• Nenhum resultado encontrado

Modelos analíticos para rádio fontes extragalácticas

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Modelos analíticos para rádio fontes extragalácticas"

Copied!
116
0
0

Texto

(1)

CENTRO DE CIˆENCIAS EXATAS E DA TERRA

DEPARTAMENTO DE F´ISICA TE ´ORICA E EXPERIMENTAL PROGRAMA DE P ´OS-GRADUAC¸ ˜AO EM F´ISICA

MODELOS ANAL´ITICOS PARA

R ´

ADIO FONTES

EXTRAGAL ´

ACTICAS

Alexsandro Pereira Lima

Orientador: Dr. Joel Cˆamara de Carvalho Filho

Disserta¸c˜ao submetida como requisito parcial para obten¸c˜ao do t´ıtulo de Mestre em F´ısica

(2)
(3)

`

A minha filhinha Camila, que mesmo com t˜ao pouco tempo de vida j´a ´e o maior motivo da minha pr´opria existˆencia.

`

A minha esposa Betˆania, por todo seu amor, carinho, compreens˜ao e incentivo mesmo nos momentos mais dif´ıceis de nossas vidas. Obrigado por tudo!

`

A minha m˜ae Ester e ao meu padrasto (um verdadeiro paiz˜ao) Walter, por todo apoio, carinho e amor que me deram ao longo de toda a minha vida.

Aos meus irm˜aos Rita, Elizama e Alessandro, que tanto me ap´oiam e incentivam.

Aos amigos e professores do DFTE que, sem querer citar nomes para n˜ao ser injusto deixando algu´em de fora, tanto ajudaram no meu desen-volvimento enquanto aluno.

Ao meu orientador Joel Cˆamara de Carvalho Filho (mais uma figura paterna em minha vida), por toda a dedica¸c˜ao e orienta¸c˜ao durante toda a minha gradua¸c˜ao, mestrado e com muita certeza, o doutorado.

Ao CNPq, pelo apoio financeiro concedido durante toda a minha gra-dua¸c˜ao e mestrado.

(4)

AGRADECIMENTOS i

LISTA DE FIGURAS x

LISTA DE TABELAS xi

1 Introdu¸c˜ao 1

2 Gal´axias Ativas 5

2.1 Radiogal´axias . . . 6

2.2 Quasares . . . 8

2.3 Gal´axias de Seyfert . . . 10

2.4 BL Lac . . . 11

2.5 Modelo unificado . . . 12

3 R´adio fontes duplas: morfologia e classifica¸c˜ao 23 3.1 Morfologia . . . 24

3.1.1 Jatos . . . 24

3.1.2 “Hot spots” . . . 25

(5)

3.1.3 L´obulos e/ou Pontes . . . 26

3.1.4 Plumas e Caudas . . . 28

3.2 Classifica¸c˜ao . . . 28

3.2.1 Classifica¸c˜ao de Fanaroff-Riley . . . 28

3.2.2 Classifica¸c˜ao Baseada nas Dimens˜oes . . . 30

3.2.3 Classifica¸c˜ao Baseada no Espectro . . . 31

4 Modelos Anal´ıticos de R´adio Fontes 36 4.1 Modelo de Carvalho (1985) . . . 37

4.1.1 Introdu¸c˜ao . . . 37

4.1.2 O modelo . . . 38

4.1.3 Resultados e conclus˜oes . . . 40

4.2 Modelo de Carvalho (1994, 1998) . . . 41

4.2.1 Introdu¸c˜ao . . . 41

4.2.2 O modelo . . . 43

4.2.3 Resultados e conclus˜oes . . . 44

4.3 Modelos Tipo I, II e III . . . 46

4.3.1 Introdu¸c˜ao . . . 46

4.3.2 Modelo Tipo I . . . 48

4.3.3 Modelo Tipo II . . . 50

4.3.4 Modelo Tipo III . . . 51

(6)

5.2 O modelo . . . 55

5.3 Equa¸c˜oes de movimento . . . 57

5.3.1 Avan¸co da cabe¸ca do jato . . . 57

5.3.2 A densidade ambiente . . . 59

5.3.3 A ´area da cabe¸ca do jato . . . 61

5.3.4 O tamanho do jato . . . 64

5.3.5 Expans˜ao lateral do casulo . . . 64

5.3.6 Press˜ao no casulo . . . 65

5.3.7 Sum´ario dos parˆametros do modelo . . . 66

6 Modelo Geral: Emiss˜ao R´adio 69

7 Resultados num´ericos e conclus˜oes 74

A Tabelas 79

(7)

1.1 3C47 . . . 2

2.1 Distribui¸c˜ao de luminosidade de r´adio fontes extragal´acticas. Essa distribui¸c˜ao ´e derivada de um histograma de lumino-sidades r´adio de todas as fontes no c´eu com densidade de fluxo S ≥10 Jy em 408 MHz. Nessa escala de luminosidade r´adio, nossa Gal´axia tem L408 = 1022 WHz−1 (Longair 1981). 6 2.2 Cygnus A . . . 8

2.3 Imagem ´optica de 3C273 . . . 10

2.4 Gal´axia NGC5728 . . . 11

2.5 Modelo unificado. . . 13

2.6 Gal´axia NGC 4261 vista em ´optico e r´adio. Na imagem da direita do HST ´e poss´ıvel visualizar o t´orus na regi˜ao central do AGN. . . 15

2.7 Nesta figura ´e poss´ıvel visualizar o n´ucleo central do AGN, assim como as nuvens BLR circundados por um tor´oide. Podemos associar esse esquema ao blazares. . . 16

(8)

2.8 Nesta figura, que corresponde a uma rota¸c˜ao da figura an-terior, percebemos o aperecimento de um jato e seu contra-jato, assim como as nuvens NLR. Esse esquema ´e geralmen-te associado ao quasares onde devido ao efeito Doppler, o

contra-jato ´e raramente percebido. . . 17 2.9 Nesta figura, que representa uma rota¸c˜ao de 90o na Figura

2.7, o t´orus ´opticamente espesso obscurece a observa¸c˜ao da regi˜ao central do AGN bem como das nuvens BLR, nesse caso observamos os jatos e as nuvens NLR. Podemos associar esse esquema `as r´adio gal´axias, mais precisamente `as r´adio

fontes duplas. . . 17 2.10 R´adio fontes extensas - ´e mostrada uma fonte tipo FRII com

suas extremidades luminosas. As fontes tipo FRI tˆem jatos

de baixa velocidade e extremidades pouco luminosas. . . . 19 2.11 A gal´axia hospedeira. Embora se apresente como sendo um

tipo de gal´axia com perfil liso, tamb´em pode ser altamente

irregular com m´ultiplos n´ucleos como resultado de fus˜ao. . 19 2.12 O disco central de forma¸c˜ao de estrelas, da ordem de kpcs. 20 2.13 A regi˜ao de linhas estreitas, NLR, incluindo pequenas mas

numerosas nuvens do meio interestelar ionizadas pelo n´ucleo

(9)

2.14 A extens˜ao exterior da regi˜ao de linhas largas, BLR, e a parte mais interna do t´orus molecular que provˆe uma pro-te¸c˜ao efetiva da parte central do AGN para o observador,

dependendo da orienta¸c˜ao relativa entre eles. . . 21 2.15 Dentro do t´orus molecular - os jatos vistos em mapas de

VLBI. Linhas de baixa ioniza¸c˜ao (“Low Ionization Lines

-LIL”) da BLR, podem ser a coroa do disco de acres¸c˜ao . . 21 2.16 O disco de acres¸c˜ao que irradia fortemente em ´optico e UV.

A alta ioniza¸c˜ao de nuvens BLR ´e excitada pelo campo de

radia¸c˜ao cont´ınua da parte central do AGN. . . 22 2.17 O buraco negro. O raio de Schwarzschild para um buraco

negro de massa de 108 M⊙ ´e de 2 UA (10−5 pc). A rota¸c˜ao

introduz linhas espiraladas de campo magn´etico que

produ-zir˜ao a acelera¸c˜ao das part´ıculas. . . 22 3.1 R´adio Fonte 3C 296 do tipo FR I . . . 29 3.2 R´adio Fonte 3C 173.1 do tipo FR II . . . 29 3.3 Luminosidade r´adio versus ´optica para fontes FR I e FR II.

As unidades em r´adio s˜ao W/Hz/sr. Os n´umeros 1 e 2 s˜ao

referentes as fontes FR I e FR II, respectivamente. . . 30 3.4 Espectro em r´adio de uma fonte com alto ´ındice espectral,

(10)

3.7 Espectro em r´adio de uma fonte com espectro complexo

pos-suindo m´ultiplas componentes. . . 35 4.1 O diagrama P-D em 1407 MHz. A curva inferior tem valores

de Lo = 6× 1046 erg/s, do = 100 pc e He = 2 × 10−4 G,

equanto a curva superior adota os valores Lo = 2 × 1049

erg/s, do = 400 pc e He = 4×10−4 G. . . 42

5.1 Esquematiza¸c˜ao do modelo, mostrando os principais cons-tituintes de uma r´adio fonte: jato, cabe¸ca (“hot spot”) e

casulo (l´obulo r´adio). . . 58 5.2 Raio do “hot spot” como uma fun¸c˜ao da distˆancia do n´ucleo

ao “hot spot”. No painel superior cada s´ımbolo representa um “hot spot” que comp˜oem a amostra feita a partir da lista cuja referˆencia est´a indicada na legenda. No painel inferior a amostra ´e representada por pontos e a linha tracejada representa uma fun¸c˜ao do segundo grau. As linhas retas

representam um ajuste correspondendo a uma lei de potˆencia. 62 5.3 Esquema das diferentes distˆancias do centro da gal´axia onde

o raio da cabe¸carh, a densidade ambienteρe a luminosidade

(11)

