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Diferenciação salarial na indústria brasileira

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Academic year: 2017

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(1)

J

I

I

I

I

I

(2)

I

I

(3)

-I

FVtlDM;ÃO GETÚLIO VARGAS

DIFERENCIAÇÃO SALARIAL liA INDÚSTRIA

BRASILEIRA

TESE SUB!iETIDA À CONGREGAÇIiO DA

ESCOLA DE P6S-GRADUAÇAO EM ECONOMIA (EPGE)

DO I1ISTITUTO BRASILEIRO DE ECOJIOMIA

PAP~ OBTENÇIiO DO GRAU DE

DOUTOR EM ECONOlHA

POR

JOSÉ CLÁUDIO FERREIRA DA SILVA

RIO DE JANEIRO, RJ

(4)
(5)

FUNDACAO

GETOllO

VARGAS

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EPGE/IBRE ;

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TESE DE

DOUT·:::: RADO

APRESENTADA

À

EPGE

1

(6)

ESCOLA DE POS - GRADUAÇÃO EH ECONmUA

DO INSTITUTO BRASILEIRO DE ECONmUA

DA FUNDAÇÃO GETOLIO VARGAS

C I R C U L A R N9 22

Assunto : Defesa Pública de Tese de

Doutoramen to

Comunicamos formalmente à Congregação da Escola que

está marcada para dia 28 de julho de 1983 (5a . feira) , às 15 : 30h , no

Auditório Eugênio Gudin (109 andar) , a apresentação e defesa públi

-ca da Tese de Doutorado , intitulada tl DIFERENCIACÃO SALARIAL NA IN

-DUSTRIA BRASILEIRA ", do candidato ao t itul o de Doutor em Economia ,

José Cláudio Ferreira da Silva.

Remetemos , em anexo , aos membros da Congregação , có

-pia da súmula da referida Tese para que se j a apreciada pelos Profes

sores desta EPGE .

A Banca - Examinadora " ad hoc " designada pela Escola s~

rã composta pelos doutores: Raul José Ekerman (Presidente) , Uriel

de Magalhães , Fernando de Holanda Barbosa e Paulo Rabello de castro .

Com esta convocaçao oficia l da Congregação de Profes

sares da Escola , estão ainda convidados a participarem desse ato a

-cadêmico todos os alunos da EPGE , interessados da FGV e de outras

instituições .

Rio de Janeiro, 27 de junho de 1983 .

,Á....{L~

riO -

Henriq~en

(7)

ESCOLA OE PÓS.GRAOUAÇÃO EM ECONOMIA OA FUNOAÇÃO GETULIO VARGAS PRAIA DE BOTAFOGO. 190/ 10 .0 ANDAR RIO DE JANEIRO _ BRASIL _ CEP 22_ 2 ~0

L A U O O

Tendo examinado a Tese de Doutorado de JOS~ CLAuDIO

FER-REIRA DA SILVA, intitulada " Diferenciação Salarial na Indús

-tria Brasileira" , considero se tratar de um trabalho que esp~

lha o uso adequado do instrumental de análise econômica, ten

-do si-do realiza-do da forma mais abrangente possível, a ponto

de oferecer uma clara visão geral do tema tratado. Em parti

-cular, louvo a competência e argúcia reveladas pelo candidato

na abordagem do tema.

Assim, tendo em vista a importância desse tema e o grande

esforço de análise realizado pelo candidato , considero sua Te

-se aprovada e atribuo-lhe o grau 10 , 0 (dez).

,,-4 Forma to lnt'!mactona l 210x297mm

Rio de Janeiro, 28 de julho de 1983 .

Uriel de Ma aI aes

(8)

ESCOL.A DE PÓS.GRADUAÇÃO EM ECONOMIA DA F UNDAÇÃO GETULIO VA RGAS PRA IA DE 80TAFOGO. 190/10.<> ANQAR RIO DE .JA NEIRO · BRASIL . CEP 22.2 ~0

LAUDO SOBRE TESE DOUTORAL

Como integrante da Banca Examinadora , designado pela

EPGE para julgar a tese doutoral , intitulada " DIFERENCIAÇÃO

SA-LARIAL NA INDOSTRIA BRASILEIRA " do candidato ao t í tulo , Sr. JOS~

CLÂUDIO FERREIRA DA SI LVA , apresento as seguintes ponderações que

justificam meu voto e grau:

1) O autor apresentou os níve i s de autonomia de pesquisa e prof~

ciência acadêmica requeridos para o grau a q ue se candidata ;

2) O tema escolhido f oi desenvolvido a contento , dentro dos

pa-drões metodo lógicos convencionais ;

3) Os resultados obtidos , embora cingindo - se à reprodução de ob

-servações já r egistradas em pesquisas anteriores , são úteis

para reforçar conceitos econômicos centrais nas áreas da eco

-nomia do t r abalho , e da teoria do capita l humano em ~cular .

Assim , e nessas condições , sou de parecer que a refe

rida Tese seja aprovada e outorgado o t í tulo pretendido pelo can

didato e autor deste trabalho , atribuindo - lhe a nota ou grau

10 (dez).

,,-4 Formato Intemadonal 1I0XZll1mm

Rio

d~~:O

de 1983

/ P A j ; RABELLO DE CASTRO ---..

(9)

ESCOLA OE PÓS _GR A OUAÇÃO E M ECONOMIA DA FUND A ÇÃO GETULIO V ARG A S

PRA IA Oe: eOT A FOGO. 100/10.0 ANDAR RIO DE .J A NEIRO . BRASIL. C E:P 22 .2:)0

LAUDO SOBRE TESE DOUTORA L

Como integrante da Banca Ex aminado r a , designado pela

EPGE para ju l gar a tese doutoral , i nt i tulada " DIFERENCIAÇÃO SA

LARIAL NA I NDOSTRIA BRASILEIRA" , do candidato ao título, Sr . JQ

sé Claudio Ferreira da Si l va , . aoresento as seguintes pondera

-çoes que justificam meu voto e grau :

1) O autor demonst r a conhecer a teoria relevante para o assunto

tratado e utiliza o instrumental estat í stico adequado p ara

p r oceder a um estu do emp ír ico bastante elaborado ;

2) O autor contr ibui para um melhor conhecimento de um setor

bastante importante da economia b r asile ira .

Assim e nessas condições , sou de parecer que a

refe-r i da tese seja aprov ada e outorgado o título oretendido pe lo

candidato e autor deste trabalho , atribuindo - lhe a nota ou

grau I n (dez) .

A-t FormatO I nterna ciona l

210x H l mm

Rio de Janeiro , 28 de julho de 1983

~:..,,,.,?,

tA

& ~

'/0.'--Fe r nando de ~nda Ba r bosa

(10)

ESCOLA OE PÓS_GRAOUAÇÃO EM ECONOMIA O A FUNOAÇÃO GETULI O VARGAS PRA IA DE eOTAFOGO, 100110.<> ANDAR RI O DE J ANE IRO . BRA SIL _ CEP 22.2:)0

LAUDO SOBRE TESE DOUTORAL

Como integrante da Banca Examinadora , design~

do p e la EPGE para julgar a tese doutoral, intitulada " DIFEREN

CIAÇAo SALARIAL NA INDOSTRIA BRASILEIRA", do candidato ao

tí-tulo, Sr. JOS~ CLAUDIO FERREIRA DA SILVA, apresento as segui~

tes ponde rações que justificam meu voto e grau:

1) A tese traz aspectos novos, nunca antes abordados em estu

dos de diferenciação salarial.

2) Estes novos aspectos contribuem significativamente para a

melhor compreensão da realidade econômica brasileira .

3) O candidato demonstrou, além de originalidade, competência

e pertinácia no tratamento teórico e empíriCO do assunto.

Assim e nessas condições , sou de parecer que

a referida Tese seja aprovada e outorgado o título pretendido

pelo candidato e autor deste trabalho, atribuindo-lhe a nota

o u grau la (dez).

...

A--t Formato In ternacio nal 21ctx:tTmm

Rio de Janeiro , 28 de julho de 1983 .

Raul Jose Ekerman Professor da EPGE e

(11)

S.10 muitcls ,J:; peSSOilr- " qUt~lrJ devo agr ad(~eer .

