A R T I GO CI E NT (F I CO
ESTUDO DA PRODUÇÃO CIENTfFICA EM INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM
Em ília Luigia Saporiti Angerámi e Magali Roseira Boemer1
ANGERAMI, E. L. S. & BOEMER, M. R. Estudo da pro dução científica em inrodução e fundamentos de en
fermagem. R ev. Bras. Enl, Brasília, 38( 1): 14-25, jan./mar. 1985 .
R ESUMO. Para aval iação da produção do con heci mento em I ntroduço à E nfermagem e/ou Fundamentos de E nfermagem foi efetuada uma rev isão da questão sem ân tica para , a segu ir, percorrermos o aspecto conceitual . Consi derando que a discipl i na em questão so freu transformaçes significantes no seu conteúdo programático, o qual influenciou e foi influenciado pela pesquisa , estruturamos a análise em quatro pedodos que foram f i xados a partir das mudanças no ensino. Para real i zação do estud o, busca m os as fon es de infor mação dispon íveis, a aer: Rev ista B rasi leira de Enfermagem , R evista da Escola de E nfer magem da USP, R evista E nfermagem em Novas D i menses, os catál gos editados pel o CEPEn e os programas das Escolas d e E nfermagem do Brasi l . A aná l i se d os resultados foi feita respei ando o proposto na metodol ogi a, u seja, por pedodo, que i nd icam as tendências d o ensino, da pequ i a e da assistência, ten ando dar u ma resposta às propos tas v i gen es. Concluím os que, tratando-se de um traalho descritivo, permite e xpor situa ções, questi onar os fatos descritos e buscar relaçes que os exp l i quem. As interpretaçes h istórico-soc iais revestem -se de um caráter de aproximação ao problema, sendo i mportan te que estudos futuros procurem anal i ar em profund idade a produç ão do con heci mento qua l itativamente e sua relação com a prática.
ABSTRACT. For an evaluati on of kn wlede producti on in Nursing I n troducti on and r Fundamental Nursing was made a rev iew of this question and after we covered the con ceptual point. Consider i n g that this tra i ning suffered significants changes i n their program content, i nfluenced and was i nfl uenced by research, we structured the analysis in four perids that were f i xed from that teaching chanes. To real i ze th is study, we earch the source of i n for m ation available, namely, B razili an Journal of N úrsi ng, Journal of Nursing School of São Pau l o Universitv, Journal of Nursing i n New D i mensi ons, the Catal gue edi ted by Nursin g R ese-ch Cen er and the programs of Nursing Schol of Brazi l . The da ta were a nalyzed i n accordance with the methodol ogy proposed, in other hand , by p r i ods, and outpoi nt the teaching, rese arch and assistance tendencies, trying to give an an swer to the actual proposal . I t foll ows that, has een a descriptive work, a l l ow to expose situati ons, to question the facts descrived a n d to search relati ons that one's e xplain. The h istorica l-social i n erpreati ons was reevesed of a characer of approximati n to the pro blem . It is important that f utures studies wi l l e search to analy ze in deepness the know lede prod uction qual itativel l y and their relat i on with practice.
Docentes da Disciplina de Fundamentos de Enfermagem da Escola de Enfermgem de ibeirão Preto da Uiversidade de São Paulo.
o fato de se estudar a produção cientíicas em Inrodução e em Fundamentos de Enfermagem sugere tratar-se de disciplinas especíicas e ains e, neste sentido, inicialmente procuraremos es1are cer a questão semân tica para, a seguir, percorrer mos o aspecto conceitual e finalizarmos analisan do a produção de conhecimento nestas áreas da enfermagem.
O dicionrio etmológico de SILVEIRA BU
N01 s refere-se aos dois termos da seguinte for ma:
Inrodução - (lat. introductionen) que signi
fica: penetração, prefácio, palavras que servem de preparação a um livro, exórdio, conferência.
Funamento - (lat. fundamentum) que sig
nifica : base, princípio, razão, argumento que ser ve de base a uma teoria.
Parece-nos que a nossa primeira inquisição reveste-e de razão, pois há diferenças semânti cas, as quais terão significados específicos na or dem dos conceitos.
Para a conceituação destas disciplinas, traça mos um retróspecto de seus conteúdos através da história da enfermagem, desde a sua origem até o presente, analisando as transformações pelas quais vem passando. Considerando que a enfer magem brasileira tem sua origem calcada na en fermagem americana, nesta buscamos as raízes destas disciplinas para, a seguir, verificarmos o que ocorreu em nosso País.
Os textos do final do século passado e início dese, que se dedicam ao estudo da enfermagem americana, a têm descrito como bastante desorga nizada tanto na prática como no ensino, revelando exploração do trabalho de alunos, pobreza de con teúdo teórico e direcionando o ensino na repeti ção de tarefas, sem a devida compreensão dos fa t>s.