6.1 Diagrama P-D em 5 GHz mostrando a trajet´oria evolutiva para Lj = 1046 erg/s (curvas inferiores) e Lj = 1048 erg/s

(curvas superiores). A contribui¸c˜ao da cabe¸ca ´e represen-tada pela linha vermelha, a do casulo pela linha azul e a soma delas, pela linha em preto. Os c´ırculos e os quadrados correspondem `as fontes GPS/CSS (gal´axias e quasares) e as

cruzes representam as fontes extensas 3CR. . . 73 7.1 Largura da ponte (2rc) como uma fun¸c˜ao do comprimento da

fonte (zh). Os dados para fontes CSS foram obtidos de Fanti

et al. (2001) enquanto as medidas para fontes extensas 3CR foram obtidas de Wellman, Daly & Wan (1997). As curvas s˜ao resultado de dois valores da energia cin´etica inicial para o modelo. Os valores s˜ao: 1046 erg/s para a curva superior

(12)

4.1 Os expoentes na equa¸c˜ao (4.4). . . 40

4.2 Idades de r´adio fontes extensas. . . 45

4.3 Idade de fontes compactas em um meio com nuvens. . . 46

4.4 Modelos Tipo I, II e III . . . 53

5.1 Parˆametros do modelo . . . 67

A.1 Amostra de raios de “hot spots” rh de fontes compactas e extensas. . . 81

A.2 Amostra de fontes CSS. . . 91

A.3 Amostra de fontes extensas. . . 93

(13)

A grande maioria dos modelos anal´ıticos de r´adio fontes extragal´acticas utilizam a hip´otese de auto-similaridade, onde os modelos podem ser clas-sificados em trˆes tipos: I, II e III. N´os desenvolvemos um modelo anal´ıtico que representa uma generaliza¸c˜ao dos modelos existentes na literatura e mostramos que os trˆes tipos s˜ao casos particulares desse modelo. O mode-lo assume que a ´area da cabe¸ca do jato varia com seu tamanho de acordo com uma lei de potˆencia e que a luminosidade do jato ´e uma fun¸c˜ao do tempo. A hip´otese b´asica comumente usada ´e a de que a cabe¸ca do jato e o casulo se expandem em equil´ıbrio de press˜ao com o meio ambiente. As equa¸c˜oes de equil´ıbrio e conserva¸c˜ao da energia permitem que expresse-mos o tamanho e largura da fonte e a press˜ao no casulo como uma lei de potˆencia e encontremos seus respectivos expoentes. Todas essas suposi¸c˜oes podem ser usadas para calcular a evolu¸c˜ao do tamanho e comprimento da fonte e de sua luminosidade r´adio. Podemos comparar esses resultados com as rela¸c˜oes observadas da largura-tamanho para r´adio l´obulos e diagrama potˆencia-tamanho (P-D) de fontes compactas (GPS e CSS) e de fontes extensas do cat´alogo 3CR. Neste trabalho introduzimos duas importantes melhorias em rela¸c˜ao `a trabalhos anteriores: (1) Coletamos uma grande

(14)
(15)

The great majority of analytical models for extragalactic radio sources suppose self-similarity and can be classified into three types: I, II and III. We have developed a model that represents a generalization of most models found in the literature and showed that these three types are particular cases. The model assumes that the area of the head of the jet varies with the jet size according to a power law and the jet luminosity is a function of time. As it is usually done, the basic hypothesis is that there is an equilibrium between the pressure exerted both by the head of the jet and the cocoon walls and the ram pressure of the ambient medium. The equilibrium equations and energy conservation equation allow us to express the size and width of the source and the pressure in the cocoon as a power law and find the respective exponents. All these assumptions can be used to calculate the evolution of the source size, width and radio luminosity. This can then be compared with the observed width-size relation for radio lobes and the power-size (P-D) diagram of both compact (GPS and CSS) and extended sources from the 3CR catalogue. In this work we introduce two important improvement as compared with a previous work: (1)We have put together a larger sample of both compact and extended radio sources

(16)
(17)

Introdu¸

ao

Com a descoberta de Jansky, por volta dos anos 1930, de ondas de r´adio que chegavam `a Terra vindas do espa¸co e que interferiam nas comuni-ca¸c˜oes de r´adio, foi inaugurada uma nova forma de se fazer astronomia. Objetos at´e ent˜ao desconhecidos dos astrˆonomos come¸caram a ser desco-bertos e estudados. Entre esses novos objetos est˜ao as chamadas “r´adio fontes duplas”. Uma r´adio fonte dupla cl´assica apresenta uma estrutura em grande escala, observada na faixa de ondas de r´adio, em formato de “haltere” com dois l´obulos interligados por jatos, com uma gal´axia hospe-deira no centro. A Figura 1.1 apresenta a r´adio fonte dupla cl´assica 3C47 com suas estruturas observadas em radiofreq¨uˆencia. As r´adio fontes du-plas s˜ao objetos associados `as “radiogal´axias” que geralmente s˜ao gal´axias el´ıpticas do tipo peculiares “ativas”. S˜ao ainda, objetos extremamente po-tentes, sua luminosidade pode chegar at´e 1045 ergs/s, que se originam no

n´ucleo das radiogal´axias onde acredita-se existir um buraco negro super-massivo envolvido por um disco de poeira e g´as conhecido como “disco de

(18)

Figura 1.1: 3C47

(19)

impede que este seja contaminado pelo material do meio ambiente, forman-do um “casulo” ou “r´adio l´obulo”. O ponto terminal forman-do jato, onde ocorre o choque com o meio ambiente, comumente denominado de “cabe¸ca”, ´e o local onde encontramos os pontos de maior intensidade de radia¸c˜ao co-nhecidos como “hot spots”. As duas primeiras r´adios fontes identificadas foram “Cassiopeia A” e “Cygnus A” (Baade e Minkowski 1954a). Cygnus A ´e uma das r´adio fontes mais pr´oximas de n´os e uma das mais brilhantes do c´eu. S˜ao encontradas r´adio fontes com escalas da ordem de 1 pc at´e 1 Mpc. As r´adio fontes apresentam ainda uma grande variedade morfol´ogica e espectral, o que justifica a grande quantidade de formas de classifica¸c˜ao e nomenclatura utilizadas por diferentes autores.

A partir da d´ecada de 1970 foram desenvolvidos v´arios modelos anal´ıticos que se propuseram a descrever o comportamento das r´adio fontes e suas componetes, principalmente os jatos. A hip´otese b´asica da maioria dos modelos ´e a de que os jatos avan¸cam em equil´ıbrio de press˜ao com o meio ambiente. Neste trabalho n´os iremos descrever um modelo anal´ıtico que possa representar uma generaliza¸c˜ao da maioria dos modelos existentes na literatura. Em seguida, compara-se o modelo com os dados observacionais das fontes GPS, compactas de espectro com picos em gigahertz (do inglˆes, “Gigahertz Peaked Spectrum”), CSS, compactas de espectro inclinado (do inglˆes, “Compact Steep-Spectrum”) e extensas do cat´alogo 3CR.

(20)
(21)

Gal´

axias Ativas

´

E comum denominar as gal´axias do diagrama de Hubble de gal´axias “nor-mais”. As gal´axias que n˜ao se enquadram nesse sistema de classifica¸c˜ao s˜ao chamadas de gal´axias “peculiares”. Objetos peculiares que apresen-tam espectro n˜ao t´ermico e alta luminosidade formam a classe das gal´axias peculiares “ativas”. As gal´axias ativas, como um grupo, apresentam as se-guintes caracter´ısticas: alta luminosidade em r´adio, muitas vezes maior que 1044 ergs/s; parte da luminosidade ´e proveniente de emiss˜ao n˜ao t´ermica,

com grande quantidade de fluxo ultravioleta, infravermelho, r´adio e em raios X. Entre as gal´axias ativas existem algumas classes as quais d´a-se um maior destaque. S˜ao elas: as radiogal´axias, os objetos quasi-estelares (quasares), gal´axias de Seyfert e os objetos BL Lacertae (BL Lac).

A Figura 2.1 mostra a distribui¸c˜ao da luminosidade r´adio das r´adio fon-tes mais luminosas do c´eu. ´E interessante notar que gal´axias como a nossa s˜ao muito raras; os objetos t´ıpicos s˜ao de 103 - 108 vezes intr´ınsicamente mais luminosos.

(22)

Fontes duplas e compactas

Rádio galáxias

Quasares

Nossa Galáxia galáxias normais

Figura 2.1: Distribui¸c˜ao de luminosidade de r´adio fontes extragal´acticas. Essa distribui¸c˜ao ´e derivada de um histograma de luminosidades r´adio de todas as fontes no c´eu com densidade de fluxo S ≥ 10 Jy em 408 MHz. Nessa escala de luminosidade r´adio, nossa Gal´axia tem L408 = 10

22

WHz−1

(Longair 1981).

Apresentaremos a seguir uma breve discus˜ao sobre cada um dos objetos peculiares.

2.1

Radiogal´

axias

(23)

g´as (principalmente hidrogˆenio) mas, no entanto, era dif´ıcil explicar a forte emiss˜ao r´adio vinda dessas gal´axias j´a que estrelas, como o Sol, n˜ao emitem em grande intensidade na regi˜ao r´adio. A nossa Gal´axia n˜ao ´e uma intensa fonte de emiss˜ao r´adio embora possua uma fonte emissora, Sagittarius A, bem no seu centro. As radiogal´axias emitem uma quantidade enorme de energia r´adio, muita vezes maior que a intensidade luminosa emitida ao mesmo tempo pelas centenas de bilh˜oes de estrelas existentes na pr´opria gal´axia! A primeira radiogal´axia descoberta foi Cygnus A. Esta poderosa radiogal´axia est´a localizada na constela¸c˜ao do Cisne e, apesar de estar a uma distˆancia de mais de 200 Mpc de n´os, ´e uma das fontes mais pr´oximas e uma das mais brilhantes em r´adio no c´eu.

As radiogal´axias apresentam uma emiss˜ao em r´adio em torno de 1040 a 1045 ergs/s, lembrando que a luminosidade do Sol ´e de 3.83×1033 ergs/s.

(24)

um “radio core” no centro da gal´axia hospedeira.

