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Evolução de Rádio Fontes Duplas Extragalácticas

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Academic year: 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIˆ

ENCIAS EXATAS E DA TERRA

DEPARTAMENTO DE F´ISICA TE ´

ORICA E EXPERIMENTAL

PROGRAMA DE P ´

OS-GRADUAC

¸ ˜

AO EM F´ISICA

Evolu¸c˜

ao de R´

adio Fontes Duplas

Extragal´

acticas

Alexsandro Pereira Lima

Orientador:

Dr. Joel Cˆ

amara de Carvalho Filho

Tese submetida como requisito parcial para

obten¸c˜ao do t´ıtulo de Doutor em F´ısica

(2)
(3)

Agradecimentos

Aos meus filhos Camila Iasmim e Lucas Gabriel que representam para mim a raz˜ao de toda a minha existˆencia.

`

A minha esposa Betˆania, por todo seu amor, carinho, compreens˜ao e incentivo mesmo nos momentos mais dif´ıceis de nossas vidas. Obrigado por tudo!

`

A minha m˜ae Ester e ao meu padrasto Walter (um verdadeiro paiz˜ao), por todo apoio, carinho e amor que me deram ao longo de toda a minha vida.

Aos meus irm˜aos Rita, Elizama e Alessandro, que tanto me ap´oiam e incentivam. Aos amigos e professores do DFTE que, sem querer citar nomes para n˜ao ser injusto deixando algu´em de fora, tanto ajudaram no meu desenvolvimento enquanto aluno.

Aos amigos da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e da Univer-sidade Federal Rural do Semi- ´Arido (UFERSA) que, al´em de companheiros de trabalho, s˜ao pessoas pelas quais tenho grande apre¸co e me sinto uma pessoa privilegiada em poder cham´a-los de AMIGOS.

Ao meu orientador Joel Cˆamara de Carvalho Filho (mais uma figura paterna em minha vida), por toda a dedica¸c˜ao e orienta¸c˜ao durante toda a minha gradua¸c˜ao, mestrado e no doutorado.

`

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Resumo

As r´adio fontes duplas tˆem sido amplamente estudadas desde a descoberta da existˆencia das r´adio fontes extragal´acticas na d´ecada de 1930. H´a algumas d´ecadas, estudos num´ericos e modelos anal´ıticos tem sido propostos com o intuito de se obter uma melhor compreens˜ao dos fenˆomenos f´ısicos que determinam a origem e evolu¸c˜ao de tais objetos.

Nesta tese, nos propusemos a estudar o problema da evolu¸c˜ao das r´adio fontes duplas em duas frentes: na primeira desenvolvemos um modelo anal´ıtico auto-similar que, al´em de corresponder a uma generaliza¸c˜ao da maioria dos modelos existentes na literatura, ´e capaz ainda de resolver alguns problemas existentes quanto `a evolu¸c˜ao da cabe¸ca do jato extragal´actico.

N´os usamos amostras de tamanhos de “hot spots” para encontrar uma rela¸c˜ao em lei de potˆencia entre as dimens˜oes da cabe¸ca do jato e o comprimento da fonte. Atrav´es do nosso modelo, constru´ımos as curvas de evolu¸c˜ao de uma r´adio fonte dupla em um diagrama PD (diagrama que relaciona a potˆencia r´adio e a dimens˜ao da fonte) desde fontes compactas (GPS e CSS) at´e fontes extensas do cat´alogo 3CR. Desenvolvemos ainda uma ferramenta computacional que nos permite gerar mapas sint´eticos das r´adio fontes duplas cujo objetivo ´e determinar os principais parˆametros f´ısicos desses objetos atrav´es da compara¸c˜ao entre os mapas de fontes observadas, encontrados na literatura, e das fontes sint´eticas.

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Tipo X.

Da compara¸c˜ao de nossas simula¸c˜oes com as r´adio fontes duplas reais, fomos capazes de determinar os valores dos principais parˆametros f´ısicos respons´aveis pelas distor¸c˜oes observadas nesses objetos.

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Abstract

Double radio sources have been studied since the discovery of extragalactic radio sources in the decade of 1930. Since then, several numerical studies and analytical models have been proposed seeking a better understanding of the physical phenomena that determines the origin and evolution of such objects.

In this thesis, we intended to study the evolution problem of the double radio sources in two fronts: in the first we have developed an analytical self-similar model that represents a generalization of most models found in the literature and solve some existent problems related to the jet head evolution.

We deal with this problem using samples of hot spot sizes to find a power law relation between the jet head dimension and the source length. Using our model, we were able to draw the evolution curves of the double sources in a PD diagram for both compact sources (GPS and CSS) and extended sources of the 3CR catalogue. We have alson developed a computation tool that allows us to generate synthetic radio maps of the double sources. The objective is to determine the principal physical parameters of those objects by comparing synthetic and observed radio maps.

In the second front, we used numeric simulations to study the interaction of the extra-galactic jets with the environment. We simulated situations where the jet propagates in a medium with high density contrast gas clouds capable to block the jet forward motion, forming the distorted structures observed in the morphology of real sources. We have also analyzed the situation in which the jet changes its propagation direction due to a change of the source main axis, creating the X-shaped sources.

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(8)

Sum´

ario

Lista de figuras ix

Lista de tabelas xv

1 Introdu¸c˜ao 1

2 R´adio fontes extragal´acticas 4

2.1 N´ucleo Ativo de Gal´axias - AGN . . . 4

2.1.1 R´adio Fontes Duplas . . . 7

2.1.2 Morfologia . . . 10

2.1.3 Classifica¸c˜ao . . . 12

2.2 Evolu¸c˜ao das r´adio fontes extragal´acticas . . . 17

2.3 Modelos anal´ıticos . . . 19

2.4 Simula¸c˜oes num´ericas e propriedades globais de uma r´adio fonte . . . 26

3 Um modelo anal´ıtico auto-similar 28 3.1 Introdu¸c˜ao . . . 28

3.2 O modelo . . . 29

3.3 Equa¸c˜oes do Modelo . . . 30

3.3.1 Avan¸co da cabe¸ca do jato . . . 31

3.3.2 Expans˜ao lateral do casulo . . . 35

3.3.3 Press˜ao no casulo . . . 36

3.4 Potˆencia r´adio da fonte . . . 37

(9)

4 Mapas r´adio sint´eticos 44

4.1 O problema . . . 44

4.2 O m´etodo . . . 45

4.3 Resultados e conclus˜oes . . . 48

5 Simula¸c˜oes num´ericas hidrodinˆamicas 53 5.1 Introdu¸c˜ao . . . 53

5.2 Resolu¸c˜ao e exemplos de simula¸c˜oes num´ericas de jatos extragal´acticos . . 54

5.3 Conclus˜oes . . . 60

6 Intera¸c˜ao Jato-Meio Ambiente 64 6.1 Introdu¸c˜ao . . . 64

6.2 A intera¸c˜ao do jato com um meio povoado por nuvens . . . 66

6.3 Resultados num´ericos . . . 67

6.3.1 Mudan¸ca na dire¸c˜ao do jato . . . 68

6.3.2 Intera¸c˜ao do jato com uma nuvem densa . . . 69

6.4 Conclus˜oes . . . 69

7 Estudo das R´adio Fontes Tipo X 72 7.1 Introdu¸c˜ao . . . 72

7.2 Simula¸c˜oes num´ericas . . . 74

7.2.1 Escalas de tempo e morfologia das fontes . . . 77

7.2.2 E necess´aria a existˆencia de uma precess˜ao cˆonica? . . . 77´

7.2.3 A distribui¸c˜ao de ´ındice espectral . . . 79

7.3 Conclus˜oes . . . 81

8 Conclus˜oes 82 8.1 Revis˜ao e resultados gerais . . . 82

8.2 Perspectivas futuras . . . 86

Bibliografia 87

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(11)

Lista de Figuras

1.1 Distribui¸c˜ao de luminosidade de r´adio fontes extragal´acticas. Essa dis-tribui¸c˜ao ´e derivada de um histograma de luminosidades r´adio de todas as fontes no c´eu com densidade de fluxo S ≥ 10 Jy em 408 MHz. Nessa es-cala de luminosidade r´adio, nossa Gal´axia tem L408 = 1022WHz−1. Figura

extra´ıda de Longair (1981). . . 2 2.1 Gal´axia NGC 4261 vista em ´optico e r´adio. Na imagem da direita do HST

´e poss´ıvel visualizar o t´orus na regi˜ao central do AGN. A figura foi extra´ıda de Jaffe et al. (1993). . . 5 2.2 Nesta figura ´e poss´ıvel visualizar o n´ucleo central do NAG, assim como as

nuvens BLR circundados por um tor´oide. Podemos associar esse esquema ao blazares. . . 7 2.3 Nesta figura, que corresponde a uma rota¸c˜ao da figura anterior, percebemos

o aperecimento de um jato e seu contra-jato, assim como as nuvens da NLR. Esse esquema ´e geralmente associado ao quasares onde devido ao efeito Doppler, o contra-jato ´e raramente percebido. . . 7 2.4 Nesta figura, que representa uma rota¸c˜ao de 90◦ na Figura 2.2, o t´orus

´opticamente espesso obscurece a observa¸c˜ao da regi˜ao central do AGN bem como das nuvens BLR, nesse caso observamos os jatos e as nuvens NLR. Podemos associar esse esquema `as r´adio gal´axias, mais precisamente `as r´adio fontes duplas. . . 8 2.5 Falsa imagem em r´adio da Fonte Dupla 3C47. Imagem extra´ıda de Leahy

(12)

2.7 R´adio Fonte 3C 173.1 do tipo FR II. Figura extra´ıda de Leahy & Perley (1991). . . 13 2.8 Luminosidade r´adio versus ´optica para fontes FR I e FR II. As unidades

em r´adio s˜ao W/Hz/sr. Os n´umeros 1 e 2 s˜ao referentes as fontes FR I e FR II, respectivamente. Figura retirada de Owen & Ledlow (1994). . . 14 2.9 Espectro em r´adio de uma fonte com alto ´ındice espectral, do tipo CSS.

