.3 Cálculo da Seção de Choque Total 72
4 Contribuições Fortes p8l'a Processos Envolvendo Dissociação de um
Núcleon 18
4.1 Objetivo do Capítulo 1 .• 78
4.2 Espalhamento Múltiplo na Teoria de Glauber
80
4.2.1 ~m.l'litude de Espalhamento Elementar Nllcleon·Núcleon 8t
4.3 Descrição do Modelo . . . , . . 83
4.3.1 Dedução d. Se9io de Choque 84
4.4 Analise das Funções D(S) e W(R.iJ 88
4.4.1 Definição das Densida.des Nucleares Realísticas . . . 88
4,,5 Análise das Experiências do Bevalac . 91
4.5.1 Método da FatQr1zação 91
4.5.2 AnáJJse dos Dados .•
93
4.6 Resultado•• Análise de Dados da E814 • . . .
. .
. . .
954.6.1 Uma. Breve Descrição da Experiência ..
95
4.6.2 Seções de Choque de Díssociação .. 97
4.6.3 Comparação com o. Dados d. E814 . 98
4.6.4 Distribuições de Energ;as de Excitação . 101
4.7 Conclusões... • 102
A Matriz de Espalhamento 103
B .Modelo Macroscópieo Hidrodinâmico 109
C Variáveis cinemáticas 110
D Obtenção da seção de choque 113
Referências 115
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Introdução
Os elementos básicos da Física. Nuclear Tradicional são dois: os núcleons (prótons e nêutrons), tratados como partículas elementares, e a. interação entre eles, um potencial de dois (ou três) corpos determinado empiricamente.
A pa.rtir desses elementos básicos ô objetivo fundamental da Física Nuclear Tradi~
clonal é descrever os núcleos, sistemas de patticulas fortemente interagentes, suas
propriedades estruturais e reações entre eles.
Da.da a natureza. da interação (forte), levar a cabo esta tarefa não foi simples. Esquemas te6ricos sofisticados, não perturbativos, tiveram que ser desenvolvidos. A capacida.de dos computadores, conforme foi avançando ao longo dos anos, roi mais e mais exigida. Temos hoje como herança um tratamento teórico sofisticado e elegante para a matéria densa., que
é
a nw.téria nuclear.--\ ,
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matéria nuclear,
)
A
solução do problema veio com a idéia de introduzir correlações, Assim J,f',"",
~, Negele(10], no seu trabalho de doutorado e outros que se seguiram, mostrou que as
cottel8.ções relevantes podiam ser introduzida.s no próprio potencial (através de uma. dependência com. 8. densidade), mantendo o esquema de B - F e funções de onda. de partícula independente.
') A partir de então um esquema teórico poderoso e consistente para tra.tar a H,)
matéria. nuclear estava construído. Uma descrição satisfatória das proprieda.des "
,
do núcleo frio, segundo os ingredientes básioos da Física. Nuclear Tradicional, se ·"1
dá através de funções de onda de partícula independente geradas a partir de um
potencial efetivo de dois corpos dependente da densidade.
No entanto o avanço nos aceleradores de elétrons e íons pesados nos fornece da~
dos novos, cuja descrição não pode prescindir de graus de liberdade não-nucleôni<:os. lato leva 8. física. nuclear a procurar a. construção de um esquema relativístico que permita a incorporação da dinâmica. mesônica. isto é, incluir graus de liberdade subnucleônicos. Um tal esquema teórico alternativo relativllitico íoi sugerido por
J.
:J
) D. Walecka[9J e largamente utilizado n. descrição de propriedades nucleares. Den-tro. desse novo contexto os núcleoDs são trata.do.s ainda. co.mo. elementares, mas sua interação não
é
mais da.da por um potencial empírico, mas pela troca. de mesons escalares e vetoriais. No limite está.tico, ()htém~se desse modelo um potencial ade-quado que po.deria ser utilizado no contexto. do esquema anterior (Física Nuclear Tradicional).Este desenvolvimento teórico deveria oompleIlienta.r~5e com o avanço experimen~
tal, onde a matéria nudear, ao ser submetida a condições extremas de temperatura,
pressão) campos eletromagnéticos, etc, apresenta comportamentos ainda não expli~
carlos.
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A íormulaçã.o de uma ieoria nuc1ea.r relativística., contendo tais grau de liber~
ri
dade, que permite uma. descriçio tanto de aspectos: estruturais como das seções der~
',~ J
" choque nucleares nesse domínio é ainda um problema. em aberto. Estamos ainda.
') muito longe de ter nas mãos algo teoricamente tão consistente como no caso não re1~
ativístico. Esta
é
uma das razões pelas quais acreditamos na importância. de estudos detalhados de colisões de ÍODS pesados rela.tivísticos.'") Nos processos envolvendo colisóee frontais1 encontramo-nos face à face com a
,
} dinâmica da interação forte, envolvendo fenômenos críticos e transições de fase pre~
,,
vistas por cá.lcu1O$ da Cromodinimica Quântica (QCD) na. rede. Por outro lado, os processos envolvendo colisões periféricas, embora não tenha.m sidQ os que motivaram a construção dos aceleradores! têm muito a nos ensina!' oom relaçãe à estrutura do núcleo mo ou sobre como o mesmo reage ao ser submetido a campos nucleares: e eletromagnéticos intensos. Compreender que tipo de física podemos extrair de da~
dos experimentais desse tipo e como as previsões teóricas de modelos relativísticos (como O proposto por Walecka{9J) se encaixam nos mesmos
é
o objetivo deste tra-balho. POI exemplo, os dois primeiros capitulas da tese dedicam-se a examinar, do ponto de vista do referido modelo (no capo 2), quais seriam suas previsões para as correlações entre dois ou mais núcloons em presença de mesons dinâmicos .._ P~r outro lado (ca.p. 1), investigamos qUê tipo de dados expenll!entais poderia ser sensível a. correla.ções e estudamos detalhadamente as contribuições da interação coulombiana, da interaçãe forte e da. interferência. entre ambas. A idéia de usar íons: pesados relativísticos paxa inve1:itigar correlações foi proposta. por H. Feshhach e M. Zabek(l}, que mostram que, neste caso, cinematicamente a emissão de dois núcleons é fa-vorecida com relação à emissãe de um único. Mostramos a grande sensibilidade dos resultados com relação ao parâmetro de correlação num modelo muito simples,
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'," Os capítulos 3 e 4
da.