Ini cia l menle , SQU p .. , ~.,t.iC'IJ.l~'mr.n·I(: r.,rut os aos Professores

Raul Ekerman . Uriel de 1-1à13<ll hÕl?s , fCJ'll'Jndn llolanda e Paulo Rübel

-lo de Castro , membro::; d..1 Corili~~~âo de Tesc , pelu orientação e est f

mu lo pres entes em todas as fa50_s do t n:il> a lho .

Mi chal Garl<:nkraut, Superinlendente do IHP:CS , pro porcio

-nou - me o indispensável apoiQ institucional .

Meus co lega:=; do 1n5t1 lulo de Pesqu i sas do IPEA, Rer,is 80

-nel li , Puul o Vieira di) Cunha e cláudio Considera , as sim corr,o o

Prof . Jo sé Márcio Camargo dil PUC!RJ , sempre se mostraram disp05

-to s ã discutir os problemas que e m diversos etapas surgir am .

Os eX - COlegas de EPGE, Helson Braea e Carlos Al exand re

Tar·din Costa , alé" de discutirem cornir,o diversas partes do traba

-lho, permitira m-me cont ar com as informações esta tí sticas necessá

ria s a sua elabo raç do .

As analista s de Sistemas Ca rme m Falcão Argola e An a Isa

bel da Costa Ha rtin s realizaram com muita e ficiência os trabaihos

computacionais .

As estudantes de econom1a , r ernanda Falbo Bandeira de Me

lo c Lúcia Maria Navcgan tes de Oliveira e Jandira de Cás s ia do

Ca rmo f oram assistentes extremamente eficientes nas diferentes ta

refas do trabalho .

Fin almente , a Economi sta Ro sa i'laria de Castro , companh ei

ra e primeira leitora de todos os originais , teve sempre a s

pala-vras de in centivo ã continuidade nos momentos em que a de sistên

-cia do trabalho parec ia a melh or alternai·i va .

A todos , meus muis sinceros agradecimentos .

(12)

r

ti D I C E

1 . Introdução

2 . Fatores Determinantes dos Sal.J.pios Individuais

2 . 1 - A Visão 'fI'adicional

2 . ? - Caract8rísticas Individuais

2 . 3 - Características Llllpresariais

2 . 4 - Características Setoriais

2 . 5 - Características Regionais

2 . 6 - A Equação Estrutural dos Salários

3 . O Hodelo Empírico

3 . 1 - Fontes dos Dados

3 . 2 Descrição das Variáveis

3 . 3 - Especificação do l1odelo

4 . Anális e dos Resultados

11 . 1 - Total da Indústria

4 . 2 - Desagregação Regional da Amostra

4 . 3 - Desaepegação Setorial da Amostra

4 . li - Sub- amostras para trabalhadores sem e com Educação formal

4.5 - Análise dos Resultados para Variáveis r1édias

5 . Conclusões

Anexos

A . Medidas da Produtivi dade do Trabalho

B. Medidas de Desempenho Empresarial

C. Hedidas de Grau de Concentração_Industrial D. Medidas do Poder Sindical

Bibliocrafia

I I

1

4

4

4

17

20

27

29

3'1

34

40

76

83

83

111

1111

121

126

179

130

15"

178

189

(13)

}'lln '~'ÕCs Sal.í )"·jCls Incli vi dU<Jj s p,1r'ü 0 Total do Indústria

T<Jb01d 1 - C"'lI'dcterL;t iCCiS Tndividuais (especificação

l j near)

Tal.1(' 1 a 2 - Car'il.c t er'ís t ir:ds Individuais ( especlficação

logar í t,:úca)

'l'.::hclcl 3 - Caract.er í sti CilS I:rrpresAriais (especificação

linear)

Ta hela 4 - Cardcterls ticas Emppesariais (especificação

logarítmica)

Tab ela 5 - C:lracterlstjcas SeV;riais , Regionais e Não

-86

98

91

92

Individuais (especific açio linear) 95

Tü bcJa 6 - Ca!'cJctct'ísticas Setoriais , Regionais e Não

-Individuais (especificação IOBarítmica) 96

Tabela 7 - Características Individuais ) r:mpresariais

Setoriais e Regionais (especificação linear) 99

Tabela 9 - f'lodelo Geral (especificação linear) 106

'fab elil 10 - Hoàe10 GC1"al (eSIJecifico.ç.J:o ] ·.J garítmica)

11d t1"izes de Coeficientes de COr'1"elação Simples entre as

Variaveis

Tabela 8

-Tabela 11

Tabela 18

-Modelo Geral (especi ficação

t~odelo Geral (especificação Va riáveis r'léd ias a nível de

caça0 logarítmica)

llnear}

logarítmica)

Setor ( especifi

-Funçõ~s Salários Individuais para a Desagreeação Reeional

da Amostra

Tabela 12 - Hodelo Gera] (especificação logarítmica)

Funç ões Salários Individuais para a Desagregação Seto1"ial

da Amostra

108

101

109

125

112

Tabela 13 - Cc11'dcterísticas Individuais (e speci ficaçã o lo 115

earítmica)

Tabela 111 - CclI'dcter í stic.Js Não - Individuais ( especificução

lO!"arítmica)

T<.1bcL, 15 - l'l odelo Geral (e specificação logarítmica)

III

116

(14)

Funç'õcs Salários Individuais para as Sub - i.lmostras dos traba

lhadorcs sem c com Educaç.lo formal

Tabela 16 - l1odelo Geral (especifjcôção Jogarí tmica )

funções Salários Méd:ios para o TotaJ da Indústl~ia

Tabela 17 - ~ lodelo Geral (especifi.cação logar í tmica )

IV

120

(15)

1. IIITRODUÇÃO

o

interesse pela questão dos diferenciais de

salá-ri os justifica-se por suas múltiplas rel açõ~s sociais e economl

cas a ponto de torná -l os o elo final das estruturas

hierárqui-cas nas sociedades modernas. Essa hierarquização , que se lDlCla

na organização da produção, estende - se ao modo de vida das

pes-soas, determinando os níveis de bem- estar por elas atingíveis .

Nes se trabalho, estuda-se a diferenciação dos

salários na indústria brasileira pelo ângulo das variáveis ecor,ômi

-cas que poàem explicá- la "ex- post". Considera- se que) no caso

-brasileiro, as diferenças salariais podem ser estudadas a

par-t i r de quapar-tro grupos de variáveis caracpar-teríspar-ticas: as "jndividu

ais, as empresarlals, as setoriais e as regionais .

Não se procura identificar as causas formadoras des

-sas características, o que somente pode~ia ser feito em estudo

multidisciplinar significati vamente malS pretensioso que eSLe .

Assim, nao se pretende discutir questões importantes como as ra

zoes que causaram as enormes disparidades de formação educacio

-nal obaservadas na população brasileira . Tampouco . se deseja

(16)

2

dis cuti r as raízes da estrutura da produção industrial hoj e e

-xis tente ou das disparidades r egionais tão facilmente notávei s .

Partin do do fato de que as diferenças de salários exis

tem e sac elevadas , deseja - se verificar qu ais as variá ve i s rele

vant es na explicação dessa dif erenciação .

No cap í tulo 2, trata - se teoricame n te da

diferencia-çao dos sa lários , resenhando as mais expressivas contribuições

acad êmicas ao assunto nas últi mas décad as . Inicia- se resumi ndo

a vi são tradi cional da determinação dos salários , discute - se a

contribui ção da ,teoria do capital humano e das ch amadas hipót e

-ses estruturalistas e conclui - se o capítulo apresentando o mede

10 t eórico adotado .

No capít u lo 3 dese nvo lve - se o modelo empírico,

lnl-c i ando - se pela apresentação d as fontes dos dados uti lizados ; a

seguir descreve - se as variáveis usadas e suas alternativas de

mediç ão , concluindo- se o cap í tul o com a especificação do modelo

, .

emplrlco t estado .

o

capítulo 4 apres enta os principais r esultados en

(17)

3

obtidas da desagr'cnação da amostra-bc1se segundo diferentes cri

térios .

Finalmente , no capí tulo 5 sao resumidas as princi

(18)

2 . FATOIO::S J)['!'U{J! I lIAln'L~ !lOS SALÁRrOS INllJ VIIJUAIS

2.1 . A Vi s50 Tradicional

T!'udicioll.:llmcntc, o mercado de truba]ho

é

tr,J:ta

-do como qualquer ou "tro, equ.i.l j brando-se pela ieua1ução das

força s dc ofer'tél e demanda do produ to , no caso o trabalho.

