• Nenhum resultado encontrado

Implementação de estratégias de internacionalização de empresas: um processo de aprendizagem organizacional

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Implementação de estratégias de internacionalização de empresas: um processo de aprendizagem organizacional"

Copied!
223
0
0

Texto

(1)

CURSO DE MESTRADO EXECUTIVO

IMPLEMENTAÇÃO DE ESTRATÉGIAS

DE INTERNACIONALIZAÇÃO DE

EMPRESAS: UM PROCESSO DE

APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL

DISSERTAÇÃO APRESENTADA À ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE

(2)

CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQillSA CURSO DE MESTRADO EXECUTIVO

E

TÍTULO

IMPLEMENTAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO DE

EMPRESAS: UM PROCESSO DE APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA POR: MIGUEL ANGELO SCOTTI

APROVADO EM 23 /01 /2002

PELA 10MISSÃO EXAMINADORA

ODUÇÃO

(3)

Dedicatória

À Rita pelo incentivo, carinho e compreensão. Companheira de sempre.

(4)

AGRADECIMENTOS

Sou grato aos que, da minha tunna de MBA - Executive Team Management de 1999,

souberam cultivar a arte da discussão, pela curiosidade que trouxe à realização deste

trabalho.

Sou grato aos que, da minha tunna de mestrado, souberam cultivar o espírito do desafio

intelectual, pelo estímulo que trouxe à realização deste trabalho.

Sou grato ao pessoal da secretaria acadêmica - Aneli, Rafael, Wellington e Andréa - que não

mediram esforços em proporcionar a infra-estrutura de facilidades para a concretização deste.

Sou grato a todos os que conheci, que gratuitamente dedicaram seu tempo a responder aos

infinitos "como" que tive que perguntar - meu amigo Roberto Pinto, Luiz Luize, Emílio

Machado, Pedro Roberto Almeida, Melissa Werneck, Rodrigo Santa Cruz, meu amigo Celso

Tac1a, Adhemar Villela, Eugênio Antero, meu amigo Edson Grotolli, Eraldo Manicardi, Ana

Sawatzki e Ronald Peci.

Sou grato aos amIgos Leandro, Petrus e Allan que me ajudaram a superar as "barreiras

tecnológicas" que apareceram no desenvolvimento deste trabalho.

Sou muito grato ao meu orientador, Professor Hennano R. Thiry-Cherques, pela confiança e

segurança que sempre passou no desenvolvimento deste trabalho.

Sou muito grato à minha mãe pela sua compreensão e generosidade, pelas tantas vezes que

deixei de visitá-la, enquanto trabalhava neste projeto.

Minha gratidão é enonne para com a minha mulher Rita, meu filho Bruno e minha filha

Tizziana, pelo incentivo, paciência e compreensão. Por tudo.

(5)

APRESENT AÇÃO

Este trabalho investigou a implementação de Estratégias de Internacionalização de Empresas

instaladas na Região de Curitiba com o objetivo de descobrir como diferentes empresas

aumentam seu envolvimento fora de sua base. Para responder a esta questão, considerou-se a

literatura sobre Estratégia Empresarial, Processos de Internacionalização de Empresas e

Aprendizagem Organizacional, de fonna a construir hipótese orientadora para a pesquisa.

Investigou-se a existência de Processos de Aprendizagem Organizacional sustentando o

Processo de Internacionalização das Empresas.

A pesquisa de campo utilizou o método qualitativo, observacional, tendo a entrevista como

ferramenta, identificando as trajetórias de internacionalização das empresas. Em cada uma

destas, buscou projetos cujas taxas de crescimento do seu comprometimento com o ambiente

externo fossem altas. Explorou as soluções adotadas para as dificuldades geradas pelas

incertezas encontradas na implementação desses projetos, com o objetivo de verificar a

presença de Processos de Aprendizagem Organizacional.

Como resultado da investigação em sete empresas diferentes, com estratégias diferentes, em

diferentes estágios de internacionalização, com projetos de naturezas diversas, este estudo

concluiu pela existência de um fenômeno comum: em cem por cento das empresas

pesquisadas, as altas taxas de crescimento de seu envolvimento fora de suas bases, foram

sustentados por uma acentuada dinâmica de Aprendizagem Organizacional.

Esta constatação resgata os conceitos da Universidade de Uppsala e introduz a abordagem

sistêmica da Aprendizagem Organizacional no estudo do Processo de Internacionalização de

Empresas, proporcionando explicação para as Born Global e para a internacionalização

(6)

ABSTRACT

This work investigated the implementation of Internationalization Strategies of Companies

settled in the region of Curitiba with the aim of finding out how different companies increase

their rates of involvement out of their headquarters. To have answers to this question, the

literatures of Business Strategies, Internationalization Processes and Organizational Learning

were considered, in a way that builds a guiding hypothesis for the research. There were

investigated the Processes of Organizational Learning supported on the lnternationalization

Process ofthe companies.

The field research used a qualitative and observative method, having the interview as a tool,

identifying the internationalization tracks of the companies. In each one of these, it sought

projects on which the growth rates of its accomplishment with the externaI environment were

high. lt explored the solutions adopted for the difficulties generated by the uncertainties found

in the implementation of these projects, aiming to verify the presence of Organizational

Learning Processes.

As a result of the investigation of seven different companies, with different strategies, in

different internationalization stages and diverse natures of projects, this study has concluded

the existence of a common phenomena: in a hundred percent of the companies researched, the

high rates of growth in their involvement out of their headquarters, were supported by a high

Organizational Learning dynamic.

This conclusion brings up the concepts of the Uppsala University and introduces the systemic

view of the Organizational Learning on the study of the Internationalization Process of the

companies, offering the explanations for the Born Global and for the internationalization

(7)

Dedicatória Agradecimentos Apresentação Abstract Sumário

Lista de Figuras Lista de Quadros

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO

1. INTRODUÇÃO. 1.1 Introdução 1.2 Motivação

SUMÁRIO

1.2.1 A Administração e o Contexto Empresarial

1.2.2 Inserção do Assunto no Contexto Regional e Nacional 1.2.3 Abrangência e Importância para a Empresa Nacional 1.3 O Problema

1.3.1 No Contexto Acadêmico

1.3.2 No Contexto Empresarial Nacional 1.3.3 Neste Estudo

IA Objetivo

1.5 O Estudo e Sua Significação 1.6 Variáveis Internas

1.7 Definições utilizadas

CAPÍTULO 11- REFERENCIAL TEÓRICO

2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 2.2 2.3 204 2.5 2.6 2.7 2.8 Introdução

As Abordagens Econômicas O Modelo IncrementaI

A Abordagem Evolutiva do Comportamento Exportador O Modelo de Networks

Internacionalização de Empresas c a Globalização dos Mercados A Abordagem Estratégico-Organizacional

Nova Forma de Fazer Negócios

(8)

