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O conceito de nascimento na criança

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Academic year: 2017

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(1)

; (

CENTRO DE POS-GRADUAÇAQ EM PSICOLOGIA

INSTITUTO DE

SELEÇAO E ORIENTAÇAO PROFISSIONAL

{"FUNDAÇAO GETOU O VARGAS

110

CONCEITO DE NASCIMENTO NA CRIANÇA"

MAGALE

DORFMAN

FGV/ISOP/CPGP

Praia de Botafogo,

190 - sala 1108

Rio de Janeiro - Grasi1

(2)

CENTRO DE POS-GRADUAÇAO EM PSICOLOGIA

INSTITUTO DE SELEÇAO E ORIENTAÇAO PROFISSIONAL

FUNDAÇAO GETOLIO VARGAS

~O

CONCEITO DE NASCIMENTO NA CRIANÇA"

POR

[

MAGALE

DORFMAN

Dissertação submetida como requisito parcial

para a obtenção do grau de

MESTRE EM PSICOLOGIA

(3)

Para Rogerio,

Bruno

e

(4)

AGRADECIMENTOS

Ao Prof.

Franco Lo Presti Seminerio, pela orientação

propor-cionada ao trabalho.

A Profa. Sheilah Kellner, pelo apoio moral e profissional que

ofereceu.

Ao colega Hermano Shigueru Taruma, pela amizade e ajuda

sem-pre sem-presente.

(5)

,

S UMA R I O

o

presente trabalho tem por objetivo primordial,

exami-nar o desenvolvimento do conceito de nascimento em diferentes fai

xas etãrias.

A

idéia de trabalhar sobre o tema surgiu da constatação

de total carência de informação sobre o assunto não só no

contex-to brasileiro mas em geral, a partir de pesquisa empirica.

Em termos teóricos, o problema ê aqui abordado especial

mente numa perspectiva pSicodinâmica do desenvolvimento infantil.

A

tentativa de desenvolver a questão em termos cognitivos,

como

uma

primeira aproximação, esbarrou nas contaminações culturais e

socio-emocionais que o próprio tema contêm.

(6)

S U M M A R Y

This dissertation aims at examining the development

of

birth concept in children at different age levels.

This study departed from the fact of very scarce informa

tion on the subject.

Instead of a cognitive approach of infant development

which was first attempted at, a psychodynamic one was used because

of cultural and socio-emotional contaminations.

An exploratory study supports the hypothesis of a direct

function between the development of this concept and chronological

age.

The results are analysed quantitative and qualitatively

and an explantion 1s advanced to explain both the

II

pr ise de

cons-cience

ll

(7)

INDICE

PAG

DEDICATORIA ...

o . o . o . o

iii

AGRADECIMENTOS ..

o • • o • • o • • o . o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o . . .

iv

SUMJl.RIO ..

o • • • • o • • • • • • • • • • • • • • • o • • • • • • • • • o • • o • • • • • • • o • • • • • • •

v

SUMMARY

INTRODUÇAO

OBJETIVO DO TRABALHO

- Problema e Hipótese

vi

5

6

- Importância do Problema...

7

REVISAO BIBLIOGR7\FICA

..

o • • • • • • • • • • • • • • • • • • o • • • • o • • • o . . .

10

METODOLOGIA

..

o • • • • • • • • • • • • o • • o o • • • • • o • o • • • • • • • • • • • • • o • • • • •

24

RESULTADOS

1. Distribuição e Categorização dos Dados Obtidos ... .

20

Discussão

RECOMENDAÇOES

BIBLIOGRAFIA

ANEXOS

27

29

35

36

40

... Cronograma

. . .

40

(8)

I N T R O O U

ç

A O

o

conceito de "educação" definido por diferentes

auto-res, varia de-uma abordagem bastante restritiva a outra bastante

extensiva.

Podemos utilizar uma definição no sentido extenso de que

"se refere a todas as medidas empregadas pelos adultos, paIS, pr~

fessores, especialistas ou nao, para influenciar, o comportamento

da criança, de uma maneira determinada e desejável".

Pedagogos, sociólogos, antropólogos, psicólogos,

desig-nam com o termo educação a ação combinada dos adultos, particula~

mente os pais, para adaptar a criança a uma sociedade cujos

valo-res ela própria transmitirá, pelos mesmos meios.

Como afirma Lebovici e Soule (1980) nossa epoca e ávida

de conhecimentos em materia de educação. Jornais, revistas, amul

tiplicação de tratados de psicologia, cursos de orientação de

pais sao provas incontestáveis.

Este interesse pelos temas educacionais mostra cada vez

maIs a importincia que a criança foi adquirindo atraves do

~esen-volvimento da sociedade e da famIlia. De um total anonimato

-

a

u-ma preocupaçao u-marcante com os sentimentos da criança, sua saúde,

sua educação e preparaçao para a vida, ocorreu uma transformação

impressionante.

P. Aries (1978) coloca a importincia do seculo

XVII

na evolução dos temas da primeira infincia, quando os retratos de

(9)

,

2.

seculos anteriores em que a arte desconhecia a infância.

Foi tambem no secu10 XVII que os retratos de fami1ia ten dem a se organizar em torno da cr1ança, que figura como o centro

da composição. O mesmo autor cita cenas convencionais como a

1i-çao de leitura, lição de música ou grupos de crianças brincando que começam a ser temas comuns na pintura e logo a seguir na gra-vura.

A partir desta epoca a cr1ança sai do anonimato. Ao mes

mo tempo, e retirada da convivencia com os jovens e adultos, com

os quais aprendia a vida.

A escola substitui a aprendizagem como forma de educa

çao; a criança deixa de se misturar aos adultos onde aprendia a

vida diretamente. Inicia-se um processo que se prolonga ate hoje

e que chamamos escolarização.

Dentro deste longo desenvolvimento social a criança

ad-quiriu cada vez mais importância, e hoje não se tem dú~ida que a

criança contem a personalidade do adulto.

Como agir para otimizar este desenvolvimento, permitir

que ele atinja seu potencial maior sao questoes constantes em Psi cologia e Educação.

Dentre as diferentes áreas de estudo da criança, seu

pensamento em relação

i

assuntos sexua1S e pouco explorado talvez

justificado pela afirmação de W. Torres (1978) de que "0 seculo XX

e marcado pela interdição do tema da morte e do sexo".

(10)

-3.

mentares p01S ao mesmo tempo em que a cr1ança pergunta de onde vi

emos, quer saber para onde vamos.