. Esta situação fez com que, em 191 7, fosse tra çado o Stanard Curiculum que estaelecia um es quema para instrução teórica em enfermagem ; e gundo CARVALH03 , o confronto deste com o programa estabelecido no Brasil, pelo Dec. 1 6 .300/ 23 para o Deparamento de Enfermagem da Esco la Nacional de Saúde Pública, mostra grande se :melhança tanto na parte teórica quanto nos ervi ços nos quais os alunos deveriam estagiar. A frag menação do currículo em disciplinas de pequena carga horária e de curta duração era sua principal característica.
Pesquisando os temas que teriam equivlência com as disciplinas de Introdução e Fundamenos de Enfermagem e que devido à fragmentação do currículo estariam dispersas, citríamos:
Stanard Curiuum 1 91 7
Art. 4.29 do Dec_ 1 6.300/23
- Drogas e oluçes 20 h -Princípios e métodos da
- Ataduras 1 0 h arte da enfermeira - Princípios e
méto-dos de enfermagem elementar. 60 h
Percebe-e que o conteúdo das três disciplinas americanas foi englobado em uma Ó, introduzindo o termo "arte da enfermeira", o que para os me ricanos era enfermagem elementar. Veriica-se, portanto, que neste primeiro curículo as discipli nas em questão não existiam com esta denomina ção, mas sim como enfermagem elementar - que significa : "que pertence ao elemento simples, api ca-se aos rudmentos, às primeiras noções de uma arte, ciência, cartilha elementar, aritmética ele mentar" (SILVEIRA BUENO)ls.
A transposição para princípios e métodos da arte da enfermeira nos remete a três termos, com seus respectivos signiicados: princlpios, métodos e are. Seria extremamente penoso tentr neste tra balho detalhar os respectivos signiicados, pois não é o objetivo primeiro deste estudo; entretanto, is so não invalida a necessidade de um aprofunda men to do tema para melhor compreenão dos fatos.
Nós no deteremos no termo Arte, conside rando que todas as disciplinas de enfermagem ne te decreto eram chamadas: arte da enfermeira em clínica médica, arte da enfermeira em clíica ci rúrgica, e assim por diante.
Arte, "na sua acepçao mais ampla - tekhne dos regos, a ars dos latinos e a kunst dos ale mães, dá idéia de perícia, de hablidade adqui rida em paciente exercício e voltada para um fim deinido, fosse esse im esté tico, éico ou ui litário" (ENCICLOPÉDIA BARSA)6 .
NIGHTlNGALE9 já dizia "enfermgem é a mais bela das artes", e arte é a busca da harmonia e da beleza. Portanto, nesta época, o ensino e a pesquisa eram dirigidos na busca de um aperfeiçoa mento da técnica e no dizer de SOUZA 1 7 : "a im
portncia da técnica na arte de enfermagem é imensa, pois sua finalidade é garantir. o trabalho da enfermeira".
Em 1 937, nos Estados Unidos, foi promulga do o u"iculum Cude e o decreto 27.426/49, no Brasl, segundo CARV ALH03 , é uma adaptação do primeiro com maiores exgências. No Cuticu lum Guide ( 1 937) enconramos: introdução à ar e da enfermagem ( 1 35 horas); em contraposi ção, no decreto 27 .426/49 desaparece a termino logia are sendo substituída por tcnia de enfer magem, incluindo : economia hospitalar, drogas e soluçes, ataduras e higiene individual, ou seja, esse decreto retoma disciplinas d o Standard Cur riculum de 1 9 1 7, as quais desaparecem no currí culo ameicano de 1 937. As demis disciplinas de enfermagem também perderam a denominação arte, passando para enfermagem e cUnica médica; enfermagem e cUnica cirúrgica, ec., havendo inú meras especialidades, permanecendo a excessiva fragmentação do conhecimento .
A palavra ciência tem sua introdução na en fermagem na década de 50, nos Estados Unidos, quando se procurou dar um cunho cient íico à profissão.
A construção da ciência da enfermgem e
inicia pelo empréstimo de conhecimentos advin- .
dos de outras ciências e aplicados à enfermagem ; é a fae da aplicação dos princípios cientíicos às técnicas de enfermagem. No im da décaa de 60 e
início de 70, emerge um novo posicionamento
direcionado à construção de um saber próprio da enfermagem, surgindo assim as primeiras teorias de enfermagem, as quais vieram para dar, à prois são, o cunho cient íico desejado.
Em 1 96 1 , a enfermagem pasa a exigir o se gndo grau completo para admissão em seus cur sos, coincidindo com a de términação de currícu los m ínimos pelo Conelho Federal da Educação . O currículum de enfermagem foi ixado pelo pa recer 27 1 /62 , que teve por bae , as sugestões da Comissão de Peritos, nomeada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC). Neste parecer apare ce pela primeira vez a disciplina Fundamentos de Enfermagem . Cabe lembrar a explicação de CAR V ALH03 : "a intenção do Conselho Federal de Educação , expressa no parecer 27 1 /62, era que as Ciências Biológicas fossem ncluídas em Funda menos de Enfermagem". Com a Reforma Univer siária, todos os curículos mínimos foram revis tos e o de enfermagem foi modiicado pelo Parecer 1 63/72 do Coneho Federal de Enfermagem . Nes te parecer, deapree a disciplina de Fundamentos de Enfermaem e , no tronco proissionalizante, aparece a matéria I ntroduço à Enfermaem.
