TRANSMISSÕES DE VÍDEO AO VIVO GERADAS
POR USUÁRIOS:
CARACTERIZAÇO E ANÁLISE
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-GraduaçãoemCiêniadaComputação
doInstituto de Ciênias Exatas da
Univer-sidade Federal de Minas Gerais omo
re-quisito parial para a obtenção do grau de
Mestre emCiênia daComputação.
Orientador: Jussara Marques de Almeida
Co-Orientador: Dorgival Olavo Guedes Neto
Agradeçoprimeiramenteàminhafamíliapormeofereerumaótimaformaçãopessoal.
Um agradeimento espeial aos meus pais, Apareida e Hiran, pela grande destreza
na difíil tarefa de eduar, omo também por sempre me apoiar em todas as minhas
esolhas, por mais insanas que sejam. Agradeço aos meus tios, emespeial àtia Udy,
tia Mone e tio Juliate Kbça, pela alegria, simpatia e apoio, não neessariamente
nessa ordem. Agradeço também aos meus avs, ujo meu arinho e admiração são
inexpliáveis.
Meus sineros agradeimentos a todos os verdadeiros mestres que foram meus
exemploseinentivadoresparaontinuarnavidaaadêmia. Égrandeaadmiraçãoem
espeialpordoisprofessores,JussaraeDorgival,quealémdaextremaompetênia,me
inspiram tambémde outras formas. Jussara pelasua paixão pelapesquisa, e Dorgival
pelasua simpliidadeeompanheirismo. Osdois juntos meforneeram orientaçõesde
altíssima qualidade.
Agradeçoaos ompanheirosdoVOD porfazerem desselaboratórioo mais
diver-tido da UFMG. Espeialmente o pessoal davelha guarda Alex, Daniel,Maia, Itamar
e Palloti (em ordem de idade 8) ), bem omo os abras da peste Flávio, Dudu e
de-mais soldados. Agradeçotambémaos ompanheirosdaárea,ViníiuseEverthon. Que
venham muitos outros trabalhos e ervejas juntos. A todos, obrigado pelo auxílio e
amaradagem durantetodaminha trajetórianomestrado.
Não posso deixar de agradeer também aos amaradas das antigas Mangões,
Leo, Monoh, Lilian, Laura e a todos os outros, que também se devem onsiderar
menionados. Bons ausos são supimpas e não tem preço. Agradeimento espeial
ao Pedrosa pela inestimável ajuda na reta nal da dissertação. Obrigado também
aos novos amigos de BH, em destaque Diego e Bibinha, por todo o valioso suporte e
amizade.
Porm,gostariadeagradeeratodasasoutraspessoasquenãoforamtheba e
ontribuíramde algumaformapara a minha formaçãopessoal, prossional e ultural.
eleansa.
Nos últimos anos assistimos uma grande revolução om relação às formas de riação
e distribuição de vídeo na Internet. Com a popularização das âmeras digitais e o
aumentodasveloidadesdeaessoàInternet,ageraçãoedistribuiçãodevídeosnarede
mundial de omputadores aumentaram onsideravelmente. Reentemente surgiram
váriasempresasqueofereemaosusuáriosapossibilidadedetransmitir,gratuitamente,
uxo devídeoaovivoatravésdesistemasbaseadosnaWeb2.0. Apesardourtotempo
emqueessasapliaçõesoperamnaInternet,jáépossívelobservarum grandeaumento
de popularidade desses serviços.
Nesse ontexto, essa dissertação se destina a propor e avaliar soluções que
on-tribuam para melhorar a esalabilidade desse tipo de sistema. Este trabalho pode
ser dividido em duas partes. Primeiramente, oletamos dados de um sistema real de
transmissão de vídeo ao vivo baseado na Web 2.0, o Yahoo Live, e realizamos uma
araterização de aspetos importantes dos padrões de omportamento dos usuários.
Determinamos modelospara, entre outros aspetos, a duração das sessões, oproesso
de hegada de novas sessões durante uma transmissão e a duração das transmissões
realizadas pelos anais.
Emseguida,osresultados dessaaraterizaçãoforamutilizadosnaonstruçãode
um simuladorde arquiteturasdedistribuiçãode onteúdo,inluindoastradiionais
so-luções liente/servidor e Par-a-Par(aqui refereniada omo P2P pura). Osresultados
da araterização tambémmotivaram a proposição de duas novas estratégias híbridas
que ombinambenefíios dessas duasarquiteturas. Nós então realizamosuma extensa
avaliação das quatro estratégias de transmissão, em diversos enários, onsiderando
métrias que reetem tanto o interesse dos usuários (porexemplo, índie de
ontinui-dade eatraso de iniialização) quanto do servidor (banda de rede). Nossos resultados
indiam que asestratégias híbridas levamaos melhores ompromissosentre qualidade
Inthepast fewyears,wehaveobserved ahugerevolutionintermsofthewaywereate
and distribute video onthe Internet. With the popularization of digital ameras and
with the inrease of Internet aessspeeds, videoontent reationand distribution on
theInternethas grown onsiderably. Thereareanumberofreentlyreatedompanies
whihoertheusersthe possibilityoftransmitting,freeofharge,livestreamingvideo
using Web 2.0basedsystems. In spite oftheir short operationtime onthe Internet, it
is already possible toobserve a signiantpopularity inrease of those servies.
In this ontext, this dissertation aims to propose and evaluate solutions that
ontributetoimprovethesalabilityofthistypeofsystem. Thisworkenompassestwo
major steps. First, we olleted data froma popular online live video sharingservie,
andprovidedaharaterizationofkeyaspetsofuserdynamibehavioralpatterns. We
determine statistial models for, among other aspets, session durations, new session
arrival proess during a transmission, and duration of transmissions performed by a
hannel.
Next,ourharaterizationndingswereused todrivethedesignofasimulatorof
dierent ontent distribution arhitetures, inluding the traditional lient-server and
Peer-to-Peer (here referred to as pure P2P) solutions. Our haraterization ndings
also motivated the proposalof two new hybrid strategies, whih ombine the benets
from those two arhitetures. We then performed an extensive evaluation of the four
strategies, onsidering dierent senarios as well as metristhat reet both the
inte-rests of the users (e.g., ontinuity index and startup delay) and of the server (network
bandwidth). Our results indiate that the hybrid strategies yield the best tradeos
2.1 Partiipação dos Usuários no Envio de Vídeos aoVídeo . . . 9
2.2 Rede P2PBaseada em Árvore para Transmissão de Fluxo de Vídeo . . . . 11
2.3 Rede P2PBaseada em Malha para Transmissão de Fluxo de Vídeo . . . . 13
2.4 Partiipação dos Usuários no Envio de Vídeos Pré-Armazenados . . . 17
3.1 Popularidade de Sistemas de Transmissão de Vídeo ao Vivo Baseados na Web 2.0 . . . 30
3.2 Modelo de Interação dos Usuários om oSistema YahooLive . . . 31
3.3 Telade Exeuçãodo YahooLive.. . . 32
3.4 VisãoGeral - Volume de Canais . . . 35
3.5 VisãoGeral - Usuários Simultâneos . . . 36
3.6 Análises das Transmissões . . . 37
3.7 Intervalode Entrada naTransmissão . . . 38
3.8 Canais Únios porDia . . . 39
3.9 Temposde Sessões dos Usuários . . . 40
3.10 Probabilidade do Tempo de Sessão Durar mais 60s, em Função do Tempo já Deorrido. . . 41
3.11 HistogramadoTempo de Sessão . . . 42
3.12 Representatividadedos CanaisPopulares . . . 43
3.13 Análise de Fatores que Poderiam Inueniar na Popularidade . . . 44
3.14 Probabilidadede SessãoSuperior que 1Minuto . . . 45
4.1 Diagrama de Funionamento daEstratégia Híbrida . . . 50
4.2 Índie de Continuidade para oCenário 2 . . . 58
4.3 Índie de Continuidade para oCenário 3 . . . 59
4.4 Índie de Continuidade para oCenário 4 . . . 60
4.5 Nodos SimultâneosnoCenário3 . . . 61
Variações . . . 65
4.8 Contribuição dos Nodos no Sistema, para o Cenário 3 om Todas as Suas
Variações . . . 66
4.9 Contribuição dos Nodos no Sistema, para o Cenário 4 om Todas as Suas