Para a economia comO um todo , o nível médio de

salários depende da quantidade de t:rabulho empregada ) It cetcris

paribu s t1

• A demanda de trabalho, derivada de umu funç.Jo de

produção agregada de curto prazo,

é

uma função que rela cio

-na negativ amente o nível médio de salários com a quantidec e

de emprego e a oferta de trabalh o , derivada das preferên cjas

indi viduais entre renda e laz er ,

ê

uma. função que as

relacio-na positivame nte , em ambos os casos , mantidos inal·ter2cl os

seus demais condicionantes .

Embora a noçao de me>rcado de 1::rêibaJho ar;rer,ado

seja usual em estudos macroeconômicos , onele encontra sua uti

,

lidade, nenhum interesse desperta quando a preocllpaçao cen

-traI e o estudo da estrutura salar i al . Nesses casos , o mer

caclo a[';r-eg<:ldo e dividjc10 segundo "t ipos II de trab.:tlho semc

-lhc1-.11"lCS - cnt - endi~ros como um conjunto ele t.:trf'fas cxie .:i.ctas dos

(19)

5

ocupilnleG da!:; v"l'.u~ - mas slIficiC'Jltcrnr'ntc cS]Jccífico~; de mo

-do a pcrmi til" a existência de um lllCl'C.:Jcto de tpõbalho para Cd

da um dos 11tipo:::lt .

Obviamente, nua se imuginu a pOG~ibilidade de

uma segmentação perfeita, il ponto de ao indivíduo ser impos

-sível o deslocamento de um mercado para outro . Entretanto ,

tal deslocamento, quando possível, ~ncorpora algum custo, se

j a ele apenas de adaptação ou propriamente financeiro .

o

que aqui interessa

é

que em cada mercado de

trabalho 'também o equilíbrio ocorre quando da ieua1ação das

forças de oferta c demanda .

Para cada " tipo l! de tr<.1bnlho ~ as empl"eSdS es ra

-riam dispostas a contratar novos unidades de mão-de - obra en

qu anto o resultanle acréscimo do valor do produto final nao

superasse os acréscimos de CUSTOS das novas contratações) daí

resul tando curvas de demanda por II tipos " de trabalho . .

Por outro lado) os indivíduos estari.::lJn dispostos

a oferecer suos forças daqueles " tiposH de tri1balho que se

julcaffi aptos n realjzar, a partir de zuns cscalns de

(20)

(,

! ':;r;c trdl.llJ1I'lltO , a p:Jctir da ahertura do mert:ildo

agreeado (:Jll " ljpOGII til! I l ~c1ba)ho, permite qUE.: se obtenha os

sa l ários de " quil l brio em cada merca.do especIfico .

N.JS n50

é

~;\lficientemente robusto para expljcur

as r azoes d.1~; rlifel"'ellç'il5 de sa l ários entre indivíduos com

semelhantes Oc upc1çoes dentro de uma mesma empr'esa, em empr~

sas diferentes , em sc'l ores diferentes e em rceiões

difere:n-tes o

Al é m disso , pela impossibilidade de mediç,'c3o dire

-ta da pr'Odutividade m<3reina1 de cada trabalhador, nao ficam

c l aras as razoes da diferenciação salarial entre .ttipostl

à.i-f erentes de trabalho .

Enfim , deve estar claro que respostas objetivas

à :

questões il~lma propostas so poderão surgir do estudo das

c h amadas contl Lções " ceteris paribus II pre5entes tanto do la

-do da demand,1 como -do da oferta de trabnl!)o , razao pela qual

a el as cst30 d irir.i das 0[: p ! ~inc i pais esforços a cadêmicos de

(21)

-7

2 . 2 . As Car'.:Jcterí:.;licus ]ndiv :ic1u.:l i:;

Uma linha de pesqui:::Mi bd~;tai1te fértil procuPtJ

explicar ar.; difcrcnçil~' salllI'iôit; entpc I , tipo s 11 . de trahalh o

e entre trabalhadores com scll\c] hdnte con junto de tarefas

p-:?-l as diferentes característic.1S indivlductÜ; dos envol vidos .

No primeiro caso - o da explicação das difcr cn

-ças salariais entre " tipos " dj fcrentc~; de trabalho - encon

trd-se a Teoria do Capital Humano .

" "b " r " l ( ! )

Embora nao seja raro atrl Ulr - se a lS1er o

lançamento da base concei tUill da Teoria do Capit"al

" "- , ( 2 . )

- o conceito abrangente de capJ.ta l - Jil em H.J.l.I'cJ.s enCOlJ

t ra - se o capital " pessoal " corro- umu das três categorias de

capital (as demais sao o capital " natural " e o capital " mobi

l iárioll

) cuj os rendimentos deveriam igualar-se , algo semc

-lh an1:e ao co n ceit:o de Fisher , para quem o capital c t udu .'1<;'\\"1

l o capaz de gerar um fluxo de rendas dur<lnte um período .

Essa conccituaçiio übrüngcnte de capital somente

( ! ) Fi , h c r (1 906 )

(22)

8

foi rc1.oJn<1Cld , como ~upor'tc para li cxplic.Jç;:í.o du formi.lç'ão c

difcrenciaç50 do::; ~aL::irios , inLl. .1.5 de ci n qucnta anos dcpoj s )

por J3ccr:cr ( 3 ) e Schul 1:7, ( ~ ) - considcrado5 os introdutorc ~.;

da Teoria do Capi tul Humano - c definitivamente incorpora du

a o conhecimento do aS5unt.o através da função - si'!] ária elel;()

r ad<1, basicamente> por MJ.n cer . (.5 )

Hincer parte da hipótese de que o salário

potcn-cialmente ob"tido por um indivíduo em um determinado perlorJo

é

igual aquele que ele potenciaJmente poderia ter obtido no

per·íodo anterior Clcrcscido" do J'('!tomo (em valor dos iI)Vc~'Um2ntos crt:!

seu capital hurllilllO realizados enü-e os doif> 1X'!r.10do5 . ror inc~\iç5 o ;r.J.~c

-m5tica , conclui que o salário potenciaJ em qualquer período

e igual ao salál"io que obteria sem qualquer investimento em

seu capital humano mais o retorno do investimento total rea.

-li zado . Ou seja , a diferença salarial entre os i ndi v íduo s

abso l utamcn ·te sem qualificação e os possuidores de

diferen-t es n). velS de qUnlif i cação se explicaria < •

(:5) Bcc k c r (1 962)

(Li) S c l! u ]lz (1 962 )

( 5 ) Nincer (1 970) , p p . 6 - 1 8.

(23)

9

em cupj tal hUJ:JüllO Jll!f.i!;<.~~ ; úl tj laO::; I'ci:tlizac1o .

Millccr uindil divjdc os investimentos em capital

humano em duas categor.i.a:::; : o:.:; re~lií',,]dos em ed\lcação formal

c os jnvcstimcntos em trein.J:n~nto no trabalho .

De uma maneira r;cpc11, pOde - se d.izer que o ~nvcs

time nto em ertucDção form al é anterior ao ingres so do indiví

du o no ffie!"'ccJdo de trabalho) podendo ser encarado como uma

"q ualid ndc 'l de sua oferta ele t:t"'abal11o . Do lad o c].J dcrnarlda )

essa " qualidade 11 representa uma credencial para a postulação

de determinada função .

o

treinamento, por sua vez , ocorre ao long o da

vi da profissionalmente útil do trabalhador ) perdendo int clJ

-sidade com o correr do tempo . Uma caracterí stica do treina

-

-

-menta no trabnlho c que seu investlmento so e custeado peleiS

-empresas na proporçilo da sua cspc:cificiJade . Assim, some,y::e:

a parcela do investimento em treinamento , que podc ser u1ili

zad a pelo trabalhador em ou1ras ~mpresas ) tem repcJssada suü

rentabilidade ao salário do empr·eg.::.do . Em outras palavT'as ,

o investlmento em t re irwmento no trabalho

é

l"ateado cntre (I!~

(24)

-10

mo crcdenc.i..::tl dClfl.:lndcJclo pelas cmpre:..:c1s .

. [m reSUlTlO , pndc-:-:e concluir que os' {;a lári os c;.