2.9 Transfonnação de Mentalidade

2.10 Internacionais desde o Nascimento (Born Global)

2.11 A Internacionalização Através das Associações e Alianças Estratégicas

2.12 Um Processo de Aprendizagem

2.13 Aprendizagem Organizacional

2.14 Organizações de Aprendizagem

2.15 Processos de Aprendizagem Organizacional

CAPÍTULO 111 - METODOLOGIA

3. METODOLOGIA

38 39 40 42 46 47 49 52

3.1 Introdução 52

3.2 O Modelo da Pesquisa 52

3.3 O Método da Pesquisa 54

3.3.1 Uma Pesquisa Qualitativa 54

3.3.2 A Influência do Pesquisador 54

3.3.3 A Influência do Entrevistado 55

3.3.4 Classificação e Justificação 56

3.4 O Plano Operacional da Pesquisa 58

3.4.1 Definição dos Critérios de Seleção da Amostra 58

3.4.2 Elaboração do Roteiro de Entrevistas 59

3.4.3 Teste do Roteiro de Entrevistas 60

3.4.4 Início da Coleta de Dados - Contato, Contrato e Material para Caracterização 60

3.4.5 Primeira Entrevista 61

3.4.6 Pré Construção do Caso 61

3.4.7 Remessa para Validação 61

3.4.8 Segunda Entrevista 62

3.4.9 Construção do Caso 62

3.4.10 Validação do Caso

3.4.11 Análise dos Dados/Entrevistas

3.4.12 Conclusão

3.4.13 As Limitações do Estudo

CAPÍTULO IV - ANÁLISE DOS DADOS E INFORMAÇÕES

4. ANÁLISE DOS DADOS/INFORMAÇÕES

4.1 Introdução

4.2 Posicionamento Relativo das Empresas (Variável "R")

(9)

4.2.1

4.2.2

Conceituação do Posicionamento Relativo

Análise dos Dados Relativos ao Posicionamento das Empresas (Variável "R")

66

69

4.3 Identificação da Natureza dos Projetos e dos Processos de Aprendizagem

Organizacional Contidos nos Casos Explorados 69

4.3.1 Na Allen Decibel 71

4.3.1.1 Identificação da Natureza do Projeto de Avanço no Processo de Internacionalização

(Variável "N"). 71

4.3.1.2 Características Gerais da Aprendizagem Organizacional na Empresa. 71

4.3.1.3 Processos de Aprendizagem Organizacional utilizados no Projeto (Variável "PA").72

4.3.2 Na ALL - Intermodal 76

4.3.2.1 Identificação da Natureza do Projeto de Avanço no Processo de Internacionalização

(Variável "N"). 76

4.3.2.2 Características Gerais da Aprendizagem Organizacional na Empresa. 76

4.3.2.3 Processos de Aprendizagem Organizacional utilizados no Projeto (Variável "PA"). 77

4.3.3 Na Bematech 80

4.3.3.1 Identificação da Natureza do Projeto de Avanço no Processo de Internacionalização

(Variável "N"). 80

4.3.3.2 Características Gerais da Aprendizagem Organizacional na Empresa. 81

4.3.3.3 Processos de Aprendizagem Organizacional utilizados no Projeto (Variável "PA").82

4.3.4 Na Incepa 85

4.3.4.1 Identificação da Natureza do Projeto de Avanço no Processo de Internacionalização

(Variável "N"). 85

4.3.4.2 Características Gerais da Aprendizagem Organizacional na Empresa. 86

4.3.4.3 Processos de Aprendizagem Organizacional utilizados no Projeto (Variável "PA").87

4.3.5 Na Kvaerner 90

4.3.5.1 Identificação da Natureza do Projeto de Avanço no Processo de Internacionalização

(Variável "N"). 90

4.3.5.2 Características Gerais da Aprendizagem Organizacional na Empresa. 91

4.3.5.3 Processos de Aprendizagem Organizacional utilizados no Projeto (Variável "PA").94

4.3.6 Na Masisa 95

4.3.6.1 Identificação da Natureza do Projeto de Avanço no Processo de Internacionalização

(Variável "N"). 95

4.3.6.2 Características Gerais da Aprendizagem Organizacional na Empresa. 96

(10)

4.3.7 Na Bosch 101

4.3.7.1 Identificação da Natureza do Projeto de Avanço no Processo de Internacionalização

(Variável "N"). 1 O 1

4.3.7.2 Características Gerais da Aprendizagem Organizacional na Empresa. 102

4.3.7.3 Processos de Aprendizagem Organizacional utilizados no Projeto (Variável PA) 103

4.4

4.5

Consolidação das Variáveis

Análise Final

CAPÍTULO V - SIGNIFICAÇÃO DAS DESCOBERTAS PARA O ESTUDO DO

PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS.

105

108

5.1 Introdução 111

5.2 A Aprendizagem Organizacional e as Abordagens Econômicas. 111

5.2.1 A Abordagem com Base nos Custos de Transação. 111

5.2.2 A Abordagem com Base no Paradigma Eclético. 112

5.3 A Aprendizagem Organizacional e o Modelo IncrementaI. 113

5.4 A Aprendizagem Org. e o Modelo Evolutivo do Comportamento Exportador. 115

5.5 A Aprendizagem Organizacional e a Abordagem Estratégico Organizacional. 118

5.6 A Aprendizagem Organizacional e a Transformação de Mentalidade. 119

5.7 A Aprendizagem Organizacional e o Modelo de Networks. 119

5.8 A Aprendizagem Organizacional e as Born global. 120

5.9 A Aprendizagem Organizacional e as Alianças Estratégicas. 121

CAPÍTULO VI - CONCLUSÃO

6. CONCLUSÃO 123

6.1 Sumário do Estudo. 123

6.2 Conclusão. 123

6.3 Sugestões para Futuras Pesquisas. 124

BIBLIOGRAFIA

Referências Bibliográficas

Bibliografia Consultada

APÊNDICE A-RELATO DOS CASOS/ENTREVISTAS

1. Introdução

2.Allen Decibel do Brasil Ltda

3.ALL Intennodal S.A.

4.Bematech S. A.

(11)

5.lncepa Revestimentos Cerâmicos S. A.

6.Kvaemer do Brasil Ltda.

7.Masisa do Brasil Ltda.

8.Robert Bosh do Brasil Ltda.

APÊNDICE B - ROTEIRO PRÉVIO DAS ENTREVISTAS

170

178

187

196

(12)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 - Ciclo IncrementaI (Adaptado do Modelo de Uppsala)

Figura 1.2 - Trajetória de Internacionalização

Figura 3.1 - Modelagem da Pesquisa

Figura 3.2 - Seqüência Operacional da Pesquisa

Figura 4.1 - Espaço Trajetória de Acumulação de Conhecimentos

Figura 4.2 - Natureza do Projeto de Internacionalizaçaõ

Figura 4.3 - Trajetória de Acumulação na Masisa

11

12

54

58

68

70

(13)

LISTA DE QUADROS

Quadro 4.1 - Freqüências das escolhas que conduzem à posição relativa da empresa. 69

(14)
(15)

1. INTRODUÇÃO

1.1 Introdução.

Neste capítulo é introduzido o tema do estudo através da motivação ou justificativa da

abordagem do ponto de vista da Ciência da Administração e dos desafios a que está sendo

submetida pelo dinamismo dos mercados. A falácia das ferramentas de gestão consagradas

pela revolução industrial exige a pesquisa a partir de uma visão sistêmica do contexto

empresarial atual.

A inserção do tema da Internacionalização de Empresas nos contextos nacional e regional

apresenta sua atualidade com a proximidade da formação da ALCA, da construção dos

acordos de comércio com a União Européia, China e Índia e se justifica pela urgência do novo

esforço exportador a que está submetido o país.

Expõe os motivos pelos quais o assunto é de interesse de todas as empresas, mesmo daquelas

que não pensam em exportar. Salienta as necessidades em se conectar a rede mundial de

transações e às oportunidades oferecidas pelo mercado internacional. Apresenta ainda os

perigos do isolamento local e suas conseqüências ao longo do tempo.

Neste bloco o pesquisador traz a público seus anseios e desejos mais profundos relativos ao

objetivo deste trabalho. Coloca-os como um convite a visitar uma vertente de novas questões

e reflexões a desafiar o caminho da Ciência e de novos pesquisadores.