Variações . . . 67
4.10 Contribuição daFonte noSistema,Cenário 3. . . 69
A.1 Índie de Continuidade -Cenário 1 . . . 79
B.1 Contribuição dos Nodos no Sistema, para o Cenário 1 om Todas as Suas
3.1 Resumo dos DadosColetados . . . 34
4.1 Notação . . . 52
4.2 Cenários de Avaliação . . . 54
4.3 Porentagem doÍndie de ContinuidadeAimade 95% aoLongodaT rans-missão, Considerando Todos osCenários e Todos osValores de
θ
. . . 564.4 Porentagem doÍndie de ContinuidadeAimade 95% aoLongodaT rans-missão, para o Cenário 1
θ
=0%, Cenário 2θ
=25% eθ
=50% e Cenário 4θ
=75% . . . 574.5 Atraso de IniializaçãoEnfrentado porTodos osNodos, de Todos os Cená-riose Variações, ao seUtilizara Estratégia P2PPura eHíbrida Controlada 63 4.6 Atrasos de Iniialização Enfrentados por Todos os Nodos no Cenário 1 (
θ
=0%), Cenário 2 (θ
=25% eθ
=50%) e Cenário 4 (θ
=75%), ao se Utili-zar as Estratégias P2PPura e Híbrida Controlada . . . 644.7 Contribuição dos Nodos Clientes ao Sistema em Todos Cenários e Todas suas Variações para Todas as Estratégias de Transmissão . . . 68
4.8 Eonomiade Banda de Rede Proporionada emComparação om a Estra-tégia C/S . . . 70
4.9 Eonomiade Banda de Rede Proporionada emComparação om a Estra-tégia C/S, pelo Cenário 1
θ
=0%, Cenário 2θ
=25% eθ
=50% e Cenário 4θ
=75% . . . 704.10 Eonomia de Banda de Rede Proporionada pela Estratégia Híbrida Con-troladaemRelação à Híbrida, EmTodos osCenários eVariações . . . 72
B.1 Contribuição dos Nodos Clientes aoSistemano Cenário1
θ
=0% . . . 82B.2 Contribuição dos Nodos Clientes aoSistemano Cenário2
θ
=25% . . . 83B.3 Contribuição dos Nodos Clientes aoSistemano Cenário2
θ
=50% . . . 83Lista de Siglas
ACA Arquitetura de Componentes Autnomos
C/S Cliente/Servidor
CDF Funçãode densidade aumulada
CDN Content Distribution Network
CV Coeientede Variação
DHT Distributed Hash Table
HON Hybrid Overlay Network
ID Identiador
IPTV Internet Protool Television
MLE Maximum Likelihood Estimation
P2P Par-a-Par
PDF Funçãode densidade de probabilidade
PMF Funçãomassa de probabilidade
VOD Vídeo sob demanda
Agradeimentos ix
Resumo xiii
Abstrat xv
Lista de Figuras xvii
Lista de Tabelas xix
1 Introdução 1
1.1 Objetivos . . . 3
1.2 Contribuições . . . 3
1.3 Organização daDissertação . . . 5
2 Contextualização 7
2.1 Transmissão de Fluxo de Vídeo ao Vivo. . . 7
2.1.1 Transmissão Através de ArquiteturasCliente/Servidor . . . 7
2.1.2 Transmissão Através de ArquiteturasP2P . . . 10
2.2 Transmissão de Fluxo de Vídeo Pré-Armazenado. . . 15
2.2.1 Transmissão Através de ArquiteturasC/S . . . 15
2.2.2 Transmissão Através de ArquiteturasP2P . . . 17
2.3 Trabalhos Relaionados. . . 19
2.3.1 CaraterizaçãodeSistemasparaTransmissãodeFluxosdeVídeo
ao Vivo . . . 19
2.3.2 Caraterização do Comportamento de Usuários de Sistemas de
Transmissão de Vídeos Pré-Armazenados . . . 22
2.3.3 Novas Estratégias de Transmissão de Fluxos de Vídeo ao Vivo . 25
de Vídeo ao Vivo 29
3.1 O SistemaAnalisado . . . 29
3.2 Coleta eTratamentodos Dados . . . 32
3.3 Visão Geral . . . 33
3.4 Comportamentodos Usuários . . . 34
3.4.1 Durações e Intervalosentre Transmissões . . . 35
3.4.2 Proesso de Chegada de Sessões . . . 37
3.4.3 Análisesdas Sessões . . . 38
3.5 Caraterização da Popularidade de Canais . . . 42
3.5.1 Audiênia . . . 42
3.5.2 AsSessões são mais Longas para osCanais mais Populares? . . 44
4 Proposta e Avaliação de Estratégias de Transmissão 47
4.1 Alternativas para Transmissão . . . 47
4.1.1 Estratégia P2PPura . . . 48
4.1.2 Estratégia Cliente/Servidor . . . 49
4.1.3 Estratégia Híbrida . . . 49
4.1.4 Estratégia HíbridaControlada . . . 50
4.2 Metodologia de Avaliação. . . 51
4.2.1 Métriasde Avaliação. . . 51
4.2.2 Modelo de Simulação . . . 51
4.2.3 Cenários de Avaliação . . . 54
4.3 Resultados . . . 55
4.3.1 QualidadeMédia das Transmissões . . . 55
4.3.2 Atraso de Iniialização noSistema. . . 62
4.3.3 Contribuiçãodos Nodos Clientes no Sistema . . . 64
4.3.4 Contribuiçãodo Servidorno Sistema . . . 68
4.3.5 Sumarizaçãodos PrinipaisResultados . . . 72
5 Conlusões e Trabalhos Futuros 75
A Índie de Continuidade 79
B Contribuição dos Clientes 81
Introdução
Nos últimosanos assistimosa uma granderevolução om relaçãoàs formas de riação
e transmissão de vídeo na Internet. Com a popularização das âmeras digitais e o
aumentomédiodas veloidadesdeaessoàInternet,ageraçãoetransmissãode vídeos
na redemundial de omputadores aumentou onsideravelmente. Nãosomenteaoferta
de onteúdo aumentou omo também a proura pelos mesmos. Foi mostrado que a
visualização de onteúdo omo seriados de TV, pequenos vídeos (omo os disponíveis
noYouTube[YouTube,2009℄),animaçõeseoutrasapliaçõesquegeramtráfegoatravés
do onsumo de vídeo já representam mais de 35% de todo tráfego da Internet (sem
ontarotráfego provenientede redesPar-a-Par(P2P)),e aprevisãoéque essetráfego
resça para 90% em 2013 [Ciso, 2009℄.
Coma evoluçãodaWWW (World WideWeb)para ahamadaWeb 2.0[Oreilly,
2007℄, os usuários passam a ter um papel de destaque nos serviços Web. Apliações
da Web 2.0 têm omo uma de suas prinipais araterístias ofereerem maior
inte-gração e partiipação do usuário. Diferentemente do que aonteia em sistemas Web
tradiionais (onheidos também omo Web 1.0), onde usuários atuavam mais omo
onsumidores passivos de informação, esses novos sistemas forneem um ferramental
que possibilita que usuários failmente sejam também riadores, publiadores e
orga-nizadores de informaçõesem diferentes tipos de mídias (porexemplo: texto, imagem,
áudio e vídeo). Essa abordagem mais entrada no usuário se mostra um importante
fatornapopularizaçãode diversosserviçosomoYouTube,Orkut[Orkut,2009℄,Flikr
[Flikr, 2009℄e Deliious [Deliious, 2009℄.
Nopassado,atransmissãodevídeoaovivoeraaessívelsomenteagrandes
empre-sasdedistribuiçãodemídia,sendoneessárioparaissoumaltoinvestimentonaneiro.
Issoporqueomumenteeraneessárioutilizaralgumaredede televisão,quepossui
usuáriosapossibilidadede transmitir,gratuitamente, uxode vídeoaovivoatravésde
sistemasbaseados naWeb2.0. Apesar dourtotempoemqueessas apliaçõesoperam
na Internet, já é possível observar um grande aumento de popularidade desses
servi-ços. Um dos preursores, Justin.tv [Justin.tv, 2009℄, atraiu 11 milhões de visitantes
em Novembro de 2008 [Jones, 2008℄. Seus onorrentes Ustream [Ustream.tv, 2009℄
e Mogulus [Mogulus, 2009℄, atraíram 5,6 e 2,1 milhõesrespetivamente [Jones, 2008℄.
Alémdisso,onúmerode aessosaessasapliaçõestempratiamentedobradoaolongo
dos meses. Porexemplo, emOutubro de 2008, Justin.tv registrava 6milhõesde
usuá-rios, enquanto Ustreamregistrava 3milhões[Jones, 2008℄. Outrosrepresentantes om
serviços semelhantes são BlogTV.om [BlogTV, 2009℄, Stikam.om [Stikam, 2009℄ e
YahooLive 1
[Yahoo!, 2009℄, entre outros.
Para garantirobomfunionamentodessetipode sistemaéneessáriauma
quan-tidade onsiderável de banda de rede, prinipalmente em horários de pio em que o
númerode lientes simultâneospodeser muito grande. Issoaontee porque tais
siste-mas operam em uma arquitetura liente/servidor (C/S), sendo omumenteneessário
o estabeleimento de uma onexão exlusiva entre ada liente e o servidor, fonte da
apliação. Com isso, para se manter uma infra-estruturaapaz de ofereer um serviço
dequalidade,prinipalmenteparaatenderváriosusuáriossimultâneos, éneessárioum
altoinvestimentonaneiro.