tese for8Jll motivados: por discussões com experimentais.
'.~ envolvidos na E814 (Brookhaven). Nesta experiência medem-se processos
envol-vendo a dissociação de um núcleo em reações: do tipO' 28Si
+
T - + 27AI+
P+
:r:"
I
na energia de 14,5GeV/n {19]. O espectro d. energia d. excitação do "Si fornece uma Corte indica.ção de que ocorre 8. excitação de uma ressonância. gigante.llo Si. Sugerem, através de uma anilise empírica dos dados que, além da bem çonhecida
,,,\
contribuição eóu1ombiana. para o processo, existe uma contribuição Duclea.r propor~
clana! à 60ma dos raios do projétil e do alvo. Sugerem ainda, ao analisar a seção de choque total, que a contribuição nuclear seja pequena para excitação por núcleos pesados e dominante para exciteção por núcleos leves, Dois tipos de coisas: poderiam estar acontecendo aí: a interação Corte poderia estar provocando a excitação de um modo coletivo, ou poderia estar provocando a absorção de emergia por um núcleon por intermédio de um processo incoerente. No capítulo 3 investigamos a primeira. possibilidade. Encontramos que dentro de uma formulação covariante do processo é possível obter resultados analíticos não só para a. seção de cho,que coulombiana como também para. a de interferência Coulombiana-Forle e para a forte. Mostramos que, devido à falta de conhecimento preciso sobre a intensidade da interação forte e a massa do, méson trocado é impossível fazer uma previsão quantitativa.. E6tu~
damos
eiitão os resultados para vários valores desses parâmetros. ConclUímos que aseção de choque de interferência é muito maior que a forte e para. cedos: valores dos parâmetros podecia. competir com a coulombiana no caso de excitação por núcleos leves.
No ca.pítulo 4 estudamos a contribuição forle via um prOee&50 incoerente, no contexto da Teoria de Glauber. Mostramos que essa contribuição é bastante impor-tante para. explicar seções de doque totais obtidas experimentalmente e reflete uma física muito simples, que se relaciona
à.
distribuição de momento do núcleon ejetado)
-;j
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"'.,
~J na superfície do núcleo, Além disto mostramos que a. dependência. teórica. da seção
) de choque nuclear com a soma dos raios é exatamente a sugerida. empmcamente ,:'\.,
pelos experimentais de Brookhaven. Obtemos dessa forma um método simples e
')
~) seguro (o cálculo é essencialmente independente de parâmetr()S livres) para. extrair
a contribuição nuclear dos dados experimentais e ohter a seção de choque devido à. dissociação eletromagnética. O método que tem sido tra.dicionalmente utilizado para esse fim baseia-se na "hipótese de fatorizaçáo"
[27J
proposta por Feshbacll, que não é adequada, como mostramos em nossa análise) além de carregar muitos desvios estatísticos e incertezas experimentais.Recentemente Hill cf al.[27'], utilizando-se desse m~todo pa.ra extrair a seção de choque nuclear de seus dados, concluem haver unta disctepância da seção de choque de dissociação eletromagnética obtida a. partir de seus dados, ao serem comparados com a famosa. expressão de We1zsãcker-Willians (W-W). Mostramos também que, reanalisa.ndo esses dados à lnz de nosso modelo, podemos resolver essa. questão e dizer com segurança. que não há realmente discrepância entre os dados e as previsões de
w-w.
I
As conclusões de nosso trabalho são discutidas no fim de cada. capítulo.I
Gostaría.mos ainda de concluir dizendo que a interação com experimentais foi
I
fundamental para o desenvolvimento deste trabalho, tendo em muito contribuído para. o nosso empenho e entusiasmo de compreender essa física. tio rica envolvida ! nas colisões periféricas de íons pesados rela.tivísticos.' )
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Capítulo 1
Interação Coulombiana versus
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Forte num Processo Envolvendo
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Emissão de Dois N ucleons
1.1
Objetivo do Capítulo
lComo discutido na Introdução) colisões periféricas entre 10ns pesados a. eJlergias ultra-relativísticas podem fornecer informações sobre propriedades do núcleo frio, ou seja, da estrutura nuclear.
