❊♥s❛✐♦s ❊❝♦♥ô♠✐❝♦s
❊s❝♦❧❛ ❞❡
Pós✲●r❛❞✉❛çã♦
❡♠ ❊❝♦♥♦♠✐❛
❞❛ ❋✉♥❞❛çã♦
●❡t✉❧✐♦ ❱❛r❣❛s
◆◦ ✸✼✼ ■❙❙◆ ✵✶✵✹✲✽✾✶✵
P♦rq✉❡ ❋❛✈♦r❡❝❡r ❋✐r♠❛s ◆❛❝✐♦♥❛✐s❄
❋❧❛✈✐♦ ▼❛rq✉❡s ▼❡♥❡③❡s✱ P❛✉❧♦ ❑❧✐♥❣❡r ▼♦♥t❡✐r♦
❖s ❛rt✐❣♦s ♣✉❜❧✐❝❛❞♦s sã♦ ❞❡ ✐♥t❡✐r❛ r❡s♣♦♥s❛❜✐❧✐❞❛❞❡ ❞❡ s❡✉s ❛✉t♦r❡s✳ ❆s
♦♣✐♥✐õ❡s ♥❡❧❡s ❡♠✐t✐❞❛s ♥ã♦ ❡①♣r✐♠❡♠✱ ♥❡❝❡ss❛r✐❛♠❡♥t❡✱ ♦ ♣♦♥t♦ ❞❡ ✈✐st❛ ❞❛
❋✉♥❞❛çã♦ ●❡t✉❧✐♦ ❱❛r❣❛s✳
❊❙❈❖▲❆ ❉❊ PÓ❙✲●❘❆❉❯❆➬➹❖ ❊▼ ❊❈❖◆❖▼■❆ ❉✐r❡t♦r ●❡r❛❧✿ ❘❡♥❛t♦ ❋r❛❣❡❧❧✐ ❈❛r❞♦s♦
❉✐r❡t♦r ❞❡ ❊♥s✐♥♦✿ ▲✉✐s ❍❡♥r✐q✉❡ ❇❡rt♦❧✐♥♦ ❇r❛✐❞♦ ❉✐r❡t♦r ❞❡ P❡sq✉✐s❛✿ ❏♦ã♦ ❱✐❝t♦r ■ss❧❡r
❉✐r❡t♦r ❞❡ P✉❜❧✐❝❛çõ❡s ❈✐❡♥tí✜❝❛s✿ ❘✐❝❛r❞♦ ❞❡ ❖❧✐✈❡✐r❛ ❈❛✈❛❧❝❛♥t✐
▼❛rq✉❡s ▼❡♥❡③❡s✱ ❋❧❛✈✐♦
P♦rq✉❡ ❋❛✈♦r❡❝❡r ❋✐r♠❛s ◆❛❝✐♦♥❛✐s❄✴
❋❧❛✈✐♦ ▼❛rq✉❡s ▼❡♥❡③❡s✱ P❛✉❧♦ ❑❧✐♥❣❡r ▼♦♥t❡✐r♦ ✕ ❘✐♦ ❞❡ ❏❛♥❡✐r♦ ✿ ❋●❱✱❊P●❊✱ ✷✵✶✵
✭❊♥s❛✐♦s ❊❝♦♥ô♠✐❝♦s❀ ✸✼✼✮
■♥❝❧✉✐ ❜✐❜❧✐♦❣r❛❢✐❛✳
Porque favorecer …
rmas nacionais?
Flavio M. Menezes and Paulo K. Mont eiro
EPGE/ FGV
Praia de Bot afogo 190 - 11o. andar
Bot afogo, Rio de Janeiro, RJ, 22523-900
Email: ‡avio.menezes@fgv.br and pklm@fgv.br
April 6, 2000
A bst r act
In t his paper we o¤er a rationale for the exist ence of preferences for domestic …rms in government procurement . When t he domestic …rm’s probability of complet ion of a government cont ract is larger than the foreign …rms probability of completion, t he government should favor domestic …rms in order t o maximize t he expect ed net bene…t of the project . We comput e the …rms’ equilibrium st rategies for a lowest -o¤er procurement auct ion. We also comput e numerically t he level of preferences t hat maximizes the government ’s net expect ed bene…t under di¤erent parameter values.
