• Nenhum resultado encontrado

Funções de Green e aplicações a problemas elípticos

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Funções de Green e aplicações a problemas elípticos"

Copied!
79
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - UFMG INSTITUTO DE CIENCIAS EXATAS - ICEx

CURSO DE MESTRADO EM MATEM ´ATICA

FUNC

¸ ˜

OES DE GREEN E APLICAC

¸ ˜

OES A PROBLEMAS

EL´IPTICOS.

Roy Percy Tocto Guarniz

(2)
(3)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - UFMG CURSO DE MESTRADO EM MATEM ´ATICA

Roy Percy Tocto Guarniz Orientador:

Prof. Emerson Alves Mendonc¸a de Abreu.

FUNC¸ ˜OES DE GREEN E APLICAC¸ ˜OES A PROBLEMAS EL´IPTICOS.

Dissertac¸˜ao submetida `a banca examinadora, de-signada pelo Programa de P ´os-Graduac¸˜ao em Ma-tem´atica da UFMG, como requisito parcial para a obtenc¸˜ao do t´ıtulo de mestre em Matem´atica.

(4)

Agradecimentos

A minha m˜ae, pela ajuda e o apoio que sempre depositou em mim. `

A Loren, quem apareceu na minha vida por acaso ao mesmo tempo que comecei o curso de mestrado; e quem como o conhecimento adquirido ao longo dos anos vai ficar comigo para sempre

Ao meu orientador Emerson pela confianc¸a desde o primeiro semestre na materia de An´alise noRN, e logo pela disposic¸˜ao, paciˆencia e o jeito eficaz de me orientar at´e a conclus˜ao desta dissertac¸˜ao.

Aos professores que compartilharam os seus conhecimentos nas mat´erias que cursei: Lorena, Remy, Emerson, Arturo, Marcelo T., Marcos e Paulo.

Aos colegas Renato, Carlos, Jos´e A., Jos´e V., Julio, Edwin, Tauan e Victor pelo companhei-rismo.

`

(5)

Resumo

Neste trabalho, estudaremos a equac¸˜ao de Laplace no semi-espac¸oRN+ com condic¸˜ao de fronteira n˜ao linear supercr´ıtica tipo Robin ∂ηu+λu = u|u|ρ−1+ f(x)em RN

+ = RN−1,

ondeN≥3 eλ≥0. A existˆencia da soluc¸˜aouEp,q =D1,p(RN+)∩Lq(RN+)obt´em-se pelo

argumento do ponto fixo para fLd(RN−1)suficientemente pequena. Os valores parap,q s˜ao escolhidos de modo que a normak · kEp,qseja invariante por escalonamento do problema de valores no bordo. A soluc¸˜aou ´e positiva sempre que f(x)>0 q.t.p. xRN−1. Quando

f ´e radial e sim´etrica,u ´e invariante por rotac¸ ˜oes ao redor do eixo{xN = 0}. Al´em disso, para certas normasLq, mostraremos que a soluc¸˜ao depende continuamente do parˆametro

(6)

Abstract

In this work, we study the Laplace equation in the half-spaceRN+ with a nonlinear super-critical Robin boundary condition∂ηu+λu=u|u|ρ−1+f(x)onRN

+ =RN−1, whereN≥3

andλ ≥ 0. Existence of solutionuEp,q = D1,p(RN+)∩Lq(RN+)is obtained by means of

(7)

Sum´ario

1 Fun¸c ˜oes de Green 1 1.1 Motivac¸˜ao . . . 1 1.2 Func¸˜ao de Green no problema de Poisson . . . 2 1.3 Construc¸˜ao da func¸˜ao de Green para o operador de Laplace no semi-espac¸o

RN

+ . . . 7

1.4 Explicitando func¸˜ao de Green para o operador de Laplace no semi-espac¸oRN+ 10 2 Equa¸c˜ao de Laplace com condi¸c˜ao n˜ao-linear tipo Robin no semi-espa¸coRN+ 16 2.1 Introduc¸˜ao ao problema . . . 16 2.2 Estimativas integrais . . . 18 2.3 A equac¸˜ao de Laplace com condic¸˜ao de fronteira supercr´ıtica tipo Robin . . . 26 3 Identidades de Green para operadores poli-harm ˆonicos e aplica¸c ˜oes 36 3.1 Preliminares . . . 36 3.2 Condic¸˜ao de Fronteira Tipo Navier . . . 49 3.3 Identidades da func¸˜ao de Green de(−∆)pcom condic¸˜ao de Navier . . . . 52 A Nota¸c ˜oes 62

B O Espa¸coD1,p(R+N) 63 C Sobre as estimativas 65

D Os Espa¸cosLp(RN

(8)

Introduc¸˜ao

Um equac¸˜ao geral de EDP eliptica ´e definido na forma:

Lu(x) = f(x), x∈ Ω, ondeL´e um operador diferencial dado pela express˜ao

L=

N

i,j=1

ai,j 2

∂xi∂xj

+

N

i=1

bi

∂xi

+c

u ´e uma func¸˜ao a determinar e f ´e dada a priori. As quatro equac¸ ˜oes de EDPs mais conhe-cidos s˜ao provavelmente a equac¸˜ao de Transporte, equac¸˜ao da Onda, equac¸˜ao de Calor e a equac¸˜ao de Poisson. Desta ´ultima um dos casos mais importantes ´e o caso f ≡0 conhecido como Equac¸˜ao de Laplace

u(x) =0, x∈ Ω⊂RN, em que

u=

2u

∂x21 +· · ·+

2u

∂x2N.

Certamente, entre outras, qualquer express˜ao da formau(x) =a1x1+· · ·+aNxN ´e soluc¸˜ao desta equac¸˜ao. Na busca de uma ´unica soluc¸˜ao comec¸amos impondo condic¸ ˜oes tanto `a fronteira como a u na fronteira. Uma das mais importantes condic¸ ˜oes de fronteira ´e a condic¸˜ao de tipo Robin, que d´a origem ao seguinte problema:

  

u(x) =0, x∈ Ω,

∂u

∂η(x) +λu(x) =g(u), xΩ.

(1)

Dado o problema (1), vamos estudar o caso particularg(u) = (u|u|ρ−1+ f)(x), isto ´e:

  

u(x) =0, x∈Ω,

∂u

∂η(x) +λu(x) =u|u|ρ−1+ f, xΩ.