Os diferentes momentos da evolução das sociedades tem

resolvido cada um a seu modo o problema da educação sexual das

crianças. O sentimento de moralidade difundido hoje de que peran

te as crianças não se deve fazer alusão

ã

assuntos sexua1S, era estranho

ã

sociedades ma1S antigas. Os adultos se permitiam tudo diante delas, segundo Aries

(1980)

"linguagem grosseira, açoes e situações escabrosas; elas V1am e ouviam tudo~

Segundo Lebovici e Soule

(1980)

este problema se confi-gurou teoricamente há apenas alguns decênios e representa uma

re-volução frente

ã

atitude característica do seculo

XIX

que fazia da sexualidade, do coito, e da procriaçao, tabus absolutos.

Esta observação é válida para a nossa sociedade que

re-flete a reforma moral cristã que caracterizou a sociedade

burgue-sa dos seculos

XVIII

e

XIX

na Europa (Inglaterra e França)

Ainda hoje encontramos na sociedade muçulmana o hábito

de brincar com o sexo das crianças o que para nós é considerado u

ma anomalia sexual.

Hoje,

ê

bastante aceita a necessidade da educação se-xual para as cr1anças. Existem inclusive controvérsias quanto

-

as

responsabilidades desta ~

are a de educação cabe aos pais, ou a

escola a informação e educação sexual

?

A dificuldade e hesitação dos adultos nesta ~

area faz

(11)

4 .

analogias com animais ou plantas, calando sobre a noçao de prazer, domInio do humano.

De acordo com A. Bergê "a educação sexual nao e um cam

-po a p3rte, s6 -pode aparecer a luz devido ~ inépcia dos educado

-res, eles mesmos mal-educados e incapazes de superar suas própri~

(12)

OBJETIVO DO TRABALHO

Este trabalho tem por objetivo pesqu1sar o desenvolvi

-mento da noçao de nasci-mento na criança, ainda que dentro de um

contexto cultural delimitado.

Interessa para tal fim observar, de maneira introdutó

-r1a, a evolução das respostas dadas pelas crianças

ã

questoes

re-latiV8s ao tema do nascimento, dentro das diferentes faixas de i-dade.

A própria natureza do problema enfocado, tao intimamente

ligado

ã

vida emocional - fantasias, medos, ansiedades e

expecta-tivas infantis - tornaria artificial uma aproximaçao exclusivamen

te cognitiva do conceito (1).

~ bastante evidente a carga afetivo-cultural que

conta-mina o tema do presente estudo, em contraposição aos estudos clá~

sicos sobre desenvolvimento da noção de peso, substancia, veloci-dade e inúmeros -.Jutros já bem definidos pelas experiência,s de Pia

get e replicados no mundo inteiro.

A mesma informação dada

ã

cr1ança em diferentes fases

do desenvolvimento tem uma repercussão particular, ligada as

ca-racterísticas desta mesma fase. Estas características são de

na-tureza intelectual e de nana-tureza afetivo-emocional.

Algumas destas características ser1am responsave1S

-

. por

(1) O trabalho tinha como objetivo inicial a abordagem do "concei

to de nascimento" exclusivamente do ponto de vista cognitivo~

que mais tarde se ampliou a partir das evidências empíricas

(13)

,

6 •

uma cUl"ioBidade Bem l'eserVUH C\II rela~tlo ao lema, ao llIeSI!I(\ tempo em que outros processos podem ocorrrr que se op~em a tomada de

consciência sobre a vida sexual dos adultos.

A

partir da análise das respostas de crianças a uma en-trevista dirigida, elaborada para tal fim, objetivou-se uma

dis-cussão dos aspectos que impedem e/ou promovem a compreensao e

a-ceitação da realidade em diferentes faixas de idade.

PROBLEMA E HIPOTESE

o

trabalho pretende se posicionar como um estudo

explo-ratório sobre o conceito de nascimento na criança.

Coloca-se como problema o seguinte quesito existemdi

ferenças na "concepção de nascimento" entre as crianças

?

Chamou-se "conceito de nascimento" à explicação dada p~

la criança ao fenômeno da concepção. É considerado "forma.do" qua;-: do a criança menciona ou sugere de alguma forma a necessidade do

casal para a concepção, permitindo supor que entende, ainda que de

modo genérico, o ato sexual como gerador de um novo ser.

Depreende-se a seguinte hpõtese geral crianças de di

ferentes idades cronológicas têem concepç~es diferentes à respeito

do nascimento.

Esta hipótese geral, centrada no desenvolvimento

crono-lógico, pretende se ater às diferenças sócio-culturais

(14)

7 •

Gen~tica e nas hip~teses psicodinimicas. Todavia, lança-se mao

destas teorias como referencial na tentativa de explicar as var10-çoes apresentadas nos resultados.

IMPORTANCIA DO PROBLEMA

o

estudo do tema proposto se revest~ de grande importin

cia nao só para aqueles que se dedicam

à

tarefa educativa como

crianças (seja a nível preventivo, educacional, seja a nível tera-pêutico) mais tambem para a compreensão do individuo como uma tota 1idade.

Os te~ricos do desenvolvimento sao unânimes em afirmar

a importância do desenvolvimento psico-sexua1 e sua vinculação

di-reta com sentimentos de aceitação e segurança afetiva. Como

afir-ma Piaget (1971) existe um paralelo constante entre a vida afetiva e a vida intelectual.

Dentro da perspectiva piagetiana da construçao do conhe

cimento atrav~s das trocas que o sujeito estabelece com o me10

am-biente, tanto em termos de açoes quanto de informações, torna-seim

portante verificar como a criança desenvolve conceitos em relação

a aspectos nos quais nao tem a possibilidade de construir a partir das ações, da experiência.

Poderia ser considerado como um dos aspectos importantes do problema a abordagem do conceito de nascimento no sentido acima

exposto, ou seja, de ser de qualidade diferente em relação a pro-

(15)

8 .

Ao mesmo tempo em que se observa a evolução do conceito, levanta-se hipóteses sobre algumas de suas possíveis causas levan-do-se em conta sua natureza particular.

Em relação

ã

evolução do conceito, uma melhor apreensao

-do "como as crianças pensam a respeito" nos daria, sem dúvida, con

diç~es de uma melhor e mais adequada aprox1maçao em termos educa

-cionais e formativos.

De acordo com o SIECUS (Conselho de Educação e

Informa-çao Sexual - EUA -

1965)

o objetivo principal da educação sexual e

da educação em geral seria "aumentar a qualidade de vida e

estabe-lecer relaç~es interpessoais mais significativas". Considera a se

xualidde como parte básica e integral da personalidade, capaz de

contribuir para um melhor relacionamento entre os membros da comu-nidade humana.