Entretanto, existem arquiteturas de redes alternativas que possibilitam
man-ter esse serviço a um usto menor [Zhanget al., 2005b℄, [Zhang etal., 2005a℄,
[Venkataraman etal., 2006℄, [Tran etal., 2004℄. Um exemplo desse tipo de
alterna-tivaé uma arquiteturaP2P baseada emmalha dotipo mesh-pull para transmissão de
uxo de vídeoaovivo,semelhanteados sistemas CoolStreaming[Zhanget al., 2005b℄
e PPLive [PPLive, 2009℄, muito populares atualmente. Nesta dissertação,
denomina-remos esse tipo de arquitetura por P2P pura. Em uma arquitetura P2P a maioria
dos nodos 2
possuem papéis equivalentes e ostumam ser denominados pares. Neste
trabalho, nós referiremosa esses elementos simplesmente omonodos.
Apesar de uma arquitetura baseada em rede P2P possibilitaruma maior
eono-mia de banda de rede em relação a uma arquitetura liente/servidor, ela apresenta
limitações. Por exemplo, ela pode ter sua eiênia degradada frente a um
ompor-tamento dinâmio dos usuários, onforme será disutido no apítulo 4. Logo, faz-se
neessário avaliaro usto-benefíio de arquiteturas alternativaspara suportar um
ser-viçode transmissão de vídeoao vivo. Para realização dessa tarefa um passo essenial
1
Ao longo de todo este texto, faremos referênia ao sistema Yahoo! Live omo YahooLive e à
empresaYahoo! omoYahoo.
é entendero omportamentodos espetadores emapliaçõesreais desse tipo,uma vez
que talentendimento pode motivar oprojeto de alternativasquelevema uma melhor
relação usto-benefíio emenários prátios.
1.1 Objetivos
Estadissertaçãotemporobjetivosprinipaisestudaroomportamentodosusuáriosem
umsistemarealdetransmissãodevídeoaovivobaseadonaWeb2.0,bemomoavaliar,
através de simulação, a apliabilidade de estratégias alternativas para transmissão de
vídeo aovivo emsistemassemelhantes.
Osobjetivos espeíos deste trabalhosão:
•
araterizareanalisaromoosusuáriosseomportamnoproessodetransmissãode uxos de vídeos de um sistema real;
•
araterizareanalisaromoosusuáriosseomportamnoproessodevisualizaçãodos anais;
•
entender o impatodapopularidadedos anais no sistema;•
avaliar o usto-benefíio da utilização de uma arquitetura P2P pura, quandoutilizada para suportar um serviço de transmissão de vídeo ao vivo baseado na
Web 2.0;
•
apresentar e avaliar o usto-benefíio de uma nova estratégia (denominadahí-brida), queombina aspetos das arquiteturas liente/servidor ePar-a-Par, ujo
intuitoé melhorara qualidadedo serviço ofereidoao usuário;
•
avaliaro usto-benefíiode uma variaçãodaestratégiahíbrida,ahíbridaontro-lada, ujo objetivo prinipaléproporionarum limitede utilizaçãode banda de
rede da fonte dosistema.
1.2 Contribuições
Nossas prinipaisontribuiçõespodem ser sumarizadas em:
•
Modelo de omportamento dos espetadores de um sistema Web 2.0aspe-transmissão, o número e a duração das transmissões realizadas pelos anais e
o intervalo médio entre transmissões suessivas de um mesmo anal. Até onde
pudemos avaliar,este éoprimeirotrabalhode araterização de omportamento
de usuáriosde umsistemaWeb2.0de transmissãode vídeoaovivo. Emboranão
sejanosso objetivo,estemodelo pode direionaroprojetofuturo degeradores de
argas sintétias realistaspara esses sistemas.
•
Simulador: Com base nos resultados obtidos na araterização realizada foionstruído um simulador de arquiteturas alternativas, baseadas em redes P2P,
bemomoumaarquiteturatradiionalliente/servidor,paratransmissãodeuxo
de vídeoao vivo.
•
Novas estratégias: Proposição de duas novas estratégias para transmissão devídeo ao vivo, ambas baseadas em arquiteturas P2P. A primeira, denominada
estratégia híbrida, tem por objetivo melhorar a qualidade de serviço (estimada
pelo nível de ontinuidade da transmissão na perepção do usuário nal) do
sistema. Nesta estratégia, os lientes iniialmente se onetam a um servidor
(fonte)entralizado. Apósumertointervalodetempo,elessãotransferidospara
uma rede P2P. Esta estratégia foi motivada pelos resultados da araterização
realizada, que indiavamaexistêniade um grandenúmero de sessõesurtas no
sistema analisado. Já a segunda estratégia, denominada híbrida ontrolada, é
uma variação da estratégia híbrida que tem por objetivo limitara utilizaçãoda
banda de rededoservidor,garantindoum limitemáximo de usuáriosonetados
simultaneamentenoservidor entralizado.
•
Avaliação do usto-benefíio da utilização das estratégias C/S, P2Ppura, híbrida e híbrida ontrolada, para transmissão de vídeo ao vivo:
Essa avaliação foi realizada em diversos enários de interesse, onsiderando
mé-trias que reetem tanto o interesse dos usuários(porexemplo: índie de
onti-nuidadeetempoiniialde onguração) bemomo doservidor (bandade rede).
•
Publiações. Contribuímos om dois artigos referentes a duas grandes etapasdesta dissertação. O primeiro apresenta a araterização de um sistema real
de transmissão de vídeo ao vivo baseado na Web 2.0, artigo premiado om o
título de 3 o
melhor trabalho [Silva etal., 2009b℄. Já o segundo apresenta uma
1.3 Organização da Dissertação
Orestantedotrabalhoestá organizadodaseguinteforma: Oapítulo2apresentauma
ontextualizaçãodosmeanismosdetransmissãodevídeoaovivoexistentes,bemomo
os prinipaistrabalhos relaionados. Oapítulo 3apresenta os proedimentos
realiza-dos na aquisição e tratamento dos dados, bem omo a araterização da partiipação
dos usuáriosnosistema, edo impatoreferenteà popularidadedos anais nosistema.
O apítulo 4 desreve as alternativas de estratégias de transmissão, onsideradas em
uma avaliação de usto-benefíio na transmissão de vídeo ao vivo, omo também a
Contextualização
Neste apítuloapresentaremos asabordagens mais representativas para atransmissão
de uxo de vídeo, ao vivo e pré-armazenado, na Internet. Disutiremos também os
prinipais trabalhos relaionadosà nossa proposta.
Os uxos de vídeos transmitidos na Internet podem ser lassiados em duas
ategorias: aovivoepré-armazenado. Naprimeira,um onteúdoaovivoédistribuído
paratodosospartiipantesemtemporeal. Areproduçãodovídeonessaategoriaé
sin-ronizada entre todos os partiipantes. Já nas transmissões de vídeo pré-armazenado,
os usuáriospossuema exibilidadede assistir qualquer vídeo, quando e quantasvezes
desejarem. A reprodução do vídeo nessa ategoria não é sinronizada entre os
par-tiipantes. As seções 2.1 e 2.2 apresentam as prinipais arquiteturas e sistemas de
transmissão de vídeoao vivo e pré-armazenado, respetivamente. Ostrabalhos
relai-onados são disutidos na Seção 2.3.
2.1 Transmissão de Fluxo de Vídeo ao Vivo
Nesta seção, apresentaremos diversos sistemaspara transmissão de uxos de vídeo ao
vivo, baseados tantoem arquitetura liente/servidor, quantoem arquitetura P2P.
2.1.1 Transmissão Através de Arquiteturas Cliente/Servidor
O modelo liente/servidor é a solução básia para transmissão de uxos de vídeo na
Internet. A transmissãodoonteúdonesse tipode arquitetura pode aonteerde duas
formas:
1. O onteúdo é transmitido a ada liente direto do servidor poronexões
estabele-imento de um novo uxo independente de transmissão. Proedimento também
onheido omo transmissão uniast [Tanenbaum, 2003℄;
2. O onteúdo é transmitido pelo servidor omo um únio uxo que é distribuído
para todos os lientes. Assim, não é neessário o estabeleimento de um novo
uxo independente om ada liente. Esse proedimento é denominado
trans-missão multiast [Quinn &Almeroth,2001℄,e foi iniialmenteproposto para ser
implementado na amada de rede. Apesar de soluções de multiast no nível de
IP seremótimas do ponto de vista donúmero de mensagens trafegadasnarede,
na prátiaessa soluçãoé difíilde ser usada. Porpreoupação om a sobrearga
de ontrole das diversas árvores de multiast,administradores normalmentenão
onguram seus roteadores om esse reurso habilitado. Assim, ao invés dessa
funionalidade ser implementada na amada de rede, alguns sistemas
onside-ram sua implementação na amada de apliação, que onstitui uma rede P2P
normalmente, ouCDN (Content Distribution Network)[Liu etal., 2008℄.
Uma variação do modelo C/S é a denominada CDN. Numa solução baseada
em CDN o uxo de vídeo geralmente pode ser repliado de um servidor origem
X
paraoutro servidor
Y
, seguindo, porexemplo, um ritériode loalidade,estandomaispróximosiamente doliente. O liente, porsua vez, reebe ouxo de vídeoa partir
desse servidor mais próximo, obtendo, dentre outros benefíios, uma menor latênia
na obtenção do onteúdo. Essa estratégia não é omumente utilizada pelos sistemas
de transmissão de vídeo aovivobaseados emarquitetura C/S, sendo mais omum em
sistemas de transmissão de vídeos pré-armazenados. No entanto, ela é utilizada pelo
sistemamais popular paratransmissão de uxos de vídeoao vivo naWeb, oJustin.tv
[Gonzalez, 2008℄.