-tão rela cionados .:lOS níveis de educação forJncJl

<r.r)

e tT'ein,)

mento no trabalho (TT) dos indivíduos (i) , ou seja :

SAL . = f( EF., TT.)

l l l

A Teoria do Capital Humano foi bastante enriqus:.

cida com o passar do tempo . Por exemplo , inve s'L:imento em

saúde , higiene e alimentação passar'um a ser entendidos c o;r:o

d eterminantes do nível de absor'ção da. educação formal ) c II:CS

me de treinamento , por parte dos indivíduos . AssiJTl , os

ní-v eis de educ ação formal e treinamento r'epresentam o re sul til

do de i nvestimentos em capital humano direta e indiretarncr, Lc

dirigidos

à

capac i tação ao trabalho .

Uma outra corrente de pesqulsas que Pl"'evilcgid êS

característica s indiv i duilir; na explicação dos diferenciai::;

d e sa1.11"' i os c a que trata dêls possíveis discriminuções l"'aci

-ai::; c sexual no mercado de trabil) ho· . De fato um grande numc

-r o de l..ru.balho~ relac:ionêldos as questões r aci.J.ü:; e sexudl

(25)

11

d~J décild ~1 dos G O) ,\ JnoJlorla de) c:-:: tentando medi r o c"fct i vo

impactu d;H:: medid,-13 antidiscrimincJ.tóriôs dos governos demo

-cpa ta!"; de J . Ke nr.cdy e L . (1011n:::;on (G ) .

EmboI'u a maior parte dos estudo ~ conclua pela

e-y.istên cia de discriminação nos mercados de trabalho , pelo me

-nos no cuso da diferença racial os resultados podGm nelO ser

conclusivos na medida em que , nao sendo completa a

integr..1-çao a nível escolar, a qualidade da educação formal poderia

ser responsabilizada pelus diferenças salariais . Porér.l~ já

que õ. medição da qualidade do enSlrlO envolve variáveis rarü

mente djsponíveis com apropriado numero de observações, um

mérito adicional dos trabalhos citados

é

reconhecer a impor

-t~ncia de incluir as características individuais quanto a se

xo e raça em estudos sobre diferenciais de salários .

Uma última característica individual ganha impoE

tância em países como o Brasil) onde inexistem inst"rumcntos

como auxíljos ou seguros a desempregados . Trata-se dJ. menor

ou mülor Ul~eência que pode ter o indivíd\lo em obter'

coloca-( 6 ) Tr~s bens ex~mp l os c~o os trnb~ l l\os de ].nze nr (19 78 c

1 979) c de ll\lt1cr e Herklnnll ( 1976) . Sollrc o n fiS\lnto , t:lm

b ~m pOl l ~nl fier consul t 31los Freemnn (1976) , Slnit ll e Welc~

(26)

12

Çüo no mercado de tr.:1u.:tl l!o , loco do nlêllOr ou menor. pcrío rlo

-que pode dedicar a busca de emprego . Naturalmente ,

espcra-se que quanto millOI' o período de busca , mal.or ,deve ser a re

munel"'açao inicial obtida que, em princípio) deve refletir-se

também nas remuneraçoes futuras .

Tem-se, então , um veteI' de características

indi-vi duais CC!) influenciando O~ salários, que pode ser expre~

50 como :

onde Nr:I'lP representa o nível de necessidade de obtenção de

emprego .

2 . 3 . As Características Empresariais

Como já sugerido na parte introdutória desta se

-çao , as influências sobre os salários e SU.:lS diferenças en

-tl"e ·"tipos l1 de trabalho e entr'e trabalhadores com scmelhan

t es conjuntos de tarefas , ul trapassam aq uelas d eterminadas

(27)

13

ça s n us estruturas sa] cJT' i ais d (]!; f'Il!Jlr'eSCiC .. :lO l onBo dOE> C:~

-elo ::: econômicos, chamou il i,ltençi1o para o f ato da existência

de uma es trutura hierar<]ui z<Jda de cargos e Junções , as car.:lC

terí st i cas das cmpr'esas pC'lssarar.: C'I ser estudadas como condi

cion a nt es dos 5alários por' elas p ü[;OS e de Bua difercn cia

-- ( <I )

çao .

I sto fi a0 sir,nifica qu e os carcJcteríst:icas eJJ\}Jres~

r i ai s devem SObrepor-s e

-

as individ~lais na determ i nação da s

cau sar:: da difere n ciação salarial . A relação entre elas

é

de

compl ementação e nao d e 5ubst j tuição, como reconhecem

Kul.;.-chek e Raines :

" Even if human capital differellces

are the major , they are not the

sole expl anatio n for in terpcrso

-n al diffepc-nces in hlcJ.ges , \vor-kcrs

of the 5ilme! quality C.:lrn substan

-t ially di ffcren-t \.,Irlr;G'::I . There are

more th an cnough plClusible

expla-n Cltioexpla-ns ,, (g)

( , ) Rede r (1 955)

( '6 ) 1Z o C3$O , por exemplo do~ tr .. h"lhos de Blll('stonc ( 1 970) .

t,l <1 c h tcl (' U{·tscy (1 972) , Ka l ach c k c 1 {.1ill '~5 (1976) c lIflr

wo r t h c RCuthcr (1 978) .

(28)

14

De fato, Cy.i5tcrn bOdS PU 7.,ü Cti p.JT',J

-

se

qu e tra taJhadorcs com seme]ll~ntcs Cilrncteri sticas indiv idu

ais r C:!aliz,cm" difcr('nte~ tarefa s e, por lSS0 , recebem diferen

t €S salários . A simples con s"lat ação de que os processos de

p rod ução nao sao idên"ticos em toda~ as empresas

é

um argumc~

to fav orável

ã

hi pótese sugerida .

Ta mbém nuo e difí cil imaeinur as impossibilidades

de trabalhadores com diferente s características indi vi duu.is

exercerem funções semelhantes com sa l.J: rios semelhi.lntes ou

de traballladol'lO's com sE::melhant.e3 ca r actc.:!'r sticas individu ai::;

exercendo semelhantes funções , com salclrios signif i cativümc~

te dif erentes .

A investieLlção dessas questõ es tem ocup.:ldo sign};.

ficativ o espLlço na literatura especializada em I:conomia do

Trabalho . O r es ultado ) até o momento , nao pode ser cont em"

pIado - com uma teoria in s titu cio nal da f orm.J.ção dos salários

(29)

15

J)nborll os ("C t\ldo~ r'("dliz<ld(J~~ (' em red] izaç50 r:50

-~e limitem i.l.::;

-

caraci. cr

.l S

ti cal:> esse e o int ere:::

se malor destll Dcçao , razao peJa qual ela::: pas~aln a ser

en-fo cadas .

1\ carcJctcl,ística empresarial lflais comume.nte uti

lizada na c7.plicação da5 diferE:nç'üs salariais en"tre empre::;as

_ ( Lo )

e o tamanho . "Admjte - se que o tamanho da empresa defjnp.

sua estrutura administrati ya e de prod'Jção, deter-minando o

grau de divisão do trabulho e ~, estr'u tu ra hierárquica de fUJl

- - . ( H )

çoes e salarlOS . l1as, também, co.mc conclui

tI relação direta entre salários e tamanho pode estar ligadcl

ao maior nível de dependência e disciplitlCl existente nas pl~

tas indu striais malores e a desutilidade de comuniçação

ne-las obser'vada .

lima ou"tra característica emprcsc1l"ial, também usu

almente utilizada em trabalhos dezta natureza

é

alguma

rncdi-U o) Veja Cunha e Bonclli (1978) c H.H-10rth e Rcuther (1978) .

(l \. )

por exemplo "

Simon (1957) p~rtc do fato de que 11m dirigente nao pode

ter s,d~ri l ) inf('1"l('1" no 11 ,. u m sllbordin.1 rlo , d.1í c011 c1.U1.n

do CJue (':)(1:1 !:',)l~lrio indi"id\1ill depende do nú mp[o ele suo:

bordin ndos nllm,) cRcnla drs cr l1dcllte , Como dccorr~n('ia. o

sal~rin (10 illJiviJ\10S com o me~mu pod~r de COlnilllJo esC,)

ri a li tndo :10 tamanll O da cm~rosa onde trnbnlllnm.

(30)

16

da d.:\ produtjvirlqdc do tpdhalho Ll nível d':l~ empresas . A ju~

tific uti va pü1'<.1 Cl sua i nclusdo reside" no fato de que os pr~

ces sos produtivo::; v arlum entre cJS empresas , inclusjve pelas

difcl"'cntes dotações de capitül . Lspcra-se que cmpres<1s com

mai s elcvadflS proc1utivid<.ldes da mão - de -o bra apresentem

pcJr-ticipaçõ es menores da::; folhas salariais nos seus custos de

produção e cm suas recei"tas . Tal fdto, as tornari a mais aces

síveis a atender reivindicações salariais de seus emprcgacos

em confronto com outras com menores produtividades da m5o -

de-obra.