Discutindo as questões principais inerentes ao tema tratado e analisado no contexto acadêmico

e empresarial, o capítulo conclui com o significado deste trabalho para a pesquisa científica e

para a gestão empresarial. A estas questões o estudo pretende responder com a comprovação

da tese - construída a partir dos fundamentos conceituais das disciplinas envolvidas, que

orientou a pesquisa.

(16)

1.2 Motivação.

1.2.1 A Administração e o Contexto Empresarial.

A Ciência da Administração tem sido desafiada, de forma contundente, a oferecer explicações

a sucessos e fracassos organizacionais numa velocidade equivalente aos avanços tecnológicos

experimentados no campo da informação e da comunicação, alicerces e condutores do

processo de integração econômica global.

A aceleração do processo decisório, desenvolvida pelas sinergias decorrentes dessa integração

abalou definitivamente um dos fundamentos da Administração. Transformação e inovação

continuada transformaram o Planejamento em ferramenta incapaz de oferecer às organizações

soluções para suas demandas em velocidade e flexibilidade. Ao contrário, tomou-se fonte de

resistência e rigidez à mudança, tal como as estruturas hierárquicas tradicionais.

Em seu lugar, e para tal fim, concorrem estratégias empresanms como processos

participativos de transformação, que visam a aquisição e/ou desenvolvimento de competências

capazes de manter ou criar vantagem competitiva para a organização.

A abrangente complexidade das relações internas e externas que constituem e determinam a

organização, faz dessas transformações obras que não podem avançar senão de forma

incrementai, sob pena de não minimizar os riscos de insucesso.

A aceitação do processo incrementai como complexa ferramenta de Gestão Estratégica sugere

as melhores práticas e determina, ao mesmo tempo, a persistência do administrador em sua

visão de futuro e sua capacidade experimental em testar os passos da trajetória que o levará ao

objetivo.

As trajetórias percorridas pelas empresas, em suas estratégias de transformação específica, se

constituem em excelente material de pesquisa para a Ciência da Administração em sua busca

(17)

Este trabalho pretende examinar as trajetórias percorridas na implementação da estratégia de

Internacionalização de Empresas no sul do Estado do Paraná e delas extrair conhecimento

que, em conjunto com a literatura disponível e acessível, possa auxiliar as empresas a

enfrentar os desafios de competir internacionalmente.

A opção pela Estratégia Empresarial como campo de estudo se deu pela percepção da pouca

familiaridade com o tema que têm as pequenas e médias empresas brasileiras. Por

características histórico-culturais - alimentadas pelo paternalismo estatal ou pela inflação

galopante - o empresário e o administrador brasileiro sempre estiveram mais afeitos às

preocupações de curto prazo, deixando as questões de longo prazo a cargo do incrementalismo

casual.

Proporcionar a aproximação entre os temas estratégicos e os administradores das pequenas e

médias empresas faz parte dos propósitos deste trabalho.

1.2.2 Inserção do Assunto no Contexto Regional e Nacional.

A escolha do tema da Internacionalização de Empresas decorre, em pnmeIro lugar, da

interseção que se apresenta ao país neste ano de 2001 com: i) a proximidade do momento de

formação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA); ii) a aproximação com o

Mercado Comum Europeu e; iii) o confronto da economia nacional e sua urgente dependência

das exportações para equilibrar o balanço de pagamentos, provocado pela redução brusca dos

IDE - Investimentos Diretos do Exterior, em nosso país. Em segundo lugar, da localização da

Região Metropolitana de Curitiba e das já existentes relações de interdependência das

empresas ali implantadas e outras integrantes do Mercosul. E em terceiro, pela crescente

necessidade que todas as empresas têm de transacionar e/ou competir com outras empresas

internacionalizadas.

As relações entre empresas da região e suas parceIras no Mercosul proporcIOnam campo

empírico fértil para a pesquisa, colocando-as em um grupo que podemos chamar de Empresas

em Processo de Internacionalização (EPI). Por outro lado, a recente implantação de unidades

de empresas estrangeiras na região proporciona outro grupo fértil à pesquisa, ao qual

(18)

A Cúpula das Américas reunida em Quebec em 2001 confinuou a data da criação da Área de

Livre Comércio das Américas para 10 de janeiro de 2006. Mais do que a abertura das

fronteiras, essa data significa uma meta para o Processo de Internacionalização das empresas

brasileiras. Ela coloca um marco na estratégia de busca de competitividade das empresas

naCiOnaiS. Embora o governo republicano em exercício nos EUA tenha priorizado,

momentaneamente, outros assuntos, o andamento do last trace no Congresso daquele país

testemunha sua evolução.

Se por um lado a retração da economia mundial obriga o confronto imediato - economIa

nacional versus a realidade da sua fragilidade fiscal, por outro a impele na busca de acordos

comerciais e competitividade industrial. E é neste contexto que se constroem importantes

acordos com o Mercado Comum Europeu e com a China e Índia.

Considerando então que:

se os efeitos da internacionalização cultural proporcionada pelas telecomunicações e

pela facilidade de locomoção se fizeram sentir e provocaram transfonnações nos hábitos de

consumo que, por sua vez, solicitaram transformações nas empresas;

se os efeitos da internacionalização do meio financeiro propiciada pelas tecnologias de

infonnação e comunicação se fizeram sentir e induziram transfonnações na economia

nacional que, por sua vez, solicitaram transformações nas empresa;

se os efeitos da internacionalização parcial dos mercados, desencadeada pela sua

também parcial desregulamentação a nível mundial, se fizeram sentir pelo forte fluxo2 de

Investimentos Estrangeiros Diretos no Brasil ocorrido nos últimos anos, os quais trouxeram

consigo a presença crescente de empresas internacionalizadas, que por sua vez solicitaram

transfonnações nas empresas;

então é de se esperar que a ALCA e os acordos de comércio com a zona do Euro, enquanto

mecanismos de desregulamentação de mercado, representem um passo relevante e sem

I Autorização que o Congresso Americano dá ao Presidentc da República para ncgociar acordos internacionais,

reservando-se o direito de aprová-los ou não, sem moditicações. Obs. Foi aprovada pelo Congresso Americano em Dezcmbro de 200 I.

(19)

precedentes em seu significado para a empresa nacional em sua busca por competitividade

mundial.

A criação da ALCA representa a data limite, além da qual, maXImIzam-se os nscos de

sobrevivência àquelas empresas que não consegmrem padrões internacionais de

competitividade, mesmo que seja somente para atuar localmente.

Se este trabalho e outros que dele decorram puderem contribuir para a aceleração do Processo

de Internacionalização das empresas brasileiras em sua urgente tarefa de exportar; se este

trabalho e outros que dele decorram puderem contribuir para que pequenas e médias empresas

nacionais, em sua busca por competitividade internacional, cheguem àquela data, aptas a

competir com empresas internacionais, mesmo que localmente, então terá cumprido seu

objetivo.

1.2.3 Abrangência e Importância para a Empresa Nacional.

o

Processo de Internacionalização de Empresas é fator de sobrevivência, mesmo para aquelas

que jamais sonharam em exportar seus produtos e serviços, ou seja, para as empresas que

continuarão atuando localmente.

Como parte da justificação desse trabalho foi dedicado, a seguir, espaço para fundamentar a

argumentação sobre a necessidade de adoção da estratégia de internacionalização por qualquer

empresa, independente da sua atuação comercial ser meramente local.