(2)

Neste tipo de problema o valor de ρ ´e muito importante. O problema (2) com f ≡ 0 j´a foi amplamente estudado nos ´ultimos anos, No caso geral f n˜ao identicamente nula, para 2≤ρ≤2NN12 ´e poss´ıvel obter uma soluc¸˜ao em espac¸os de Sobolev por meio de argumentos variacionais. Por outro lado, no caso de um dom´ınio limitado e com 1<ρ< N−1

N−2 existˆencia e regularidade de soluc¸˜ao para o problema (2) j´a foram estudados.

Estimulados pelo problema (2) com as diversas restric¸ ˜oes deρ, apresentamos neste trabalho resultados de existˆencia de soluc¸˜ao no casoρ> N−1

N−2 e f suficientemente pequena. Em nosso plano para encontrar uma soluc¸˜ao para o problema (2) com ρ > N−1

(9)

que a express˜ao parauseja da forma:

u(x) = Z

RN−1

(x,y)g(y)dy, (3)

ou, equivalentemente, para o nosso caso

u(x) = Z

RN−1

(x,y)

u|u|ρ−1+ f(y)dy. (4)

Assim, definindo o operador

H(f)(x) = Z

RN−1

(x,y)f(y)dy (5)

e o operador

Ψ(u) =H(f) +H(u|u|ρ−1) (6)

no espac¸o

E= Er0,r1 = D

1,r0(RN

+), (7)

comr0 = ρ1 er1 = N(ρ−1), vamos mostrar, pelo argumento de ponto fixo, que o problema (2) tem soluc¸˜ao e, al´em disso, que a soluc¸˜ao satisfaz o seguinte escalonamento

u(x)(x) =σ

1

ρ−1u(σx).

Posteriormente, mostraremos a relac¸˜ao entre a func¸˜ao f e a func¸˜aoue, finalmente, apresen-taremos um cap´ıtulo contendo a deduc¸˜ao de algumas identidades de Green para o operador poli-harm ˆonico, tendo como objetivo futuro resolver o seguinte problema

  

(−∆)pu=0,xRN

+, ∂(−∆)tu

(10)

Cap´ıtulo 1

Fun¸c ˜oes de Green

Neste primeiro cap´ıtulo vamos introduzir a func¸˜ao de Green, evidenciar a sua im-portˆancia no estudo das EDP’s como ferramenta para se resolver equac¸˜ao (1.2), com diferentes condic¸ ˜oes de fronteira (Dirichlet, Neumann e Robin) para um con-junto Ωaberto e limitado. Finalmente vamos deduzir f ´ormulas explicitas para as

func¸ ˜oes de Green e as soluc¸ ˜oes do problema de Laplace (Equac¸˜ao (1.2) com f ≡0) com as diversas condic¸ ˜oes de fronteira no semi-espac¸oR+N. Certamente, os resul-tados neste cap´ıtulo s˜ao v´alidos para N = 2. Emtretanto, vamos apresentar as provas somente paraN≥3 e apenas explicitar f ´ormulas no casoN=2a.

aO casoN=2 pode ser visto como caso particular dos resultados do cap´ıtulo final.

1.1

Motiva¸c˜ao

Consideremos uma equac¸˜ao na forma:

Lu(x) = f(x), x ∈Ω, (1.1)

onde L ´e um operador diferencial linear, u ´e uma func¸˜ao a determinar e f ´e dada de an-tem˜ao. A soluc¸˜ao da equac¸˜ao pode-se escrever formalmente, assim:

u(x) =L−1f(x),

onde L−1, o inverso de L, ´e algum operador integral. A ideia de Green foi construir uma func¸˜aoGde modo que:

LG(x,y) =δ(x−y),

ondeG(x,y) ´e chamada a func¸˜ao de Green associada comLeδ ´e a distribuc¸˜aoδ(Dirac) a qual satisfaz

Z

RN

δ(x)dx =1 e

Z

RN

(11)

ent˜ao, considerando que L comuta com a integral (Por exemplo, L = −∆x ou qualquer

operador linear), obtemos

f(x) = Z

δ(x−y)f(y)dy=L Z

G(x,y)f(y)dy, portanto, isto sugere que

u(x) =L−1f(x) = Z

G(x,y)f(y)dy, x∈Ω.

1.2

Fun¸c˜ao de Green no problema de Poisson

Nesta sec¸˜ao vamos considerar o problema

−∆u= f, x∈Ω. (1.2)

OndeΩ´e uma regi˜ao com fronteira, f uma func¸˜ao continua e´e o operador dado por

(1.3).

Vamos tentar achar uma f ´ormula paraudependendo da func¸˜ao de Green e finalmente va-mos explicitaruno caso f ≡0.

Defini¸c˜ao 1.1 SejaΩ⊂RN, uma fun¸c˜ao u C2(Ω)´e harmˆonica seu=0, x∈ Ω.

Lembrando que

u=

2u

∂x2 1

+· · ·+

2u

∂x2 N

. (1.3)

Observa¸c˜ao 1 O operador´e chamado operador Laplaciano e a equa¸c˜aou=0´e chamada equa¸c˜ao de Laplace.

Observa¸c˜ao 2 A equa¸c˜ao de Laplace ´e invariante por rota¸c˜ao. Veja [1, P´agina 21]

Assim, pela Observac¸˜ao 2, tentar achar a soluc¸˜ao de∆u(|x|) =0 sugere a seguinte definic¸˜ao Defini¸c˜ao 1.2 A fun¸c˜ao

φ(x) =

  

|x|2−N

N(N−2)αN, se N ≥3, − 1

2πln|x|, se N =2.

(1.4)

definida para xRN,x 6=0´e a solu¸c˜ao fundamental da equa¸c˜ao de Laplace, ondeαN ´e o volume da

bola unitaria noRN.

Observa¸c˜ao 3 Posteriormente vamos denotar NαN =: σN. Assim σN ´e a ´area da superficie da

(12)

Observa¸c˜ao 4 A fun¸c˜ao φ satisfazxφ(x) = 0 para cada x 6= 0. Assim φ ´e harmˆonica para qualquerΩ⊂RN− {0}.

Em nosso afam de achar uma express˜ao explicita para a soluc¸˜ao de (1.2) vamos a introduzir as identidades de Green e resultados que decorrem dessas identidades.

Teorema 1.1 (F ´ormulas de Green) Sejam u,vC2(Ω)∩C1(Ω), ent˜ao: 1.

Z

udx= Z

∂u

∂ηdSx.

2.

Z

u·vdx=

Z

uvdx+ Z

u∂v

∂ηdSx.

3.

Z

uvvudx= Z

u∂v

∂ηv ∂u

∂ηdSx.

Prova:Veja [1, P´agina 628].

