REGTONALIZAçAO
GEOTECTÔNICA
DO
PRECAMBRIANO
NORDESTII{O.
SÃO PAULO
1975
Teso de Doutoram'antó aPtêsen-tada âo lnstituto de Geociências
REGToNALTzAçÂo
cEorEcrÔrulc¡
DO
PRECAMBRIANO
NORDESTINO
BENJAMIM BLEY DE BRITO NEVES
DEDALUS-Acervo-lGG
SÃO PAULO 1976',
Oriontadori Prof, Dr. Setembrlno P6trl
30900004642
.. . tÍ)
.--_ t;ti - ia)-j.f..c^ :3
CAPTTULO I
I
.
I NTR0pUçÃ0I
.l
DEFINTç40Dr
PR0P0SIT0SI
.2
14ETODOLOGIAI.3
TTRMINOLOGIAI
.4
ACRADEC IMENTOSÃREA DT ESTI,DO
I I
?
3 4
CAPfTULO I I
2.
EV0LUÇÃ0 D0S C0NH,ECIMTNT0S CAPTTULO I I I3.
ELEMtNT0Spt
REGI0NALIZAÇÃ0 GE0TECTIiNICA3.'I
CONSTDERA(:OES INTRODUTõRIAS3.2
OS NÚCLEOS CRATONICOS3.2.1
São Francisco3.2.2
São!uÍs
3.3
LINEANE^{"TOS T FALHAS PROFUNDAS3.3.
ì
Considerações
Iniciais
3.3.2
0bservações Gerai sCAPfTULO IV
4.
MA,CIÇ0S MrprAN0S4.t
cARACTERIZAçÃ04.2
NACIç0 PTRNAMRUCn-ALAG0AS4.2.I
Concei to4.2.2
Aspectos Li to lõgi cos4.2.3
As pectos
Estruturais
4.2.4
Da dos Geocronoìó9i cos4.3
MACIÇO DO RIO PIRANIlAS4.3..l
Conceì to12 12 12
l5
l517
l8
]B 20
?4
24 26 26 28 32
4.3.2
AspectosLito-estratigrãficos
4.3.3
As pectos Estrutura
i s4.3.4
Dados Geocronol ógi cos4.4
MACrç0 DE TRórA4,4.1
Concei to4.4.2
AspectosLltol69icos
4.4.3
As pectos
Estruturais
4.4.4
Dados Geocronolõgìcos4.5
MACIçO DE SANTA QUITERIA4.5.1
Concei to4.5.2
Aspectos Lito-estruturai
s4.5
.3
Dados Geocrono16gi cos4.6
MACIÇO DE GRANJA4.6..l
Concei to4.6.2
As pectos
Lito-estruturais
4.6.3
Dados Geocrono'l õgi cosCAPfTULO V
5.
AS ZONAS GEOANT I CL I NA I S5.1
cARACTERIZAçÃ05.2
A ZONA GEOANTICLINAL DE TTIXEIRA5.2..l
Dados GeocronolõgicosCAPfTULO VI
6.
AS FAIXAS DE DOBRAMENTOS6..l
cARACTERTZAçÃ06.2
A FAIXA OE DOBRAMENTOS SERGTPANA6.2.'l
Concei to6.2.2
Zoneamento Geotectôni co 6,2.3
Lito-estra
ti
graf i a6.2.4
AspectosEstruturais,
Metamorfismo6.2.5
0
Probl ema Termi no I õg i co6.3
"FAIXAUDE DOBRAMENTO DO RTACHO DO PONTAL6.3..l
Concei to6.3.2
L i to-estrati
qraf i a6.3.3
AspectosEstruturais e
l'lagmatismo6.3.4 A
¡'Racia deBarra
Bonita'l6.4
FAIXA DE DOBRAMTNTOS PAJE(j-PARAfBA6.4.1
Concgitq
6.4.
2
Lito-estrat-j
grafia
6.4.3@
6.4.4
llagmati smo6.5
A FAIXA DE DOBRA¡lENTOS PIANCO.ALTO BRTGIDA6.5.1
!o¡9e'!¡!g6.5.2
Li to-estrati
graf i a6.5.3
Aspectos Estrutur,a'is6.5.4'
Magnati smo6.5.5
A /'SubfaixaÙ d.oRio
Curimataü6 .5. 5.
I
L i to-estratigraf
'l a.6.5.5.2
AspectosEstruturais
e
Magmatismo6.6
A
FAIXA DE DOBRAI,lENTOS DO STRIDIf6.6.ì
Concei to6.6.2
Zoneamento Ger¡tectôni co6.6.3
Li t o - e s t r a t i g r a f i a6.6.4
AspectosEstruturais
e
Magmatismo6.7
FAIXA DE DOBRAMENTO JAGUARIBIANA6,7.1
Concei to6
,7.2
Li to-es trati
g raf i a6.7,3
AspectosEstruturais
e
lnlagmatismo6.7.4 A
" Subfa i xa"
Rio
Curu-lnd,ependänqia6.8
A REGrÃ0 D0 r.rtDr0 C0REAtl (N0R0tsTE D0CEARÃ)
1476.8.1
Conceito
1476.8.2
Lito-estrati
grafia
e, AspectosEstruturai
s
14896
98
99
99 ì 0t
104 107 109 t09 't1t
ìt5
ìi8
i 2ì
l?2 124 126 126 127 t29 135 t 37
137
.l39
t 43
145
CAPfTULO VI I
7.
AN.ÃLISE DA LITO-ESTRATIGRAFIA7.I
O PROBLTMA TERMINOL('GICO7,2
AS SEQUÊNCIAS LITO-ESTRATIGRÃÉICAS154
,l54 .l54
CAPfTULO
VIII
8.
