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Tradução e adaptação transcultural para o português do instrumento “Behavior Rating Inventory of Executive Function”

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Academic year: 2017

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DANIELA DE BUSTAMANTE CARIM

TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO TRANSCULTURALPARA O PORTUGUÊS DO

INSTRUMENTO “BEHAVIOR RATING INVENTORY OF EXECUTIVE

FUNCTION”.

Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para a obtenção do título de Mestre em Ciências.

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DANIELA DE BUSTAMANTE CARIM

TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO PARA O PORTUGUÊS DO INSTRUMENTO

“BEHAVIOR RATING INVENTORY OF EXECUTIVE FUNCTION”.

Orientador: Prof. Dr. Orlando Francisco Amodeo Bueno Co-Orientador: Prof. Dra. Mônica C. Miranda

Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para a obtenção do título de Mestre em Ciências.

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DEDICO ESTE TRABALHO:

Aos meus pais, José Antônio e Rejane, pelo amor incondicional e pelo eterno incentivo. Obrigada por serem meus exemplos.

Aos meus irmãos, Paloma, Júnior e Filipe, sempre presentes.

Ao meu marido, Fernando, por ser o que é. Por estar carinhosamente ao meu lado.

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AGRADECIMENTOS:

Aos alunos do Curso de Especialização “Lato Senso” em Neuropsicologia da Santa Casa do Rio de Janeiro, pela dedicada colaboração voluntária deste estudo.

À Nancy Cardim, pela primeira tradução, com seu efetivo trabalho colaborou de maneira determinante para o início deste projeto.

À Profa. Mônica Miranda, por ter me acolhido, pela confiança, pelo aprendizado constante e pelo apoio em todos os momentos.

Ao Prof. Orlando Bueno, obrigada pelo apoio e por acreditar neste projeto.

A Elisabeth Moes e Carmen Armengol, neuropsicólogas que me receberam carinhosamente em Boston, e germinaram a idéia desse projeto. Especialmente, por me fazerem acreditar que é possível.

Aos meus sócios Fábio Barbirato, Rita Thompson, Lucia Marmulzstejn e Sérgio Schmidt, por favorecerem meu crescimento e meu desenvolvimento profissional.

À equipe da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, em especial, Vera Lemgruber e Ana Stingel, por acreditarem e por terem facilitado tantos caminhos.

A todos os alunos, aos seus familiares, professores e diretoras das escolas que participaram voluntariamente deste estudo, contribuindo para minha compreensão do papel das funções executivas no desenvolvimento humano.

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“A Natureza quer que as crianças sejam crianças antes de serem homens. Se quisermos perverter essa ordem, produziremos frutos temporãos, que não estarão maduros e nem terão sabor, e não tardarão em se romper; Teremos jovens doutores e velhas crianças. A infância tem maneiras de ver, de pensar e de sentir que lhe são próprias.”

(6)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 1

1.1Aspectos Preliminares ... 1

1.2Funções Executivas ... 2

1.3Avaliação das Funções Executivas ... 8

1.4Behavior Rating Inventory of Executive Function, BRIEF ... 10

1.5Adaptação e Validação de Instrumentos ... 14

1.6Propriedades Psicométricas do BRIEF ... 17

2. OBJETIVOS ... 21

2.1Objetivos Gerais ... 21

2.2Objetivos Específicos ... 21

3. MÉTODOS ... 22

3.1.1 Processo de Tradução e Adaptação do “Breve Inventário das Funções Executivas” ... 22

3.2Características da Amostra (1° e 2° estudos-piloto) ... 24

3.3Procedimentos ... 24

3.4Análise Estatística ... 25

4. RESULTADOS ... 28

4.1Resultados das etapas 1 a 3 ... 28

4.2Resultados das etapas 4 a 5 ... 29

4.3Características da Amostra do Estudo Piloto 1 (etapa 3) ... 30

4.4Característica da Amostra do Estudo Piloto 2 ... 30

4.5Análise das Escalas do BRIFE ... 31

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4.6.1 Questionário dos Pais ... 35

4.6.2 Questionário dos Professores ... 39

4.6.3 Questionário Pessoal ... 42

4.7Análise Fatorial ... 46

4.7.1 Questionário dos Pais, Professores e Pessoal, Estudo Piloto 1 ... 46

4.7.2 Questionário dos Pais, Professores e Pessoal, Estudo Piloto 2 ... 47

4.8Alfa de Cronbach ... 50

5. Discussões ... 52

6. Conclusões ... 56

7. Referências ... 58

ANEXOS: I. Permissão da PAR (Psychological Assessment Resources) ... 64

II. Processo de tradução e retrotradução, versão do primeiro estudo piloto ... 67

III. Revisão da tradução e retrotradução por um comitê de juízes. ... 70

IV. Exemplos dos itens da versão final do BRIFE ... 71

V. Carta de Informação aos Pais ... 72

VI. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ... 73

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LISTA DE ABREVIATURAS

BADS Behavioral Assessment of the Dysexecutive System BRIEF Behavior Rating Inventory of Executive Function BRIFE Breve Inventário das Funções Executivas

EFS Funções Executivas

TDAH Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade TID Transtorno Invasivo do Desenvolvimento

BASC Behavior Assessment System for Children CPT Continuous Performance Test

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LISTA DE GRÁFICOS

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Distribuição dos sujeitos em função do sexo e da idade – PILOTO 1 ... 31

Tabela 2. Distribuição dos sujeitos em função do sexo e da idade – PILOTO 2 ... 31

Tabela 3. Estatísticas Descritivas do BRIFE para o Questionário dos Pais em função da faixa etária e para a amostra total no estudo piloto 1 e piloto 2 ... 32

Tabela 4. Estatísticas Descritivas do BRIFE para o Questionário dos Professores em função da faixa etária e para a amostra total no estudo piloto 1 e piloto 2 ... 33

Tabela 5. Estatísticas Descritivas do BRIFE para o Questionário Pessoal em função da faixa etária e para a amostra total no estudo piloto 1 e piloto 2 ... 34

Tabela 6. Correlação Item Total para Inibição - Questionário dos Pais. ... 36

Tabela 7. Correlação Item Total para Flexibilidade - Questionário dos Pais ... 36

Tabela 8. Correlação Item Total para Controle Emocional - Questionário dos Pais ... 37

Tabela 9. Correlação Item Total para Iniciativa - Questionário dos Pais ... 37

Tabela 10. Correlação Item Total para Memória Operacional - Questionário dos Pais ... 37

Tabela 11. Correlação Item Total para Planejamento / Organização - Questionário dos Pais ... 38

Tabela 12. Correlação Item Total para Organização de Materiais - Questionário dos Pais ... 38

Tabela 13. Correlação Item Total para Monitoração - Questionário dos Pais ... 38

Tabela 14. Correlação Item Total para Inibição - Questionário dos Professores ... 39

Tabela 15. Correlação Item Total para Flexibilidade - Questionário dos Professores ... 40

Tabela 16. Correlação Item Total para Controle Emocional - Questionário dos Prof ... 40

Tabela 17. Correlação Item Total para Iniciativa - Questionário dos Professores ... 40

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Tabela 19. Correlação Item Total para Planejamento / Organização - Questionário dos

Professores ... 41

Tabela 20. Correlação Item Total para Organização de Materiais - Questionário dos Professores ... 41

Tabela 21. Correlação Item Total para Monitoração - Questionário dos Professores ... 42

Tabela 22. Correlação Item Total para Inibição - Questionário Pessoal ... 43

Tabela 23. Correlação Item Total para Flexibilidade - Questionário Pessoal ... 43

Tabela 24. Correlação Item Total para Controle Emocional - Questionário Pessoal ... 44

Tabela 25. Correlação Item Total para Completar de Tarefas - Questionário Pessoal ... 44

Tabela 26. Correlação Item Total para Memória - Operacional Questionário Pessoal ... 44

Tabela 27. Correlação Item Total para Planejamento / Organização - Questionário Pessoal ... 45

Tabela 28. Correlação Item Total para Organização de Materiais - Questionário Pessoal ... 45

Tabela 29. Correlação Item Total para Monitoramento - Questionário Pessoal ... 45

Tabela 30. Correlação Item Total para Flexibilidade Cognitiva - Questionário Pessoal ... 46

Tabela 31. Correlação Item Total para Flexibilidade Comportamental - Questionário Pessoal ... 46

Tabela 32 Cargas fatoriais Piloto 1 Questionário dos Pais, Professores e Pessoal ... 47

Tabela 33. Cargas fatoriais Piloto 2 Questionário dos Pais, Professores e Pessoal com a extração de dois fatores pelo método PAF e rotação direct oblimin ... 48

Tabela 34. Cargas fatoriais Piloto 2 Questionário dos Pessoal com a extração de dois fatores pelo método PAF e rotação direct oblimin ... 49