Inclui dentre seus var10S objetivos alguns considerados

-

.

essenciais e que sao

I - prover o indivíduo de um conhecimento adequado de seu processo

de maturação mental e emocional em relação ao sexo.

2 - Proporcionar ao indivíduo uma visão das suas relaç~es com

mem-bros de ambos os sexos e ajudá-los a aceitar obrigaç~es e

res-ponsabilidades para com outros.

3 - Prover conhecimento a respeito dos usos incorretos e aberra

çoes do sexo que permitam ao indivíduo protejer-se contra a ex

ploração e ameaças

ã

saúde física e mental.

4 - Incentivar o trabalho por uma sociedade onde a prostituição, a

(16)

9 .

lação a sexo e exploração sexual nao existam.

5 - Proporcionar condições que capacitem o indivíduo a utilizar sua

sexualidade efetiva e criativamente nos diferentes papéis como esposos, pais, membros da comunidade e cidadãos.

Estes sao os objetivos de uma instituição determinada que

tem lugar em contexto determinado, social e cultural, mas que por

sua universalidade podem ser tomados e generalizados para o Homem,

na medida em que atendem aos princípios mais altos de respeito e

consideração pela sociedade e individualidade humana.

Melanie Klein (1967) estuda a influência da educação se-xual e afirma que a sinceridade com as crianças e a lealdade

inte-rior que ela acarreta nelas, tem uma influência benigna profundas~

bre o desenvolvimento intelectual, levando o pensamento em suas di reções de extensão e profundidade.

Finalmente, acreditando-se que e ~ ma~s importante

plane-jar a educação das crianças com um mínimo de perturbação do que pl~

nejar o tratamento delas quando começam a se manifestar, o estudo do presente problema se reveste de grande importância na medida em

que possibilite uma maior elaboração teórica futura que possa ser

(17)

REVISAO BIBLIOGRAFICA

Vivemos um momento de grandes reformulaç~es e

reavalia-çoes em termos de educação. Novos metodos de abordagem dos princi

pais conceitos sao constantemente elaborados para torná-los compreensíveis e melhor assimilados pela criança.

mais

Um dos aspectos que ma~s tem sido enfocado (sob os ma~s

diferentes ângulos), explorado, liberado e teorizado

e

o da educa

ção sexual.

o

tema

e

ainda bastante controvertido e como já foi

di-to anteriormente tem sido difícil definir as responsabilidades sao os pais, a família ou a escola que devem fornecer as

informa-ç~es ? Quem deve oducar a criança do ponto de vista sexual

?

Enquanto nao se chega a um consenso, as soluç;cs sao ln

dividualizadas; cada família ou instituição arcando com o que p~

de ou tem condiç~es de dar.

o

que se percebe

ê

que justamente numa área de tao fun

damental importância para o desenvolvimento emocional sadio, os

adultos não estão preparados para responder as tão temidas e esp~

radas perguntas das crianças.

Segundo Osterrieth (1972), a partir dos 3 anos, com a

conscientização da diferença entre os sexos, queremos saber o

pa-pel que cada um desempenha na sociedade e sua atividade específi

ca : queremos saber ~m somos e de onde v~emos.

Entre 6 a 9 anos, h~ uma grande curiosidade quanto ~ r~

(18)

11.

tômico. Para o autor, com maior consciência de si mesmo, a crian

ça se coloca o problema das origens e corno ela mesmo começou.

Em "Organização Genital. Infantil" (1908), Freud afirma

que "a origem dos bebês" e a interrogação mais antiga e ardente

da humanidade.

Na verdade, pouco se tem escrito sobre o assunto. Os te

óricos do desenvolvimento se interessam mais pela descrição das

diferentes fases do desenvolvimento sexual, a aquisiçao de

carac-terísticas sexua1S, a identificação sexual, etc. Trata-se ma1s

de uma visão adulta sobre a sexualidade infantil do que de urna vi-são infantil da sexualidade humana.

Mussem, Conger, Kagan (1977), situam na fase pre-esco -~

lar (2

ã

5 anos) o surgimento de questões a respeito de sexo, pa~

ticularmente, a origem dos bebês, alem da referência

ã

diferen

-ças sexuais anatômicas. Refere-se ainda

ã

maneira corno os paisde

classe m~dia na cultura ocidental reprimem ou at~ suprimem os

S1-na1s de atividade, interesse e curiosidade sexual de seus- filhos.

Compara estes dados com culturas mais primitivas, corno nas Ilhas

Trobriand, por exemplo, onde a exploração sexual não e punida nem restringida.

A atitude diante da sexualidade e a própria sexualidade

segundo P. Aries (1978), variam de acôrdo com o meio e segundo as

épocas e as mentalidades. No seu livro Historia Social da

Crian-ça e da Família, descreve a atitude em relação ao sexo desde o fi

nal do seculo XVI, denominando de "despudor

ã

inocência" o

cami-nho percorrido pela criança, de lã ate os nossos dias. Refere-se

(19)

,

12.

alheia e indiferente fi sexualidade". Portanto, gestos e alus~cs

sexuais não tinham consequência e perdiam seu caráter sexual. Mas

o mesmo autor fala tambem dos moralistas e educadores que já no

seculo

XVI

observam as brincadeiras infantis e práticas sexuais e

lançam uma serie de conselhos e práticas para preservar a inocen-cia das crianças (evitar a promiscuidade, isolar as crianças, sub

metê-las

ã

vigilância constante).

são ideias que começam a ser propostas e acabam por fa-zer vingar, essas mesmas ideias que hoje são as nossas.

o

século

XVII

produz uma grande mudança nos costumes:

um movimento de moralismo que imp~e uma noçao nova e essencial: a

"inocência infantil" que um seculo mais tarde já se transformará

em verdade absoluta. são comuns nesta fase as comparaçoes de cri

anças com anjos.

Se ate entao a infância era ignorada, considerada ape

-nas um período de transição, sem importância, passa nesta fase ~r

um endeusamento e se começa a falar de sua fragilidade e debilid~

de. Associava-se sua fraquesa

ã

sua inocencia, qualidades que

mostravam um reflexo da pureza divina. A educação era a primeira

das obrigaç~es humanas e a literatura pedagógica do final do secu

-lo

XVII

era dominada por este tipo de concepçao.

Esta inocencia imputada

ã

infância tinha uma dupla

fun-çao moral ou seja, ao mesmo tempo preservar a criança da sujeira da vida (e especialmente da sexualidade aprovada entre adultos) e fortalecê-la desenvolvendo-lhe o caráter e a razão.

(20)

] 3 •

momento, o que nao constitui uma contradição nesta época. Estas

duas formas de encarar a infância só se colocam como contradição

no secu10

xx,

que caracteriza a cr~ança como irracional ou pre-1~

gica.

