UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - UNESP
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
CIDADE DA DANÇA
REBECA ALESSI TEDESCHI
REBECA ALESSI TEDESCHI
CIDADE DA DANÇA
Tra b a lho Fina l d e G ra d ua ç ã o a p re se nta d o c o mo e xig ê nc ia
p a ra c o nc lusã o d o C urso d e Arq uite tura e Urb a nismo
o fe re c id o p e la Unive rsid a d e Esta d ua l Pa ulista – “ Julio d e
Me sq uita Filho ” – UNESP – so b a o rie nta ç ã o d o Pro fe sso r
Do uto r Eva nd ro Fio rin.
PRESIDENTE PRUDENTE
DEZEMBRO / 2011
AG RADEC IMENTO S
Ag ra d e ç o p rime ira me nte a De us p o is se m e le na d a e xistiria , e na o ha via so p ro d e vid a e m me us p ulmo e s,a ssim c o mo a me us p a is, se mp re p re se nte s e m
minha vid a , q ue me d e ra m to ta l a p o io a o lo ng o d e sse s 5 a no s.
À minha c o mp a nhe ira d e ssa via g e m c ha ma d a unive rsid a d e , o nd e se mp re a o me u la d o e ste ve , sup o rta nd o a s c a rg a s e d ivid ind o a le g ria s.
Na o e sq ue ç o a q ui minha s a mig a s q ue se to rna ra m irma s, a o lo ng o d o te mp o , na o ha ve nd o g ra c a ne nhuma se m a d o ç ura d e Mo niq ue , a ve rd a d e d a
Tha lita So uza , a s lo uc ura s d e Fe rna nd a Ma fra , o p e rfe c c io nismo d e Pa tríc ia Pe re z, a s risa d a s c o nta g ia nte s d e Ana C o c ha r; se mp re le va re i a lg o d e c a d a uma
c o mig o , na o há p a la vra s a q ui q ue d e mo stre m o q ue sinto p o r vo c e s, a ssim c o mo ta nta s e ta nto s q ue fize ra m mo me nto s se re m únic o s e m minha vid a .
Aind a a g ra d e ç o a me u no ivo Le a nd ro Pa c he g a , p e lo s mo me nto s unic o s q ue a jud o u-me a trilha r, to rna nd o minha histo ria uma d a nç a se m te rmina ç o e s, c o m
vid a e mo vime nto mo stra nd o a mim q ue a vid a é le ve e d e ve se r d a nç a d a .
Fina lme nte a g ra d e ç o a o s p ro fe sso re s q ue a o lo ng o d e sse c urso fize ra m c o m q ue o a p re nd iza d o e a p a ixa o p e la Arq uite ura se to rna sse m p a lp a ve is.
“O visíve l é o que se a pre e nde c o m o s o lho s, o se nsíve l é o
que a pre e nde m o s c o m o s se ntido s”
RESUMO
TEDESC HI, Re b e c a Ale ssi.
C IDADE DA DANÇ A;
Pro f. O rie nta d o r Esp e c ífic o : Eva nd ro Fio rin
Pre sid e nte Prud e nte : Une sp , 2011, 90 fl.,
Este tra b a lho é re sulta d o d e uma “ a ná lise e xp lo ra tó ria ” d a c id a d e d e Pre sid e nte Prud e nte , p a rtind o d a p e rc e p ç ã o e a p re e nsã o d o s a mb ie nte s d a urb e .
Id é ia q ue p e rp a ssa p o r q ue stõ e s urb a nístic a s, a rq uite tô nic a s, a rtístic a s e a mb ie nta is p a ra c o nstituir um mé to d o d e p ro je to . Pa rte d o p re ssup o sto d e q ue a c id a d e é
um o rg a nismo muta nte q ue “ d a nç a ” , e p re c isa se r a na lisa d o d ia nte d e sua inc e ssa nte me ta mo rfo se . Estud a -se , e ntã o , a urb e c o mo um e ma ra nha d o d e
a c o nte c ime nto s, te nta nd o d e mo nstra r q ue , q ua lq ue r mo d ific a ç ã o no d e se nho d a c id a d e p o d e tra ze r a lte ra ç õ e s e m to d o o “ o rg a nismo ”.