Tabela 35. Alfa de Cronbach - Questionário Pais e Professores - Piloto 1 e 2 ... 50

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RESUMO

O “Behavior Rating Inventory of Executive Function” (BRIEF) é um instrumento de avaliação das funções executivas refletindo aspectos da vida diária de crianças e adolescentes entre 5 e 18 anos de idade. Consta de três versões, ou seja, a escala para pais, professores e versão pessoal. O objetivo do presente estudo foi traduzir e adaptar, para o português do Brasil, o BRIEF, assim como analisar as propriedades psicométricas iniciais. O processo de tradução e adaptação seguiu os passos recomendados na literatura e amplamente preconizados pelo International Test Commission (ITC). Para análise da adequação da adaptação, assim como das propriedades psicométricas, foram realizados dois estudos pilotos, sendo que a versão final foi administrada numa amostra constituída por 277 pais, sendo 59,6% do sexo feminino, 282 professores, sendo 57,4% feminino, 112 pessoal, sendo 63,4% feminino. Os valores dos Alfas de Cronbach, avaliando consistência interna para os principais índices do questionário dos pais oscilaram entre 0,901 e 0,945, do questionário dos professores oscilaram entre 0,915 e 0,959 e, os do questionário pessoal oscilaram entre 0,924 e 0,957, indicando adequados coeficientes de fidedignidade do teste. A análise fatorial de componente principal extraiu dois fatores (Fator 1 Metacognição; Fator 2 Regulação do Comportamento). No questionário dos pais, os dois fatores foram correlatos (r=0,56). No questionário dos professores, a correlação foi 0,400, e no questionário pessoal, a correlação foi 0,70. Os valores encontrados na versão brasileira se assemelham ao relatados na versão original, indicando boa consistência interna do instrumento nas 3 versões.

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ABSTRACT:

“Behavior Rating Inventory of Executive Function” (BRIEF) is an instrument that assesses executive functions, reflecting daily life aspects of children and teenagers aged between 5 and 18 years old. It has three versions, that is, the parenting scale, the teachers’ scale and a personal version. The purpose of this study was to translate and to adapt, into Brazilian Portuguese, BRIEF, as well as to analyze the initial psychometric properties. The translation and adaptation process followed the steps recommended in literature and widely endorsed by International Test Commission (ITC). To analyze the adaptation’s adequacy, as well as the psychometric properties, two pilot studies were carried out, and the final version was administered to a sample comprised of 277 parents, being 59.6% female, 282 teachers, being 57.4% female, 112 personal, being 63.4% female. The Cronbach’s Alpha values, assessing internal consistency for the main items of the parents’ questionnaire ranged from 0.901 to 0.945, the ones concerning the teachers’ questionnaire ranged from 0.915 to 0.959 and those concerning the personal questionnaire ranged from 0.924 and 0.957, showing proper coefficients of test’s trustworthiness. The factorial analysis of main component extracted two factors (Factor 1: Metacognition; Factor 2: Behavior Regulation). In the parents’ questionnaire, both factors were correlated (r=0.56). In the teachers’ questionnaire, correlation was 0.400, and in the personal questionnaire correlation was 0.70. The values found in the Brazilian version are similar to those reported in the original version, showing good internal consistency of the instrument in the three versions.

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1. INTRODUÇÃO

1.1 Aspectos Preliminares

Funcionamento executivo é um termo amplo que se refere a um conjunto multidimensional de habilidades que inclui planejamento, auto-monitoramento, memória operacional, entre outros, envolvendo assim aspectos cognitivos e emocionais. Embora estas habilidades pareçam cruciais para o funcionamento adequado das crianças na escola e na sociedade em geral, o campo da neuropsicologia pediátrica por muito tempo sofreu com a falta de medidas desse construto que fosse especificamente concebida para utilização em crianças e adolescentes e também que produzisse informações precisas refletindo estas habilidades no dia-a-dia (Donders, 2002).

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O BRIEF é o resultado final da colaboração de quatro neuropsicólogos: Gerard A. Gioia, Peter K. Isquith, Steven C. Guy, Lauren Kenworth, que ao longo dos últimos anos têm meticulosamente planejado, pesquisado e validado experimentalmente um questionário apropriado para pais, cuidadores e professores. A publicação do BRIEF torna possível apreciar os dados complementares informativos sobre as funções executivas que podem ser obtidos e incorporados como parte de uma triagem, avaliação global da criança, ou protocolo de pesquisa (Gioia, Isquith, Guy, Kenworth, 2000).

O BRIEF contém 86 itens que envolvem declarações sobre a vida diária da criança, em casa e na escola, exigindo uma opção de resposta forçada (isto é, "nunca", "às vezes" ou "freqüentemente"). Visa quantificar e qualificar dificuldades executivas na vida diária, com enfoque na funcionalidade. Além disso, auxilia na orientação aos pacientes. Considerando a carência de instrumentos de avaliação para esta finalidade em nosso meio, o BRIEF foi o instrumento escolhido para ser traduzido para o português e adaptado para a população brasileira, ressaltando-se aqui que o instrumento tem eficácia já devidamente comprovada e pode oferecer à comunidade clínica e científica brasileira um recurso de avaliação ecológica das funções executivas em crianças e adolescentes entre 5 e 18 anos de idade.

1.2 FUNÇÕES EXECUTIVAS

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também nos possibilitam administrar as emoções e monitorar nossos pensamentos para trabalharmos de forma mais eficaz (Dawson & Guare, 2004). Pela definição clássica de Lezak (1995) as FEs “consistem daquelas capacidades mentais que possibilitam a uma pessoa se engajar com sucesso num comportamento com propósito, independente, autônomo, eficaz e socialmente adaptado”. Dessa forma, déficits nas FEs reduzem a capacidade de envolvimento com êxito em atividades importantes do dia a dia, incluindo a busca ocupacional, acadêmica, atividades sociais e autocuidado. E assim, para o planejamento de um tratamento eficaz é importante delinear sistematicamente e corretamente o tipo e a severidade dos problemas das FEs que são manifestados pelas crianças e adolescentes com doenças ou condições neurológicas (Slick, Lautzenhiser, Sherman, Eyrl, 2006).

As FEs constituem um construto complexo e uma dificuldade quanto ao tema diz respeito à própria terminologia. Na literatura, há diversos sinônimos: funções de supervisão, funções frontais, funções de controle, sistema supervisor, etc. Além disso, vários processos são incluídos nesta categoria, tais como: inferência, resolução de problemas, decisão, inibição seletiva do comportamento, memória operacional, entre outros. Diversos autores têm discutido se da função executiva é um sistema unitário ou multidimensional (Gioia, Isquith, Kenworthy, Barton, 2002; Weyandt, 2005; Bodnar, Prahme, Cutting, Denckla, Mahone, 2007; Sullivan, Riccio, 2007), mas parecem concordar que este termo é um construto para um conjunto de funções inter-relacionadas: antecipação, planejamento e organização, o iniciar planos de ação, a inibição de interferências distratoras, monitoramento do processo, alteração de atividade quando necessário gerando uma nova ação (shifting), e memória operacional.

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fundamentais para o funcionamento executivo em geral. Barkley (1997) postula que a inibição do comportamento (que inclui a inibição de respostas em curso e controle de interferências), fundamentalmente contribui para o funcionamento de várias outras FEs, como memória operacional, a auto-regulação do afeto, motivação e excitação, e reconstituição (análise e síntese de informação). Memória operacional refere-se a capacidade de manter a informação na mente e usá-la para guiar o comportamento imediato na ausência de pistas externas. A auto-regulação do afeto, motivação e excitação é enfatizada na medida em que as emoções se presumem serem regulamentadas por ações executivas, auto dirigidas. O autor ainda postula que há um desenvolvimento progressivo do controle inibitório e que o desenvolvimento do funcionamento executivo é dependente do desenvolvimento da inibição do comportamento (Barkley, 1997). Em 1996, Roberts e Pennington propuseram que a interação entre memória operacional e funções inibitórias seria suficiente para caracterizar o desenvolvimento comportamental e cognitivo das FEs. Estes autores afirmam que o sucesso e o fracasso do controle executivo dependem da interação entre dois processos cognitivos fundamentais: inibição e memória operacional (in: Brocki, Bohlin, 2004).

Em 2004, Dawson e Guare afirmaram que as FEs nos possibilitam regular nosso comportamento envolvendo algumas habilidades de pensamento, tais como:

 Planejamento – a habilidade de criar um roteiro para atingir um objetivo ou para completar uma tarefa. Também envolve habilidade de tomar decisões sobre o que é importante focar do que não tem importância.

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 Administração do tempo – a capacidade de estimar quanto tempo tem, como distribuí-lo e como ficar dentro dos limites de tempo e prazos finais. Também envolve um senso que tempo é importante.