Umn. terceira característica empresarial incluída

como explicativa de eventuais diferenças salariais entre tra

b alhadores de diferentes empl~esas e seto r es e o desempenho

empresarial . Trata-se de variável não muito usualment e in

-cluída em tl"abalhos como este , por isso mesmo exigindo malO

re s considerações .

Ain da que nao usual, existem razoáveis motivos

P<11"'il se acreditar que empresas COlO melhor desempenho paguem

(31)

17

Dentre eles) o (Jue piJ}~<':CC müü; irhpoptuntc ) COlHO

-reconhecem CUIJha c Bonel] i, c qu e 11 • • a medi dei do exceden te

repre:;cntü uma parcela da produç50 que e neeuciâvel e

,

tanto, disput5vcl ao

capit~l

peJos traballludoresl, ( 43) .

por-De fato , procede supor que empresas malS lucY'ati

vas possuam mellores r esistências

-

as reivindicações salariais .

Mas essa nao ~ a Gni ca razao a justificar a

in-fluência do dcsej:lpcnho empresarial Gobre os salários . Possi

velnl ente, empresas mais lucratival~ "tend.J.ffi a manter seu con

-tingcnte de empregados , usando menos os mecanismos de

com-pressao salari<ll, tais como a rotatividade da mão - de - obra .

Além disso , aleuns segmentos da h ierarquia fun

c ional - o topo dessa hierarquia) representada por gerentes

e seus superlorc~ - ligam suas carreiras a das empresas , as

sumindo objetivos de propl'ietários . Estudando a formaç5o de

sa lá rios desse segmento , Bacha estabelece três hipót eses 50

bre as ri~muneraç'oes gerencia is :

(32)

18

"i) 1\ ('volw:::to li., pcmUIlCY'':IC;:;;O l',er'VllCl

cj.:!.l j mlrqwlldl' do <..:Uf'::O elo:: su];j rins do:; tr\l"dJ.h;H]Ol"'C~i (no senL"í do (h~ "L (',]t. .. !r-~;c ele r,rup0:j njio CO}I

C0!lr en1 e:.;) ,

ii) cJt::~n tp(j <lo 1!H'l"'c<1do de tT'ubalhQ

gc-r Cl1d,ll, ceí',lh'lfl v.lljrlos f)$ prjllc :í

pi os àe determi.nação

cOJlcorrcnci-=-aI cJe níveis :;ü.lilri~;j:--; . ('mbor'-l C!;

t e mcrr.2do ccja lJeIll mais impcrfcI

to <.lo que o /Ilt'T'cado de trabdlho

da esfera rC':ll, poi!; envolve um

rC)Ll.c ion.J.nlC'IILo ne!,socJl C:1tre f!1r.-pI'eglld os e clr,preeadores, c

iii) a rCJOllnerac(~o gercnciul evolui se

Bundo os l~ cro~ das empr(~s,:w ,

ou

melhor , está djrct:ameJJt"c

rcldcio-nadu à queda de participução da

folha de scl15rio$ ' real ' na renda

tota) u( t ~)

Ou seja , Bêlcha esperaria encontrar correlação p~

sitiva entre os sa15rio~ dos dirieentes industriais e a

lu-crativ idade de suas empp~sas e lI eg.:!t"iV2 f'nt!'e e'.as c os EaVi

rlOS do segmento operário da for'ça de trabHlho , a menos que

ganhos de produtividudc possibjlitassem melhorias a todo s

,

aind a que difepencialmente fav orávei~ aos dirigentes .

Enfim, trata - se de hip5tcse a ser empiricamcntc

te stada , nao havendo , "a priori 11 nenhuma rÜ;t.ao para se acre

ditar - na inexistência de influêncja dos lucros sobre os salá

rios .

(33)

19

cr i. ginfíri."

de estudos de Doeringer e Plore . ( 15 ) , d iscute a e x istê n c i a de

mercndoG "internos " de trabalho c sua influência sobre os 5a

lários . UrllC!. vez J.ngl'e:::; t;O na cmprc5ü, o trabalhador- passaria

.

a "concorrerfl nao no mercado de trabalho geral mas no espec!

fico mercado de trabalho da sua empresa . Dadas suas caract e

rí sticas e estruturas produtivas , as empresas fixariam car

-gos e salários de sua força de 1:rabcllho que deliroi ta riam as

carreiras de seus funcionários . Esses , por sua vez , salvo

situações excepcionais - uma eventual forle eSCilssez Ge

a1-gum tipo de mão - de - obra que elevasse substancialmente os sa

l á rios no mercado l1externo,lI, por exemp l o - naa teriam incen

ti vos , nem suficiente mobilidade , para buscar novos empregos .

~ curioso observar que a existência de mercados

ll internos 11 de traba.lho , ainda que gere algumas vantagens ao::;

t rabalhadores - a ma i or estabili dade

é

um exemplo nnO ne

-cer.silriamcnte conduz a d i ferenciais positivos de sal á r i os .

Trato - se de uma questão puramente empírica q ue , apesar das

(34)

20

evidcn1..cf, difjculd<.ld(!s de obtenç5o de ulgulIla medida süt i sfü

-tória) s(!r.J objeto de c~tlld() neste t rétba lho .

Resumindo eSSil :.:;cç.J.o ) teln-se um v eto r de caracte

rí sticilS c.:mp rc silriais ( C:C) influenc:iando os salário 5 , que p~

de ser expresso CO;:lO :

S Al.

ij = f( CEj ) .. f( TAMj , PR1'j ' IlESj , 1111' j)

onde :

SAL ..

=

siLlário do indivíduo l empreeado na empresa J ;

1J

;:: tama nho da empresa J ;

PRT. ::: produtividade do trabalho na empresa J; J

DES. ;; medida de desempenho da empresa J; e

J

MIT . ::: medida do grau de existência de mercado interno de

J

t rabalho na empresa j.

2 . 4. As Características Setoriais

Al gumils caracter] 5t] CilS dos setores industri a i.s

têm sido considcrcJ.das em estudos de determinaçilo e ctif cre

n-ciação de salários .

são

cari!cterísticu3 geralmente l i C<ldas

a algum poder qu e teriam as empresas ou os trilbillhadores do

setor e que se lIIüni fc s t ari<JJn nar. dis('ussõcs de reaju s "tamcn

(35)

21

de lIlercado) que determinaria a ffiuioI"' ou menor possibiliu <!uL'

de repasse aos preços dos reajustes salariais concedidos, cn

quanto que, -para os trabalhadores , traduzip-se ": i.J no poder'

dos sindicatos em obter melh or- ia::; séllariais superiores ou 1n

f criares à J:léclia observada nu indústriu como um todo .

No primeiro caso, n bibliografia e

-

ampla e a

discussão teórica já permitiu considerável avanço no conh eci

menta do assunto . Isso, fund amentalmente , devido ao fõto de

que, nos ú11:imos cinquenta anos , desde que os trabL!lhos cJ ás

" ' C h b 1" (~b) R b"

(l.?>

S J.cos GC am er 1n e o lnson acusaram a existência

de estrutura:::; de mercaGo que , ser.! se caractey'izôrem como

mo-nopólios) deles se aproximam quanto aos pôdr·ões comportc1me~

tais e de desempenho empresarial, o pod er de mercado das fir

mas tem sido alvo de crescente interesse por parte de

estu-dio sos em assuntos econômicos .

De uma manelra geral, u preocupaçao básica tem

se dirigido ao entendimento do pr'Ocesso de ajus·te de preç os

e quantidades por parte de cmprcsas detentoras ele alr;um po

-(~ G) Chambcrlin (1933)

(36)

-22

clero de manj ]>111 i.l.ç,i:o

-

u" " ,- novas silllo.lçÕeS que él dinamj ca cconôlU~

-ca lhes impõe periodic~1m(:nte .

.

'A rigor, a ir!'lpor'Tâ.nc.i.u. do poder de mercado d,1::' em

pre sas sob re' u forma como se ajustam as modificações do ambi

-ent e econômico

é

ho j e consensualmente reconhec i da . Mas , cn

-- . (~S )

quan to proposição teóri ca , e em Kaleck1 que ela apar ece

de forma ffi.:llS expl í citu ) onde os preços Suo fixad os pelas em

pre5as a partir de seus custos unitários diretos , do preço me

dia praticado pelos concorrentes e do " grau de monopólio " que

detêm sobre os mercados onde atuam .

