JPediatr(RioJ).2015;91(1):30---35
www.jped.com.br
ARTIGO
ORIGINAL
Prevalence
of
asthma
and
allergic
diseases
in
adolescents:
nine-year
follow-up
study
(2003-2012)
夽
,
夽夽
Dirceu
Solé
a,∗,
Nelson
A.
Rosário
Filho
b,
Emanuel
S.
Sarinho
c,
Inês
C.
Camelo-Nunes
a,
Bruno
A.
Paes
Barreto
d,
Mércia
L.
Medeiros
e,
Jackeline
Motta
Franco
f,
Paulo
A.
Camargos
g,
Javier
Mallol
h,
Ricardo
Gurgel
f,
Djanira
M.
de
Andrade
a,
Fernanda
P.
Furlan
a,
Almerinda
R.
Silva
c,
Cristina
Cardozo
be
Cláudia
Andrade
gaDepartamentodePediatria,EscolaPaulistadeMedicina,UniversidadeFederaldeSãoPaulo(Unifesp),SãoPaulo,SP,Brasil bUniversidadeFederaldoParaná(UFPR),Curitiba,PR,Brasil
cDepartamentodePediatria,UniversidadeFederaldePernambuco(UFPE),Recife,PE,Brasil dUniversidadeEstadualdoPará(UEPA),Belém,PA,Brasil
eDepartamentodePediatria,UniversidadeFederaldeAlagoas(UFAL),Maceió,AL,Brasil fDepartamentodePediatria,UniversidadeFederaldeSergipe(UFS),Aracaju,SE,Brasil
gDepartamentodePediatria,UniversidadeFederaldeMinasGerais(UFMG),BeloHorizonte,MG,Brasil hUniversidadedeSantiagodeChile(USACH),Santiago,Chile
Recebidoem27demarçode2014;aceitoem30demaiode2014
KEYWORDS Asthma; Adolescent;
Atopiceczema;
Epidemiology;
Allergicrhinitis;
Rhinoconjunctivitis
Abstract
Objective: Todeterminetheprevalenceofsymptomsofasthma,rhinitis,andatopiceczema
inadolescents(AD;13-14years)livinginsevenBraziliancities,byapplyingthestandardized
writtenquestionnaire(WQ)oftheInternationalStudy ofAsthmaandAllergiesinChildhood
(ISAAC),andtoevaluatethetimetrendnine yearsafterthelastassessmentofISAACphase
3(ISP3).
Methods: TheISAAC-WQwasansweredby20,099ADfromtheNorthern,Northeastern,
Southe-astern,andSouthernBrazilianregions.ValuesobtainedwerecomparedtothoseobservedinISP3
usingnonparametric(chi-squaredorFisher)tests,andtheratioofannualincrement/decrement
wasestablishedforeachofthecenters,accordingtothesymptomassessed.
DOIserefereaoartigo:http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2014.05.002
夽 Comocitaresteartigo:SoléD,RosárioFilhoNA,SarinhoES,Camelo-NunesIC,BarretoBA,MedeirosML,etal.Prevalenceofasthmaand
allergicdiseasesinadolescents:nine-yearfollow-upstudy(2003-2012).JPediatr(RioJ).2015;91:30---5.
夽夽
EstudovinculadoàdisciplinadeAlergia,ImunologiaClínicaeReumatologia,DepartamentodePediatria,EscolaPaulistadeMedicina, UniversidadeFederaldeSãoPaulo,SãoPaulo,SP,Brasil.
∗Autorparacorrespondência.
E-mails:alergiainmunologiareumatologia@unifesp.br,dirceu.sole@unifesp.br(D.Solé).
Results: ConsideringthenationaldataandcomparingtovaluesofISP3,therewasadecrease
inthemeanprevalenceofactiveasthma(18.5%vs.17.5%)andanincreaseinthefrequencyof
severeasthma(4.5%vs.4.7%)andphysician-diagnosedasthma(14.3%vs.17.6%).Anincrease
inprevalenceofrhinitis,rhinoconjunctivitis,andatopiceczemawasalsoobserved.