Figura obtida de Herbig & Readhead (1992). . . 16 2.10 Espectro em r´adio de uma fonte com baixo ´ındice espectral. Figura obtida

de Herbig & Readhead (1992). . . 17 2.11 Espectro em r´adio de uma fonte com espectro convexo GPS. Figura obtida

de Herbig & Readhead (1992). . . 18 2.12 Espectro em r´adio de uma fonte com espectro complexo possuindo

m´ultiplas componentes. Figura obtida de Herbig & Readhead (1992). . . . 19 2.13 Neste cen´ario evolutivo as fontes come¸cariam como fontes compactas

(CSOs) evoluiria passando por seus tamanhos m´edio (MSOs) e terminariam finalmente em fontes extensas (LSOs). . . 20 2.14 Neste cen´ario as fontes tanto podem evoluir como tamb´em podem se

man-terem confinadas em seu tamanhos. . . 20 2.15 Esquema do modelo tipo I. Figura extra´ıda de Begelman & Cioffi (1989). . 22 3.1 Esquematiza¸c˜ao do modelo, mostrando os principais constituintes de uma

r´adio fonte: jato, cabe¸ca (“hot spot”) e casulo (l´obulo r´adio). . . 30 3.2 Raio do “hot spot” como uma fun¸c˜ao da distˆancia do n´ucleo ao “hot spot”.

(13)

3.3 Diagrama P-D em 5 GHz mostrando a trajet´oria evolutiva para Lj = 1046

erg/s (curvas inferiores) e Lj = 1048 erg/s (curvas superiores). A

con-tribui¸c˜ao da cabe¸ca ´e representada pela linha vermelha, a do casulo pela linha azul e a soma delas, pela linha em preto. Os c´ırculos e os quadrados correspondem `as fontes GPS/CSS (gal´axias e quasares) e os pontos em cruz representam as fontes extensas 3CR. . . 39 3.4 Esquema das diferentes distˆancias ao centro da gal´axia onde o raio da

cabe¸ca rh, a densidade ambiente ρ e a luminosidade cinem´atica do jato Lj

mudam os seus comportamentos. . . 41 3.5 Largura da ponte (2rc) como uma fun¸c˜ao do comprimento da (zh). Os

dados para fontes CSS foram obtidos de Fanti et al. (2001) enquanto as medidas para fontes extensas 3CR foram obtidas de Wellman, Daly & Wan (1997). As curvas s˜ao resultado de dois valores da energia cin´etica inicial para o modelo. Os valores s˜ao: 1046 erg/s para a curva superior e 1048

erg/s para a curva inferior. . . 42 4.1 R´adio mapas das fontes compactas 0701+392 (esquerda superior),

0955+390 (direita superior), 1141+466 (esquerda inferior) e 0935+428A (direita inferior). A figura ´e uma adapta¸c˜ao de imagens extra´ıdas de Fanti et al. 2001. . . 45 4.2 Modelo auto-similar de “fatias” para a evolu¸c˜ao de r´adio fontes duplas. . . 47 4.3 No painel superior temos o mapa extra´ıdo de Fanti et al. (2001)

digitali-zado atrav´es do processo explanado no t´opico “Desenvolvimento computa-cional” e logo a seguir, mostramos os mapas sint´eticos com o modelo de equiparti¸c˜ao para o campo magn´etico em duas situa¸c˜oes; com e sem perdas radiativas. . . 49 4.4 A figura mostra o resultado da subtra¸c˜ao entre os mapas observado e

(14)

4.5 No painel superior apresentamos a digitaliza¸c˜ao do mapa extra´ıdo de Fanti et al. (2001), na sequˆencia temos os mapas sint´eticos com o modelo de conserva¸c˜ao do fluxo para o campo magn´etico em duas situa¸c˜oes; com e sem perdas radiativas. . . 51 4.6 A figura apresenta o resultado da subtra¸c˜ao entre os mapas observado e

sint´etico em duas perspectivas diferentes. A regi˜ao em amarelo corresponde ao local onde os dois mapas se anulam. O modelo usado adota um campo magn´etico de conserva¸c˜ao do fluxo com perdas radiativas. . . 51 5.1 O painel superior mostra um mapa em linhas de contorno de isodensidade

da simula¸c˜ao b7. No painel inferior mostramos a mesma simula¸c˜ao usando um mapa de falsa cor. A resolu¸c˜ao da simula¸c˜ao ´e de 100x100x100 c´elulas, com η= 0.01 e M=10. . . 57 5.2 O painel superior mostra um mapa em linhas de contorno de isodensidade

da simula¸c˜ao b8. No painel inferior mostramos a mesma simula¸c˜ao usando um mapa de falsa cor. A resolu¸c˜ao da simula¸c˜ao ´e de 200x100x100 c´elulas, com η= 0.01 e M=10. . . 58 5.3 O painel superior mostra um mapa em linhas de contorno de isodensidade

da simula¸c˜ao b9. No painel inferior mostramos a mesma simula¸c˜ao usando um mapa de falsa cor. A resolu¸c˜ao da simula¸c˜ao ´e de 300x150x150 c´elulas, com η= 0.01 e M=10. . . 59 5.4 A figura mostra em sequˆencia os r´adio mapas das simula¸c˜oes b7, b8 e b9

cujas resolu¸c˜oes respectivas s˜ao: 100x100x100, 200x100x100 e 300x150x150 em unidades de c´elulas. M=10 e η= 0.01 para todas as simula¸c˜oes. . . 60 5.5 Os pain´eis mostram a raz˜ao axial para v´arias simula¸c˜oes com o mesmo

valor de η e M, variando apenas a resolu¸c˜ao. . . 61 5.6 Os pain´eis mostram o raio do casulo como uma fun¸c˜ao do tempo. Cada

painel apresenta o mesmo valor de η e M, mudando apenas a resolu¸c˜ao. . . 62 5.7 Os pain´eis mostram o comprimento da fonteZhcomo uma fun¸c˜ao do tempo.

(15)

6.2 R´adio fonte 3C 353. Extra´ıda de Swain, Bridle & Baum (1998). . . 65

6.3 R´adio fonte 3C 219. extra´ıda de Clarke et al. (1992). . . 66

6.4 R´adio fonte 3C 234. Extra´ıda de Leahy, Pooley & Riley (1986). . . 66

6.5 R´adio fonte 3C 300. Extra´ıda de Leahy, Pooley & Riley (1986). . . 66

6.6 Compara¸c˜ao entre as fontes reais e a simula¸c˜ao de controle de fontes n˜ao distorcidas. O r´adio mapas das fontes reais 3C 244.1 e 3C 284 foram extra´ıdos de Leahy, Pooley & Riley (1986) e a fonte 3C 341 foi obtida de Leahy & Perley (1991). . . 68

6.7 Compara¸c˜ao entre os r´adio mapas da fonte real 3C 79 e a simula¸c˜ao num´erica de uma fonte cujo jato teve sua dire¸c˜ao de propaga¸c˜ao desvi-ada. Os mapas observados foram extra´ıdos de Spangler, Myers & Pogge (1984). . . 69

6.8 Compara¸c˜ao de r´adio mapas de fontes reais com o mapa de uma simula¸c˜ao num´erica de um jato que colide com uma nuvem de alta densidade. Os mapas de fontes reais 3C 300 e 3C 234 foram extra´ıdos de Leahy, Pooley & Riley (1986) e a fonte 4C 14.27 foi obtida de Leahy, J. P., & Perley (1991). 70 6.9 Compara¸c˜ao de r´adio mapas de fontes reais com o mapa de uma simula¸c˜ao num´erica de um jato de baixa densidade com uma nuvem de alta densidade. Os mapas das fontes reais 3C 353 e 3C 219 foram extra´ıdos de Swain, Bridle & Baum (1998) e Clarke et al. (1992) respectivamente. . . 71

7.1 Alguns exemplos de R´adio fontes tipo X. As imagens dos r´adio mapas foram extra´ıdas e modificadas de Lal & Rao (2007). . . 73

(16)

7.3 R´adio mapas sint´eticos baseados nas simula¸c˜oes num´ericas. O contraste de densidade do jato ´e η = 0.1, o ˆangulo de reorienta¸c˜ao ´eθ = 60◦ e a idade

da fonte T quando a reorienta¸c˜ao come¸ca ´e de 1 milh˜ao de anos. Os v´arios pain´eis correspondem `a diferentes valores para o tempo de reorienta¸c˜ao ∆T

indicados na figura. . . 75 7.4 Como na Figura 7.3 mas para T igual a 1.5 milh˜oes de anos eθ = 75◦. . . 75

7.5 Como na Figura 7.4 mas para T = 2M anos. . . 76 7.6 R´adio mapas sint´eticos das simula¸c˜oes num´ericas para um jato cujo

con-traste de densidade η= 0.01, T = 1M anos e ∆T = 1.5M anos. Os pain´eis correspondem `a fontes de diferentes idades. . . 76 7.7 Compara¸c˜oes entre r´adio mapas, em linhas de contorno, de fontes tipo X e

fontes simuladas. As fontes observada foram extra´ıdas de Dennett-Thorpe et al. (2002). . . 78 7.8 Como na Figura 7.7 mas para um jato de baixa densidade. . . 78 7.9 Distribui¸c˜ao do ´ındice espectral (α1.5

0.6) em trˆes diferentes est´agios

(17)

Lista de Tabelas

2.1 Modelos Tipo I, II e III . . . 26

3.1 Parˆametros do modelo . . . 40

4.1 Expoentes auto-similares para o modelo . . . 52

5.1 Tabela de simula¸c˜oes . . . 56

A.1 Amostra de raios de “hot spots” rh de fontes compactas e extensas. . . 93

A.2 Amostra de fontes CSS. . . 104

(18)

Cap´ıtulo 1

Introdu¸c˜

ao

O ramo da astronomia conhecido como radioastronomia teve in´ıcio na d´ecada de 1930 com a descoberta de Jansky de ondas de r´adio que chegavam `a Terra oriundas do espa¸co. Inicialmente os primeiros objetos observados pelos radiotelesc´opios foram chamados de “r´adio estrelas”. Esses objetos eram fontes puntiformes de ondas r´adio que em princ´ıpio n˜ao aparentavam ter nenhuma rela¸c˜ao com os objetos astronˆomicos conhecidos at´e ent˜ao. Somente no final da d´ecada de 40, com a constru¸c˜ao dos primeiros interferˆometros e o consequente aumento do poder de resolu¸c˜ao dos radiotelesc´opios, pˆode-se perceber que elas na verdade n˜ao eram estrelas e sim gal´axias que emitiam enormes quantidades de energia vindas de regi˜oes distantes dos seus limites vis´ıveis. Hoje conhecemos uma grande variedade desses objetos.