R esum o
mais barata. Neste caso calculamos numericament e o valor ót imo da margem de preferência para a empresa doméstica para valores dist in-t os dos parâmein-t ros do modelo.
1
I nt r odução
Compras Governament ais t em usufruido de um st at us especial no comércio int ernacional desde o acordo original do GATT em 1948. Na Rodada de Tóquio de 1979 alguns países decidiram negociar um Código sobre compras governament ais com o objet ivo de disciplinar est a área. Esse Código foi assi-nado por t odos os países da OCDE com exceção da Aust rália, Nova Zelândia, México, Turquia e Islândia.
Em janeiro de 1996 o Acordo sobre Compras Governament ais (AGP) sucedeu o ant igo Código no cont ext o da Organização Mundial do Comércio (OMC). Ent re os membros da OMC queassinaram o AGP incluem-seEst ados Unidos, União Européia, Canadá, Israel, Japão, Coréia do Sul, Noruega, Suiça e Aruba.
O AGP ext ende o Código ant erior que cobria apenas a compra de bens e serviços associados a esses bens (por exemplo, assist ência t écnica) pelo governo cent ral. No novo acordo são incluídas compras dos governos est ad-uais e municipais e de empresas mist as. Além disso o novo acordo cobre t ambém serviços (por exemplo, consult orias) e obras de const rução. No en-t anen-t o, o AGP não se aplica a en-t odos as compras governamenen-t ais mas somenen-t e a compras das inst it uições especi…cadas no Acordo e em valores acima de det erminados mont ant es. Essa list a de inst it uições é det erminada at ravés de um processo de negociação incluindo reciprocidade bilat eral. Est ima-se que o AGP cubra bens e serviços na ordem de R$ 600 bilhões por ano. (DFAT/ DAS,1996). O objet ivo do Acordo é assegurar que os fornecedores est rangeiros recebam o mesmo t rat ament o dado aos fornecedores domést icos. O AGP também visa est abelecer um grau de t ransparência nos procedimen-t os e práprocedimen-t icas relaprocedimen-t ivas às compras governamenprocedimen-t ais.
Segundo a imprensa, os EUA e a União Européia já anunciaram sua int enção de t ent ar t ornar o AGP um acordo mult ilat eral ent re os países membros da OMC. Concret ament e, est abeleceu-se um grupo de t rabalho no âmbit o da Associação de Livre Comércio das Américas (ALCA) com o objet ivo de discut ir compras governament ais.
com-pras governament ais é prat icada por vários países. Por exemplo, est udo da Comissão da Comunidade Européia, cobrindo Bélgica, França, Alemanha, It ália e Reino Unido, apont ou que o percent ual de compras do governo de fornecedores est rangeiros variava de 0,3% na It ália at é 3.8% na Alemanha. (Ver Branco, 1994). Os EUA aplicam uma margem de preferência de 6% para …rmas domést icas, enquant o que Aust rália, Canadá e Nova Zelândia aplicam, respect ivamente, margens de 20%, 10% e 10% para o cont eúdo domést ico das propost as. (Ver McAfee e McMillan, 1989).
A própria exist ência do AGP sugere que preferências a compras domés-t icas são indomés-t erpredomés-t adas como insdomés-t rumendomés-t os de prodomés-t eção à indusdomés-t ria nacional, da mesma forma que t arifas prot egem a produção nacional (Lowinger, 1976). Nest e art igo argument amos que a analogia ent re margens de preferências em compras governament ais e t arifas de import ação não é apropriada. Ao cont rário de t arifas, o est abeleciment o de uma margem de preferência para empresas nacionais pode maximizar o benefício esperado do governo.
Ressalt amos o carát er purament e normat ivo dest e art igo – não pret ende-mos est udar porque margens de preferências exist em mas sim o seus efeit os em t ermos do result ado da licitação. Ou seja, seus efeit os sobre o comport a-ment o dos licit ant es e sobre o benefício esperado do governo.