Umadesvantagem daabordagemC/S éademandade bandade rede doservidor
que rese, na maioria dos asos, linearmente om o número de usuários simultâneos
nosistema. Comisso, parasemanterumainfra-estruturaapazdeofereerumserviço
dequalidade,prinipalmenteparaatenderváriosusuáriossimultâneos, éneessárioum
altoinvestimentonaneiro. Jáumdosbenefíiosdeseutilizarumaarquiteturaderede
entralizadaéapossibilidadede efetuarum melhorontroledosusuários,porexemplo,
noombate à transmissão de onteúdo indevido ou ilegal[Dhungel et al., 2007℄. Esta
última araterístia é interessante prinipalmente quando existe a partiipação do
usuárionageraçãode onteúdo,quepodeser dequalquerproedênia. Emumsistema
entralizadoesse tipode onteúdopode, porexemplo, ter o aessobloqueado.
li-dessa lasse em dois grupos: sistemas que permitem a partiipação dos usuários na
geração do onteúdo (isto é, sistemas da Web 2.0) e sistemas que não permitem essa
partiipação.
2.1.1.1 Com a Partiipação dos Usuários
Sistemasdessaategoriaofereemreursos quepossibilitamaosusuáriosatransmissão
de seu vídeo ao vivo na Internet. A maioria desses sistemas também possibilita a
formaçãoderedessoiais,quesão utilizadaspara,dentreoutrasnalidades,integração
dos usuáriose divulgaçãode anais.
A Figura2.1ilustra o funionamentogeral desse tipo de sistema. Atransmissão
do uxo de vídeo parte de algum usuário para o servidor do sistema. Esse servidor
por sua vez é responsável por distribuir o onteúdo aos usuários interessados. Como
podemos observar o usuário A transmite um onteúdo ao vivo para o servidor do
sistema. ParalelamenteaessaaçãoosusuáriosBeCiniiamavisualizaçãodoonteúdo
que está sendo forneido por A. Observe que o usuário transmissor do onteúdo deve
estarpresentedurantetodaatransmissão,queéautomatiamenteenerradaassimque
ele deixao sistema.
Servidor
...
Usuário
B
fluxo ao vivo
Usuário
C
Usuário A
Transmissão
ao vivo
fluxo ao vivo
fluxo ao vivo
Figura 2.1. Partiipação dosUsuários no Envio de VídeosaoVídeo
Representantes desses sistemas são: Justin.tv [Justin.tv, 2009℄, Blogtv.om
[BlogTV, 2009℄, Mogulus.om [Mogulus, 2009℄, YahooLive [Yahoo!, 2009℄, entre
ou-tros. Como essessistemassão geralmentebaseados naWeb, nãoéexigida ainstalação
de apliativosadiionaisnamáquina dousuário para seutilizar oserviço. Na maioria
2.1.1.2 Sem a Partiipação dos Usuários
Ofunionamentode sistemasque transmitem vídeoao vivoem arquiteturas C/S sem
a partiipação dos usuários é bastante semelhante ao funionamento de sistemas que
permitem essa ação. A prinipal diferença é que em sistemas dessa ategoria todo
onteúdo distribuído pelo servidor é gerado pelo provedor de onteúdo. Assim, na
Figura2.1opapeldousuáriotransmissor(usuárioA)seriarepresentado peloprovedor
de onteúdo.
Vários anais de televisão da TV onvenional disponibilizam seu onteúdo na
Internet omo, porexemplo, MTV Brasil [MTV, 2009℄. No entanto, existem também
representantes que não ofereem seu onteúdo através da TV onvenional, operando
apenas naInternet, omo por exemplo,allTV [allTV, 2009℄.
2.1.2 Transmissão Através de Arquiteturas P2P
Embusadeumasoluçãoquenãoexijamultiast dosroteadores,usuáriospartiipantes
de uma transmissão de uxo de vídeo podem formar uma rede de multiast entre si,
ondeaorigeméoservidor(fonte). Essa rede,formada naamadade apliação,reebe
o nome de rede sobreposta (overlay). Como os elementos da rede normalmente são
as próprias apliações dos lientes, que se omportam também omo servidores que
repassamouxo, sem servidoresxosestabeleidosparaesse m, arede formadaédo
tipoP2P.
Existem atualmente vários meanismos de onstrução de redes P2P para
trans-missão de uxos de vídeoao vivo. Com base nesses meanismos, é possível lassiar
essessistemasdetransmissão emsistemasbaseados emárvores, emmalhaouhíbridos.
2.1.2.1 Sistemas Baseados em Árvores
As topologias de rede P2P baseadas emárvores, tambémhamadas topologias
estru-turadas,podemonterumaúnia árvoreoumúltiplas árvoresparatransmissãodo
uxo de vídeo.
•
Únia árvore para transmissão: Essessistemasimplementamumaárvoreemque a raiz representa a fonte (servidor) do onteúdo a ser transmitido. Nessa
estratégia ada nodo reebe um uxo de vídeo de um nodo pai, que pode ser a
própria fonteoualgum outropareiro, eo repassapara osnodos lhos.
Normal-mente um nodolho soliita a um nodopaia transmissão de um uxo ontínuo
nessa gura indiam a transmissão de um uxo de vídeo, que, omo podemos
pereber, só oorre emuma direção, donodo paipara olho.
Servidor
Nodo A
Nodo B
Nodo C
Nodo D
Nodo E
Nodo F
Nodo G
Nodo H
Figura 2.2. Rede P2PBaseadaemÁrvorepara Transmissãode Fluxode Vídeo
Existemváriosexemplosdesistemasqueutilizamessaestratégiaparatransmissão
deuxodevídeoaovivo,omo: ESM[Chu etal.,2000℄,Overast[Jannottiet al.,
2000℄, SpreadIt [Deshpande et al., 2002℄ eZIGZAG[Tran et al.,2004℄.
É possível onstruir uma árvore de transmissão de diversas formas. No entanto,
uma das prinipais preoupações que devem ser levadas em onsideração ao se
onstruir uma árvore é a sua altura. Como os nodos reebem o vídeo de nodos
aima na árvore de transmissão, os nodos pertenentes aos últimos níveis da
árvore podem sofrer om grandes atrasos aso a altura da árvore seja muito
grande. Com o intuito de evitar essa situação, deve-se produzir ada nível da
árvore o mais abrangente possível.
Uma vez que os espetadores de uma transmissão de vídeo podem sair a
qual-quer momento e esse omportamento pode ser bastante dinâmio, a operação
de manutenção da árvore de transmissão após as saídas dos nodos é de grande
importânia. Após a saída de um nodo da transmissão, os nodos que estavam
onetados a ele são desonetados daárvore de transmissão, ando
impossibi-litados de reeberem o onteúdo até serem novamente onetados. Assim, uma
das prinipaispreoupaçõeséqueessaaçãosejarealizadaomais rápidopossível.
Para trataressa questãováriosalgoritmosdistribuídos [Tran etal., 2004℄,foram
propostos para a onstrução e manutenção da árvore de maneira distribuída,
aumentandoassim a eiênia dessas ações.
nodos folhada árvore. Nodos folhasse loalizam noúltimo nível daárvore, tais
omo os nodos C, D, F, G e H da Figura 2.2. Note que os nodos folhas não
transmitem o onteúdo reebido para nenhum outro nodo. Uma vez que eles
representam uma fração signiativa dos partiipantes da transmissão, a banda
de redetotal disponívelno sistema(onsiderando fonte etodos os partiipantes)
é subutilizada.
•
Múltiplas árvores de transmissão: Para tratar algunsproblemas daaborda-gem queonsidera uma úniaárvore de transmissão,omo aexistêniade nodos
que não ontribuem ao sistema (nodos folha), a estratégia de múltiplas árvores
de transmissão foi proposta [Castro etal., 2003℄, [Kosti¢ etal., 2003℄. Nessa
es-tratégia, o servidor divide o uxo de vídeo em vários subuxos. Ao invés de
se transmitir um únio uxo por uma únia árvore de transmissão, ada parte
do uxo (subuxo) étransmitido em uma árvore diferente. Assim ada nodo se
oneta em uma árvore para reeber um subuxo. A transmissão do subuxo
em ada árvore de transmissão oorre da mesma maneira omo é realizada nas
estratégias queutilizamumaúnia árvore de transmissão. Comoum nodose
o-neta em várias árvores diferentes, em uma delas elepode se loalizarnos níveis
entrais da árvore, enquantoem outraele pode ser um nodo folha.
Váriostrabalhosforneeramontribuiçõesrelaionadasàestratégiaderiaçãode
múltiplasárvoresde transmissão,omoSplitStream[Castro etal.,2003℄eBullet
[Kosti¢ etal.,2003℄.
É válido ressaltar que sistemas que operam em uma arquitetura P2P,
indepen-dentedaestrutura, geralmenteneessitamde programasextras instaladosnamáquina
dousuário, diferentemente damaioria dos sistemas quesão baseados emarquiteturas
C/S.