Pa la vra s-c ha ve : mo vime nto , d a nç a , p e rc e p ç ã o , c id a d e .
Ke ywo rd s: mo ve me nt, d a nc e , p e rc e p tio n, c ity.
ABSTRAC T
TEDESC HI, Re b e c a Ale ssi.
C IDADE DA DANÇ A;
Pro f. O rie nta d o r Esp e c ífic o : Eva nd ro Fio rin
Pre sid e nte Prud e nte : Une sp , 2011, 90 fl.,
This wo rk is the re sult o f a n "e xp lo ra to ry a na lysis" o f the c ity o f Pre sid e nte Prud e nte , b a se d o n the p e rc e p tio n a nd und e rsta nd ing o f the a mb ie nc e o f the c ity.
Id e a tha t p e rme a te s urb a n issue s, a rc hite c tura l, a rtistic a nd e nviro nme nta l to b e a p ro je c t me tho d . It a ssume s tha t the c ity is a muta nt o rg a nism tha t "d a nc e " a nd
must b e a na lyse d b e fo re the ir inc e ssa nt me ta mo rp ho sis. Is stud ie d , the n the c ity a s a ta ng le o f e ve nts, trying to d e mo nstra te tha t a ny c ha ng e s to the d e sig n o f the
c ity c a n b ring c ha ng e s in the e ntire "b o d y".
FIG URA 23 - Ta tia na Le sko va ...28
LISTA DE FIG URAS FIG URA 24 - Prime iro C o rp o d e Ba ile d o The a tro Munic ip a l d e Sã o Pa ulo e m 1941...29
FIG URA 25 - Vista e xte rio r d o The a tro Munic ip a l e a rre d o re s e m 1917...29
FIG URA 1 - Pintura na ro c ha e m C o g ul, sul d a Lé rid a , Esp a nha , p e río d o p a le o lític o ...17
FIG URA 26 - De se nho d o c o rte d a p la nta o rig ina l d o The a tro e m 1911...30
FIG URA 2 - Da nç a Dra má tic a d e Ha to r. Pintura na tumb a d e Inte f, e m Te b a s. 3º milê nio a .C ....18
FIG URA 27 - Um d o s p ré d io s o nd e fo i a Esc o la d e Ma d a me Po ç a s Le itã o ...30
FIG URA 3 - Da nç a e stá tic a a c ro b á tic a . Pintura no túmulo d e Ankhma ho r, e m Sa kka ra ...18
FIG URA 28 - C o nvite à Da nç a - Ma rika G id a li e Dé c io O te ro (Ba lle t Sta g ium)...31
FIG URA 4 - Ap re s. d a Ta ziyé p e rsa d e Husa in, p á tio d a me sq uita e m Ruste ma b a d , 1860...18
FIG URA 29 - Jo se p h C o lla rd , q ue inte rp re ta Flip o no e sp e tá c ulo "O vo ", d o C irq ue d u So le il...32
FIG URA 5 - Sa la d e d a nç a e te a tro d o Te mp lo d e Vittha la , d ina stia Vija ya na g a ra , 1350-1365...19
FIG URA 30 - Esp e tá c ulo d a c ia d e d a nc a d e De b o ra h C o lke r, “ Ta tya na ” , 2011...32
FIG URA 6 - Tro up e d e Sa ltimb a nc o s numa c id a d e hind u. Estilo mo ng o l, sé c ulo XVIII...19
FIG URA 31 - Pro je to SIAA p a ra o c o nc urso na c io na l p a ra o C e ntro d a Arte G rup o C o rp o ...32
FIG URA 7 - Pa lc o c hinê s d o sé c ulo XII (960-1126)...20
FIG URAS 32 E 33 - Pro je to d o SIAA - Visua is Inte rno s d o Pro je to ...33