 Memória Operacional – a habilidade de armazenar uma quantidade de informação na mente e poder manipulá-la.

 Meta-cognição – a habilidade de esperar e ter uma visão geral de si mesmo em uma situação. É uma habilidade para observar como resolver seu problema. Além de incluir um auto monitoramento e uma auto avaliação das habilidades (por ex., perguntando a si “como estou indo” ou “como fui?”).

Estas habilidades possibilitam-nos criar metas ou estabelecer os passos necessários para atingir estas metas, porém, para atingi-las necessita-se utilizar algumas outras FEs, tais como:

 Inibição do comportamento – a capacidade de pensar antes de agir. Esta habilidade resiste à urgência de dizer ou fazer alguma coisa, nos dá o tempo para avaliar uma situação e qual o impacto de nosso comportamento.

 Auto controle do sentimento – habilidade de controlar (lidar com) as emoções a fim de atingir objetivos, completar tarefas, ou controlar e direcionar comportamentos.

(19)

O curso do desenvolvimento das FEs acontece em paralelo ao curso prolongado de desenvolvimento neurológico, particularmente no que diz respeito às regiões pré-frontais do cérebro (Gioia e cols., 2000).

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contínua das diversas experiências sociais e ambientais, e por isso é necessário identificar os fatores que interferem nesse processo assim como sua influência. O cérebro funciona como uma variável dependente que reflete e é influenciado pelos fatores emocionais, culturais, sócio-econômicos (Miranda & Muskat, 2004).

Dentre as teorias do desenvolvimento das FEs, destaca-se o modelo teórico proposto por Barkley (2002). O autor descreve a seqüência do desenvolvimento destas habilidades começando na infância. Seu modelo contém cinco elementos essenciais: inibição do comportamento, memória operacional, auto regulação do afeto/motivação/níveis de ativação, internalização da fala e reconstituição – análise e síntese do comportamento. Essas quatro funções são definidas como ações internalizadas e autodirigidas que, agindo em conjunto, proporcionam autocontrole dos comportamentos intencionais e a maximização dos resultados futuros (Rohde, Mattos e cols, 2003). Estas habilidades são críticas para a criança funcionar de forma independente e desenvolver habilidades de resolução de problemas.

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1.3 AVALIAÇÕES DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS

Embora haja um consenso de que FEs é central para qualquer atividade cognitiva e na medida em que as FEs apresentam diversos subdomínios, é comum a utilização de vários métodos na avaliação de seus diferentes componentes (Fuentes, Diniz, Camargo, Cosenza e cols, 2008).

Como já citado, historicamente, a avaliação clínica das FEs tem sido um desafio dado sua essência dinâmica (Denckla, 1994). Até recentemente, neuropsicólogos confiavam principalmente nas avaliações laboratoriais das FEs. O termo avaliações laboratoriais é utilizado para descrever avaliações em situações experimentais. Dentre esses métodos de avaliação, destacam-se testes clássicos como: a) O Wisconsin Card Sorting Test – WCST (Grant & Berg, 1993; Heaton, Chelune, Talley, Kay, Gary & Curtiss, 1993) um teste neuropsicológico utilizado para avaliar raciocínio abstrato, nível conceitual e respostas perseverativas em indivíduos a partir de 6 anos de idade. b) Teste das Trilhas (Lezak, 1995), desenhado para avaliar atenção visual sustentada, busca visual, sequência e flexibilidade cognitiva. c) O Teste das Torres e o Teste dos Labirintos os quais são destinados à avaliação das habilidades de planejamento.

Alguns instrumentos são úteis para avaliar o controle inibitório como, por exemplo, Teste de Stroop (Spreen & Strauss, 1998) e o Continuous Performance Test (CPT). A memória operacional é avaliada através de diversas tarefas como resolução mental de problemas matemáticos, repetição de seqüência de dígitos, teste de blocos de Corsi (Fuentes e cols, 2008).

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resolução de problema orientado a uma meta não é tão acessível ao modelo de avaliação com lápis e papel quantas outras funções de domínios específicos. Além do mais, a natureza estruturada de uma típica situação de avaliação freqüentemente não aloca domínios importantes das FEs. Isto é, em diversas situações de avaliação, o examinador oferece a estrutura, a organização, direção e planejamento assim como pistas e monitoramento necessário para um bom desempenho do sujeito, desse modo, o examinador funciona como um controle executivo externo (Gioia, Isquith, Retzlaff, Espy, 2002).

Dawson e Guare (2004) afirmam que a mais complexa tarefa cognitiva, no repertório de instrumentos de qualquer psicólogo, é menos complexa do que as demandas do mundo real em habilidades executivas e não há uma forma de determinar com alguma certeza quão bem estes testes mapeiam o mundo real. Assim, uma prática mais eficaz na avaliação das FEs deve-se estender ao uso formal dos testes padronizados. Para além desta prática, é importante utilizar fontes adicionais de informações, como por exemplo, colher detalhada história pessoal investigando a presença ou ausência de habilidades executivas nas atividades diárias; observações em sala de aula assim como a observação de trabalhos pessoais.

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preliminares deste instrumento ainda não foram publicados (Mattos, Coutinho, Borges, Andrade, 2008).

Neuropsicólogos pediátricos costumam utilizar questionários para complementar seus achados laboratoriais, como o Child Behavior Checklist (CBCL) e o Behavior Assessment System for Children (Donders, 2002).

Em 2000, Gioia, Isquith, Guy & Kenworthy desenvolveram o BRIEF (Behavior Rating Inventory of Executive Function), para avaliar habilidades metacognitivas,

comportamentais e emocionais que são amplamente descritas como habilidades executivas. Há um papel para os métodos ecológicos, válidos para medir o aspecto molar do complexo problema de resolução de demandas diárias. O BRIEF foi desenvolvido para avaliar o funcionamento executivo numa perspectiva comportamental na vida diária da criança e do adolescente.

1.4 BEHAVIOR RATING INVENTORY OF EXECUTIVE FUNCTION (BRIEF)

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O resultado da escala dos pais e professores (gráfico 1) oferece uma mensuração global do funcionamento executivo assim como oferece dois índices: regulação do comportamento e metacognição. O índice de regulação do comportamento inclui três domínios: inibição, flexibilidade e controle emocional; enquanto que o índice de metacognição inclui cinco domínios: iniciativa, memória operacional, planejamento/organização, organização do material e monitoramento (Gioia e cols, 2000).

O resultado da escala pessoal (gráfico 2) oferece uma mensuração global do funcionamento executivo assim como também oferece dois índices: regulação do comportamento e metacognição. O índice de regulação do comportamento inclui quatro domínios: inibição, flexibilidade, controle emocional e monitoração; enquanto o índice de metacognição inclui outros quatros domínios: memória operacional, planejamento/organização, organização dos materiais e completar tarefas.

Os questionários dos pais, professores e versão pessoal levam, aproximadamente, 10 e 15 minutos, cada um, para serem respondidos. Idealmente, os questionários devem ser preenchidos num ambiente calmo. Os escores dos questionários são expressos em escores padrão (t-score) e ranks de percentis. Todas as medidas do BRIEF são convertidas em t-escore e percentil, permitindo comparar os resultados do sujeito em relação ao grupo normativo.

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Gráfico 1. Forma de apresentação dos resultados do BRIEF versões Pais e Professor (exemplos dos resultados de um voluntário)

Gráfico 2. Forma de apresentação dos resultados do BRIEF versão pessoal (exemplos dos resultados de um voluntário)

30 40 50 60 70 80 90 100 Ini bi çã o Fl ex ibi lidade C ont rol e E m oci onal in ici at iv a M em ór ia O per aci onal O rg ani zaçã o / P lanej am ent o or gani zaçã o do m at er ial m oni tor açã o T S cor e

Behavior Inventory of Executive Function

pais professor 30 40 50 60 70 80 90 100 Ini bi çã o Fl ex ibi lidade C ont rol e E m oci onal in ici at iv a M em ór ia O per aci onal O rg ani zaçã o / P lanej am ent o or gani zaçã o do m at er ial m oni tor açã o T S cor e

Behavior Inventory of Executive Function

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Várias investigações utilizando a versão americana na população controle, na população com patologias neuropsiquiátricas do desenvolvimento ou adquiridas demonstraram a capacidade deste instrumento de identificar disfunção executiva.