Hoje a ciência dispõe de critérios mais bem estabeleci-dos para lidar com as crianças (em quase toestabeleci-dos os campos do conhe

cimento humano) a partir de uma compreensao ma~s abrangente de

sua realidade física e psíquica.

Os relatos das próprias crianças propiciaram uma soma de informações que passaram a nortear as observações seu comportamento, suas perguntas e seus silêncios.

vasta sobre

As teorias psicanalíticas valeram-se das observações e

relatos de casos clínicos. A Epistemologia Genetica trouxe para

sua metodologia a ação e a palavra da criança.

Piaget (1967) ressalta o "paralelo constante entre a

vida afetiva e intelectual", colocando inteligência e

afetivida-de como indissociáveis e complementares afetivida-de toda conduta humana.

Dentro desta abordagem dc~crcve selS estágios de

desen-vo1vimento a saber estágio dos reflexos, mecanismos hereditá

-rios e primeiras emoçoes; estágio dos primeiros hábitos motores,

percepções organizadas e sentimentos diferenciados; estágio da

inteligência prática ou sensório-motora e primeiras fixações exte

ri ores de afetividades, (estes três constituem o período de

1ac-tância, anterior ao estabe1eciiento da linguagem e do pensamento); estágio da inteligência intuitiva, sentimentos interindividuaises

pontâneos e relações sociais de submissão ao adulto (de 2 a 7

(21)

-14 •

çoes intelectuais concretas (começo da lógica) e sentimentos

mo-rais e sociais de cooperaçao (de 7 a 12 anos); estágio das oper~

çoes intelectuais abstratas, formaç~o de personalidade e ingresso

na vida afetiva e intelectual dos adultos.

Importa aqui relembrar as características

corresponden-tes

ã

dos sujeitos do estudo exploratório realizado neste traba

-lho, que tem de

4

a la anos, abrangendo, portanto dois estágiosde

desenvolvimento.

o

primeiro refere-se ao da inteligência prê-op~

ratõria e que se caracteriza pelo pensamento egocêntrico puro que aparece no jogo simbólico (jogo de boneca, brincar de comidinha) onde a criança desenvolve uma atividade real de pensamento embora

essencialmente egocêntrica no sentido de satisfazer o eu pela

transformação do real, em função de seus próprios desejos.

No decorrer do estágio, este tipo de pensamento evolui para uma forma mais adaptada ao real e que Piaget chama de

pensa-mento intuitivo -- considerando a intuição como lógica de primeira

infância.

Outras características importantes neste estágio de pe~

-samento sao : o animismo infantil, ou seja, tendência a conceber

as co~sas como vivas e dotadas de intenções; o finalismo em que

as coisas tem um fim determinado, para o qual se movem ou se diri

gem (nuvens, lua que nos segue); tais caracteristicas provem de

uma assimilação das coisas a sua própria atividade. A isto, acre~

centase o artificialismo ou crença de que as coisas foram cons

-truídas pelo Homem, e operam do mesmo modo que os humanos os

próprios bebês podem ser construídos e vivos ao mesmo tempo sem

(22)

15.

/\ causalidade;:: marcada pela indiferenciação entre o

psiquico e o fisico e egocentrismo intelectual.

As diferentes manifestaç;es deste pensamento em forma

-çao sao coerentes entre S1, calcadas na pre-lógica. Consistem em

uma assimilação deformada da realidade

ã

própria atividade -- sao

esquemas de assimilação egoc~ntrica característicos no jogo simb~

lico e que são passíveis de acomodaç;es mais precisas em

determi-nadas situações.

A partir da experi~ncia que se tem, a abordagem do tema

proposto dentro do nosso contexto social ainda suscita

dificulda-des de ordem emocional que os adultos, mesmo esclarecidos, deixam

transparecer e as crianças absorvem com facilidade.

A

dinâmica destas dificuldades encontra-se discutidajã em 19G8 por Freud, no seu artigo "Teorias Sexuais das Crianças",

onde discute as diferentes explicações criadas pelas cr1anças a

respeito do sexo e nascimento de bebês.

Suas fontes sao a observação direta de cr1anças e

suas brincadeiras e relatos de adultos em tratamento

psicanalíti-co.

Segundo o autor, a observação (que seria a fonte mais

pura) fica limitada na medida em que os adultos, como não

aceita-vam a vida sexual infantil, se omitiam de um trabalho neste senti

do, alem do que qualquer manifestação infantil nesta área era

em-pIamente reprimida.

Considerava que a influ~ncia da educação e diferentes

(23)

16.

e um desabrochamento ma1s ou menos precoce do interesse sexual.

Por estes motivos expoe as teorias infantis conforme a

vida infantil nos oferece e n~o vinculadas a fases sucessivas.

As crianças aceitam a diferença entre os sexos como uma

realidade que nao precisa de qualquer investigaç~o, p01S conhecem

desde o princípio um pa1 e uma mae; tem o mesmo sentimento em rela

-çao a uma irma ou irmao. A curiosidade sexual

ê

despertada a pa~

t i r de seus próprios instintos (voltados para si mesmo) e opostos quando uma nova criança aparece (em sua própria casa ou na dos ou tros).

Com a preocupaçao em relaç~o a um possível competidor

a criança começa a refletir sobre o que Freud considera o

primei-ro e grande pprimei-roblema da vida de onde vem os bebês (especialme~

te aquele que vai lhe trazer problemas). Quando se reporta aos

adultos, donos do conhecimento, obtem explicações insatisfatórias

que acolhem com incredulidade (cegonha, etc.). As transformações

pelas quais a mae passa durante a gestaç~o n~o passam desAperceb!

das

ã

criança.

Descobre que a criança se forma dentro do corpo da mae.

Depois disso, se vê impedida de progredir pela limitaç~o de sua

própria sexualidade. Cria ent~o, falsas teorias que tem um aspe~

to comum: cada lima contem algo de "verdade" que se explica pela

vinculaç~o com componentes do instinto sexual, já ativos na crian

ça.

Tais hipóteses nao sao, segundo Freud, resultado de um

(24)

,

17.

~

.

psico-sexual - por isso fala de teorias infantis t1p1cas,

genera-lizando para todas as crianças as mesmas opinioes erroneas.

A primeira delas seria ligada ao desconhecimento dessas diferenças sexuais, seria atribuir a toda pessoa, inclusive as de

sexo feminino, órgãos genitais masculinos, iguais aos seus

(2).

Assim, quando o menino ve sua irma menor, pergunta logo

"por que seu pênis é tão pequeno

?