FIG URA 8 - Fig ura e m te rra c o ta d e uma d a nç a rina c hine sa d a Dina stia T'a ng (618-906)...20
FIG URAS 34 E 35 - Pro je to d o SIAA - Pa vime nto Sup e rio r (VERDE) e Infe rio r (AZUL)...33
FIG URA 9 - Te a tro c hinê s e m Xa ng a i. De se nho d e M.Ko e ning ...21
FIG URAS 36 E 37 - Pro je to d o SIAA - C o rte s Lo ng itud ina is...34
FIG URA 10 - Pa lc o nô , no re c into d o te mp lo Kyo to ...22
FIG URAS 38, 39 E 40 - Pro je to d o SIAA - O utro s C o rte s...34
FIG URA 11 - A e strutura inic ia l d o te a tro d e Eritré ia , Ilha d e Eub e ia , se c . V a .C ...22
FIG URA 41 - Ba lé Triá d ic o : p e rso na g e ns e fig urino s...35
FIG URA 12 - Te a tro d e Dio nísio e m Ate na s. Ske ne , se g und o o p ro je to d e Pé ric le s. 400 a .C ...22
FIG URAS 42 E 43 - Da nç a e m Pre sid e nte Prud e nte ...40
FIG URA 13 - Te a tro d e Ep id a uro . C o nstruid o p o r Po lic le to , o Jo ve m, 350 a .C ...23
FIG URA 44 - Áto mo e m Bruxe la s (Bé lg ic a ) - Pa vilhã o p a ra Exp o siç ã o d e 1958...41
FIG URA 14 - Pla nta d o Te a tro d e Ep id a uro , q ue p o d ia a c o lhe r a té 14.000 e sp e c ta d o re s...23
FIG URA 45 - Pa lá c io d e Ve rsa lle s...41
FIG URA 15 - O p rime iro te a tro p e rma ne nte d e Ro ma c o nstruíd o p o r Po mp e u e m 55 a .C ...24
FIG URA 46 - Da nç a e m Pre sid e nte Prud e nte ...42
FIG URA 16 - Te a tro d e Ma rc e lo e m Ro ma , 13 a .C ...24
FIG URA 47 - Ja rd im e m Purme re nd – Ho la nd a ...42
FIG URA 17 - C a rro -p a lc o ing lê s usa d o no s a uto s d a c o rp o ra ç ã o d e C he ste r no se c . XVI...25
FIG URA 48 - Nu De sc e nd o a Esc a d a - Duc ha mp , 1912...44
FIG URA 18 - Ó p e ra Alc e ste , d e Lully e Q uina ult, no p á tio d e má rmo re d e Ve rsa ille s, 1674. ...25
FIG URA 49 - G ue rnic a Pa b lo Pic a sso , 1937...44
FIG URA 19 - O Do e nte Ima g iná rio d e Mo lié re e m Ve rsa ille s, 1674...25
FIG URA 50 - La b a no ta tio n...46
FIG URA 20 - Da nç a tup ina mb á e m ilustra ç ã o d e Ha ns Sta d e n...26
FIG URAS 51 E 52 - Pre sid e nte Prud e nte – G o o g le Ea rth...47
FIG URA 21 - Ne g ro s d a nç a nd o ...27
FIG URA 53 - ENAC 2011, Esp e ta c ulo 15x15, Dire ç ã o Eme rso n Euzé b io ...53
FIG URA 22 - Prime iro c o p o d e b a ile c o mp le to LES Sylp hid e s (1936)...27
FIG URAS 54 E 55 - C e ntro d e Pre sid e nte Prud e nte ...55 FIG URA 88 - Siste ma s d e C o nstruç ã o a Se c o ...86
FIG URA 56 - C e ntro d e Pre sid e nte Prud e nte ...56 FIG URA 89 - Emb utid o So lo Le d ...86
FIG URAS 57, 58 E 59 - Ap re se nta ç õ e s d e Da nç a e m Pre sid e nte Prud e nte ...56 FIG URA 90 - Po ste ...86