Algumas empresas são globais e de classe mundial. Outras estão em Processo de

Internacionalização e certamente um grande número de outras empresas permanecerá restrito,

ao menos geograficamente, a uma atuação local. Sempre haverá espaço para a atuação local,

sem dúvida alguma3.

Mas também, sem dúvida alguma, este mercado local será cada vez mais disputado, com

novas formas de fazer negócio, baseado em novos conhecimentos, com novos produtos, novos

(20)

processos a custos menores, a partir de novas tecnologias, através de novos canaIS de

distribuição e com novos serviços agregados. E essa crescente disputa provoca o natural

aumento do poder decisório do consumidor.

A crescente desregulamentação dos mercados, e o advento da ALCA em particular, trazem a

concorrência das empresas internacionalizadas para dentro do mercado local. Daí a

importância em se analisar os aspectos decorrentes da situação de não internacionalização da

empresa local: i) O isolamento e ii) Os outros estão se internacionalizando.

i. O isolamento.

Para Rosabeth Kanter o maior problema não está na concorrência com os internacionalizados,

mas no isolamento causado pela não adoção de um processo de internacionalização. Esse

isolamento não lhe permite sinergias. "As alianças são notoriamente frágeis. Por isso algumas

empresas preferem a independência. Mas a independência pode se transformar em

isolamento" (Kanter, 1998: 119).

O isolamento não permite acesso a competências e recursos. "As interações que ocorrem

através dessas redes criam uma necessidade de vocabulários, ferramentas e sistemas comuns,

e estimulam a transferência e o compartilhamento de habilidades. Conseqüentemente, a

convergência da competência organizacional - o desenvolvimento de uma cultura gerencial

mundial- pennite que as empresas operem em qualquer lugar" (Kanter, 1996:88).

O isolamento se fecha progressivamente. "Além de fornecer conexões e oportunidades, as

redes são importantes fontes de novos conhecimentos e competências" (Kanter, 1998:91).

"Parceiros fortes oferecem a outros parceiros, acesso aos melhores e mais recentes

conceitos; ... A participação em redes força o aprendizado, independente de ser ou não uma

intenção explícita; ... conexões poderosas abrem portas para outras apresentações a pessoas

poderosas" (Kanter, 1998:94).

Do ponto de vista tecnológico as conseqüências do isolamento também são perceptíveis: "A

tecnologia é um negócio global. É preciso obter massa crítica no mundo inteiro, cada vez mais

(21)

No instante que você consegue chegar à posição de liderança, todo mundo está atrás de você"

(Kanter, 1998:48).

Assim, o isolamento se toma a própria condenação à estagnação, colocando em rISCO a

sobrevivência da empresa.

11. Os outros estão se internacionalizando.

As empresas adotaram técnicas de gestão visando a racionalização e a simplificação de

processos internos e logísticos, visando a redução de estoques e melhoria de qualidade. Essas

estratégias que buscam reduzir custos e aumentar produtividade são necessárias sim, mas já

não conseguem sustentar vantagem competitiva. É preciso mais do que eficiência, na concorrência que se anuncia.

As empresas que através de investimentos diretos estão chegando ao país são muito bem

caracterizadas: "As empresas querem que tudo seja feito JIT Oust-in-time), mas também

querem que seja BIW (best-in-world). Querem tudo aqui e agora, mas também querem o

mesmo serviço disponível em todos os lugares. Os clientes cosmopolitas buscam fornecedores

cosmopolitas.

Esperam que seus fornecedores:

satisfaçam os mais elevados padrões mundiais;

forneçam serviços adicionais de valor agregado, a fim de aumentar a conveniência para

o cliente ou os benefícios para o usuário final;

prestem seus serviços seja lá onde estiverem;

atuem com base nos melhores recursos de todas as partes do mundo e;

transformem-se em parceiros especialistas no negócio do cliente, contribuindo para

equipes conjuntas de fornecedores-clientes, conhecedoras dos usuários finais, sejam eles

domésticos ou internacionais" (Kanter, 1998: 1 05).

É fácil perceber que a situação de não internacionalização ou não adoção de uma visão internacionalizada como estratégia competitiva fecha portas. Sagra-se a impossibilidade, não

só de parcerias avançadas e participação em novas oportunidades, mas até mesmo da

(22)

Se este trabalho, pela simplicidade das conclusões que pretende, servIr para motivar as

empresas nacionais a sair do isolamento, ultrapassar as barreiras geográficas e culturais e se

deixar desafiar por novos mercados e conceitos, terá cumprido sua missão.

1.3 O Problema.

1.3.1 No contexto acadêmico.

o

trato acadêmico da questão da Internacionalização de Empresas, seja como estratégia de

ganho de escala, diversificação ou aquisição de competências, tem se mantido praticamente

restrito à análise das causas e formas de sua adoção.

No trato das causas se alinham os autores de estudos fundamentados na Teoria Econômica

como as análises baseadas nos Custos de Transação que reduzem o Processo de

Internacionalização a decisões internas a respeito da integração vertical, ou o Paradigma

Eclético que procura identificar na indústria ou empresa do país de destino os fatores

determinantes que possam explicar o Processo de Internacionalização.

Outras correntes tratam de explicar a forma com que empresas entram em novos mercados e

as formas de evolução do Processo de Internacionalização. O Modelo IncrementaI de Uppsala

é seu mais significativo representante. Além dele, um sem número de autores, os

evolucionistas, lhe questionam e complementam o modelo, sem, contudo, mudar-lhe o

enfoque. Na verdade, acrescentam-lhe rigidez e determinismo seqüencial. Somam-se nas

explicações sobre formas de entrada, os estudos sobre os networks, as born global, e as

alianças estratégicas.

Incipientes são as abordagens sobre como as empresas se internacionalizam. Decidido porque

e de que forma iniciar seu processo de internacionalização, como o implementam? Que

decisões são tomadas no dia a dia das empresas que se internacionalizam? Quais são os

micro-processos que compõem o Processo?

Dar conteúdo a essa lacuna na literatura sobre a Internacionalização de Empresas, buscando

(23)

1.3.2 No Contexto Empresarial Nacional.

Sem limitar o Processo de Internacionalização à sua componente mms visível: o vetor

exportações, mas tomando-o como referência em nosso país para contextualizar o problema e

a necessidade de estudo, informação e formação no assunto: "As exportações têm sido motivo

de preocupação constante. Para frustração de todos e na contramão do que se acredita estar

ocorrendo no restante do mundo globalizado, nossas vendas externas teimam em não crescer...

mesmo após uma desvalorização do câmbio de 40% nos últimos dez meses... continuam

concentradas em um número muito pequeno de empresas. Uma centena exporta a metade do

total... continuamos dependendo da exportação de produtos básicos e semimanufaturados,

cujos preços estão sujeitos às flutuações de mercado com taxas de crescimento mais lentas

que de produtos de maior valor agregado" (Carta do IBRE, novo 2001:10).

A realidade assim descrita expressa a timidez da iniciativa nacional em cruzar as fronteiras

geográficas e culturais. Inúmeras razões estruturais podem ser apresentadas como causas

dessa imobilidade: a forte demanda em potencial reprimida pelo poder aquisitivo e o tamanho

do mercado interno; a falta de competitividade da empresa nacional; o custo Brasil; o

isolamento histórico a que nossa economia foi submetida; as dificuldades herdadas com o

idioma quase único no mundo, entre outras.

Mas há que se considerar que todas estas razões criam e alimentam uma cultura mantenedora

do estado de coisas e encobrem as pequenas dificuldades que compõem o dia a dia do

empresário e administrador nacional. E são, na verdade, essas pequenas dificuldades que

impedem os primeiros passos, o descolar da imobilidade na direção da internacionalização de

suas empresas.