EVOLTJÇÃO GE()L('GICA REOIONAL8.1
TNTEGRAç¡10 D0S DAD0S GE0CR0N0LftcIC0S8.2
RETR0SPECT0 DA tV0LUçÃ0 REGI0NT\LBIBLIOGRAFIA APTNDICE
iv
16? 162 162 168 173 190Fi
gura
IFi
gura
2Figura
3Fi
gura
4Fi
gura
5Fi
gura
6Fi
gura
7Fi
gura
I
Figura
9Flgura
l0
F igura
ì IFi
gura
I 2FICI'RAS
Locaì i zação
da ãrea
estudadaI sõcronas do l,laci
ço
P e r n a m b u c o - A I a g o a sIs6cronas de referên c i
a
da ãrea
entrePetrol i na
e
Parnamir'ím, PEDi agrama i socrôni
co
da
'¡Pedreira doExerci
to",
Vãrzea Alegre,
CEI sõcrona de referênc i
a do
"Cornpìexo Ca i c6"I s6cronas do
fl
ancosuì
do Maciço Rìo
Pi ranhasIsõcronas de re ferênc i
a
do naciço
de Trõi aIsõcronas
de
referência
dotlaciço
SantaQuit6ria
Di agrama
isocrônico
do Maciço
de GranjaI sõcronas
da
zonageoanticlinal
de TeixeiraIs6crona de
referôncia
das
rochasdioríticas
da
zo na geoanti cì i nal
deTeixeira
I s 6crona de referênc i
a
paraas
rochasda
zona geoanti cl i
nal
de CamalaúSecções geol6gi
cas
no l"laciço de
Pernambuco-Alagoas
33Secções
geol69icas
completas nafaixa
de
dob¡amentosSero i pa
na
88Secções
geolõgicas
nafalxa
de
dobranrt:nt',ls Riacho doPontal
95Secções geoì õgi
cas
transversaÍs
ã fal
xa de
dobramentosPajeú-Parafba
t osSecções
geolõeicas
transversais
à
faìxa
de
dobramentosPianc6-Alto
Briqida
il7
Secções geotõgicas transversai
s
ã
faixa
de
dobramentosdo
Curimataú
.l23Secções
geol6gicas
transversais ã
faixa
da (,obramentosdo Seri
dó
136Secções
geoló9icas
nafaixa
de
.lobramentos Jaguarìbeana
142 Secçõesgeolõoicas
naregião
dc
l,lãdíoCoreaú
151QUADROS
Quadro
I
-
Síntese
das colunaslito-eçtratigrãficas
propostas na
faixa Sergipana
87Quadro
II -
Colunas Iito-estratigrãficas
nafaixa
Pajeú-Paralba
lo2Quadro
III -
Sequêncialito-estratigrãfìca
e
nomenclatura
s
propostas
nafaixa
Pianc6/Alto Bri
gida
ll2
Quadro
IV -
STnteseda
lìto-estratigrafia
da
FaixaSeric!6
e
do
seuembasamento
l3l
Quadro
V -
Sfntese da
I i t o - e s t r a t i g ra f ia
d¡
regiãot.t
CAPfTULO I
t.
rNTR0puçÃ0DEFINIçÃO DE PROPOSITOS E ÃRTA
DI
TSTUDOEs
te
trabalho
foi
conduzi do cono
objeti
vo
de
inte
grar
e sistematizar
a
vasta
bibliografia
especializada
sobre
ageologia
precambriana do Nordeste0riental
, e
conciliar
esteacervo aos conhecinentos
auferi
dos pelo
autor
ao
l ongode
suavivência
de campona
região
nosúl.timos
l? anos.
Suas orìgensremontam
ã participação
doautor,
nosidos de j967
a
l970
comoum dos coordenado
res do
I nventãri
o
Hi drogeoì õgico
do
Nordeste,.promovido
pela
SUDENE.A
partir
desta
primeìra
oportunidade deanalisar
emconjunto os
dadosatõ
então
disponíveis,
egressos dosmais
diferentes
autores
e entidades,
se
procurou acornpanharde
pertoe
coligir
a
majoria
dos
Ie van tamentos
posteri
ornente
realiza
dos.
Ao nesmo ternpo foram gradativamente sendovisitadas
aquelas
ãreas debaixa
densidadede
conhecimentos, ouonde
subsistiam
problemasgeolõgicos
maisinteressantes
e
chaves.Dìante dos progressos veri
fi
cados ulti
mamentena
geologia
do
Nordeste, dispondode
reconhecimentos integrados atuaisnas
escalas de
l/500
000
(SUDtNE)e t/l
000 000(DNpM),
entendeu
o
autor
de processar umasíntese
deste
conhecimento,e
segundo,os mo'l des
e
prismasde
umaregionalização
geotectônica,que pareceram
os
mais adequados ao mencionado propõsito.
A aproximação
aqui
encentada pretendetrazer
a
baila
e
ao debate mais amplo
e
franco
de especiaiistas
de maior
capaci
dade os
probl emas de organì zação geotectônica
e
estratì
grãfi
ca
do precambri anodo
No rde ste,
ainda
pendentes,e
uma
co!
trìbuição
ao
seu equacìonamento. E queestes problemas
assimvel
quanto inevitável
,
reava 1i ação interpretati
va,
pois
comoem
todas
el as,
a
val j dade temporal6
umacaracterísti
ca.0
objeti vo
de majsincisivo
enfoque6
o
da
regionali
zação
geotectônica
do precambrjanonordestìno,
Reconhecer suasrnaiores
e
naturais
subdi vi sões em uni dades geotectônìcas,
classi
fi
car
dentro do
possíveì estas
un i dadese
descrevô-las
emseus aspectos
evolutivos, estruturaìs
e
litoìõgicos
maìs amplos.As determi nações radi om6tri
cas
procedidas
(em númerode
i 2l )des
ti
na ram- se a
suplementaras
precedentese
ass im melhor auxiI i arem
a
regionaììzação
geotectônìca
pretendi da.0bjeti
vos
i medi atos
sãoa
dj scussãoe
anã1ise
do
empìlhamento das un i dades
lito-estratigrãficas
nasfai
xas
dobradas,
problema que temsido
agravadodìa
a
dia
peìa multiplici
dade
de termos,
que suplantam,de longe,
o
númerode
unidadesa
se
des i gnar
com resoluta
propri edade.A
ãrea
objeto
dopresente
estudo c orres pon dea
parteapenas do Nordeste
0riental Brasileiro.
Mais precisamente,trata-se
da
regì ão cornpreendida entre
o
norte
da
Bahia
e
o
leste
do Pi
auí,
encerrando extensãoterritorial
da
ordemde
630 000t
km'
,
dosquaìs
70% com expos i çãode
terrenos
cri stal
inos
precambri
anos,
Nabibiiografia
geolõgica
contemporâneaesta
ãreatem
sido referida
comopertinente
aos "dobnamentoscarìrianos"
e
ao
"geossincIinaI
de Propri ã ",1.2
METODOLOGIADesde
a
sua graduação em ,l962 o
autor
teve
a
oportuni dade de
exercer
suasati
vi dadesprofissionais
em
diversaspartes
do NordesteBrasileiro,
servi ndoa
C0NESP/SUDENE, aSUDtNt,
a
Escola de Geol ogia
da
UFPE,e outras
enti dadespartì
cul
ares.
Entre
I967
e
1970,partì
c ipando da e l aboraçãodo
mapa hidrogeo'l õgi
co do Nordeste,
poudeo
ôutor
enfocar
e
discutìr
a
grande maiori
a
de prob lemase
conceitos
da
geol ogia
regionaì
com umaplôìaae
de excelentes
profissionaìs,
e
familia
3
Al ãm de
procurar
sempre acompanhara
evol ução dos cg nheci mentosaí
i nven tari ados,
foram real i zadas vãrias
viagensde campo para
atender as ãreas
de probiemas pendentes.Ao ì ongo do
curso
de pós-graduaçãoda
Uni vers i dadede São Pau
lo,
estes
estudos
foram ì ntens jfi
cados, desenvolven-do-se semi nãr'i
os
específicos
sobrea
organi zação geotectôni ca,a
geocronologia,
as
rochasgranitìcas,
etc.