Certamente vai crescer". Ao

mesmo tempo, a menina valoriza os genitais masculinos e mostra vi vo interesse, sentindo-se em desvantagem por nao possuir um penis também.

A criança já tem conhecimento de que o bebê se forma de,!!

tro do corpo da mae mas isto nao

ê

urna explicação suficiente.

Co-mo penetra ali, é a qu€stao que se coloca.

Ocorre-lhe entao que o pai tenha algo a ver, p01S decla

ra que o "filho também

ê

seu".

Com o desconhecimento da vagina e achando que sua mae

também tem um penis a criança sofre o primeiro fracasso na sua ten tativa de descobrir a relação dos sexos.

Estes aspectos remetem-no a segunda das suas teorias: o

(2) A teoria freudiana, baseando-se na anatomia masculina,

susci-tou vários protestos feministas; pesquisas recentes de

sexo-logos a propósito do comportamento sexual, questionam as hipõ

teses freudianas a respeito da sexualidade da menina e da mu~

lher (Lebovici e Souté,

1980).

No caso das hipoteses

cons-truídas pelas crianças, resta saber se a recíproca é verdadei

ra ou seja se todos os meninos acreditam que as mulheres

(25)

,

18.

bebê se forma dentro da barriga da mae, e expulso como um excre -~

mento.

Assim, se a criança SU1 pelo anus os homens tambem po

-dem tê-los. Corno nos contos de fadas (3), a criança acredita que

se tem filhos por ter comido alguma coisa.

A terceira das teorias sexua1S t1p1cas surge quando

.,

.

a

criança percebe a relação dos pais, a s1tuaçao reC1proca, os rU1-

.

-

~ ~

dos, ou algum detalhe acessório. A interpretação que a criança

tem do ato sexual

ê

sempre sádica. Se preocupa em saber em que

consiste o relacionamento entre os sexos - o fato de estarem casa

dos como dizem.

As respostas encontradas por Freud a esta questao foram

frequentemente as seguintes "os casados urinam um diante do

outro" ou "o marido urina no urinol da mulher" o que parece

1n-dicar simbolicamente um conhecimento exato.

A. Ba1int (1939), comentou sobre a "participação" das

crianças na vida sexual dos pais. Na opinião da autora, a

atitu-de infantil seria uma farsa, como se dissesse "vej am, durmo

nao veJo nada, nao ouço e sei tudo".

(3) "A estória de Chapeuzinho Vermelho corporifica esta estranha

coincidência de emoções opostas que càracteriza o conhecimen-to sexual infantil e por isso atrai, inconscientemente as cri anças e os adultos que, atraves dela, se lembram vagamente da

pr6pria fascinação infantil em relaçio ao sexo~

Chapeuzinho Vermelho tem de ser extra!da doest~mago do l~bo,

por urna especie de operaçio cesariana; por isso assimila a i

deia de gravidez e nascimento. Com isto, associações de uma

relação sexual são evocadas no inconsciente da criança. Como

um feto entra no ~tero materno? Pergunta-se "a criança e

de-cide que isso só pode ocorrer se a mãe engolir alguma coisa,

(26)

,

19.

Ao mesmo tempo os pais ser1am responsave1S em alguma me ~

.

dida, já que condenariam os filhos se mostrarem cegos e surdos, co

mo se acreditassem que as crianças continuassem ignorantes das

coisas que eles lhes proibem saber. Mas as crianças deixam perc~

ber c~mo os mitos de cegonha e outros sao "engana bobos"; adivi

nham, nao se sabe como, que o quarto dos pais está em relaç~o com

o nasc~m~nto dos bebês.

~ interessante notar que os povos primitivos sao ma1s

tolerantes com as crianças; não há a noçao de proibido como nos ~

a entendemos. Entre os índios a amamentação e realizada ate qua~

do a criança aceita; as funções fisiológicas ou as manifestações

sexuais são realizadas com naturalidade e liberdade. Confere-se

a vida instintiva um grau de líberdade muito maior do que na nos-sa sociedade.

Em

1920,

Freud relata a associação de ideias de uma cri

ança de quatro anos. Falando-se a respeito de casamento, a cr1an

ça diz "se voce casa, vai ter filhos". Ao ser perguntada 50

-bre os seus conhecimentos nesta área a criança diz "quando

al

-guem se casa, sempre tem um filho.

E

sei muitas coisas mais. Sei

-que as arvores crescem na terra, sei -que Deus fez o mundo".

o

autor explica a associaçao que a cr1ança fez querendo

dizer sei que as crianças crescem na mãe - substituindo a mae

pela mae-terra. Conclui ainda "sei tambem que tudo e obra do

pai", que substitui por uma sublimaç~o dizendo " Deu s f a z o m u n do'!

Pela observaç~o das crainças sabemos que precocemente e

(27)

20.

A. Freud (1968) comenta que durante alguns anos o ego

infantil esta em condiç~es de livrar-se de assuntos e fatos

inde-sejáveis mediante a negação dos mesmos, ao mesmo tempo que mantem

intacta sua faculdade de comprovação da realidade. A negação da

realidade e um dos motivos subjacentes nas brincadeiras e jogos das crianças.

A autora questiona "ate que ponto a tarefa educativa de

ve induzir as crianças, mesmo as de mais tenra idade, a dedicarem seus esforços à assimilação da realidade e ate que ponto e

admis-sivel encorajá-las a desviarem-se da realidade e construirem um

mundo de fantasia.

Freud, S (1908), adverte que e importante a forma como

as crianças reagem às explicaç~es que lhe são dadas. Em algumas

ocasiões a repressão alcança um nivel tao acen~ado que se negam

a dar ouvidos a qualquer explicação e permanecem ignorantes (ao

me-nos aparentemente) até uma epoca avançada. Relata o autor o caso

de dois meninos de la e

13

anos que, depois de escutar com tran

-quilidade uma explicação sexual, responderam ao informante

possível que seu pai e outras pessoas façam isto, mas nosso pa~,

estamos seguros que nao faria jamais".

Constata-se assim que a informação e a evidência em ma-teria de sexo podem não servir para nada (4).

A. Berge (1959), coloca que a criança rejeitará a parte

(4) Freud, S (1925) em "Análise de la fobia de un nino de cinco a

nos", relata Hans continua a afirmar que as mulheres pos

-suem um "pipi" e elabora um sonho masturbatõrio no qual sua

mãe lhe mostra o "pipi", se bem que lhe tenha sido dadas

(28)

21.

das explicaç~cs que noo pode transcrever na linguagem emocionaldo

momento. Sua interpretação se ligará aos elementos orais, ana~s

ou genitais, dependendo do seu estágio de desenvolvimento

ps~co--sexual.

