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Efeito residual de temephós em larvas de Aedes aegypti.

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Academic year: 2017

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R ev ista d a S o c ie d ad e B r as ile ir a d e M e d ic in a T r o p ic al 2 8 ( 4 ) :3 7 5 - 3 7 7 , ou t - dez , 1 9 9 5 .

EFEITO RESID UA L D E TEM EPH Ó S EM LARVAS D E AEDES A EG YPTI

M aria de Lourdes G. M acoris, M aria Teresa M. A ndrighetti e Luiz Takaku

U m a das es tratégias d e co n tro le d oAedes aegypti é o uso d o la w icid a temephós, cu jo e fe ito re s id u a l p ro lo n g a d o p e rm ite a p ro g ra m a çã o de tra tam e n tos fo ca is . O ob je tiv o deste es tud o é v e rifica r a d u ra çã o d o e fe ito re s id u a l d o tem ephós s im u la n d o - s e u m a s itu a çã o d e ca m po. R e cipie nte s plás ticos co m ca p a cid a d e de u m e cin c o litros , fo ra m tratad os co m temephós e seu e feito re s id u a l testado a ca d a trin ta dias. F o ra m ob s erv adas difere ntes d u ra çõe s d o e feito res idual, o q u a l f o i m a io r nos re cipien tes lo ca liz a d os n o in te rio r d o la b o ra tó rio com pa ra d os aos expostos fo ra d o la b o ra tó rio . N os re cipien tes d e u m litro o e feito re s id u a l f o i s u p e rio r a o de c in co litros . O p H e a s a lin id a d e da á gua, d u ra n te o p e río d o d e estudo, n ã o in te rfe rira m co m o e fe ito d o la rv icid a .

Palain- as - cb av es : Tem ephós (A b a te ).Aedes aegypti. E fe ito res idual.

D entro das atividades d o Pro grama de Co ntro le d o Dengue e Febre A marela, a Sup erintend ência de Co ntro le de End emias (SUCEN) p reco niza que as equip es municipais d e c o n tro le d e v e to re s v isite m , co m p erio d icid ad e trimestral3, to d o s o s imó veis do m unicípio .

A p erio d icid ad e pro po sta nesta norma, b aseia-se no efeito resid ual do larvicid a, utilizado no pro grama - tem ep hó s (A bate), o qual em sua fo rm ulação de grânulo s aderido s à substância inerte é liberad o lentamente, possuirvdo um efeito resid ual de 3 m eses, segund o d escrev e o fabricante.

Co m a ap licação do larvicida, a cad a 3 m eses, aliad a às d emais ativid ad es de co ntro le, é p o s s ív e l m an te r a e s p é c ie alv o em d e n s id a d e s b a ix a s , n ão p e rm itin d o a transmissão de d o enças.

Este trabalho o bjetiv a verificar o efeito resid ual d o tem ep hó s (A bate), em recip ientes co m cap acid ad e d e um a cinco litros, na d o sagem p reco nizad a p ela SUCEN (0,5g ) que alcança a co ncentração de lp p m no intra e p e rid o m ic ílio , sim u lan d o -se assim um a situação de cam p o .

S u p e ri n te n d ê n ci a d e C o n tro l e d e E n d e m ia s (S U C E N ) -S e rv i ço R e g i o n a l 1 1 - M arília, -SP.

E n d e re ç o p a ra co rre s p o n d ê n cia . D r* M aria d e L o u rd e s G . M a co ri s . S U C EN - S R - 1 1 . A v. S a n to A n tó n i o 1 6 2 7 , 1 7 5 0 6 - 0 4 0 M a r í l i a , S P. F o n e : ( 0 1 4 4 ) 3 3 - 1 0 8 0 / 3 3 - 4 7 8 7 ; F a x : ( 0 1 4 4 ) 3 3 - 4 3 9 3

R e c e b i d o p a ra p u b l i c a ç ã o e m 1 0 / 0 2 / 9 5 .