Destacamos aqui as chamadas “gal´axias ativas” que possuem alta luminosidade e apresentam as seguintes caracter´ısticas: alta luminosidade em r´adio, muitas vezes maior que 1044 ergs/s; parte da luminosidade ´e proveniente de emiss˜ao n˜ao t´ermica, com grande

quantidade de fluxo ultravioleta, infravermelho, r´adio e em raios X. Entre as gal´axias ativas existem algumas classes `as quais d´a-se um maior destaque, as radiogal´axias, os objetos quasi-estelares (quasares), gal´axias de Seyfert e os objetos BL Lacertae (BL Lac). Na Figura 1.1 apresentamos um gr´afico com a distribui¸c˜ao da luminosidade r´adio das r´adio fontes extragal´acticas mais luminosas do c´eu.

(19)

mode-Fontes duplas e compactas

Rádio galáxias

Quasares

Nossa Galáxia galáxias normais

Figura 1.1: Distribui¸c˜ao de luminosidade de r´adio fontes extragal´acticas. Essa distribui¸c˜ao ´e derivada de um histograma de luminosidades r´adio de todas as fontes no c´eu com densidade de fluxo S ≥ 10 Jy em 408 MHz. Nessa escala de luminosidade r´adio, nossa Gal´axia tem L408 = 1022 WHz−1. Figura extra´ıda de Longair (1981).

los ´e a de que os jatos avan¸cam em equil´ıbrio de press˜ao com o meio ambiente. Nesta tese apresentaremos uma descri¸c˜ao da evolu¸c˜ao de uma r´adio fonte dupla usando um modelo anal´ıtico e simula¸c˜oes num´ericas.

Come¸caremos no Cap´ıtulo 2 fazendo um resumo do que s˜ao as r´adio fontes extra-gal´acticas, mostrando sua morfologia e classifica¸c˜ao. Ainda no mesmo cap´ıtulo, falare-mos sobre a evolu¸c˜ao e os principais modelos anal´ıticos e num´ericos das r´adio fontes duplas, al´em de suas propriedades globais. No Cap´ıtulo 3 apresentamos nosso modelo anal´ıtico mostrando suas equa¸c˜oes e os principais resultados. No Cap´ıtulo 4 introduzimos uma ferramenta computacional que desenvolvemos com o intuito de simular mapas r´adio sint´eticos, capazes de nos auxiliar na obten¸c˜ao de informa¸c˜oes sobre fontes reais atrav´es da compara¸c˜ao entre os mapas reais e simulados.

(20)

meio. No cap´ıtulo 6, por meio de simula¸c˜oes num´ericas, tratamos da situa¸c˜ao em que uma r´adio fonte encontra-se imersa em um meio com nuvens de diferentes densidades que s˜ao respons´aveis pela mudan¸ca na dire¸c˜ao do jato.

(21)

Cap´ıtulo 2

adio fontes extragal´

acticas

Gal´axias que se encaixam no diagrama de Hubble comumente s˜ao chamadas de “nor-mais”. As que n˜ao se enquadram neste sistema de classifica¸c˜ao s˜ao chamadas de gal´axias “peculiares”. Dentro do grupo das gal´axias peculiares destacamos as chamadas gal´axias peculiares ativas, ou simplesmente, “gal´axias ativas”. As gal´axias ativas correspondem `as principais r´adio fontes extragal´acticas do universo. Fazem parte desse grupo as r´adio fontes duplas (radiogal´axias), os objetos quasi-estelares (quasares), gal´axias de Seyfert e os objetos BL Lacertae (BL Lac).

2.1

ucleo Ativo de Gal´

axias - AGN

(22)

raios-X duros. As linhas alargadas vistas nos espectros dos AGNs s˜ao provavelmente devidas `a existˆencia de nuvens de g´as de elevada densidade que se movem com grandes velocidades ao redor do n´ucleo central. A regi˜ao onde s˜ao encontradas essas nuvens ´e chamada de “Broad Line Region - BLR”.

A BLR est´a rodeada por um t´orus, ou tor´oide, constitu´ıdo de poeira e g´as ionizado que, dependendo do ˆangulo em rela¸c˜ao `a linha de visada, pode ocultar as nuvens de alta velocidade fazendo com que essa regi˜ao n˜ao seja mais detectada pelo observador. Na ´area externa ao tor´oide, existem nuvens de g´as menos densas que produzem a chamada “Narrow Line Region - NLR”.

A Figura 2.1 mostra uma imagem h´ıbrida em r´adio e ´optico obtida pelo Telesc´opio Es-pacial Hubble (“Hubble Space Telescope- HST) da gal´axia NGC 4261 (figura da esquerda) e onde ´e feito um “zoom”da regi˜ao central (figura da direita). ´E poss´ıvel perceber a ex-istˆencia do t´orus molecular que provavelmente circunda um buraco negro supermassivo.

Figura 2.1: Gal´axia NGC 4261 vista em ´optico e r´adio. Na imagem da direita do HST ´e poss´ıvel visualizar o t´orus na regi˜ao central do AGN. A figura foi extra´ıda de Jaffe et al. (1993).

(23)

´e puxado pelo buraco negro ´e ejetado a velocidades pr´oximas da velocidade da luz ao longo do seu eixo de rota¸c˜ao. Esse processo produz os “jatos” que s˜ao observados em comprimentos de onda r´adio e, em alguns casos, no vis´ıvel. Esses fluxos de mat´eria, colimados e muito longos, provˆeem da regi˜ao central do AGN e transportam mat´eria para regi˜oes situadas muito al´em dos limites da gal´axia. Em contrapartida, as gal´axias que emitem fracamente em r´adio s˜ao chamadas de “radio-quiet”.

Atualmente a grande maioria dos astrˆonomos aceitam o modelo que prop˜oe que as v´arias formas de AGNs s˜ao na verdade o mesmo objeto observado de diferentes ˆangulos de visada em rela¸c˜ao `a Terra, o chamado Modelo Unificado para r´adio fontes extragal´acticas. Em outras palavras, todos os objetos mencionados anteriormente (por exemplo: quasares, blazares e r´adio gal´axias) seriam o mesmo fenˆomeno vistos a partir de diferentes ˆangulos de visada em rela¸c˜ao ao torus molecular que existe na regi˜ao central. De acordo com o Modelo Unificado, todas as fontes extragal´acticas tˆem sua fonte de energia originada em um mesmo processo que corresponde `a existˆencia de um buraco negro supermassivo no n´ucleo da gal´axia hospedeira sugando o g´as circundante de forma a liberar energia potencial gravitacional em forma de radia¸c˜ao.

No Modelo Unificado as diferentes orienta¸c˜oes dos jatos emitidos, em rela¸c˜ao ao obser-vador na Terra, determinam as propriedades que registramos (Barthel 1989). Portanto, se um dos jatos estiver praticamente voltado para n´os, teremos um “blazar”. Se o jato estiver um pouco inclinado em rela¸c˜ao `a nossa linha de visada, com um ˆangulo menor que 45◦, teremos um “quasar”e, por fim, se os jatos estiverem aproximadamente

perpen-diculares `a nossa linha de visada, veremos uma “r´adio gal´axia”. A sequˆecia de Figuras 2.2, 2.3 e 2.4 apresenta esquematicamente o modelo unificado, mostrando a existˆencia do t´orus que circunda o n´ucleo do AGN, assim como as nuvens BLR e NLR e sua rela¸c˜ao com blazares, quasares e radiogal´axias.

(24)

núcleo do AGN

torus

nuvens BLR

Figura 2.2: Nesta figura ´e poss´ıvel visualizar o n´ucleo central do NAG, assim como as nuvens BLR circundados por um tor´oide. Podemos associar esse esquema ao blazares.

núcleo do AGN

jato

contra-jato

nuvens NLR

nuvens BLR

torus

Figura 2.3: Nesta figura, que corresponde a uma rota¸c˜ao da figura anterior, percebemos o aperecimento de um jato e seu contra-jato, assim como as nuvens da NLR. Esse esquema ´e geralmente associado ao quasares onde devido ao efeito Doppler, o contra-jato ´e raramente percebido.

2.1.1

adio Fontes Duplas

(25)

nuvens NLR

torus

jato

jato

Figura 2.4: Nesta figura, que representa uma rota¸c˜ao de 90◦ na Figura 2.2, o t´orus

´opticamente espesso obscurece a observa¸c˜ao da regi˜ao central do AGN bem como das nuvens BLR, nesse caso observamos os jatos e as nuvens NLR. Podemos associar esse esquema `as r´adio gal´axias, mais precisamente `as r´adio fontes duplas.

3C47 com suas estruturas observadas em radiofrequˆencia.

Como mencionado anteriormente, as r´adio fontes duplas s˜ao objetos associados `as “radiogal´axias” que geralmente s˜ao gal´axias el´ıpticas do tipo peculiares “ativas”. S˜ao ainda objetos extremamente potentes, sua luminosidade pode chegar at´e 1045 ergs/s,

que se originam no n´ucleo das radiogal´axias onde acredita-se existir um buraco negro supermassivo envolvido por um disco de poeira e g´as, o disco de acres¸c˜ao. Da parte central deste disco s˜ao ejetados el´etrons relativ´ısticos que emitem intensamente nas faixas de onda de r´adio e raios X formando dois “jatos” que afastam-se perpendicularmente do n´ucleo da gal´axia hospedeira em sentidos opostos. Os jatos avan¸cam primeiramente atrav´es do meio intergal´actico e logo depois pelo meio extragal´actico com velocidades n˜ao-relativ´ısticas.