Analisamos nest e art igo uma sit uação na qual duas empresas, uma domés-t ica e uma esdomés-t rangeira, pardomés-t icipam de um processo de licidomés-t ação para a con-st rução de uma det erminada obra. No ent ant o, exicon-st e uma cert a
probabili-dade, diferent e para cada empresa, da obra não ser concluida.1 Assumimos
que t al probabilidade é maior para a …rma est rangeira. Por exemplo, o valor do projet o pode represent ar uma fração muit o maior do valor da empresa domést ica do que da empresa est rangeira. A empresa domést ica t ipicament e t eria mais a perder pela não conclusão do projet o do que a …rma est rangeira uma vez que a maior part e dos seus at ivos encontra-se no país ou porque o cust o de perda de reput ação pode ser maior, at é mesmo em t ermos de proibição de part icipar de out ras licit ações. No parágrafo ant erior já dest a-camos o carát er normat ivo dest e art igo. Aqui part imos do pressupost o que exist e est a assimet ria e est udamos as suas implicações.
1Exist em várias out ras int erpret ações possíveis. Por exemplo, podemos int erpret ar
Assumimos ainda a exist ência de out ro t ipo de assimet ria; cada empresa conhece o seu próprio cust o para complet ar o projet o mas não sabe o cust o da concorrent e. O governo t ambém não sabe o cust o das empresas. Se os cust os fossem conhecidos por t odos, bast aria o governo fazer uma ofert a do t ipo levar-ou-deixar para a empresa com o menor cust o levando em cont a a margem de preferência. Devido a essa assimet ria de informação o governo se ut iliza de um processo de licit ação onde a empresa com a menor propost a ganha.2
A aplicação da margem de preferência à propost a da …rma domést ica faz com que a …rma est rangeira se comport e de forma mais agressiva do que na ausência de preferência mas faz com que a …rma domést ica se comport e de forma menos agressiva. Sabemos da t eoria de leilões que quando a prob-abilidade de falência das duas empresas é a mesma (e em part icular zero como no caso t radicional de leilões), a margem de preferência que maximiza o benefício líquido do governo é zero. No ent ant o, quando a probabilidade de falência da …rma doméstica é inferior à est rangeira, o governo maximiza o benefício líquido ao est abelecer uma margem posit iva. Nest e caso, para um det erminado diferencial de cust o, o governo prefere que a empresa domést ica ganhe pois o preço maior é compensado por uma probabilidade menor de falência.
Apesar da import ância relat iva de compras governament ais – est ima-se que at ingam cerca de 10% do PIB (DFTA/ DAS, 1996) nos países da OCDE – exist em poucos est udos que objet ivam t ent ar ent ender o impact o da ex-ist ência de margens de preferências para empresas domést icas. McAfee e McMillan (1989) demonst ram que dar margem de preferência para …rmas domést icas é uma polít ica ót ima no caso em que as …rmas est rangeiras t en-ham vant agens comparat ivas e quando o governo está int eressado em mini-mizar o cust o esperado das compras governament ais. Nest e caso, a redução na propost a da empresa est rangeira mais do que compensa o aument o na ofert a da …rma domést ica em equilíbrio.
Esse argument o, no ent ant o, não é compat ível com a exist ência de mar-gens de preferência generalizadas uma vez que muito di…cilment e um país t eria desvant agens comparat ivas em t odos os set ores. O result ado de McAfee e McMillan implicaria numa sit uação na qual o governo deveria dar preferên-cia para …rmas est rangeiras quando as domést icas possuíssem vant agem com-parat iva. Esses aut ores demonstram ainda que se o governo quer maximizar
o bem-est ar domést ico (no qual inclue-se o lucro da empresa domést ica), en-t ão a empresa domésen-t ica deve sempre ser favorecida. Nosso ponen-t o de paren-t ida é que observamos a exist ência de preferências para …rmas domést icas mesmo em sit uações na qual o objet ivo do governo é explicit ament e o de maximizar o benefício esperado das compras governament ais.
Branco (1994), por sua vez, demonst ra que mesmo na ausência de van-t agens comparavan-t ivas, o governo deve favorecer empresas domésvan-t icas nas sua polít ica de compras sempre que o lucro da empresa domést ica for incluído na função bem-est ar do governo. Branco ainda caract eriza o processo de lic-it ação ót imo que envolve mecanismos baseados no leilão de Vickrey quando o ganhador é o part icipant e com a menor propost a mas o preço pago pelo governo é o da segunda menor propost a.