\
Neste caso em particular, a. observação em coincidência do processo de emissão
de dois nucleans (favorecido sobre o ptocesso de emissão de um núcleon por razões
cinemáticas) pode funcionar como possível indicador de propriedades da função correlação nuclear. Essa. idéia foi proposta. por Feshba.ch e Zabek (I] e considerada
I
por diferentes autores: Bayman et ai, [2), trataram o problema. de transfetência deI
energia em colisões de íons pesados relativísticos, usando a aproximação de impulso.,
Bex:tulani el aI. [3J calcularam seções de choque para a interação forte usando esse mecanismo, atra.vés de um modelo simples. Este será descrito na pró:lCima. seção J
I
II
pois será usa.do nos nossos câlculos.'M. E, Bmcoo, F. S. Na.va:rra. e M. C. Nemes. publicado em Mod. Phys, Let.t. A28(1991)2581
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Lígia L. Barz e.t
al.r4]
estudam um aprimoramento do modelo, introduzindo aorlogonaliz..;oo explícita do ..tado final ao ..tado inicial.
O ponto de vista por nós adotado no presente trabalho
é
o seguinte: comosabe-mos, para tratar corretamente a função de onda do núcleo atômico, em especial
incluindo correlações, seria necessário um investimento numérico considerável
(po-tenciais realísticos, funções de onda de Jutrow, solução exata. do problema de A
corpos). Para considerarmos corretamente a. função de onda. de estado final dos dois núdeons seria necessário introduzir intera.ções residuais, funções de onda. distorcidas
etc. Dada a natureza qualitativa da idéia, como inicialmente proposta, decidimos
antes de mais nada investigar através deste modelo extremamente simples ([3]) quâo
sensíveis seriam os dados experimentais 30 comprimento de correlaçã.o~ na situação mais favorável.
Nossos principals resultados foram os seguintes: dentro do contexto e limitações
do modelo, os resultados são extremamentes sensíveis ao referido comprimento de
correla.ção. Para energias de bombardeio de 1 GeV/n, as duas contribuições
(in-teração forte e coulombiana) estão bem separadas no que se refere à. emissão de dois
núeleons, em vários intervalos das energias cinéticas 40& núcleons emitidos.
O efeito Coulômbiano exibe uma dependência logarítmica com a energia.l o que
é
esperado. pata energias uttra~Ielativístkas! enquanto que a interação forte tem uma.
dependência muito lenta com a energia incidente.
Na seção 2 descrevemos o modelo utilizado. Iniciamos (seção 2.1) com
uma dis.-cussão da. idéia qualitativa de Feshbach e Zabek. Para construir o modelo precisamos
conhecer os campos gerados pelo núcleo projétil, em seu movimento, sobre o alvo.
O campo coulombiano é bem conhecido e nio precisa ser modela.do
fenomenologi-camente. O potencial nuclear não é bem conhecido e para ele vamos adotar um
potencial fenomenológico, que a.justa bem as propriedadCJ3 nucleares [3).
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A utilização de potenciais fenomenológicos, obtidos empmca.mente, pode ser
justffieada teoricamente dentro das aproximações cabíveis neste caao, o que fazemos
na seção 1.3.
Na seção 1.4 descrevemos o modelo usado para o cálculo da seção de choque,
o qual, apesar de ser Eimples, noa permite extrair informação 60bre as correlações
entre 06 núcleons na l3upedície do núcleo.
1.2
Descrição do Modelo
1.2.1
Aspectos Qualitativos
Tra.tamos este processo de colisão periférica de Íons pesados usando aproximação de
impulso. A matéria nuclear é tratada classicamente. Os núcleos se aproximam num.a
trajetória retilinea, e suas superfícies não se deformam devído ao curto alcance da
interação nuclear.
A energia de excitação pode ser estimada usando argumentos do princípiO' de
incerteza. Se a interação tem duração !J.T, logo
h __
(1.1)
I1.E ~ I1.T
onde !J.T é dado pela escala de comprimento longitudinal (que no referencial do
alvo é l1."(Z) dividida pela velocidade do projétil ti ~ c. ; é o fa.tor relativístico, que introduz a contraçoo de Lorentz. Assim:
E~
"7"
(1.2)
I1.Z
e
C) -)
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li,
CJ
P. '" ilZ (1.3)i)
Observe que estaa duas equações satisfazem a. equação de um fôuQn E == pu.
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0.5
0.75
1.0
Plme
Figura 1.1:
A eneryia. em função do momento (unidades rulimensionais) segundo a relaçâo de
incerteza ("'1.(1.2)), do fônon absorvido
(curva
pontilhada), segundoa
equação dedispersão (E =
pv)
para 'ti = O.5e, 'V = O.75c e v == c (curvas cheias), e segundo aeg. relativí8#ca da energia (eg.(1.4)) do nuclean (curva tracejoda).
Feshbach e Zabek {I) usa.ram estas estimativas para argumentar que a energia
será. preferencialmente absorvida por um par de nucleons e não por um único nu~
c1eon. Eles mostraram que estes iônons seriam dificilmente absorvidos por um único
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E.(1.4)
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Dado que a interação nuclear envolve algumas centenas: de
Me:V,
concluímos que ofônon será. absorvido pelo menos por um par de núcleons correla.cionados, os quais
poderão ter energia cinética. suficientemente grande e momento total pequeno, caso
em que eles se movem em d.ireçóes opostas. Podemos ver esta análise na. figura 1.1
[4].
A seção de choque para emissão de um par de núcleons depende da probabilidade
de absorção do fônon pelo pax.