Trata-se de um conhecimento que, por estar intimamente ligado aos aspectos emocionais e educativos, pode ser reprimido a ponto de nao se expressar.

Assim, coloca-se tambem o problema da criança que "não

faz perguntas". Tudo indica que já fez e não faz ma~s, Ja

.

-

que

os adultos podem ter esquecido as perguntas que a criança fez num momento determinado, ainda que sob uma forma indireta.

As respostas evaSivas possivelmente fornecida a criança

e altamente contrastantes com o nivel de suas trocas lógicas e ~n

telectuais dão-lhes a sensação de estranheza que e reforçada

pe-las contradições dos adultos. A criança percebe entao que nao de

ve transgredir o que e interdito, e preciso dissimular para os

pais o que se aprende de outra fonte sob pena de um grande perigo.

Assim como se verificam processos que levam a busca do

conhecimento, outros se opoem a pr6pria tomada de consci~ncia da

verdadeira vida sexual dos adultos. M. Klein (1969) se refere

-

a

preferência da criança por lendas inverossimeis

ã

uma idéia

sado-masoquista da sexualidade. Esta se deve em parte por que nao se

sente bastante forte para assumir estes novos conhecimentos; em

parte, porque impúbere, não poderá agir como os adultos, mesmo

informada.

(29)

22.

tisfazer a curiosidade da criança, esta nao se expressa, chegando

ate a uma recusa em saber. Acrescenta a autora que mesmo a

me-lhor informação, dada por pais bem preparados, não isentara a crl

ança da angustia diante da sexualidade, da diferença entre sexos

e do corpo da mãe, nem mesmo dispensará a criança de experimentar

curiosidade ou medo diante do fantasma da cena primitiva.

A. Reich (1931) apresenta uma interessante discussão so

bre educação sexual, enfocando a sexualidade do ponto de vista p~

1itico.

Como diz a autora, sob pretexto de uma educação sexual

moralista, "introduziu-se no espít'ito do trabalhador as tendências

mais reacionárias". Incita as mães (de 1931) a se convencerem que

a visão burguesa da questão social

ê

nociva e infundada, nao se tra

tando de um problema medico mas sim político.

Apesar de colocar que a educação sexual está

intimamen-te relacionada com a educação geral, diz que se deve estar consci

ente de que "uma cor re t a ed ucaç ão se xua 1 1 e va rá

ã

um gr.and e con

flito com a sociedade cllpitalista".

o

sistema educacional

adota-do então, resulta em pessoas que tiveram sua vitalidade destruída,

sua sexualidade deturpada e seu caráter pervertido sao pessoas

que estao particularmente passíveis de serem explorados e se cons

tituem em cidadãos dóceis.

Trata-se de uma posição bastante original do

significa-do da sexualidade, calcasignifica-do na abordagem sociológica da questao.

A carencia de estudos empíricos sobre o tema proposto

(30)

23.

pallllcnte, IIOS IIlallualB l' cOl1lpêndio:; CIUSI;LCOI{ da Psicologia do

(31)

M E T O O O L O G I A

1. Natureza da Pesquisa

Estudo exp10ratorio, de campo (pesquisa empírica, pred~

minantemente descritiva).

2. Temática

Conceito de nascimento na criança, envolvendo diferença de concepções da criança sobre o nascimento em relação a faixa etária.

3. Sujeitos

Crianças na faixa etária de 4 a 10 anos, em contexto es

colar e institucional, de nível sócio-economico baixo e

mêdio-baixo.

o

grupo pertencente ao contexto escolar vive com a

fa-mi1ia nuclear (pai, mãe e irmãos) frequentando a escola

duran-te 4 horas por dia. O grupo pertencente ao contexto instituci

anal convive com a família nos fins de semana, frequeitando a

instituição em regime de internato.

OBS.: 1. pela natureza da pesquisa o tratamento dos dados im -plicados na hipótese abrangente formulada, envolve di ferenças significativas nas distribuições e correIa -ções decorrentes.

2. justifica-se a ausencia do processo de amostragem

pe-la natureza da pesqu1sa exploratória por não haver d~

dos acerca das populaçõt>s

oa

qual deveriam ser

(32)

'\.

25.

4. Variáveis

4.1 - Variável Independente

Idade definida em termos cronológicos.

4.2 -

Variável Dependente

Tipos de conceitos explicitados em entrevista

padroniza-da pelos sujeitos acerca do nascimento.

5. Hipótese

Há diferenças na formação do conceito de nascimento em

cada faixa etária.

6. Instrumento

Entrevista dirigida constando dos seguintes ítens

- Identificação sexual do entrevistado

do entrevistador

de figuras significativas (pais, pr~

fessores, instrutores)

b o 1 a, p e d r a, f 1 o r, c a c h o r ro, n e n e TIl •

- Questões em cada um destes elementos procurouse pesqui

-sar : gênero (masculino/feminino) o que caract~

riza cada um dos sexos, procedência (ser vivo, se nasce, co

mo nasce, de quem nasce, se nao nasce, como aparece, quem

(33)

26.

7. Procedimentos

7.1 - Coleta de dados

Foi treinado um grupo de estagiários, alunos do curso de graduação em psicologia do Instituto de Psicologia da UFRJ.

As entrevistas foram conduzidas individualmente, em con texto informal, tentando sempre aproveitar a motivação e a lin guagem da criança.

7.2 - Tratamento dos dados

(34)