Conclusions: The prevalenceofasthma, rhinitis,andatopiceczema inBrazil was variable;
higherprevalencevalues,especiallyofasthmaandeczema,wereobservedinregionslocated
closertotheEquator.
©2014SociedadeBrasileiradePediatria.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Allrightsreserved.
PALAVRAS-CHAVE Asma;
Adolescente;
Eczemaatópico;
Epidemiologia;
Rinitealérgica;
Rinoconjuntivite
Prevalênciadeasmaedoenc¸asalérgicasemadolescentes:estudoevolutivo denoveanos(2003a2012)
Resumo
Objetivo: Determinar aprevalênciade sintomasrelacionadosàasma,àriniteeao eczema
atópicoemadolescentes(13-14anos,AD)residentesemsetecidadesbrasileirascomo
ques-tionárioescrito(QE)padronizadodoInternationalStudyofAsthmaandAllergiesinChildhood
(Isaac)everificaratendênciatemporalpassadosnoveanosdaúltimaavaliac¸ãodoIsaacfase
3(ISF3).
Métodos: OQE Isaac foi respondido por20.099 AD (13-14anos) moradores em centrosdas
regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul. Os índices obtidosforam comparados aos do ISF3
com o teste não paramétrico(qui-quadrado ouFisher) e foi estabelecida ataxa de
incre-mento/decrementoanualparacadaumdoscentrossegundoosintomaavaliado.
Resultados: Emrelac¸ãoaoISF3,considerando-seosdadosnacionais,houvequedada
prevalên-ciamédiadeasmaativa(18,5%vs.17,5%)comelevac¸ãodafrequênciadeasmagrave(4,5%vs.
4,7%)edeasmadiagnosticadapormédico(14,3%vs.17,6%).Aumentodaprevalênciaderinite
erinoconjuntiviteedeeczemaflexuraltambémocorreram.
Conclusões: Aprevalênciadeasma,riniteeeczemaatópiconoBrasilfoivariável.Valoresmais
altos,sobretudodeasmaeeczema,foramobservadosnoscentroslocalizadosmaispróximos
aoEquador.
©2014SociedadeBrasileiradePediatria.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todososdireitos
reservados.
Introduc
¸ão
Aprevalênciadeasmaedasdoenc¸asalérgicas,nacrianc¸a,
temmostradoamplavariac¸ãoaoredordomundoesegundo
alguns autores tem aumentado, sobretudo em países em
desenvolvimento.1---5Háalgumasdécadasesses
conhecimen-tos eram limitados, por falta de um instrumento único, padronizado e validado para ser usado universalmente,e restritosaestudosempequenosgrupospopulacionais,oque impossibilitavaascomparac¸õesentrediferentespopulac¸ões eemdiferentestempos.
Após o surgimento do International Study of Asthma
andAllergiesinChildhood(Isaac)eacriac¸ãodeprotocolo padronizadotaiscomparac¸õestornaram-sepossíveiseforam amplamentefeitas.6AntesdoprotocoloIsaac,poucos estu-dosconseguiram, comomesmo instrumento(questionário escrito,QE),avaliaratendênciatemporaldaprevalênciada asma,dariniteedoeczemaatópicoemcrianc¸as.Um des-sesestudosavaliounumintervalode23anos,entre1985e 2008,emcrianc¸asnorueguesassetee14anosaprevalência deasma,riniteeeczemaatópicoeverificoutendênciade elevac¸ãoparaasmaeriniteeestabilizac¸ãoparaoeczema.7
Outroestudo,commaiortempodeseguimento,1964a2004, emestudantes(setea12anos)inglesesconstatouquedanas taxasdesibilânciaeelevac¸ãodasderinoconjuntiviteede eczemaatópico.8
OtempomédiotranscorridoentreaconclusãodoIsaac
fase 1 (ISF1) e do ISF3 foi de sete anos e as taxas
de prevalência obtidas em todos os centros que
parti-ciparam de modo simultâneo das duas fases mostraram
resultados conflitantes, sobretudo naqueles centros cujos valores eram elevados.2 No Brasil, entre os estudantes de seis-sete anos houve aumento da prevalência de
sin-tomas de asma de 21,3% no ISF1 a 24,4% no ISF3 e
estabilizac¸ãoda prevalência de rinoconjuntivite (12,5% a 12%,respectivamente)edeeczemaatópico(6,8% e6,8%, respectivamente).Entreosadolescentes(AD)houvequeda
nas taxas de prevalência de sintomas de asma (22,7%
a 19,9%, respectivamente), de rinoconjuntivite (16,2% a 15,8%,respectivamente)edeeczemaatópico(5,3%a4,2%, respectivamente).2