Igualmente começaram
os
proveitosos
debates comprofessores
e
col egasda
põs-- graduação que contrì bui ram deci sivamente
para
o
desenvolvimento
do trabal hoora apresentado.
Nesta época,no
interregno
dosperíodos
Ietivos,
foram col etadascerca de
250 amostras,
dasquais
pouco mais de uma centena foram selecionadaspara
determi nações radi omãtri cas
junto
ao
Centrode
Pesquisas
Geocronolõgi cas da Uni versi dade de São Paulo
e
para
anãlise
petrogrãfìca
concomi tan
te.
A
id6ia,
sementadaao
longoda
pernanônciado
autorem São
Pauìo, de transformar
esta afeição
aos problemasda
geologia
regi onaI
do Nordeste
em umtrabalho
de
tese,
6
reconhecidamente devida ao
estínulo
e o
apoìo
permanentes
dispensadospelo
seuorientador
Professor
Doutor SetembrinoPetri
e
demais menbros do corpo docentedo
Instituto
de
Geociênciasda
Univers i dade
de
São Paulo.I
.3
TERMINOLOGIADiante
doestãgio
embri
onãri
o
do
Lexico
Tectônico
Internacional
(DELANY,1972),
e
dasdificuldades atuaìs
da
terminol ogi
a
geotectônica,
não s uperadas nem s uperãveis
a
curto
tempo,
conforme recentementetão
bem abordadapor
B0R0VIK0V (1968),o autor
optoupor
indicar
semprea fonte
dasdefinições
ou
con ceitos
uti
I i zados.No concernente
a
terminologìa
estratìgrãfica
adotou-.-se
a
i ntrodução ao Guia
Internacional,
de
I . S. S. C. / LU. G. S , ,editado
por H,
HEDBERG(1972).
Consideraçõesadjcionais
nãoNa
termÍnologia petrogrãfica
o autor
procurou
usartermoÈ' não
controversos,
dos compôndiosusuais
(l.lINKLER, .|967; TURNER,1968).
Paraas
rochasgranulares
e
afl
ns,
onde certosconfì i
tos
de des i gnações perslstem,
foramuti'l
i zadasas
concl usões recentes
e concitiatõrìas
rel atadaspor
STRECKEISEN (1967,1973),
sempre quepossível,
A escal
a
do
tempo geol ógico
utitizado
para
o
precambriano,
bem comoa
designação dosciclos
tectônicos
aí
presentes
sãoas
propostaspor
ALMTIDA (1971)para
a
Amõricado
Sul.No re feren
te
a
toponímia,
na ìmpossìbilidade de
figu
rar
todasas
locaìidades
citadas
notexto,
recomenda-sea
uti
lização
auxiliar
dascartas
doBrasil,
t/500
000e
l/1
000 000,editadas
pelo
I.B.G.E,
De p refe rênc ia
foram focali
zadas
assedes de muni cípi
os,
para faci
I itar
a
i dentifi
caçã0.ì.4
AGRADECIMENTOSA
reali
zação deste
traba lho tornou-se
possível
grgças
a
unasãrie
de
incisivas e
decisivas
colaborações
prestadas
ao
longo das diferentes
etapasdo
seu des envo I vi mento,
porparte
de pessoase
enti dades diversas,
ãs
quais o
autor
penh ora
e
externa
sua profundagratidão.
Ao
Professor
Doutor lrlarcionilo
de Barros
Lins,
Magnífico
Reitor
da U.F.Pe.,ao Professor
DoutorRilson
Rodrigues daSiìva,
Diretor
do
LG.U.F.Pe., e
ao MEC/CAPES,por
terem tornado
possível o
a fa s tamentopara
a
pós-graduação doautor,
e
porterem apoiado
e
subsidiado
seu afastamento.Ao
Professor
Doutor Setembri noPetri,
do
IG/USP peìas6bria orientação conferida
e pelas franquias e obsõquios
dispensados no âmbito
do
Instituto
que comtanta
proficiência
diri
ge.À SuoEru¡,
pelos
inúmeros
auxítios
prestados,
transporte,
mapas,aerofotos
e
numerãriopara
as
viagensde
cåmpo.5
outros, por
seremportadores
voluntãrios
deste
considerãvel
suporte,
iguaì
reconhecimento.Ã equipe do Centro
de
Pesquisas
Geocrono lógicas
doInstituto
de Geociônciasda
Universidade de São Pauìo,
nas pessoas
de seuDiretor
UmbertoG. Cordani,
e
dos
pesqui sarloresKoj
i
Kawashita,
Martha Man tovanni
e
Marcos Berenhoìc,
pela
efetiva
colaboraçãoprestada,
nasdiferentes
fases
das
anãlisesradiométri
cas, e
peios
debates promovi dosna
sua ì nterpretação,Aos
funcionãrios
do CP-Geo-USP, tlmanoGouveia,0tga
Kawashita,Lourdes Pacheco, Tìeca
Saito,
Kay Satoe
J.R.
Medeiros,
peloi
rrestrito
apoio
Iaboratorial.
Aos
professores do
I G/USP,por
teremido
al6m dos ensinamentos
transmitidos, pelo
acessofranco
e debates
permiti
dos,
circunstanciando
o
gradativo
amadurecimento dos probìemasapresentados.
Aos Professores Doutor FernandoFlãvio
Marquesde Aì mei
da,
Doutor Yociteru
Hasui,
Doutor Gi Iberto
Amaral,
Doutor
Jos6. Moacyr Vi anna Coutinho,
Doutor Vìcente
A.V.
Girardi,
Doutor Georg Robert Sadwoski
,
Doutor Vicente
Josã Fúlfaro,
entre tantos
outros pela
expontaneidade cont que acederamao
debate
desses probl emase
as Iuzes
Iançadas ao equaci onamento dos nesmosAo coìega José
Patrocinio
Albuquerque,peia
partici
pação nas vi agens de campo, pei
a
ded icaçãoe
en ìêvo
invulgar
que
outorga
aos problemas dageologìa
nordestina, pelas
demoradas
e
fraternais
discussões mantídase
defrutos
inexcedíveis,
o
reconheci n''entoespecìal
doautor,
E queeste
represente
ese
estenda â'formidãvel
p'lêiade de
colegas daex-Divjsão
de
Hidrogeol ogi
a
da SUDENt.Aos colegas Ricardo
e
Derteìde
Pessôa, Everaldo trlel lo,Alcides
Sial,
Aldo
Rebouças, PedroSartori,
Armando Coimbra,Mãrio
ilorge Costa,
Alfeu
L.
Ca'l dasso,Antonio
Thomaz Filho,Joaquim Torquato
e
Miguei
Basei,
que em diferentes
etapas
franquearam seus
préstinos e
conhecimentos aoempreendimento
doà Senhora
Nair
de Campos Louzadae
ao
Senhor
JosõPonchirolìi,
peìos
trabalhos
dedatilografia.