1.3
Justificativa Formal para o Uso de Potenciais
Efetivos
1.11.1
Matriz
T
e Seção de Choque
Queremos descrever o espalhamento de uma. dada partícula (com índice O, podendo
ser do projétil visto como sistema composto ou não) num sistema de A partículas
ligadas (o núcleo alvo). O projétil antes e depois do espalhamento permanece- não
perturbado e o Hamiltoniano do sistema pode ser escrito como
A
H= H
A+Ko+ EVOi
(1.5)
i=l
onde
H,4
é a. ha..miltomana do nucleo alvo)Ko
é o. operador de energia cinética. do projétil e o. termo :E~1 VQi corresPo.nde à !io.ma da. intera.ção do. projétil com cadanúcleon do. alvo.
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Definimos
Eo
=
HA
+
K
Q onde este operadorÊlo
tem como auioíunÇÕés o produto das au.tofunções de cada operador, ou seja,HA
In)
=
EnIn)
kol~)
=
.ol~)
H.ln~)
=
(E.+
EO)In~)
(1.6)Estamos desprezando a. antissimetrização entre projétil e alvo, o que em geral é uma. boa. aproximação para energias relativísticas.
A equação de Schrõdinger estacionária pode então ser escrita.:
(E - Hu)
10/1)
=V
111»,
(1.7)Esta equação pode ser resolvida formalmente ao introduzirmos a. função de Green:
Go
=
(E
-Hor' (1.8)seja (E Ho)
IÔ~)
= OeIÔ)
é
o estado fundamental do núcleo. Então a solução geral d. equação 1.1 é:111»
=IO~)+GoVIo/l).
(1.9)Esta. solução de espalhamento obtida contém o canal de entrada, jOko}, como solução
assintótica. No canal de saída. a. solução deve para cada. autoestado In), conter uma. onda esférica para o projétil. Para isto devemos definir G
o,
Go
=
lim(E - Ho
+
ter'
(1.10)
<-o
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(1.11)
2:
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7r I" TO - TO " In) (nlonde JL é a massa do projétil e qrt =
ICE -
En+
p)2 - 1-'2. Isso significa. que para')
cada. autc.estado in) o propaga.do! Go será. uma onda esférica. com momento q",.
J
Assim, vale para. a solução de espalhamento:
, "
~ 2Vq,2
+
p.2 elqnli"o-~I(;:01"')=(;:010",,)-2:
~
,
I"
~,
In)(nlVl"')
(1.12)
n 'Ir TO - TO E assintoticamente, vale:
(1'0
I1/;)
r(l-~
c'karolO} _
~
21q!
+
p.2 e'9nto(1.13)
(2.-)'/2 L 4- In) To.
n "
"0
1kQro
onde'Ton.
==
(nq:,jVI1fo}.
Temos assim uma onda livre que entra e , e ondasesféricas que saem com uma amplitude de espalha.m.ento
2';",'
+
q~To.
f~=
(1.14)
4..
onde a ma.triz T de transição é definida~
To.
=
(n<ln
IVI",,)
(nqn
ITI
O)
(1.15)
comT
=V.,p,
ou seja, a. ação do operador transição sobre uma onda não perturbada é idêntica à a.ção do potencial V sobre a solução de espalhamento:TIO&.)
= VI"')
(1.16)1
-,
) ') ,
,
J( "1 -, ! h
"
r;
' )
)
• )
')
-,
,
j
I
'
,
I
,
A equaçiio de Lippmam-Schiwinger:
I"')
=l0ko)
+
GoVI"') (1.17)pode ser escrita, com 8. definição do operador de transição, como;
v
I"')
=VI0ko) +
VGoVI"')TIOk.)
=VI0ko)+VGoTI0ko)
(1.18)
ou como equação de operador:
T = V
+
VGoT (1.19)A matriz T assim definida é a quantidade central para a teoria de espalhamento múltiplo. Seus elementos de matriz são proporcionais
à.
amplitude de espalhamento,podendo então obter~se diretamente a seção de choque diferencial para espalhamento
do projétil.
1.3.2 Espalhamento Múltiplo
Partindo da, equação
T
=
V+
VGoTobtemos
.. I :j
-,
) ) I
1\ .•
~
(1- VG.r'
=
1+
VG.+
VG.VGo+ ...
(1.21)I
,
~'
) Assim. escrevemos: íT
=
V+
VGoV+
VG.VG.V+...
(1.22)Se escrevemos V como &Oma. de interações entre o projétil e o alvo,
A
V =
I:Vo; - I:
v; (1.23)i=l
obtemos para a matriz
T:-T
=
L:
Vi+
E
v.GOVj+
E
ViGOVjGO'VJ.+ ...
(1.24)i ij ijk
A ma.triz
T
é portanto uma soma de infinitos termos que descrevem a ação do potencial elementar Vi, O primeiro termo descreve todos os processos nos quais oprojétil interage somente uma vez com a partícula.
i
do alvo. O segundo descreve e.interação com duas partículas do alvo com uma propa.gação entre essu interações através de "Go». Neste sentido os outros termos descrevem a interação do projétil éOm um número cada vez maior de partíeu1as do alvo, com uma propagação entre -cada uma. delas. Assim é possível que os índices
i
e j sejam iguais, o que significaque o projétil interage várias vezes com a mesma partícula. do alvo. Além. disso, não se sa.be se a. série acima converge ou não) devido ao caráter singular que pode ter ao interação 11. Podemos reescrever a. série acima. e agrupar as sequências nas quais índices repetidos aparecem. Introduzimos então os operadores:
·1
!
,,
,
Ji
=
Vi+
viGOJ; (1.25),
Os J. descrevem a. interação global do projétil com uma partícula. do alvo.
I
-)
"
)) ,, '1
~._,
.-:", ' \
()
)
,
, ,
I
I
,
I
Ji
=
'Vi+
V,GOVi+
l1iGOt!iGO'Vi+ ...