No início deste estudo, colocamos a questão
16 -Rev. B,al. En. , Bra511ia, 38( l),jan./mar. 1985
se as 1isciplinas em apreço eriam especíicas ou ains. A visão das transformações que ocorreram ao longo da história, permite concluir que exis te um conteúdo especíico com diferentes denomi naçes, ocorrendo, portanto, o fenômeno da sino nímia.
Ea obervação pode parecer precipitada, e
não passarmos para a análise dos con teúdos des tas disciplinas.
O aber da enfermgem surge imbricado no aber médico, ou seja, cenrando o ensino na patologia e na dença ; tenta assumir uma caracte rística própria, imprimindo um cuho cientíico às suas técnicas, embasand-as em conhecimentos advindos de outras ciências; mais recentemen te são delineados conceitos e teorias que, endo especí ficos, tentam explicar o fenômeno da enferma gem.
No que e refere ao saber em Fundamentos de Enfermagem e/ou em ntrodução à Enferm gem, a produção mais significativa e com inlu ência até o presente deve-se a HARMER & HEN DERSON 7 que exploram o conteúdo dessas dis ciplinas em grande parte de eu livro.
No Brasil, cabe ressaltar a produção de Elvira de Felice ouza que, desde 1 948, vem e dedican do a esta área de conhecimentos e de Wanda Aguiar Horta que , paricularmente nas décadas de 60 e 70, inluenciou e drecionou esse aber.
Uma análie evolutiva efetuada pelo NURSlNG DEVELOPMENT CONFERENCE GROUP1 0 reve lou que, de 1 800 a 1 9 5 5 , muitos livros de enfer magem têm seu enfoque dentro de procedimentos básicos executados pela enfermeira e na descrição do processo da dença e tratamento, sem coloca ção formal sobre o que é enfermagem .
Re tomando a questão de Fundamentos de En fermagem, o livro de HARMER & HENDERSON7 diz que "fundamentos de enfermagem (cuidados higiênicos do paciene) deve abranger o eguinte conteúdo:
Fuamentos de Enfrmgem:
plano de cuidado ;
organização e cuidado do ambiente ; admissão e alta ;
asepsia e prevenção de denças transmissí veis por meios assépticos ;
seleção e preparo de materiais esterlizados; obevação do pacien e ;
temperatura, pulso, respração e pressão ar erial ;
asseio pessoal ;
necessidades dieté ticas e mé todos de ali men ação ;
eliminação ;
postura, exerc ícios, descanso e sono ; lazer, ocupação e recreação ;
educação sanitária ;
cuidados aos agonizan tes e cadáveres".
Mais recentemente , em 1 975 , a ORGANIZA
çÃO
PANAMERICANA DA SAÚDEl l sugere a organização do Programa de In trodução à Enfer magem, com o seguinte con teúdo :conceitos fundamentais d e enfermagem ;
o ser humano como unidade bio-psic-so cial ;
processo de enfermagem ;
relação da enfermeira com pessoas e gru· pos;
ciclo saúde-enfermidade ;
assistência de enfermagem a n ível de pre venção primária ;
assistência de enfermagem a n ível de pre venção secundária e terciária.
Com eses enfoques como referência, traça mos a meto dologia para este estudo com o obje ti vo de avaliar a produção do con hecimento em In trodução à Enfermgem e/ou em Fundamentos de Enfermagem.
M ETODO LOG IA
Considerando que a disciplina e m questão so freu transformações significan tes no seu con eú do programático, o qual possivelmente inluenciou e foi inluenciado pela pesquisa, estruturamos a análise em quatro per ío dos, que foram fixados a partir das mudanças no ensino, a saber :
De 1 923 a 1949 -per ío do regido pelo De creto 1 6 .300/23 .
De 1 950 a 1962 - per íodo reido pela Lei
775/49.
De 1 963 a 1 972 - per íod o reido pelo Pa recer 27 1 /62, do Conselho Federal de Edu cação .
D e 1 973 até a presen te data - per íodo re gido pelo Parecer 1 63/72 do Conselho Fe deral de Educação .
Para a realiZação do estudo, buscamos as fon tes de informação dispon íveis e que fossem as mais representativas da divulgação do conhecimento.
Selecionmos três revistas: Revista Brasileira de Enfermagem e Revista da Escola de Enferma gem da Universidade de São Paulo, por serem mis
antigas e terem uma larga pene ração enre os en· fermeiros. A Revista Enfermagem Novas Dimen· ses também foi incluída , uma vez que eu editor era um renomado professor de Fundamentos de Enfermagem e, portanto , supomos ser possível en contrar trabalhos nesta área ..
Os autores examinaram todos os artjgos des ses periódicos, desde sua fundação até a última revista em circulação , com o objetivo de classii car seu con teúdo em relação ao referencial pro gramático que regeu o período de publicação do artigo .