Figura 2.2: Cygnus A

2.2

Quasares

Os quasares s˜ao os objetos mais luminosos do universo e extremamente compactos, emitindo mais do que centenas de gal´axias juntas, isto ´e, at´e um trilh˜ao de vezes mais do que o Sol. S˜ao tamb´em os objetos mais distantes detectados no universo e por isso s˜ao capazes de nos contar um pouco sobre a hist´oria do pr´oprio universo, sua estrutura e composi¸c˜ao.

(25)

apresentava linhas intensas em emiss˜ao, mas em comprimentos de onda que n˜ao correspondiam a nenhuma transi¸c˜ao conhecida. Durante trˆes anos este espectro permaneceu sem explica¸c˜ao. Em 1962, durante duas ocul-ta¸c˜oes da Lua, Hazard et al. (1963) determinaram com precis˜ao a posi¸c˜ao de uma outra fonte de r´adio n˜ao identificada, 3C 273. Nesse preciso lo-cal encontrava-se uma estrela muito azul, da qual o astrˆonomo holandˆes Schmidt obteve imediatamente um espectro. Este espectro apresentava igualmente linhas em emiss˜ao em comprimentos de onda n˜ao habituais. Schmidt conseguiu finalmente identificar estas linhas em 1963 (Schmidt 1963). Na realidade, tratava-se das linhas de Balmer do hidrogˆenio, que se observam igualmente em nebulosas ionizadas, mas estas apresentavam um grande valor de “redshift”. Como os dois astros tinham a aparˆencia de estrelas, mas n˜ao aparentavam ser estrelas normais, batizaram-nas de “quasi-stellar objects (QSOs)” e finalmente o diminutivo “quasar” foi ado-tado. Hoje o modelo mais aceito ´e que os quasares s˜ao oriundos de buracos negros supermassivos com massas de 1 milh˜ao a 1 bilh˜ao de vezes a massa do Sol localizados no n´ucleo de gal´axias ativas.

(26)

Figura 2.3: Imagem ´optica de 3C273

2.3

Gal´

axias de Seyfert

(27)

dessas gal´axias sofre variabilidade em per´ıodos relativamente curtos, o que leva a concluir que a fonte emissora deve ser compacta, como um buraco negro. Estima-se que aproximadamente 1% de todas as gal´axias espirais s˜ao do tipo Seyfert. Abaixo, na Figura 2.4, temos a gal´axia NGC5728 que ´e um exemplo de uma gal´axia tipo Seyfert.

Figura 2.4: Gal´axia NGC5728

2.4

BL Lac

(28)

variabilidade em curtos per´ıodos de tempo, luz polarizada, e um espectro n˜ao-t´ermico sem linhas de emiss˜ao ou absor¸c˜ao. O primeiro objeto desse tipo, e que deu nome `a classe, foi BL Lacertae, observado em 1929 na cons-tela¸c˜ao do Lagarto. No princ´ıpio, foi confundido com uma estrela, por seu brilho poder variar por um fator de 15 em poucos meses. Muitos desses ob-jetos s˜ao tamb´em fontes de r´adio e acredita-se que eles sejam radiogal´axias orientadas de forma que a linha de visada fica na dire¸c˜ao do jato.

Os objetos peculiares podem ser explicados como sendo manifesta¸c˜oes de um mesmo fenˆomeno atrav´es do modelo unificado para n´ucleos ativos de gal´axias do qual passaremos a tratar agora.

2.5

Modelo unificado

Atualmente a maioria dos astrˆonomos aceita que as diversas formas de gal´axias com n´ucleo ativo (AGN - “Active Galactic Nuclei”), como r´adio gal´axias, gal´axias de Seyfert, quasares e blazares, tenham sua fonte de energia originada do mesmo processo b´asico: g´as sendo sugado por um buraco negro central supermassivo, liberando energia potencial na forma de radia¸c˜ao. Em outras palavras, todos os objetos mencionados acima seriam o mesmo fenˆomeno simplesmente vistos a partir de diferentes ˆangulos de visada em rela¸c˜ao ao torus molecular que existe nesta regi˜ao.

(29)

estiver praticamente voltado para n´os, teremos um “blazar”, se o jato esti-ver um pouco inclinado em rela¸c˜ao `a nossa linha de visada, com um ˆangulo menor que 45o, teremos um “quasar” e, por fim, se os jatos estiverem apro-ximadamente perpendiculares `a nossa linha de visada, veremos uma “r´adio gal´axia”. A Figura 2.5 apresenta um esquema do modelo unificado.

disco de acresção

o observador vê uma rádio galáxia

o observador vê um QUASAR

o observador vê um BLAZAR

jato que se aproxima do observador jato que se afasta

do observador

buraco negro supermassivo

Figura 2.5: Modelo unificado.

(30)

negro supermassivo.

O modelo mais comum adotado para os AGNs (por exemplo, Antonucci 1993; Urry & Padovani 1995) s˜ao aqueles que baseiam-se na existˆencia de um buraco negro supermassivo circundado por um disco de acres¸c˜ao, que geralmente ´e tratado como sendo um plasma opticamente espesso, onde predominam a emiss˜ao em raios-X moles e UV. Existe um plasma quente e opticamente fino nas partes mais internas do disco que pode envolver ou se misturar ao plasma opticamente espesso emitindo em raios-X duros.

As linhas alargadas vistas nos espectros dos AGNs s˜ao provavelmente devidas `a existˆencia de nuvens de g´as de elevada densidade volum´etrica que se movem com grandes velocidades ao redor do n´ucleo central. A regi˜ao onde s˜ao encontradas essas nuvens ´e chamada de “regi˜ao de linhas largas” (ou do inglˆes: “broad line region - BLR”).

A BLR est´a circundada por um t´orus, ou tor´oide, constitu´ıdo de poeira e g´as ionizado que, dependendo do ˆangulo em rela¸c˜ao `a linha de visada, pode ocultar as nuvens de alta velocidade fazendo com que tal regi˜ao n˜ao seja mais detectada pelo observador. Na regi˜ao externa ao tor´oide, existem nuvens de g´as menos densas que produzem as linhas estreitas em emiss˜ao. Essa ´e conhecida como a “regi˜ao de linhas estreitas” (ou do inglˆes: “narrow line region - NLR”).

(31)

onde ´e poss´ıvel percerber a existˆencia do t´orus mol´ecular que provavelmente circunda um buraco negro supermassivo.

Figura 2.6: Gal´axia NGC 4261 vista em ´optico e r´adio. Na imagem da direita do HST ´e poss´ıvel visualizar o t´orus na regi˜ao central do AGN.

(32)

re-gi˜ao central do AGN e transportam mat´eria para regi˜oes situadas muito al´em dos limites da gal´axia. Em contrapartida, as gal´axias que emitem fracamente em r´adio s˜ao chamadas de “radio-quiet”.

A seq¨uˆecia de Figuras 2.7, 2.8 e 2.9 mostra esquematicamente o modelo unificado observando a existˆencia do t´orus que circunda o n´ucleo do AGN, assim como as nuvens BLR e NLR mostrando sua rela¸c˜ao com blazares, quasares e r´adio gal´axias.

núcleo do AGN

torus nuvens BLR

(33)

núcleo do AGN

jato

contra-jato

nuvens NLR

nuvens BLR torus

Figura 2.8: Nesta figura, que corresponde a uma rota¸c˜ao da figura anterior, percebemos o aperecimento de um jato e seu contra-jato, assim como as nuvens NLR. Esse esquema ´e geralmente associado ao quasares onde devido ao efeito Doppler, o contra-jato ´e raramente percebido.

nuvens NLR

torus

jato jato

Figura 2.9: Nesta figura, que representa uma rota¸c˜ao de 90o na Figura 2.7, o t´orus

´opticamente espesso obscurece a observa¸c˜ao da regi˜ao central do AGN bem como das nuvens BLR, nesse caso observamos os jatos e as nuvens NLR. Podemos associar esse esquema `as r´adio gal´axias, mais precisamente `as r´adio fontes duplas.

(34)
(35)

bow shock fraco

galáxia altamente luminosa jato supersônico

e relativístico choques intensos

= ‘hotspots’

Figura 2.10: R´adio fontes extensas - ´e mostrada uma fonte tipo FRII com suas extremidades luminosas. As fontes tipo FRI tˆem jatos de baixa velocidade e ex-tremidades pouco luminosas.

jato rádio

possível galáxia companheira galáxia luminosa

com

(36)

rotação

núcleo do AGN gás molecular

e poeira

Figura 2.12: O disco central de forma¸c˜ao de estrelas, da ordem de kpcs.

núcleo do AGN escondido torus molecular

nuvens narrow-line

(37)

núcleo do AGN torus

molecular

torus molecular nuvens BRL

Figura 2.14: A extens˜ao exterior da re-gi˜ao de linhas largas, BLR, e a par-te mais inpar-terna do t´orus molecular que provˆe uma prote¸c˜ao efetiva da parte cen-tral do AGN para o observador, depen-dendo da orienta¸c˜ao relativa entre eles.

jato VLBI

nuvens LIL ou coroa do disco de acresção

disco de acresção

(38)

radiação central

nuvens HIL

Figura 2.16: O disco de acres¸c˜ao que ir-radia fortemente em ´optico e UV. A alta ioniza¸c˜ao de nuvens BLR ´e excitada pe-lo campo de radia¸c˜ao cont´ınua da parte central do AGN.

torus buraco negro rotacionando

região de intenso campo gravitacional

e eletromagnético torus

girando

Figura 2.17: O buraco negro. O raio de Schwarzschild para um buraco negro de massa de 108

M⊙ ´e de 2 UA (10 −5

(39)

adio fontes duplas: morfologia e

classifica¸

ao

As r´adios fontes duplas s˜ao objetos constitu´ıdos de v´arios componentes que, juntos, formam a estrutura observada em radiofreq¨uˆencia. Talvez o componente mais importante de uma r´adio fonte seja o jato, que d´a origem `as outras estruturas observadas em r´adio, tais como os l´obulos, pontes e caudas. ´E devido ainda ao choque do material do jato com o meio ambiente que surgem os “hot spots”.