2.1.2.2 Sistemas Baseados em Malha
Casonão aonteçam muitas troas de pareiros durante uma transmissão,os sistemas
baseados em árvores demandam pouas troas de mensagens extras, pois o uxo é
transmitidoaos pareiros já estabeleidos, não sendo neessário o envio de mensagens
para, por exemplo, reentrada na árvore de transmissão. No entanto, os sistemas
ba-seados em árvores têm sua eiênia degradada na presença de um omportamento
(entrada e saída) muito dinâmio dos nodos (high hurn). Como esses sistemas
objetivo é a transmissão de onteúdo ao vivo, essa reestruturação preisa aonteer o
mais rápidopossível,oquetornaessa tarefadesaadora. Para trataresseproblema foi
proposta uma nova abordagem, baseada nariaçãode uma rede P2Pnão estruturada
(ou baseada em malha).
Sistemas dessa lasse apresentam de forma semelhante ao do sistema P2P
Bit-Torrent [Izalet al., 2004℄, de ompartilhamento de arquivos, um rastreador (traker)
responsável pormanter uma listaom todos os nodos ativosnosistema. Sistemas
ba-seados nessaabordagemimplementamumaestratégia naqualada nodo, aoentrar no
sistema, ontata o rastreador para reeber um subonjunto aleatório de outros nodos
ativosnosistema. Estesubonjuntopodeonterdezenasouentenasdenodos. Apósa
reepção dessesubonjunto, onodoontata osrepresentantes destalistaomointuito
de formar parerias. Com as parerias estabeleidas, pode-se iniiar a soliitação de
segmentosde vídeo aos pareiros.
Um nodo pode, sempre que neessário, soliitar uma nova listade partiipantes
ao rastreador. A neessidade de soliitação de uma nova lista de partiipantes pode
oorrer, por exemplo, em resposta à perda de pareiros (ex: devido às suas saídas do
sistema), ou para aumentar a qualidade da transmissão (ex: formando novas
pare-rias om nodos que ofereçam uma qualidade de omuniação melhor). Essas e outras
açõesfazem omqueoesquemabaseado emmalhaprovoqueuma sobreargamaiorde
mensagens narede, emomparaçãoom um sistema baseado emárvore. A Figura2.3
ilustra umarede P2Pbaseadaem malha. Notequenessa guratodos osnodos podem
enviar e reeber onteúdo a todos os pareiros, om exeção do servidor que apenas
envia onteúdo e nuna reebe.
Servidor
Nodo A
Nodo F
Nodo D
Nodo B
Nodo E
Nodo C
Nodo G
Figura 2.3. Rede P2PBaseadaemMalhapara Transmissãode Fluxode Vídeo
onteúdo do vídeo é dividido em vários segmentos (hunks), ada um ontendo uma
partedo vídeo. Esses segmentossão numerados. Ossegmentosde menorvalordevem
ser reproduzidos primeiro. Porém, os segmentos podem hegar fora de ordem a um
nodo, uma vez que eles podem ser reebidos de nodos emdiferentes loalidades.
Existembasiamenteduasmaneirasderealizaratroadesegmentosnestetipode
sistema: push epull. Sistemasbaseadosemmalhaqueutilizamaabordagempushpara
troade segmentos são também onheidos na literatura omo mesh-push [Liu etal.,
2008; Braiale et al., 2008℄. Os nodos de um sistema mesh-push devem transmitir
ada segmento reebido a seus pareiros que ainda não possuemesse segmento, o que
não é uma tarefa trivial em um sistema baseado em malha. Uma rede em forma de
malhanão apresenta, porexemplo, estrutura laramentedenida dotipopaie lho,
omo oorre numa árvore de transmissão. Isso torna a tarefa de identiação dos
paresque aindanão possuemdeterminadosegmento dovídeomais difíil. Nesse aso,
para essa identiação é neessário que o agendamento de transmissão de segmentos
entre pareiros seja uidadosamente planejado [Liuet al., 2008; Zhang etal., 2005a℄.
Mesmo assim essa abordagempode levar aodesperdíio de banda de rede do sistema,
uma vez que dois nodos podem enviar o mesmo segmento para um mesmo pareiro.
Umaformade trataresseproblemaéautilizaçãodeuma abordagemdenominadapull.
Sistemas baseados em malha que utilizam essa abordagem são denominados
mesh-pull [Zhang etal.,2005b℄. Nessa estratégia, osnodos periodiamenteanuniam aseus
pareiros os segmentos que eles possuem. Com isso, ada nodo deve expliitamente
soliitar os segmentos de vídeo de seu interesse a seus pareiros. Com isso evita-se a
redundânia na transmissão de segmentos. Entretanto, aumenta-se a sobrearga na
rede devido àsmensagens de anúniose soliitaçõesde segmentos.
Existe ainda uma abordagem denominada push-pull, proposta para o sistema
GridMedia[Zhanget al.,2005a℄. Essa abordagemé uma união das abordagens
mesh-pull emesh-push. São ainda representantes da lasse de sistemas para transmissão de
uxo de vídeoao vivo baseados emmalha: Coolstreaming, Anysee [Liao etal., 2006℄,
PPLive,SOPCast[SopCast,2009℄,PPStream[PPStream,2009℄,UUSee[UUSee,2009℄,
Prime[Magharei &Rejaie,2007℄,TVAnts[TVAnts,2009℄,VVSky[VVSky,2009℄,entre
outros.
2.1.2.3 Sistemas Híbridos
Sistemasbaseados emmalhadestaam-sepelasuasimpliidadenaonstruçãoe
2006℄. Já os sistemas baseados em árvores geralmente não ausam sobrearga
signi-ativa de mensagens na rede, mas sofrem om a instabilidade da formação da rede
P2P.Com isso, alguns trabalhos apresentaram abordagens que utilizamaombinação
das estratégias baseadas em árvores e malha em suas soluções, visando aproveitar as
vantagensque ada uma oferee.
Os trabalhos apresentados em Venkataraman et al. [2006℄ e Wang etal. [2007℄
são exemplosdessa lassede sistemashíbridos.
2.2 Transmissão de Fluxo de Vídeo
Pré-Armazenado
Serviços queofereematransmissão de uxosde vídeopré-armazenados(ou vídeosob
demanda -VOD)possibilitamaos usuários assistirum vídeo(ou trehos de um vídeo)
previamente armazenado a qualquer momento. Nesse tipo de sistema, mesmo que
várias pessoas estejam assistindo o mesmo vídeo, ada usuário pode estar assistindo
uma parte diferente desse vídeo, pois não neessariamente iniiarama visualizaçãoao
mesmo tempo, ou o sistema pode permitir interatividade para se esolher uma parte
espeía dovídeo.
Assim omo na transmissão de uxo de vídeo ao vivo, a transmissão de uxo
de vídeo pré-armazenado também pode ser realizada através de arquiteturas
li-ente/servidor, ouarquiteturas P2P.
2.2.1 Transmissão Através de Arquiteturas C/S
Os sistemas que realizam transmissão de vídeo pré-armazenado através de redes do
tipo liente/servidor, geralmente também são baseados na Web. Como nos sistemas
para transmissão de uxos de vídeo ao vivo, as CDNs também podem ser utilizadas
para transmissão de uxos de vídeopré-armazenado, apresentandoum funionamento
semelhante aodesrito em2.1.1.
Nestaategoriaexistemaindaprotoolosbaseadosnooneitodemultiast,omo
Pathing e Bandwidth Skimming, para a transferênia do uxo de vídeo desejado. Os
protoolosPathing [Cai etal.,1999;Cai & Hua,2003;Hua etal.,1998℄ eBandwidth
Skimming[D. Eager,2000;Eager et al.,2001℄permitemumaredução signiativados
requisitosdebanda,omotambémofereemaessoimediatoaoserviçoparaoslientes.
Oprimeirouxo éexibidode imediatopeloprogramaliente(oplayer)paraousuário.
O segundo uxo é reebido por anteipação e armazenado em buer para exibição
futura. Esse uxo permite que esse liente alane o liente que já esteja reebendo
o segundo uxo. Quando o primeirouxo atinge o pontoem que o segundo omeçou
a ser armazenado, diz-se que oorreu a união dos uxos. O primeiro uxo pode ser
desonetado, a exibição passa a ser feita a partir do buer, e este segundo uxo é
ompartilhadopelos lientes até om daexibiçãodoonteúdo [de MeloRoha, 2007℄.
Apesar da existênia desses protoolos, sua utilização em sistemas reais para
transmissão de vídeo pré-armazenado em arquiteturas C/S não é omum. Sistemas
destaategoria omumenteutilizamtransmissões uniast.
Assim omo os sistemas para transmissão de uxos de vídeo ao vivo, podemos
lassiar os sistemas para transmissão de uxos de vídeo pré-armazenados em dois
grupos: sistemas que permitem a partiipação dos usuários nageração do onteúdo e
sistemasque não permitema partiipaçãodos usuários.