Barton, Kenworthy, Gioia & Isquith (2002), examinaram o perfil de função executiva em diversos transtornos clínicos através dos multi-domínios do BRIEF. Analisaram desempenho de crianças com TDAH, Transtorno Autista, moderado e severo, traumatismo craniano, transtorno de leitura e compararam com grupo controle. A análise revelou significativa elevação global no grupo clínico e diferença no perfil da elevação entre os grupos clínicos (Gioia e cols. 2002). Outros estudos investigaram o funcionamento executivo em adolescentes com Transtorno Bipolar (Shear, DelBello, Rosenberg & Strakowski, 2002) e, em pacientes com traumatismo crânio encefálico (Gioia & Isquith, 2004), em pré-escolares, crianças, adolescentes e adultos com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), levando em conta gênero, comorbidade, causa genética e achados fisiológicos (Weyandt, 2005).

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As utilidades clínicas do BRIEF têm sido investigadas numa gama crescentes de populações de pacientes, além do TDAH (Mahone, Cirino, Cutting, Cerrone, Hagelthorn, Hiemenz, Singer, Denckla, 2002; McCandless, O’laughlin, 2007; Mares, McLuckie, Schwartz, Saini, 2007; Sullivan & Riccio, 2007; Mahone, Hoffman, 2007), crianças com Traumatismo Crânio Encefálico (Mangeot, Armstrong, Colvin, Yeates, Taylor, 2002; Vriezen & Pigott, 2002), autismo (Gilotty, Kenworthy, Sirian, Black, Wagner, 2002; Gioia, e cols., 2002), síndrome de Tourette (Mahone e cols, 2002), mielomeningocele (Mahone, Zabel, Levey, Verda, Kinsman, 2002), transtorno bipolar (Shear, Delbello, Rosenberg, Strakowski, 2002), epilepsia pediátrica (Slick, Lautzenhiser, Sherman, Eyrl, 2006; Parrish, Jones, Seth, Raj, Hermann, Seidenberg, 2007), síndrome de Charge (Hartshorne, Nicholas, Grialou, Russ, 2007), síndrome alcoólica fetal (Schonfeld, Paley, Frankel, O’Connor, 2006). Uma edição especial do Child Neuropsychology (Donders, 2002) examinou o potencial do BRIEF na avaliação

neuropsicológica pediátrica como uma medida de uma série de condições clínicas, incluindo autismo, transtorno bipolar, traumatismo crânio encefálico. Vários temas surgiram desses artigos dando suporte ao uso clínico do BRIEF.

Até o momento, na literatura científica, não há publicações do processo de adaptação e validação do instrumento em outras línguas. Dessa forma, veremos alguns desses princípios antes de continuar a explanação acerca do BRIEF.

1.5 ADAPTAÇÃO E VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS

(28)

durante o processo de tradução e adaptação, garantindo a equivalência semântica e cultural com a versão original. A estrutura e peculiaridades lingüísticas e semânticas da língua, além dos diferentes contextos culturais e estilos de vida devem ser levadas em consideração neste processo. As modificações que foram realizadas devem permitir a redação das escalas em uma linguagem clara e acessível a qualquer respondente. Dentro dessa perspectiva, a tradução requer cuidados lingüísticos, uma vez que termos podem ter diferentes abrangências e especificidades inerentes a cada idioma (Mattos, Segenreich, Saboya, Louza, Dias & Romano, 2006).

Hambleton (1991) assume que existem diferenças entre as populações de interesse e citou alguns cuidados que precisam ser tomados para garantir o desenvolvimento adequado de uma versão traduzida de um teste ou inventário, como por exemplo, identificar e minimizar diferenças culturais; encontrar frases ou palavras equivalentes; encontrar tradutores competentes. Traduzir um teste para outra língua e manter sua validade em relação a um fim específico pode ser um processo excessivamente complexo. Estar ciente dos muitos problemas potenciais em traduzir testes pode ajudar a minimizar os erros associados com o processo de tradução.

(29)

estabelecer a equivalência na tradução é baseado na decisão de um indivíduo ou um grupo sobre o grau de equivalência de tradução de cada item. Em contraste, o método estatístico estabelece a equivalência na tradução baseada em análises das respostas do respondente em alguma combinação ao original, com a tradução e com os itens da retrotradução. O autor destacou as vantagens em usar o modelo de respostas dos itens para estabelecer a equivalência na tradução.

(30)

O material à disposição da comissão inclui o questionário original, e cada tradução juntamente com os correspondentes relatórios escritos. As decisões terão de ser feitas por esta comissão para conseguir a equivalência entre a fonte e versão-alvo em quatro áreas: equivalência semântica; equivalência idiomática; equivalência experiência; equivalência conceitual. A comissão deve examinar o questionário original, as traduções e as retrotraduções para todas as equivalências. Consenso deverá ser alcançado nos itens e, se necessário, a tradução e retrotradução devem ser repetidas. O estágio final do processo de tradução seria o pré teste. Idealmente, 30 a 40 sujeitos devem ser testados. Cada sujeito é entrevistado sobre o que ele ou ela entendeu por cada item do questionário. A etapa final no processo de adaptação é uma apresentação de todos os relatórios e formulários para o autor do instrumento para se manter a par da versão traduzida.

1.6 PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS DO BRIEF

Como citado anteriormente, a escala BRIEF foi normatizada na população americana em crianças entre 5 e 18 anos, incluindo tanto a versão dos pais quanto a versão dos professores e a versão pessoal. Um total de 1.419 pais (815 meninas, 57%) e 720 professores (403 meninas, 56%) responderam ao questionário, respeitando as representatividades geográficas, étnica e social da população. O resultado da análise multivariada das variâncias revelou que idade e gênero são fatores significativos em vários índices. A diferença significativa entre os resultados dos meninos e das meninas foi consistente tanto na versão dos pais quanto na versão dos professores justificando a necessidade de normas específicas segundo idade e gênero.

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estabilidade (teste-reteste) na versão dos pais varia entre 0.76 a 0.85 num intervalo de duas semanas. A correlação teste-reteste foi mais forte na versão dos professores, 0.83 – 0.92 num intervalo médio de 3-5 semanas.

Um dos mais importantes fatores de validade para o BRIEF é a validade de construto. Considerando que memória operacional teoricamente se correlaciona ao funcionamento atencional, a subescala “memória operacional” do BRIEF foi correlacionada com outras avaliações da atenção, como a escala de atenção do Behavior Assessment System for Children (BASC). Para explorar a validade do BRIEF, as escalas individuais e os índices foram correlacionados numa variedade de amostras clínicas com escalas de comportamento que avaliam atenção e comportamento. Correlacionando as escalas do BRIEF (pais) com a escala de inatenção ADHD-Rating Scale-IV, obteve forte correlação para memória operacional do BRIEF (r= .60, p<.01), Planejamento/organização (r= .63, p<.01), Iniciativa (r=.55, p<.01) e Monitoramento (r=.54,p<.01). O índice de metacognição também correlacionou com a escala de inatenção do ADHD-RAting Scale-IV (r=.67, p < .01). Como esperado, o índice de regulação do comportamento e suas três subescalas correlacionou fortemente com a Escala Hiperatividade e Impulsividade do ADHD-IV (inibição, r=.73, -<,01; flexibilidade, r=.59, p<.01; controle emocional, r=.56, p<.01). O padrão das correlações sugerem que o índice de metacognição reflete construtos relacionados a inatenção e o índice de inibição do comportamento reflete construtos relacionados a impulsividade e inatenção.

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Análise fatorial principal foi realizada como método exploratório. com o questionário dos pais, professores e pessoal com a) amostra normativa; b) amostra clínica combinada; c) BRIEF em combinação com outras escalas comportamentais.

Com a amostra normativa (n=1.419), o modelo de dois fatores foi examinado em todas as análises. Os resultados indicam cinco escalas (iniciativa .812, memória operacional .879, planejamento/organização .974, organização do material .637 e monitoramento .742) com carga exclusivamente no primeiro fator. A escala de inibição obteve carga para o primeiro e segundo fator com carga maior para o primeiro fator. Flexibilidade e controle emocional definiram o segundo fator. Os dois fatores foram correlatos (r=.67).

Baron (2000) realizou uma extensa revisão do BRIEF, comprovando suas sólidas propriedades psicométricas e promessa clínica. O autor citou estudos preliminares com subgrupos clínicos e mostrando que o BRIEF tem utilidade clínica em distinguir subgrupos diagnósticos, incluindo Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID). Baron (2000) acrescentou, ainda, que os estudos preliminares incluem outras populações clínicas como Tourette, autismo de auto funcionamento, baixo peso ao nascimento, transtorno de leitura, traumatisco crânio encefálico, fenilcetonúria, lesões no lobo frontal e deficiência intelectual. O autor enfatizou a importância de utilizar o BRIEF no contexto de outros recursos de avaliação e, ao avaliar aspectos específicos do comportamento, deve-se compreender o significado dos dados obtidos sobre auto regulação em resolver problemas e no funcionamento social. O autor acrescentou a necessidade de examinar individualmente as respostas.