Neste cap´ıtulo passaremos a descrever detalhadamente os componentes de uma r´adio fonte e em seguida descreveremos as principais formas de classifica¸c˜ao dessas fontes.

(40)

3.1

Morfologia

3.1.1 Jatos

Os jatos relativ´ısticos s˜ao ejetados a partir do n´ucleo das r´adio fontes ex-tragal´acticas, que abrigam um disco de acres¸c˜ao em torno de um buraco negro supermassivo (Begelman, Blandford & Rees 1984). Esses jatos alta-mente colimados e extremaalta-mente energ´eticos devem, provavelalta-mente, estar associados a buracos negros de Kerr que giram na velocidade m´axima per-mitida (Blandford 2001).

N˜ao se sabe ao certo qual o mecanismos f´ısico respons´avel pela forma¸c˜ao dos jatos, mas podemos citar ao menos trˆes fatores preponderantes para o surgimento e desenvolvimento dos jatos. S˜ao eles: um disco de acres¸c˜ao, um objeto central que domina gravitacionalmente a dinˆamica do disco e a presen¸ca de campos magn´eticos intensos. Acredita-se que o campo magn´etico seja respons´avel pela colima¸c˜ao dos jatos.

(41)

exem-plo, Begelman, Blandford & Rees 1984; Romero 1996; Romero et al. 2000; Abraham et al. 2001). N˜ao existe at´e o momento nenhuma obseva¸c˜ao dire-ta dessa linha, embora alguns autores acreditem que a elevada emiss˜ao de energia em blazares (da ordem de MeVs) seja o resultado dessa aniquila¸c˜ao (Bloemen et al. 1995; Blom et al. 1995a,b; Williams et al. 1995).

As velocidades dos jatos s˜ao inicialmente supersˆonicas, isto ´e, o fluxo de material que ´e ejetado do motor central ´e mais r´apido do que a velocidade de som no plasma do jato. As evidencias indicam que todo o resto das estruturas observadas nas r´adio fontes duplas s˜ao apenas subprodutos dos jatos. Portanto, os jatos s˜ao componentes cr´ıticos das r´adio fontes duplas. Entretanto, estes s˜ao geralmente componentes de fraca emiss˜ao de r´adio e na maioria dos casos n˜ao s˜ao identificados.

3.1.2 “Hot spots”

Os jatos astrof´ısicos encontram dificuldades em avan¸car para fora de sua gal´axia hospedeira devido a densidade do meio intragal´actico e, depois, do meio extragal´actico. Os locais onde os jatos se chocam com o meio s˜ao chamados de “hot spots” que s˜ao diferenciados por serem as regi˜oes de maior intensidade de emiss˜ao em r´adio exatamente por serem os pontos onde os jatos depositam praticamente toda a sua energia cinem´atica.

(42)

de nuvens de alta densidade no caminho desses jatos que faz com que eles “resvalem” ao se chocarem com as nuvens e alterem suas trajet´orias. Uma outra suposi¸c˜ao ´e a de que os jatos possam apresentar precess˜ao.

Al´em de n˜ao apresentarem alinhamento com a gal´axia hospedeira, al-guns “hot spots” n˜ao se alinham nem mesmo com o jato que os originou. Percebe-se ainda que a regi˜ao em que o jato deposita sua energia cinem´atica ´e maior que seu raio m´edio. O primeiro a propor um mecanismo para ex-plicar esse fato foi Scheuer (1974), e ficou conhecido como “mecanismo da broca do dentista”. Neste mecanismo, o jato sofre pequenas varia¸c˜oes na sua dire¸c˜ao de propaga¸c˜ao, em uma escala de tempo muito curta compa-rada ao seu pr´oprio tempo de vida. Isto faz com que a regi˜ao de choque do jato com o meio mude com o tempo o que poderia explicar, por exemplo, o n˜ao alinhamento entre os “hot spots” e seus jatos progenitores. Algu-mas fontes podem ainda apresentar mais de um “hot spot” em cada l´obulo da fonte. Esse agrupamento ´e comumente chamado de “complexo de hot spots”.

3.1.3 L´obulos e/ou Pontes

Um l´obulo ´e uma regi˜ao extensa de emiss˜ao r´adio apresentando subestru-turas ondulat´orias ou filament´arias cujo per´ımetro ´e na maior parte bem definido.

(43)

meio externo n˜ao ´e t˜ao intenso e geralmente n˜ao se nota a existˆencia de “hot spots”, e o l´obulo tende a ser difuso. Os l´obulos difusos podem ser geralmente classificados, de acordo com a posi¸c˜ao da extremidade do jato, como “pontes” ou “plumas”. Em alguns casos as plumas s˜ao conhecidas como caudas. Os l´obulos parecem conter ainda a maior parte da energia da r´adio fontes duplas, na forma de campos magn´eticos e de part´ıculas relativ´ısticas.

Alguns l´obulos mostram extens˜oes fracas conhecidas como “asas”. Clas-sificamos um l´obulo como “disperso” se o ponto de intensidade m´axima n˜ao for parte de um jato ou de um “hot spot”. Assim, l´obulos dispersos podem conter “hot spots” ou jatos muito fracos, embora na maioria dos casos ne-nhum seja vis´ıvel. Por causa disto, a distin¸c˜ao entre ponte e pluma n˜ao pode ser feita de modo confi´avel para l´obulos dispersos.

(44)

3.1.4 Plumas e Caudas

Quando o ponto terminal do jato ´e difuso, n˜ao possuindo portanto um forte choque, ele acaba se alargando e sua intensidade come¸ca a decrescer. A partir deste ponto forma-se um l´obulo difuso que denominamos “pluma”, a qual se expande e se afasta da gal´axia hospedeira como a fuma¸ca saindo de uma chamin´e. A velocidade com que elas avan¸cam no meio ambiente ´e subsˆonica e desta forma elas s˜ao facilmente afetadas por poss´ıveis ventos intergal´acticos. Quando as plumas s˜ao empurradas para “tr´as” da gal´axia adquirindo a forma de um C elas s˜ao chamadas de caudas.

3.2

Classifica¸

ao

3.2.1 Classifica¸c˜ao de Fanaroff-Riley

Num c´elebre artigo, Fanaroff & Riley (1974) propuseram a existˆencia de uma correla¸c˜ao entre as posi¸c˜oes relativas das regi˜oes de maior e menor luminosidade nas r´adio fontes extragal´acticas do cat´alogo 3CR com a lu-minosidade dessas fontes. Nessa classifica¸c˜ao, as r´adio fontes s˜ao divididas em duas classes estruturais: FR I e FR II.

(45)

Figura 3.1: R´adio Fonte 3C 296 do tipo FR I

Figura 3.2: R´adio Fonte 3C 173.1 do ti-po FR II

´e equivalente a ter os “hot spots” mais pr´oximos da gal´axia hospedeira nas fontes FR I ou mais afastados, nas fontes FR II.

As Figuras 3.1 e 3.2 mostram a r´adio fonte 3C 296 do tipo FR I e a r´adio fonte 3C 173.1 do tipo FR II, respectivamente. Fanaroff e Riley perceberam a existˆencia de uma “potˆencia de corte” (“break power”) de aproximadamente 1025 W/Hz/sr dividindo as fontes classificadas como FRI

e FR II. Desta forma, as fontes com luminosidade superior a 1025 W/Hz/sr s˜ao do tipo FR II e as abaixo disto, s˜ao FR I.

(46)

Figura 3.3: Luminosidade r´adio versus ´optica para fontes FR I e FR II. As unidades em r´adio s˜ao W/Hz/sr. Os n´umeros 1 e 2 s˜ao referentes as fontes FR I e FR II, respectiva-mente.

3.2.2 Classifica¸c˜ao Baseada nas Dimens˜oes

(47)

As principais classes de objetos segundo a classifica¸c˜ao baseada nas di-mens˜oes s˜ao as que seguem:

Objetos Sim´etricos Compactos

Estes objetos s˜ao tamb´em chamados de CSOs (do inglˆes, “Compact Symetric Object”). Nesta classe est˜ao inclu´ıdas as r´adio fontes duplas compactas do tipo GPS (do inglˆes, “Gigahertz Peaked Spectrum”). S˜ao fontes cujas dimens˜oes n˜ao ultrapassam 1 kpc.

Objetos Sim´etricos M´edios

Tamb´em conhecidos como MSOs (“Medium-size Symetric Object”). Nesta categoria encontramos as Compactas de Espectro Inclinado CSS (“Compact Steep Spectrum”). As dimens˜oes dessas fontes variam de 1 a 10 ou 15 kpc aproximadamente. O’Dea (1998) realizou uma revis˜ao das propriedades, origens e evolu¸c˜ao das fontes GPS e CSS.

• Objetos Sim´etricos Extensos

S˜ao os chamados LSOs (“Large Symetric Object”). Nesta classe en-contramos as r´adio fontes extensas cl´assicas. Fontes LSOs apresentam dimens˜oes superiores a dezenas de kpc, podendo atingir at´e alguns Mpc (r´adio fontes gigantes).

3.2.3 Classifica¸c˜ao Baseada no Espectro

(48)

espectro para um grande n´umero de objetos do que fazer imagens r´adio. Abaixo, apresentamos a principais classes segundo a classifica¸c˜ao espectral.

• Fontes com Espectro Inclinado

Estas fontes s˜ao chamadas de SSS (“Steep-Spectrum Sources”). S˜ao objetos observados em baixa freq¨uˆencia cujo o espectro em lei de potˆencia possui ´ındice espectral caracter´ıstico da radia¸c˜ao sincrotrˆonica opticamente fina, de aproximadamente 0.5 (Figura 3.4). Essas fontes est˜ao geralmente associadas `as gal´axias e apresentam dimens˜oes an-gulares de dezenas de segundos de arco ou mais.

Figura 3.4: Espectro em r´adio de uma fonte com alto ´ındice espectral, do tipo CSS.

• Fontes com Espectro Plano

(49)

com ´ındice espectral muito baixo, menor que 0.5 (Figura 3.5). Prova-velmente s˜ao fontes de pequenas dimens˜oes angulares associadas aos quasares.