Empiricamcnte , o poder de mercado tem sido estudt!

do atra vés do erau de concentração . Admite-se que empreGas

qu e dctenhc.lm partic i paçeo nas vendas do setor onde atuam po~

suam condições privilegiadas de atuarem sobre 05 mercados . En

tão, quanto malor o grau de concentração de um detcr'minado .se

tor , malor serEi o poder de manipulüçiio de preços e quantjd a

-de ::; por parte -de s uas empresas li-deres , -de.s-de qu e pre valeça ,

entre elas , alguma forma d e conluio : E 13::;::;13 parece ser o Ccl

-50 g(!ral ; em setores ccnçentrc1dcs certômcllt.e a prEitj Cu da com

(37)

-23

petição

é

acirn,cla III..JS r.'lf: ~ rras <.I r: prpço:.; ohj0 tiv anclo u úJ-' lrll

çao de malores fatias de rnerc,1do sao episódica::; .

'o

conceito de empresas Jidere~1 ne~5e Cr1S0 , e

-

~;U

fi c :ien"temente 11 exí vel pilI'il abarcar , ( i ) 10das as empre:; ,J. !;

-do setor quan-do ele e forma-do) apenas , por tIln pequeno nt;r:H ~ r CJ

de emp resas que dividem o mercado entre Sl e , (i1) apenas p~

quena parcela das empresas do setor , quando elas sao r esp o ~

sáveis por 'grande parcela do produto seto:!"'ial . Nesse

segun-do caso as ç1emais emp re sas , as não-líderes, possuem comportE

ment a passivo, sujeitando - se a seguir as empresas l í dzres em

seus ajustes dinâmicos .

Então , a yari.:lvel chnvc d~t ermin{]nte do comport~

menta empresarial de um setor

é

o grau de concen"::ração nele

-observado, ma1S do que o nu mero de emprescJ.S que lhe forr:lain.

As implicações do era\) de concern:raçao soure ()

comportamento empresa ri a l manifest"um - se de mu i tas manE'lras )

estendendo - se desde aspectos relacionados

ã

influênci.Js polí

t icas do poder cco nômico Clté nCjucles ligad os

à

possibilid.Jàc

(38)

-24

lho ) in lt:r'cs:w l" t.!conh{'ccr .J cOllcentração indu z trial enquanto

deteI'lniJ lante do poder de mercado das empresa!> . Particul.armen

te , deseja - s·e veI'ifi cLll"' cJ. influênciü do g rau de" concentração

industri al na capac:i dade d35 emprr'sas do setor de !'ep3SSilr' d('5

preços os eventuais acréscimos em seus cus t os de prod u ção , na

forma de diferenciações salaria i s pagas aos empregados . Lspe

ra - se poder provar que setores rr,ais concentra.dos pagam maio

-r es salá-rios aos seus t-rabalhado-res "vl.:s.:-a -vü; lt os menos con

-centrad os ~ para seme lhantes tipos de funções.

Mas , essa nao

é

uma qu estão aceita pe la totalidade

dos estudio sos do assunto .

Desde que dois trabalhos emp írico s publicado s Sl

-multan eamente , o de Ro ss e Goldner ( 19) e o de Garbarino (20 )

,

conclui ram que, para a indústria norte-americana , existe cor

r e laç ão positiva entre o poder de mercado da s firm as - medido

p elo grau de concelrtração in dustri al - e os nív eis de Sülários

;

por ela s pa eos , considerável produç5o acadêmica gerou - se na

tentativa de refutar , fortal c:cer o u quali ficar a conclusão .

(\9) Ros, e Gol dnor (1950)

(39)

-25

J:ntrc

outro~

,

Reder ( 2 j ) s:i mplcsmentc I'üj cita tal h ipótc::;e,

partir do estudo de diferenteo Getares industriuis que expcr.,!.

-rn cntar.1m, nos E::;tadoG Unidos dlH'dnte a primeira: metade do sc

-culo, considerável movimento concentr<Jdor . Heiss(22» ) JX>r sua

vez, acrescenta dois aspectos até então desconhecidos : o

prl-meiro refere- se a possibilidade de ocorrência de forças no

sentido contn5rio , ou seja , o movimento de concentração indus

trial conduzindo i redu ção de sal~rios, utravis da diminuição

de alternativas de emprego ; e o segundo que seria um efe:i to

in clit'cto da concentração industrial sobre os salErias , via for

talecimento sindical , que poderia ser mai::; intenso em setores

mais concentrados . Ainda assim, conclui que a concent:ruçno

industrial permite às indústrias paearcrn salários mais eleva

-dos para semelhantes grupos ocupacion~is .

I'.s se sc:guildo efeito apontêldo p.:>r \\I ciss - o t'0dcr

sindical -

é

aqul tratado como a segunda característica se"to

rial importüntc nu de1.. ermi nação dos salários c tem sido

obje-. - (23)

to de lnume}"'o~ es"tudos .

(2!) Redor (1962)

( 22 ) Hci ss (1966)

(40)

26

A conclusão mais r,erc:Jl que deles pode 5cr rctir,l

da

é

favorável

h

influência do poder sindicnl sobre os sal

á-rios . Entretanto, os ganhos salilrlais seriam mais expressl

-vos e nquanto os sind i catos se encontrassem em per í odos de

crescimento , lo r;o de fortalecimento. Sindicdtos já podcro

-50S nno demonstrariam o mesmo ímpeto nas discussões salari

-ais, desviando suas reivindicações para melhorias nas condi

çoes gerais de trabalho, zarantias de estabilidade , etc . ..

estágio certamente ainda nao atingido pelo sindical i s l:lo no

Brasil, salvo raríssimu:s exceçoes .

Como já sugerido )

é

possível õ e xi stência de

elevada <.:orx'elaç5o entre concentruç5o in dustrj aI e

oreani~a-çao sindical, o que terá de ser considerado na par"te

empíri

-ca de ste trubalho. De fato, setores mais concentrados su~~

um nu mero nao elevado de grandes empresas deles particip.Jndo,

facilitando il organização sindical . Entretanto , no caso bru

sileiI"'o, a correlação nao deve ser alta, já que

relativarnen-te pequC'no numel~O de sindicatos pO:;~llcrn poder de barg.:lIlh.J ex

(41)

27

Resumindo c:;tn :;cçao, p(J<.ic - ~e expressar os fiaI5

rios jndividu ai~ como funç30 do vc·tor. de características se

-toriais ( CS l.:

onde :

SAL

ik::: salário do indivíduo 1. trcJb<Jlhundo em uma empr'esa do

setor k;

PI1I:R

k

=

poder de mercado das empresas componentes do setoI' k ; e

PSIN

k= poder sindical observado no setor k .

2.5 As Carac\erJsticas Rceionais

As características da rceião onde o indivíduo t~a

balha têm sido consideradas em diversos estudos, sempre que

sao marcantes as diferenças regionais dentro de um mesmo país .

São relativamente comuns nu litera·tura internacional sobre

o assunto) os artigos tr'atando das diferenças salaria i s t1no!"

1 " I - 1' E d U 'd (2")

te-su na ta 1.d e nos sta os n~ os . Também no

Bra-sil , Bonelli e Cunha (2.5) trat.J.ram- do assunto .

( ,?Lj) Vcja , p or e.>:cmp10 , 1i.:l\Jort h c ]{nsmu ss'c n (1971 e 19 73)

l lfL~orth c RCllthcr (1978)

(42)

-28

As jm;"t.ificut:i va:.> r.~o v.-1pjaG , calJeni.Jo dcst.JCuT' .JC

diferençilS entre custos de vida e o nív e l de d esemprego en

-tre as rceiões .

No nra ~il , a exi~tincia de diversos salirias - mini

mos , cad a um válido para uma região de limitada , ao mesmo tem

po que reconhece as de s i gualdade::; regionais , incorpora

t8n-to as diferenças de cust8n-to de vid u quant8n-to as de nível de de

-semprego . Por ex emp lo, o salário-mlnlrnc I"!2gi onal no Nordes

te do País

é

ffialS baixo que o do Sudeste devido ao me nor cus

t o r equerido para o mesmo p udrão d e viel a , além de ser um es

-tí mulo

à

m.:J.lor absorção da m50-de-oLra nordes t ina , onde o de

semprego

é

mais grave .

