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NAVA: Utilização de um novo modo de ventilação pulmonar mecânica empediatria

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Academic year: 2017

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Rev Assoc Med Bras 2010; 56(3): 257-77

Área: Pediatria

nava

:

utilização

de

um

novo

modo

de

ventilação

Pulmonar

mecânica

em

pEDIATRIA

Dois estudos recentes avaliaram os benefícios da utilização do

modo ventilatório NAVA (Neurally adjusted ventilatory assist) quando comparado ao modo de pressão de suporte (PSV) em pediatria.

Breatnach e colaboradores1 estudaram 16 crianças em ventilação

pulmonar mecânica (VPM) comparando os dois modos ventilató -rios e obtiveram melhora da sincronia entre paciente e aparelho de

VPM com 65% dos ciclos respiratórios desencadeados neuralmente contra 35% por gatilho (trigger) pneumático (p<0,001) e 85% dos

ciclos respiratórios encerrados neuralmente contra 15% pelo gatilho pneumático (p=0,0001). As pressões de pico de vias aéreas foram 28% menores no modo NAVA 30 minutos após sua instalação (p = 0,003) e 32% menores quatro horas após (p <0,001). Resul

-tados satisfatórios também foram obtidos para os valores de pressão média de vias aéreas com menores valores no modo NAVA quando

comparado à pressão de suporte. Resultados semelhantes foram obtidos por Bengtsson e colaboradores2 ao estudarem 21 crianças

entre dois e 15 anos em VPM comparando os dois modos. Não houve eventos adversos signiicativos com o uso do NAVA, sendo

os pacientes estáveis do ponto de vista hemodinâmico. Observou-se

aumento da frequência respiratória média com o uso do NAVA. Além disso, houve melhora na sincronia e nas pressões de pico no modo NAVA, porém sem mudanças nas pressões médias de vias aéreas

quando comparados os dois modos ventilatórios.

Comentários

A utilização da VPM continua sendo um dos principais suportes no tratamento de crianças gravemente doentes com doenças respiratórias primárias ou com outros distúrbios que impeçam o adequado funcionamento da mecânica ventilatória. Estratégias para minimizar o tempo de VPM e com isso reduzir as complicações relacionadas à mesma têm sido cada vez mais empregadas em todas as fases da ventilação,desde sua instalação até o desmame.

Durante a assistência ventilatória, o desencadeamento do luxo

respiratório pelo paciente apresenta uma série de vantagens quando

comparado ao acionamento por pressão, luxo ou tempo. No primeiro

caso, como ocorre preservação do esforço respiratório do paciente, as vantagens da manutenção das contrações diafragmáticas são preservadas, com melhora da relação entre ventilação e perfusão e dos aspectos hemodinâmicos, bem como redução dos níveis de pico de pressão.

O processo de retirada da VPM pode ocupar até 50% do tempo total de ventilação e a preocupação principal é que

o mesmo atenda exatamente à demanda do paciente. Neste contexto, a sincronia entre paciente e aparelho de VPM é de suma importância. Na respiração espontânea assistida, é ideal

que a musculatura respiratória do paciente permaneça ativa sem que ocorra fadiga respiratória, sendo o nível de assistência

ventilatória não maior do que a necessidade exata do paciente

e progressivamente menor a medida em que se fortalece esta musculatura respiratória enquanto o processo que iniciou a doença respiratória seja resolvido. Para que se obtenha uma adequada sincronia entre paciente e aparelho de VPM, sensores

de pressão ou luxo desencadeiam ou terminam um determinado

ciclo respiratório. Entretanto, tais sensores podem contribuir de maneira importante para que ocorra assincronia entre paciente

e aparelho, uma vez em que pode ocorrer atraso signiicativo

entre a contração diafragmática e o início ou término do ciclo de acordo com a resposta do aparelho de VPM.

Neste contexto, o modo ventilatório NAVA utiliza a ativi -dade elétrica do diafragma (AED) para desencadear o ciclo

respiratório, medido através de eletrodo esofágico especíico

corretamente posicionado3, representando uma maneira de sobrepujar o circuito do aparelho de VPM e os atrasos inerentes ao desencadeamento pneumático da respiração. O sinal emitido

pelo diafragma não é inluenciado por mudanças na massa muscular, complacência da caixa torácica ou volume pulmonar.

A magnitude da AED, que se correlaciona de maneira positiva com a atividade do nervo frênico, gera a pressão de suporte necessária para o conforto respiratório do paciente. Tal modo de ventilação vem de encontro à tendência futura da utilização de modos automatizados de VPM como estratégia para minimizar a agressão ao paciente, reduzir gastos e o tempo total de VPM4.

Mais estudos são necessários em pediatria para a validação deste modo de ventilação. Os dois trabalhos apresentados são importantes por serem pioneiros em suas análises e por trazerem a possibilidade de maior segurança, conforto e rapidez na retirada

da VPM em crianças, podendo contribuir de maneira signiicativa para a redução da morbimortalidade associada à VPM.

eduardo mekitarian filho1 werther brunow de carvalho2

1- Mestrando em Pediatria e Ciências Aplicadas à Pediatria pela Universidade Federal de São Paulo e médico Pediatra Intensivista das Unidades de Terapia Intensiva dos Hospitais Santa Catarina e A.C. Camargo, São Paulo, SP

2- Professor Titular, Neonatologia e Cuidados Intensivos, Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP e Chefe da UTI Pediátrica do Hospital Santa Catarina, São Paulo, SP

referências

1- Breatnach C, Conlon NP, Stack M, Healy M, O`Hare BP. A prospec

-tive crossover comparison of neurally adjusted ventilatory assist and

pressure-support ventilation in a pediatric and neonatal intensive

care unit population. Pediatr Crit Care Med. 2010;11(1):7-11. 2. Bengtsson J, Edberg KE. Neurally adjusted ventilatory assist in chil

-dren: an observational study. Pediatr Crit Care Med. 2010 (in press). 3- Barwing J, Ambold M, Linden N, Quintel M, Moerer O. Evalu

-ation of the catheter positioning for neurally adjusted ventilatory assist. Intensive Care Med. 2009;35(10):1809-14.

4- Lellouche F, Brochard L. Advanced close loops during

mechan-ical ventilation (PAV, NAVA, ASV, SmartCare). Best Pract Res Clin Anaesthesiol. 2009;23(1):81-93.

Referências

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