(26)

Figura 2.5: Falsa imagem em r´adio da Fonte Dupla 3C47. Imagem extra´ıda de Leahy (1996)

spots”. As duas primeiras r´adios fontes identificadas foram “Cassiopeia A” e “Cygnus A” (Baade & Minkowski 1954). Cygnus A ´e uma das r´adio fontes mais pr´oximas de n´os e uma das mais brilhantes do c´eu. R´adio fontes duplas s˜ao encontradas com dimens˜oes da ordem de 1 pc at´e 1 Mpc. As r´adio fontes apresentam ainda uma grande variedade morfol´ogica e espectral, o que justifica a grande quantidade de formas de classifica¸c˜ao e nomenclatura utilizadas por diferentes autores.

(27)

2.1.2

Morfologia

Jatos

Os jatos relativ´ısticos s˜ao ejetados a partir do n´ucleo das r´adio fontes extragal´acticas, que abrigam um disco de acres¸c˜ao em torno de um buraco negro supermassivo (Begelman, Blandford & Rees 1984). Esses jatos altamente colimados e extremamente energ´eticos devem, provavelmente, estar associados a buracos negros de Kerr que giram na velocidade m´axima permitida (Blandford 2001).

N˜ao se sabe ao certo qual o mecanismo f´ısico respons´avel pela forma¸c˜ao dos jatos, mas podemos citar ao menos trˆes fatores preponderantes para o surgimento e desenvolvimento dos jatos. S˜ao eles (Hujeirat et al. 2003): um disco de acres¸c˜ao, um objeto central que domina gravitacionalmente a dinˆamica do disco e a presen¸ca de campos magn´eticos intensos. Acredita-se que o campo magn´etico seja respons´avel pela colima¸c˜ao dos jatos.

Tamb´em n˜ao sabemos ao certo do que s˜ao feitos os jatos, mas observa-se claramente el´etrons de alta velocidade emitindo em frequˆencias de r´adio. Isto ocorre quando os el´etrons movem-se atrav´es de um campo magn´etico `a velocidades pr´oximas da veloci-dade da luz. Para preservar a neutraliveloci-dade total da carga, devem estar presentes tamb´em pr´otons ou p´ositrons formando um plasma. A existˆencia de um jato composto por el´etrons e p´ositrons pode, em princ´ıpio, ser inferida atrav´es da detec¸c˜ao direta da linha em raios-gama produzida pela aniquila¸c˜ao de pares el´etron-p´ositron (ver por exemplo, Begelman, Blandford & Rees 1984; Romero 1996; Romero et al. 2000; Abraham, Romero & Durou-choux 2001).

(28)

“Hot spots”

Os jatos astrof´ısicos encontram dificuldades em avan¸car para fora de sua gal´axia hos-pedeira devido a resistˆencia do meio intergal´actico e, depois, do meio extragal´actico. Os locais onde os jatos se chocam com o meio s˜ao chamados de “hot spots”, que s˜ao difer-enciados por serem as regi˜oes de maior intensidade de emiss˜ao em r´adio exatamente por serem os pontos onde os jatos depositam praticamente toda a sua energia cinem´atica.

Nos mapas em r´adio, a maioria das r´adio fontes n˜ao apresenta um alinhamento entre os “hot spots” e n´ucleo da gal´axia hospedeira. Existem v´arias suposi¸c˜oes para tentar explicar esse fato, como por exemplo, a existˆencia de nuvens de alta densidade no caminho desses jatos que faz com que eles desviem ao se chocarem com as nuvens e alterem suas trajet´orias. Uma outra suposi¸c˜ao ´e a de que os jatos possam apresentar precess˜ao (Gower & Hutchings 1982; Gower et al. 1982; Gower & Hutchings 1984; Roos & Meuers 1987).

Al´em de n˜ao apresentarem alinhamento com a gal´axia hospedeira, alguns “hot spots”n˜ao se alinham nem mesmo com o jato que os originou. Percebe-se ainda que a regi˜ao em que o jato deposita sua energia cinem´atica ´e maior que seu raio m´edio. O mecanismos proposto para explicar esse fato ficou conhecido como “mecanismo da broca do dentista” (Scheuer 1974). Neste mecanismo, o jato sofre pequenas varia¸c˜oes na sua dire¸c˜ao de propaga¸c˜ao, em uma escala de tempo muito curta comparada ao seu pr´oprio tempo de vida. Isto faz com que a regi˜ao de choque do jato com o meio mude com o tempo o que poderia explicar, por exemplo, o n˜ao alinhamento entre os “hot spots” e seus jatos progenitores. Algumas fontes podem ainda apresentar mais de um “hot spot” em cada l´obulo da fonte. Esse agrupamento ´e comumente chamado de “complexo de hot spots”.

L´obulos e/ou Pontes

Um l´obulo ´e uma regi˜ao extensa de emiss˜ao r´adio apresentando subestruturas onduladas ou filament´arias cujo per´ımetro ´e quase sempre bem definido.

(29)

jato, como “pontes” ou “plumas”. Em alguns casos as plumas s˜ao conhecidas como caudas. Os l´obulos parecem conter ainda a maior parte da energia das r´adio fontes duplas na forma de campos magn´eticos e de part´ıculas relativ´ısticas.

Alguns l´obulos mostram extens˜oes fracas conhecidas como “asas”. Classificamos um l´obulo como “disperso” se o ponto de intensidade m´axima n˜ao for parte de um jato ou de um “hot spot”. Assim, l´obulos dispersos podem conter “hot spots” ou jatos muito fracos, embora na maioria dos casos nenhum seja vis´ıvel. Por causa disto, a distin¸c˜ao entre ponte e pluma n˜ao pode ser feita de modo confi´avel para l´obulos dispersos.

Algumas vezes os l´obulos de fontes potentes se estendem desde o ponto terminal do jato at´e bem pr´oximo do n´ucleo da gal´axia. Neste caso ele ´e denominado de “ponte”. Estudos feitos usando-se simula¸c˜ao num´erica mostram que o material depositado pelo jato no seu ponto terminal retorna em dire¸c˜ao ao centro formando a ponte. Em geral, as pontes se formam quando a cabe¸ca do jato move-se pelo meio externo com velocidades supersˆonicas bastante elevadas. Para velocidades supersˆonicas moderadas, o material do jato, ap´os sofrer o choque com o meio externo, n˜ao retorna completamente em dire¸c˜ao ao n´ucleo ativo. Em vez disso, acumula-se pr´oximo `a cabe¸ca do jato formando o l´obulo.

Plumas e Caudas

Quando o ponto terminal do jato ´e difuso, n˜ao possuindo, portanto, um forte choque, ele acaba se alargando e sua intensidade come¸ca a decrescer. A partir deste ponto forma-se um l´obulo difuso que denominamos “pluma” a qual forma-se expande e forma-se afasta da gal´axia hospedeira como a fuma¸ca saindo de uma chamin´e. A velocidade com que elas avan¸cam no meio ambiente ´e subsˆonica e desta forma elas s˜ao facilmente afetadas por poss´ıveis ventos interaglomerados. Quando as plumas s˜ao empurradas para “tr´as” da gal´axia adquirindo a forma de um C elas s˜ao chamadas de caudas.

2.1.3

Classifica¸c˜

ao

Classifica¸c˜ao de Fanaroff-Riley

(30)

Figura 2.6: R´adio Fonte 3C 296 do tipo FR I. Figura extra´ıda de Leahy & Perley (1991).

Figura 2.7: R´adio Fonte 3C 173.1 do tipo FR II. Figura extra´ıda de Leahy & Perley (1991).

extragal´acticas do cat´alogo 3CR com a luminosidade dessas fontes. Nessa classifica¸c˜ao, as r´adio fontes s˜ao divididas em duas classes estruturais: FR I e FR II.

Essa classifica¸c˜ao ´e feita calculando a raz˜ao entre a distˆancia da regi˜ao de maior luminosidade e a dimens˜ao total da fonte. Todas as fontes em que essa raz˜ao ´e menor que 0.5 ´e classificada como sendo de “classe I”, ou como mais tarde ficou conhecida “FR I”. J´a aquelas cuja raz˜ao ´e maior que 0.5, s˜ao classificadas de “classe II”, ou mais comumente chamada “FR II”. Isto ´e equivalente a ter os “hot spots” mais pr´oximos da gal´axia hospedeira nas fontes FR I ou mais afastados, nas fontes FR II. As Figuras 2.6 e 2.7 mostram a r´adio fonte 3C 296 do tipo FR I e a r´adio fonte 3C 173.1 do tipo FR II, respectivamente.

Fanaroff e Riley perceberam a existˆencia de uma potˆencia de corte (“break power”) de aproximadamente 1025 W/Hz/sr dividindo as fontes classificadas como FRI e FR II. Desta forma, as fontes com luminosidade superior a 1025 W/Hz/sr s˜ao do tipo FR II e as

(31)

Figura 2.8: Luminosidade r´adio versus ´optica para fontes FR I e FR II. As unidades em r´adio s˜ao W/Hz/sr. Os n´umeros 1 e 2 s˜ao referentes as fontes FR I e FR II, respectiva-mente. Figura retirada de Owen & Ledlow (1994).

Classifica¸c˜ao Baseada nas Dimens˜oes

Uma outra forma de classificar r´adio fontes ´e a classifica¸c˜ao baseada nas dimens˜oes da fonte (Readhead et al. 1996b). Nessa classifica¸c˜ao ´e poss´ıvel encontrar na literatura diferentes nomes para classes semelhantes de objetos dependendo do autor, de forma que ´e dif´ıcil conseguir estabelecer uma defini¸c˜ao precisa. Alguns autores, por exemplo, preferem utilizar as dimens˜oes angulares enquanto outros preferem as dimens˜oes lineares. As principais classes de objetos segundo a classifica¸c˜ao baseada nas dimens˜oes s˜ao as que seguem:

• Objetos Sim´etricos Compactos

Estes objetos s˜ao tamb´em chamados de CSOs - “Compact Symetric Object”. Nesta classe est˜ao inclu´ıdas as r´adio fontes duplas compactas do tipo GPS - “Gigahertz Peaked Spectrum”. S˜ao fontes cujas dimens˜oes n˜ao ultrapassam∼ 1 kpc.

(32)

Tamb´em conhecidos como MSOs - “Medium-size Symetric Object”. Nesta catego-ria encontramos as Compactas de Espectro Inclinado CSS - “Compact Steep Spec-trum”. As dimens˜oes dessas fontes variam de 1 a 10 ou 15 kpc aproximadamente. Em um trabalho publicado por O’Dea (1998) foi feita uma revis˜ao das propriedades, origens e evolu¸c˜ao das fontes GPS e CSS.