Conhecer o "como fazer internacionalização de empresas" significa desmistificar o

desconhecido, reduzir o empirismo dominador dos especialistas e democratizar o

conhecimento sobre o assunto. Significa possibilitar a criação de ferramentas tecnológicas de

gestão capazes de produzir internacionalização de empresas.

Este trabalho não pretende criar essas ferramentas, nem ser prescritivo, mas lançar luz sobre o

(24)

1.3.3 Neste Estudo.

Constituem-se questões a serem respondidas por este estudo:

Questão principal:

1. A identificação dos processos elementares que sustentam o Processo de Internacionalização das empresas.

Questões secundárias:

2. Como facilitar a implementação de Processos de Internacionalização de

Empresas?

3. Como acelerar o Processo de Internacionalização de Empresas?

1.4 Objetivo.

A literatura sobre o Processo de Internacionalização de Empresas reconhece a demonstração

feita pelos estudos da Universidade de Uppsala sobre seu caráter incrementaI. Um processo de

redução de incertezas, de redução da distância psíquica que resultaria na disposição da

empresa em elevar o seu comprometimento nos mercados e culturas desconhecidas. Este

maior comprometimento por sua vez descobriria novas incertezas e o processo avançana

incrementalmente num ciclo de redução de incertezas e comprometimento.

Comprometimento Incerteza

Redução da Incerteza

( .. onh .... im .. nto)

Figura 1.1 - Ciclo IncrementaI (adaptado do Modelo de Uppsala)

Por outro lado, a literatura sobre Estratégia Empresarial atual reconhece o incrementalismo

lógico como forma de implementação estratégica. Admite a experimentação como parte do

processo, o erro como parte do aprendizado e ambos, erros e acertos, como elementos

(25)

acumulação, isto é: a estratégia pode ser, e em geral o é, construída a partir de elementos

simples que vão sendo adicionados e desenvolvidos ao longo do tempo.

Desta forma, reconhecendo o Processo de Internacionalização de Empresas como Estratégia

Empresarial de implementação incrementaI; reconhecendo ainda que a eliminação de

incertezas se dá pela aquisição ou desenvolvimento de conhecimento sobre o objeto da

incerteza, se pode afirmar que o Processo de Internacionalização de uma empresa pode ser

descrito pela sua trajetória de acumulação de conhecimentos adquiridos e desenvolvidos para

o aumento do seu envolvimento internacional.

Se esta representação é válida, então se pode supor que esta acumulação de conhecimentos se

dê através de Processos de Aprendizagem Organizacional que se somam e suportam a

trajetória de internacionalização. E mais, se a curva é acumulativa, então se pode afirmar que

maiores taxas de aclive na curva descrita pela trajetória de internacionalização correspondem

a uma maior disponibilidade de conhecimento específico ou a maiores concentrações de

Processos de Aprendizagem Organizacional, ou ainda, a uma dinâmica de aprendizagem mais

ativa.

Internacionalizacão

Trajetória

Processos de Aprendizagem

Ternno

Figura 1.2 ~ Trajetória de Internacionalização

Desta forma empresas que conseguem aprender maiS rapidamente sobre o mercado

internacional, apresentariam maior grau de internacionalização e conseqüentemente melhor

(26)

suas perfonnances, são decorrentes maiS da velocidade com que aprendem e acumulam

conhecimento sobre seus ambientes (mercados e tecnologias) e se adaptam a ele, do que

propriamente de suas estratégias adotadas.

Assim, o Processo de Internacionalização de Empresas, ao fundamentar-se na Aprendizagem

Organizacional, seria mais um processo distintivo entre as firmas, conferindo-lhes diferencial

competitivo tanto por sua configuração quanto por sua velocidade.

A partir desta construção conceitual parece possível fonnular uma hipótese sobre como

responder às questões colocadas na problematização do tema deste estudo, e cuja

comprovação se traduz no objetivo desta pesquisa.

Este trabalho tem por objetivo testar através da constatação de evidências empíricas a

hipótese: O Processo de Internacionalização de Empresas é suportado por processos

elementares de Aprendizagem Organizacional.

1.5 O Estudo e sua Significação.

A significação deste estudo para a Administração de Empresas tem duas abordagens:

explicativa e prescritiva. Sob o foco explicativo, a comprovação da hipótese lançada traria luz

aos motivos pelos quais algumas empresas são mais rápidas do que outras na implantação de

suas estratégias de internacionalização. Ou ainda, porque algumas empresas são mais velozes

do que outras na transferência de tecnologia do/para o exterior. O melhor entendimento destas

questões, certamente traria mais compreensão sobre diferenças de perfonnance entre

empresas, uma das questões cruciais da Administração de Empresas.

Especificamente ao Estudo do Processo de Internacionalização de Empresas, esta

comprovação traria a possibilidade de transfonnação da sua natureza incrementaI, de

casuística para lógica, tornando-a mais previsível.

Numa abordagem prescritiva a comprovação da efetiva relação de dependência da variável

Processo de Internacionalização para com a variável Processos de Aprendizagem nas

organizações abre amplas possibilidades de pesquisa. A principal é no sentido da criação de

(27)

internacionalização, em comparação com o mapeamento das competências existentes na

empresa. Com isto, os tempos de implementação desses projetos seriam abreviados pela

antecipação desses aprendizados.

Busca-se com essa comprovação, a possibilidade de prever necessidades e antecipar a

captação ou desenvolvimento dos recursos necessários ao projeto de internacionalização,

acelerando assim sua implementação.

Por outro lado, essa comprovação promove a aproximação entre a estratégia de

internacionalização da empresa e seus agentes - os colaboradores, na medida em que a

fragmenta em processos simples de aprendizagem, facilita e agiliza a transformação.

A melhor forma para avaliar a dimensão do significado desta comprovação é imaginar duas

empresas interessadas na expansão de suas atividades para um mercado específico, ou na

transferência de determinada tecnologia existente em um país específico. Uma delas teria

acesso a um modelo de diagnóstico que lhe permitiria traduzir antecipadamente suas carências

na forma de processos de aprendizagem, e a outra buscaria soluções na medida em que as

dificuldades se mostrassem. Certamente ambas chegariam aos seus objetivos. Mas a pergunta

é: quem teria mais probabilidade de chegar antes? A segunda estaria agindo segundo um

processo incrementaI casuístico, enquanto a primeira estaria seguindo um processo

incrementai lógico.

Este ganho de velocidade na implementação de projetos de internacionalização se traduziria,

então, diretamente em vantagem competitiva para a empresa que tivesse utilizado o modelo de

diagnóstico referido.

Evidente está que o caminho até tal modelo é longo e passa necessariamente por muito mais

pesquisa e, quem sabe, por quantas novas perspectivas.

1.6 Variáveis Internas.

Esta pesqUIsa tratará como Variável Dependente 'T" um segmento da trajetória de

internacionalização da empresa, identificado na pesquisa de campo como projeto. Como

(28)

Trata este estudo, portanto, de verificar a existência de relação de dependência entre as duas

variáveis.

A possibilidade de comparações entre processos de aprendizagem identificados é desejável.

Estas serão possíveis se as outras variáveis intervenientes permanecerem constantes. Para

tanto é imprescindível que a natureza do projeto explorado (variável dependente) e o estágio

do Processo de Internacionalização da empresa estudada sejam controlados.

A natureza do projeto varia em função de seus objetivos e das estratégias da organização, e

será chamada variável "N".