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prejudicam o seu funcionamento diário comprometendo a qualidade de vida dos mesmos.

Diante disso, O BRIEF foi o instrumento escolhido para ser traduzido para o português e adaptado para a população brasileira, ressaltando-se aqui que o instrumento tem eficácia já devidamente comprovada e pode oferecer à comunidade clínica e científica brasileira um recurso de avaliação ecológica das FEs em crianças e adolescentes entre 5 e 18 anos de idade.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivos Gerais:

O objetivo do presente foi de traduzir e adaptar, para o português do Brasil, o instrumento “Behavior Rating Inventory of Executive Function”.

2.2 Objetivos Específicos:

1. Traduzir para o português do Brasil as três versões da escala que será aqui denominada em português “BREVE INVENTÁRIO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS - BRIFE” (versão pais, professores e pessoal).

2. Realizar a adaptação para a cultura brasileira dos vocábulos das três versões do “BRIFE”.

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3. MÉTODO

3.1 – Processo de Tradução e Adaptação do “BREVE INVENTÁRIO DAS

FUNÇÕES EXECUTIVAS”

O processo de tradução e adaptação seguiu os passos recomendados em processos de tradução e adaptação de instrumentos (Beaton et al, 2000), conforme citado anteriormente.

Foram realizadas, assim, etapas consecutivas conforme segue:

Etapa 1 - Para a utilização do BRIFE no Brasil, a Psychological Assessment Resources (PAR) foi contactada e enviou permissão formal para a realização da tradução e da adaptação dessa escala de avaliação para o Português do Brasil (anexo I).

Etapa 2 - Os questionários (pais, professores e pessoal) foram traduzidos do inglês para o português, por professor de inglês com conhecimento em psicologia, sendo, posteriormente, feita a retrotradução por outro profissional com conhecimentos da língua portuguesa e americana. A retrotradução ocorreu de modo independente, além de cegas com relação ao perfil dos profissionais da primeira etapa. Em seguida, foi realizada revisão pelos editores (Psychological Assessment Resources) com algumas propostas para modificações. As correções sugeridas foram feitas. Após este processo, houve nova autorização da editora assim como dos autores do instrumento (anexo II).

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autora e colaboradores se reuniram com os aplicadores para discutir as dificuldades encontradas em cada item quanto ao nível de entendimento. O primeiro estudo-piloto permitiu a análise parcial das escalas, tendo sido realizada a avaliação qualitativa – do valor funcional (medir o que se propõe, se atingiu o efeito teto em alguma faixa etária) e da validade técnica (aplicabilidade) das perguntas. Nessa fase, houve uma avaliação com base nos comentários críticos feitos pelos examinadores e nas suas anotações sobre os comportamentos, além da analise estatística (ver seção análise estatística). O questionário sofreu revisão após essa etapa, focando a apreciação formal de equivalência.

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Etapa 5 - As novas versões dos questionários (pais, professores, pessoal) foram aplicadas no segundo estudo piloto seguindo os mesmos procedimentos do primeiro estudo piloto.

Etapa 6 - Por fim, assim como no 1º estudo-piloto houve uma avaliação com base nos comentários críticos feitos pelos examinadores e nas suas anotações sobre os comportamentos, além da analise estatística (ver seção análise estatística). Alguns itens da versão final do instrumento são apresentados no anexo III.

3.2Características da amostra (1º e 2º estudos-piloto)

Todos os sujeitos (crianças e adolescentes) no presente estudo estavam inseridos em escolas públicas e particulares, escolhidas aleatoriamente, no Estado do Rio de Janeiro e foram selecionados seguindo os critérios de inclusão: ter entre 5 e 18 anos de idade, estar inserido no meio escolar; QI- Quoeficiente Intelectual, dentro dos padrões de normalidade; ter pais e/ou cuidador responsáveis morando com a criança; déficit sensorial e/ou auditivo corrigido; o professor conhecer a criança/adolescente por pelo menos três meses. Os critérios de exclusão foram: presença de doença neurológica e/ou psiquiátrica (informação obtida através dos pais); repetição escolar; apresentar queixa no comportamento e/ou aprendizado; fazer uso de medicamento que possa interferir com as funções cognitivas/comportamentais.

3.3Procedimentos

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Para tanto, os professores preencheram o questionário Conners abreviado (Brito, 1987), o qual é utilizado para screening de problemas de atenção, hiperatividade. Aquelas crianças que apresentavam escore acima do ponto de corte para idade e sexo não foram incluídas. Após esse processo inicial de seleção das crianças, foi enviada uma carta de informação aos pais (anexo IV) e o termo de consentimento livre e esclarecido para ser assinado (anexo V). Após autorização dos pais, houve ainda mais um processo de seleção, no qual foi realizada a aplicação da Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC III terceira edição), mas foi utilizada a versão abreviada, que consiste na aplicação do subtestes cubos e vocabulário, que permite uma estimativa da capacidade intelectual, através do QI estimado (Figueiredo, 2002). Aquelas crianças que apresentavam resultado abaixo do esperado não foram incluídas na amostra. Crianças com QI abaixo de 79, inclusive, não foram incluídas.

Em seguida, o BRIFE traduzido e adaptado foi respondido pelos pais e professores e a versão pessoal foi respondida, na própria escola, pelas crianças e adolescentes entre 11 e 18 anos, individualmente.

Todos os procedimentos do presente estudo foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (CEP 16741/07), o qual analisou e aprovou a pesquisa (Anexo VI). Esta seguiu os princípios sugeridos na Resolução 196 do Ministério da Saúde que determina as normas de experimentação em seres humanos.

3.4Análise Estatística

Foram calculadas as estatísticas descritivas de cada questionário.

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é uma técnica estatística que tem como objetivo estabelecer o índice de discriminação dos itens que compõe o teste (Erthal, 1987).

No presente estudo considerou-se o item discriminativo quando a correlação foi maior ou igual a 0,25, o que indicou que o item contribui para diferençar as pessoas em relação ao que está sendo medido. Foram calculadas as correlações item-total de cada afirmação e o total da escala a que pertenciam nas três versões do BRIFE (pais, professores e pessoal).

Para analisar a consistência interna dos questionários foi calculado o coeficiente alfa de Cronbach. Trata-se de uma técnica de estimativa de coeficiente de precisão do teste que tem como objetivo “verificar a consistência interna do teste através da análise da consistência interna dos itens, isto é, verificando a congruência que cada item do teste tem com o restante dos itens do mesmo teste” (Pasquali, 2003, p.203)

Seguindo as orientações do manual original do teste, foram realizadas as análises fatoriais exploratória com as escalas do BRIFE. Os cálculos foram feitos com o total de pontos de cada escala que o teste avalia para os pilotos 1 e 2 nos questionários Pais, Professores e Pessoal.

O método de extração utilizado foi a Análise de Componentes Principais, rotação Direct Oblimin com normalização Kaiser (Direct Oblimin with Kaiser Normalization). Foram extraídos dois fatores utilizando como critério o Eigenvalue maiores do que 1. O critério adotado no manual são cargas fatoriais acima de 0,40. Este valor foi igual para os três questionários (Pais, Professores, Pessoal).

Análise de Componentes Principais: “modelo fatorial no qual os fatores são baseados na variância total” (Hair, Anderson, Tathan e Black, 2005, p. 90).

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4. RESULTADOS:

4.1 – Resultados das etapas 1 a 3.

A autorização foi obtida da PAR para a realização da tradução e adaptação (etapa 1). Na etapa 2 que abrange o processo inicial de tradução, retrotradução e as sugestões de correções feitas pela editora, houve três modificações sugeridas no processo de retrotradução.

1) O termo “overwhelmed” (questionário pessoal: item 75; questionário dos professores: item 37) foi traduzido como "oprimidos". Ao termo ‘overwhelmed’, a versão original pressupõe uma sensação de sentir-se como uma tarefa ou atribuição "demais para suportar", de modo que a pessoa sente que não pode iniciar ou abordar a tarefa. Assim, a versão do questionário pessoal ficou: “Facilmente sinto sobrecarregado como tivesse muita coisa para fazer”; a versão do questionário dos professores ficou: “Sente-se sobrecarregado com deveres escolares longos”.

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Após essa fase, foi realizado o estudo piloto com essa versão das escalas. As análises qualitativas (julgamentos dos voluntários) e análises descritivas (médias e desvios-padrão) estão descritas abaixo.

Na análise qualitativa do primeiro estudo piloto, verificou-se dúvidas dos respondentes (pais, professores e pessoal) nas questões de dupla negação, ou seja, nas questões que começam com “Não”. Portanto, as questões foram reformuladas para começarem com afirmativas (por ex. “não percebe quando seu comportamento causa uma reação negativa” foi alterada para “tem dificuldade para perceber quando seu comportamento causa uma reação negativa”). A análise qualitativa mostrou que houve melhor compreensão por parte dos respondentes no segundo estudo piloto, independente da sua escolaridade.