• Objetos Sim´etricos Extensos

S˜ao os chamados LSOs - “Large Symetric Object”. Nesta classe encontramos as r´adio fontes extensas cl´assicas. Fontes LSOs apresentam dimens˜oes superiores a dezenas de kpc, podendo atingir at´e alguns Mpc (r´adio fontes gigantes).

Classifica¸c˜ao Baseada no Espectro

Uma outra forma de classifica¸c˜ao amplamente utilizada ´e a classifica¸c˜ao baseada no es-pectro r´adio, isto porque ´e muito mais f´acil determinar o eses-pectro para um grande n´umero de objetos do que fazer imagens r´adio. Abaixo, apresentamos a principais classes segundo a classifica¸c˜ao espectral.

• Fontes com Espectro Inclinado

Estas fontes s˜ao chamadas de SSS - “Steep-Spectrum Sources”. S˜ao objetos obser-vados em baixa frequˆencia cujo o espectro em lei de potˆencia possui ´ındice espectral caracter´ıstico da radia¸c˜ao sincrotrˆonica opticamente fina, de aproximadamente 0.5 (Figura2.9). Essas fontes est˜ao geralmente associadas `as r´adiogal´axias e apresentam dimens˜oes angulares de dezenas de segundos de arco ou mais.

• Fontes com Espectro Plano

S˜ao as fontes do tipo FSC - “Flat-Spectrum Compact Sources”. Essas fontes tˆem um espectro r´adio aproximadamente plano ou invertido, com ´ındice espectral muito baixo, menor que 0.5 (Figura 2.10). Provavelmente s˜ao fontes de pequenas dimens˜oes angulares associadas aos quasares.

• Fontes com Espectro Convexo

(33)

Figura 2.9: Espectro em r´adio de uma fonte com alto ´ındice espectral, do tipo CSS. Figura obtida de Herbig & Readhead (1992).

frequˆencias provavelmente devido `a alta absor¸c˜ao sincrotrˆonica que deve ocorrer em toda fonte suficientemente compacta com espectro n˜ao-t´ermico. Provavelmente a invers˜ao do espectro ocorre quando a intensidade da emiss˜ao r´adio alcan¸ca um valor cr´ıtico devido a emiss˜ao ser oriunda de um volume extremamente pequeno. Na grande maioria das fontes, a frequˆencia de invers˜ao ´e muito baixa e por isso n˜ao pode ser observada. No entanto, para fontes muito brilhantes e extremamente compactas, com dimens˜ao total de algumas centenas de parsecs, ´e poss´ıvel identificar um espectro do tipo GPS (Figura 2.11). Logo, as fontes GPS s˜ao as menores r´adio fontes duplas e provavelmente, as mais jovens.

• Fontes com Espectro Complexo

(34)

Figura 2.10: Espectro em r´adio de uma fonte com baixo ´ındice espectral. Figura obtida de Herbig & Readhead (1992).

2.2

Evolu¸c˜

ao das r´

adio fontes extragal´

acticas

A evolu¸c˜ao das r´adio fontes extragal´acticas ´e uma quest˜ao fundamental no estudo das gal´axias ativas. No trabalho publicado por Hargrave & Ryle (1974), eles mostraram que as perdas por radia¸c˜ao sincrotrˆonica nos “hot spots” ´e significantemente menor que a energia luminosa neles depositada, de modo que podemos considerar que essa energia permanece constante ao longo da vida da r´adio fonte. Os principais desenvolvimentos observacionais e te´oricos aconteceram ap´os a descoberta dos jatos astrof´ısicos que deram origem a v´arios trabalhos sobre as r´adio fontes extragal´acticas e seus jatos. Apesar disso, a quest˜ao da evolu¸c˜ao das r´adio fontes n˜ao progrediu da mesma forma, o que s´o foi ocorrer ap´os o advento de telesc´opios como o VLBI e do VLBA. Com tais equipamentos foi poss´ıvel finalmente obter uma amostra significativa de fontes cujas escalas de tamanho variavam da ordem de 1 parsec at´e 15 quiloparsecs o que permitiu fazer um estudo estat´ıstico de tais objetos.

(35)

Figura 2.11: Espectro em r´adio de uma fonte com espectro convexo GPS. Figura obtida de Herbig & Readhead (1992).

morfologia. As observa¸c˜oes em VLBI revelaram ainda que a maioria desses objetos, com estruturas de l´obulos duplos, eram quasares ou radiogal´axias (Fanti et al. 1985).

Em trabalhos publicados por Spencer et al. (1991) e Phillips & Mutel (1982) foram descobertos objetos duplos compactos. Mais tarde, Readhead et al. (1996a) apresentou uma amostra completa desses objetos adotando para os mesmos o nome de “Compact Symmetric Objects” (CSOs). Em outro trabalho, Readhead et al. (1996b) dividem os objetos com l´obulos duplos em trˆes categorias de acordo com a separa¸c˜ao entre os l´obulos (ver classifica¸c˜ao baseada nas dimens˜oes), lembrando que essa divis˜ao ´e arbitr´aria e n˜ao f´ısica.

Neste trabalho Readhead et al. prop˜oem dois cen´arios evolutivos poss´ıveis para as r´adio fontes duplas; o primeiro ´e aquele onde as fontes CSOs evoluem primeiro para MSOs e ent˜ao para LSOs e s´o ent˜ao o n´ucleo ativo cessa suas atividades, os el´etrons come¸cam a “envelhecer” e finalmente a fonte “morre”. Tal cen´ario ´e conhecido como “Jovem” este modelo foi originalmente proposto por Carvalho (1985). Um esquema desse processo pode ser visto na Figura 2.13.

(36)

Figura 2.12: Espectro em r´adio de uma fonte com espectro complexo possuindo m´ultiplas componentes. Figura obtida de Herbig & Readhead (1992).

manteve “confinadas” em seu tamanho. Isso provavelmente ocorre devido `a alta densidade do meio externo em rela¸c˜ao ao material do jato impedindo que este alcance grandes distˆancias na gal´axia hospedeira. Uma fonte, nesse cen´ario evolutivo, tamb´em ´e chamada de “frustrada”. Na Figura 2.14 podemos ver um esquema da evolu¸c˜ao de fontes frustradas. Nas pr´oximas se¸c˜oes (se¸c˜oes 2.3 e 2.4) iremos apresentar os principais modelos anal´ıticos e num´ericos, respectivamente, para a evolu¸c˜ao das r´adio fontes extragal´acticas e no Cap´ıtulo 3 explanaremos nosso modelo anal´ıtico para tais fontes.

2.3

Modelos anal´ıticos

(37)

CSO

MSO

LSO

Figura 2.13: Neste cen´ario evolutivo as fontes come¸cariam como fontes compactas (CSOs) evoluiria passando por seus tamanhos m´edio (MSOs) e terminariam finalmente em fontes extensas (LSOs).

CSO

MSO

LSO

Figura 2.14: Neste cen´ario as fontes tanto podem evoluir como tamb´em podem se man-terem confinadas em seu tamanhos.

n˜ao ´e auto-similar, o que acontece apenas quando seu comprimento atinge um certo valor critico.

Nessa se¸c˜ao apresentaremos uma breve revis˜ao dos principais modelos anal´ıticos auto-similares para a propaga¸c˜ao das r´adio fontes extragal´acticas.

(38)

g´as ambiente. Nesses modelos, segundo Begelman & Cioffi (1989), a energia cinem´atica do jato ´e depositada em seu ponto terminal, a cabe¸ca, e esse material acaba inflando e formando o casulo superpressurizado.

O modelo mais simples ´e o Tipo I (Begelman & Cioffi 1989), em que o jato avan¸ca com velocidade constante em uma atmosfera de densidade tamb´em constante. Isso ´e conseguido supondo que a press˜ao na cabe¸ca do jato se mant´em constante e que o ˆangulo de abertura do jato ´e igual a zero. No modelo Tipo II a densidade ambiente varia com

d−2, mas devido ao ˆangulo de abertura do jato n˜ao ser igual a zero, e sim variar com t2

acaba havendo uma certa compensa¸c˜ao que faz com que a velocidade de avan¸co da cabe¸ca do jato permane¸ca constante (Daly 1990). O modelo mais geral ´e o Tipo III, que assume uma lei de potˆencia na distribui¸c˜ao da densidade do meio ambiente com um expoente arbitr´ario δ. Nesse modelo, a suposi¸c˜ao b´asica ´e que a cabe¸ca do jato avan¸ca de maneira tal que a raz˜ao entre a press˜ao global no casulo e na cabe¸ca permane¸ca constante (Falle 1991 e Begelman 1996). Todos os parˆametros desse modelo variam com o tempo de forma que dependem do expoenteδ.

Os trˆes tipos s˜ao independentes no sentido de que nenhum corresponde a um caso especial do outro. Por exemplo, para δ = 0 o modelo Tipo III n˜ao se reduz ao modelo Tipo I. E ainda para δ = 2, o modelo Tipo III tamb´em n˜ao se reduz ao modelo Tipo II. A ´unica diferen¸ca entre os modelos Tipo III e Tipo II para δ = 2 ´e o comportamento do casulo que muda devido a varia¸c˜ao da densidade externa em cada modelo.

Partindo da hip´otese de equil´ıbrio de press˜ao entre a cabe¸ca do jato e a press˜ao “ram” temos quePh =Pram e tomando Pram ∼ρvh2, temos que Ph =ρvh2 de onde podemos obter

uma express˜ao para a velocidade de avan¸co da cabe¸ca do jato vh dada por

vh ∼

µ

Ph

ρ

¶1/2

. (2.1)

J´a a press˜ao na cabe¸ca, dada por Begelman (1996), ´e

Ph =

Lj

Ahvj

. (2.2)

(39)

Modelo Tipo I

O modelo Tipo I foi proposto e desenvolvido por Begelman & Cioffi (1989), Loken et al. (1992), Cioffi & Blondin (1992) e Nath (1995). Neste caso assume-se que os parˆametros do modelo, tais como, a luminosidade do jato Lj, a velocidade de avan¸co do jato vj e a

densidade do meio ρ s˜ao constantes, e ainda, que a ´area transversal do jato Aj ´e igual

a ´area da cabe¸ca Ah de forma que Aj = Ah = constante. A Figura 2.15, extra´ıda de

Begelman & Cioffi (1989), mostra um esquema do modelo tipo I.