Ao se admitir o processo de acumulação de conhecimentos/competências, pela teoria da

concentração de Dosi, se toma impossível comparar empresas situadas em estágios diferentes

de acumulação. Por isso, este estudo deverá controlar a variável "R" - estágio de

internacionalização, através do posicionamento relativo de cada empresa sobre uma trajetória

teórica de internacionalização, admitida como padrão para este trabalho.

1. 7 Definições utilizadas.

Com o objetivo de facilitar o entendimento deste trabalho, são apresentadas a segmr as

definições dos principais termos utilizados.

Processo de Internacionalização de Empresas. - Neste trabalho foi adotada a definição

utilizada por Goulart et alii. (1996:21), que tem um caráter multidisciplinar e amplo,

condizente com as necessidades do enfoque deste estudo. Os autores definem o Processo de

Internacionalização de Empresas "como um processo crescente e continuado de envolvimento

de uma empresa nas operações com outros países fora de sua base de origem". Isto significa

uma abordagem multidirecional do processo de internacionalização, ou seja, não só na direção

dos seus ou/puls, na conquista de mercados para a empresa, mas também na direção dos seus

impu/s materiais e tecnológicos; e além destes considerar seus envolvimentos laterais, tais

como: associações e acordos internacionais de cooperação de quaisquer natureza e alianças

(29)

regulador estrangeiro, com entidades internacionais certificadoras, enfim qualquer que seja

seu envolvimento fora do seu país de origem.

Trajetória de Internacionalização. - Curva descrita no tempo, pela acumulação de

conhecimentos/competências de uma empresa no tratamento das questões relativas ao seu

Processo de Internacionalização.

Projeto. - É um empreendimento temporário conduzido pela empresa com quaIsquer objetivos, de cujo desenvolvimento resulte maior envolvimento fora da sua base.

Aprendizagem Organizacional. - A Aprendizagem Organizacional é um conjunto de ações

inter-relacionadas de indivíduos que resulta numa competência coletiva, pela qual a

organização muda seu comportamento. Para esta definição, este trabalho se associa aos

conceitos de Weick e Roberts (1993) e Huber (1991). Dos primeiros foi extraída a idéia de

que a aprendizagem de algo novo surge a partir da relação ponderada de indivíduos com a

formação de uma mente coletiva. Do segundo decantou-se seu utilitarismo, ou seja, existe

aprendizagem se existe mudança observável no comportamento da organização. A estes

conceitos somou-se a idéia de que para que os dois conceitos acima fossem ligados, se fazia

necessário que, da inter-relação dos indivíduos resultasse não só conhecimento novo, mas

competência de realização para provocar mudança no comportamento coletivo da

organização.

Processos de Aprendizagem Organizacional. - São ações específicas, atividades ou

conjunto de atividades, organizadas ou casuais, das quais resulte Aprendizagem

Organizacional.

Conhecimento. - Capacidade de articulação intelectual explícita ou tácita, que os indivíduos

ou grupos adquirem ou possuem, sobre algo ou alguma coisa útil à organização. Neste estudo

estará sendo considerada útil a capacidade de reduzir e/ou eliminar ignorâncias ou incertezas

decorrentes do Processo de Internacionalização das empresas.

Competência. - Saber fazer. Conhecimento e habilidade para realizar algo ou alguma coisa

(30)

conhecimento adotada neste estudo, particularmente no que tange ao seu compromisso em

(31)
(32)

2. REFERENCIAL TEÓRICO.

2.1 Introdução.

É patente na literatura específica o crescente interesse pela pesquisa sobre o Processo de Internacionalização de Empresas. Este interesse parece estar diretamente associado à

crescente expansão das trocas no mercado internacional, à aceleração dos investimentos

diretos de empresas fora de suas bases e ao alargamento das fronteiras da própria pesquisa

científica no campo da administração de empresas.

o

Processo de Internacionalização de Empresas, ao longo dos anos, vem sendo estudado por

diversas correntes teóricas, cada qual fundamentada em diferentes enfoques. Uma destas

correntes abordou a questão a partir do seu enfoque micro-econômico, tendo construído

relevantes teorias baseadas na Análise dos Custos de Transação e no chamado Paradigma

Eclético. O primeiro analisa a expansão da empresa no mercado internacional como

decorrência do grau de integração vertical dos canais no mercado externo e a relação

risco-retorno. O segundo tenta explicar o comportamento da produção no mercado internacional

como sendo relacionado a diferentes tipos de vantagens competitivas percebidas pelas

empresas (Dunning, 1988). Estas teorias revelam o caráter estratégico e intra-empresa da

abordagem. Esta limitação deu origem a visões novas e mais amplas do processo.

Um importante conjunto de teorias contribuiu ao estudo do tema, abordando o aspecto

comportamental do processo de internacionalização. Tais teorias buscam determinar no

caráter evolutivo e incrementaI do processo decisório o rumo e a velocidade da empresa na

captura de mercados internacionais. Esta abordagem introduz o conceito de distância psíquica

envolvendo incertezas derivadas de diferenças culturais e da distância física entre sede e

mercado externo. Fundamenta o desenvolvimento de sua análise nos conceitos de

conhecimento do mercado e comprometimento de recursos, ambos ligados por uma relação

mútua e circular de causa e efeito, através da qual o processo de internacionalização se

desenvolveria automaticamente após as primeiras decisões de entrada.

Criticado por sua abordagem fechada na empresa e restrita ao comportamento do seu processo

(33)

constatações empíricas que autorizaram seus autores a prescreverem o desenvolvimento do

processo como sendo evolutivo e seqüencial, iniciando com exportações para distribuidores e

culminando com investimentos diretos em unidades produtoras no exterior. Embora restrito

no sentido vertical à jusante da organização, por considerar apenas exportações na sua análise,

esta coletânea de estudos tem o mérito de somar o ambiente à estratégia e introduzir o

conceito de trajetória e acumulação de experiências como parte do processo de

internacionalização. Abre à discussão, também, influências como políticas de incentivos,

barreiras de proteção, estrutura do mercado de capitais e sistema legal dos países destino,

mudanças e descontinuidades tecnológicas e políticas de caráter local, sem, porém, abrir mão

da sua localização geográfica através da polarização sede - mercado externo.

A introdução da influência lateral no processo de internacionalização de empresas se dá pela

constatação empírica de que as relações interempresas se constituem em um fator sutil, muitas

vezes determinante do início ou da continuidade do processo. O network industrial, ou as

relações de parceria entre clientes e fornecedores criam necessidades estratégicas mútuas, que

acabam por se processar combinadas, seja numa relação de dependência ou não. Este modelo

de internacionalização é facilmente encontrado nas indústrias, cujas cadeias produtivas

envolvem numerosos componentes em um produto final, como na automobilística e na

eletroeletrônica. Este aporte ao estudo reforça o conceito de construção, trajetória e

acumulação no processo de internacionalização, na medida em que a relação interempresas é,

também, uma seqüência recorrente e crescente de confiança mútua e relações de cooperação

com vistas a objetivos estratégicos comuns.

O estudo dos processos de internacionalização teria um novo impulso, a partir da aceleração

da globalização dos mercados, em três vertentes: a eliminação da territorialidade, a introdução

da variável organizacional na equação do processo, ao lado das variáveis estratégica e

ambiental, e a constatação de sua crescente complexidade. A primeira, territorialidade, foi

substituída pela mentalidade transcultural ou cosmopolita, pela qual é derrubado o

etnocentrismo característico das abordagens focalizadas na exportação e na polaridade sede

-mercado externo. A segunda diz respeito à constatação de que as empresas saberiam mais

comumente qual a estratégia para sua internacionalização ou, o "o que fazer"; o problema

estaria em "como fazer", ou seja, como organizar os recursos para implementar a estratégia?