(1.26)Vemos que Ji pode substituir precisamente as sequências com mesmos índices na..
equação para. matriz T. Vale ainda.
v, = J, (1
+
GoJ,)-1::;;;; Ji JiGOJi
+
J.GOJiGOJi ••••• (1.27)Aqui aparecem sinais alternados.
Substituindo na equação para a matriz T,
T
=
L
(I, - I,Gol,+ ...) +
L
(I, - I,GoJ,+
I,GoJiGol, - •..i ij
Co (lj - JiGoJj
+
JjGoJjGoJ;+ ...)) + ...
L
Ji+
L
I,GoJ;+
L
I,GoliG•J•+...
(1.28)ij,i-:pj Ijk#iJ#
Vemos então que todos os termos com dois índices iguais se cancelam. A série
ainda. tem in:fi.nitos termos, mas J. pode ser visto como uma. amplitude de espa.-lhamento com potencial "Vi. Se desprezarmos a. energia de ligação da partícula do
alvo,
Ji "" ti (1.29)
e tj é a amplitude de espalhamento elementar projétiliésima. partícula. do alvo
ti ~ V;
+
Vi(E Ko Ki
+ur
1 ti (1.30) Quando estamos trabalhando com interações fortes, por exemp1o, essa expressão)
)
~)
.. )
C) potenci4is efetivos. A rigor, no tra.tamento de interações desse tipo deveríamos somar
')
infinitos termos da série que dá a. matriz de espalhamento. Dada a inviabilidade de
i )
tal procedimento, é usual a. atitude de utilizar potenciais fenomenológicos que em
,, princípio poderiam corresponder a essa. soma parcial de infinitos termos da série
exata.,
1.4 Modelo
!1.4.1 Definições
Vamos estudar as colisões relativísticas periféricas de Íons pesados de acordo com o
meeanismo descrito antes.
Na :figura. 1.2 descrevemos a colisão alvo projétil. O projétil viaja. na direção i,
com velocidade v ~ c. Em primeira ordem da teoria de perturbação a amplitude de
probabilidade para a mudança do estado inicial
..pi
ao final .pI
é"fi
=
,~
r:
dte'"f
d'r,
f
d'T,..pi
(r"
i'2)[11,(r"
t)
+
V,(r"
t)
+v"(r,,t)
+
v"(r,,t)].pi(''''') (1.31 )onde Vc(r;,t) e v"(r,,t) representam o potencial Coulombia.no e forte,
respecti-vamente, atua.ndo entre o projétil (considerado como partícula sem estrutura.)
e O iésimo núcleón. O termo
n.w
é igual a. 1i.w :. Ef E; :. 51+
'2+
energia de ligação do par (:;;::! 16MeV), e El e e2 conespondem às energias cinéticas ,
i dos núcleons 1 e 2: (no referencial do núcleo que emite os núcleons).
A função de onda. final dos núcleons é suposta, por simplicidade
I
19- - - -
--) ,,
')
')
,
I ()
1/J,{rj,f'z):=
elkt"i'le-i';.·r2 (1.32)I
" ;ê) onde ~ (i
=
1,2) são os vetores de onda dos nucleons emitidos. A função de onda'1 inicial é dada por
.... ... 1'1 1'2 1'1 1'2
{ '} {'}[ {I I'}]
(1.33) t'i(rl,T2)=Nexp-2a}
exp -2a~, l-exp - r~;
onde N é a normalização apropriada., 1'<: é () parâmetro de correlação e aT é escolhido
"
,
para. reproduzir li magnitude e diíusivídade do potencial Woods-Saxon (W-S) na superfície nuclear, "'T =2.,;;;n;;; [3].
8
~v
- _ e _ _
b
v
.z
I
I
I
Figura 1.2:
Colisão relativística entre um núcleo contraído pelo fater de Lorenb e um par de nucleons no sistema de Laboratório.
Podemos ver que I) parâmetro l'c simula na. função de onda também o Princípio
de Pauli pois se rt
=
1'2 o termo entre colchetes se anula, se 1'1'#
,.~ as partículasestão corre1a.cionadas.
Para simplificar os cálculos, usa.mos para o potencial forte uma aproximai$ão
,. ~
-')
)
1 )
os nossos cálculos. O potencial criado por um projétil centrado em (X,Y,Z), com
b
=
';z'+
y' (parâmetro de impacto) ez
=
vt
é dado por:')
1
)
V( -, 1'" t) _ " - '1Ygexp {_(X -2
"'i)'} {_
exp {Y -2yd'} {_
exp,'(vt -
2'i)'}
(134)•Ctp CXp Qp
d ( .?)-l/Z, f . , . _"~o • d ' d
on e 7 = 1 - til e o a.tor r&tIV1stico UblWll que mtro uz a contra.çao a. densidade nucleônica. do projétil que gera a interação. Vg e ap são escolhidos para
:reproduzir a diíusividade do potencial W-S:
I
Vo Rp
V.="2exp2a
Uponde Rp é o raio do projétil e a é a difusividade.
O potencial coulombiano é[6]:
=
2JaRp
(1.35)_ Zp",
V.
(ri.t)
= r.==;"C';C==~~~'F=;C:===::;'J("" -
X)'
+
(Yi -Y)'
+,'
(Zi -vt)'
onde Zp é o número de prótons e "eu a sua carga. elétrica.Para calcula.r a amplitude, eq.1.31, decompomos esta. em:
(1.36)
ZT AT
aJ'= ,/2(a<,+a,,)-
,/2
(a,.