Então , como característica r eg ional (CR) i nfluen

-cia ndo as diferenças salariais será us ado o salário mínimo

regional (SMR) , ou seja :

:

(43)

-29

2 . C 1\ Equuç ZÍo [::;tr'u tur,ll de SalilrioG

" d d " d B1 t ( 2G)

PO::;~:i1velmcIltc eve ser cre 11::<1 O a . ue5 'one o

pioneirismo de reunir num único arcabouço tp.óri~o de expli ca

çao da determinação de t>alários, características tanto do 1n

-divíduo quanto da empresa empreg adora . 11as foram \-Jacht:el c

B etsey ( 2 ~) os pI'lmelrOs a eons rU1I' um mo e o estlJncJ.ve" " " t " d 1 " - 1 ) ao

i ntroduzir algumas modificações no modelo de Bluestone . $p

-parando as variáveis !t pcssoa i s ll elas " estruturais '! reeredirum

os salários contra cada vetor de variáveis) expressando os

r esíduos em função do outro vetoI' , obtendo poderes de exp]!

caça 0 bastante semelhantes . Nos anos que se segulram, di ... cr

b lh f bl " d ( 28 ) 1 " d

50S tra a os ora m pu lea os ) exc U1Jl o , substituindo

ou acrcscentimdo variáveis , sempre confirm<Jndo a influê!1 cia

t anto das características i ndividuais quando das lIes trutu

r a i s 11 na determinação dos salários .

No Brasi l, os trabalhos nessa linha resume:n- se .:lOS

" (2~) ( , 0 )

de Senna , Castello Branco ) Cu nha e Bonelli (3l)

( ?(, ) Blus t one ( 1970 )

( 2~) Wach t c 1 c Retse y ( 1972 )

( 2e ) Como , p or f'xc mp10, os já c it 'IJos tr n h;l1ho s de K., l;'l c h ek

Nnincs (1976) . ll n ~o r t ll c NC\lt l l~r (1 978) c l. a zcn r ( 1 979)

( í><J ) Scnn~ (1976)

( 30) Cas t e l o Br~llco ( 1 977)

( 3\ ) Cunl13 e BOI1Cl l i (1 97B)

(44)

-30

. (3~ )

.. ) (3,,)

I,a!! leT! , Llm c1 e todos tr.:Jb,ü hillldo , ou ('om

salár'l.os médios de empresas ou 5ctorc.s j ndu:;triais, ou com

sa15rjos individu.:ds retirados de ômostra::> poueo sienific<.lti,

va s . Mais uma vez , a dcficiellcia estatística parece te r a

tra sildo o conhecimento mcJ.lS concreto da no ssa realidade, po

-den do o presente trabalho colaboT'ar no preenchimento dessa

l acuna .

Nes ta seçao, que pode ser' entendida como t<m resu

mo do capítulo , reúne-se os auatro vetores de caractcrIsti

-cas que influenciam os salário::: em um único modelo .

Então:

Ou seja, o salário recebido pelo indivíduo 1 que

trabulha na empresa 1 pertenccnlc ao setor industrial k e

geo&raficd::lentc localizada na rcglôo 1 depende das

caracte-rísticus individuais de i ( CI.) , das características da em

- 1

presa

2

onde "trabalha (CE .), das ciJracteri5ticdS

J - do setor

industrial k a que ela pC":rtence (CS

k ) e d,JS características

(~<) Zor."co (1977)

( '2\:J) Li ma (1980)

(45)

-31

Ou , expressdndo em função de cada uma das Cilractc

rísti cilS imte!:> d.iscut idus:

SAL';)' kn= f(Er. , TT . , SEXO . , RAÇA ., HI:J·jP. , TAI1), , PRT ., DI:~) . ,

...L~ 1 1 1 1 1 ) )

onde, como já definido n o decorrer do capítulo:

r:r. :: nível de educação formal do i ncivíduo 1 ;

l

TT. :: nível de treinarncn"to no trabalho do indivíduo 1 ;

l

SEXO . :: sexo do indivíduo 1 ;

l

RAÇA.:: raçu do :ndiv í duo i;

l

NEM?:: necessidade de obtenção de emprego do in div ídu o 1 ;

l

TAI'1 ; :: tamanho da empresa j; J

PRT . :: produtividade do trabalho na empresa J;

)

DES. :: desen~penho da empresa J :

)

MIT. :: medida do grau de mercado int erno de 1::l"ilbalho na em

-)

p resa ) ;

PMI:R

k= poder de mercado do setor k ;

PSIN

k= poder si ndical no setor k ; e

(46)

-32

A equ<J.r; :.io acima pode ser' cn1.cndida como .:l forma rc

-duzidc1 de um modelo de duas equaçoes - o fer ta e demanda de

trabalh o - assjm expressas :

QS

i j V

S

~ Q ( SALijk~ '

D

~ Q ( SALij k~ '

EF., TT . , SEXO., RAÇA. , NJ:11P., MIT.,

~ 1 1 1 1 )

Er., T'l'., SEXO.) RAÇA., TAM. , PRT . )

1 1 1 1 J ]

ond e QS e QD SilO quantidades oferecidas e demandadas de tr'a

balho num dado período de tempo .

Observ a - se que as variáve15 necessidade de emprego e

poder sindical participam somente da função de oferta ,

en-quanto as variáveis desi gnati vas do tamanho , da produtivid~

de, do desempenho e do pod e r de mercado são incluídas somen

t e na demanda e todas as demais integram as duas funções,A]!:!

da que para cada variável possa ser encontrada uma jus1:ifi c~

tiv.a específica, o critér'io geral foi incluir na ofer'ta e

n a demanda tod as as vari.J.vies de in teresse de empregados e e!!!

pregado}"(>s, respectiv<.lmentc , quando dos proce5sos de contra

(47)

-33

1:10 cq uilibri o - aqu i ente nd ido cou~ il situaç50 unI

que 05 ca rgos e~1:ão pl"ce n ch i do!l - prcya] ece a ir, u<.Jld"d e

1:n1-3.0 , igu alando oferta e demunda de tr'.Jbalho e

expli c itando o salário , encontra - se a fo rrnd r e du zida apre~;e~

(48)

3 . O MODJ:LO J:MPIRICO

3.1 . Fontes dos Dados

são duas as fontes de dados utilizados nesse

traba-lho: os cadastros do Imposto de Renda de Pessoas Juvídicas

(I RPJ/1978) e da Relação Anual de Informações Sociais (RAI S/

1977) . Dos dois cadastros obteve - se amostras a seguir especif~

cadas .

3 .1.1 A amostra do IRPJ utilizada no trabalho

é

formada

pe-las empresas industriais retiradas de uma amostra de emprescJs

de todos os setores , elaborada pelo Serviço Federal de Pr0ce sse,

mento de Dados - SERPRO . A amostra do SERPRO

é

composta de d~

partes : (i) a prlffi21ra de empresas ditas especiais e que não fo

ram amostradas , e (ii) as demais, estratificadas em oito clas

-ses de receita líquida .

Os critérios que determinaram as empresas espeClalS

foram os enumerados a seguir, bastando que a empresa at endesce

pelo menos um deles :

a - pertencer a um dos ser.uintes setores de atividade econômica:

0 7 , 1 8 , 1 9 , 21,22,27 , 2 8 , 31) ;

(49)

35

. b - ter receita de exportação ~ Cr$l . OOO .OOQ,OQ;

c - ter gasto no país, cOln pesquisa e a ssist6ncia ticnica ~

~Cr$lOO . OOO , OO ;

d - ter gasto no exterior : com pesquisa e assistência técnica ~

~Cr$lOO . OOO,OO;

e - ter despesa de propaganda ~Cr$l.SOO.OOO) OO ;

f - ter a soma de deduçã o por investimento e poro, inc ent ivo ~ ~Cr$l . SOO . OOO , OO ;

g - ter a soma de dedução de empreeado e de alimentação ~

~Cr$200 . 000,OO ;

h - ter crédito de correçao monetária ~Cr$20 . 000 . 000 ) OO ;

1 - ter débito de correçao monetária ~Cr$~5 . 000 . 000 l 00;

j - ter receita de participação societária> Cr$2 . 000 . 000,OOj

1 - ter gasto com participação societária ~ O;