No que diz respeito à produção do conhe· cimento por teses e/ou disertações, os autores analisaram os quatro catálogos e ditados elo
CEPEn, (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EN· FERMAGEM)2 .
R ESU LTADOS E D ISCUSÃO
e nos reportarmos ao o bjetivo do preente estudo, vemos que ele não pre tende uma análie qualitativa da produção do conhecimento e, sim, uma quantificação de quanto ese conhecimento pro duzido, e xpresso sob forma de artigos de alguns periódicos, se atém às áreas em questão, quais e· jam, Introdução e/ou Fundamentos de Enferma
gem .
Desta forma, a análise dos resultados não con siderará quaisquer critérios de cientificidade como propem alguns autores (DEMOS ,
ZIAN 1 9 ),
mas se preocupará com a veriicação do quantum do conhecimento produzido e pode classificar co mo pertinente às áreas em estudo.P E R IODO DE 1923 A 1949
Considerando que o prmeiro periódico nacio nal foi "Anais de Enfermagem", a partir de 1932, é que nosso estudo s e iniciou nese período; veri· fica-se que , dessa data até 1 938, quando o eríodo sofreu in terrupção , foram publicados 1 7 fascícu los, dos quais tivemos acesso a e e . A análise des ses se te fascículos nos revela dez artigos que classi ficamos como endo de Introdução e /ou F unda mentos de Enfermagem , pois correspondem aos con eúdos desta disciplina nessa época. O conte údo estava cenrado no enino de técnicas de en fermagem .
Há de se ressaltar que o fascíclo número }, de setembro de 1 937; contém uma nota que diz: "a partir de agora, sob o nome aanados de téc nica, haverá uma e são de técnicas de
gem, onde erão apreenadas as diferentes técni cas usadas no tratamento do dente", o que vem reforçar nossa análise .
Esse periódico volta a ser publicado em 946, quando seu editorial diz " . . . como para estimular o espírito de pesquisa no intuito de melhorar nos sas técnicas, através da publicação dos resultados obtidos, dos quais advirão inestünáveis proveitos, em prol do bem-estar e da saúde do nosso povo".
Parece que essa linha de penamento direcio nou as publicações, pois, de 1 946 a 1 949 , os arti gos e constituem em descrição de técnica de en fermagem passo a passo ou de técnicas de adminis tração de medicamen tos. Geralmente eses últi mos são precedidos de um artigo escrito por um proissional médico, versando sobre os princípi os farmacológicos da droga em questão ou sobre pa tologias e indicação da mesma, rele tindo mis uma vez que à enfermeira estava reservado o co nhecimento técnico, e o conhecimento cientíico advinha a ciéncia médica.
Tal concepção tinha reforço na legislação vi gente através do Decre to 1 6 .300/23 que den minava a disciplina de "Princípios e métodos da rte de enfermagem".
Nesse subperíodo (46-49), encontramos qua torze artigos, dos quais oito escritos por enfermei ros, quatro sem identificação de autor e dois por autores não enfermeiros.
P E R IODO DE 1 950 A 1962
A partir de 1 9 50, época em que foi promulga da a ei 775/49, as disciplinas em questão passam a denominar-se Técnica de Enfemagem que in cluía : conomia Hospitalar, Drogas e Soluções, Ataduras e Higiene Individual.
A classificação dos estudos produzidos de
1 95 0 a 1 962 foi realizada sob e sse re ferencial. En
tre tanto, é necessário que ressaltemos alguns fatos ocorridos, que podem ter também direcionado a produção nese per íodo e nos subseqüentes.
Em 1 9 5 2 , o Congresso Brasileiro de Enfem1a
gem teve como tema central a Revisão Curricular3 e é ressaltada a importância de integração dos prin cípios científicos às técnicas de enfermagem ; é também evidenciada uma preocupação com as suntos relacionados à aministração , com ênfae em funções.
A análise dos artigos publicados nesse per íodo revela que a descrição de técnicas passo a passo tende a desaparecer e inicia-se um incentivo à
apli-1 8 -R ev. Bras. Enl. Brasília, f8(l ) , j an. /mar. 1985
cação dos chamados princípios cientíicos na en fermagem, acrescid os agora dos psico-sociais, além dos biológicos. Em 1 960 , realiza-se na Bla o "eminário de integração dos aspectos sociais e de saúde nos currículos", reforçando ese direcio namento.
A produção de conhecimento é escassa, en do que de dez trabalhos classiicados, quatro preo cuparam-se com estudos de técnicas de uma for ma mais abrangente ; um pre ocupou-se com estu do de economia hospitalar e cinco voltam sua atenção para higiene individual .
Em 1 962, surge um artigo que trata das ne cessidades espirituais do pacien te israelita, reletin do uma preocupação com a dimensão espiritual do cuidado.