Por out ro lado, demonst ramos que a diferença ent re a probabilidade do projet o não ser complet ado pelas duas …rmas implica necessariament e que o governo deve dar uma margem de preferência para as empresas domést icas quando seu objet ivo é simplesment e maximizar o benefício líquido do projet o, sem levar em cont a o lucro da …rma domést ica. Muit as vezes o objet ivo explícit o, est abelecido em lei, das compras do governo (cent ral ou de empresas de economia mist a) é o de maximizar o benefício esperado por projet o.
Além disso, nosso objet ivo não é o de caract erizar o mecanismo ót imo mas sim de calcular o efeit o de margem de preferência quando o mecanismo ut ilizado é t al que a …rma com o menor cust o declarado ganha a licit ação sujeit o é claro ao cumpriment o das exigências t écnicas. Esse mecanismo é o mais comument e empregado em processo de licit ações e em muit os países é det erminado por lei.
2
O M odel o
Suponha que duas …rmas, uma domést ica (d) e uma est rangeira (e),
dis-put am um processo de licit ação. O governo est á licit ando uma det erminada
const rução que quando complet a t erá um valor V para a sociedade. O
gov-erno usa um mecanismo onde a …rma que submet e a menor propost a ganha o processo de licit ação e recebe do governo o equivalent e ao seu lance. No
ent ant o, a …rma domést ica t em uma margem de preferência igual a ¿· 34.3
Ou seja, se a …rma domést ica submet e uma propost a igual a p e a …rma
est rangeira submet eq, o ganhador é det erminado pelo mínimo ent re(1¡ ¿)p
eq. Caso (1¡ ¿)p < qa …rma domést ica ganha a concorrência e recebep
do governo. Caso(1¡ ¿)p > qa …rma est rangeira ganha a concorrência e
recebeqdo governo.
Cada …rma sabe exat ament e quando lhe cust aria complet ar o projet o mas sabe apenas a dist ribuição do cust o da …rma adversária. Em part icular, o cust oci da …rmai ; i = d; e, é det erminado por uma amost ra independent e da
dist ribuição uniforme no int ervalo[0; 1]:Assumimos que exist e uma
probabil-idade, de…nida exogenament e, de que a empresa ganhadora da concorrência decret e falência ant eriorment e à conclusão da obra. No caso de falência a
obra não é complet ada mas a empresa é paga.4
A …rmai ; i = d; e;vai a falência com probabilidade®i:Supomos que®d<
®e:Conforme ressalt amos na int rodução, est e art igo é purament e normat ivo. Nest e art igo nos propomos a est udar o efeit o do est abeleciment o de uma margem de preferência para a …rma domést ica no benefício líquido esperado pelo governo na preseça de t al assimet ria exist a. Por exemplo, essa assimet ria pode exist ir porque a empresa domést ica t em uma parcela maior dos seus at ivos (mesmo corrigindo por t amanho) localizados no país do que a …rma est rangeira.
Assim, o lucro esperado da …rma domést ica, quando est a possui cust o
cd, submet e uma propost a p, e dado que a …rma est rangeira submet e uma
propost a de acordo com a funçãoq(:);é igual a:
¼d(cd; p; q(:)) = (p¡ cd) Pr [(1¡ ¿)p < q(ce)]
ondecet rat a-se de uma variável aleat ória do pont o de vist a da …rma
domés-t ica. De forma análoga, o lucro esperado da …rma esdomés-t rangeira, quando esdomés-t a
possui cust o ce, submet e uma propost a q, e dado que a …rma domést ica
submet e uma propost a de acordo com a funçãop(:); é igual a:
¼e(ce; q; p(:)) = (q¡ ce) Pr [q < (1¡ ¿)p(cd)]
onde cd t rat a-se de uma variável aleat ória do pont o de vist a da …rma
es-t rangeira. Na próxima seção calculamos as proposes-t as feies-t as pelas duas em-presas em equilíbrio.