Figura 3.5: Espectro em r´adio de uma fonte com baixo ´ındice espectral.

Fontes com Espectro Convexo

Conhecidas como fontes GPS (“Gigahertz Peaked Spectrum”). Fontes desse tipo tˆem um m´aximo em torno de 1 GHz e apresentam ainda um espectro invertido em baixas freq¨uˆencias provavelmente devido `a alta absor¸c˜ao sincrotrˆonica que deve ocorrer em toda fonte suficientemente compacta com espectro n˜ao-t´ermico.

(50)

No entanto, para fontes muito brilhantes e extremamente compactas, com ˆangulo total de algumas centenas de parsecs, ´e poss´ıvel identificar um espectro do tipo GPS (Figura 3.6). Logo, as fontes GPS s˜ao as menores r´adio fontes duplas e provavelmente, as mais jovens.

Figura 3.6: Espectro em r´adio de uma fonte com espectro convexo GPS.

Fontes com Espectro Complexo

(51)
(52)

Modelos Anal´ıticos de R´

adio Fontes

Desde a descoberta das primeiras r´adio fontes, v´arios modelos foram pro-postos para tentar descrever a natureza e a evolu¸c˜ao desses objetos. De acordo com Scheuer (1974) e Blandford & Rees (1974), o cen´ario evolutivo padr˜ao para r´adio fontes ´e a existˆencia de um par de jatos que s˜ao emiti-dos a partir do objeto central de um AGN. Os jatos afastam-se da gal´axia hospedeira atravessando o meio externo, sem contudo, entrar em contato com o mesmo. Isso ocorre porque ao chocar-se com o meio externo, par-te do mapar-terial do jato acaba “voltando”, envolvendo-o, formando assim o chamado “casulo”.

Uma das principais suposi¸c˜oes da maioria dos modelos ´e a de que os jatos avan¸cam em equil´ıbrio de press˜ao com o meio ambiente. Modelos mais recentes para a evolu¸c˜ao de r´adio fontes compactas foram propostos por Carvalho (1985, 1994 e 1998).

Uma importante quest˜ao sobre o estudo da evolu¸c˜ao e propaga¸c˜ao das r´adio fontes ´e determinar quando o seu comportamento pode ser tido como

(53)

sendo auto-similar, ou seja, determinar se os parˆametros evolutivos da fonte seguem uma lei de potˆencia simples. De acordo com Falle (1991) e Komissarov & Falle (1998) a propaga¸c˜ao da fonte inicialmente n˜ao ´e auto-similar, tornando-se auto-similar apenas quando seu comprimento atinge um certo valor cr´ıtico.

Neste cap´ıtulo apresentamos uma revis˜ao dos principais modelos anal´ıticos auto-similares para a propaga¸c˜ao de r´adio fontes.

4.1

Modelo de Carvalho (1985)

4.1.1 Introdu¸c˜ao

(54)

disso, acredita-se que a assimetria existente na maioria das fontes possa ser devido a uma rota¸c˜ao da fonte em rela¸c˜ao ao observador (ver modelo unificado). Sob essa pespectiva, Phillips & Mutel (1980, 1982) sugeriram que as fontes compactas e extensas poderiam ter a mesma origem.

Carvalho (1985), analizando as propriedades de sete fontes compactas mapeadas por VLBI, desenvolveu um modelo simples para a evolu¸c˜ao des-sas fontes que parece confirmar que as fontes compactas s˜ao as progenitoras das fontes extensas.

4.1.2 O modelo

O modelo descreve dois jatos que s˜ao formados a partir do n´ucleo do AGN, de onde a sua energia ´e carregada `as componetes r´adio externas a uma taxa inicial Lo constante, medida em erg/s (Blandford & Rees 1974). Nos

pontos terminais dos jatos encontramos os “hot spots” que s˜ao circundados por uma grande regi˜ao de emiss˜ao em r´adio, os l´obulos r´adio. Nesse modelo o jato avan¸ca com velocidade constante.

Ap´os um certo tempoto quando as componentes da fonte j´a se afastaram

bastante da gal´axia hospedeira, dr´asticas mudan¸ca come¸cam a acontecer, como por exemplo o come¸co de um poss´ıvel “turn-off” da m´aquina central do AGN. Com isso, a fonte entra em um segundo est´agio at´e evoluir para as fontes extensas onde em um tempo te a energia do campo magn´etico

aumenta at´e o valor de equiparti¸c˜ao. Para t < to o l´obulo r´adio continua a

(55)

Carvalho sup˜oe solu¸c˜oes auto-similares para os principais parˆametros do modelo na forma

r ∝ tβ ,

R ∝ tβ , (4.1)

U ∝ t−γ .

Onde r ´e o raio do l´obulo, R ´e a distˆancia do objeto central ao “hot spot” e U ´e a energia total das part´ıculas. Carvalho sup˜oe ainda que o raio da cabe¸ca rh ´e proporcional a Ra. Ele tamb´em assume que durante

o est´agio t > to, tanto a energia cinem´atica do jato quanto a densidade

do meio come¸cam a diminuir de maneira auto-similar a medida que as componentes da fonte se afastam da gal´axia hospedeira. Sendo assim, as solu¸c˜oes auto-similares para a luminosidade e para a densidade s˜ao

L = Lo

t to

−α

(4.2) e

ρ = ρo

R Ro

−δ

(4.3) respectivamente.

Os expoentes das solu¸c˜oes acima, os chamados expoentes auto-similares, satisfazem `as seguintes rela¸c˜oes

γ = α−1 ,

(2a+ 2−δ)β = 2α , (4.4)

(56)

Tabela 4.1: Os expoentes na equa¸c˜ao (4.4).

a α β γ δ

1/2 3/2 1/2 1/2 2

1 2 1 1 4

one δ e a s˜ao parˆametros livres que descrevem o qu˜ao rapidamente a den-sidade do g´as ambiente varia e a forma do jato, respectivamente.

Uma solu¸c˜ao simples ´e aquela em queβ = γ, nesse caso obtem-seδ = 4a

e β = γ = 1/(3−2a). Os expoentes nas equa¸c˜oes (4.4) s˜ao mostrados na

Tabela 4.1 para dois diferentes valores de a.

4.1.3 Resultados e conclus˜oes

Dados observacionais indicam que a luminosidade r´adio em 1407 MHz ´e aproximadamente constante com valores na faixa de 1026 - 1027W/Hz/sr. Carvalho sup˜oe que para tempos onde t < te, o campo magn´etico ´e

cons-tante de valor He em t = te. Carvalho compara uma amostra de fontes

extensas do tipo FR II do cat´alogo 3CR com seu modelo. Isso ´e feito por-que, usando o crit´erio de classifica¸c˜ao de Fanaroff & Riley (1974), as fontes compactas seriam do tipo FR II.

A Figura 4.1 mostra a luminosidade r´adio em 1407 MHz, P1407, contra a

(57)

os seguintes valores dos parˆametros: Lo = 6×1046 - Lo = 2×1049 erg/s,

do = 100 - 400 pc e He = 2×10−4 G.

Carvalho conclui que o modelo, embora muito simples, indica que apa-rentemente as fontes compactas parecem ser um est´agio inicial das fontes extensas, o que indicaria um “caminho evolutivo” para essas fontes.

Esse cen´ario evolutivo ´e conhecido como “jovem” (“Young”). Neste cen´ario ter´ıamos as fontes do tipo CSOs (“Compact Symmetric Objects”), tamb´em conhecidas como GPSs (“Gigahert Peaked Spectrum”), evoluin-do para para fontes evoluin-do tipo MSOs (“Medium-size Symmetric Objects”), tamb´em chamadas de CSSs (“Compact Steep Spectrum”), e finalmente, tornando-se as chamadas fontes extensas do tipo FR II, que podem ser chamadas ainda de LSOs (“Large-size Symmetric Objects”).

4.2

Modelo de Carvalho (1994, 1998)

4.2.1 Introdu¸c˜ao

Como vimos anteriormente, as fontes GPS e CSS s˜ao duas classes de fontes compactas, de tamanhos subgal´acticos que n˜ao ultrapassam 1 a 10 kpc, que apresentam similaridades em suas estruturas. Pearson et al. (1985) e Fanti et al. (1989, 1990) sugerem que as fontes CSS s˜ao vers˜oes maiores das fontes GPS. Existem ainda, as fontes extensas que podem chegar at´e 1 Mpc.

(58)

Figura 4.1: O diagrama P-D em 1407 MHz. A curva inferior tem valores deLo = 6×1046

erg/s, do = 100 pc e He = 2×10−

4

G, equanto a curva superior adota os valores Lo =

2×1049

erg/s, do = 400 pc eHe= 4×10−4 G.

(59)

por uma significativa fra¸c˜ao de tempo de suas vidas. Essa hip´otese foi levantada, em parte, devido a morfologia r´adio dessas fontes que sugere que elas est˜ao sofrendo intensas intera¸c˜oes com um meio de alta densidade (Wilkinson et al. 1984a; van Breugel et al. 1984b). O’Dea et al. (1991) sugere que as fontes GPS s˜ao confinadas devido a intera¸c˜oes com nuvens de g´as de alta densidade, que acabam confinando essa fontes em seus tamanhos compactos.

Esse cen´ario evolutivo para as fontes GPS e CSS ficou conhecido como “velho” (“old”) ou ainda, confinamento de fontes “frustradas”.

Analisando as simula¸c˜oes hidrodinˆamicas de De Young (1991) para um jato colidindo com nuvens de alta densidade, onde pode-se concluir que a existˆencia das nuvens pode ser um ´otimo mecanismo de desacelera¸c˜ao dos jatos, Carvalho (1994, 1998) apresenta um modelo anal´ıtico simples para a intera¸c˜ao de jatos astrof´ısicos com nuvens de g´as de alta densidade. Nesse modelo, Carvalho calcula a velocidade de avan¸co do jato atrav´es de um meio com nuvens e usa diferentes tipos de intera¸c˜oes entre o jato e o meio.