P E R IODO D E 1963 A 1 972
Grandes mudanças ocorridas na enfermagem vêm marcar esse período. O prazo para inscrição de candidatos com escolaridade de 1 I grau já ex
pirou e o Conelho Federal de Educação determi na os curr ículos mínimos, sendo que o de enfer magem foi ixado pelo Parecer 27 1 /62 .
O marco referencial que utilizaremos para esse eríodo tem seu con teúdo delimitado pelo que a Comissão de Peritos de Enfermagem* en tendeu ser pertinente à então, Cadeira de Funda men tos de Enfermagem (Taela 1 ).
Para análise , passamos a con t.u com outro pe riódico - Revista da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo -, cuja publicação inicia-se em 1967, com alguns estudos proceden tes da elaboração de teses de doutoramento e a pri meira tese de Cátedra em Enfe1agem, defendida pela Profa. Dra. Glete de Alcântara, que e consti tuiu em um estudo c nceitual da proissão.
O Congresso Brasileiro de Enfermagem, rea lizado na Bahia em 1 964, deixa seus relexos por ter tido como tema cenral "Enfermagem e Pes quisa", recomendando a introdução de Metodo logia de Pesquisa nas Escolas de Enfermagem.
Esse assunto é retomado com mais ênfase no Congresso Brasileiro de Enfermagem, realizado em Manaus-AM, em 1 97 1 , em cujas recomendaçes e observa um item especíico acerca da inclusão de Técnica de Observação Sistematizada na
Disci-. plina de Fundamentos de Enfermagem.
* Segund o Relatório da Comissão de Peri tos. REBEn, no XV, dezembro, 196 2 .
TAB E LA 1 -PRODUÇÃO DO CON H E C I M E NTO E M I NTROD UÇÃO À E N F E R MAG EM, PU B L I CADO E \' 1 DOIS PE R iÓD I COS NAC I O NA I S
PE R lbDO 1 963-1 972
naúdo 1963 194 1 965 196 1967
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Ajustamento do studante à
eso-la e Q .çrp.
Cuidados de Enfermgem a o
n-aleseues i no grlvs.
Coneito de vida individ ual, fam
i-liar e omu.itária.
Habi lidads manuais.
Habi lidads de omuniaão.
apacidade de oervaão.
apacidade e ensino.
Capacidade de aaliaão.
Estdos sobre enfermaem. 1
Traalhos nas fisciplinas
coorde-nadas pela cdeira.
Total 1
• R BE - Rvista Brasilei ra de E nfermgem
1 1
2
1 1
1 2
1
1
1
3 1
1 1
-9 4 2 3
e • • R E E - Revista a Esola de E nfermgem da Univeridade de São Paulo
Ans -Revisas
19 8 1969 19Y 1 1971 1 972
R B E R E E R B E R EE R B E R E E R B E R E E R B E R E E
6 2 2
1
1 1 1 1 2
6
1 1 4 1
2 1 1
1 1 1 1
I 2
1 5 7 5 7 5 9 1 4
-Total
1 2
3
2
1 1
7
8
5
1 0
5
Parece-nos que houve uma resposta a esses apelos, considerando que os trabalhos da Revista Brasileira de Enfemlagem revelam estudos mais profundos e mais fundamentados em metoàol gias. O enfoque não é mais purmente técnico, mas tratam da técnica inserida dentro de um contexto.
Há preocupação com os instrumentos de tra· balho do enfermeiro que extrapolam a área técni� ca, tais como obervação, comunicação, e com me todologias de ensino e de assistência. No fim da dé cada, notam-se trabalhos sobre Processo de Enfer magem e início de uma precupação com as Teo rias de Enfermagem.
A análise revela anda uma preocupação com o ajustamento do estudante à profissão, com aer feiçoamento de técnicas de ensino e com a enfer magem em si.
Dos artigos da Revista da Escola de Enferma gem da Universidade de São Paulo, observamos que, até 1968, persistem os estudos sobre técni cas de enfermagem, com ênfae na aplicação de princípios científicos. Com ese enfoque, classi icamos quatro artigos.
De 1 969 a 1 972, há uma tendência a concen trar estudos' em torno dos Instrumentos Básicos de Enfermagem e do Planejamen to da Assistência de Enfermagem e a adotar a inluência americana, através dos estudos de HORTA, conforme foi ve rificado pelas autoras em estudo anterior (ANGE RAMI & BOEMER)l .
Considerando que o Parecer da Comissão de Peritos não previa a coordenação das disciplinas ligadas às Ciências Humanas pela Cadeira de Fun damentos de Enfermagem, à qual pelo mesmo pa recer, cabia a coordenação das disciplinas das ciên cias biológicas, os estudos da área de ciências hu manas não foram classiicados nesse período como endo pertinentes a Fundamentos de Enfermagem.
Os resulados podem er evidenciados na Ta· bela 1, que coném a produção dese período nos dois periódicos. Ressaltamos que os autores são, na maioria, enfermeiros ou outros profissionais pertencentes ao Quadro Docen te de Escolas de En (erlagem.