32 SoléDetal.
riniteeeczemaatópicoemADbrasileirosapósnoveanosde finalizadooISF3.
Casuística
e
método
Setedos21centrosparticipantesdoISF3noBrasile
anterior-mentepublicados2,9---11 aceitaramoconviteparaparticipar
deste estudo, passadosnove anos da feitura, que contou comapoiodaFapesp(Projeto PPSUSn◦2009-53303-5). Em
todososcentrosforamrespeitadososcritériospreconizados eosADforamselecionadosconformeorecomendadopelo protocoloIsaac.6,12 Exceto porBelém (Pará, Norte),todos os demais centros tiveram os seus dados ISF3 aprovados peloIsaacInternationalDataCentereforamcategorizados comocentrosoficiais:Recife(Pernambuco,Nordeste[NE]); Maceió(Alagoas,NE);Aracaju(Sergipe,NE);BeloHorizonte (Minas Gerais, Sudeste, [SE]); São Paulo (Sul, São Paulo, SE);eCuritiba (Paraná,Sul[S])(tabelas1 e 2).Em todos oscentrosparticiparam AD (13-14anos) deescolas públi-caseprivadas.Onúmerodeescolasedeestudantesnelas matriculados,emcadacentro,foifornecidopelas respecti-vasSecretariasdeEducac¸ãoelimitou-se emmilonúmero mínimode alunos avaliados. O estudo foi aprovado pelos respectivosComitêsdeÉticaemPesquisa,todosassinaram otermodeconsentimentolivreeesclarecido,acoletafoi iniciadaem2011econcluídaem2012.Oprojetogeralteve aprovac¸ãodoComitêdeÉticaemPesquisadaUniversidade FederaldeSãoPaulo/HospitalSãoPaulo(n◦1345/09).
Após a definic¸ão da amostra, em cada uma das cida-des,oQEIsaac,previamentetraduzidoevalidado(cultura brasileira),13---15 foirespondido pelos próprios AD nassalas de aula (n=20.099), o que nos permitiu elevado índice deretorno,adequadamentepreenchidos.Osdadosobtidos foramtranscritosmanualmenteparabancodedados forne-cidopeloscoordenadoresgeraisdoprotocoloIsaac.
DomóduloasmadoQEIsaacforamconsideradasas ques-tões:sibilosalgumaveznavida,sibilosnosúltimos12meses (asmaativa);sibilosintensoscapazesdelimitarafalanos últimos12meses(asmagrave);diagnósticomédicodeasma (asmaalguma vez na vida), sibilos aos exercícios e tosse noturna.2,13
DomódulorinitedoQEIsaacforamconsideradasas ques-tões: espirros, coriza e obstruc¸ão nasal alguma vez nos últimos 12meses (rinite)e problemas nasais associadosa ocularescompruridoelacrimejamentonosúltimos12meses (rinoconjuntivite).2,14
DasquestõessobreeczemadoQEIsaacforamavaliadas: rashcutâneoqueapareceedesaparecenosúltimos12meses (eczema)eesserashcutâneoemlocaiscaracterísticoscomo dobras,nádegas(eczemaflexural).2,15
Osvalores obtidos foram comparados aospreviamente publicadosnoISF39---11 e expressosem percentualanualde mudanc¸a(tabela2).Paraanálisedosdadosforam emprega-dostestesnãoparamétricos,qui-quadradooutesteexatode Fisherefixou-seem5%onívelderejeic¸ãoparaahipótese denulidade.