Pelas f ´ormulas de Green temos, parau,vC2(Ω)∩C1(Ω) Z

u(x)v(x)v(x)u(x)dx= Z

u(x)∂v

∂η(x)−v(x) ∂u

∂η(x)dSx. (1.5)

Fixemosy ∈Ωeǫ>0 comd(y,Ω)>ǫ. TomandoVǫ=Ω−Bǫ(y)euC2(Vǫ)∩C1(Vǫ),

na equac¸˜ao (1.5), considerandov=φ, pela Observac¸˜ao 4 segue:

Z

u(x)xφ(x−y)φ(x−y)xu(x)dx = Z

∂Vǫ

u(x)∂φ

∂η(x−y)φ(x−y) ∂u

∂η(x)dSx,

ou, equivalentemente, −

Z

φ(x−y)u(x)dx= Z

u(x)∂φ

∂η(x−y)φ(x−y) ∂u

∂η(x)dSx

Z

∂Bǫ(y) u∂φ

∂η(x−y)φ(x−y) ∂u

∂η(x)dSx.

(1.6)

Assim, fixandoy ∈ Ωse escolhemos v(·,y)C2()C1()tal que

xv(x,y) = 0 obte-mos:

0= Z

v(x,y)xu(x)dx+ Z

u(x)∂v

∂η(x,y)v(x,y) ∂u

∂η(x)dSx. (1.7)

(13)

1.

lim

ǫ→0

Z

(y)

φ(x−y)u(x)dx=0,

ou, equivalentemente,

lim

ǫ→0

Z

φ(x−y)u(x)dx= Z

φ(x−y)u(x)dx.

2.

Z

∂Bǫ(y)

φ(x−y)∂u

∂η(x)dSx =0.

3.

lim

ǫ→0

Z

∂Bǫ(y)

u(x)∂φ

∂η(x−y)dSx= −u(y).

Prova de 1:

Z

(y)

φ(x−y)u(x)dxC1

Z

(y)

φ(x−y)dxC2

Z

(y)

|xy|2−Ndx

=C2

ǫ Z

0

Z

∂Bρ(y)

ρ2−NdSxdρC3

ǫ Z

0

ρdρ=C3ǫ 2

2, ou, equivalentemente,

lim

ǫ→0

Z

φ(x−y)u(x)dx= Z

φ(x−y)u(x)dx.

Prova de 2:

Z

∂Bǫ(y)

φ(x−y)∂u

∂η(x)dSx

C1

Z

∂Bǫ(y)

φ(x−y)dSx =C2ǫ 1

σNǫN−1

Z

∂Bǫ(y)

dSx =C3ǫ.

Prova de 3:

lim

ǫ→0

Z

∂Bǫ(y)

u(x)∂φ

∂η(x−y)dSx= limǫ→0

Z

∂Bǫ(y)

−|xy|1−N

σN u(x)dSx

= lim

ǫ→0 −1

σNǫN−1

Z

∂Bǫ(y)

u(x)dSx= −u(y).

Corol´ario 1.1 Sejam uC2(Ω)∩C1(Ω)eφdefinida como a solu¸c˜ao fundamental do operador de Laplace. Temos que

u(y) =

Z

φ(x−y)u(x)dx

Z

u(x)∂φ

∂η(x−y)φ(x−y) ∂u

(14)

Prova:Sai da aplicac¸˜ao do Lema 1.1 a (1.6).

Corol´ario 1.2 Sejam uC2(Ω)∩C1(Ω),φdefinida como a solu¸c˜ao fundamental do operador de Laplace, v(·,y)harmˆonica respeito de x e G(x,y) =φ(x−y)v(x,y). Temos que

u(y) =

Z

G(x,y)u(x)dx

Z

u(x)∂G

∂η(x,y)G(x,y) ∂u

∂η(x)dSx. (1.9)

Prova:Segue ap ´os subtrair (1.7) de (1.8).

Defini¸c˜ao 1.3 Dadaφa solu¸c˜ao fundamental do operador de Laplace e, v(·,y)harmˆonica, a fun¸c˜ao G definida por

G(x,y) =φ(x−y)v(x,y), para x6= y,

´e chamada a fun¸c˜ao de Green associada ae v.

Teorema 1.2 Para cada x,y∈Ω,x6=y, temos

G(x,y) =G(y,x).

Isto ´e, a fun¸c˜ao de Green ´e sim´etrica.

Prova:Veja [1, P´agina 35].

Dependendo do dom´ınio e condic¸˜ao na fronteira teremos que escolher convenientemente uma func¸˜ao harm ˆonicavpara definirG(x,y).

Assim dado um problema do tipo (1.2) encontrar uma soluc¸˜ao deste em um conjunto Ω

com fronteira, reduz-se a conhecer alguma informac¸˜ao adicional deu sobre o bordo e

(15)

Condi¸c˜ao de fronteira do tipo Dirichlet

(PD)Ω =

  

−∆u= f, x∈Ω,

u= g, x.

Aqui temos informac¸˜ao deu na fronteira. Portanto, se fixado y escolhemos conveniente-mentevde modo que

v(x,y) =φ(x−y)parax,

isto ´e,G(x,y) =0 para cadax. Obtemos assim a soluc¸˜aouC2(Ω)∩C(Ω):

u(y) = Z

G(x,y)f(x)dx−

Z

g(x)∂G

∂η(x,y)dSx. (1.10)

Portanto, encontrar a func¸˜ao de Green para o operador de Laplace com condic¸˜ao de fron-teira do tipo Dirichlet reduz-se a encontrar (para caday fixo) a soluc¸˜ao do seguinte pro-blema:

  

xv(x,y) =0, x ∈Ω,

v(x,y) =φ(x−y), x. (1.11)

Condi¸c˜ao de fronteira do tipo Neumann

(PN)Ω=

  

−∆u= f, x∈Ω,

∂u

∂η =g, xΩ.

A condic¸˜ao de Neumann nos d´a uma informac¸˜ao sobre o comportamento de ∂ηu. Portanto se fixadoyescolhemosvque satisfac¸a

∂v

∂η(x,y) = ∂φ

∂η(x−y)paraxΩ,

isto ´e, ∂ηG(x,y) =0, para cadax∈ Ω. Obtemos assimuC2(Ω)∩C1(Ω); onde:

u(y) = Z

G(x,y)f(x)dx+ Z

G(x,y)g(x)dSx. (1.12)

Assim, encontrar a func¸˜ao de Green para o operador de Laplace com condic¸˜ao de fronteira tipo Neumann reduz-se a encontrar (para cadayfixo) a soluc¸˜ao do problema seguinte:

  

xv(x,y) =0, x ∈Ω,

∂v

∂η(x,y) = ∂φ

∂η(x−y), xΩ.