Em relação à produção de teses de doutora men to nesse período, contamos com a tee de HORTA· sobre obervação sisematzada e de
• HORTA , W. A . A obsevação na iden ificação dos problemos de enfermagem em seus aspectos físi·
coso Rio de J anero , 1968 . Tese ( Livre Docência)
- UFRJ - Escola de Enfemgem Ana Neri, (mi megrafado) .
20 -Re�. ras. Enl, Brasília, 38( l),jan./mr. 1985
FERREIRA-SANTOS· · obre a proissão. Esses trabalhos impulsionaram a utilização das metod logias e dos questionamentos levantados.
P E R IODO D E 1 973 ATÉ O P R ESENTE
Em coneqüência da Reforma Universitária, houve necessidade de revisão dos currículos mí nimos dos cursos superiores e o de enfermagem foi modificado pelo Parecer 1 63/72. Por esse curricu lum mínimo, a disciplina recebe a denominação de Introdução à Enfermagem.
Considerando que ese currículo não especii ca conteúdos e que, em 1 973 , houve em Washing ton uma reunião de Peritos de Enfermagem da qual resultou uma Publicação Cient íica da OPS/ OMS, intitulada "Ensenãnza de la introducción a la enfermeríl" (ORGANZAÇÃO PANAMERICA NA DA SAúDE) 1 1 , tentmos u tilzá-la como mar
co para classiicação da produção cientíica nes te per íodo, agora acrescida da produção de teses e diserações resultantes da instalação da Pós-Gra duação sensu scricto e de teses de doutoramento defendidas nos moldes da legislação vigene até 1 972.
A produção científica condensada em teses catalogaas pelo CEPEn em quatro volumes, em sua rande maioria abrange o marco a partr de
1 973 . Pelas próprias características de uma disser tação ou tese, nas quais os problemas são trata dos com maior rigor cientíico e abrangência, a produção decorrente das mesmas tendeu, em nossa tentativa de classiicação, a enquadrar-se dentro de Fundamentos de Enfermagem. Acredi tamos que isso deve-se ao fato do marco utlizado ser igualmente abrangente, não permitindo a deli mitação do objeto especíico de Introdução à En fermagem.
Assim, a título de exemplo, os estudos especí icos realizados com pacienes crônicos e no pós operatório que , ao noso ver, não pertencem à
Área de Introdução , passam a pertencer-lhe, uma vez que são absorvidos pelo marco no tópico "Atención de enfermería en el nivel de preven ción secundaria y terciaria", subitem : "a persona en sÍtuación de enfermedad".
e analisarmos os trabalhos deenvolidos na
área de psiquiatria, obste rícia e pediatria, teremos o mesmo problema, uma vez que eles incidem no
tópico "El ser humano como unidad bio-psico-so cial ", subitem - necessidades humanas através do ciclo vitl.
Diante dessa realidade, optamos por an lisar os programas a nós enviados pelas e scolas, na ten tativa de, através dessa análise , chearmos a um consenso de conteúdo para clasiicação .
Os programas de Introdução e Fundamentos de Enfermagem, enviados por vinte e duas Esco las de Enfermagem do Pais, não se mostrarm tão abrangentes em seu conteúdo qunto o proposto pela OPS. Entreanto, são semelhantes enre si, va riando apenas o enfoque, ora direcionado para es tudos de problemas de pacientes, ora para neces sidades humanas básicas.
De comum, temos o fato que em momen to al gun citam a dença, procuram introduzir o luno nos diferen tes aspectos da enfermagem como a problemática de saúde do País, o papel desempe nhado pelo hospital. Apenas três e scolas referem-se
à comunidade.
O fio condutor dos programas é a assistência
ao pacien te adulto: da internação à alta hospita lar, eus problemas ou necessidades básicas afeta das e as ações de enfermagem para atendimento a elas. Todos os con eúdos fazem referência ao con ceito e à filosoia de enfermagem, o que não ocor re em relação ao ensino de teorias.
O processo de enfermagem é ministrado em
dezesseis das vinte e duas escolas; identifica-se co mo preocupação básica no ensino teórico-prático o reforço no ensino dos procedimentos básicos da assistência de enfermagem e dos relacionados a terapêutica e métodos de diagnóstico. Há uma ten dência em dividir o ensino em dois períodos, sob
a denominação Introdução à Enfermagem I e 1 1 .
Optamos por classiicar a produção desse pe ríodo com base nessa análise e em nossa vivência prois-sional.
A amplitude de um campo de estudos aumen ta frente aos avanços da ciência e da tecnologia, tornando difícil sua delimitação . Esse fato am
bém foi vivenciado por SIMMONS & HENDER SON1 6 , quando ten taram classiicar as pesquias de enfermagem e sentiram. a necessidade de utili zar marcos referenciais mais abrngen teso
Neste entido, incluiremos como produção em
Inrodução à Enfermagem, os estudos:
que não especiiquem diagnóstico mas que explorem situações comuns a todos os pa cientes;
conceituais e de teorias;
enfocando necessidades humanas básicas; sobre procedimentos de enfermagem ; sobre metodologias de assistência.