-Que características organizacionais sào requeridas? E o terceiro, a complexidade do ambiente

(34)

competitivo toma complexo o processo e exige dele capacidade de adaptação e flexibilidade

-o que passa necessariamente pelas pess-oas.

Os estudos de Bartlett & Goshal (1992), as reflexões de Turow (1993), Daniels (1996) e

Kanter (1996) ressaltam no estudo do processo de internacionalização o elemento humano

pela introdução da inovação, da adaptação e da flexibilidade, do conceito, da competência e

da conectividade.

Surgem as constatações empíricas desta complexidade nos estudos sobre "as Nascidas

Internacionais" e sobre a internacionalização via Associações e Alianças Estratégicas. Estas,

soluções inovadoras ou adaptações, são fruto da própria trajetória de acumulação de

conhecimentos das organizações a respeito de seu ambiente, sua estratégia, organização,

cooperação lateral e competitividade, com o objetivo de aumentar seus portfólios de

habilidades e competências.

A· abordagem sistêmica do processo, oferecida agora pela aprendizagem organizacional,

parece colocar todos em toda a empresa em contato duradouro com a questão da

internacionalização de fonna a, senão compreendê-la integralmente, pelo menos explorar

todas as possibilidades percebidas. E a compreensão da complexidade dinâmica do Processo

de Internacionalização de Empresas se dará pela compreensão dos processos de aprendizagem

mais simples que a suportam e impulsionam.

2.2 As Abordagens Econômicas.

O processo de internacionalização de empresas foi explicado, parcialmente, por algum tempo,

a partir de uma visão predominantemente econômica da questão. Esta corrente aborda o

assunto a partir da análise dos Custos de Transação 4, na qual a internacionalização é encarada

como uma decisão a respeito da integração vertical na cadeia produtiva. Essa literatura

considera o controle sobre o mercado como o mais importante determinante nas decisões a

respeito do modo de entrada em mercados estrangeiros, tanto de risco como de retomo.

Modos de entrada de baixo controle, como licenciamentos ou acordos contratuais, minimizam

o comprometimento de recursos e riscos, mas freqüentemente também reduzem o retomo. Por

.J Custos envolvidos na comercialização e distribuição dos produtos, normalmente externos à firma e organizados

(35)

outro lado, com a imperfeição do mercado decorrente de um reduzido número de

fornecedores, por exemplo, a tendência é que estes se comportem de forma oportunista; o que

só pode ser evitado com muita negociação e supervisão das relações contratuais, aumentando

assim os custos de transação. Por sua vez este aumento nos custos de transação traz consigo a

oportunidade de análise de novas alternativas de decisão a respeito do controle, induzindo

assim crescente grau de integração vertical da empresa, o que se traduz num sempre maior

comprometimento com seu processo de internacionalização, como uma unidade produtiva. O

estabelecimento de operação integrada acarreta custos significativos de organização interna e

custos burocráticos, incluindo investimentos em infra-estrutura legal, administrativa e

operacional; e as empresas fazem escolhas entre controle - benefício da integração e custo do

comprometimento de recursos - custo da integração (Silva, 1998:8-9).

Alguns autores dessa corrente assumem ignorar possíveis restrições governamentais ou

decisões estratégicas de outra natureza que não aquelas derivadas da análise dos Custos de

Transação, na decisão da empresa sobre seu modo de entrada no mercado estrangeiro ou no

desenvolvimento de seu processo de internacionalização. Por outro lado as explicações com

base nos custos de transação estariam focadas em cada escolha isoladamente e que sua lógica

sozinha não seria suficiente para responder a todas as questões que surgem.

Destas contestações surgiu o Paradigma Eclético baseado na Teoria Econômica, segundo o

qual a empresa escolherá produzir onde for possível otimizar sua vantagem específica de

propriedade dentro da própria organização. Estas vantagens estariam relacionadas à

tecnologia superior, multinacionalidade, capacidade de realizar transferência de tecnologia

além das fronteiras nacionais dentro da própria organização, localização, diferenças nos

custos dos fatores, etc. Ou seja, a perspectiva eclética procura identificar na indústria ou

empresa do país de destino fatores determinantes que possam explicar o processo de

internacionalização. Segundo seus críticos, "apesar da ambição de dar orientação mais

dinâmica e comportamental à teoria da internacionalização, o Paradigma Eclético acaba sendo

mais eficiente para justificar a existência de empresas multinacionais, do que para explicar o

processo de internacionalização em si" (Melin, 1992).

De uma fonna geral, esses autores concordam que a entrada de uma empresa no mercado

internacional envolve três grupos de variáveis: estratégicas, ambientais e de controle. "Os

(36)

estabelecem os benefícios a serem proporcionados pela economia de escala ou de escopo. O

segundo grupo, ambiental, diz respeito ao grau de risco percebido em relação ao

comprometimento de recursos. Se o risco é elevado, as empresas tendem a selecionar

estratégias de entrada que envolvam baixo grau de comprometimento de recursos. O terceiro

grupo, controle, refere-se ao montante de custos transacionais e sua interdependência com a

necessidade de controle da firma"(Rezende, 1999:70). Observe-se que, mesmo a variável

ambiental proposta está restrita ao risco relativo aos recursos comprometidos, o que não lhe

confere, de todo, o caráter externo à organização.

A principal crítica aos modelos que tentam explicar o processo de Internacionalização de

empresas, a partir de uma abordagem micro-econômica, reside no seu caráter cêntrico,

racional e simplista. Estes reduzem o processo a decisões de caráter econômico - estratégico

independente de outros fatores externos à empresa.

2.3 O Modelo IncrementaI.

O Modelo IncrementaI de Internacionalização da Universidade de Uppsala, na Suécia,

conduzido por Johanson e Wiedersheim-Paul em 1975, descrito por Andersen (1993) detalha

quatro formas de se entrar no mercado internacional em etapas sucessivas com crescente grau

de envolvimento internacional: (i) Sem atividades de exportação regulares; (ii) exportação via

agentes independentes; (iii) estabelecimento de subsidiária no exterior; (iv) Unidades de

produção/manufatura no exterior. Mais tarde a literatura acrescentou os acordos de

licenciamento e joint ventures. Os autores perceberam que as empresas pareciam entrar em

mercados com distância psíquica sucessivamente maior. Definiram como distância psíquica

os "fatores que impedem ou atrapalham o fluxo de informação entre a empresa e o mercado,

incluindo aspectos como diferença de idioma, cultura, sistemas políticos, nível de

desenvolvimento educacional ou industrial" (Johanson e Vahlne, 1990). Os estudos de

Uppsala foram revistos por Johanson e Vahlne para explicar o caráter incrementaI da

internacionalização. Desta revisão resultou um modelo dinâmico no qual a saída de um ciclo

de eventos se constitui na entrada para o próximo ciclo. A estrutura do modelo se fundamenta

em aspectos estáticos - o comprometimento com o mercado e o conhecimento do mercado - e

dinâmicos das variáveis de internacionalização - atividades de negócios correntes e decisões

de comprometimento. A suposição básica é que o conhecimento e o comprometimento atual

(37)

atuais são executadas - e estas, por sua vez, introduzem mudanças no conhecimento e no

comprometimento com o mercado. Desta forma o processo de internacionalização é visto

como uma seqüência de ciclos causais que, uma vez iniciado, tenderá prosseguir independente

da tomada de decisões estratégicas neste sentido. (Silva - 1998).