4.2 Resultados das etapas 4 a 5.

Como já citado após os resultados preliminares da primeira versão do BRIFE, e devido aos aspectos acima demonstrados, houve a análise do comitê de juízes, o qual foi avaliado a equivalência semântica e a atribuição de notas (quanto ao grau de modificação: inalterado (0), pouco alterado (1), muito alterado (2) e completamente alterado (3). Um juiz sugeriu algumas modificações, por ex. “deve-se evitar voz passiva em questionário”. Assim, o item 2 do questionário dos pais que inicialmente fora traduzido por “Quando são dadas três coisas para fazer, lembra somente da primeira ou da última” foi modificado para: “quando lhe dão três coisas para fazer, lembra somente da primeira ou da última”.

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4.3 Características da Amostra do Estudo Piloto 1 (etapa 3):

A tabela 1 mostra a distribuição das crianças nos 3 questionários do BRIFE: versão pais, professores e pessoal. No questionário pais a amostra foi constituída por 114 sujeitos, sendo 65 do sexo feminino (57%) e as idades dos sujeitos variaram entre 5 e 17 anos, com uma média de 11,37 anos e um desvio padrão de 3,44. No questionário professores foi constituída por 116 sujeitos, sendo 65 do sexo feminino (56%), sendo as idades dos sujeitos também variando entre 5 e 17 anos, com uma média de 11,37 anos e um desvio padrão de 3,42. Na versão pessoal a amostra foi constituída por 62 sujeitos, sendo 37 do sexo feminino (59,7%). As idades dos sujeitos variaram entre 11 e 17 anos, com uma média de 14,03 anos e um desvio padrão de 1,79.

4.4 Características da Amostra do Estudo Piloto 2

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Tabela 1. Distribuição dos sujeitos em função do sexo e da idade – PILOTO 1

Idade Versão Pais Versão professor Versão Pessoal Total Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino

N % N % N % N % N % N % N

5-6 6 9,2 5 10,2 6 9,2 5 9,8 22

7-8 8 12,3 6 12,2 8 12,3 6 11,8 28

9-10 13 20,0 14 28,6 13 20,0 15 29,4 55

11-12 11 16,9 4 8,2 11 16,9 4 7,8 11 29,7 4 16,0 45

13-14 11 16,9 7 14,3 11 16,9 8 15,7 11 29,7 8 32,0 56

15-16 12 18,5 13 26,5 12 18,5 13 25,5 11 29,7 13 52,0 74

17-18 4 6,2 4 6,2 4 10,8 12

Total 65 100,0 49 100,0 65 100,0 51 100,0 37 100,0 25 100,0 292

Tabela 2. Distribuição dos sujeitos em função do sexo e da idade – PILOTO 2

Idade Versão Pais Versão professor Versão Pessoal Total

Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino N % N % N % N % N % N %

5-6 32 19,4 23 20,5 33 20,4 23 19,2 111

7-8 24 14,5 26 23,2 26 16,0 28 23,3 104

9-10 41 24,8 24 21,4 43 26,5 27 22,5 135

11-12 21 12,7 16 14,3 23 14,2 18 15,0 21 29,6 15 36,6 114

13-14 29 17,6 12 10,7 22 13,6 13 10,8 29 40,8 13 31,7 118

15-16 13 7,9 4 3,6 12 7,4 4 3,3 15 21,1 7 17,1 55

17-18 5 3,0 7 6,3 3 1,9 7 5,8 6 8,5 6 14,6 34

Total 165 100,0 112 100,0 162 100,0 120 100,0 71 100,0 41 100,0 671

4.5 Análises das escalas do BRIFE

A tabela 3 mostra as médias e desvios-padrão das respostas dos pais ao BRIFE em função da faixa etária do primeiro estudo-piloto e do segundo estudo-piloto, o qual mostrou maior consistência dos dados conforme descrito adiante.

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Tabela 3. Estatísticas Descritivas do BRIFE para o Questionário dos Pais em função da faixa etária no estudo piloto 1 e piloto 2

5 a 6 7 a 8 9 a 10 11 a 12 13 a 14 15 a 18 Total

Pil 1 Piloto 2 Piloto 1 Piloto 2 Piloto 1 Piloto 2 Piloto 1 Piloto 2 Piloto 1 Piloto 2 Piloto 1 Piloto 2 Piloto 1 Piloto 2

Inibição 15,55 14,78 13,71 14,48 13,56 13,72 16,40 13,92 15,00 14,07 14,34 14,17 14,57 14,19

(1,86) (2,73) (2,58) (3,30) (2,36) (3,13) (2,89) (3,03) (2,59) (3,00) (3,52) (2,88) (2,89) (3,02)

Flexibilidade 12,09 11,67 11,79 11,86 11,70 11,46 13,20 11,41 13,17 12,93 12,97 13,38 12,50 11,99

(1,64) (2,24) (1,89) (2,62) (2,89) (2,45) (2,73) (2,54) (2,38) (3,13) (2,96) (2,62) (2,63) (2,65)

Controle Emocional 17,55 14,91 15,29 15,74 14,67 14,78 18,00 14,84 16,33 17,07 16,83 17,31 16,27 15,59

(4,46) (3,62) (3,36) (4,24) (3,98) (4,26) (4,21) (4,20) (3,05) (4,94) (4,32) (5,24) (4,03) (4,42)

Iniciativa 11,45 11,53 10,93 10,72 12,30 11,40 12,87 11,22 12,39 12,49 12,38 12,76 12,16 11,58

(2,98) (2,39) (1,94) (2,30) (2,48) (2,40) (3,36) (2,52) (2,70) (2,65) (3,14) (2,99) (2,81) (2,56) Memória Operacional (2,73) 14,36 14,71 (2,86) (2,52) 13,79 13,96 (3,58) (4,44) 15,70 (3,02) 13,63 (4,45) 16,40 (3,62) 13,46 (3,98) 15,44 (3,88) 14,98 (4,34) 15,38 (3,33) 16,14 15,31 (4,00) (3,42) 14,34 Planejamento/

Organização (3,54) 15,82 16,25 (2,87) (2,92) 15,71 15,84 (3,08) (5,14) 18,89 (3,13) 15,54 (4,60) 19,73 (3,44) 15,03 (4,31) 18,17 (3,74) 16,63 (5,30) 19,00 (3,79) 18,59 (4,74) 18,23 (3,39) 16,15 Organização do Material (2,70) 10,45 10,24 (2,26) (1,94) 8,64 10,72 (2,55) (2,99) 9,59 11,18 (3,36) (4,20) 11,67 (2,94) 10,08 (3,53) 12,72 (3,57) 9,85 (3,89) 11,24 (3,26) 11,59 (3,55) 10,75 (3,02) 10,61

Monitoração (2,10) 13,27 12,27 (2,30) (2,10) 11,43 12,78 (2,54) (3,01) 12,81 11,82 (2,32) (2,40) 12,73 (2,94) 11,59 (1,71) 13,28 (2,78) 12,71 (3,22) 12,55 (2,67) 12,24 (2,65) 12,68 (2,56) 12,23 Índice de Regulação do

Comportamento (5,88) 45,18 41,36 (7,19) (6,22) 40,79 42,08 (8,82) (7,56) 39,93 (8,60) 39,97 (7,59) 47,60 (8,55) 40,16 (6,00) 44,50 (9,67) 44,07 (9,18) 44,14 (8,33) 44,86 (7,79) 43,34 (8,61) 41,77 Metacoginição (10,13) 65,36 65,00 (9,75) (7,97) 60,50 (11,32) 64,02 (14,05) 69,30 (10,68) 63,57 (15,40) 73,40 (12,77) 61,38 (12,93) 72,00 (12,71) 66,66 (16,56) 70,55 (13,11) 71,31 (14,11) 69,12 (11,70) 64,91 Composição Global

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Tabela 4. Estatísticas Descritivas do BRIFE para o Questionário dos Professores em função da faixa etária no estudo piloto 1 e piloto 2

5 a 6 7 a 8 9 a 10 11 a 12 13 a 14 15 a 18 Total

Piloto 1 Piloto 2 Piloto 1 Piloto 2 Piloto 1 Piloto 2 Piloto 1 Piloto 2 Piloto 1 Piloto 2 Piloto 1 Piloto 2 Piloto 1 Piloto 2

Inibição 12,18 13,54 12,29 12,96 12,46 12,46 15,87 12,24 12,16 11,74 13,41 12,62 13,04 12,66

(2,86) (4,10) (3,17) (3,91) (2,94) (2,64) (3,60) (2,67) (4,61) (2,58) (3,95) (2,73) (3,74) (3,27)