À
Senhora Marìza
Pompeu Santospela
coordenaçãobibliogrãfica, Ao
Setoi
Grãfico
do
IG/USP,a
equi pe doSr.
Jayme Aìves da
Silva,
e
aoSetor
de Lamì nação,a
equi pe da Senhora l"ieìanyThereza
Isauk,pel
a efeti
va co I aboração na el aboração deste
trabalho.
E
"last
not
ìeast",
o
agradec.imentoe
referência
especiaì a
Eduardoe Cynthia,
f.ijhos,
e
a
esposaBerenìce,
peloestímulo
quepropiciaram
aoautor,
tendo comoúnica
contraparc
\ ( I
E6P.9ANTO
o
RIO OE
JAi¡EIRO \t
Þ
o
) EV0Luç[q
!ô!
c0NHtqIMENTq!Um i nventãri
o
completo
das obras que cob rema
evolução dos conhecimentos da
geologia
regìonaì
no Nordesteã
umatarefa dificilmente
atingivel,pela
quantidadeinusitaCa
de
tra
ba I hos exi s
tentes.
Mas, esta
evolução se consubstanciou
atravõs de determi nadas
etapas,
cadaqual
reves tida
de
traços
caracteristicos
e
marcos i ndel6veis,
ai nda que sejamde
separação
algo
sutil
e
difíci1.
Proceder um escalonanìento de etapas
nestr
evolução,6
umaexigência
dosobjetivos
de exposiçãoe
sinterie. A
omissão de qualquer nome oLi
obra
6
ìmpasse sem escapatória
na
tentati
va
de reconsti
tuição
debibliografia
tão
prõdìga,
e
deveser
comp reen dida
sem deméritos
para
essa ob ra.a)
As viagensde
SPIX & IIARTIUS, I830e
GEORCE GARDNtR,i836,
aoNordeste
instauraram umaetapa
caracteli
zadapor
refe rênc i
as
a
geo logia dentro
de
umcontexto
maìs amplo
de
ci6ncias naturais,
maisainda
assimde
inestirnãvel
valor,
llerecem mençãopela
ordem cronoi ógica,
os
excertos,
notas,
cìtações
outrabalhos
de BRUNET(1855),
COI'lISSÃ0 CIENTfFICA DE EXPL0RAÇ40D0 rMPtRr0
(1862),
S0UZA BRASTL(r863),
r{TLLiAMS0N (1868),HARTT(1870),
D0MBRE(1874),
DEREY(l8Bl),
Tt0D0R0 SAMPAI0 (l884-1900),I.J0FFILY
(1892),
L0MBARD (1895)e
J.C.
BRANNER (i902),consoante
a anãlise
pormenorizada de ARR0JAD0 LISB0A( in
M0RAES,ì924)e
GLYC0NDt
PAI VA (l945 ) .b)
A etapa seguinte
foi
marcada peìos
geõ1ogos do antìgo
I.F.0.C.S.,
e
nesta
ã
outorgadaa
íì0DERIC CRANDALLo
títu
lo
i nq uesti
o nãveI
de fundador da geol ogia
precambri anado
Nordeste.
9
(1910), H.
SMALL(19t3,
l9l4)
e
F.
S0PPER(l913,'l
914)cobriramde forma marcante
os
aspectosgeogrãficos
e
geolõgicos
da maiorìa
dos estadcs nordestinos,
comvaliosas
asserti
vas
adicio
nais
no campo da engenhariarural
e
s óc i o-e conomi a. A
elessão devidos
os
pri meiros mapeanìentosgeolõgicos,
os
alicerces
da
cartografì
a
precambri ana,
os traços
gerais
da
geomorfol ogì a,e
coma
proprìedadedc
quemreunia
grande somade
conhecimentos
e
se
dispunhaa
a I cançaras
I ocal i dades maisrecônditas,in
di
ferentes
ao meio
de
transporte
(a põ,
trem,
cavalo,
etc .)
eos
naturais
percaì ços dos sertões.Em I
924,
o
trabalho
de L.J.
DE M0RAEScoroa
esta
etapa de
pioneiros.
Fornece ìnformações Ceinestimãvel
valor
sobrè a
geologia
geral,
a
estratìgrafia,
a
petrografi
a
(estudos deD,
GUIMARÃES),a
geo logìa
econômìca e
a
fisì
ografia
do
Nordeste.
Conduzainda
uma pr"imeira anãlise
crítica c{os
traba I hosanteriores,
e através
Cos seus co rtes
geoìõgicos emite
pareceres de
grandevalia
sobrea
sequencìação ì ito-estrati
grãfi
ca
de diversas
faìxas
dobradas.0
detalhamento, nÈstaoportunidade,
dequalquer
dascontribuições
Cestesautores,
seria
de escolhaCifíciì
e
quiçãprescindível.
A
leitura
na
total
j dade de seustextos
é
pr6--requisito,
ainda
hoje
fundamentalde qualquer
trabaìho
geolõgìco.que se
queira efetuar
nollordeste.
Infelizmente,
na
verdade.são
muitas
v,:zescitados e
poucas vezeslìdos
de
fato.
c)
Na diicadade
'l940 destacam-seo
h istõri
co
e
a
condensação dos conhecinrentos promovidos
por
0LIVEIRA & LE0NARD0S(1943)
e
GLYC0N DE PAI VA(.l945).
Nesta
curta
retomadados
Ievantamentos
geol6gicos
dot'lordeste,
foramde
relevância os tra
balhos
de R0LFF (1945), J0HNST0il(.l945)
e
CHAVES(ì947),
centraI j zados nas
províncias
scheel itíferas
e
pegmatitíferas da
Borborema,
e
estimulad0speìa
dernandada guerra
mundial.Ao
lado
do cunhoespecifìco
quese
revestiam,
sãoacompanhados
por
iniportantes
inforntaçõeslito-estratigráfìcas
d)
Apartir
de
1954, processou-segradativamente
noNordeste una explosão
no
conhecinento g e o l 6 g i c o , c o n s u b s t a n c i a ndo uma
etapa recente
que coubea
HEINZ EBERT(1955' 1961'
1966,I967,
1969, 1970)
o
pri
vl I õqio
cle instaurar'
e
de
se
constìtui
r
membro exponencì al,
com sobra de mõri tos .Nesta
etapa
foramr:riados
o
Curso de Geologiado
Recife
(1957),
as
di vi sões de 9eo I ogia,
hidrogeologia
da
SUDTNE(1961),
a
CONESP (l963), e
ao roesmo tempoo
DllPl"iinicìava
umareestruturação
de s uasati
vi dadesno Nordeste,
e
guea
Petrob
rãs
estendia
seus I evan tamen tos
a l6m rlasáreas
sedimentôres.0
acervode
trabalhos
geolõgìcos c o n s u b s t a n c i a d os
porestas
entidades,
ent grandeparte
ttravõs
dosprìmeiros
ge6ìogos da n ova geração bras
i
Ieira,transcende as
possibi I ìdades dequal
quer
síntese.Da SUDEI'lE, em suas
diferentes
s6ries pubìicadas,
ostrabalhos
de VEIGA(1966,
1968),
CALDASS0(19îr7,1968),
SANT0S(1968,
1969,1971),
FTRREIRA(.l967,
l96B), entre
tantos
outros 'cobrem
e
el uci damãreas
chaves da geol ogia
precambrì anado
Nordeste.