(1.13)

Condi¸c˜ao de fronteira do tipo Robin

(PR)Ω=

  

−∆u= f, x∈ Ω,

au+ ∂u

(16)

Seguindo a ideia dos problemas anteriores, se fixadoyescolhemosvtal que

aG+ ∂G

∂η =0 paraxΩ,

isto ´e,av+∂ηv =+ ∂φ∂η). Desta forma

Z

u(x)∂G

∂η(x,y)G(x,y) ∂u

∂ηdSx =

Z

u(x)∂G

∂η(x,y) +G(x,y)(au(x)g(x))dSx

=−

Z

G(x,y)g(x)dSx.

Portanto, de (1.9) obtemosuC2()C1()dada por:

u(y) = Z

G(x,y)f(x)dx+ Z

G(x,y)g(x)dSx. (1.14)

Assim, encontrar a func¸˜ao de Green para o operador de Laplace com condic¸˜ao de fronteira do tipo Robin reduz-se a encontrar (para cadayfixo) a soluc¸˜ao do seguinte problema:

  

xv(x,y) =0, x∈ Ω,

av+ ∂ηv(x,y) =aφ+ ∂φ∂η(x−y), x.

(1.15)

Ou, equivalentemente, paraGa =φ(x−y)v(x,y)

  

−∆Ga= δy, x ∈Ω,

∂Ga

∂η +λGa =0, xΩ.

(1.16)

1.3

Constru¸c˜ao da fun¸c˜ao de Green para o operador de Laplace no

semi-espa¸co

R

N +

Nesta sec¸˜ao vamos explicitar as func¸ ˜oes de Green para equac¸˜ao de Laplace com condic¸ ˜oes de Dirichlet, Neumann e Robin no semi-espac¸o RN+, o que informal-mente nos levar´a a uma express˜ao expl´ıcita para a soluc¸˜ao desses problemas pela equac¸˜ao (1.9). Uma prova formal deste fato ser´a feita na sec¸˜ao seguinte.

Exemplo 1.1 (Fun¸c˜ao de Green para (PD) emR2

+) Considere o seguinte problema no semi-espa¸co

R2+= {(x1,x2):x2>0}

  

−∆u= f, xR2+,

u= g, xR2+.

FixandoyR2+ sabemos quexφ(x−y) = 0, para cadax 6= y. Assim, tomandoz 6∈R2+ temos que∆xφ(x−z) = 0, para cadaxRN+. Portanto, escolhemosz= z(y)que satisfac¸a

(17)

fronteira. Assim, parax = (x1, 0) ∈ R2+ey = (y1,y2) ∈ R2+, e definindoy = (y1,−y2), temos:

φ(x−y) = −1

2π ln|xy|=

−1

2π ln|xy|=φ(x−y).

Assim, tomandov(x,y) =φ(x−y)temos quev ´e harm ˆonica e satisfaz

v(x,y) =φ(x−y) =φ(x−y),

para cadaxR2+. Portanto, a func¸˜ao de Green associada ao exemplo dado, ´e:

G(x,y) =φ(x−y)φ(x−y) = −1

2π ln|xy|+

1

2π|xy|. (1.17)

Exemplo 1.2 (Fun¸c˜ao de Green para (PD) emR+N) Considere o seguinte problema no semi-espa¸co

R+N ={(x1,x2,· · · ,xN):xN >0}

  

−∆u= f, xR+N,

u=g, xR+N.

Fazendo uma analogia ao caso anterior noR2+, tomandox= (x1,x2,· · · ,xN1, 0) R+N e

y= (y1,y2,· · · ,yN)∈R+N, e tomandoy= (y1,y2,· · · ,yn−1,−yN)

φ(x−y) = |xy|

2−N

(N−2)σN

= |xy|

2−N

(N−2)σN

=φ(x−y). Tomandov(x,y) =φ(x−y)temos quev´e harm ˆonica e satisfaz

v(x,y) =φ(x−y) =φ(x−y),

para cadaxR+N. Portanto, a func¸˜ao de Green associada ao exemplo(N3)´e dada por:

G(x,y) =φ(x−y)φ(x−y) = |xy|

2−N

(N−2)σN

− |xy| 2−N

(N−2)σN. (1.18) Exemplo 1.3 (Fun¸c˜ao de Green para (PN) emR2+) Considere o seguinte problema no semi-espa¸co R2+= {(x1,x2):x2>0}

  

−∆u= f, xR2+,

∂u

∂η = g, xR2+.

SejamxR2+,y= (y1,y2)R2+, ey= (y1,y2), ent˜ao

∂φ

∂η(x−y) =∂φ

x2

(x−y) =y2

2π|xy|2 =−

y2

2π|xy|2

=−∂φ

∂η(x−y).

Portanto, escolhendov(x,y) =φ(x−y)temos quev ´e harm ˆonica e, al´em disso, que para qualquerxR2+

∂v

∂η(x,y) =∂φ

∂η(x−y) = ∂φ

∂η(x−y).

Logo, a func¸˜ao de Green para (PN) ´e dada por:

G(x,y) = −1

2π ln|xy| −

1

(18)

Exemplo 1.4 (Fun¸c˜ao de Green para (PN) emR+N) Considere o seguinte problema no semi-espa¸co

R+N ={(x1,x2,· · · ,xN):xN >0}

  

−∆u= f, xR+N,

∂u

∂η = g, xR+N.

ParaxRN,y= (y1,y2,· · · ,yN)RN+, tomandoy= (y1,y2,· · · ,yN1,yN)temos que:

∂φ

∂η(x−y) =∂φ ∂xN

(x−y) =yN

σN|xy|N

=− yN

σN|xy|N

=−∂φ

∂η(x−y).

Definindov(x,y) =φ(x−y), temos quev ´e harm ˆonica e, al´em disso, satisfaz

∂v

∂η(x−y) =∂φ

∂η(x−y) = ∂φ

∂η(x−y).

Logo, paraN≥ 3 a func¸˜ao de Green para (PN) ´e dada por:

G(x,y) = 1

(N−2)σN

|xy|2−N+|xy|2−N. (1.20) Exemplo 1.5 (Fun¸c˜ao de Green para (PR) emR+N) Considere a > 0 e o seguinte problema no RN

+ ={(x1,x2,· · · ,xN):xN >0}

  

−∆u= f, xRN+,

au+∂ηu = g, xRN+. Sejam

V(x,s,y) =v(x+seN,y)

e

W(x,s,y) =φ(x+seNy),

ondeeN = (0,· · · , 1) ∈ RN. Assim para cadaxRN+ey = (y1,y2,· · · ,yN) ∈ RN+, com y= (y1,y2,· · · ,yN−1,−yN)e fazendo uso dos c´alculos nos exemplos anteriores temos que:

av(x,y) + ∂v

∂η(x,y) =aφ(x−y) + ∂φ

∂η(x−y) =aφ(x−y)∂φ

∂η(x−y),

isto ´e,

av(x,y)∂v

∂xN

(x,y) =aφ(x−y) + ∂φ

∂xN

(x−y). Da´ı

d

ds

easV(x,s,y)

s=0 =−

d ds

easW(x,s,y)

s=0.