+0,,)
(L37)onde os índices s e c .referem-se às amplitudes forte e coulombiana respectivamente,
4/2
é número de pares de núcleons do alvo eZi/2
é número de pares de prótons.1.4.2 Expressão Analítica para Amplitude da Interação
Forte
Nesta seção expomos os passos a seguir para. realizar a integração analítica para
a amplitude da. interação forte[11}. As integrações realizadas são simples, pois en-volvem funções exponenciais.
,
,
")
-)
Usando as funções de onda (1.32) e (1.33) e o potencial (1.34) na definição de
""'
."
,
amplitude (1.31), obtemos;!
11
00a.\ = UI. -eo dte.,wt
J J
JJ1'l tfr2e-lkl>Tle-ll!is.r'l'.'
" {(X-z,),}
{(Ylfl)'}
{'"('(vt-.,)'}
XiVgCXP - 2 exp '2 exp - _'1
ap exp ap
I 1'1 1'2 1'1 -1'2
{
-2"j.'} {
-2aj.
'} [
{I~
r~I'}]
,
~" xN;exp exp l-exp
~
(1.38)A integração temporal tem como resultado:
,'(vt z)'}
.fi'
{a}.w'}
{w}
OO dtexp { wt- ~
I =cxp-exp --42:2: ex}' 1.-Z1 (1.39)
J
_!Xl op ,",/V 'Y ti tJEscrevemos a. amplitude em coOIdenadas cartesianas, ou seja,
VgNap.fi'
~ exp{",~w'}
412112J J
dZ2J J J J
dy'l dZ2a.,:=: _ _~ - d:r:l dlfl dZ1
X exp {-l[k..z,
+
le"U,+
k"z,+
k"z,+
k,uy,+
k"z,]}(X ",)' (Y
-y,)'
w}
xexp { - +t-ZI
Q},
a~ tiX eJCp { -
(;t;i
+y;
+
zr
+
z~
+
yi
+
~)}
2aj.
{_('" -
z,)'
(li' V,)' _
(Z1 - ")'}]
X
[1 -
exp 2: 2 2 : ' (1.40)Tt:; Te r(;
Temos então integrações sêxtuplas. que podemos separar em dois termos. Como podemos ver da última linea da. expresão 1.40, que um dós termos não contêm correlação e o outro contém toda a informação sobre a mesma, o qual mistura as coordenadas das partículas 1 e 2. As integrais são gaussianas e no limite em que
, )
" 1
--~
-,
1
,':1
a,
,B_
{ -4a(Rp+RT)-'(Rp+RT)(k.v +k,v)bb' RT },
X [ _ {
_rl
(k:.
+~.
+
~,)}
+_ {
~
(.ir
+
~v
+ki,) }]
X_ {
~
[(k.r+
k,,)'+
(k.v+
n..)']-
'i:
[kIr
+
k,. :n
{
,,~w'}
') (1.41 )
X 4-y'v'
onde
4,,11'
Vó ''';
3{Rp}
B
=
- N - a RpRTRTr,exp -2li. À a
1 [
RT]
(1.42)
À
2"l+ Rp '
A seção de choque total para interação forte é:
j,
«>A}
'2(T.
=
2... db b-;;-la,(h)1Rp+RT Li
16,,· N'V(} , '( ) ' ( 6 {Rp - RT}
1;',,2 ~ATa RpRT
RT
Rp+
RT)r, exp 2aX
[exp{_rl~}+exp{_rlk1}r
X_ {
:t
[(k.r+
k",)'+
(klv+
n..)']-
aI
[kh+
k,. :n
2aRpW'}
, , -{ - j'V' . (1.43)
onde usamos que ali = 4 111
+
(t~l'Podemos ver que a dependência. com a energia, através do fator 'Y. está contida no
último termo, e a dependência. com (.) número de massa é dada a.través de
Rp
eRT,
·:')
,
.,
~
"'1 .')
1.4.3 Expressão Analítica para a Amplitude da Interação
)
Coulombiana
:)
~)
..
) Nesta seção [7]sera necessário usar aproximaçôes para chegat a um resultado analítico. Aqui as integrações são mais complicadas devido ao fato de que não há a.penas {unções ga.Ussla.nas. Nossos res.ultados analíticos foram testados comin-.
,
tegrações numéricas .A amplitude da seção de choque é dada por:
aC1 =
;~
i:
dt e lwt!
áf!1')
f
rfrze-Ikl·rl-.~·rl
x-r~==~====Z~p=e~I~========~
"f(Z1 - X)'
+
hl1
Y)'
+ "
(Z1 -
vi)'
xNex
p{_(r
1:;l)}
[l_exP{_(i'i
~t')2
ô}],
(1.44)
2
Fazendo primeiro a integração temporal temos~
-
~ 2 •j
dt=
-e'··1
-00
V(",
X)'+
(li' Y)'+
I' (" -vt)'
IVxKo [.;:,
J<r",
X)'+
(li' y)'j
(1.45)e a passagem a coordenadas cartesianas:
a"l =
2~~:N
f
dZ 1f
dZ2J
dYl!
dy-zf
dZ1!
dZ2Xexp {-1 [k1:tôC1
+
k1VYl+
[kL:
:J
Zl+
k
21;X'i
+
~flY2
+
k'iXZ'iJ}
(X'
+,,' +
z'+,,' +y'
+
Z2)}
X exp _ 1 olfl I 2 2 í
1
.