A pri nreira
parte
do
Int,entãrio
Hidrogeoìõ9ico
(diversosautores,
1970)e
o
"Projeto
Scheelita"
(FERREIRA & ALBUQUERQUE''I
969)
constituemo
coroamentodesta
contribuÍção
da
SUDENE' pela
amplitude dasãreas
abordadase
a
sonlade
conhecimentos ne1es reuni dos.
Do DNPI'l
,
sal i entam-seos
trabal hosdo
Profe.ssor KEGTL( 1958,
t961,
1965, 1966),
ao cabode
l ongas vi agens,ã
modados pi onei
ros,
ouainda
mediante
fo to i n te rpretação
de
amp I asãreas,
c o n s u b s t a n c i a n do
uma ponderãvel
contri
bui çãoao
conhecimento da
geologia
nordestina.
Identìcamente,
L.J.
M0RAES etal.
procederam (196.|- 1964)
reconheci mentos fotogeolõgicos
deinúmeras
folhas,
aì9umas dasquais subsistindo
atõ
hoie
como oúnico documento
geolõgico
clis;ponível.
Acontribuição
do
DNPMtem seu
maior
vulto
nosrelatõrios
e
nìapasdo "Projeto
do
Coil
Da
Petrobrás,
no concernenteao
precamhniano,
sãomencionãveis
os trabalhos
de
RICHTER & P0NTt(l964),
ALLARD &TIBANA (1966)
e
HU14PIIREY & ALLARD('l969),
referentes
aos
substratos
dasbacias
seclimentaresda Bahia,
Alagoase
Sergipe.Merecem
especial
registro
nesta
etapa,
contribuições
de
outras
fontes,
de considerável
valia,
conoo
processamentodas primei
ras
determi nações radi om6tricas
(condensadosem
ALMEIDA
et al.,
1968),
a classifìcação
prelim'inar
das rochas graníticas
procedidapcr
ALMEiDAet
al.
,
1967,e
ainda
a
elaboração das
prÍmeiras sínteses
da evoluçãogeotectônica,
porSUSZCZYNSKI, 1966
e
ALMEIDA,1966,
1967.e)
PresenLemente, desenvolve-se
notãvel
contingentede traba I hos geol õgi
cos,
armados de novcsobjeti
vos
e
metodol ogias,
e estribados
de
forma marcante naexperìôncia
e
subsídios conferidos pele
etapaprecedente. 0s trabalhos
se
voltampara
o
detalhamento daquelas
ãreas
revel adas cornode
mai oresperspectivas
denrineraììzaçã0.
A1ém doque,
começama
surgìr
os
levantamentos promovidospela
inìciatìva
privada
e
por
organismos estaduai s,
l,ia ma
ior
parte
ai nda inédi tos,
sãode
grande s igni f icação
os projetos específìcos
da
CPRM/DNPI'1("Jaibaras",
"Cococi",
"SUDESTEPIAUf",
etc.),
co
CNEN/NUCLEBRAS ("Ser.idó"),
eo
trabalho
continuadode
ca ta l ogaçãoe
i ntegração dos dados doInventãrio
Hìdrogeol6gico (SUDENE)e
doProjeto
l"lapa
ltl jlionõsi
mo (DNPM).
Atualmente predomina uma conscientì zação muì
to
forte
da neces s i dade de entender
e
irrterpretar a
geologìa
precambri ana
do Nordeste como unrtodo,
de
investigar
sua organização
eseu desenvolvimcnto
geotectõnico.
Eainda,
danecessjdade
derevi são
e atualìzação
de sua termi nologìa
estrati
grãfi
ca,
daimperiosa carência
de novos dados geocronol õgicos,
etc., e
õCAPfTIJLO
III
E L E M E N T 0
s
pA R E G I q\ A L I z Aç Ã_0__91-q.Iq9i-Qu-çÂ3.I
CONSIt)ERAçÕES INTRODUTORIASA reg
ião
de dobramentos do No rdeste
0ri
ental,
dìta
cari
ri ana,
possui
uma forma i rregular,
poligonal,
sendo compreendi da como parceì
a
I egada pós -deriva
ã
p1ataforma
bras j I ei rade un desenvolvintento bem mais
amplo.
Defato, inúmeros
pel
qui sadores reconheceram, ao
sui
do paral elo
de Accra-
de
Ganaao Ga bão
-
no
conti nenteafrì
cano'
estruturas
que
provavel mente
consti
tuema
extensãodeste
desenvolvimento'Para comp ree n de
r
a
formae
aqui Iatar
a
e xtensão
desta
regi ão dobrada devemser
cons i deradosainda
sua
conti nui dade
ocidental
soba
Sini!clise
do Parnaíba(en
proporções não bernconhecidas)
e,
a
leste,
a sistemãtica
de evoluçãoda
margemcontì
nental atìânti
ca,
prototip
ica.0s
pt"ocessos I ì neagônicos
profundos presentese
importantes por
todo
o
desenvolvimentoda
região
geossinclinal
'inclusìve
em etapasposteriores
ã
tectogênese'
contri
buìranl também decjsivamente no modelado da formae
na
disposìção
dasl i nhas
estruturai
s
da
região
cons iderada.As
coberturas
sedimentares'
esparsamente
distribuí
das
e
de modo i nus itado,
nesta
fração
da
pì ataforma brasìlei
ra 'não comprometem
a
conti nui dadeda
observaçãc regi onaì'
haiavisto
querefl
etem comcerta
clarevidôncia a
natureza
lito-es
trutura
I
das un i dades sotopostas.De uma manei
ra
geral,
as
pri
ncipais
linhas
estrutu
rajs
da
região
se
distribuem
emleque cobrindo todo
o
quadrante
nordeste,
e
atingem senìpre quase perpendicularmentea
I inhada
cos ta,
Nesta
estruturação,
é
destacãvel a
bem
aproprì ada'l 3
mente chanada "zona transversal
,
(EBERT'
1962),
constituindo
aporção medi ana
da
regi ão,
onde di reções E-NEe
E-l,,l
predomì nam'e
a
fai xa
l ongi tudì nal
aobaixo
curso do Rio
São Franci sco (Aìagoas/Serg
ipe)
onde ocorremas
di reções E-SE'
No restante,
daregiã0,
aonorte
e
aosul
da
"Zona transversal",
predomi nam asdireções
NE, N NE,e
nrais raramente N S.0
estudo
geotectônìco
real i zado nesta ãrea
permi teconsiderã-la
comoo
produto
da tectogôneseao
final do
precambriano
de uma"região geossinclinal
emmosaìco",
de
preenchi mento essencìalmente"terrígeno",
entre as porções
cratônicas do São Francisco
(Congo ),
aosul,
e
São L uís / Gurupi (
Noroes teda
Ãfri
ca ),
ao norte.A consideração
de
"re9ìão
geossinciinal em
mosaìco",ã
consequâncja
da ampl itude
da região de
dobramentos,e
da
variedade
dos elementos geotectônìcos
(maciços medianos, geoanticlÍneos,
Iineanentos, etc.