4.2.2 O modelo

Carvalho (1994) prop˜oe um modelo simples para um jato com velocidade constante propagando-se por um meio onde existem nuvens de g´as de alta densidade. A velocidade do jatovj ´e determinada pelo equil´ıbrio de press˜ao

(60)

jato toma parte na colis˜ao. Carvalho considera ainda, que a colis˜ao entre o jato e a nuvem pode ser descrita por um choque el´astico, ou seja, considera tanto a nuvem quanto o jato como sendo corpos r´ıgidos.

4.2.3 Resultados e conclus˜oes

Carvalho primeiramente estimou a idade de fontes extensas calculando

T ≃ R/V. Considerou o cen´ario onde tanto a luminosidade cinem´atica

do jato, L, quanto o ˆangulo Ω de abertura do jato s˜ao constantes, V = Vj

e a densidade do meio decai com o aumento da distˆancia R. Para es-se cen´ario, a distribui¸c˜ao de densidade para o halo de gal´axias el´ıpticas gigantes assume uma lei do tipo

ρ = mpNc 

1 +

R2 R2

o 

−β

, (4.5)

onde β ≃ 0.75 e Nc ´e a densidade no centro da gal´axia (Forman et al.

1985).

Carvalho calcula a idade para dois valores de luminosidade: L = 1044 erg/s (T44) e L = 1045 erg/s (T45). Os valores dos outros parˆametros do

modelo s˜ao os que seguem: R = 10 - 100 kpc, que ´e a distˆancia do l´obulo r´adio at´e a gal´axia hospedeira, Ro = 2 kpc, Nc = 1 cm−3 e Ω = 10−3.

(61)

Tabela 4.2: Idades de r´adio fontes extensas. R(kpc) T44 (anos) T45 (anos)

10 6×106

2×106

100 1×108

3.5×107

velocidade m´edia Vj ´e ∼ 1.3×108 cm/s e ∼4×108 cm/s para L = 1044 e

1045 erg/s respectivamente.

O pr´oximo passo ´e calcular a idade para fonte GPS cercadas por um meio com nuvens. A idade da fonte, T ≃ R/V, agora ´e calculada a partir

da equa¸c˜ao

V =

1 +Rcλ

Rc Rj   nc nj  

1/2  

−1

Vj

onde λ ´e o n´umero m´edio de nuvens por unidade de comprimento, nc e nj

s˜ao as densidades da nuvem e do jato, respectivamente. Carvalho sup˜oe que o raio da nuvem, Rc, decresce linearmente comR. Ele calcula as idades

para duas dimens˜oes caracter´ısticas de fontes GPS, que s˜ao R = 20 e 100 pc, onde os valores das grandezas envolvidas no modelo s˜ao: L = 1044 erg/s para T44, 1045 erg/s para T45, Nc = 103 cm−3, Ro ∼ 100 pc. Esse

resultado ´e apresentado na Tabela 4.3 onde ´e mostrado ainda o valor para

T′

44, calculado fazendo a densidade central 10 vezes maior, ou seja, Nc = 104

cm−3 com L = 1044 erg/s.

(62)

Tabela 4.3: Idade de fontes compactas em um meio com nuvens.

R(pc) T44 (anos) T45 (anos) T44′ (anos)

20 2.2×105

7×104

7×105

100 3.6×106

1.2×106

1.2×107

indica que essas fonte podem ser uma subcategoria de fontes GPS. Nesse cen´ario, essas fontes s˜ao confinadas pr´oximo ao n´ucleo do AGN sem nunca chegar a ser uma fonte extensa.

4.3

Modelos Tipo I, II e III

4.3.1 Introdu¸c˜ao

Carvalho & O’Dea (2002a) propuseram que a maioria dos modelos auto-similares para r´adio fontes poderiam ser agrupados em trˆes categorias, ou em trˆes “Tipos”, os quais foram chamados de Tipos I, II e III.

Independente do tipo, todos os modelos sup˜oem que existe equil´ıbrio no avan¸co da fonte entre a press˜ao da cabe¸ca do jato Ph e a press˜ao “ram”

Pram exercida pelo g´as ambiente. Nesses modelos, a energia cinem´atica do

(63)

do jato se mant´em constante e que o ˆangulo de abertura do jato ´e igual a zero. No modelo Tipo II a densidade ambiente varia com d−2, mas devido

ao ˆangulo de abertura do jato n˜ao ser igual a zero, e sim variar com t−2

acaba havendo uma certa compensa¸c˜ao que faz com que a velocidade de avan¸co da cabe¸ca do jato permane¸ca constante (Dally 1990). O modelo mais geral ´e o Tipo III, que assume uma lei de potˆencia na distribui¸c˜ao da densidade com um expoente arbitr´arioδ. Nesse modelo, a suposi¸c˜ao b´asica ´e que a cabe¸ca do jato avan¸ca de maneira tal que a raz˜ao entre a press˜ao global no casulo e na cabe¸ca permane¸ca constante (Falle 1991; Begelman 1996). Todos os parˆametros desse modelo variam com o tempo de forma que dependem do expoente δ.

Os trˆes tipos s˜ao independentes no sentido de que nenhum corresponde a um caso especial do outro. Por exemplo, para δ = 0 o modelo Tipo III n˜ao se reduz ao modelo Tipo I. E ainda para δ = 2, o modelo Tipo III tamb´em n˜ao se reduz ao modelo Tipo II. A ´unica diferen¸ca entre os modelos Tipo III e Tipo II para δ = 2 ´e o comportamento do casulo que muda devido a varia¸c˜ao da densidade externa em cada modelo.

Partindo da hip´otese de equil´ıbrio de press˜ao entre a cabe¸ca do jato e a press˜ao “ram” temos que Ph = Pram e tomando Pram ∼ ρv2, temos

que Ph = ρvh2 de onde podemos obter uma express˜ao para a velocidade de

avan¸co da cabe¸ca do jato vh dada por

vh ∼

Ph

ρ

1/2

(64)

J´a a press˜ao na cabe¸ca ´e dada por (Begelman 1996)

Ph =

Lj

Ahvj

. (4.7)

De posse dessas express˜oes e das suposi¸c˜oes citadas acima, passaremos agora a detalhar cada um dos trˆes tipos de modelos auto-similares.

4.3.2 Modelo Tipo I

O modelo Tipo I foi proposto e desenvolvido por Begelman & Cioffi (1989), Loken et al. (1992), Cioffi & Blondin (1992) e Nath (1995). Nesse tipo assume-se que os parˆametros do modelo tais como a luminosidade do jato

Lj, a velocidade de avan¸co do jato vj e a densidade do meio ρ s˜ao

constan-tes, e ainda, que a ´area transversal do jato Aj ´e igual a ´area da cabe¸ca Ah

de forma que Aj = Ah = constante.

Desse modo da equa¸c˜ao (4.6) temos que a velocidade de propaga¸c˜ao da cabe¸ca vh ´e constante. Partindo novamente da hip´otese de equil´ıbrio entre

as press˜oes, podemos obter uma express˜ao para a expans˜ao lateral da fonte. Neste caso, a press˜ao interna ´e a press˜ao exercida pelo casulo Pc. A press˜ao

no casulo ´e igual a press˜ao “ram” lateral. Desse modo temos que Pc = ρv2c.

A press˜ao no casulo tamb´em pode ser obtida considerando-se que ela ´e da ordem da energia depositada pelos jatos durante todo o tempo de vida da r´adio fonte, dividido pelo volume do casulo. Dessa forma a express˜ao para a press˜ao no casulo fica:

Pc =

Ljt

Vc

(65)

O volume do casulo ´e dado por:

Vc = Aczh (4.9)

onde o comprimento zh = vht e a ´area do casulo ´e:

Ac = πr2c. (4.10)

Substituindo as equa¸c˜oes (4.9) e (4.10) na equa¸c˜ao (4.8) obtemos a seguinte express˜ao:

Pc =

Lj

Acvh

. (4.11)

Da equa¸c˜ao (4.11) e usando a express˜ao Pc = ρvc2, obtemos:

vh = Lj

Acρvc2

. (4.12)

Substituindo a ´area de (4.10) e usando rc = vct, teremos:

vh =

Ljt2

A2

. (4.13)

Da equa¸c˜ao (4.6), temos que vh ´e constante e para que isso seja verdadeiro,

´e necess´ario que em (4.13) Ac ∝ t. Desse modo, das equa¸c˜oes acima,

po-demos tirar as seguintes conclus˜oes para o modelo Tipo I: a velocidade da cabe¸ca do jato ´e constante; a ´area do casulo ´e proporcional a t; o compri-mento da fonte ´e proporcional a t; o volume do casulo ´e proporcional a t2; a press˜ao no casulo ´e proporcional a t−1; a press˜ao na cabe¸ca ´e constante e

(66)

4.3.3 Modelo Tipo II

Vamos agora analisar como os parˆametros f´ısicos da r´adio fonte variam com rela¸c˜ao ao tempo para o modelo Tipo II proposto por Daly (1990). Neste modelo, a densidade do meio ambiente externo varia segundo d−2,

onde d ´e a distˆancia radial ao objeto central, ou seja, ρ ∝ d−2 e Ah ∝ d2.

Dessa forma, o produto entre a densidade do meio e a ´area da cabe¸ca ´e constante.

A massa acumulada pela frente de choque na cabe¸ca do jato ´e dada por

dM

dt = vhAhρ (4.14)

onde vh´e a velocidade da frente de choque, Ah ´e a ´area da frente de choque

e ρ ´e a densidade do g´as no ambiente da frente de choque. A velocidade da frente de choque pode ser escrita como vh = dzdth e a taxa de varia¸c˜ao de

massa pode ser escrita como:

dM

dzh = Ahρ. (4.15)

A energia total W na onda de choque pode ser escrita de seguinte forma;

W = 3 4

vh2dM. (4.16)

Esta equa¸c˜ao sugere que a energia na onda pode ser escrita como

W = ǫMvh2 (4.17)

onde ǫ ´e uma fra¸c˜ao da ordem de 1. Finalmente, a velocidade da cabe¸ca pode ser obtida de

vh2 = W

(67)

onde M ´e obtida pela integra¸c˜ao da equa¸c˜ao (4.14).