Suponha queVeWs˜ao tais que a igualdade anterior seja v´alida para todos≥0 − d

ds

easV(x,s,y)=− d

ds

easW(x,s,y)

=aeasφ(x+seNy) +eas ∂φ

∂xN

(19)

Ent˜ao, integrando desde 0 at´e∞

v(x,y) =V(x, 0,y) =

Z

0

d ds(e

asV(x,s,y))ds

=

Z

0

aeasφ(x+seNy) +eas ∂φ

∂xN

(x+seNy)

ds

=−easφ(x+seNy)

0 +

Z

0

eas ∂φ

∂xN

(x+seNy)ds

+

Z

0

eas ∂φ

∂xN

(x+seNy)ds

=φ(x−y) +2

Z

0

eas ∂φ

∂xN

(x+seNy)ds.

Portanto, a func¸˜ao de Green para (PR) ´e dada por:

G(x,y) =φ(x−y)φ(x−y)−2

Z

0

eas ∂φ

∂xN

(x+seNy)ds. (1.21)

1.4

Explicitando fun¸c˜ao de Green para o operador de Laplace no

semi-espa¸co

R

N +

Aqui, para o problema

(PD)R+N =

  

u=0, xRN+,

u= g, xR+N, usando (1.10) e o que foi feito na sec¸˜ao anterior, temos

u(y) =

Z

Rn

g(x)∂G

∂n(x,y)dx.

Da´ı, de (1.17), (1.18) e c´alculando∂ηGobtemos, na fronteira:

∂G

∂η =

            

−(−x2+y2)

2π|xy|2 +

−(x2+y2)

2π|xy|2 =

y2

π

(x1−y1)2+y22

, N=2,

−−xN+yN σN|xy|N +

xN+yN σN|xy|N

= −2yN

σN

kN−=11(xkyk)2+y2N

N

2 , N≥3.

Assim, paraN=2

u(y) = Z

R2

g(x)y2

π|xy|dx=

y2

π

Z

−∞

g(x1)

(x1−y1)2+y22

(20)

e paraN≥3

u(y) =2

Z

Rn

g(x)yN

σN|xy|Ndx

= 2yN

σN

Z

−∞

· · ·

Z

−∞

g(x1,· · · ,xN−1)

Nk=11(xkyk)2+y2N

N2 dx1· · ·dxN−1.

(1.23)

Teorema 1.3 Sejam gC(RN−1)L(RN−1)e u definida por (1.23). Ent˜ao u satisfaz as

se-guintes propriedades:

1. uC∞(RN+)L(RN+).

2.u=0para yRN+.

3. limy→y0u(y) =g(y0)para yR

N

+,y0 ∈RN+.

Prova:SejaKo nucleo dado por

K(x,y) = 2yN

σN 1

|xy|N =−

∂G

∂xN

(x,y). Agora, lembrando que∆xG(x,y) =0 parax6=y.

yu(y) =y

Z

RN+

∂G

∂xN

(x,y)g(x)dx

= Z

RN

+

yxG(x,y)·η(x)g(x)dx

= Z

RN+

xyG(x,y)·η(x)g(x)dx

= Z

RN

+

xyG(y,x)·η(x)g(x)dx=0.

Logo,∆yu(y) =0 e consequentemente tem-seuC∞(RN+). Para mostrar que lim

yy0

u(y) =g(y0) para y0∈RN+,

comec¸emos pelo fato que para cadayR+N

Z

RN+

K(x,y)dx =1. (1.24)

ver [1, P´agina 38]. Fixadoy0∈ R+Neǫ>0

|u(y)g(y0)|=

Z

RN

+

K(x,y)g(x)dx

Z

RN

+

K(x,y)g(y0)dx

=

Z

RN+

K(x,y) g(x)g(y0)dx

(21)

Como o n ´ucleoKtem uma sigularidade no pontox= y0e considerandoK(x,y)comyy0 e ainda, quebrando a integral em duas partes, temos

Z

RN

+

K(x,y) g(x)g(y0)

dx =

Z

(y0)

K(x,y) g(x)g(y0)

dx

+

Z

RN+(y0)

K(x,y) g(x)g(y0)dx

=I+J.

Na primeira integralI temos, pela continuidade da func¸˜aog,

g(x)g(y0)

L(B

γ(y0))

< ǫ

2 paraγsuficientemente pequena, e

Z

(y0)

K(x,y)dx

Z

RN+

K(x,y)dx=1.

Portanto,|I|< ǫ

2paraγsuficientemente pequena.

Agora, dado esseγ, considerando a segunda integral J, temos

J = Z

R+N(y0)

K(x,y) g(x)g(y0)dx.

EmJ,|xy0|>γ. Tomando|yy0|< γ2 obtemos |xy0| ≤ |xy|+|yy0| ≤ |xy|+ γ

2 ≤ |xy|+

|xy0|

2 .

Portanto,|xy| ≥ |xy0|

2 para|yy0|<

γ

2. Isto implica que 1

|xy|N ≤ 2N |xy0|N. Portanto, parayy0

|J| ≤2|g|L∞ Z

RN+(y0)

K(x,y)dx

=2|g|L∞ Z

RN+(y0)

2yN

σN|xy|Ndx

≤2|g|L∞ Z

RN

+−(y0)

2N+1yN

σN|xy|Ndx

= 2

N+2y N

σN

|g|L∞ Z

R+N(y0)

1 |xy0|N

dx→0.

(22)

Considere o problema com condic¸˜ao de Neumann

  

u=0, xRN+,

∂u

∂η = g, xR+N.

De (1.12) temos que

u(y) = Z

R+N

G(x,y)g(x)dx.