M A TERIA L E M ÉT O D O S

Co lo caram-se quatro recip ientes d entro d o labo rató rio do Serviço Regio nal 11 (Marília, SP), send o dois co m cap acid ad e de cinco litros e dois d e um litro. To d o s tiveram seu vo lume c o m p letad o c o m ág u a d a red e p ú b lic a utilizada pela p o p ulação para co nsum o e ad icio no u-se 0,5g de larvicid a em um d o s recip ientes de cinco litros e em um d o s recip ientes de um litro. Os o utro s serviram co m o co ntro le.

O m esm o p ro ced im ento fo i feito co m quatro recip ientes co lo cad o s no quintal em lo cal so m bread o e pro tegid o de chuva.

Ho uve necessid ad e de se co m p letar o vo lume d o s recip ientes durante o teste, devid o à ev ap o ração . N essas o casiõ es, não se reco lo co u o larvicid a p ara tentar simular situaçõ es de campo .

Co nsid ero u-se dia zero , o dia da m o ntagem d o exp erim ento . No dia 1 e, p o sterio rm ente, a cad a 30 dias v erifico u-se o efeito d o larvicida, co lo cand o -se 30 larvas de A edes aegy pti de terceiro estád io em cad a um d o s o ito re c ip ie n te s , f a z e n d o - s e a le itu ra d e mo rtalidade 24 ho ras depo is.

O ptam o s p o r med ir a salinid ad e da água do s recip ientes, a cad a leitura de mo rtalidade, po is vário s auto res relatam alta salinid ad e co m o fato r limitante para o d esenv o lvim ento de larvas d e A edes aegy pti1 2 \ Med iu-se tam bém o pH, p o is acim a de 9,0 o larvicid a so fre d egrad ação hid ro lítica. Med iu-se, ainda, a temperatura da água.

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M ac o r is M LG, A n dr ig he t t i M TM , T akaku L. E fe it o r e s id u al d e t e m e p hó s e m lar v as d e A ed es aegypti. R e v ista d a S o c ie d ad e B r as ile ir a d e M e d ic in a T r o p ic al 2 8 :3 7 5 - 3 7 7 , ou t- dez , 1 9 9 5 .

RESULTA D O S

Co m o m o stra a Tabela 1, o bserv o u-se v ariação d o efeito resid ual d o larv icid a, segund o cap acid ad e d o s recip ientes e sua lo calização .

Nos recip ientes d e um litro, o bserv o u-se efeito resid ual d e 180 d ias no intrad o m icilio e 120 dias no perid o m icílio .

Q uanto ao s recip ientes d e cinco litro s, o efeito resid ual fo i d e 240 d ias no intra e 90 dias no perid o m icílio .

O s v alo res d o pH e d e salinid ad e (em p p m d e NaCl) variaram d e m o d o sem elhante no s recip ientes tratad o s e não tratad o s co m o se o bserv a p elo co eficiente d e v ariação (Tabela 2).

D ISCU SSÃ O

O tem ep hó s ap resento u um efeito resid ual m ínim o d e 90 d ias (recip ientes d e 5 litros no p erid o m icílio ), o que co nfirm a a eficácia da estratég ia p reco niz ad a no Pro g ram a d e Co ntro le (SUCEN-SP).

O efeito resid ual p ro lo ngad o , o bserv ad o p rincip alm ente no interio r d o im ó vel, sup ero u em muito o esp erad o , atingind o 120 dias no recip iente d e um litro e 240 d ias no recip iente d e cin c o litro s. A cretid a-se q u e isto se d ev a à p ro teção ao s fato res d e d eg rad ação (tem p eratura elevad a, luz d ireta e o utro s).

O p H d e to d o s o s recip ientes se alcalinizo u, p o rém não atingiu v alo res acim a de 9,0, no qual o larvicid a p o d eria so frer

Tabela 1 - P ercentual de mo rtalidade das larvas de 3 S estádio d e A ed es aeg yp ti. s egundo tempo (em dias), após co lo caçao de temephós.