)
nela
encontrados;
e
consoante
acl assi
fi
cação i ntroduzi dapor
ARKHANGELSKIY ( l94t) e
SCHATSKY 'em di
versos
trabalhos, e
esposadae
apl i cadapor
diversos
Se9tectonistas,
na
Europae
naAsia
(Z0NENSHAYN'1967'
1968).
Aconsi deração de
terrígeno
õ
devi doa
natureza
monótonado
seupreenchimento, con predomînio de
s6ries
a r e n o - a r g ì I o s a s,
defontes
relativamente prõximas,
e
ondeas
rochasvulcânicas
têmuma
parti
ci pação secundãria,
pouco sì 9nìfi
cante.Embo
ra
estes
conceitos
tenh amsido
i ntroduzì dos pelanão
aplicabilidade
dostradicionaìs
padrõese
zoneamentos gegtectôni
cos
dasfaì xas
dobradas I i neares faneroz6icas,
não
sepode negar algumas
analogias
de comportamento comestas,
aindaque
esparsas.
Em especìal
e
de passagemdeve-se
acres:centarque em di versas de suas
fases
evoì utìvas
este
desenvolvimentobas tan
te
se
aproxi mou das especifi
cações do mode lo
"herci noti-po"
deH.J.
Z!ÚART(ì967)'
na sua equiparaçãode
geossinclíneosfanerozõi
cos
e
respectiva
dual i dade.A manipuìação de modelos de
desenvolvimentos
ìmpõecuidados es peci ai
s
e
proporci onais
aosri
scos
as s umìdos.
Adados
e corre
estes
riscos,
sendo produto
das conclusões
auf eridas,e
emprestada a este preâmbu1opor
razõesexpositivas. t
sabido que apesar de não
existirem dois desenvolvimentos (rg
gìões, sulcos) geossinclinais
ìguaìs,
nãose
podeesperar
si!'
gularidades
excepci onais,
havendo sempre I i nhas geraìs
de
organi zação
e
evo lução mais
ampl as.
Ao I ado do que pers istem
ce!
tas
parti
cul arì dadese
nuances em cada dessas organ'izações,
nadistribuição
e
característi
cas
de seus el ementos,na
sua evolução,
etc.Prati camente
todos os
el ementoscaracterísti
cos
einerentes
a
um desenvolvìmentoda
classificação
adotada
pudgram
ser distinguidos
no precambri ano nordesti
no, e
serão
considerados,
0u seia,
estruturas
tectônìcas de
terce ira e
quartaordens
-
maciços medianos,faixas
de dobramento, geoanticlineos-
(e
subsequentes) daclassificação
hìerãrquìca
de
KHAIN (1960)e
ainda
lineamentose
falhas
profundas'
consìderadascomo
9rupo especi al
,
e
de
ìgual
importânci a 'Na regi ona
lì
zação geotectônì ca'
como em qualquerclassifìcação geraì
de fenômenosnaturais,
estarã implici
to
osentj do de aproxi
maçã0.
Não exi s tem padrões ì nati ngíveis
comotambõm não hã
limites
brus cosentre
uma un i dadeou
zona
9eotectônica e
outra,
e
a
presençade
termostransicionais
6
acondição
natural
e a
maisesperada.
(BtL0USS0V' 1965).Al guns aspectos fundamentai
s
ã
reg ionaì i zação geotectônica
serão
tratados
neste
preãnrbuìo, emrãpidos
traços,
f,âtentativa
de sumarizar determinadosconceitos
correntes,
sobreos
quaìs
p16-existe
uma extensa bi bì ìografi
a
especi al i zada' li
mitando
o autor
a
poucas consjderações adici
onai s'
Este
õ
ocaso
dos.
núc I eos cratônicos
entre
os
quais
se
sìtua
a
reg i ãodobrada,
e
os
dos grandes I ineamentos quea
transeccìonam,
separando elementos geotectôni
cos
distintos.
No concernente
ãs
ro chas graníticas
' presença
abundante
e
variada
nos elementosgeotectônìcos
a
serem
disserta
dos, e
queconfere
característìcas especiais
ã
região
dobrada,l5
ALlvlEIDA
et aì, (.l967).
Trata-se
de
um agrupamentode
tipos,
'I evando em c ons i de ração
o carãter
tectôni co
do posi ci onamentoe a
naturezapetrogrãfi ca
dessasrochas, o qual
temse
mostra
do bastante
eficaz
ao
Iongo de seufrequente
empregoem
todoo
Nordeste,
Recen temente,o autor
em trabalho
de
co-autori
a(BRIT0 NEVES A PtSS0A, 1974)
teve
oportunidadede
abordar
este
assunto, revalidando
e
complementandoessa
classificação
adotada.
3.2
OS NÚCLEOS CRATON I COS3,2.
t
São Francisco0
conceito
de
umnúcleo
cratônico
antì gona
ãreasanfranciscana, ao
sui
da
regìão
de dob ramentosem
consi deração
,
6
um co nce ito
a rra i gado de hã muito
na
geol ogia
brasilei
ra,
Esta conceituaçã0,
del ineadade
certa
forma em trabalhosanteriores
(H.
EBERT,D.
GUIMARÃES,diversos
trabalhos),
foi
fornalizada por
ALMTIDA(.l967)
definindo esta vasta
ãrea
donordeste
e
leste brasileiros
comoplataforma
dasfaixas
dedobramen
tos brasilianos
ci r c um - a d j a c e n t e s .Entre
muitos
trabalhos
posteri ores
que corroborarameste
conceito,
merecem destaqueos
de
PFLUGet al. (1969)
eC0RDANI
(i973),
que evìdenciarama
possibììidade
de
subdivisão des
ta
extensaãrea
cratônica
emdistìntos
núc leos,
separados
por
fai xas retomadas
termotectoni camente emeventos
posteriores
ao
transamazônico,ciclo
nofecho
doqual
sea
tri
buído
a
consol i daçãofinal
desta
pl ataforma.tem
A
parte norte
da plat,aforma quedelimìta
a
regiãote
dobramentos do Nordeste0riental foi
objeto
de
uma
sãrie
de
levantamentos geol õgi cose
geocronol õgìcos,
devidos
ae
HURLTYet al.
(t967),
ALMEIDAet al.