\

R E SUL T A DOS

1 -

Distribuição e Categorização dos Dados Obtidos

TABELA

1

Discriminação Sexual segundo a Faixa Etãria

Faixa Etãria

Caracteristicas

Fisiológicas

Caracter;sticas

Culturais

4-5

7%

93%

6-7

40%

60%

8-10

77%

23%

TABELA

2

Identificação de Nascimento dos Elementos Propostos, Segundo o Ob

jeto e a Faixa Etãria

OBJETO

I1

4-5

11

6-7

11

8-10

~~~~~~~~~

BOLA

23%

77%

1

-

100%

-

-

100%

-PEDRA

25%

75%

-

16%

84%

1

-

100%

(35)

-28.

TABELA 3

Identificação, da Origem (Fonte F;s;ca) nos 3 Grupos

_IOA0---lE

II

~

_c _I

L . . - . . . - I

_E _I

~I

====N

===

4-5 64% 23% 13%

6-7 100%

8-10 100%

TABELA

4

Identificação do

IIProcesso

ll

de Nascimento nos 3 Grupos

_ I

DADE----III:=:==:=::==c

~II:=:==:=::==E

~II~===N

===

4- 5 2% 61% 27%

6-7 22% 68% 10%

(36)

29.

2 - Discussão

Em relação ao primeiro aspecto pesquisado - determinação das

características sexuais (Tab. 1) observamos que as crianças do pri

meiro grupo já tem formada a identificação sexual, auto e

hetero--referida, (atraves das respostas à pergunta "você

-

e men~no

.

ou

me-nina, "eu soU menino ou menina" "mamãe •.. ")

o

que var~a e a

justificativa para pertencer a um ou outro grupo ou seja, a discri

minaçao das diferenças sexuais. No 19 grupo, 93% das crianças defi

ne os dois grupos pelas características culturais - "corta o

cabe-10\ diferente", "usa brincos", "tamanco" - em contraposição a 7r.

que se refere às características fisiológicas

("0

corpo e

diferen-te", "tem piru").

No 29 grupo, vemos 60% se referindo ainda a aspectos cu!

turais ("pelo nome", "por que a mãe quer"), enquanto 40% aponta p~

ra características fisiológicas ("genitais", "peito"). Ainda as

-sim são citadas, em grande parte, características sexuais sedundá-rias como determinantes da sexualidaoc ("barba", "voz").

o

39 grupo avança na localização das características

com 23% devido a aspectos culturais ("mais calma", "mais sensível','

tem comportamentos de menina"), em relação à 77% que se refere a

aspectos fisiológicos - aqui já a nível primário, ou seja, sao men

cionados os genitais. A análise destes resultados aponta para as

características típicas do pensamento infantil, descritos por

Pia-get em termos de causalidade, ou seja, da indiferenciação entre o

físico e o ps~qu~co, ...

.

ao me smo tempo que se evidencia tambem o

ego-centrismo intelectual.

(37)

30.

criança sao confundidas com as leis morais e o determinismo

e

in-dispensável. Estes aspectos aparecem em respostas tais como

"me-nina porque a mãe quer", me de menina".

"menino porque o doutor disse", "tem no

Mesmo os aspectos considerados como características se-xuais sao deterministas (do ponto de vista cultural) como "usa ta manco".

A medida que a noçao se estabelece, vemos respostas mais

ligadas

ã

realidade física. As respostas de característica cultu

ral são mais diferenciadas, se referem

ã

características de pers~

nalidade (carregadas de subjetividade) tais como "mais calma"

"mais sensível". A percepçao das características sexuais se de

senvo1ve como uma maior diferenciação e descentração do ponto de

vista psico-sexua1; na medida em que a criança se percebe identl

ficada com seu sexo, a cada período a resposta

e

mais facilmente

verbalizada.

Em relação a 2a. variável - coisas que nascem e. que nao

nascem (Tub. 2), observamos (pela análise do gráfico) que o 19 gr~

po ainda apresenta as características descritas por Piaget taisco mo animismo e antropomorfismo, uma vez que 23% das crianças

indi-cam que "bola nasce"; 25% nesta mesma faixa etária indica que p~

dra nasce; o 29 grupo já discrimina o objeto fabricado (bola) mas

ainda têm dificuldade em relação ao objeto natural (pedra - 16% a

credita que nasce) o 39 grupo já tem as noções corretas - 100%

dos sujeitos.

Esta evolução (tal como em relação

ã

identificação

(38)

de-31.

senvolvimento do pensamento animista vai aos poucos cedendo lu

gar a descentração e crescentes discriminações.

Estas questoes iniciais tinham como objetivo encaminhar

a entrevista para os aspectos desejados, funcionando tambem como

um aquecimento, no sentido de promover um "rapport" entre entre -vistador e a criança.

Em relação a noçao de nascimento - de onde vem (lugarfi

sico) e como e feito o nenem (processo), as respostas foram subdi

vididas em certas, erradas e nao sei. A discriminação mais evi

dente e em relação ao "processo", visto que o lugar físico Ja

.-

-

e

identificado aos 4/5 anos por 647. das crianças, nos grupos segui~

tes atinge

100% (5).

Quanto ao processo, (Tab. 4) onde aparecem os resultados

maiS interessantes, os 3 grupos parecem descrever o seguinte movi

menta

19) nao tem conSClenCla do problema, cria respostas de

.

-

, a~ordo com

sua fantasia ou necessidade;

61%

sabe errado ("papai do ceu

faz, "a tia fez") e 777. diz explicitamente "não sei".

29) vê o nascimento de bebês como responsabilidade apenas da mae.

Ainda que saibam onde se localiza (barriga da mãe) parece que o aparecimento de bebês seria causado por "partenogênese".Ao

mesmo tempo em que "reconhecem que o nenem precisa de pai e

mae, dizem "só a mãe faz".

o

fato de precisar de pai e mae

(5) Como ilustração,

ê

interessante notar que nenhum dos sujeitos

menCionou a "cegonha" como responsável pelo aparecimento dos

(39)

39)

32.

poderia estar ligado ao aspecto egocêntrico da própria cr1an

ça preC1sar de pai e mãe para ser criada. A noção adequada

do processo abrange

12%

das crianças.

mostra um aumento na compreensno do processo, definido como

"fato do casal precisar ter relações para fazer um nenem".

A colaboração do pa1 e entendida como indispensavel.

Tais resultados tendem para a confirmação da hipóteseg~

ral pesquisada - existem diferenças na concepção de nascimento em

crianças de diferentes faixas etarias.

Como diz Piaget

(1929)

"para compensar a incerteza do

metodo de interrogação, o psicólogo deve aguçar a fineza de suain terpretação".

~ aqui que nos propomos a interpretar qualitativamente

os dados obtidos; na medida em que a maioria das crianças tem a

informação correta antes dos 8/10 anos, dada pelos pais, escola,