" •\
')
1 ) )
~)
X[l_CXP{_(Zl-",.J'
1'2
,
_ (Yl-y,J' _ (Zl-."J'}]
1"''2
,
1'2,
r,
)xKo
[~
V(Zl -
X)' +
Ü"
YJ'] ,
(1.46)Aqui vemos que a. diferença essencial com a amplitude da. interação forte é que
,
) aparece uma função de Bessel Ko, a. qual tem uma. singula.ridade na origem, enquanto
na amplitude Coulombiana OCUl're uma Gaussiana. Podemos integrar em Zl e Z:!,
obtendo
Ir- =
f
dzi!
dZie-'(kl.-~}tl-'k2'~exp{_z?2:tzi}exp{
(z;
-2Z1Z2
+
zi)}
r'
,
(1047)
1rr,aT exp
{-1
k;,}
exp {-aI
[kle
+
k" - :]'}
e em :02' e yz:
1]
22"" }
I
dz2 exp{
-~k2;r;Z2 -[
2at1
+
r;
2:2+
'1';:D
i v,rr,""P{1
[,I<,. -
2~,
n
f
dllz exp {-1~v1h
-[2~}
+
:!
1
yi
+
~1112
}
v,rr,exp {1
[,k,. -
2~,
n
e a amplitude (1.46) fica:2ZpeN
aC1 = tnv
X exp {
-2
{r; (
2 2 )}I I
I:t1l"Tc; exp
-4'
1.:2/1+
kz%, d:t:l d1l1,,~
(":+
!li)
,(k,.+
k"J"', ,
(k,.+
k,.)y,}
xK.
{~
)"'1
+
(y, b)' } .
(1,48)Fazemos uma mudança.. de variáveis a. coordenadas pola.res) e
(1.48)
fica:--• I
. I
')
,
,
.'
, )
1 "
j
)
".';
)
".~}
I
=
9(b)!."
dO
f
drrexp{-:} (r'+2brsine)}
x exp{-'
[(k,.
+
.1:,.)
cos 8+
(k"
+
k,,)sin 8]r} Ko
{~:}
(1.49)onde
g(b) =
exp{-'(k'u
+
k,.)b+:~b'},
(1.50)Sendo a. emissão dos núcleons na direção do eixo incidente (Z), a integração angular
dá.i
I
= 21rg(b)f
<Ir rexp {-~r'
}Io
[~~
1
Ko
[~
1·
(1.51)Agora estudamos o que acontece no limite onde a. função
Ko(;;T)
diverge, istoé
r
+ O. T=
J~~
+
(UI - b)2. Qua.ndo if - t 0, a. função de onda do núcleon 1penetra. no projétil e interage com toda. sua carga, a qual está. concentrada neste
ponto. Esta é a contribuição mais importante que tem a. amplitude. Estudando o
comportamento de Ko e Ir; neste limite, consideramos:
Ko(z) ""
Inm
,,'
I,(z)
(1.52)
'" 1+
4'
Substituindo e integrando temos:
1= {"
(a}
H')
In
(~:;)
+
i
[a~C
+
b'(C
-1)1}
exp { ~}
(1.53)i ) í
\
"
"
,
")
O") Podemos escrever a amplitude como: , )
~',
2ZpeN1IT'I.1.
,.~\ a"l -- mv e (1.54)
" ' ,
Construímos a~ permutando os índices 1 -- 2 e escrevendo
ae
=
ilÇ1+
ilc,,
"" =
.AM,M,I(b)
(1.55)onde
)
A -
2 ,ZpeN , 11" nu rr;CtT
Me
."p { -~
k:. }
+
exp { -~
ki, }
(1.56)
M.
=
exp{7[k
1.+k,.:ll
A amplitude total, forte mais ooulom.biana, é dada. por (1.37):
Z:r
AT [ZT AT1
a
=,j2"" ,j2'"
=.MeM. ,j2AI(b) - ,j2BPI.(b)
(1.57)onde
p
=
exp{
:;2
'w'}
2
v
(1.58)
1,(h)
=
exp {-4a(R;'+ RT)}'
A seção de choque pode ser esenta. como
l
wO' = 2.. dbbla(b)12
Rp+R'1'
, ,[Zt 'l ZTAT A} 2 Z
1
=
21rMeM, TA
ICou --2-ABP1illt
+
T
B P Iforte
(1.59)) ) )
)
")
.'j onde o primeiro termo corresponde
à.
parte coulombiana., o segundoà.
interferência.,,
,
e o terceiro
à.
interação forte. Eles são:") -)
) fl
ort•
= ..
(Rp+
RT)exp{-2~
(Rp +RT)} (L60))
) 1
.
"Ieou
:'<4
{~<4
[C
+ 2ln[~:lr
+[(C
1) + 2ln[::1J'
"\ •
X
[<4 .