4Alt ernat ivament e poderíamos assumir que a empresa recebe apenas uma part e do
3
O Equil íbr io com m ar gem de pr efer ênci a
Primeiro vamos analisar o jogo do pont o de vist a da …rma domést ica que assume que a …rma est rangeira usa uma est rat égiaq(¢), que possui cust ocd
e que dá um lance p ¸ 0: Sua ut ilidade esperada no caso da dist ribuição
uniforme é dada por
Á(p) = (p¡ cd) Pr ((1¡ ¿) p < q(ce)) = (p¡ cd) ¡
1¡ q¡ 1((1¡ ¿) p)¢: (1)
A condição de primeira ordem parapé obt ida a part ir da di¤erenciação de
1 com relação ap:
Á0(p) = 1¡ q¡ 1((1¡ ¿) p)¡ (p¡ cd) ¡
q¡ 1¢0((1¡ ¿) p) (1¡ ¿) = 0: (2)
Em equilíbriop = p (cd): Assim obt emos que
q¡ 1((1¡ ¿) p (cd)) + (1¡ ¿) (p(cd)¡ cd) ¡
q¡ 1¢0((1¡ ¿) p (cd)) = 1 (3) De modo análogo obt emos a condição de equilíbrio para a …rma est rangeira se a …rma local usap (¢) :
p¡ 1
µ
q(ce)
1¡ ¿
¶
+ (q(ce)¡ ce) 1¡ ¿
¡
p¡ 1¢0
µ
q(ce)
1¡ ¿
¶
= 1: (4)
O sist ema (4,3) pode ser t ransformado num sist ema de equações diferenciais em(p¡ 1; q¡ 1). No present e caso é mais fácil t ent ar encont rar solução linear
p (x) = ax + b; q(y) = gy + d:
Subst it uindo em (4) t emos
1
g((1¡ ¿) p (cd)¡ d) +
(1¡ ¿) (p(cd)¡ cd)
g = 1: (5)
Resolvendo: p(cd) = ¡ 12d+ g¿¡ 1+ cd2, obt emosa = 12 eb = 2(1¡ ¿)d+ g : Subst it uindo em (3) t emos que
q(ce) =
(a + b) (1¡ ¿) 2 +
ce
Logo g = 12 ed = (a+ b)(1¡ ¿)2 : Resolvendo o sist ema de equações obt emosd =
3¡ 2¿
6 eb =
3¡ ¿
6(1¡ ¿):Port ant o t emos as seguint es est rat égias como candidat os à
equilíbrio
½
p (cd) = cd2 + 6(1¡ ¿)3¡ ¿
q(ce) = ce2 + 3¡ 2¿6 ;
que foram obt idas a part ir das condições de primeira ordem. De fat o o sis-t ema de essis-t rasis-t égias acima não é um equilíbrio conforme essis-t abelecemos na proposição abaixo. A razão é que a solução do sist ema de equações diferenci-ais ignora as rest rições econômicas ao problema. Por exemplo, em equilíbrio não podemos t er as …rmas oferecendo preços superiores ao cust o máximo possível ou inferiores aos seus cust os. Assim a solução propost a acima será válida soment e para part e do domínio como explicaremos a seguir.
P r op osição 1 Suponha que no caso de empate a preferência seja pela …rma local. O equilíbrio em estratégias puras da licitação com margem de prefer-ência é dado por
8 > > > < > > > :
p (cd) = min n
cd
2 +
3¡ ¿ 6(1¡ ¿); 1
o
q(ce) = 8 <
:
3¡ ¿
6 if 0· ce·
¿ 3 ce 2 + 3¡ 2¿ 6 if 1
3¿· ce· 1¡ 4 3¿
1¡ ¿ if 1¡ 4
3¿· ce· 1:
0.6 0.8 1
p(.)
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
c
0.6 0.8
q(.)