colegas, leituras, TV, etc., nos perguntamos a razão de tantas res postas incorretas e respostas "não sei" ate esta idade.

A evidência empirica (barriga que cresce, mae que vaip~

ra a mcternidade) mostra o local do bebê, que por extensao se tor na responsabilidade da mãe.

Parece que a dificuldade da criança e entender (no

(40)

,

33.

cessar a informação muitas vezes obtida "papai coloca a sementi nha" (6).

De acordo com Freeman, Kaplan e Sadock (1975),

do de latência introduz a criança no mundo sexual do adulto

atra-ves da ficção (TV, cinema, etc.) onde todas as informações sobre

o sexo sao absorvidas. Mas o significado cognitivo e afetivo das

palavras e símbolos não sao entendidos e se distorcem. Relação s~

xual e uma palavra feia e ate motivo de briga - a informação nao

pode ser avaliada e se mistura com nuances e fantasias pessoais.

Muitas crianças logo que tem condições de falar, repe -tem a história do seu nascimento quase corno um "recitativo".

~

.

Nesta fase a proprla compreensao do problema ~ e lmpOSS1-

.

~

vel e a crlança repete esta história como repetiria outra qualquer. Não hi repressão nem categorias morais que a inibam.

Como diz A. Berge

(1980),

ela só compreenderi de fato ~

quelas informações que possa integrar afetivamente e r e j e i t a r i as

que nao possa transcrever na sua linguagem emocional. Diz ainda

o autor que a criança interpretari a explicação dada de forma

di-ferente, conforme a predominância de elementos orais, anais ou g~

nitais em seu desenvolvimento psico-sexual.

(6) Nina Searl

(1969)

relata a história da criança que, depois de

ouvir a informaçao da mae, afirmou "e verdade que os bebês

crescem na barriga, mas tambem

ê

verdade que a cegonha traz".

Diz a autora que a falta de compreensão para aquilo que se cha

ma "os fatos da vida" e frequentemente devida

ã

(41)

35.

RECOMENDAÇOES

Os resultados obtidos neste estudo explana tório permi

-tindo-nos constatar que o tema, pela importância de que se

reves-te e pela carência de trabalhos nesta área, mereceria um

aprofun-damento a nivel metodológico.

O presente trabalho, como já foi salientado, teve um ca

ráter piloto, não cabendo de antemão pesquisar setorialmente os

diferentes aspectos do desenvolvimento da criança, sem ter um

co-nhecimento prêvio, descritivo da variação vinculada ao problema

principal.

Sugerimos, para tanto o estudo de outras variáveis que

interfl'l"l'111 na evolução do conceito de nascimento (além da cronolô

gica) a partir dos seguintes itens

1) Estabelecer critêriosde desenvolvimento cognitivo e afetivopa

ra correlacionar com o desenvolvimento do problema focal desta

tese.

2) Efetuar uma ampliação da faixa etária, principalmente quantoãs

fases iniciais do desenvolvimento.

3) Recomenda-se, ao mesmo tempo, ampliar o nível de precisão

dis-criminante em termos de cada segmento temporal tratado (faixas

semestrais) .

4) Controle mais extenso das interferencias familiares e socio-cul

turais.

5) Controle especifico das interferências educacionais quanto aos

(42)

36.

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M E S E S . .

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I

I

MAR

I~EJ~~~~fõüTl~~

~================~

I

I

Elaboração do Projeto

Aprovação do Projeto

Revisão Bibliogrãfica

Elaboração dos Instrumentos

Pre-teste do Instrumento

I

Forma Definitiva

I

Trei namento de Entrevi s tadores

Coleta de Dados

Anãlise e Interpretação dos Dados

Redação Final

Supervisão

.!

~

(48)

Resumos das Respostas Encontradas

I

D.

(4. O)

R.

(4.0)

M.

(4.0)

M.P.

(4.2)

R.

(4.3)

C.

(4.3)

,

n . (4 .4)

-ABREVIATURAS

M

F

_ p.p.m n p.p.m

I

IDENTIDADE

SEXUAL

I

BOLA

Correta : M: pq. menino pq. sim j~ga.

nao nasce.

Correta : F: pq. sim Pq. sim nasce

Correta : M: ---pq. S1m nasce

-Correta : M: nao sei pq. S1m

Correta : Não nasce; pq. S1ID nao e pessoa tã escrito.

Correta : Não nasce pq. S1m

Incorreta : F: nome

-

-nao sei nao nasce

- - - -- - - - -~

masculino/menino feminino/menina precisa de pai e mae não precisa de pai e mae

11

PEDRA

nasce

F: pq. S1m nasce

Não nasce

M: pq. e pedra Não nasce

Não nasce; nao e pessoa

M: nao sei pq.

-nasce

f: não nasce

- - - -

~---~

11

I !

FLOR

CACHORRO

II

NENEM

II !

nasce M: pq. morce. M: nasce da bar

-nasce riga do pai

F: pq. sim M: pq. anda M: não sei nasce na terra

Nasce na

barri-

---nasce ga da mãe. Papai

do ceu manda.

M: não nasce

-F: nasce na M: nao sei

areia

F: nasce nasce M ou F: nasce

-p.p.m nao se1 pq

M: nasce no Nasce no Nasce no hospi-capim hospital tal da barriga

da mãe

F: nasce no can F: pq. come F: nasce na

teiro

-

carne

-

arvore

-- - - -_._--- - - ~

(49)

[H __ .. U

J

ID~~~G~~DE

BOLA"

PEDRA

"

FLOR

"

CACHORRO

"

NENEM

I

1I Correta

I

F nasce Kasce na água Nasce na terra

---

I

F : nasce na

I D. (4.9) I • : :

I

c.

i pq. s~m arvore

I

(4.4)

I

I Correta : Nasce; tem pai Não nasce; não Nasce na terra Nasce pequeno; Nasce pequeno;

tem pai e mãe ninguem faz. ninguem faz. pq. s~m e mae

C. (4.6) Correta : M: pq. Deus F: nasce no rio. Nasce no céu Deuz faz Nasce do céu;

sim

-

Deus quer. Deus manda

pq. quer; nao nasce.

Correta : M: nasce nos v. nasce ambai- F: nasce sozi- M: nasce; M ou F: p.p.m.;

W. (4.9) u .

sim xo da terra nha

-

Jesus faz.

pq. campos n p.p.m.

Correta : Não nasce; Não nasce; Nasce. Deus faz; Nasce da mãe;

C. (4.9) pq. mae gostava não é nada. não

ê

nada. pai e mae cu i- pai e mae

cui-pq. usa tamanco. damo damo

I

Corre~a

: M: nasce H: nao nasce

-

F: nasce no can M ou F: nasce

I

M ou F: nasce;

(4.9) teiro; - da barriga do

~1. B. pq. s~m p.p.m.

I

pq. tem marido. cao.

-cabelo Nasce;

-

-

Não

e

nada Nasce da Nasce da mãe H ou f: mãe

.en-F: nao e na

-D. (4.10) branco da; menino joga. (F ou M) semente golic. uma semen

te;prec.semente

Correta : F: nao nasce

-

F: nasce na F: aparece na M: nasce: Nasce da

barri-O. (4.10) pq. sim terra água e na terra p.p.m. ga da moçal

p.p. m. pq.n se1.

F: se chama F:

-

F: Nasce; M e F: da barri

IA. (5.0)

I

Correta : pq.

-

nao nasce

-

nasce : só a mãe faz.

pq. s~m bola n nasce n. p .p.m. n p.p.m. ga;

I

- -

-.:::.

Referências

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