Da´ı e de (1.19) e (1.20), obtemos a seguinte express˜ao deGna fronteira

G(x,y) =

      

−1

π ln|xy|= −2π1ln

(x1−y1)2+y22

, N=2,

2

(N−2)σN|xy|

2−N = 2

N−k=11(xkyk)2+y2N

2−N2

(N−2)σN , N≥3. Assim, paraN=2

u(y) =−1

π

Z

R2+

g(x)ln|xy|dx= − 1 2π

Z

−∞

g(x1)ln

(x1−y1)2+y22

dx1. (1.25)

E paraN≥3 temos:

u(y) = 2

(N−2)σN

Z

R+N

g(x)|xy|2−Ndx

= 2

(N−2)σN

Z

−∞

· · ·

Z

−∞

g(x1,· · · ,xN−1)

N−1

k=1

(xkyk)2+y2N

2−N

2

dx1· · ·dxN−1. (1.26) Teorema 1.4 Seja g uma fun¸c˜ao continua com suporte compacto noRN−1. Ent˜ao a fun¸c˜ao u dada

por (1.26) satisfaz:

1. uC2(R+N)C1(RN−1).

2.u=0, para yRN+.

3. limy→y0

∂u

∂η(y) =g(y0)para yR+N,y0 ∈RN−1. Prova:Dado quegtem suporte compacto

yu(y) =y

Z

RN

+

G(x,y)g(x)dx= Z

RN

+

yG(x,y)g(x)dx

= Z

R+N

(23)

Para mostrar o resto do teorema, considerarmos

∂u

∂η(y) =− ∂u

∂yN(y) = 2yN

σN

Z

RN+

g(x)

|xy|Ndx.

Logo, usando (1.24) e quebrando a integral em duas parcelas temos que

∂u

∂η(y)−g(y0)

=

2yN

σN

Z

RN+

g(x)g(y0) |xy|N dx

≤2yN

σN

Z

(y0)

g(x)g(y0)

|xy|N dx

+ 2yN

σN

Z

RN

+−(y0)

g(x)g(y0)

|xy|N dx

=I+J.

Na primeira integralI temos, pela continuidade da func¸˜aog,

g(x)g(y0)

L∞(Bγ(y0))<

ǫ

2 paraγsuficientemente pequena, e

Z

(y0)

K(x,y)dx

Z

R+N

K(x,y)dx=1.

Portanto,|I|< ǫ

2paraγsuficientemente pequena.

Agora, dado esseγ, tomando|yy0|< γ2,|xy0| ≥γ, temos |xy0| ≤ |xy|+|yy0| ≤ |xy|+ γ

2 ≤ |xy|+

|xy0|

2 .

Assim|xy| ≥ |xy0|

2 . Logo, desde que g ´e limitada, seja M > 0 uma constante tal que |g(x)| ≤ Mpara cadaxRN−1. Ent˜ao,

|I2| ≤2M

Z

RN

+−(y0)

2yN

σN|xy|Ndx

≤ 2

N+2My N

σN

Z

RN

+−(y0)

1 |xy0|Ndx

→0.

Considere o problema com condic¸˜ao de Robin

  

u=0, xRN+,

au+∂u

(24)

De (1.14) temos que

u(y) = Z

RN

+

G(x,y)g(x)dx.

Da´ı, e de (1.21) obtemos a seguinte express˜ao deGna fronteira:

G(x,y) =−2

Z

0

eas ∂φ

∂xN

(x+seNy)ds

=

            

−2R0∞ −e −as y

2+s

2π

(x1−y1)2+(s+y2)2

ds, N=2,

−2R0∞ −e−as(yN+s) σN

kN−=11(xkyk)2+(s+yN)2

N2 ds, N≥3.

Assim, paraN=2 obtemos a seguinte express˜ao para a func¸˜aou

u(y) = Z

R2

G(x,y)g(x)dS(x) = 1

π

Z

−∞

Z

0

g(x1) y2+seas

(x1−y1)2+ (s+y2)2dsdx1, (1.27) e paraN≥3 tem-se

u(y) = 2

σN

Z

−∞

· · ·

Z

−∞

Z

0

g(x1,· · · ,xN−1)(yN+s)eas

kN=11(xkyk)2+ (s+yN)2

N2 dsdx1· · ·dxN−1. (1.28)

Teorema 1.5 Seja g uma fun¸c˜ao cont´ınua com suporte compacto noRN−1, ent˜ao a fun¸c˜ao u dada

por (1.28) satisfaz:

1. uC2(R+N)C1(RN−1).

2.u=0, para yRN+.

3. limy→y0

∂u

∂η(y) +au(y)

= g(y0)para yR+N,y0∈RN−1.

(25)

Cap´ıtulo 2

Equa¸c˜ao de Laplace com condi¸c˜ao

n˜ao-linear tipo Robin no semi-espa¸co

R

N

+

Neste cap´ıtulo vamos estudar a equac¸˜ao de Laplace no semi-espac¸o RN+ com condic¸˜ao de fronteira supercr´ıtica tipo Robin, dada por (2.1). Vamos considerar o espac¸oEp,q= D1,p(R+N)∩Lq(R+N)e mostrar que nesse espac¸o, para fLd(RN+)

suficientemente pequena, existe uma ´unica soluc¸˜ao para esse problema. Depois, estudaremos a regularidade da soluc¸˜ao e, finalmente, mostraremos como a soluc¸˜ao est´a relacionada com a func¸˜ao f. Na primeira sec¸˜ao deste cap´ıtulo faremos a introduc¸˜ao das ferramentas necessarias. Na segunda sec¸˜ao desenvolvermos al-gumas estimativas e, finalmente, na ´ultima sec¸˜ao mostraremos os resultados prin-cipais.

2.1

Introdu¸c˜ao ao problema

Neste cap´ıtulo vamos considerar o problema de fronteira n˜ao linear tipo Robin dado por:

  

u=0, xRN+,

∂u

∂η +λu= u|u|ρ−1+ f(x), xRN−1,

(2.1)

paraN≥3 eλ≥0.

(26)

Laplace com condic¸˜ao de Robin, a qual satisfaz

  

−∆(·,y) =δ(· −y), xRN+, ∂Gλ

∂η +λGλ =0, xRN−1,

(2.2)

´e dada por:

(x,y) =φ(x−y)φ(x−y) +λ(x,y), (2.3)

ondey= (y1,· · · ,yN−1,−yN)e as func¸ ˜oesφeΩλs˜ao dadas por:

φ(x) = 1

N(N−2)αN|x|N−2, e

λ(x,y) =−2

Z

0

eλs

∂xNφ

(x−y+eNs)ds. (2.4)

Observa¸c˜ao 6 Note que Gλ(x,y) =λ(x,y)se yRN−1.