Figura 2.15: Esquema do modelo tipo I. Figura extra´ıda de Begelman & Cioffi (1989).

Desse modo da equa¸c˜ao (2.1) temos que a velocidade de propaga¸c˜ao da cabe¸ca vh ´e

constante. Partindo novamente da hip´otese de equil´ıbrio entre as press˜oes, podemos obter uma express˜ao para a expans˜ao lateral da fonte. Neste caso, a press˜ao interna ´e a press˜ao exercida pelo casuloPc. A press˜ao no casulo ´e igual a press˜ao “ram” lateral. Desse modo

temos que Pc = ρvc2. A press˜ao no casulo tamb´em pode ser obtida considerando-se que

ela ´e da ordem da energia depositada pelos jatos durante todo o tempo de vida da r´adio fonte, dividido pelo volume do casulo. Dessa forma a express˜ao para a press˜ao no casulo fica:

Pc=

Ljt

Vc

. (2.3)

O volume do casulo ´e dado por:

(40)

onde o comprimentozh =vht e a ´area do casulo ´e:

Ac=πrc2. (2.5)

Substituindo a equa¸c˜ao (2.5) et=zh/vh na equa¸c˜ao (2.3) obtemos a seguinte express˜ao:

Pc =

Lj

Acvh

. (2.6)

Da equa¸c˜ao (2.6) e usando a express˜aoPc =ρvc2, obtemos:

vh ≈

Lj

Acρvc2

. (2.7)

Substituindovc=rc/t em (2.7) e usando a express˜ao (2.5) teremos:

vh ≈

Ljt2

A2

. (2.8)

Da equa¸c˜ao (2.1), temos que vh ´e constante e para que isso seja verdadeiro, ´e necess´ario

que em (2.8) Ac ∝ t. Desse modo, das equa¸c˜oes acima, podemos tirar as seguintes

conclus˜oes para o modelo Tipo I: a velocidade da cabe¸ca do jato ´e constante; a ´area do casulo ´e proporcional a t; o comprimento da fonte ´e proporcional a t; o volume do casulo ´e proporcional at2; a press˜ao no casulo ´e proporcional at−1; a press˜ao na cabe¸ca ´e constante

e a raz˜ao entre as press˜oes da cabe¸ca e do casulo ´e proporcional a t (ver Tabela 2.1).

Modelo Tipo II

Analisaremos agora como os parˆametros f´ısicos das r´adio fonte variam com rela¸c˜ao ao tempo para o modelo Tipo II proposto por Daly (1990). Nesse modelo, a densidade do meio ambiente externo varia segundo d−2, onde d ´e a distˆancia radial ao objeto central,

ou seja, ρ∝ d−2 e A

h ∝ d2. Dessa forma, o produto entre a densidade do meio e a ´area

da cabe¸ca ´e constante.

A massa acumulada pela frente de choque na cabe¸ca do jato ´e dada por

dM

dt =vhAhρ (2.9)

onde vh ´e a velocidade da frente de choque, Ah ´e a ´area da frente de choque e ρ ´e a

densidade do g´as no ambiente da frente de choque. A velocidade da frente de choque pode ser escrita como vh = dzdth e a taxa de varia¸c˜ao de massa ´e dada por:

dM dzh

(41)

A energia totalW na onda de choque pode ser escrita na seguinte forma:

W = 3

4

Z

v2

hdM. (2.11)

Esta equa¸c˜ao sugere que a energia na onda pode ser escrita como

W =ǫM vh2 (2.12)

onde ǫ´e uma fra¸c˜ao da ordem de 1. Finalmente, a velocidade da cabe¸ca pode ser obtida de

v2h = W

ǫM (2.13)

onde M ´e obtida pela integra¸c˜ao da equa¸c˜ao (2.9).

A energia da onda de choque ´e W = Ljt sendo a potˆencia do jato Lj constante.

Al´em disso, como estamos supondo que o produto ρAh que aparece em (2.10) tambem ´e

constante, resulta que a velocidade da cabe¸ca ´e dada por:

vh =

µ

Lj

ǫAhρ

¶1/3

. (2.14)

Para calcular a expans˜ao lateral do casulo Daly sup˜oe que a varia¸c˜ao da densidade do meio ambiente na dire¸c˜ao perpendicular ao eixo do jato ´e muito menor que aquela ao longo do eixo de simetria do jato e pode, portanto, ser considerada constante. Isto ´e verdade uma vez que o raio do casulo rc´e bem menor que zh.

Procedendo como antes, pode-se obter

vc=

drc

dt ∝r

−1

c (2.15)

e portanto rc ∝ t1/2 e vc ∝ t−1/2. Para as outras quantidades temos que a velocidade

da cabe¸ca vh ´e constante e o tamanho da fonte ´e dado por zh ∝ t. A press˜ao na cabe¸ca

do jato ´e proporcional a t−2 e no casulo ela ´e proporcional a t−1. Um resumo destas

propriedades pode ser encontrado na Tabela 2.1

Modelo Tipo III

(42)

do meio externo, varia de acordo com uma lei de potˆencia com um expoente arbitr´arioδ, ou seja, ρ ∝ d−δ, onde d ´e a distˆancia ao objeto central. A hip´otese b´asica do modelo ´e

que a raz˜ao entre a press˜ao na cabe¸ca e no casulo ´e constante, de maneira que:

Ph Pc = ρv 2 h ρv2 c . (2.16)

Segundo Begelman (1989) temos que vh ≃ zth e vc ≃ rtc. Substituindo em (2.16) e

chamando de η a raz˜ao entre as press˜oes, obtemos:

zh ≃η1/2rc. (2.17)

Substituindo (2.17) em (2.4) e levando o resultado a (2.3), obtemos a seguinte express˜ao:

Pc =

ηLjt

z3

h

. (2.18)

Sabendo quePh =ηPc e substituindo (2.18) em (2.17) em (2.1), temos:

vh2 ≃ η

2L

jt

ρz3

h

. (2.19)

Comovh ≃ zth, podemos substituir em (2.19) e obter uma express˜ao parat em fun¸c˜ao de

zh, ou seja,

t =zh5/3ρ1/3L−1/3

j η−2/3. (2.20)

Em (2.20)Lj e η s˜ao constantes e comoρ∝d−δ, resulta quet∝z

5−δ

3

h , ou seja, zh ∝t

3 5−δ.

Sendo assim, das equa¸c˜oes acima, podemos obter de que forma os parˆametros f´ısicos variam para o modelo Tipo III:vh ∝t

δ−2

5−δ; Ac∝t

δ+4

5−δ; Pc∝t−

δ+4

5−δ; rc∝t

3

5−δ; Ph ∝t−

δ+4 5−δ e Ph

Pc = constante (ver Tabela 2.1).

(43)

Tabela 2.1: Modelos Tipo I, II e III

Tipo I Tipo II Tipo III densidade ρ constante d−2 d−δ

velocidade da cabe¸ca vh constante constante t

δ−2

5−δ

´area da cabe¸ca Ah constante t2 t

δ+4 5−δ

tamanho da fonte zh t t t

3 5−δ

press˜ao na cabe¸ca Ph constante t−2 t−

δ+4 5−δ

raio do casulo rc t1/2 t1/2 t

3 5−δ

press˜ao no casulo Pc t−1 t−1 t−

δ+4 5−δ Ph

Pc t t

−1 constante

2.4

Simula¸

oes num´

ericas e propriedades globais de

uma r´

adio fonte

As simula¸c˜oes num´ericas se apresentam como uma poderosa ferramenta no estudo das r´adio fontes extragal´acticas e suas componentes. Muitos autores ao longo dos anos vˆem se utilizando dessa ferramenta como forma de reproduzir os fenˆomenos f´ısicos observados nesse tipo de objeto. Ver por exemplo, Rayburn 1977; Norman et al. 1982; Lind et al. 1989; Clarke, Norman & Burns 1989; Hardee & Norman 1990; K¨ossl, M¨uller & Hillebrandt 1990; Cox, Gull & Scheuer 1991; Falle 1991; Clarke & Burns 1991; Cioffi & Blondin 1992; Loken et al. 1992; Hardee et al. 1992; Ferrari, Massaglia & Bodo 1996) no caso de jatos n˜ao relativ´ısticos e Wilson 1987; Bowman, Leahy & Komissarov 1996; Mioduszewski, Hughes & Duncan 1997; Marti et al. 1997; Komissarov & Falle 1997, 1998; Rosen et al. 1999 no caso de jatos relativ´ısticos.

(44)

um jato propagando-se em atmosferas de densidade constante e atmosferas de densidade e press˜ao decrescentes. A energia da fonte ´e considerada constante em ambos os casos.

Em um outro trabalho, Carvalho et al. (2005) fizeram compara¸c˜oes das observa¸c˜oes da r´adio fonte extragal´actica Cignus-A com simula¸c˜oes num´ericas hydrodinˆamicas em 2D. Eles caracterizaram algumas das tendˆencias globais nas propriedades das observa¸c˜oes em radiofrequˆencia e compararam com as propriedades da fonte simulada. As simula¸c˜oes s˜ao capazes de reproduzir qualitativamente a morfologia global da fonte observada, o com-portamento de se¸c˜ao transversal do brilho superficial, o decaimento no brilho superficial com a distˆancia aos “hot spots” e a largura dos l´obulos.