2.2.1.1 Com a Partiipação dos Usuários
A partiipação dos usuários nesse tipo de sistema é ilustrada na Figura 2.4. Como
podemos observar nessa gura, o usuário A primeiramente produz algum vídeo. Em
seguidaele transmite esse onteúdo a um servidor, que por sua vez é responsável por
mantê-lo e disponibilizarseu aesso a outros usuários, situaçãorepresentada na etapa
1 dessa gura. Como podemos pereber ainda, os usuários B e C estão reebendo o
mesmo vídeo, porém em momentos diferentes, situação representada pela etapa 2 da
Figura 2.4. Podemos ainda pereber que os usuários B e C realizaram uma onexão
úniaom o servidor (situação típia namaioria dos sistemasdeste tipo).
Representantes dessa ategoria de sistemas são: YouTube, DailyMotion
[DailyMotion, 2009℄, Veoh Networks [Veoh, 2009℄, Videolog (sediado no Brasil)
[VideoLog, 2009℄, entre outros.
Não foienontrado nenhum sistema dessa ategoria que fossebaseado em
multi-ast.
2.2.1.2 Sem a Partiipação dos Usuários
Nossistemasquenãopossibilitamapartiipaçãodosusuários,oonteúdoéproduzido
por um provedor de onteúdo. O funionamento desse sistema é bastante semelhante
aoabordado naSeção 2.2.1.1, ilustrado pelaFigura 2.4. No entantoa únia diferença
Usuário A
Etapa 1
Servidor
Envio do
vídeo "V"
Etapa 2
Servidor
...
Usuário
B
Vídeo V
Vídeo V
Vídeo V
Reprodução:
12’ 30’’
Usuário
C
Reprodução:
22’’
Figura 2.4. Partiipação dosUsuáriosno Envio de VídeosPré-Armazenados
Para essa ategoria tambémnão enontramos sistemas que realizammultiast a
níveldeapliação, paraaentregadoonteúdoaos usuários. Foramenontradosapenas
exemplos de sistemasquerealizamumaonexãoúnia entre oservidoreada usuário:
Globo Vídeos [Globo, 2009℄, CNN video[CNN,2009℄ e BBC News [BBC, 2009℄.
2.2.2 Transmissão Através de Arquiteturas P2P
Como menionamos anteriormente, mesmo que várias pessoas estejam assistindo o
mesmo vídeo, ada usuário pode estar assistindo uma parte diferente do vídeo, ou
seja, elas não estarão sinronizadas. Isso torna a riação de uma infra-estrutura P2P
para transmissãode uxode vídeopré-armazenado,ausuáriosnão sinronizados,uma
tarefa desaadora.
Assim omo para transmissão de vídeo ao vivo, existem soluções baseadas em
árvores e emmalha.
2.2.2.1 Sistemas Baseados em Árvores
Podemositarduasestratégiasde transmissãodevídeospré-armazenadosbaseadasem
árvores: uma baseada na téniapathing euma baseada nouso de ahes.
•
Estratégiabaseadaempathing: Guo et al.[2003b℄propuseramumesquemaque utiliza árvores de transmissão P2P para suportar nodos não sinronizados
em um serviço de transmissão de vídeo pré-armazenado. O esquema proposto
foi inspirado na ténia pathing, que foi originalmente proposta para suportar
serviços de transmissão de vídeopré-armazenado usando multiast.
Nesta estratégia,os nodos são agrupados emsessões de aordoom seu instante
mesma janelade tempo
∆
onstituemuma sessão. Nodos pertenentes à mesmasessão formam uma rede P2P estruturada em formato de árvore, que reebe o
nome de árvore base. O servidor, por sua vez, transfere o uxo de vídeo para
ada árvore base, damesma formaomo foi menionado naSeção 2.1.2.1.
Quando umnodoentranosistema,eleseonetaaumaárvore baseereupera o
uxo de vídeoforneido nessa árvore. No entanto, o nodo neessitará reuperar
parte dovídeo(path),játransmitido desdeo instantequeelesejuntou a
deter-minadaárvore. Umpath podeser disponibilizadotantopeloservidor,omo por
outros nodos que já realizaramo armazenamentodopath. Preisamos ressaltar
que na árvore base de transmissãoos nodos são sinronizados.
•
Estratégia baseada em ahe: Para tratar o problema da falta desinroni-zação dos nodos em uma transmissão de onteúdo pré-armazenado,os
represen-tantes dessa estratégia utilizam uma ténia denominada ahes em intervalos
[Kamath etal., 1995; Dan & Sitaram, 1996℄. Os nodos nesses sistemas
arma-zenam um buer de uxo de vídeo em um intervalo próximo de seu ponto de
reprodução atual. Esse buer possui um tamanhoxo, e apresentaum
ompor-tamento de janeladeslizante. Com isso é possível onstruir uma estrutura para
servir outrosnodosquepossuamseupontode reproduçãodentrodointervalodo
buer. Os nodos formam árvores de transmissão, ompostas por nodos que são
apazes de servir ouxo de vídeoa outros nodos, sem o auxíliodoservidor.
Os trabalhos apresentadosem Sharmaet al.[2005℄,Guo et al.[2008℄,Guo et al.
[2003a℄, Cui et al.[2004℄ eJin &Bestavros [2002℄ realizaram ontribuições
rela-ionadas àestratégia baseada emahe.
2.2.2.2 Sistemas Baseados em Malha
O funionamento de sistemas de transmissão de vídeo pré-armazenado, baseado em
arquiteturaP2Pemformatode malha,ésimilaraofunionamentode sistemas
equiva-lentesparatransmissãodevídeoaovivo. Noentanto,existemalgumaspartiularidades
quepreisam ser tratadas de formadiferente. Numa transmissão de uxo de vídeo ao
vivo, todos osnodos estão interessados na mesmaparte do vídeo. Qualquer segmento
devídeoqueumnodopossuaégeralmenteútilatodososnodosqueaindanãoopossui.
Já numa transmissão de uxo de vídeo pré-armazenado, se a aquisição de segmentos
devídeoforfeitanaordemdereprodução,umnodoreémhegadoàtransmissãopode
nodosreentes podemforneeronteúdoaeles. À medidaque otempopassaum nodo
possui ada vez mais onteúdo, podendo servir mais nodos. No entanto, o número de
nodos que podem ontribuir para esse nododerese ao longo do tempo, pois muitos
deleshegaramantes natransmissãoepodemternalizadoavisualizaçãodoonteúdo.
Essa eoutrasquestõessão importantes paraessalassede sistemas,sendo tratadasem
trabalhos omoAnnapureddy etal. [2007℄e Danaet al.[2005℄.
2.3 Trabalhos Relaionados
Nesta seçãoserãodisutidosostrabalhosdemaiorrelevânia,disponíveisnaliteratura,
relaionados à proposta desta dissertação. As seções 2.3.1 e 2.3.2 disutem trabalhos
que realizaramaraterizaçõesde sistemas de transmissãode uxos de vídeoaovivo e
pré-armazenados respetivamente. A Seção 2.3.3 disute as propostas e omparações
de estratégias de transmissão de vídeo ao vivo na Internet. Por m, a Seção 2.3.4
abordaassoluçõespropostasparaoproblemade mudançade anais(quepodeoorrer
umnúmerosigniativodevezes,omoobservadopelaaraterizaçãoaserapresentada
noapítulo3,bemomoemoutrostrabalhos), tantoemsistemasdotipoIPTV,omo
sistemas dotipoP2PTV.
Valeressaltaraquiasdiferençasentre IPTV eP2PTV. Emum sistemade IPTV
existe uma infra-estrutura própria para a transmissão do onteúdo, que é projetada
para ofereeruma boaqualidade de serviço. Já um sistemaP2PTV, representante da
lasse InternetTV, utilizaaprópriainfra-estruturadaInternet e,portanto,nãooferee
garantias de qualidadede serviço. Sistemas P2PTV possuem ainda a partiularidade
de operaremem uma rede Par-a-Par.
2.3.1 Caraterização de Sistemas para Transmissão de Fluxos
de Vídeo ao Vivo
Diversos trabalhos araterizaram sistemas que ofereem aesso a uxos de vídeo ao
vivo naInternet. Nasseções 2.3.1.1e2.3.1.2 apresentaremostrabalhos queestudaram
sistemas que não permitem eos que permitema partiipaçãodos usuários nageração
de onteúdo,respetivamente.
2.3.1.1 Sem a Partiipação dos Usuários
EmVeloso et al.[2006℄,osautoresestudaramaargadetrabalhode um servidor
omerial de uxos de vídeo ao vivo loalizado no Brasil. O foo do estudo foi a
araterização do proesso de hegadas de sessões de usuários, bem omo dos tempos
destassessõesomointuitode utilizarosresultadosemumgeradordeargassintétias
realistas. Os autores onsideraram um modelo omposto por períodos de atividade
(quando o usuário reebe mídia) interalados por períodos de inatividade,disparados
por alguma ação do usuário (omo pausa). Alguns dos prinipais resultados obtidos
são: (1) o proesso de hegada dos usuários segue uma distribuição Poisson; (2) os
períodos de atividade são bem modelados por uma distribuição Lognormal; (3) os
períodos de inatividadesão bemmodelados poruma distribuição Exponenial 1
.