0 0.2 0.4 c 0.6 0.8 1
Figure 2: Est rat égia da Firma Est rangeira (¿ = 0:2)
P r ova. Suponhamos que a …rma est rangeira jogue de acordo comq(¢):
Not e queq(1) = 1¡ ¿ < 1: Se a …rma local der um lance 3¡ ¿
6(1¡ ¿) · x · 1:
Temos
Á0(x) = 1¡ q¡ 1((1¡ ¿) x)¡ (x¡ cd) ¡
q¡ 1¢0((1¡ ¿) x) (1¡ ¿) = 1¡ 2
µ
x (1¡ ¿)¡ 3¡ 2¿
6
¶
¡ 2(x¡ cd) (1¡ ¿)
= ¡ 4 (1¡ ¿) x + 2¡ 2
3¿ + 2 (1¡ ¿) cd
Ent ão Á é maximizada com x = cd
2 +
3¡ ¿ 6(1¡ ¿) se
3¡ ¿ 6(1¡ ¿) ·
cd
2 +
3¡ ¿ 6(1¡ ¿) ·
1. Ist o é 0 · cd · 13¡ 3+ 5¿¡ 1+ ¿ Se cd2 + 6(1¡ ¿)3¡ ¿ > 1 ent ão x = 1: Port ant o
p (cd) = min n
cd
2 +
3¡ ¿ 6(1¡ ¿); 1
o
: Suponhamos agora que a …rma local jogap (¢)
e encont remos a melhor resposta da …rma est rangeira. A receit a esperada,
Ã, da …rma est rangeira é
à = (q¡ ce) Pr µ
q
1¡ ¿< p (cd)
¶
:
Seq > 1¡ ¿ent ãoq=(1¡ ¿) > 1 = p (1) e port ant oà (q) = 0: Seq· 1¡ ¿
ent ão sem perda de generalidadeq¸ cepoisPr
¡ q
1¡ ¿ < p (cd) ¢
> 0emaxqø
e o máximo é zero. Suponhamos agorace< 1¡ ¿: Podemos supor q· 1¡ ¿:
E sem perda de generalidade podemos supor q ¸ (1¡ ¿) p(0) = 3¡ ¿
6 : Se
3¡ ¿
6 · q· 1¡ ¿ent ão
à = (q¡ ce) µ
1¡ p¡ 1
µ
q 1¡ ¿
¶ ¶
= (q¡ ce) µ
1¡ 2
µ
q 1¡ ¿¡
3¡ ¿ 6 (1¡ ¿)
¶ ¶
=
¡ 2 q
2
1¡ ¿+
µ
2ce
1¡ ¿+ 1 +
6¡ 2¿ 6(1¡ ¿)
¶
q¡ ce+
ce(¡ 6 + 2¿)
6¡ 6¿ :
AssimÃ0(q) = ¡ 1¡ ¿4q + 2ce
1¡ ¿+ 1+
6¡ 2¿
6(1¡ ¿):ComoÃ
00< 0a condição de primeira ordem é su…cient e. Resolvendo obt emosq = ce2 + 3¡ 2¿6 :A desigualdade3¡ ¿6 ·
ce
2 +
3¡ 2¿
6 · 1¡ ¿, é equivalent e à
1
3¿· ce· 1¡ 4
3¿: Em resumo
q(ce) = 8 <
:
3¡ ¿
6 if 0· ce·
¿ 3 ce 2 + 3¡ 2¿ 6 if 1
3¿· ce· 1¡ 4 3¿
1¡ ¿ if 1¡ 4
3¿· ce· 1:
Not e que o equilibrio só est á de…nido para ¿ < 3=4 pois ¿=3 < 1¡ 4¿=3.
Pode-se ver por exemplo quepd para¿ = 3=4 nao é equilibrio. .
4
M axi m izando o b enefício líquido esp er ado
do gover no
Nest a seção assumimos que o governo quer escolher o nível de preferência
para a …rma domést ica de forma a maximizar o benefício líquido do pro-jet o. Assumimos que o risco do propro-jet o não ser complet ado é int eirament e do governo, ou seja, o governo paga pelo projet o mesmo que esse não seja complet ado. Post eriorment e discut iremos as consequência de out ras alt erna-t ivas.
Assim, o governo seleciona o nível de preferências, ¿; para maximizar o
benefício líquido do projet o. Ou seja, o problema do governo é dado por
max
¿ W (¿) = E £
I(1¡ ¿)p· q((1¡ ®d)V ¡ p) + I(1¡ ¿)p> q((1¡ ®e)V ¡ q) ¤
Ondepeqsão as propost as em equilíbrio det erminadas na seção ant erior eI
preferência) é menor do que a propost a da …rma est rangeira, o governo recebe
o benefício V com probabilidade (1¡ ®d) e paga a …rma domést ica a sua
propost apindependent ement e da conclusão do projet o. No event o em que a
propost a da …rma est rangeira é menor do que a propost a da …rma domést ica
(incluindo a preferência), o governo recebe o benefício V com probabilidade
(1¡ ®e) e paga a …rma est rangeira a sua propost aqindependent emente da
conclusão do projet o. A expressão acima pode ser reescrit a da seguint e forma:
W (¿) = (1¡ ®e)V ¡ E [q] + E £
I(1¡ ¿)p· q((®e¡ ®d)V + q¡ p) ¤
(7)
O seguint e lema det ermina os int ervalos de int egração relevantes para obt ermos os valores esperados acima. A demonst ração é imediat a e port ant o será omit ida.