Din te desse processo de classiicação foi pos sível visualizar a tendência na produção do conhe cimento em ntrodução à Enfermagem. Assim, tra: tand-e de teses e dissertações, a produção dese conhecimento é significativa. Observamos que, nos anos de 1 973 e 1 974 , não houve produção e a ex plicação deve-se ao fato de que, em 1 972, encer rou-se a possibilidade de qualiicação dos docenes pelos moldes legais vigentes então, e inicia-se a Pós-Graduação sricto sensu , cujos frutos apare cem a partir de 1975 (Tabela 2).
De modo gerai, podemos perceber que, em primeiro lugar, aparece a produção inerida denro do item "aspectos do cuidado de enfermagem apli cáveis a muitos pacientes"; seguem-se os estudos sobre "indivíduos ou pacientes em estados ou con dições especíicas, em referência a diagnóstico". No primero caso , classiicamos os trabalhos que
se precupavam com alguma situação esecíica do
cuidado de enfermagem . Exempliicando: escaras, dispnéia, dor, medicação ou, ainda, asectos liga dos à anotação e prontuário.
Para o segundo caso, ncluímos aqueles e tudos de normalidade em determnadas popula-, çes ou estudos, abrangendo indivíduos de deter minadas faixas e tárias.
No que e refere à produçã
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sob forma de ar tigos em periódicos, passmos a contar nese erí odo com a Revista Enfermagem em Novas Dimen sões, editada durante cinco anos ( l 9 7 5 � 1 979), cu ja relevância é inquestionável por sua signiiativa produção na área em estudo.A Tabela 3 mostra a produção obtida da ná li� dos três periódicos.
Nesse período, oberva-e que, a exemplo do que ocorreu com a classiicação de tees e dise;
tações, há uma concentração a produção do c nhecimento nos estudos de aspectos do cuidado de enfermagem aplicáveis a muitos pacientes.
eguem-e aqueles relativos a procedimentos e técnicas sem referência à condição do paciente e os estudos sobre metodologia de assistência que recebem, nese período, um impulso perceptível. Os trabalhos relacionados aos aspectos conceitu ais e funcionais também são alvo de estudos.
� de e ressaltar que a contribuição da Revista Enfermagem Novas Dimenses veio divlgar a pro dução do conhecmeno relativo à gênee e dinâmi
ca das necessidades humanas básicas e à
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TAB E LA 2 -P RO D U ÇÃO DO CON H EC I M ENTO E M I NT R O D UÇÃO À E N F E R MAG EM PU B LICADO NOS CATÁ LOGOS E D ITADOS PE LO CEPEn
(VO L. I , l i , 1 1 1 e IV) PE R IODO 1 972- 1 983
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1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1 982 1983 ToalAunos
Indivíd uos em stads ou
em cod i es epec ífias sem referências á
dignósti-co· 2 3 2 3 3 2 1 5
E tdos dos aspetos d o
cui-dado de enfermgem
apli-cáeis a muitos pacientes. 2 3 1 2 1 6 3 2 3 1 24
Etdo do prodimento e
técnias em referên cias á
odi� do .pciente. 2 3 1 2 2 1 1 1
Estudos para aval iar o
cui-dado de enfermgem . 1 1 2
Etdos oeitUais e
fun-cionais e enfengem . 1 1 1 3
Teorias de enfermgem . O
Metodolgias de asistência 1 2 > 2 7
Aaliaão do ensi no e d u
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QUADRO 3 -PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO EM INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM PUBLICADA EM 3 PERlbDOS NACIONAIS. PER íODO 1 973·19B3
Anos - Revist .
Cont.6do 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983
RBE REE RBE REE RBE REE RND RBE R E E RND RBE REE RND RBE REE RND RBE REE RND RBE REE RBS R E E RBE REE RBE REE
- Indiv(duos ou Pcientes
E m estado ou condiçes
esec(ficas m
r.f.rin-eia a diagnóstico 1 1 1 1 1 2 1
- Estdos de Aspectos do
cudado de enfermgem
aplic6veis a muitos
p-cientes 1 1 1 1 2 7 5 2 6 1 1 3 4 4 1 2 4 1 3 2 1
- Estdos e
procdimn-ts e tlknics sem
refe-eia a co\çs de
pacian-t� 1 1 2 4 2 3 2 1 2 1 1 1 1 1 1 2 2 1 1 3
- Estdos para aaliar o
cuidado de enfermaem 2
- Estdos
conceitaisefun-ci.onais de enfermgem 1 3 1 4 1 3 1 1 1 1 1
- Teorias de enfermaem 1 1
- Metodologias de
Assis-tincia 1 1 1 1 2 2 3 1 7 2 1 2 4 1 1 1 1 1
- Avaliaço do ensino e
do 1 1 1 1
S�btotal 2 3 7 2 8 4 1 8 1 1 5 20 3 3 9 10 1 1 4 1 8 8 2 3 5 3 2 1
Total 5 9 0 36 1 5 2 1 1 3 1 0 8 5 1
• RBE - Revistl Brsileira d. Enfermm
• REE - Revista da Eola de Enfermm da UP
• RNO - Revista de Enf.nem Noas Dimn&
Total
8
53
33
2
1 8
2
33
4
gia de assistência de enfermagem, conhecimento esse que, acreditamos, foi incen tivado pelos cur sos de Pós-Graduação - Área Enfermagem Funda mental.