EmSripanidkulhaiet al.[2004℄,foi araterizadauma arga de trabalhode
u-xosde vídeoe áudioao vivode uma grandeCDN, o quepossibilitoua análisede uma
ampladiversidade de onteúdos. Maisde 90% doonteúdo analisadofoiapenas áudio.
Observou-se que a popularidade dos onteúdos segue uma distribuição Zipf de dois
modos. Foi também observado queos lientes entram no sistema de aordo om uma
distribuição Exponenial e que a duração das sessões dos usuários apresenta auda
pesada.
Em Cha etal. [2008℄, os autores apresentam o que eles lamam ser a primeira
análise do maior sistema de IPTV do mundo. O trabalho foa na análise do padrão
de visualização do onteúdo do sistema pelos usuários. Foram onsideradas 250.000
asas (ada asa pode ter mais de 1 usuário), por um período de 6 meses. Dentre
osprinipaisresultados, osautoresobservarama oorrênia de um elevado número de
sessõesdeurtaduração(até10segundosaproximadamente60%),queeles onsideram
ser provenientes de mudanças de anais (períodoemqueousuário está surfandoentre
anais om a nalidade de esolha de algum desses anais). Os autores identiaram
que a maioria das mudanças de anais não leva o usuário a efetivar a esolha da
visualizaçãodessenovoanal,proedimentoquepodesobrearregararedeomsessões
de mudanças de anais supéruas. Além disso, os autores analisaram os proessos de
hegadae partida dos usuáriosno sistema,identiando um omportamento bastante
dinâmio,queporsua vez impõesériosdesaosnaonstruçãode um sistemadeIPTV
baseado emP2P.
2.3.1.2 Com a Partiipação dos Usuários
A maioria dos trabalhos nesta ategoria enfatiza sistemas baseados em arquiteturas
P2P,omfoopartiularemaraterístiasdasredessobrepostasqueaonstituem. No
1
PDF:
λe
entanto,alguns trabalhos tambémabordamaspetos doomportamentodos usuários.
Em Heiet al.[2007℄, os autoresrealizaram uma análise de um sistema de
trans-missão de uxos de vídeoaovivo bastante popularatualmentena Internet, oPPLive.
Foramanalisadas questões espeías daarquitetura dosistema analisado,bemomo
o omportamento dos usuários nesse sistema. Os autores identiaram o tempo de
sessão dos usuáriostantoemanaismais popularesquantoemanaispouo populares
do sistema. Alémdisso, tambémobservaram que um dos prinipaisproblemas
enfren-tados pelos usuários é o longo tempo de iniialização da transmissão (startup delay),
podendo variar de segundos a alguns minutos.
Li etal. [2007℄ analisaram uma versão omerial do CoolStreaming, que foi
de-nominada CoolStreaming+. Foi analisado o impato das ténias empregadas para a
formação da rede Par-a-Par no desempenho geral do sistema. Os resultados obtidos
indiam que as altas taxas de entrada e saída de usuários, e o atraso iniial de
repro-dução do uxo de vídeo, são os prinipais problemas de desempenho do sistema. Os
autores ainda propuseram algumas possíveis soluções para a questão do longo atraso
de iniialização da transmissão, defendendo que sistemas para transmissão de uxos
de vídeoaovivo de grandeporte devemontar om servidoresde apoioemsua
arqui-tetura, formando, assim, uma espéie de CDN, não sendo reomendado utilizar uma
arquitetura de rede puramenteP2P.
Em Silerston&Fourmaux [2007℄, os autores analisaramo tráfego dos prinipais
sistemas para transmissão de uxo de vídeos baseados em arquiteturas P2P, a saber,
PPLive, SOPCast, TVAnts e PPStream. Foipossívelidentiar diferentes padrões do
tráfego gerado pelos sistemas analisados. Dentre os prinipaisresultados, observou-se
que o tempo de vida dos usuários no sistema é melhor araterizado por uma
distri-buição Weibull 2
Em Sripanidkulhai [2005℄, os autores analisaram um sistema para transmissão
de uxode vídeodenominadoESM(End SystemMultiast). Noperíodoemqueforam
realizadas as análises, os anais do ESM atraiam uma média de 100 a 1000 usuários
simultâneos, e os dados analisados apresentavam uma grandediversidade de usuários
queeramprovenientesdemaisde15países. Osautoresidentiaramqueoproessode
hegadados usuáriossegueuma distribuiçãoExponenial,e queaduração das sessões
dos usuáriossegue uma distribuição Lognormal.
OtrabalhorealizadoemAliet al.[2006℄foi um dos primeirosa estudarsistemas
omeriais baseados em redes P2P para transmissão de uxo de vídeo ao vivo. O
foo do trabalhofoi a análise do tráfego dos sistemasPPLive e SOPCast. Os autores
2 PDF:
α
β
x
β
α
−
1
e
−
(
x
β
)
α
mostraramqueessasapliaçõesnãolidambemombandasderedeheterogêneas,eque
nãohájustiçanaontribuiçãode bandade rede dosnodos, neessáriapara serepassar
osuxos reebidos.
Em Silverston &Fourmaux [2006℄, realizou-se uma omparação de quatro
siste-mas omeriais, a saber, PPlive, SOPCast, TVAnts, PPStream, durante um mesmo
evento (Copa do Mundo). Apesar dos resultados serem preliminares, os autores
ob-servaram que a duração das sessões dos usuários, para todos os sistemas, era melhor
representada por uma distribuição Weibull. Além disso, foi também notado que, não
maisque10%de todososnodospartiipantes permaneeramdurantetodaa
transmis-são analisadaem todos ossistemas onsiderados.
EmVuet al.[2007℄,osautoresanalisaramosistemaPPlive. Oestudorevelouque
onúmerode vizinhosde um nodono sistemaindepende donúmero de usuáriosde um
determinadoanal. Foimostradotambémque,paraanaisomaté500espetadores,a
formaçãodaredesobrepostaapresenta umpadrão aleatóriode interligaçãodos nodos.
Aaraterizaçãorealizadanestadissertaçãosedifereniadetodasasapresentadas
nesta seção pois levamos em onsideração um sistema que oferee onteúdo ao vivo,
geradopelos usuários,om uma arquitetura baseada naWeb 2.0.
2.3.2 Caraterização do Comportamento de Usuários de
Sistemas de Transmissão de Vídeos Pré-Armazenados
Existem diversos trabalhos naliteratura destinados aoestudo de sistemaspara
trans-missãodevídeospré-armazenadosnaInternet. Aseguir,naSeção2.3.2.1apresentamos
os trabalhos que estudam sistemas que não permitem a partiipação dos usuários na
geraçãode onteúdo. Na Seção 2.3.2.2 disutimos os trabalhos que estudam sistemas
quepermitem apartiipação dos usuários.
2.3.2.1 Sem a Partiipação dos Usuários
Vários trabalhos se enquadram nessa ategoria, no entanto iremos disutir apenas
algunsrepresentantes. Todos os sistemas disutidos nos trabalhos que serão itados a
seguiroperam em umaarquitetura liente/servidor.
Em Padhye &Kurose [1998℄ os autores estudaram o padrão de omportamento
dos usuários em um servidor de vídeos. Foi araterizado o omportamento emnível
de sessão (ex: duração das sessões de usuários), omo também o omportamento de
repro-quando ousuário está reuperandoa mídia), interalados porperíodos de inatividade
(isto é, quando nenhum onteúdo está sendo transmitido para o usuário). Os autores
onluíram que as distribuições dos períodos de atividade e períodos de inatividade
apresentavam araterístiasde distribuições de auda pesada, sendo bem modeladas
pordistribuiçõesLognormal 3
ou Gamma 4
.
Almeida etal. [2001℄realizaram suas análises emargas de trabalhode dois
ser-vidores de onteúdo eduaional, de renomadas universidades amerianas. Durante
períodosaproximadamenteestaionáriosdetaxade hegadadeusuários,oproessode
hegadade sessõesfoiobservadoser aproximadamentePoisson 5
,eotempoentre
requi-sições de interatividade seguiamuma distribuição de Pareto 6
. Foi observado também
que a popularidade dos objetos analisados era melhor modelada por uma distribuição
Zipf de dois modos.
Em Costa et al. [2004℄, os autores realizaram uma extensão do trabalho
apre-sentado em Almeidaet al.[2001℄, foando prinipalmenteno omportamentode
inte-ratividade dos usuários em sistemas para transmissão de mídia pré-armazenada. As
argas de trabalho analisadas representam três diferentes tipos de onteúdo,
eduai-onal, entretenimento baseado em áudio e entretenimento baseado em vídeo. Foram
enontrados inúmerosresultados, dentre eles o quemostra que aprobabilidade de um
liente pausar, avançar ou voltar um onteúdo depende fortemente da interação
rea-lizada imediatamente antes dentro da mesma sessão, e não no número de requisições
efetuadas desde o iníioda sessão.