L em a 2 (1¡ ¿)p· qse e somente sex ¸ 3¡ 3t3¡ 5t ey ¸ 3¡ 4t3 ou x < 3¡ 5t3¡ 3t e
3x(1¡ ¿) + ¿· 3y ondex é a variável de integração para a …rma doméstica
ey a variável para a …rma estrangeira.
Assim temos que
E [q] =
Z 1
0
q(y)dy (8)
E [I(1¡ ¿)p· q(®e¡ ®d)V ] = (9)
(®e¡ ®d)V " Z
x ¸ 3¡ 5t3¡ 3t;y¸ 3¡ 4t3
dxdy +
Z
x <3¡ 5t3¡ 3te3x (1¡ ¿)+ ¿· 3y
dxdy
#
E£(q¡ p)I(1¡ ¿)p· q ¤
= (10)
Z
x ¸ 3¡ 5t3¡ 3t;y¸ 3¡ 4t3
(1¡ ¿¡ 1)dxdy +
Z
x<3¡ 5t3¡ 3te3x (1¡ ¿)+ ¿· 3y
(q(y) ¡ p(x))dxdy
P r op osição 3 O problema do governo é caracterizado por
M ax
¿ (1¡ ®e)V ¡
27¡ 12¿¡ 15¿2
36 + (®e¡ ®d)V
¿2¡ 6¿ + 9
18¡ 18¿ + 135¡ 135¿ + ¡ 99¿2+ 106¿3
324(1¡ ¿) ¡
27¡ 27¿ + 9¿2¡ 17¿3
81(1¡ ¿)2
O valor ót imo de¿é obt ido derivando-se a expressão acima com relação
à margem de preferência. Em geral, como t rat a-se de um polinômio, t emos várias raízes (possívelment e algumas imaginárias). No ent ant o, podemos calcular a solução para valores especí…cos dos parâmet ros como fazemos na t abela abaixo. Além disso, t emos o corolário que est abelece que quando as probabilidades de falência das …rmas domést ica e est rangeira são idênt icas a margem de preferência ót ima é igual a zero.
Cor ol ár i o 4 O nível de preferência ótimo quando ®d= ®e é igual a zero.
N ível de P r efer ência e B enefíci o L íqui do Ót im os par a D ifer ent es Par âm et r os
®d= 0;02 ®e= 0;08
®d= 0;02 ®e= 0;16
®d= 0;05 ®e= 0;15
®d= 0;05 ®e= 0;20
®d= 0;10 ®e= 0;15
®d= 0;10 ®e= 0;20
V = 2 W = 1;2336¿= 0;0298 W = 1;1551¿= 0; 0691 W = 1;1342¿= 0;0496 W = 1;0853¿= 0;0741 W = 1;0835¿= 0;0249 W = 1;0342¿= 0;04 97 V = 2; 2 W = 1;4237¿= 0;0327 W = 1;3374¿= 0;0761 W = 1;3144¿= 0;0544 W = 1;2608¿= 0;0815 W = 1;2586¿= 0;0274 W = 1;2044¿= 0;0544 V = 2; 4 W = 1;6138¿= 0;0356 W = 1;5198¿= 0;0827 W = 1;4946¿= 0;0593 W = 1;4362¿= 0;0888 W = 1;4336¿= 0;02 98 W = 1;3746¿= 0;0593 V = 2; 6 W = 1;8039¿= 0;0385 W = 1;7023¿= 0;0897 W = 1;6748¿= 0;0642 W = 1;6118¿= 0;0963 W = 1;6087¿= 0;0324 W = 1;5448¿= 0;0642 V = 2; 8 W = 1;9939¿= 0;0418 W = 1;8848¿= 0;0968 W = 1;8551¿= 0;0691 W = 1;7873¿= 0;103 6 W = 1;7838¿= 0;0347 W = 1;7151¿= 0;0691 V = 3; 0 W = 2;1840¿= 0;0459 W = 2;0673¿= 0;1036 W = 2;0353¿= 0;0742 W = 1;9630¿= 0;1110 W = 1;9588¿= 0;0372 W = 1;8853¿= 0;0742 V = 3; 2 W = 2;3741¿= 0;0477 W = 2;2499¿= 0;110 4 W = 2;2156¿= 0;0790 W = 2;1386¿= 0;1184 W = 2;1339¿= 0;0396 W = 2;0556¿= 0;0790 V = 3; 4 W = 2;5642¿= 0;0509 W = 2;4325¿= 0;117 5 W = 2;3959¿= 0;0839 W = 2;3144¿= 0;1261 W = 2;3090¿= 0;0423 W = 2;2259¿= 0;0839 V = 3; 6 W = 2;7543¿= 0;0535 W = 2;6152¿= 0;124 7 W = 2;5762¿= 0;0888 W = 2;4901¿= 0;1334 W = 2;4840¿= 0;0445 W = 2;3962¿= 0;0888 V = 3; 8 W = 2;9445¿= 0;0568 W = 2;7979¿= 0;1314 W = 2;7566¿= 0;0938 W = 2;6660¿= 0;1411 W = 2;6591¿= 0;0472 W = 2;5666¿= 0;0937 V = 4; 0 W = 3;1346¿= 0;0593 W = 2;9807¿= 0;138 4 W = 2;9369¿= 0:0989 W = 2;8418¿= 0;1486 W = 2;8342¿= 0;0497 W = 2;7369¿= 0;0 989