(1968),
C0RDANIet al'
( I969 )
,
respecti vamente.Apesar
desta
densidadede
levantamentos
persistemconfl i
tos
de esquemasestratigrãficos,
refiexo
da
p16pria
complexidade
1i to- es tru turaI
da ãrea.0
compì exo Caraiba,
composto
essencialmentepor
mìgmati
tos, leptinitos
e
com rochas bãs i case
ul trabãs icas
associ adas consti
tui
a
uni da.de dominante
reg ional mente.0
"GrupoPrõ-Jacobina"
(ou
"flinas",
<teH.
J0RDAN)constitui
uma
faixa
de metapsami
tos
imaturos,
quartzo- xi s tos,
quartzi
tos
e
gnaisses
di versos i ndi vi dual i zada do c on texto
do complexo
caraiba'
guardando
relações
estratigrãficas
comeste
ainda
não
devidgmente
esclarecidas.
Uma unidade mais nova6
reconhecida
porLEAL (Grupo Cabrob6)
e
por
BARBOSA (Grupo Uauã),
consti tuÍdade paragnai sses di
versos,
xi stos
e
quartzitos,
com
calcãrios
e
anfi bol itos
s ubordi nados,
ocorrente na
porção
norte
ori ental
da pl ataforma 'tstas
unidadesse
mostramorientadas
na
direção
submeridiana,
e
ap6s ultrapassarerììo
Rio
SãoFrancisco
infletem
gradati vanen
te
para
leste
e
s udeste
contornandoa
term inaçãoaguda da
faixa
sergipanai
e
de formaa
se
al'i nharem,e se
identi fi
carem emparte
cona
estruturação
e
uni dadesda
projeção ocidental
do l{aciço
Pernambuco-Al agoas 'Esta
projeção
arqueada do embasamentoda
pl ataformaconstitui
urnaimportante
e
irregular
zonaaxia1,ìntermediãria
ãs
fai
xas de dobramentos do Ri acho doPontal (a
oeste
e
noroeste)
e
sergì pana(a
sudeste), e
queserve
de vínculo
físico
entre a
plataforma
e
o
macìço Pernambuco-Alagoas'Tanto es
ta
" zonaaxiaì"'
conotoda
a
porção
norteoci
dental
da plataforna
ntostramevidências
deforte
regeneração tectônì
ca
brasi I iana,
a
serem detal hadas nos itens
referentes
a
faìxa
Rìachodo Pontal
e
a
"Bacia"
deBarra
Bonita'1/
tuado
pelo autor
conlo
mõtodo Rb/Sr não acusoueste
envolvinrento.
Desta
forma,
a
exata
demarcação de um I imite
setentrional
parao
núcì eo cratônìco
consi derado ( ,'Cratonde
Sal vador",
C0RDANI,t973),
nosentido
estrito
de
não mobil.i zação posterior
ao
transamazônico, imprescinde denraior
detalhamentogeocronol õg
ico,
uti
l i zando m6 todos
ma.is
sensíveis,
comoo
K/Ar,por
exempl o.3.?.2
-
São LuísALME I DA
(ì967),
conduzido pelas
pri me iras
de te rmi nações
radiomõtrjcas assinalou
a
exi s tôncia
de umnúcleo cratõni
co
entre
SãoLuis
e
Bel6m.
Este
conceito
soìidificou-se
corn otrabalho
de HURLEYet a1.,
1967, que comparou seu padrão geocronolõ gi coe
estruturaì
como
daãrea
quelhe
õ simãtrica
no esquemade
reconstituição prõ-deriva
de
BULLARD, nocraton
da
Afri
ca0c i den ta I .
0s trabalhos posteriores
de C0RDANI(1969),
ALMARAZ& C0RDANI
(1969),
ALMEIDAet al.
(ì973) e
CORDANIet
al . (t97S),ã
Iuz
do comportamento geotectônico
e
das determìnações
radi omãtricas desta ãrea
ratificaram
seuconceito
comonúcleo
cratônico
de consolidação nociclo
transamazônico,contornado
aosul
por
metassedimentos de evoluçãono
final
do precambr.i ano.0
conheci mento geol ógico
des saãrea
ã
noentanto
bastante
rudinentar,
tendocontribuido
para
isto
a
falta de
aces sose
o
franco
desenvol vimento decoberturas
sedinentares,
mesozõi
cas
(Bacia
de
Barreiri
nhas)
e
cenozó.i cas di versas,0
trabaiho
de
B.t{.R.
FRANCISC0et ai.
(1971)sintet.i
za
vãrios
I evantamentosanteriores
e
traz
razoãvel
descri ção dageo l ogi
a
regional,
no
trecho paraense.
Reconheceram estes
autores
um cornplexo basaì,
constituido
por
vãrjos tì
posde
gnaisdiviso")
e
encravadoneste, por
falhamentos,
umafaixa
de
fili
tos,
quartzitos e
xistos
(Grupo Gurupi ),
Estas unidades
têmsido
referidas
respectivamente aosciclos transamazônico
ebrasl I i
ano,
mercã das de te rmi'n aç õ es
radi omãtricas disponíveis.
A
leste
de SãoLuis,
as
rochas precambrianas,mais raramente
expostas,
submetidasãs
determinações r a d i o mõ t r i c a s , s e mostralnafetadas
pelos
eventostermotectônicos
brasilianos'
Neste
trabalho
serã
defendidaa hipõtese
de
conexãoentre a
ãrea
cratõnica
de São LuTse o
maciçode
Granja, situa
do na zona
lindeira
Piauí/Cearã,
estando separadospor
umafra
ção do
substrato
cristalino
efeti
vamente mobi I i zadano
brasiliano,
ainda queesta
mobilìzação
(dinâmicae
termal)
se
estenda em proporções minimizadas
ao
maciço deGranja.
Analogias
deordem
iitológica,
estrutural
e
de conportamento geotectônìco entre
a
ãrea
cratônica
e o
rnaciço serãodìscutidas'
Assim sendo,
a
plataforma de
SãoLuís
tambõm possuivasta projeção
do seu embasamento, preservandocertas
caracterís
ti
cas
de um núcleo rígi do,
mas a l cançado ern p rop orções
vari
adaspeìos
eventos
di nâmicos
(falhas) e
termais
(granitì
zação,
rejuvenescìmentoisot6pÍco) pertinentes
a
tectogênese
deum
ciclo
sobreposto.3.3
LINEAMENTOS E FALHAS PRI]FUNDAS3.3,1
-
Cons i deraçõesIniciais
A regi
ão
dobrada nordestì na acha-se subCi vi dida
poruma sãri
e
de
zonas I i nearesde
fraqueza,
a pres en ta ndoti
pos
eintensidades variadas
de movimentosao longo
deevolução
9egtectôn
ica
regional,
e
que mo stram
ì ndependôncia,
em9eral,
dadi nãmi
ca
pri mãria
de dobramentos,
sobrepondo-sea esta
de
mane
jra
notãvel,
em al guns pontos.'19
sa,
I i neamentos, zonas de ci sal hamento,geossuturas,
etc.