D ia

% d e m o rtalid ad e d e larvas n o intrad om icilio % d e m o rtalid ad e d e larv as n o p erid o m icílio

1 litro 5 litros 1 litro 5 litros

1 litro testem unh a 5 litros testem unh a 1 litro testem unh a 5 litros testem u n h a

1 100 0 100 0 100 0 100 0

30 100 0 100 0 100 0 100 0

6 0 100 0 100 0 100 0 100 0

90 100 0 100 0 100 0 100 0

120 100 0 100 0 100 0 0 0

150 100 0 100 0 100 0 -

-180 100 0 100 0 0 0 - .

2 1 0 0 0 100 0 - - -

-240 - - 100 0 - - -

-Tabela 2 - Co eficiente d e v ariação do p H e salinidade.

Intrad om icilio Perid om icílio

1 litro 5 litros 1 litro 5 litros

tratad o co n tro le tratad o co n tro le tratad o co n tro le tratad o co n tro le

cv d o p H 11,00 1 1,00 11,70 11,50 8,85 8 ,8 9 10,32 18,84

cv d a salin id ad e 2 ,4 4 2 ,2 8 3,04 3 ,0 8 - 1,50 1,50 4 ,5 4 4 ,7 0

cv = co e f icie n te d e v ariação , d ad o e m p o rcen tag em .

d eco m p o sição hid ro lítica. A cred ita-se que a v ariação fo i ind ep end ente da p resença d o p ro d uto . Tal afirm ação p o d e ser co m pro vad a p elo s co eficientes d e variação .

A salinid ad e v ario u d e m aneira sem elhante no s recip ientes testes e seus resp ectiv o s co ntro les, ind ep end ente d a p resença d o larvicida. O s v alo res m áxim o s d e salinid ad e atingid o s (d e 300 a 500p p m ) estão muito lo ng e d e atin g ir o v alo r, o q u al se g u n d o M acfie é f a ta l p a ra la rv a s d e A e d e s a e gy p t i

(20.000p p m )2.

D esd e m o d o , a mo rtalid ad e das larvas não fo i d evid o à salinid ad e, nem ao pH d e m eio . O s recip ientes-testem unha co nfirm am o efeito d o larvicida.

C o nclusão

O efeito resid ual d o tem ep hó s fo i sup erio r ao esp erad o e estabelecid o na esp ecificação d o p ro d u to , se n d o o m e n o r p e río d o o b se rv ad o d e 3 m e se s, o q u e su b sid ia a estratégia d e co ntro le p ro p o sta. A m o rtalid ad e das larvas não se d ev e à salinid ad e, nem ao

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M ac o r is M LG, A n drig het t i M TM , T akaku L. E fe it o r e s id u al d e t e m e p hô s e m lar v as d e A ed es aegypti. R ev ist a d a S o c ie d ad e B r as ile ir a d e M e d ic in a T r o p ic al 2 8 :3 7 5 - 3 7 7 , ou t- dez , 1 9 9 5 .

pH d o m eio , ficand o relacio nad a assim ao efeito d o larvicid a.

SUM M A RY

O n e o f the m os t us ed strategies f o r co n tro llin g

A ed es aegyp ti is the use o f the la rv icid e temephos (A b a te ). This la rv icid e has a p ro lo n g e d re s id u a l

e ffe ct w hich allow s p la n n in g the fo c a l treatm ents .

This s tudy a im s to v e rify the d u ra tio n o f the la iv icid e

re s id u a l e ffe ct s im u la tin g a fie ld s itu a tion . P la s tic

con ta in e rs o f on e a rid fiv e liters w ere tre a te d w ith

tem ephos a n d the re s id u a l e ffe ct w as e v a lua te d

ev ery 30 d ay a fte r the tre a tm e n t. D iffe re n t re s id u a l

e ffe ct w as ob s erv ed in the co n ta in e rs p la ce d outs id e

a ttd in s id e the la b ora tory . The con ta in e rs o f on e

lite r s how e d a lo n g e r re s id u a l e ffe ct th a n the fiv e

liters con ta in e rs . The w ate r s a lin ity as w ell as the pH ,

d u rin g the test d id n o t a ffe ct the la rv icid e effect.

Ke y - w ords : Temephos (A b a te ). A ed es A egypti.

R e s id u a l effect.

REFERÊN CIA S BIBLIO G RÁ FIC A S

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Referências

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