t ambém dobra. Por out ro lado, quando mant emos o valor do benefício brut o do projet o const ant e e aument amos a diferença ent re as probabilidades de falência das …rmas domést ica e est rangeira, a margem ót ima de preferência aument a mais do que proporcionalment e.
Alt ernat ivament e poderíamos assumir que o governo só paga part e¯ do
projet o no caso de falência. Para ver porque as est ratégias de equilíbrio podem mudar suponha que o cust o é incorrido ant eriorment e à resolução da variável aleat ória®d;ou seja, a …rma incorre o cust o ant es de saber se vai falir ou não. Nest e caso, a função de lucro esperado da …rma domést ica mudaria para
¼d(cd; p; q(:)) = E [(¯ p®d+ p(1¡ ®d)¡ cd)I(1¡ ¿)p< q(ce)]
A maximização da função acima vai implicr numa condição deprimeira ordem diferent e da obt ida na seção ant erior e port ant o o equilíbrio será diferent e. No ent ant o, qualit at ivament e os result ados seriam semelhant es e a margem de preferência ót ima seria det erminada pela maximização do benefício líquido do governo det erminado da seguint e forma
max
¿
¹
W (¿) = E£I(1¡ ¿) ¹p· ¹q((1¡ ®d) (V ¡ p)¹ ¡ ®d¯ ¹p) + I(1¡ ¿) ¹p> ¹q((1¡ ®e) (V ¡ q)¹ ¡ ®e¯ ¹q ¤
onde p¹ e q¹ denot am as novas est ratégias de elaboração de propost as em
equilíbrio.
Finalment e, vale dest acar que se a função objet ivo incluísse t ambém o lucro da …rma domést ica, ent ão t eríamos uma razão a mais para a exist ência de uma margem de preferência para a …rma domést ica mesmo na ausência de diferenças signi…cativas ent re as probabilidades de falência das …rmas domést ica e est rangeira.
5
Concl usão
como uma variável que captura o grau de compromet iment o da …rma com o país. Tal compromet iment o pode surgir pois os acionist as da …rma são resident es no país ou porque part e signi…cat iva dos at ivos da empresa est ão localizados no país.
R efer ences
[1] Branco, F., 1994, “ Favoring Domest ic Firms in Procurement Cont ract s,” Journal of I nternational Economics 37, 65-80.
[2] DFTA/ DAS, 1995, “ Aust ralia and t he WTO Agreement on Government Procurement : A Commonwealt h Discussion Paper.” Camberra, Aust ralia.
[3] Lowinger, T. C., 1976, “ Discriminat ion in Government Procurement of Foreign Goods in t he U.S. and West ern Europe,” Southern Economic Journal 42, 451-460.