,
sobtutela
de
uma ou mais localidades
geogrãficas,
e
uma i ndi caçãode
rejeito
referente
ao mais conspicuotipo
de movimentação observado.
Narealidade
estas
zonasde
fraqueza co rres pon dem aoque
T.
HUANG & CHUN FA(l962)
chamaramde
"deep
fracture zones",para engl
obar
crescentee
interminãvel
gamade
designações
anteri
ores.No
Nordeste,
trabal hos anteri ores,
de EBERT (ì 962 ) ,KEGEL ('l
961,
1965),
L0CZY(1969),
SANT0S(1971),
entre
outros têrn mostradoa
I ocai i zaçãoe
dÍ reção dessasgeofraturas, e
di scutido
seus movimentose a
problemãtica
geral
de suaorigem
esignificaçã0.
A
anãlise
deste
problema, emprimeiro
plano,encontradi
fi
cu ldades nos debatese
incertezas
vi gentesna
bi blìografia
especi al i zada de
outros
continentes.
Algunsautores
ì nterpretam essas
fraturas
comodecorrência
de umadivisibilidade fu!
damental da
crosta
daterra.
0utra
corrente
de
pensamentos a9mite
que essas zonasde
fraturas
estão
diretamente
relaciona dasã
gênesee
ao
desenvolvimento dasfaixas
de dobramento, impondo seus
arranjos
I ineares.
0utros autores
i nterpretam essasfraturas
comoproduto
de um sistemade esforços
geomecânicos'Finalmente, alguns
outros
simplesmente admiteminsuficiência
deconhecimento da
causa,
seja esta
interna
ouexterna
ao
noss0planeta.
As
característi
cas geraìs
deextensão,
ì onga duraçã0,atì vações
policicììcas,
var i a çõesde
ti
po
e
i ntensi dadede
rejei
to
no
tempoe
no espaço geogrãfico/geol6gico,
suas rel açõescom
o
magmatismo,etc,,
sãode
abordagem arnpla emdiversos
com pônd ios
e
contri
buìções,
Qua nto
a
c ìass ifi
cação,
esta
tem si dofeita
segundoo
graude
penetraçãono
ìnterior
da Terra(crustais,
abi ssais
ou
trans crus ta i s,
superabi ssai s),
ouo ti
po
principaì
de
rejeito
("normais
profundas", "inversas
profundas",
etc.),
ou ainda
segundoa
suaposição
relativa
tas demajsuni dades geotectôni
cas
("geossinclinais",
"p lataformai s",
"faNo
Nordeste,
pode-se prelimìnarmentedistinguir
doisgrupos dessas
estruturas
hierarquicamente separados,tendo
emvista
o
comportamentoe
i mportância
no âmbito da
regional i zação geotectôn i ca que
se
pretende.
Serão considerados,
por
este
motivo
e por
razões expos iti
vas,
sem compromissos
formai s ,os
llneamentore
as
falhas
profundas,
estas'
emgeraì
subordinadas
a-queles.
A abordagem antecipada des sas
estruturas
se faznecessãri
a
para melhor
compreensão do arcabouçoe
das
subdi visões
naturais
da região
dob ra da nordesti na,3,3.2
0bs ervações Gerais0s
I ineamentosde
Pernambucoe
da
Paraiba'
com
di reções ap¡oximadamente E-l,l
,
demarcandoa
"Zona Transversaì",
designados
por
EBTRT (1962)e
o
lineamentode
Sobral-Pedro
II,
com
direção
NE-Stl,
nonoroeste
doCearã,
identificado
por KEGEL(1958,
I96i,
1965),
sãode
iguaì
ma gn itude
e
ì mportância,
consti
tu i ndo enti dades geotectônicas
deequivaìôncia
ãquelas
dequarta
ordemanteriormente
di scriminadas,tstes
I ì neanentos acham-se separandoe
condi ci onandounì dades
geotectõnicas
distintas;
em gera I,
foramatìvos
deforma
variada do
Precambriano ao Mesozõico;infiuencìaram
inci
sivamente no modelado geomõrfico
regional;
suasextensões li
neares observadas, excedem
sete
cen tenas
de qui 1ômetrosr
semse
conputara
possível
continuidade
apontada nocontinente
afri
cano (EBERT, 1962, ALMEIDA, 1965, N0RTHFLEET
et
al',
1972);apresentam-se notoriamente associados
a
manifestações magmãticas decarãter variado,
ãcido,
alcalino,
bãsico
e
intermediário,
sugestivo,
enparte,
de penetraçõestranscrustais;
são acompanh ados
por
zonas catacl ãstÍ
cas
de a l guns qui 1ômetrosde
lãrguracom laminação vert
ical
a
subverti ca ì,
incidência
demilonitos
e
ul trami lonitos,
compreendendo um sistemade
falhas
paralelasagrupadas consoante
faixa
relativanente
estreita,
aiustando-seSTILLE
(in
DELANY,
1972 ),
e
comotal
des i gnadospor
t,,l.(196'l
,
1965)e
H.
EBTRT (1962)21
KEGEL
Um segundo grupo ì mportante de
geofraturas,
em gerais ubordi nadas aos I i neamen
tos,
é
consti tuido
por
aqueles
si tuadas
dentro
docontexto
dasfaixas
de dobrarnento,não
ultrapassando
(via
de regra)
estes
limites.
Apresentam
característi
cas
geräis similares
ãquelas
dos I i neamentos,
masem
proporções rel
ati
vamente
menores, não obs tante
suagrande
i mportância
no desenvol vimento sedi rentar e
estrutural
dasfai
xas
dobradas que
as
contõm.Mui
tas
dessasfalhas
se ori
gi nam como ramifj
caçõesli
neares egressas dos I ineamentos, formando ângulos
variados,
emgeraì
agudos, havendooutras
que sãoparalelas
aos I i neamentos.Es
tas
falhas
serão cons i deradas na aprecì ação dasfaixas
de dobramento em que
estão inseridas.
E pl enarnente
exequiveì
consti
tui
r-se
um di agrama comos
ìineanentos
e
todas essasfalhas
e
reconstituir a
provãveldireção
geral
deesforços
queos teriam condicionado,
segundoos
nodelosteõricos existentes
(M00DY &HILL,
1956).
No entanto,
a
prõprìa
hist6ria policíclica
e
vari ada desses f raturamentos
6
sufÍciente
para
contestar
a
va'l i dade deuma
interpreta
ção simpl
ista
dessa natureza.a)
Ao 'l on godo
I i neamento
Pe rn amb uco
são
i dentifi
cãveis
peìo
menos,quatro fases
deimportantes
movimentações,queserão descri
tas
em detaì heno
i tem relati
vo
ao naciço
Pernambuco-Al agoas.
A pri meì
ra
dessasfases se
manifesta
pelos
empurrõesde
norte
para sul,
I i gadosa
polari
dadetectôni ca
dafaì
xa
dedobramentos Pajeú-Paraíba,