Espeiamente om relação ao estudo da popularidade do onteúdo analisado,
podemositarAharya & Smith[2000℄,querealizousuasanálisesbaseadas emaessos
de usuários a vídeos transmitidos na WEB, e Chesire etal. [2001℄, que analisou uma
argadetrabalhodeumservidordeuxodemídiadeumagrandeempresa. Oprimeiro
trabalho identiou que a popularidadedo onteúdo não segue uma distribuição Zipf,
já o segundo trabalhoobservou que a popularidade doonteúdo analisadosegue uma
distribuição Zipf.
Representam tambémessa lasse de trabalhos Chervenak etal. [1999℄, Yuet al.
[2006℄ e Cherkasova &Gupta [2002℄.
3
Funçãodedensidadedeprobabilidade(PDF):
1
xσ
√
2
π
exp
−
(ln
x
−
µ
)
2
2
σ
2
4
PDF:
λ
r
Γ(
r
)
x
r
−
1
e
−
λx
5
Funçãomassadeprobabilidade(PMF):
e
−
λ
λ
x
x
!
6
PDF:
αβ
α
2.3.2.2 Com a Partiipação dos Usuários
A geração de onteúdo por parte dos usuários, em oposição à geração de onteúdo
prossional de algumas pouas grandes empresas, é a have para o suesso de vários
serviços daWeb 2.0atual. Devido ao signiativo resimento na produçãode vídeos
amadoreseoonsequenteaumentodotráfegogeradoporeles,váriostrabalhosbusam
entender melhor esse novo fenmeno, por exemplo, estudando o omportamento dos
usuários. Nessa lasse de trabalhos tambémexistem vários representantes, noentanto
disutiremosapenas os mais relevantes. Todos os sistemasonsiderados nos estudos a
seguirsão baseados em arquitetura C/S.
EmDuarte etal.[2007℄foramanalisadasasaraterístiasdosvídeos edos
usuá-rios de diferentes regiões geográas. Foou-se em partiular no estudo dos usuários
loalizadosnaAmériaLatina. Osautoresenfatizaramseusesforçosnaidentiaçãode
redessoiais formadasapartirde relaionamentosoorridosnoYouTube. Foram
mos-tradasevidêniasde quea loalidadedos usuáriospode ser exploradapara melhorara
infra-estruturautilizadapeloprovedor do serviço.
Os autores em Gilletal. [2007℄ analisaram o tráfego do YouTube sob duas
perspetivas: loal, naUniversidade de Calgary no Canadá, e global, a partir dalista
dos 100 vídeos mais vistos, que é disponibilizadanowebsite do YouTube. Os autores
mostram que a utilização de ahe traz benefíios para os usuários e provedores de
onteúdo.
EmCha etal.[2007℄,osautoresrealizaramextensas análisesdoYouTube,
repre-sentando, segundos os autores, o primeiro grande trabalho para um melhor
entendi-mento de sistemas que permitem apartiipação dos usuáriosna geraçãode onteúdo.
Baseadonoestudo doomportamentodos usuáriosforamidentiadoselementos
ha-ves queauxiliam emuma melhor ompreensão, porexemplo, dapopularidadedo
on-teúdo. Osautores tambémrealizaramanálises emrelaçãoaouso de estratégiasP2P e
deummelhorusodeahes,omointuitodetornaressetipodesistemamaiseiente.
EmMaiaetal.[2008℄,foramavaliadosquatro sistemasparatransmissãode uxo
de vídeo pré-armazenado, o YouTube, o DailyMotion, o Veoh Networks e o
Video-log (sediado no Brasil). Foi proposta uma estratégia de ahing que explora tanto a
popularidadequanto areênia dos vídeos.
Em Saxena etal. [2008℄ os autores apresentaram uma omparação entre o Y
ou-Tube, o Dailymotion e o Metaafe Metaafe [2009℄. O foodas análises realizadas foi
inferirsobre o sistemade transmissão de onteúdo utilizado por taisapliações, omo
Também são representantes dessa lasse de trabalhos Benevenuto et al.[2008℄ e
Cheng et al.[2007℄.
2.3.3 Novas Estratégias de Transmissão de Fluxos de Vídeo
ao Vivo
Sabendo das vantagens e desvantagens de abordagens baseadas em árvore e de
abor-dagens baseadas em malha, disutidas na Seção 2.1, alguns trabalhos desenvolveram
novas soluções, que almejam aproveitar asvantagens de ada uma dessas abordagens.
Todos esses trabalhos realizam omparações entre diferentes abordagens para
trans-missão de vídeo ao vivo, prinipalmente om o intuito de ontrastar suas estratégias
propostas om as existentes.
Em Venkataraman etal. [2006℄, os autores propuseram uma nova estratégia
a-paz de assoiar a eiênia proporionada pelos sistemas baseados em árvores, om
a esalabilidade dos sistemas baseados em malha, para transmissão de vídeo ao vivo.
Foirealizadaumaomparaçãodessa novaestratégiaomum sistemaqueonstróiuma
rede P2P baseada em árvores om apoio de uma Distributed Hash Table (DHT), o
SplitStream [Castro et al., 2003℄. Mostrando que a nova estratégia apresenta
resulta-dos equivalentes ou melhores em relação à latênia e resposta a um omportamento
dinâmiodos usuários. Noentanto,osautoresnão realizaramuma omparaçãode sua
estratégia om um sistema tradiional baseado emmalha, assim não épossíveldizer
que essa novaestratégia é superior a uma baseada puramenteemmalha.
Em Wang et al. [2007℄, os autores propuseram uma arquitetura híbrida,
om-binando omponentes da arquitetura de árvore om omponentes da arquitetura de
malha. A idéia have dessa estratégia é enontrar pareiros estáveis no sistema para
formar uma árvore de transmissão. O desempenho da nova estratégia proposta foi
omparado om soluções existentes baseadas exlusivamente em redes P2P
estrutu-radas ou não estruturadas. Através de simulações e experimentação real, exeutada
om oauxílio doPlanetLab[PlanetLab, 2009℄,os autores apresentaram melhoriasem
relação aotempoiniial de onguração, om o auxíliode sua novaestratégia.
Em Zhou &Liu [2005℄, também foi proposta uma nova estratégia, porém neste
aso os autores enfatizaram a transmissão de vídeos pré-armazenados. A estratégia
denominada HON (derivada de Hybrid Overlay Network) ombina os benefíios de
topologias baseadas em árvore, alançando menores atrasos na transmissão, omo os
de topologias baseadas em malha, usufruindo da sua robustez. Os autores, através
mesmoemsituaçõesom um altograu de dinamismonarede.
No que tange à avaliação de estratégias de transmissão de uxos de vídeo ao
vivo, nosso trabalho se diferenia dos demais pois não temos o foo espeío em
ar-quiteturasP2P. Ao ontrário, nós propomos novas estratégias híbridasque ombinam
umaarquitetura entralizadaliente/servidorom uma arquiteturadesentralizadado
tipoP2P,erealizamosumaavaliaçãoquantitativadousto-benefíiodessasestratégias
juntamente om as estratégias tradiionais liente/servidor e P2P pura. Nesta
avalia-ção,onsideramosmétriasrelativasàqualidadede serviçoprovidoaos lientes (índie
de ontinuidade e tempo iniial de onguração) e ao onsumo de banda de rede do
sistemaomo um todo (servidore nodos partiipantes).
2.3.4 Soluções para Minimizar o Impato da Mudança de
Canais
EstudosrelaionadosaatrasosnaWebmostraramqueumatrasoaimade10segundos,
em resposta a alguma requisição, enoraja os usuários a pensarem que tenha havido
algumerro [Bouhet al., 2000; Nielsen, 1994℄. Espeiamente om relação ao atraso
devido às mudanças de anais, Kooij etal. [2006℄ mostrou que os atrasos a partir de
5 segundos são onsiderados insatisfatórios em um sistema de IPTV, sendo que um
tempo ideal não deve ultrapassar 0,43 segundos. Como essas mudanças de anais são
frequentes [Cha etal., 2008℄, e o tempo gasto entre essas mudanças de anais pode
variar entre 0,9 a 70 segundos [Tehnologies, 2005℄, isso se torna um problema, pois
afetaa qualidadede serviço provida aos usuários.
Com base nisso, reentemente vários trabalhos apresentaram ontribuições
refe-rentes a esse assunto. Podemos dividi-los em duas lasses, trabalhos que tratam de
sistemasIPTV e trabalhos que abordamsistemas de InternetTV.
Com relação aos trabalhos que realizam estudos referentes ao proesso de
mu-dançade anais dos usuários, foando-se espeiamente emsistemas de IPTVs,
exis-tem várias abordagens. Osautores emKooij etal. [2006℄ propuseramum modelo que
dado otempo de mudança de anais é apaz de forneer asatisfação média dos
usuá-rios. A prinípio o modelo poderia ser apliado a qualquer sistema de TV que não
tenhaum tempo de mudança de anais instantâneo.
Outros trabalhos propuseram ontribuições espeiamente para a redução do
tempo de mudanças de anais [Cho et al., 2004; Kim et al., 2008; Lee etal., 2007℄.
Em linhas gerais, estas propostas realizam o pré-arregamento de anais favoráveis.
Dois anais C
1
e C2
são onsiderados favoráveis aso haja uma alta probabilidade deque o anal C