Por outro lado, pelas identidades de Green podemos passar de (2.1) para:

u(x) = Z

RN+

δ(x−y)u(y)dy=−

Z

RN+

Gλ(x,y)u(y)dy

= Z

RN+

u(y)·Gλ(x,y)dy

Z

RN−1

u(y)∂Gλ

∂η (x,y)dy

= −

Z

RN−1

u(y)∂Gλ

∂η (x,y)dSy

Z

RN+

(x,y)u(y)dy+ Z

RN−1

(x,y)∂u

∂η(y)dy

= −

Z

RN−1

u(y)∂Gλ

∂η (x,y)(x,y) ∂u

∂η(y)

dy

= −

Z

RN−1

u(y)(λGλ)(x,y)(x,y)(u|u|ρ−1+ f(y)−λu)

dy.

Donde conclui-se que

u(x) = Z

RN−1

(x,y)

u|u|ρ−1+ f(y)dy. (2.5) Observa¸c˜ao 7 A equa¸c˜ao (2.5) sugere definir um espa¸co m´etrico completo adequado, um operador Ψdado por

Ψ:u7→

Z

RN−1

(x,y)

u|u|ρ−1+ f(y)dy,

(27)

2.2

Estimativas integrais

Defini¸c˜ao 2.1 Seja hLp(RN−1)e defina-se o operador H por:

H(h)(x) = Z

RN−1

(x,y)h(y)dy, (2.6)

onde Gλ(x,y)´e a fun¸c˜ao de Green definida por (2.3)

Note que

Z

RN−1

(x,y)

u|u|ρ−1+ f(y)dy= Z RN−1

(x,y)

u|u|ρ−1dy+ Z RN−1

(x,y)f(y)dy

= H(u|u|ρ−1)(x) +H(f)(x).

Uma primeira quest˜ao natural deve ser: Em qual espac¸o o operador definido por (2.5) fica bem definido? Para responder esta quest˜ao ser´a necess´ario deduzir umas estimativas, o que faremos em seguida.

Fixandoξ = |xxyy|, temos que

λ(x,y) =−2

Z

0

eλs

∂xNφ

(x−y+eNs)ds= 2

σN

Z

0

eλs xN+yN+s

|xy+seN|Nds

= 2

σN

Z

0

eλ|xy|w(xN+yN+|xy|w)|xy|

|xy+|xy|weN|N dw

= 2

σN

Z

0

eλ|xy|w (ξn+w)|xy|

2

|xy|(ξ+weN)

N

dw

= 2

σN|xy|N−2

Z

0

eλ|xy|s(ξN+s)

ξ+seNN

ds,

e como

|ξ+seN|N = (ξ·ξ+2seN·ξ+seN·seN) N

2 = (1+2sξN+s2)N2,

obt´em-se que

λ(x,y) = 1

|xy|N−2θλ(ξN,|xy|), (2.7) onde

θλ(ξN,|xy|) = 2

σN

Z

0

eλ|xy|s ξN+s (1+2sξN+s2)

N

2

ds. (2.8)

Observa¸c˜ao 8 Como ξN+s (1+2sξN+s2)

N

2 ´e limitada no intervalo de[0,

∞), temos que

|▽kλ(x,y)| ≤ C

(28)

Observa¸c˜ao 9 Como|xy| ≤ |xy|, de (2.3) e (2.9) obtemos

0≤ (x,y)| C

xy|N−2 e |▽Ωλ(x,y)| ≤

C

|xy|N−1 x,yRN+. (2.10) Tamb´em poder´ıamos escreverΩλ(x,y) =λ(x−y)onde

λ(z) = 1

|z|N−2θλ(zN|z|

−1,|z|). (2.11)

Para obter resultados de existˆencia e unicidade da soluc¸˜ao comec¸aremos fazendo uma s´erie de lemas.

Lema 2.1 Seja N ≥3. Ent˜ao existem constantes C1(N,p,q)e C2(N,p,q)satisfazendo

1.

kH(h)kLq(RN

+) ≤C1khkLp(RN−1), para

N

N−2 <q<∞e p=

(N−1)q

N+q , (2.12) 2.

k▽H(h)k Lq(RN

+) ≤C2khkLp(RN−1), para

N

N−1 <q<∞e p=

(N−1)q

N . (2.13)

Prova de 1: Comecemos por escreverx = (x′,x

N) ∈RN+comx′ ∈RN−1exN > 0. Assim, pela definic¸˜ao deHdada por (2.6) tem-se:

kH(h)kLq(RN

+)= Z RN + Z

RN−1

(x,y)h(y)dy

q dx 1 q = ∞ Z 0 Z

RN−1

Z

RN−1

(x,y)h(y)dy

q

dxdxN

1

q

=

Z

RN−1 ∞ Z 0 Z

RN−1

(x,y)h(y)dy

q

dxNdx

1q

=

kH(h)kLq(dx N)

Lq(dx).

(2.14)

Por outro lado, pela desigualdade fraca de Minkowsky, tem-se: kH(h)kLq(dx

N) =kH(h)(x

,x

N)kLq(dx N)=

Z

RN−1

(x,y)h(y)dy

Lq(dxN)

Z

RN−1

k((x′,xN),y)kLq(dx

N)|h(y)|dy.

(2.15)

Assim, usando (2.10) e a equivalˆencia das normas en dimension finita, obtemos

kG((x′,xN),y)kqLq(dxN)C

Z

0

1

(xN+|x′−y|)(N−2)q

dxN =C

Z

|xy| 1

w(N−2)qdw

= C

|xy|(N−2)q−1.

(29)

Portanto, substituindo (2.15) e (2.16) em (2.14) temos kH(h)kLq(RN

+) =

kH(h)kLq(dx N)

Lq(dx)

C

Z

RN−1

|h(y)|

|xy|(N−2)−1q

dy

Lq(dx)C2khkLp(dx′).

(2.17)

Em (2.17) a ´ultima estimativa decorre da desigualdade de Hardy-Littlewood-Sobolev para o pontencial de Riesz comα=1+1

q, de onde obt´em-se o resultado. (Ver no Apˆendice sobre as estimativas)

Prova de 2:Com as notac¸ ˜oes feitas acima temos que, no sentido das distribuc¸ ˜oes, a derivada deH ´e dada por:

H(h)(x) =

Z

RN−1

xGλ(x,y)h(y)dy. Assim,

k▽H(h)k

Lq(RN+) =

Z RN + Z

RN−1

xGλ(x,y)h(y)dy

q dx 1 q = ∞ Z 0 Z

RN−1

Z

RN−1

xGλ(x,y)h(y)dy

q

dxdxN

1q

=

Z

RN−1 ∞ Z 0 Z

RN−1

xGλ(x,y)h(y)dy

q

dxNdx

1

q

=

k▽H(h)kLq(dx N)

Lq(dx).