Flexibilidade 11,82 12,39 12,36 12,33 13,43 11,99 17,47 12,07 13,11 12,17 15,28 14,23 14,08 12,38

(1,94) (2,36) (2,17) (2,16) (2,62) (2,27) (3,54) (2,38) (4,57) (3,42) (3,87) (2,96) (3,72) (2,57)

Controle Emocional 10,09 11,66 10,93 10,94 10,00 10,51 15,07 10,39 11,84 10,60 12,17 11,31 11,62 10,89

(1,44) (3,05) (1,73) (2,66) (1,70) (2,34) (3,59) (2,20) (4,51) (3,02) (3,47) (2,88) (3,38) (2,69)

Iniciativa 8,73 8,57 8,86 8,46 9,00 8,44 12,47 8,98 8,84 8,20 10,86 10,08 9,84 8,67

(2,53) (1,77) (2,14) (1,77) (2,29) (2,06) (1,92) (2,22) (3,56) (1,94) (3,03) (2,64) (2,95) (2,06) Memória Operacional /

trabalho (3,89) 14,18 12,61 (2,57) (2,81) 13,07 12,07 (2,60) (2,82) 13,21 (2,60) 11,67 (3,79) 16,87 (2,68) 12,37 (5,09) 13,26 (2,17) 11,37 (4,72) 15,90 (3,59) 13,73 14,44 (4,18) (2,72) 12,19 Planejamento /Organização (2,32) 12,18 12,27 (2,41) (2,73) 12,71 11,76 (2,36) (3,27) 13,54 (2,43) 11,40 (2,77) 17,47 (2,44) 12,22 (4,54) 13,16 (2,64) 11,71 (4,42) 15,66 (3,32) 14,92 (3,95) 14,28 (2,69) 12,12

Organização do Material (1,76) 8,09 (1,91) 8,39 (2,20) 8,71 (2,23) 8,28 (1,83) 8,61 (2,00) 7,89 (3,23) 11,13 (1,58) 7,71 (3,86) 5,95 (0,75) 7,29 (3,09) 8,76 (2,03) 7,88 (3,09) 8,50 (1,88) 7,96

Monitoração (3,94) 14,82 13,55 (3,45) (2,03) 12,57 13,28 (3,05) (3,24) 15,00 12,71 (2,54) (2,80) 15,60 (2,78) 13,24 (4,61) 14,16 (2,86) 12,43 (5,12) 15,38 (3,50) 14,85 (3,97) 14,72 (3,04) 13,23 Índice de Regulação do

Comportamento (4,21) 34,09 37,59 (8,00) (6,48) 35,57 36,24 (7,01) (6,18) 35,89 (5,86) 34,96 (9,37) 48,40 (6,03) 34,71 (13,04) 37,11 (8,19) 34,51 (9,67) 40,86 (7,59) 38,15 (3,71) 38,74 (7,10) 35,93 Metacoginição (11,87) 58,00 55,39 (9,97) (9,29) 55,93 53,85 (9,91) (11,43) 59,36 52,11 (9,62) (11,95) 73,53 (9,83) 54,51 (19,91) 55,37 (9,25) 51,00 (18,29) 66,55 (13,54) 61,46 (15,85) 61,79 (10,43) 54,17 Composição Global

(47)

Tabela 5. Estatísticas Descritivas do BRIFE para o Questionário Pessoal em função da faixa etária no estudo piloto 1 e piloto 2

11 a 12 13 a 14 15 a 18 Total

Piloto 1 Piloto 2 Piloto 1 Piloto 2 Piloto 1 Piloto 2 Piloto 1 Piloto 2

Inibição 22,87 18,81 23,21 22,10 21,64 21,21 22,42 20,77

(3,83) (4,12) (4,30) (5,58) (5,12) (3,91) (4,58) (4,83)

Flexibilidade 17,47 14,47 15,84 15,67 14,46 16,18 15,61 15,44

(2,72) (3,02) (3,20) (3,82) (2,81) (3,32) (3,11) (3,47)

Flexibilidade Comportamento 9,07 7,19 7,89 7,90 7,07 8,29 7,81 7,79

(1,75) (1,64) (2,23) (2,31) (1,51) (1,96) (1,96) (2,04)

Flexibilidade Cognitiva 8,40 7,28 7,95 7,76 7,39 7,88 7,81 7,64

(1,40) (1,80) (1,78) (2,07) (1,85) (2,07) (1,75) (1,98)

Controle Emocional 19,40 15,97 18,32 17,55 17,50 17,97 18,21 17,17

(3,46) (3,87) (4,56) (4,44) (4,69) (4,52) (4,38) (4,33)

Completar Tarefas 17,27 13,50 16,58 15,55 15,61 15,71 16,31 14,94

(2,91) (3,23) (3,72) (3,86) (4,10) (3,50) (3,73) (3,67)

Memória Operacional / trabalho 20,93 17,92 22,26 19,81 19,46 20,24 20,68 19,33

(3,73) (3,94) (4,27) (4,67) (4,21) (4,16) (4,23) (4,37)

Planejamento /Organização 21,60 17,67 21,95 19,79 20,00 20,26 20,98 19,25

(3,18) (3,89) (4,70) (5,12) (4,77) (4,30) (4,44) (4,60)

Organização do Material 12,27 9,42 12,00 10,76 11,32 11,15 11,76 10,45

(2,34) (2,10) (2,77) (3,32) (3,30) (3,11) (2,92) (2,98)

Monitoração 8,60 7,33 9,16 8,31 7,64 7,82 8,34 7,85

(1,24) (2,15) (2,06) (2,22) (2,06) (2,17) (1,98) (2,20)

Índice de Regulação do

Comportamento (8,93) 68,33 (11,42) 56,58 (8,97) 66,53 (13,78) 63,62 (11,19) 61,25 (11,17) 63,18 (10,36) 64,58 (12,60) 61,22

Metacoginição 72,07 58,50 72,79 65,90 66,39 67,35 69,73 63,96

(9,06) (11,36) (11,03) (15,01) (14,04) (13,05) (12,30) (13,75)

(48)

4.6 Análise dos Itens

Para a análise psicométrica inicial do instrumento, investigou-se o parâmetro de discriminação com base no cálculo da correlação item-total (rit). Considerou-se o item

discriminativo quando a correlação foi maior ou igual a 0,251

1 Alguns autores consideram como critério os valores de 0,30 e outros de 0,20.

, o que indicou que o item contribui para diferençar as pessoas em relação ao que está sendo medido. Foram calculadas as correlações item-total de cada afirmação e o total da escala a que pertenciam nos três tipos de questionário. Os resultados são apresentados a seguir.

4.6.1 – Questionário dos Pais

A análise das Correlações Item-Total do primeiro estudo mostra que das 72 correlações calculadas para os itens que compõe o teste, 8 (11,12%) foram inferiores a 0,25, indicando que este itens foram pouco discriminativos. Estes itens estão distribuídos da seguinte forma: um para a Inibição (item 56 - rit=0,092) (tabela 6); dois

para Flexibilidade (itens 8 - rit = 0,199 e 13 - rit= 0,170) (tabela 7); três para Iniciativa

(itens 3 - rit=0,216, 48 - rit =0,240 e 66 - rit= 0,111) (tabela 9); e dois para Monitoração

(itens 14 - rit= 0,120 e 31 - rit =0,219) (tabela 13). A característica Iniciativa foi a mais

prejudicada, pois dos oito itens que a compõem, três (37,5%) tiveram o resultado mais baixo na correlação item-total.

No segundo estudo os itens pouco discriminativos foram apenas 3 (4,17%): o item 8 da escala Flexibilidade (0,221) (tabela 7); o item 31 da escala Monitoração (0,226) (tabela 13) e o item 66 da escala Iniciativa (0,248) (tabela 9).

(49)

Se o critério de correlação item-total para considerar um item discriminativo for ampliado para 0,30 é possível verificar que além dos itens acima descritos, no primeiro estudo os itens 43 da escala Inibição; 23, 30 e 39 da Flexibilidade; 11 e 15 do Planejamento/Organização e 52 da Monitoração e no segundo estudo somente o item 71 da escala Iniciativa não atingiu este valor.