A energia da onda de choque ´e W = Ljt sendo a potˆencia do jato Lj

constante. Al´em disso, como estamos supondo que o produto ρAh que

aparece em (4.15) tambem ´e constante, resulta que a velocida da cabe¸ca ´e dada por:

vh =

Lj

ǫAhρ 1/3

. (4.19)

Para calcular a expans˜ao lateral do casulo Daly (1990) sup˜oe que a varia¸c˜ao da densidade do meio ambiente na dire¸c˜ao perpendicular ao eixo do jato ´e muito menor que aquela ao longo do eixo de simetria do jato e pode, portanto, ser considerada constante. Isto ´e verdade uma vez que o raio do casulo Rc ´e bem menor que zh.

Procedendo como antes pode-se obter

Uc =

dRc

dt ∝ R

−1

c (4.20)

e portanto Rc ∝ t1/2 e vc ∝ t−1/2. Para as outras quantidades temos que

a velocidade da cabe¸ca vh ´e constante, o tamanho da fonte ´e dado por

zh ∝ t. A press˜ao na cabe¸ca do jato ´e proporcional a t−2 e no casulo ela

´e proporcional a t−1. Um resumo destas propriedades pode ser encontrado

na Tabela 4.4

4.3.4 Modelo Tipo III

(68)

e assume que a densidade do meio externo, varia de acordo com uma lei de potˆencia com um expoente arbitr´ario δ, ou seja, ρ ∝ d−δ, onde d ´e a

distˆancia ao objeto central. A hip´otese b´asica do modelo ´e que a raz˜ao entre a press˜ao na cabe¸ca e no casulo ´e constante, de maneira que:

Ph Pc = ρv 2 h ρv2 c . (4.21)

Segundo Begelman & Cioffi (1989) temos que vh ≃ zth e vc ≃ rtc.

Substi-tu´ındo em (4.21) e chamando de η a raz˜ao entre as press˜oes, obtemos:

rc ≃ ηzh. (4.22)

Substituindo (4.21) em (4.9) e levando o resultado a (4.8), obtemos a se-guinte express˜ao:

Pc =

ηLjt

z3

h

. (4.23)

Como Ph = ηPc e usando (4.7) e (4.22) em (4.6), temos:

vh2 ≃ η

2L

jt

ρzh3 . (4.24)

Como vh ≃ zth, podemos substituir em (4.23) e obter uma express˜ao para t

em fun¸c˜ao de zh, ou seja,

t = zh5/3ρ1/3Lj−1/3η−2/3. (4.25)

Em (4.24) Lj e η s˜ao constantes e como ρ ∝ d−δ, resulta que t ∝ z 5−δ

3 h ,

ou seja, zh ∝ t 3

5−δ. Sendo assim, das equa¸c˜oes acima, podemos obter de

que forma os parˆametros f´ısicos variam para o modelo Tipo III: vh ∝ t

δ−2

5−δ;

Ac ∝ t

δ+4

5−δ; Pc ∝ t−

δ+4

5−δ; rc ∝ t

3

5−δ; Ph ∝ t−

δ+4 5−δ Ph

Pc = constante (ver Tabela

(69)

Tabela 4.4: Modelos Tipo I, II e III

Tipo I Tipo II Tipo III densidade ρ constante d−2

d−δ

velocidade da cabe¸ca vh constante constante t

δ2 5−δ

´area da cabe¸ca Ah constante t2 t

δ+4 5δ

tamanho da fonte zh t t t 3 5−δ

press˜ao na cabe¸ca Ph constante t−2 t

−δ+4 5δ

raio do casulo rc t

1/2

t1/2

t5

press˜ao no casulo Pc t−1 t−1 t

−δ+4 5δ

Ph

Pc t t

−1

(70)

Modelo Geral: Dinˆ

amica

5.1

Introdu¸

ao

R´adio fontes extragal´acticas e seus jatos tˆem sido estudados anal´ıticamente (Scheuer 1974; Carvalho 1985; Begelman & Cioffi 1989; Daly 1990; Car-valho 1994; Begelmam 1996; Kaiser, Dennett-Thorpe & Alexander 1997; Kaiser & Alexander 1997; Carvalho 1998) e numericamente (Norman et al. 1982; Lind et al. 1989; Marti et al. 1997; Wang et al. 2000; Tregillis et al. 2001; Carvalho & O’Dea 2002ab). A vis˜ao b´asica da evolu¸c˜ao dessas fontes ´e a existˆencia de um par de jatos supersˆonicos que s˜ao ejetados do objeto central da gal´axia hospedeira e avan¸cam atrav´es do g´as ambiente. A intera¸c˜ao dos jatos com o meio ocasiona a existˆencia de duas regi˜oes de intenso choque que d˜ao origem a duas estruturas em forma de l´obulos que s˜ao observadas nas r´adio imagens.

Desenvolvemos um modelo anal´ıtico que representa uma generaliza¸c˜ao da maioria dos modelos encontrados na literatura. Como na maioria dos

(71)

modelos para a expans˜ao de r´adio fontes, assumimos que a cavidade aberta pelos jatos no meio interestelar tem uma press˜ao uniforme como em v´arios modelos estudados at´e ent˜ao. Al´em disso, assumimos que a propaga¸c˜ao do jato e a expans˜ao do casulo se d´a de maneira auto-similar. Aplicamos o modelo geral para calcular o tamanho e o diˆametro do casulo como uma fun¸c˜ao do tempo, assim como a evolu¸c˜ao luminosa da fonte de maneira que possamos montar o diagrama diˆametro versus tamanho e o diagrama P-D da r´adio fonte e comparar com os dados observacionais. Resultados preliminares deste modelo foram publicados anteriormente e podem ser encontrados em Lima, Carvalho & O’Dea (2007) cuja c´opia encontra-se anexada no final desta disserta¸c˜ao.

Na se¸c˜ao 5.2 fazemos uma descri¸c˜ao geral do modelo. Na se¸c˜ao 5.3 descrevemos as equa¸c˜oes de movimento do modelo e apresentamos um sum´ario dos principais parˆametros do modelo. J´a no Cap´ıtulo 6 calculamos a potˆencia r´adio da r´adio fonte e no Cap´ıtulo 7 comparamos o modelo com as observa¸c˜oes e apresentamos as principais conclus˜oes.

5.2

O modelo

(72)

do jato que infla o casulo. A regi˜ao frontal do jato, entre a superf´ıcie de descontinuidade e o choque dianteiro, ´e denominada “cabe¸ca” do jato. O jato deposita momento atr´as da cabe¸ca. Essa regi˜ao aparece nos r´adio mapas como sendo os “hot spots”. Nessa regi˜ao, o jato ´e desacelerado e converte-se no casulo.

Nesse trabalho assumimos uma simetria cil´ındrica para o casulo,rc

sen-do seu raio, zh seu comprimento, Pc a press˜ao no casulo e Ah a ´area da

cabe¸ca do jato (Figura 5.1). A posi¸c˜ao do choque frontal ´e zh e sua

velo-cidade de avan¸co vh = dzh/dt.

Como foi discutido por Begelman & Cioffi (1989) os casulos das r´adio fontes s˜ao superpressurizados com respeito ao meio externo. Esse fato ´e usado para fazer algumas hip´oteses b´asicas para o nosso modelo: co-mo a fonte expande circundada pelo g´as ambiente, existe um equil´ıbrio de press˜ao entre a press˜ao “ram” exercida pelo g´as ambiente e a press˜ao oriun-da tanto do casulo quanto oriun-da cabe¸ca do jato. Usando as duas equa¸c˜oes de equil´ıbrio juntamento com a equa¸c˜ao da conserva¸c˜ao da energia ´e poss´ıvel, em princ´ıpio, expressar o tamanho zh e a largura rc da fonte bem como a

press˜ao no casulo Pc como uma lei de potˆencia e encontrar seus respectivos

expoentes.

O quarto termo desconhecido, a ´area da cabe¸ca do jato Ah, n˜ao ´e

(73)

autores. Como vimos no cap´ıtulo anterior Carvalho & O’Dea (2002a) clas-sificaram os modelos auto-similares existˆentes como sendo de trˆes tipos. A principal diferen¸ca entre esses modelos ´e como a ´area da cabe¸ca do jato varia. Assim, para o modelo Tipo I o raio da cabe¸ca ´e constante (Ah =

const). No Tipo II o raio ´e proporcional ao comprimento do jato (Ah ∝zh2).

No Tipo III, Ah n˜ao ´e dado; ao inv´es disso, assume-se que a raz˜ao entre a

press˜ao do casulo e da cabe¸ca ´e constante. Em uma atmosfera de densidade constante teremos que Ah ∝ zh4/3.

Aqui, iremos usar uma nova abordagem e determinar como a ´area da cabe¸ca do jato varia com a expans˜ao da fonte baseados em uma an´alise de simula¸c˜oes num´ericas e, principalmente, em medidas de tamanhos de “hot spots” de r´adio fontes (ver se¸c˜ao 5.3.3). Uma lei apropriada ´e ent˜ao obtida e usada no modelo.

5.3

Equa¸

oes de movimento

5.3.1 Avan¸co da cabe¸ca do jato

O choque frontal avan¸ca com velocidade vh = dzh/dt que pode ser

calcu-lada atrav´es do equil´ıbrio da for¸ca de press˜ao do jato Ph contra a press˜ao

exercida pelo g´as ambiente Pram, isto ´e, Ph = Pram. Temos que

Pram = 1

2ρav

2

h (5.1)

e Ph pode ser escrita na forma (Begelman 1996)

Ph =

Lj

Ahvj

(74)

Figura 5.1: Esquematiza¸c˜ao do modelo, mostrando os principais constituintes de uma r´adio fonte: jato, cabe¸ca (“hot spot”) e casulo (l´obulo r´adio).