Resultados
Atabela 1reúneosdadospercentuais daprevalênciados sintomasdeasma,rinitee eczemaobtidos deAD desete
centros brasileiros que participaram do ISF3, assim como osvaloresatuais,passadosnove anos.Em cadacentro foi feitaaanálisecomparativaentreosvaloresobtidosnosdois estudoseossignificativamentemaiselevadosforam identi-ficadoscomasterisco.
Considerando-se os dados gerais, verificamos reduc¸ão significativadaprevalênciadesibilos alguma vezna vida, sibilosnoúltimoano(asmaativa)esibilosassociadosa exer-cícionodecorrerdesseperíodo(tabela1).Poroutrolado, houveaumentosignificativodaprevalênciadediagnóstico médicodeasma,detossenoturna,desintomasnasaissem estar resfriado (rinite), de rinoconjuntivite e de eczema flexural (tabela 1). Quanto às variac¸ões percentuais anu-aisobservamosquedade0,41%/anoparaaprevalênciade sibilosalgumaveznavidaeincrementode0,6%/anoparao relatodetossenoturna(tabela2).Paraossintomasnasais
houve aumento de0,68%/ano para rinite e de 0,55%/ano
para rinoconjuntivite. Para eczema flexural o incremento anualfoide0,08%(tabela2).
Discussão
Aoanalisarmosastaxasdeprevalênciaobservadasnos
dife-rentescentrosparticipantesdesteestudo,decorridosnove
anos dotérmino do ISF3, verificamos comportamento
dis-tintoevariável.Emlinhasgeraisdocumentamosquedana
prevalência de asma ativa e elevac¸ão da prevalência de
rinite e rinoconjuntivite, assim como de eczema flexural
(tabelas1e2).
Comrelac¸ãoàasmaeaossintomasrelacionados, verifi-camosqueaquedadaprevalênciadeasmaativaemparte
foi decorrente da queda observada em Belém e Aracaju,
apesardoincrementosignificativoocorrido emSãoPaulo. Além disso, houveincremento significativona prevalência dediagnósticomédicodeasma,queoscilouentre14,3%e 17,6%, em todososcentros, excetoBelém e Aracaju.Por outrolado,onúmerodeepisódiosmaisgraves(distúrbiode fala) manteve-se inalterado, ao contrário do de sintomas inespecíficos,comotossenoturna,queaumentou(tabelas1 e2).
Oqueteriaocorridonesseintervaloqueseriacapazde
explicar essas mudanc¸as? Se analisarmos o período
de 18 anos, desde a obtenc¸ão dos dados do ISF1,
veri-ficamos que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
do paísaumentou, foi de 0,724 em 1993-416 para 0,80717 em2012.Esse aumentofoiobservadoemtodososcentros envolvidos,entretantofoideformamaisacentuadanosdas regiões Nordeste e Norte.Nãohouve correlac¸ão significa-tiva entreos IDHe a taxa de prevalência deasma ativa, rinoconjuntiviteoueczemaflexuralquerem2003querem 2012(dadosnãoapresentados).Essesdadossão corrobora-dos seconsiderarmosoProdutoInternoBruto,que teveo mesmocomportamento,foideUS$3.040em1994paraUS$ 11.630em2012.18,19Emboraamelhoriadoníveleconômico dopaístenhaocorrido,inferiratalcondic¸ãoamudanc¸anas taxasdeprevalênciaaquiobservadaséfrágil.