Persiste a escasez de estudos que se preocu pem com avaliação da assistência e com as teorias de enfermagem, bem como dos que se precupem com avaliação do ensino e educação. Apesar de, neste estudo, não termos nos proposto a realizar uma análise qualitativa da produção do conheci meno, julgamos procedente lembrar autores que, preocupando-e com ese aspecto, concluíram pela falta de um marco teórico que fundamenasse a produção do conhecimento em enfermgem. Ne se sentido, citamos: ANGERAMI & BOEMER 1 ROCHA et alii3 , NEVES & GONÇALVES8, TR
&
VIZAN & MENDES1 8 •Esses trabahos vêm nos sugerir que a não uti lização de marcos teóricos poderá ser um asecto relevane em nossos achados. Assim, o rande nú mero de trabahos classiicados no item "Estudo de alguns aspectos do cuidado de enfermagem apli cáveis a muitos pacientes" poderia estar reletindo uma diiculdade dos enfermeiros em e aprofun dar em determinados estudos, optando por traba har mais genericamente no estudo de vários as pectos do cuidado.
Nese sentido, ressalta-se a obervação de PE REIRA 1 2 : "ora , só quando a investigação é baliza
da por um marco teórico, é que os investigad res procuram, através de sua pesquisa, objetar, completar ou substituir o paradigma adotado, dan d-lhe maior cienificidade".
Os achados em relação aos trabalhos sobre teorias de enfermagem parecem conirmar esse ra ciocínio, daa a sua escassez.
CONCLUÃO
As interpretações desse estudo merecem apro fundamento. Há de se considerar que o presente trabalho tem caráter descritivo, portanto, ermite expor situações, questionar os fatos descritos e buscar relações que os expliquem.
As interpreações que demos aos achados, devem-se a nosso conhecimento dos fatos histó ricos e de nossa vivência proissional e revestem-se de um caráter de aproximação ao pro blema, sen do importante que estudos futuros procurem ana liar em profundidade a produção do conhecimen to e sua relação com a prática.
Parece-nos que um estudo dessa natureza eria oportu�o� P?is, nas bibliograias recomendadas pa ra as dlsclplmas de Introdução e Fundamentos de Enfermagem que nos foram enviadas pelas Escolas,
24
-
Rev. BNI. Enl , Brasília, 38( 1 ) , jan. /mr. 1 985é insinificane a citação dos estudos por nós con siderados especíicos da área.
Para conclur, citaremos ZMAM 1 9 : "a ciência não significa simplesmene conhecimento ou in formações publicadas. Qualquer pessoa pode fazer uma observação , ou criar uma hipótese, e e ela dispuser de recursos inanceiros, poderá mandar imprimir e distribuir o seu trabalho para que ou tras pessoas leiam. O conhecimento cientíico é mais do que isso. Seus fatos e teorias têm de passar por um crivo, por uma fae de análises críticas e de provas, realizadas por outros indivíduos competen tes e desinteressados, os quais deverão determinar e eles ão bastante convincentes para que posam ser universalmente aceitos. O objetivo da ciência não é apenas adquirir informação, nem enunciar postulados indiscutíveis; sua meta é alcançar um consenso de opinião racional, que abrange o mais vasto campo possível".
Nese sentido, o que levantamos sobre o que as enfermeiras têm escrito no âmbito da discipli na de Introdução à Enfermagem, re rata a produ ção do cohecimento nessa área. Para SANTOSI 4 .... . a teoria do conhecimento é a explicação e in
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terpre tação filosóica do conhecimento humano, isto é, como endo uma relexão sistemática e ri goroa que busca iluminar problemas fundamenais como a possibilidade, origem, esência, forma e va lidade do conhecmento". Segundo ainda este autor, ... conhecimento em geral é empre uma relação que e estabelece enre um 'sujeito' e um 'objeto ' ".Ora, e a questão do obje to da enfennagem é reconhecida como fundamental para a proissão, como decidir a relação que existe entre o pesqui sador e o objeto de estudo, e este é ainda indeter minado e a enfermagem não foi ainda explicitativa mente deinida, conforme atenta CARVALH04 • Essa autora recomenda uma relexão crítica e sis temática das dimenses da enfermagem em cada época.
Pareceu-nos, portanto, oportuno que análises sejam feitas de modo a tornar possível que e veri fique, ao longo da história, os conhecimentos que vêm endo acumulados e a fundamentação teórica que tem dado origem às hipóteses formuladas. Há de se estudar ainda os determinantes intrínsecos e extrínsecos a Enfermagem que têm inluencia do sua produção ao longo dos anos.
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