<4
(R
~,
,
+ R )' + (Rp + RT)']8"'4
p ,
4;+
[C
+21n
[:~:ll
[(C
-1)
+ 2ln[:~:ll
['t
+'1
(Rd Rd]}
xexp { -
:l
(Rp+
RTl'}
(L61)lint
= ;,exp{
r
(Rd Rd}
{[c
+2ln[::ll
+
[(C
-1) +2ln[:~:ll
[~
+ (Rp+
RT)']) (L62)2R,.±Re
oude
r -
- .ja{Rr+Rp )R.. 'Para. obter a. seção de choque para emissão correla.cionada de dois núcleons, a.
partu da equação (1.59), temos que introduzir a densidade de esta.dos finais que
é: tPkltf3~/(21ry;. Em função das energias cinéticas dos dois núcleons e:l,ê:Z l onde
suas direções são dadas por (81)rpl) e
(B
2,tp2) respoctivamente, obtemos a seção dechoque diferencial, a qual será. analisada na próxima. seção 1 isto é:
dO'
=
h~~G:41rvele2M:
(et, e:z)
M~
(el,Ol,ê:t,82)deI de,díltdfl,
X
[ZiA'
leou(e,<,) - Z,ATABP (ele,)
linl(ele,)
) ) ) ")
-,
)
1.4.4 Resultados Numéricos
)
)
) Consideramos a fórmula. (1.63) para reações de íons pesados a altas energias. São ) anallz.dos dois sistemas
"'O"
+"
0" •
14.5 G.V!n e,"'U
+""
Ag
a 1 G.V!n. A , )fim de mostrar a competição entre as duas interações, forte e eletromagnética, estas
,
) serão consideradas separa.damente. "
,
Os parâmetros que a.parecem na fórmula. (1.63) sio: Te = O.1fm, a = O.65fm,.1'
,
m=
938MeV, TO=
1fm e Vo=
SOM.V."
Como já foi mencionado, consideramos somente a emissão dos núcleons em
sen-tidos opostos 8, = O' e 8,
=
180'. Nas liguras (1.3) e (1.4) ilustramos o com· portamento da seção de choque, em 400a +40 Cal 'para duas energias diferentescorrespondentes aos parâmetros de Lorentz i ':::: 14.5 e"( ::::! 100. As curvas: de nível
que aparecem nessas figuras estão em escala logarítmica, em função das energias
cinéticas Cl e t:"2, dos núcleons emitidos. A topogra:fia das curvas nos
permite com-parar as regiões mais relevantes pru:a as diferentes interações. Vemos que quando
passamos de energias incidentes baixas para altas a seção de choque coulombiana.
fica mais importa.nte.
Podemos notar como o termo couJombiano domina a soma de ambas interações.
Ambas as interações geram o mesmo tipo de figura. As diferenças estio dadas
j
na posição dos má.ximos, os quais ocorrem para baixas energias dos núcleons, no caso coulombiano. Isto provém do termo logarítmico (1n(2/,vI
CLTW) que aparece emIcou.
Nas figuras (1.5) e (1.6) mostramos o mesmo para. o sistema 238U +103 Ag) para.
E/o. ""
1 G.V/n (lig.(5)) •E,., ""
100 GeVfn (fig.(6)).Testamos a sensibilidade de nossos resultados ao pa.râmetro
"'c
(ver fig.(1.7». Podemos observar quio sensíveis são as seções de clwque a 1'&) tanto em forma) l )
,
,
lcomo na. posição dos má.x.imos e isto sugere que} a. partir de dados experimentais
"'
,') esse parã.:metro possa ser uma ferramenta adequa.da para. estimar o comprimento de
,
correlação de duas partículas na. matéria nuclear.~)
~,
1.4.5 Conclusões
,
" Neste trabalho{7J, discutimos em detalhe o
pa.pel que desempenha a interação
couIombiana~ comparando-a com a. interação forte, na. análise da seção de choque
")
,
com emissão de dois núcleons." As diferenças principais são: enquanto a interação forte tem uma fraca de~ pendência com a energia de bombardeio, a coulombíana apresenta uma dependência
logarítmica e deve dominar para. energias altas.
Com respeito à energia dos núcleons emitidos, podemos vet que interações fortes fa.vorecem altas energias cinéticas com relação à. interação coulombiana que privilegia
baixas energias cinéticas •
Nossos resultados sugerem que ambos efeitos podem ser vistos
experimental-mente e predizem em quais intervalos de energias estes efeitos são predominantes.
Ainda maú; vimos a. importância. do papel desempenhado pelo parâmetro de CO~ rrelação Te para testar as correlações de curto alcance, dada a sensibilidade que
apresentam as seções de choque com a variação do mesmo.
Não
é
uma. tarefa muito simples a inclusão das correlações em modelos maisrealisticos, onde deveríamos levar em conta efeitos de absorção e de interações de
estado final. &te teste nos permitiu ver a importância das correlaçóes nas funções
,j
de onda nucleares. Caso essa. sensibilidade a 1'" seja comprovada experimentalmente,
dados deste tipo poderiam ser muito úteis para testar modelos realísticos de iunções
de onda nucleares.
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160 200
E:
1
(MeV)
Figura 1.3:
Seção diferencial (eq.(1.69)) como junção das eneryi4$ cinéticas dos núcleons Elt C2
para 40Ca+40Ca no sistema do núcleo que emite os nuc/eons a Elab :;;; 14.5 GeVjn.
Apresentamos o resultada obtido na ref.[3] fig.(l.Sa), o resultado puramente Coulombiano[1] fig.(l.Sb) e a soma de ambas interaliõ ..{1] fig.(1.3c).
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Figura 1.4:
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160 200
(MeV)
8 1
FigUIa 1.5:
O mesmo que a jig.(J.fJ) para o sistema "'.Ag
+"5
U a ELa, = l.Gevfn!
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Figura 1.6:
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Figur.1.7:
Seção diferencial (eq.(1.68)) para o sistema
'°0.+
40 O. aEla'
~ 14.5 GeVln,para ângulos de laborc:t6riQ 8] = 0° e 62 = 1800 • Os grafico$ cO'fTCspondem a quatro
.alores diferentes do r,