(2.18)

Por outro lado, pela desigualdad fraca de Minkowsky, temos que k▽H(h)kLq(dx

N)=k▽H(h)(x

,xN)kLq(dx N)

=

Z

RN−1

xG((x,xN),y)h(y)dy

Lq(dx N)

Z

RN−1

k▽xG((x,xN),y)k Lq(dx

N)|h(y)|dy.

(2.19)

Assim, usando (2.10) e a equivalˆencia das normas em dimens˜ao finita, obtemos k▽xG((x,xN),y)kq

Lq(dx N)≤C

Z

0

1

(xN+|x′−y|)(N−1)q

dxN =C

Z

|xy| 1

w(N−1)qdw

= C

|xy|(N−1)q−1

(2.20)

Substituindo (2.19) e (2.20) em (2.18) obtemos k▽H(h)k

Lq(RN+) =

k▽H(h)kLq(dx N)

Lq(dx)

C

Z

RN−1

|h(y)|

|xy|(N−1)−1q

dy

Lq(dx)C2khkLp(dx′).

(30)

Em (2.21), a ´ultima estimativa foi obtida pela desigualdade de Hardy-Littlewood-Sobolev para o pontencial de Riesz comα= 1

q, obtendo-se o resultado.

Observa¸c˜ao 10 O Lema 2.1 diz onde H fica bem definido, alem de mostrar uma estimativa para normak▽Hk

Lema 2.2 Sejam N ≥ 3, 1 < p < (N−1)ρ−1

ρ e hW1,

(RN−1)W1,p(RN−1). Ent˜ao

∂xiH(h)C(

RN+)L(RN+), i=1,· · · ,N e existe uma constante C0satisfazendo: kH(h)kW1,∞(RN

+)+kH(h)kW1,∞(RN−1)≤C

khkW1,∞(RN−1)+khkW1,p(RN−1)

. (2.22)

kH(h)kW1,(RN−1)C

khkW1,∞(RN−1)+khkW1,p(RN−1)

. (2.23)

Prova:Sejax= (x′,xN)∈R+N. Das equc¸ ˜oes (2.7), (2.8) e (2.11) podemos escrever H(h)(x) =

Z

RN−1

˜

λ(xN,x′−y)h(y)dy=

Z

RN−1

˜

λ(xN,y)h(x′−y)dy,

onde

˜

λ(xN,y) =

θ(ξN,(|y|2+x2 N)

1 2)

(|y|2+x2 N)

N−2 2

comξN = |(yxN

,xN)|. (2.24) ParahW1,∞(RN−1)temos

∂H

∂x′(h)(x) =

Z

RN−1

˜

λ(xN,y)∂h

∂x′(x

y)dy (2.25)

e

∂H

∂xN(h)(x) =

Z

RN−1

Ω˜λ ∂xN(xN,x

y)h(y)dy. (2.26)

Tomemos a func¸˜aoτC0 (RN−1)satisfazendo 0τ(x)1, comτ(x) =1 para|x| ≤ 1 2, e sup(τ)⊂ {xRN−1:|x|<1}. Consideremos

˜

λ,1=Ω˜λτ e Ω˜λ,2=Ω˜λ(1−τ). Desde que 1< p<(N−1)ρ−1

ρ , segue quep′ =

p p−1 > N

−1

(31)

H(h)(x) ≤ Z

RN−1

˜

λ,1(xN,y)h(x′−y)dy

+ Z

RN−1

˜

λ,2(xN,y)h(x′−y)dy

Z

RN−1

τ(y) 1

(|y|2+x2 N)

N−2 2

h(x′−y)dy

+ Z

RN−1

(1−τ(y)) 1 (|y|2+x2

N) N−2

2

h(x′−y)dy

h

L(RN−1)

Z

RN−1

τ(y) 1

|y|N−2dy

+C h

Lp(RN−1)

Z

RN−1

(1−τ(y))p′ 1

|y|(N−2)pdy

.

Da´ı, e pela Afirmac¸˜ao 4 (ver Apˆendice sobre as estimativas), conclui-se

H(h)(x)C h

L(RN−1)+

h

Lp(RN−1)

. (2.27)

Al´em disso, de (2.26) e (2.9), temos

H(h)(x) ≤ Z

RN−1

Ω˜λ(x′−y)h(y)dy

CkhkL(RN−1).

(2.28)

Da mesma maneira, temos

∂H

∂xi

(h)(x) ≤ Z

RN−1

˜

λ,1(xN,y)∂h

∂xi

(x′−y)dy +

Z

RN−1

˜

λ,2(xN,y)∂h

∂xi

(x′−y)dy

(2.29)

Z

RN−1

τ(y) 1

(|y|2+x2 N)

N−2 2

∂h

∂xi

(x′−y)dy

+ Z

RN−1

(1−τ(y)) 1 (|y|2+x2

N) N−2

2

∂h

∂xi

(x′−y)dy

(2.30) ≤C ∂h

∂xi

L(RN−1)

Z

RN−1

τ(y) 1

|y|N−2dy

+C

∂h

∂xi

Lp(RN−1)

Z

RN−1

(1−τ(y))p′ 1

|y|(N−2)pdy

.

(2.31)

Novamente pela Afirmac¸˜ao 4 (ver Apˆendice sobre as estimativas), conclui-se

∂H

∂xi

(h)(x) ≤C ∂h

∂xi

L(RN−1)+

∂h

∂xi

Lp(RN−1)

. (2.32)

Referências

Documentos relacionados

Se no cadastro da administradora, foi selecionado na aba Configurações Comissões, para que as comissões fossem geradas no momento da venda do contrato, já é

0 presente trabalho de Conclusão de Curso atende a exigência do Curso de Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para obtenção do titulo de

Discussion The present results show that, like other conditions that change brain excitability, early environmental heat exposure also enhanced CSD propagation in adult rats.. The

Excluindo as operações de Santos, os demais terminais da Ultracargo apresentaram EBITDA de R$ 15 milhões, redução de 30% e 40% em relação ao 4T14 e ao 3T15,

Após a colheita, normalmente é necessário aguar- dar alguns dias, cerca de 10 a 15 dias dependendo da cultivar e das condições meteorológicas, para que a pele dos tubérculos continue

O primeiro passo para introduzir o MTT como procedimento para mudança do comportamento alimentar consiste no profissional psicoeducar o paciente a todo o processo,

Para o Planeta Orgânico (2010), o crescimento da agricultura orgânica no Brasil e na América Latina dependerá, entre outros fatores, de uma legislação eficiente

O Museu Guggenheim de Bilbao, de Frank Gehry, foi escolhido como variável fixa para realização dos experimentos de produção digital de maquetes, por ser um modelo de