Tabela 6 – Correlação Item Total para Inibição Questionário dos Pais

Inibição

Item Primeiro Piloto Segundo Piloto

38 0,349 0,391

41 0,309 0,341

43 0,250 0,354

44 0,405 0,439

49 0,460 0,480

54 0,349 0,498

55 0,323 0,538

56 0,092 0,317

59 0,354 0,346

65 0,451 0,474

Tabela 7 – Correlação Item Total para Flexibilidade Questionário dos Pais

Flexibilidade

Item Primeiro Piloto Segundo Piloto

5 0,302 0,336

6 0,440 0,502

8 0,199 0,221

12 0,387 0,475

13 0,170 0,393

23 0,294 0,430

30 0,286 0,422

(50)

Tabela 8 – Correlação Item Total para Controle Emocional Questionário dos Pais

Controle Emocional

Item Primeiro Piloto Segundo Piloto

1 0,587 0,538

7 0,549 0,653

20 0,460 0,507

25 0,631 0,748

26 0,462 0,641

45 0,365 0,528

50 0,461 0,672

62 0,553 0,609

64 0,411 0,589

70 0,505 0,645

Tabela 9 – Correlação Item Total para Iniciativa Questionário dos Pais

Iniciativa

Item Primeiro Piloto Segundo Piloto

3 0,216 0,487

10 0,317 0,401

16 0,345 0,387

47 0,476 0,378

48 0,240 0,321

61 0,479 0,454

66 0,111 0,248

71 0,379 0,288

Tabela 10 – Correlação Item Total para Memória Operacional Questionário dos Pais

Memória Operacional

Item Primeiro Piloto Segundo Piloto

2 0,333 0,489

9 0,506 0,494

17 0,624 0,586

19 0,586 0,490

24 0,524 0,466

27 0,506 0,424

32 0,313 0,558

33 0,375 0,454

37 0,585 0,552

57 0,424 0,462

(51)

Tabela 11 – Correlação Item Total para Planejamento / Organização Questionário dos Pais

Planejamento/Organização Item Primeiro Piloto Segundo Piloto

11 0,270 0,355

15 0,278 0,340

18 0,431 0,342

22 0,488 0,397

28 0,549 0,486

35 0,524 0,537

36 0,653 0,421

40 0,521 0,368

46 0,545 0,439

51 0,638 0,435

53 0,537 0,438

58 0,542 0,382

Tabela 12 – Correlação Item Total para Organização de Materiais Questionário dos Pais

Organização de Materiais Item Primeiro Piloto Segundo Piloto

4 0,652 0,613

29 0,555 0,693

67 0,381 0,525

68 0,772 0,308

69 0,687 0,646

72 0,640 0,531

Tabela 13 – Correlação Item Total para Monitoração Questionário dos Pais

Monitoração

Item Primeiro Piloto Segundo Piloto

14 0,120 0,307

21 0,364 0,340

31 0,219 0,226

34 0,453 0,391

42 0,429 0,488

52 0,272 0,383

60 0,357 0,359

63 0,429 0,432

(52)

4.6.2 – Questionário dos Professores

A análise dos resultados das Correlações Item-Total para o questionário dos professores mostrou que das 73 correlações calculadas, apenas 1 delas foi inferior a 0,25: a correlação com o item 53 da escala Flexibilidade (0,225) (tabela 15); mostrando-se pouco discriminativo. Todas as correlações do primeiro estudo foram superiores a 0,25.

Se o critério de correlação item-total para considerar um item discriminativo for ampliado para 0,30 é possível verificar que a situação do primeiro estudo se mantém, ou seja todos os itens atingiram o critério. Já em relação ao segundo estudo o item 40 da escala Flexibilidade entraria na relação de itens pouco discriminativos por não atingir este valor (rit=0,289). A versão do Segundo Piloto para professores foi considerada

satisfatória.

Tabela 14 – Correlação Item Total para Inibição Questionário dos Professores

Inibição

Item Primeiro Piloto Segundo Piloto

9 0,751 0,594

38 0,689 0,549

42 0,639 0,634

43 0,483 0,695

45 0,619 0,574

47 0,482 0,552

57 0,543 0,561

58 0,622 0,624

59 0,461 0,472

69 0,604 0,712

(53)

Tabela 15 – Correlação Item Total para Flexibilidade Questionário dos Professores

Flexibilidade

Item Primeiro Piloto Segundo Piloto

4 0,512 0,567

5 0,622 0,518

6 0,658 0,548

13 0,713 0,571

14 0,559 0,438

24 0,675 0,489

30 0,629 0,417

40 0,475 0,289

53 0,407 0,225

62 0,495 0,510

Tabela 16 – Correlação Item Total para Controle Emocional Questionário dos Professores

Controle Emocional

Item Primeiro Piloto Segundo Piloto

1 0,601 0,579

7 0,680 0,615

26 0,589 0,692

27 0,719 0,687

48 0,610 0,617

51 0,660 0,615

64 0,576 0,396

66 0,600 0,582

72 0,664 0,639

Tabela 17 – Correlação Item Total para Iniciativa Questionário dos Professores

Iniciativa

Item Primeiro Piloto Segundo Piloto

3 0,574 0,473

10 0,545 0,358

19 0,759 0,565

34 0,704 0,542

50 0,672 0,590

63 0,595 0,519

70 0,721 0,572

(54)

Tabela 18 – Correlação Item Total para Memória Operacional Questionário dos Professores

Memória Operacional

Item Primeiro Piloto Segundo Piloto

2 0,551 0,613

8 0,700 0,594

18 0,729 0,641

21 0,661 0,612

25 0,619 0,529

28 0,714 0,534

31 0,686 0,508

32 0,611 0,373

39 0,684 0,575

60 0,471 0,406

Tabela 19 – Correlação Item Total para Planejamento / Organização Questionário dos Professores

Planejamento/Organização Item Primeiro Piloto Segundo Piloto

12 0,604 0,378

17 0,526 0,530

23 0,549 0,553

29 0,515 0,621

35 0,642 0,675

37 0,742 0,573

41 0,627 0,526

49 0,634 0,542

52 0,733 0,588

56 0,511 0,324

Tabela 20 – Correlação Item Total para Organização de Materiais Questionário dos Professores

Organização de Materiais Item Primeiro Piloto Segundo Piloto

11 0,500 0,548

16 0,573 0,512

20 0,622 0,587

67 0,682 0,563

68 0,619 0,770

71 0,531 0,639

73 0,662 0,570

(55)

Tabela 21 – Correlação Item Total para Monitoração Questionário dos Professores

Monitoração

Item Primeiro Piloto Segundo Piloto

15 0,631 0,352

22 0,451 0,402

33 0,673 0,640

36 0,540 0,410

44 0,703 0,626

46 0,665 0,674

54 0,388 0,542

55 0,574 0,422

61 0,477 0,334

65 0,761 0,597

4.6.3 – Questionário Pessoal

Para o primeiro estudo piloto as tabelas de correlação item-total mostram que das 80 correlações calculadas 7 foram inferiores a 0,25 evidenciando itens pouco discriminativos: dois para Flexibilidade (itens 11 (0,220) e 27 (0,241) (tabela 23); um para Memória Operacional (item 3 (0,219) (tabela 26); dois para o Planejamento / Organização (itens 4 (0,008) e 40 (0,173) (tabela 27); um para Organização de Materiais (item 59 (0,242) (tabela 28)e um para Monitoramento (item 34 (0,224) (tabela 29). Os itens 11 e 27 também não foram discriminativos quando considerados nas escalas de Flexibilidade Cognitiva e Comportamental as quais pertencem.

No segundo estudo piloto apenas 3 itens foram inferiores a 0,25 evidenciando itens pouco discriminativos: item 59 da escala Organização de Materiais (0,108) (tabela 28); item 34 da escala Monitoramento (0,212) (tabela 29) e item 46 da escala Inibição (0,183) (tabela 22). Pode-se verificar ainda que os itens 34 e 59 não foram discriminativos nos dois estudos realizados. A versão do segundo estudo piloto para questionário pessoal foi considerada satisfatória.

(56)

estudo também seriam considerados pouco discriminativos os itens 19, 28, 46, 61 e 66 da Inibição; 62 da Flexibilidade; 30 e 73 da Memória Operacional; 60 e 64 do Planejamento e Organização e 55 e 67 da Flexibilidade Cognitiva. No segundo estudo somente o item 56 da escala Memória Operacional não atingiria este valor (rit=0,294).

Tabela 22 – Correlação Item Total para Inibição

Questionário Pessoal

Inibição

Item Primeiro Piloto Segundo Piloto

1 0,420 0,495

10 0,458 0,479

19 0,271 0,311

28 0,287 0,477

37 0,565 0,626

46 0,296 0,183

54 0,384 0,552

61 0,292 0,571

66 0,295 0,551

71 0,395 0,533

76 0,409 0,323

79 0,517 0,730

80 0,597 0,451

Tabela 23 – Correlação Item Total para Flexibilidade Questionário Pessoal

Flexibilidade

Item Primeiro Piloto Segundo Piloto

2 0,320 0,382

9 0,448 0,464

11 0,220 0,420

18 0,490 0,461

27 0,241 0,502

36 0,348 0,398

45 0,342 0,332

55 0,432 0,406

62 0,260 0,447

67 0,313 0,441

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