Combinando essas duas express˜oes temos que ˙

zh = 

2Lj

vjρaAh 

1/2

. (5.3)

Iremos assumir uma solu¸c˜ao do tipo auto-similar para zh na forma

zh = zho

t to

a

(5.4) onde zho e to s˜ao valores fiduciais de tamanho e tempo, respectivamente.

A grande maioria dos modelos assumem que a energia cin´etica do jato ´e constante por toda a sua vida. Aqui, supomos que L ´e inicialmente constante mas, ap´os um certo tempo no qual o casulo atinge um tamanho cr´ıtico z3, correspondendo a idade t3, a potˆencia do jato come¸ca a cair.

(75)

de potˆencia

Lj = Ljo

t t3

−ℓ

, (5.5)

Onde ℓ ´e um parˆametro livre e Ljo ´e a luminosidade inicial constante do

jato. Assim, para z < z3 temos Lj = Ljo e para z > z3 a luminosidade

decresce com t−ℓ.

5.3.2 A densidade ambiente

Muitos modelos anal´ıticos na literatura assumem que a densidade do g´as ambiente decai com o aumento da distˆancia ao centro da gal´axia hospedei-ra. Essa hip´otese ´e baseada em observa¸c˜oes de halos de raio X. A lei de King ´e comumente usada na forma

ρ = ρc 1 + rr22

c

β (5.6)

onde rc e ρc s˜ao o raio e a densidade do n´ucleo, respectivamente.

Ao se lidar com fontes extensas, toma-se rc como sendo um valor de

apenas alguns kpc, de forma que a aproxima¸c˜ao ρ ∝ r−δ ´e utilizada. Na

maioria dos trabalhos publicados na literaturaδ tem um valor no intervalo 1.5−2.0. Contudo, no presente trabalho, pretendemos modelar a evolu¸c˜ao

da fonte desde de seu est´agio de compacta at´e est´agios de tamanhos da ordem de megaparsec. Se usarmos um ´unico valor para δ surgir˜ao proble-mas em ambas as escalas. Como veremos abaixo (se¸c˜ao 5.3.3), no caso de objetos compactos, a ´area da cabe¸ca do jato aumenta praticamente com

(76)

constante para r < rc a velocidade de avan¸co do jato de fontes compactas

ir´a decair. Por exemplo, se a velocidade de expans˜ao de uma fonte for pr´oxima `a velocidade da luz quando seu tamanho for de alguns parcecs de tamanho, essa velocidade ter´a caido para 1% da velocidade inicial quan-do estiver com centenas de parcecs de tamanho. Contuquan-do, isso est´a em contradi¸c˜ao com medidas diretas de fontes compactas (10−100 pc) que,

segundo Conway (2002) e Polatidis & Conway (2003), tˆem uma velocida-de velocida-de separa¸c˜ao entre os “hot spots” velocida-de 0.19h−1c. Sendo assim, supomos

que a densidade tamb´em deve decair na escala de parsecs a uma taxa que compense o aumento na ´area da cabe¸ca do jato.

Na se¸c˜ao 5.3.3 mostramos de que forma as observa¸c˜oes indicam que, para fontes extensas (> 10 kpc), a ´area da cabe¸ca aumenta lentamente. Como uma conseq¨uˆencia, a densidade ambiente deve decair mais lentamente, ao contr´ario do que seria esperado, para evitar que a fonte acelere.

Isso tamb´em est´a de acordo com o fato de que a densidade n˜ao pode decair indefinidamente de maneira t˜ao r´apida, mas, na verdade, aproxima-se assint´oticamente do valor da densidade do meio intergal´actico. Assim, iremos supor que a taxa de decaimento da densidade muda a uma distˆancia

z2. Podemos ent˜ao escrever

ρa = ρ2

zh

z2

−δ

. (5.7)

Escolhemos um valor arbitr´ario para z2 ∼ 20 kpc e tomamos um valor

razo´avel para ρ2/mh da ordem de 2×10−3 cm−3, onde mh ´e a massa do

(77)

Tabela 5.1.

5.3.3 A ´area da cabe¸ca do jato

N˜ao existe, em nosso modelo, uma boa maneira de se calcular a ´area da cabe¸ca do jato. ´E por essa raz˜ao, que quando calculamos Ah, temos que

fazer algumas hip´oteses no esp´ırito dos modelos auto-similares ou ter algum “insight” a partir das simula¸c˜oes num´ericas e de dados imp´ıricos.

Modelos anal´ıticos (Carvalho 1998) e simula¸c˜oes hidrodinˆamicas de ja-tos supersˆonicos indicam que o raio da cabe¸ca do jato n˜ao ´e constante (Carvalho & O’Dea 2002ab). Seu valor m´edio aumenta com o avan¸co do jato atrav´es do meio ambiente. Isso tamb´em ´e observado em amostras de fontes estudadas por Hardcastle et al. (1998), Jeyakumar & Saikia (2000) e Perucho & Mart´ı (2002). Constru´ımos uma grande amostra de raios de “hot spots” rh de fontes compactas e extensas, num total de 244. Os dados

foram obtidos de Fanti et al. (1985), Hardcastle et al. (1998), Jeyakumar & Saikia (2000), Perucho & Mart´ı (2002) e Kharb et al. (2007). No ca-so de m´ultiplos “hot spots” calculamos o raio equivalente ao volume total ocupado pelos mesmos. Para calcular a dimens˜ao linear usamos Ho = 75

km/s/Mpc e qo = 0. O resultado desta compila¸c˜ao ´e mostrado no painel

superior da Figura 5.2 onde apresentamos um gr´afico logar´ıtmico do raio dos “hot spots” rhcontra o tamanho do jato, isto ´e, a distˆanciazh do n´ucleo

(78)
(79)

Podemos ver uma mudan¸ca clara no comportamento para jatos de di-mens˜oes em torno de alguns kpc. Para fontes compactas GPS e CSS, o raio do “hot spot” aumenta praticamente de forma linear com as dimens˜oes do jato.

No caso de fontes extensas h´a um grande espalhamento de dados e o raio dos “hot spots” aumenta mais lentamente. No painel inferior, a curva tracejada representa o ajuste de uma fun¸c˜ao polinomial de segundo grau. Por´em, essa curva n˜ao ´e ´util j´a que necessitamos estabelecer uma lei de potˆencia entre as duas quantidades. Ent˜ao, arbitrariamente, substituimos a curva cont´ınua por duas linhas retas unidas em zh = 4 kpc como mostra

a figura.

Para fontes compactas a inclina¸c˜ao ´e de ∼ 1.0 enquanto para fontes

ex-tensas a inclina¸c˜ao ´e de ∼ 0.3 e a linha passa intencionalmente ligeiramente

abaixo do melhor ajuste da curva. As duas raz˜oes para este fato s˜ao: (1) muitas medidas nessa regi˜ao s˜ao tomadas como sendo limites superiores (Jeyakumar & Saikia 2000) e (2) a pequena inclina¸c˜ao d´a um melhor re-sultado quando comparamos os dados observacionais com os rere-sultados do modelo para o diˆametro do casulo no Cap´ıtulo 7. Dada a incerteza nos da-dos das fontes extensas, consideramos esta aproxima¸c˜ao bastante plaus´ıvel. Sendo assim, podemos escrever

Ah = Ah1

zh

z1

γ

= πr2h1

zh

z1

γ

. (5.8)

Da Figura 5.2 n´os temos z1 ∼ 4 kpc e γ ∼2.1 para zh < z1 e γ ∼ 0.6 para

(80)

zh = z1 ´e rh1 ≃1 kpc.

5.3.4 O tamanho do jato

Substituindo as equa¸c˜oes (5.4), (5.5), (5.8) e (5.7) em (5.3), temos

zh = zhot

−ℓ+a(δ−γ)+2

2 . (5.9)

Comparando as equa¸c˜oes (5.9) e (5.4), obtemos

a = −ℓ+ 2

γ −δ + 2 (5.10)

e

zho = 

2Ljot−oℓ+2zγ1

a2v

jρ2Ah1z2δth3

1

γ−δ+2

. (5.11)

Temos que a velocidade da cabe¸ca em t = to ´e

vho = a

zho

to

(5.12) e deve ser menor que a velocidade da luz. Se tomarmos um limite superior para

vho = βc (5.13)

podemos calcular to. Combinando (5.11) e (5.12) obtemos

to =

a βc

γ−δ+2

γ−δ+ℓ

2Ljoz1γ

a2v

jρ2Ah1t−3ℓzδ2

1

γ−δ+ℓ

. (5.14)

5.3.5 Expans˜ao lateral do casulo

A velocidade de expans˜ao lateral do casulo ´e vc = drc/dt, onde vc pode ser

Imagem

Figura 2.2: Cygnus A
Figura 2.4: Gal´axia NGC5728
Figura 2.5: Modelo unificado.
Figura 2.8: Nesta figura, que corresponde a uma rota¸c˜ao da figura anterior, percebemos o aperecimento de um jato e seu contra-jato, assim como as nuvens NLR
+7

Referências

Documentos relacionados

O modelo de toxicidade reprodutiva empregado para realização deste trabalho consiste da administração prolongada do eugenol durante a gestação de ratas Wistar,

ed è una delle cause della permanente ostilità contro il potere da parte dell’opinione pubblica. 2) Oggi non basta più il semplice decentramento amministrativo.

O segundo Beneficiário será designado pelo Segurado na Proposta de Adesão, podendo ser substituído a qualquer tempo, mediante solicitação formal assinada pelo próprio Segurado, para

da quem praticasse tais assaltos às igrejas e mosteiros ou outros bens da Igreja, 29 medida que foi igualmente ineficaz, como decorre das deliberações tomadas por D. João I, quan-

[r]

O termo extrusão do núcleo pulposo aguda e não compressiva (Enpanc) é usado aqui, pois descreve as principais características da doença e ajuda a

esta espécie foi encontrada em borda de mata ciliar, savana graminosa, savana parque e área de transição mata ciliar e savana.. Observações: Esta espécie ocorre

Analysis of relief and toponymy of the landscape based on the interpretation of the military topographic survey: Altimetry, Hypsometry, Hydrography, Slopes, Solar orientation,