Por outro lado, a partir dos anos 2000, a asma pas-sou a sermais bemtratada, poiscom a criac¸ãodo Plano NacionaldeControledaAsma(PNCA)iniciou-seo financia-mento dos medicamentos paraa asma grave,20 estendido
Prevalence
of
asthma
and
allergic
diseases
33
Tabela1 Prevalênciaderespostasafirmativasàsquestõesdesintomasdeasma,riniteeeczemadoquestionárioescritodoInternationalStudyofAsthmaandAllergiesin
ChildhooddeadolescentesdecentrosqueparticiparamdoIsaacfase3edoatualestudo
Questão Belém Recifea Maceióa Aracajua BeloHorizontea SãoPauloa Curitibaa Geral
2003 2012 2003 2012 2003 2012 2003 2012 2003 2012 2003 2012 2003 2012 2003 2012
N=1773 N=3708 N=2865 N=1149 N=2745 N=3628 N=3041 N=3009 N=3088 N=2642 N=3161 N=2433 N=3628 N=3530 N=20301 N=20099
Sibiloalgumavez 43,1b 38,7 37,8b 32,9 29,5b 25,2 33,2b 25,4 47,3 45,5 44,6 43,7 40,7 39,8 38,8 35,5b
Sibilos12meses 23,1b 20,7 19,1 19,6 14,8 13,2 18,7b 12,8 17,8 19,7 18,7 21,3b 18,9 17,6 18,5 17,5b
Prob.fala 5,0 6,0 4,1 7,0b 5,0b 3,5 6,8b 3,6 4,8 5,0 2,9 4,4b 3,1 4,5b 4,5 4,7
Diag.asma 32,8b 29,3 18,0 22,5b 13,8 15,8b 15,4b 12,7 9,8 17,3b 10,4 13,6b 9,2 13,1b 14,3 17,6b
Sib.exercício 21,7 22,5 23,0 22,5 18,9b 14,6 19,0b 16,4 18,6 21,7b 17,0b 12,1 19,1 19,9 19,4 18,3b
Tossenoturna 45,7 51,1b 37,3 41,0b 42,0 40,8 41,3b 38,3 37,4 39,3 33,3 45,4b 34,7 42,4b 38,2 43,0b
Sint.nasais12m 47,4b 44,2 35,8b 26,3 26,4 38,8b 25,6 29,9b 26,1 34,1b 27,4 49,9b 39,2b 31,6 31,8 37,2b
Rinoconjuntivite 28,5 27,9 14,5 17,3b 13,8 19,2b 17,4b 15,4 14,5 18,3b 12,2 24,5b 17,2 18,8 16,2 20,6b
Sint.cutâneos 11,8 12,5 10,1 8,4 7,5 8,9b 11,2b 7,1 9,1 8,3 12,7b 8,6 6,3 8,8b 9,6 9,1
Eczemaflexural 6,2 7,9b 5,0 3,9 4,0 5,1b 7,9b 3,4 5,2 5,4 3,6 6,6b 3,7 5,7b 5,0 5,6b
Prob.fala,sibilânciatãointensacapazdeimpedirdizerduaspalavrasseguidasnosúltimos12meses;Diag. asma,asmadiagnosticadapormédico;Sib.exercício,sibilânciadurante exercícionosúltimos12meses;Tossenoturna,tossenoturnasemestarresfriadonosúltimos12meses;Sint.nasais12m,espirros,corizaouentupimentonasalalgumaveznosúltimos12 meses;Rinoconjuntivite,problemanasalcompruridoelacrimejamentoocularnosúltimos12meses;Sint.cutâneos,rashcutâneopruriginosoqueapareceedesaparecenosúltimos12 meses;Eczemaflexural,rashcutâneopruriginosoqueapareceedesaparecenosúltimos12meseseemlugarescaracterísticos(dobrasetc.);N,númerodeadolescentes.