Rezende (1999) considerando essas duas condições conhecimento e comprometimento

-escreve que o processo de internacionalização envolve aprendizagem e aquisições sucessivas

de habilidades para atuar no novo mercado. Os passo são: a obtenção de informações sobre o

país de destino, a escolha do produto e a escolha de uma forma de entrada. Com o

crescimento do volume de informações, seja através de pesquisas, relatórios ou resultados da

própria experiência, crescem também as habilidades da empresa em identificar oportunidades

e ameaças do mercado e, com isso, de estabelecer estratégias de ação. Esses conhecimentos e

habilidades influenciarão o grau de comprometimento com o mercado de destino. "O processo

de internacionalização é, portanto, um processo gradual, no qual se tomam decisões

incrementais" (Johanson e Vahlne, 1993).

Penrose (1959) distingue dois tipos de conhecimento: objetivo, que pode ser ensinado, e o

conhecimento baseado na experiência, que só pode ser adquirido através da experiência

pessoal. Um dos pressupostos críticos é o de que o conhecimento de mercado é adquirido

principalmente através das atividades existentes, gerando oportunidades de negócios e

reduzindo a incerteza, constituindo-se na principal força motora do processo de

interna c i onalização.

Citando ainda Andersen (1993), Silva afirma que as atividades internacionais, ao demandarem

conhecimento específico do mercado, introduzem no processo a dimensão dos recursos

humanos. Para Andersen o conhecimento específico é supostamente adquirido através da

experiência no mercado e o conhecimento sobre as operações pode ser transferido de um país

para outro através das pessoas, facilitando o crescimento lateral. Conseqüentemente, quanto

melhor o conhecimento sobre um mercado, mais valiosos os recursos e mais forte o

(38)

Diversos autores criticam o grupo suecos por seu caráter simplista, não levando em

consideração variáveis externas como tecnologia, risco e outras apresentadas por pesquisas e

estudos de casos, que pouco se assemelham ao modelo prescritivo apresentado. Outras críticas

se interpõem pela sua análise de mão única - a internacionalização somente na direção das

exportações.

As grandes contribuições ao estudo feitas pelo grupo sueco foram: a introdução do conceito

de distância psíquica, apontando para diferenças culturais, e distância física, como objetos do

conhecimento; o seu caráter incrementaI; e, por indução de Andersen, a inclusão dos recursos

humanos.

Apesar disso, inúmeros casos não conseguem ser explicados por esta abordagem como os

encontrados por Barreto (1998) em empresas cuja decisão de internacionalização independe

de um processo evolutivo, mas são impelidas pela concorrência a assumir posições

geográficas estratégicas, ou ainda as chamadas nascidas internacionais. Outra empresa

pesquisada por Barreto que não comporta a idéia de comprometimento gradual e crescente é

aquela em que as decisões estratégicas de investimento são baseadas em critérios de

oportunidade.

2.4 A Abordagem Evolutiva do Comportamento Exportador.

A abordagem evolutiva é adotada por muitos autores a partir do modelo proposto por

Leersnyder (1982) de crescimento seqüencial no controle e envolvimento internacional. Seus

principais autores reafirmam os principais conceitos da Escola de Uppsala: a distância

psíquica, o conhecimento e o comprometimento, assim como o caráter incrementaI do

processo. Fundamentados em pesquisas empíricas, constataram que o processo de

internacionalização obedecia, de maneira geral o seguinte padrão: empresa não-exportadora,

exportadora via agente, exportadora via escritório de vendas, marketing e assistência

pós-venda no exterior e implantação de subsidiária de produção fora do país de origem (Arruda, et

alii., 1996:39).

(39)

Em Silva (1998) pode-se encontrar um resumo dos modelos seqüenClalS de estágios de

exportação propostos por Bilkey e Tesar (1977), Czinkota (1982), Cavusgil (1980) e Reid

(1981) e que foram analisados por Cavusgil em 1982 e propostos como sendo: (i) Empresas

não exportadoras, não interessadas em recolher informações relacionadas à exportação; (ii)

Empresas não exportadoras, interessadas em recolher informações relacionadas à exportação;

(iii) Empresas exportadoras - exportam menos que 10% de sua produção; e (iv) Empresas

exportadoras - exportam mais do que 10% de sua produção.

Os modelos baseados na seqüência de estágios apresentam um caráter comportamental do

processo de internacionalização de empresas. Suas características comuns podem ser

relacionadas como sendo a própria trajetória seqüencial de estágios, o crescente envolvimento

da empresa fora da sua base através do crescente comprometimento de recursos no mercado

alvo, a direção das exportações e a presença de um agente de mudanças externo que inicia a

decisão de exportação.

Constitui-se numa abordagem de caráter territorial a respeito do processo de

internacionalização, na qual é dada ênfase na transposição fisica de fronteiras geográficas, no

movimento de mercadorias e capitais na direção dos mercados estrangeiros. Esta abordagem,

ainda que realista e pragmática, limita a descrição do processo aos seus movimentos finais, ou

seja, às posições conquistadas em mercados estrangeiros; ainda que para isto a empresa tenha

despendido mais energia no aprendizado, aquisição e transferência de tecnologia no

estrangeiro, na busca de componentes no mercado internacional ou em alianças estratégicas

com fornecedores mundiais para o desenvolvimento de matérias primas ou componentes

essenciais.

Criticada por muitos autores, Melin (1992) e Andersen (1993), pelo seu exceSSIVO

determinismo, esta abordagem não contempla a estratégia e ignora a possibilidade da empresa

decidir-se por investir diretamente no exterior, como o caso já citado por Barreto (1998) cuja

decisão de investimento é baseada em critérios de oportunidade. Em seu trabalho sobre a

internacionalização de 10 empresas brasileiras, Barreto encontrou ainda seqüências de

estágios do tipo exportação, investimento direto no Exterior e licenciamento; encontrou no

setor de serviços um caso cujo processo se deu diretamente com investimentos diretos no

Imagem

Figura  1.1  - Ciclo IncrementaI (adaptado do  Modelo de  Uppsala)
Figura 3.1  - Modelagem da Pesquisa
Figura 3.2 - Seqüência Operacional  da Pesquisa,
Figura 4.1  - Espaço Trajetória de  Acumulação de Conhecimentos para Internacionalização
+3

Referências

Documentos relacionados

Esta realidade exige uma abordagem baseada mais numa engenharia de segu- rança do que na regulamentação prescritiva existente para estes CUA [7], pelo que as medidas de segurança

Este estudo, assim, aproveitou uma estrutura útil (categorização) para organizar dados o que facilitou a sistematização das conclusões. Em se tratando do alinhamento dos

Os navegadores foram surpreendidos pela tempestade – oração subordinante Que viajavam para a Índia – oração subordinada adjetiva relativa

10.. No poema, a palavra “vassoura” surge como um nome mas também como um verbo, tal como podemos confirmar no verso “Uma vassoura vassoura”.. 14. Esta frase é do tipo

Não estudei francês – oração subordinante; porque estava doente – oração subordinada adverbial causal. 9- Logo que entrei na sala, o Ricardo pediu-me ajuda

c.4) Não ocorrerá o cancelamento do contrato de seguro cujo prêmio tenha sido pago a vista, mediante financiamento obtido junto a instituições financeiras, no

Assim sendo, no momento de recepção de encomendas é necessário ter em atenção vários aspetos, tais como: verificar se a encomenda é para a farmácia; caso estejam presentes

xii) número de alunos matriculados classificados de acordo com a renda per capita familiar. b) encaminhem à Setec/MEC, até o dia 31 de janeiro de cada exercício, para a alimentação de