(45)

Cap´ıtulo 3

Um modelo anal´ıtico auto-similar

3.1

Introdu¸c˜

ao

R´adio fontes extragal´acticas e seus jatos tˆem extensivamente sido estudadas anal´ıticamente por Scheuer (1974); Carvalho (1985); Begelman & Cioffi (1989); Daly (1990); Carvalho (1994); Begelman (1996); Kaiser, Dennett-Thorpe & Alexander (1997); Kaiser & Alexander (1997); Carvalho (1998); Lima, Carvalho & O’Dea (2007). An´alises de simula¸c˜oes numericas foram feitas por Norman et al. (1982); Lind et al. (1989); Marti et al. (1997), Wang, Wiita & Hooda (2000); Tregillis, Jones & Ryu (2001); Carvalho & O’Dea (2002a); Carvalho & O’Dea (2002b). A vis˜ao b´asica da evolu¸c˜ao dessas fontes ´e a existˆencia de um par de jatos supersˆonicos que s˜ao ejetados do objeto central da gal´axia hospedeira e avan¸ca atrav´es do g´as ambiente. A intera¸c˜ao dos jatos com o meio ocasiona a existˆencia de duas regi˜oes de intenso choque que d˜ao origem a duas estruturas em forma de l´obulos que s˜ao observadas nas r´adio imagens.

(46)

e comparar com os dados observacionais. Resultados preliminares deste modelo foram publicados anteriormente e podem ser encontrados em Lima, Carvalho & O’Dea (2007).

Na se¸c˜ao 3.2 fazemos uma descri¸c˜ao geral do modelo. J´a na se¸c˜ao 3.3 apresentamos as equa¸c˜oes de movimento do modelo. Na se¸c˜ao 3.4 calculamos a potˆencia r´adio da r´adio fonte e na se¸c˜ao 3.5 comparamos o modelo com as observa¸c˜oes e apresentamos os principais resultados.

3.2

O modelo

Adotaremos a vis˜ao b´asica de uma r´adio fonte cl´assica dupla FRII em que dois jatos gˆemeos s˜ao ejetados do objeto compacto central. Os jatos s˜ao supersˆonicos e, ao avan¸car atrav´es do meio ambiente, duas regi˜oes de choques formam os l´obulos r´adio. Uma su-perf´ıcie de descontinuidade separa o g´as ambiente chocado que passou pelo “bow shock” do g´as chocado do jato que infla o casulo. A regi˜ao frontal do jato, entre a superf´ıcie de descontinuidade e o choque dianteiro, ´e denominada “cabe¸ca” do jato. O jato deposita momento atr´as da cabe¸ca. Essa regi˜ao aparece nos mapas r´adio como sendo os “hot spots” . Nele, o jato ´e desacelerado e converte-se no casulo.

Assumimos neste trabalho uma simetria cil´ındrica para o casulo, rc sendo seu raio,zh

seu comprimento, Pc a press˜ao no casulo e Ah a ´area da cabe¸ca do jato (Figura 3.1). A

posi¸c˜ao do choque frontal ´ezh e sua velocidade de avan¸co vh =dzh/dt.

Como foi discutido por Begelman & Cioffi (1989), os casulos das r´adio fontes s˜ao superpressurizados com respeito ao meio externo. Usamos essa fato para deduzirmos uma das principais hip´oteses do nosso modelo: a de que existe um equil´ıbrio de press˜ao entre a press˜ao “ram” exercida pelo g´as ambiente e a press˜ao oriunda tanto do casulo quanto da cabe¸ca do jato. Usando as duas equa¸c˜oes de equil´ıbrio, juntamente com a equa¸c˜ao da conserva¸c˜ao da energia, ´e poss´ıvel, em princ´ıpio, expressar o tamanho zh e a largura

rc da fonte bem como a press˜ao no casulo Pc como uma lei de potˆencia e encontrar seus

respectivos expoentes.

O quarto termo desconhecido, a ´area da cabe¸ca do jato Ah, n˜ao ´e determinado e,

(47)

diferentes formas por diferentes autores. Como vimos na se¸c˜ao 2.3, Carvalho & O’Dea (2002a) classificaram os modelos auto-similares existentes como sendo de trˆes tipos. A principal diferen¸ca entre esses modelos ´e forma como a ´area da cabe¸ca do jato varia. Assim, para o modelo Tipo I o raio da cabe¸ca ´e constante (Ah = const). No Tipo II o

raio ´e proporcional ao comprimento do jato (Ah ∝ zh2). No Tipo III, Ah n˜ao ´e dado; ao

inv´es disso, assume-se que a raz˜ao entre a press˜ao do casulo e da cabe¸ca ´e constante. Por exemplo em uma atmosfera de densidade constante teremos Ah ∝zh4/3.

Neste modelo, usaremos uma nova abordagem para determinar como a ´area da cabe¸ca do jato varia com a expans˜ao da fonte. Nos baseamos em simula¸c˜oes num´ericas e, prin-cipalmente, em medidas de tamanhos de “hot spots” de r´adio fontes (ver t´opico “A ´area da cabe¸ca do jato” abaixo). Uma lei apropriada ´e ent˜ao obtida e usada no modelo.

Ah

zh rc

V

h vc

Pc

Ph

Jato

L vj

Casulo

Cabeça

do jato

ρ

a

Figura 3.1: Esquematiza¸c˜ao do modelo, mostrando os principais constituintes de uma r´adio fonte: jato, cabe¸ca (“hot spot”) e casulo (l´obulo r´adio).

3.3

Equa¸c˜

oes do Modelo

(48)

3.3.1

Avan¸co da cabe¸ca do jato

A cabe¸ca do jato astrof´ısico, onde ocorre o choque frontal, avan¸ca com velocidade vh =

dzh/dt que pode ser calculada atrav´es do equil´ıbrio de for¸ca devido `a press˜ao do jato Ph

e a press˜ao exercida pelo g´as ambientePram, isto ´e,Ph =Pram. Temos que

Pram=

1 2ρav

2

h (3.1)

ePh pode ser escrita na forma (Begelman 1996)

Ph =

Lj

Ahvj

. (3.2)

Combinando essas duas express˜oes temos que ˙

zh =

µ

2Lj

vjρaAh

¶1/2

. (3.3)

Para o tamanho da fonte zh iremos assumir uma solu¸c˜ao do tipo auto-similar na forma

zh =zho

µ

t to

¶a

(3.4) onde zho e to s˜ao valores fiduciais de tamanho e tempo, respectivamente.

A maioria dos modelos encontrados na literatura assumem que a energia cin´etica do jato permanece constante por toda a sua vida. Neste trabalho supomos que a luminosidade do jatoLj ´e inicialmente constante mas, ap´os um certo tempo no qual o casulo atinge um

tamanho cr´ıtico z3, correspondendo a idade t3, a potˆencia do jato come¸ca a cair. Assim,

a luminosidade come¸ca a variar com o tempo de acordo com a lei de potˆencia

Lj =Ljo

µ

t t3

¶−ℓ

(3.5)

comt > t3. Ondeℓ´e um parˆametro livre e Ljo´e a luminosidade inicial constante do jato.

Assim, para z < z3 temos Lj =Ljo e para z > z3 a luminosidade decresce comt−ℓ.

A densidade ambiente

Muitos modelos anal´ıticos na literatura assumem que a densidade do g´as ambiente decai com o aumento da distˆancia ao centro da gal´axia hospedeira. Essa hip´otese ´e baseada em observa¸c˜oes de halos de raio X. A lei de King (1962) ´e comumente usada na forma

ρ= ρc

³

1 + r2

r2

c

(49)

onde rc´e um raio caracter´ıstico e ρc´e a densidade central.

Ao se lidar com fontes extensas, toma-serccomo sendo um valor de apenas alguns kpc,

de forma que a aproxima¸c˜ao ρ ∝ r−δ ´e utilizada. Na maioria dos trabalhos publicados

na literatura δ tem um valor no intervalo 1.5−2.0. Contudo, nesta tese, pretendemos modelar a evolu¸c˜ao da fonte desde seu est´agio de fonte compacta at´e est´agios de tamanhos da ordem de megaparsec. Se usarmos um ´unico valor para δ surgir˜ao problemas em ambas as escalas. Como veremos no t´opico abaixo, no caso de objetos compactos, a ´area da cabe¸ca do jato aumenta praticamente com z2

h e, conseq¨uentemente, de acordo

com a equa¸c˜ao (3.3), se a densidade for constante para r < rc a velocidade de avan¸co

do jato de fontes compactas ir´a decair. Por exemplo, se a velocidade de expans˜ao de uma fonte for pr´oxima `a velocidade da luz quando seu tamanho for de alguns parsecs de tamanho, essa velocidade ter´a caido para 1% da velocidade inicial quando estiver com centenas de parsec. Contudo, isso est´a em contradi¸c˜ao com medidas diretas de fontes compactas (10−100pc) que, segundo Conway (2002) e Polatidis & Conway (2003), tˆem uma velocidade de separa¸c˜ao entre os “hot spots” de 0.19h−1c. Sendo assim, adotamos

a hip´otese de que a densidade tamb´em deve decair na escala de parsecs a uma taxa que compense o aumento na ´area da cabe¸ca do jato.

No pr´oximo t´opico mostramos de que forma as observa¸c˜oes indicam que, para fontes extensas (>10 kpc), a ´area da cabe¸ca aumenta lentamente. Como conseq¨uˆencia, a den-sidade ambiente deve decair mais lentamente, ao contr´ario do que seria esperado, para evitar que a fonte acelere. Isso tamb´em est´a de acordo com o fato de que a densidade n˜ao pode decair indefinidamente de maneira t˜ao r´apida, mas, na verdade, aproxima-se assintoticamente do valor da densidade do meio intergal´actico. Assim, iremos supor que a taxa de decaimento da densidade muda a uma distˆanciaz2. Podemos ent˜ao escrever

ρa=ρ2

µ

zh

z2 ¶−δ

. (3.7)

Escolhemos um valor arbitr´ario para z2 ∼ 20 kpc e tomamos um valor razo´avel para

ρ2/mh da ordem de 2×10−3 cm−3, onde mh ´e a massa do hidrogˆenio. Os valores de δ

(50)

A ´area da cabe¸ca do jato

N˜ao existe, em nosso modelo, uma maneira de calcular analiticamente a ´area da cabe¸ca do jato. Por essa raz˜ao, quando calculamosAh, temos que fazer algumas hip´oteses no esp´ırito

dos modelos auto-similares ou ter algum “insight” a partir das simula¸c˜oes num´ericas e de dados emp´ıricos.