In - ter receita (financeira + variação monetária) ~

~ Cr$2 ,O OO . OOO , OO ;

n - ter despesa (financeira + v ariação monetária) >,

~ Cr$lS . OOO . OOO,OO ;

o - ter i~posto cobrado c/al í quota diferente de 30% ~

~ C'r$lOO.OO O ,OO ; o u

(50)

-36

Segundo as classes de r eceita liquida) a distribui

-ç ao do nú mero de empresas da popula-ção e da amostra

é

a seeUl~

te:

Classe de Receita Nú mero de Em2resa Fração

(Cr$ mi'lhões) População Amostra Amostra I

Até 1 206 . 000 7 . 413 4

1 a 2 62.430 2 . 123 3

2 a 3 ).5 39 . 770 1. 70'1

"

3,5 a 7 , 5 41.5 10 2.546 6

7 , 5 a 15 26 . 903 4 . 560 16

15 a 20 7 . 500 1.049 14

20 a 35 9 . 230 4 . 39 O 46

mais d e 35 2 . 700 1. 259 44

e special 26 . 250 24 . '139 92

TO TAL 42 2 .3 20 49 .4 83

A qualidade da amostra obtida

é

satiasfatória já que ,

para nenhuma das variáveis utilizadas, o desvio entre o total · a

-purado na população e a in ferência para o mesmo total a-purado na.

arrostra ultnlpas'sà .a · 4~: .Essa_.am:Jstra foi incluí da das v ariavei s núme

-1'0 de 'empregados na produç'ão e f ora da produção e folh a de pag~

mentos n a produç ão c fora del a de cada empresa , retirad as do ar

quivo de declarações do IPI.

Dentre as eT:lpresas amostra das pelo SERPRO , lS. 220 pc!:

(51)

37

3 .1. 2 - A amostra da RAIS utilizada n este traba lh o foi elabor~

da pela rundação IBGE e con tém 251.5 88 ví nculos empregat í cioB,

aproximadame nte 1 % do universo. Es sa amostra foi planejada pa

-r a q ue fosse -rep-resent ativa do unive-r s o de info-rmações

concer-nentes as características individuai s ( salário , sexo , id ade ,t e~

po de servi ço , etc . ) e dos estabel ecimentos ( setor de atividad e ,

número de vínculos ' po r ano ) etc . ) contidas nos f or'mulários da

MI S .

Separados os vínculos empregatícios do setor in dus

-trial e abandonados os que apresent ara m alguma deficiência de

informaç ão obteve-se a amostra util izada n o presente trab alho ,

composta de 46 . 531 víncu los empregat í cios assim distribuídos re

gionalmente ;

Re nião Núm E>ro de Vínculos da Amo s tra

do IBGE deste trabalho

I

-

Norte 5 . 355 892

2

-

Nordes te 20 . 726 3 . 456

3

-

Sud0s te 73. 964

"

6 . 05'1

4

-

v.etropoli t ana RJ 37 . 52 1' 6 . 044

5

-

Metropo litana S P 62 . 316

,

20.'169

6

-

Sul '11. 84ft" 9 . 25'1

7

-

Ccn troes te 9 . 8 ,4

-

362

(52)

-38

As características individuais da amostra da RAIS

utilizadas neste trabalho foram :

- grau de instrução

- grau

ae

qualificação

- data de admissão

- data de nascimento

- sexo

- nacionalidade

- data de opçao pelo FGTS

- data de rescisão

-- numero de dependentes

- estado civil

- . remuncraçao no ano

- número de meses trabalhados

Como características empresariais foram utilizados :

- atividade econômica principal

-- numero de empregados em ' 31 . dez . 77

(53)

-39

utilizada no presen te trcJbalho; as rcstnntcs apresentaram a1eu

-ma deficiência de infor-mação .

Es sas 13.2 48 empresas foram distribuídas entre os se

tares industriais a quatro dígitos a que pertencem ( segund o sua

ativi dade principal) e, dentro de cada setor , subdivididas em

quartís de tamanho ( medido pelo numero total de empregados) .

-Para cada quartil calcularam- se valores médios· 'das

variáveis listadas a seguir que , posteriormente , foram incluí....i

das na amostra da RAIS :

LUCR =

Ll'CRO =

PSAL =

VAT =

l ucro líquido após o imnosto de renda recei ta total

lucro líquidO após o imposto de renda

r eceita operacional

folha total de salários

cu sto de produção

valor adicionado

-nu mero de trabalhadores na produção '

Para cada setor a quato dígitos calculou-se , ainda,

o índ icê de concentração industrial de Hir schma n-Herfi l)d h à.l.!ICHU ~ ,

(54)

-

,

40

3 . 2 . Descriç30 das Variáv eis

Nesta seçao SilO ana li ~adus as diversas medida s comu

mente encontradeJ.s na reprcscntaç ,Jo das variáveis do modelo dcs

-crl to no capítu lo 2 .

Além de comparill'" as divcp:;as medidas a I ternativas e

just if icar as escolhas procedidãs, sao descrito5, sempre que is

t o for poss ível, alguns exercícios prévios de regressão entre

as variáveis explicativC1S escolhidas e a variável que se deseja

explicar, os salários .

3 . 2.1. Vari áveis Características de Indivídu~

Como descri to na r:eçao 2 . 2 ., as variá 'l eis caractcrís

t icas do indivíduo sao a Educação rormal , o Treillamento no Traba

lh o, o Sexo , a Raça e a Necessidade de Emprego que , no contexto

do modelo deste trabalho sao repr esentadas na form a que se se

-gue .

a ) Educação Formal e Treina.me nt o no Tpabalho

A cJmostra obtida do Rel<1tório Anual de Inform ações

Soe:i ais - RAIS , permite quatpo medidas da Educação r orrna.l e do

(55)

-41

Uma delas , o Grtlu de Instru ç.Jo (Cl) é uma medida "p~

rall de EduCilÇão Formal, que pode aSSUJilir dez diferente s níveis :

o--

analfabeto ;

1

-

a l fabetizado fora da escola;

2

-

primário incompl eto;

3

-

p rilll a r~o

-

completo ;

4

-

g i nasial incompleto ;

5

-

ginasia l completo ;

6

-

colegial incompleto ;

7

-

colegial completo;

8

-

superlor incompleto ;

9

-

superlor comp let o .

Uma segunda medida, o Grau de Qualifi cação (G Q), e

-uma medida llh í brid a11

de Educaç ão Formal e Treinamento no Traba

-lho, assumindo, no RAIS, sete diferentes nívei s : .

1 - qualificado el:l escola técnica de nível médio

governamental ;

2

-

qualificado em escola técnica de nível médio

p articular ;

3

-

quali f icado em cursos do SENAI , SENAC ou SEHAR ;

4

-

qualificado em cursos do PIPMO;

5

-

qualificado em cursos da própria empresa ou

ou-t ra empresa ;

6 - qualificado em outros cursos de formação ou esp~

cialização profissional , inclusive universit iÍ

-ri os ; e

7 - t reinamento ap enas ~o cxerClClO das funções

. .

ou

s em treinamento

As outras duas medidas refc l"clll - se ao Tre iname nt o no

(56)

42

se aSSUI:lC que o tempo de permanência no emprego é a melhor " pr~

xy" do treinamento nele ohtido . Os dados do R1\IS permitem que

se separe a experiênc ia no crnpreeo a -tual (ETI), obtida através

da data de admiss~o , da acumuladct em empregos anteriores ([T2),

(35 )

obtida a partir da idade do trabalhador .

Neste t raba lho, o Grau de Instrução (GI)

é

obtido ,

alternativamente, de duas formas .

Na primei ra usa - se diretamente as respostas aos que~

tionári os da RAIS, assumind o valores de O a

la

conforme classi

-fic ação já detalhada .

Na segunda , o Grau de Instrução

é

medido através de

nove vari áveis " dummy " assim descritas:

(35 )

DGIl ~ 1, se o trabalhador e alfabetizado fora da es

cola ; e

~ O, em caso contrário .

DGI2 ~ 1, se o trabalhador cursou o primário sem com

plctá- Io ; e

~ O, em caso contrário .

DGI3 ~ 1 , se o trabalhador completou o curso prlma-.

-rio ; e

E~se procedimento i encontrado em Hachtel c Betsey (1972)

Cunh .:l c .Ro nel1i (1978), Senn.:!. (1976) e em muitos outros

Imagem

Tabela  16  - l1odelo  Geral  (especifjcôção  Jogarí tmica )

Referências

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