34 SoléDetal.
Tabela2 Variac¸ãopercentualporanodaprevalênciadesintomasdeasma,riniteeeczemadeadolescentesqueresponderam
oquestionárioescritodoInternationalStudyofAsthmaandAllergiesinChildhood(Isaac)emcentrosqueparticiparamdoIsaac
fase3edoatualestudo
Questão Belém Recife Maceió Aracaju BeloHorizonte SãoPaulo Curitiba Geral
Sibilosalgumavez ---0,63 ---0,54 ---0,61 ---0,98 ---0,20 ---0,10 ---0,10 ---0,41
Sibilosúltimoano ---0,34 0,06 ---0,23 ---0,74 0,21 0,29 ---0,14 ---0,13
Distúrbiofala 0,14 0,32 ---0,21 ---0,40 0,02 0,26 0,16 0,03
Diagnósticodeasma ---0,50 0,50 0,29 ---0,34 0,83 0,33 0,43 0,41
Sibiloscomexercício ---0,11 ---0,06 ---0,61 ---0,33 0,34 ---0,54 0,09 ---0,14
Tossenoturna 0,11 0,41 ---0,17 ---0,38 0,21 1,34 0,86 0,60
Sintomasnasaisúltimoano ---0,46 ---1,0 1,77 0,54 0,89 2,50 ---0,84 0,68
Sintomasnasaiseoculares ---0,09 0,31 0,71 ---0,25 0,42 1,37 0,18 0,55
Sintomascutâneos 0,10 ---0,19 0,20 ---0,51 ---0,09 ---0,46 0,28 ---0,06
Eczemaflexural 0,24 ---0,12 0,16 ---0,56 0,02 0,33 0,22 0,08
dezembrode 2010, foram aprovadasas normas de
finan-ciamentoeexecuc¸ãodoComponenteBásicodaAssistência
Farmacêutica,que destinouao programadeasmaerinite
medicamentos doElencode Referência Nacionaldo
Com-ponenteBásicodaAssistênciaFarmacêutica.22Certamente,
esses fatos tornaram viáveis a criac¸ão de programas de
atenc¸ão aos pacientes com asma, o que explicaria o
aumentodaprevalência dediagnóstico médico.Por esses pacientesterem acesso a tratamento eraesperado maior controle da doenc¸a, revelado por reduc¸ão da frequência deexacerbac¸õesgraves,assimcomodesintomas inespecí-ficos,observadaempartedosnossosAD.Comaintroduc¸ão dasdiretrizesmédicasedosconsensossobreaasmahouve maiordifusãodoconhecimentosobreadoenc¸aecomisso
o termo asma passou a ser mais empregado por
médi-cos e pacientes em substituic¸ão aos eufemismos usados, como bronquite e traqueobronquite.23 Outra consequên-ciafoi a padronizac¸ão detratamento paraasma, embora nemsemprebaseadaplenamentenasdiretrizesnacionaisou internacionais.23,24
Com relac¸ão à rinite e rinoconjuntivite, verificamos
aumento da prevalência de ambas, na maioria dos
cen-trosenvolvidos.Excluindo-seofatoreconômico,outroque poderia estar envolvido nesse aumento seria a poluic¸ão ambiental.Em estudoanterior(ISF3),avaliamos arelac¸ão entreprevalênciadeasma,riniteeeczemaeosníveisde poluentesfotoquímicosnoscentrosbrasileirosquetinham controledapoluic¸ãoatmosférica (SãoPaulo, SantoAndré, CuritibaePorto Alegre).Embora nãotenhamosdetectado umpadrãocaracterísticoentreossintomasavaliadoseum poluentedoarespecífico,constatamoshaverrelac¸ãoentre amaiorexposic¸ãoa poluentesfotoquímicose a prevalên-ciaouriscoelevadosdesintomasdeasma,riniteeeczema atópico.25 Doscentrosqueparticiparamdesseestudo, ape-nasSãoPauloeCuritibatêmmonitoramentodospoluentes atmosféricosdesdeoISF3,oquenospermitiuconstatar,em ambososcentros,melhoriadaqualidadedoarnosúltimos anos.26---29
Com o presente estudo verificamos que possivelmente aprevalênciadeasmaativatenha atingidoo seupatamar maiselevado e que vem seestabilizando. Seriaesse fato decorrentedareduc¸ãodosníveisdepoluic¸ãoatmosférica? Sesim,comoexplicaroaumentodaprevalênciaderinite, rinoconjuntiviteeeczemaflexural?Aspossíveisexplicac¸ões
paraessesachadosaindamerecemnovosestudosquesejam direcionadosparaessesdesfechosprimários.
Financiamento
Fapesp-Ppsus(Processon.◦2009/53303-5).
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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