Modelos anal´ıticos (Carvalho 1998) e simula¸c˜oes hidrodinˆamicas de jatos supersˆonicos indicam que o raio da cabe¸ca do jato n˜ao ´e constante (Carvalho & O’Dea 2002a, 2002b). Seu valor m´edio aumenta com o avan¸co do jato atrav´es do meio ambiente. Isso tamb´em ´e observado em amostras de fontes estudadas por Hardcastle et al (1998); Jeyakumar & Saikia (2000); Perucho & Mart´ı (2002). Constru´ımos uma grande amostra de raios de “hot spots” rh de fontes compactas e extensas, num total de 244. Os dados foram extra´ıdos

de Fanti et al. (1985); Hardcastle et al. (1998); Jeyakumar & Saikia (2000); Perucho & Mart´ı (2002) e Kharb et al. (2008). No caso de m´ultiplos “hot spots” calculamos o raio equivalente ao volume total ocupado pelos mesmos. Para calcular a dimens˜ao linear usamosHo= 75 km/s/Mpc e qo = 0. O resultado desta compila¸c˜ao ´e mostrado no painel

superior da Figura 3.2 onde apresentamos um gr´afico logar´ıtmico do raio dos “hot spots”

rh contra o tamanho do jato, isto ´e, a distˆancia zh do n´ucleo ao “hot spot” . No Apˆendice

A, apresentamos a tabela com a amostra de raios de “hot spots” usados para construir o gr´afico da Figura 3.2.

Podemos ver uma clara mudan¸ca no comportamento para jatos com tamanhos em torno de alguns kpc. Para fontes compactas GPS e CSS, o raio do “hot spot” aumenta praticamente linearmente com o tamanho do jato.

No caso de fontes extensas h´a um grande espalhamento de dados e o raio dos “hot spots” aumenta mais lentamente. No painel inferior, a curva tracejada representa um ajuste de uma fun¸c˜ao polinomial de segundo grau. Por´em, essa curva n˜ao ´e ´util j´a que necessitamos estabelecer uma lei de potˆencia entre as duas quantidades. Ent˜ao, arbitrari-amente, n´os substitu´ımos a curva cont´ınua por duas linhas retas unidas em zh = 4 kpc

como mostra a figura.

(51)

Figura 3.2: Raio do “hot spot” como uma fun¸c˜ao da distˆancia do n´ucleo ao “hot spot”. No painel superior cada s´ımbolo representa um “hot spot” que comp˜oem a amostra feita a partir da lista cuja referˆencia est´a indicada na legenda. No painel inferior a amostra ´e representada por pontos e a linha tracejada representa uma fun¸c˜ao do segundo grau. As linhas retas representam um ajuste correspondendo a uma lei de potˆencia.

(52)

assim, podemos escrever

Ah =Ah1

µ

zh

z1 ¶γ

=πrh21

µ

zh

z1 ¶γ

. (3.8)

Da Figura 3.2 n´os temos z1 ∼ 4 kpc e γ ∼ 2.1 para zh < z1 e γ ∼ 0.6 para zh > z1,

enquanto Ah1 ≃3.1 kpc2. Finalmente, o raio do “hot spot” em zh =z1 ´erh1 ≃1 kpc.

O tamanho do jato

Substituindo as equa¸c˜oes (3.4), (3.5), (3.8) e (3.7) em (3.3), temos

zh =zhot

−ℓ+a(δ−γ)+2

2 . (3.9)

Comparando as equa¸c˜oes (3.9) e (3.4), obtemos

a= −ℓ+ 2

γ−δ+ 2 (3.10)

e

zho =

µ

2Ljot−oℓ+2z γ

1

a2v

jρ2Ah1z2δt−3ℓ

¶γ−1δ+2

. (3.11)

Sabemos que a velocidade da cabe¸ca em t=to ´e

vho =a

zho

to

(3.12) e deve ser menor que a velocidade da luz. Adotando um limite superior

vho =βc (3.13)

podemos calcularto. Combinando (3.11) e (3.12) n´os obtemos

to =

µ

a βc

¶γγ−δ+2

−δ+ℓ · 2L joz1γ

a2v

jρ2Ah1t−3ℓz2δ ¸γ 1

−δ+ℓ

. (3.14)

3.3.2

Expans˜

ao lateral do casulo

A velocidade de expans˜ao lateral do casulo ´e vc = drc/dt, onde vc pode ser calculada

atrav´es do equil´ıbrio entre a press˜ao no casuloPc e a press˜ao “ram” Pram, que ´e igual a

ρav2c/2. Da´ı, obtemos

drc

dt =

µ

2Pc

ρa

¶1/2

(53)

Assumimos tamb´em solu¸c˜oes auto-similares para rc e Pc, na forma

rc=rco

µ t to ¶b (3.16) e

Pc=Pco

µ

t to

¶c

. (3.17)

Resolvendo (3.15) usando a express˜ao (3.16), (3.17) e a equa¸c˜ao (3.7), obtemos

rc =

µ

2Pcot2ozhoδ

b2ρ 2z2δ

¶1/2µ

t to

¶c+aδ2+2

. (3.18)

E finalmente, comparando (3.18) e (3.16), n´os temos

b= c+aδ+ 2

2 (3.19)

e

rco=

µ

2Pcot2ozhoδ

b2ρ 2zδ2

¶1/2

. (3.20)

3.3.3

Press˜

ao no casulo

A equa¸c˜ao da conserva¸c˜ao da energia que leva em conta perdas por expans˜ao adiab´atica e a equa¸c˜ao de estado do modelo podem ser escritas como

dEc

dt +Pc

dVc

dt =Lj (3.21)

e

Pc= (Γ−1)

Ec

Vc

. (3.22)

onde Ec ´e a energia total dentro do casulo e Γ ´e o ´ındice adiab´atico. Combinando essas

duas express˜oes obtemos

VcP˙c+ ΓPcV˙c = (Γ−1)Lj (3.23)

ondeVc =πr2czh´e o volume do casulo. Substituindo (3.4), (3.5), (3.16) e (3.17) na equa¸c˜ao

(3.23), temos que

πzhorco2 Pco

Ljoto

µ

t to

¶2b+a+c+ℓ

= (Γ−1)

c+ Γ(2b+a)

µ

t to

.

Essa igualdade ser´a sempre verdade somente se

(54)

e

Pco =

(Γ−1)

c+ Γ(2b+a)

Ljoto

πzhor2co

. (3.25)

Finalmente, substituindo o valor de rco dado por (3.20) em (3.25) obtemos

Pco=

·

(Γ−1)

c+ Γ(2b+a)

b2L

joρ2z2δ

2πzhoδ+1to

¸1/2

. (3.26)

3.4

Potˆ

encia r´

adio da fonte

Agora, ´e poss´ıvel usarmos os resultados obtidos nas se¸c˜oes anteriores para calcular a potˆencia r´adio da fonte a fim de montarmos o diagrama da luminosidade r´adio como uma fun¸c˜ao do tamanho da fonte (diagrama P-D). A r´adio emissividade em, por exemplo,

ν = 5 GHz ´e dada por Ginzburg & Syrovatskii (1964)

ε5 = 5.28×10−20B3/2ue. erg/s/Hz/sr/cm3 (3.27)

Aqui, B ´e em Gauss e ue ´e em erg/cm3. A densidade de el´etrons relativ´ısticos ue est´a

relacionada `a densidade total de energia relativ´ısticaur por

ur = (1 +k)ue (3.28)

onde k ´e a raz˜ao entre a energia do pr´oton e do el´etron e ´e normalmente tomada como sendo ∼100. A seguir, definimos a eficiˆencia ǫ em que o processo de acelera¸c˜ao converte energia cin´etica macrosc´opica mais energia magn´etica em energia das part´ıculas de alta energia. Tomamosǫ como sendo a raz˜ao entreur e a densidade total de energia u, isto ´e,

ǫ= ur

u.

A densidade de energia dos el´etrons ´e ent˜ao dada por

ue =

ǫ

1 +ku . (3.29)

Como uma primeira aproxima¸c˜ao, iremos assumir que a emissividade r´adio ´e constante em toda a regi˜ao emissora. A potˆencia r´adio ´e, conseq¨uentemente, dada por

(55)

onde V ´e o volume da regi˜ao emissora. Assim P5 = 5.28×10−20B3/2ueV e, substituindo

ue de (3.29) n´os temos

P5 = 5.28×10−27B3/2

ǫ

1 +kuV W/Hz/sr (3.31)

onde B ´e em Gauss, uem erg/cm3 e V em cm3.

Se n´os assumirmos que existe equiparti¸c˜ao de energia entre as part´ıculas e o campo magn´etico, o campo de equiparti¸c˜ao ´e dado por

Beq = (8πφur)1/2, (3.32)

Onde φ≤1 ´e um parˆametro livre. Usando ur=ǫu n´os temos que

Beq = (8πφǫu)1/2. (3.33)

Substituindo (3.33) em (3.31) e supondo queu∼P, temos que

P5 = 5.92×10−26φ3/4

ǫ7/4

1 +kP

7/4V. W/Hz/sr (3.34)

Consideraremos duas regi˜oes emissoras: (a) o casulo, cujo volume ´e dado por Vc =

πr2

czh e a press˜ao Pc ´e dada por (3.17) e (3.26), e (b) o “hot spot”, que coincide com a

cabe¸ca do jato que supomos ser uma esfera de raio rh. A press˜ao na cabe¸ca ´e dada por

(3.2). Ent˜ao

P7/4V =Pc7/4Vc+Ph7/4Vh.

Se substituirmos o valor dePc,Ph, zh, rh e rc, obteremos

P5 = 1.86×10−25φ3/4

ǫ7/4

1 +k

"

Pco7/4zhorco2

µ

t to

¶74c+2b+a

+

+4 3P

7/4

ho r3h1 µ

t to

¶14(−7ℓ−aγ)#

(3.35) onde

Pho =

Ljo

vjAh1

Imagem

Figura 2.2: Nesta figura ´e poss´ıvel visualizar o n´ ucleo central do NAG, assim como as
Figura 2.4: Nesta figura, que representa uma rota¸c˜ao de 90 ◦ na Figura 2.2, o t´orus
Figura 2.5: Falsa imagem em r´adio da Fonte Dupla 3C47. Imagem extra´ıda de Leahy (1996)
Figura 2.7: R´adio Fonte 3C 173.1 do tipo FR II. Figura extra´ıda de Leahy &amp; Perley (1991).
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Referências

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