FIG URAS 60 E 61 - Zo na Le ste d e Pre sid e nte Prud e nte ...57 FIG URA 91 - Pe rfil La mina d o e m fo rma d e “ H” ...87
FIG URAS 62, 63 E 64 - Ba irro Ana Ja c inta e m Pre sid e nte Prud e nte ...58 FIG URA 92 - Exe mp lo d e e ste rilha ...87
FIG URA 65 - Ba irro Zo na No rte d e Pre sid e nte Prud e nte ...59 FIG URA 93 - Bo mb a d e á g ua ...87
FIG URAS 66 E 67 - Inte rse c ç õ e s Urb a na s e m Pre sid e nte Prud e nte ...61 FIG URAS 94, 95 E 96 - Re se rva tó rio Sub te rrâ ne o MAKRO PLUV...87
FIG URA 68 - Lo c a liza ç ã o Are a 1...66 FIG URAS 97 E 98 – Vista s e m 3d d o p a rq ue ...88
FIG URA 69 - Are a 1...67 FIG URA 99 – Vista e m 3d d o Te a tro d e Are na ...88
FIG URA 70 - Lo te d o Ja rd im Sã o Se b a stia o ...69 FIG URA 100 – Vista e m 3d d a imp la nta ç ã o d o te rre no ...89
FIG URA 71 - Lo te d o Ja rd im Sã o Se b a stia o ...69 FIG URA 101 – Vista e m 3d d a imp la nta ç ã o d o e d ifíc io ...89
FIG URA 72 - Vista p a no ra mic a d a á re a a na lisa d a no b a irro Sã o Se b a stiã o ...73 FIG URA 102 - Auto riza ç ã o d a c o nstituiç ã o d a Esc o la Munic ip a l d e Ba ila d o ...92
FIG URA 73 - Vista p a no ra mic a d a á re a a na lisa d a no b a irro Sã o Se b a stiã o ...74 FIG URA 103 - C e ntro d e Da nç a e Music a e m Ha ia ...94
FIG URA 74 - Da d o s d o e stud o d e d ime nsio na me nto d e to d a a c o nstruç ã o ...76 FIG URA 104 - C e ntro d o Mo vime nto - De b o ra h C o lke r...95
FIG URAS 75 E 76 - Estud o d e Dime nsio na me nto ...77 FIG URA 105 - Sa la s d e Aula ...95
FIG URAS 77 E 78 - Estud o d e Dime nsio na me nto ...78 FIG URA 106 - Té rre o ...97
FIG URA 79 - Fluxo g ra ma ...79 FIG URA 107 - Prime iro Pa vime nto ...97
FIG URA 80 - Vo lume tria Fa c ha d a ... 80 FIG URA 108 - 1)Sa la s d e a ula 2)Ad ministra ç ã o / De p ó sito 3)Va zio ...98
FIG URA 81 - Vo lume tria Fa c ha d a ...81 FIG URAS 109, 110, 111 E 112 - C o rte s e Fa c ha d a s...98
FIG URA 82 - Vo lume tria Inte rna ...82 FIG URAS 113 E 114 - C e ntro d e Arte C o rp o ...99
FIG URA 83 – Te a tro d e a re na e m c a ra c o l...83 FIG URAS 115, 116, 117 E 118 - Vista s inte rna s p ro je to ...101
FIG URAS 84 E 85 - Estud o d e Pla nta Ba ixa e C o rte d o 2º Te a tro d e Are na ...83 FIG URA 119 - Vista a é re a Te a tro ...102
FIG URA 86 – C o rte 3º Te a tro d e Are na ...83 FIG URA 120 - Vista a é re a C e ntro C ultura l...102
5.6.1 – C O NC EITO PRO JETUAL...84
SUMÁRIO 5.6.2 – PAISAG ISMO ...85
1 - INTRO DUÇ ÃO ...13
5.6.3 – Q UESTÃO TÉRMIC A E AC ÚSTIC A...86
2 - HISTÓ RIC O DA DANÇ A NA SO C IEDADE...17
5.6.4 – ILUMINAÇ ÃO ...86
3 -DUALISMO ARQ UITETURA E DANÇ A...35
5.6.5 – ESTRUTURA...86
3.1 - ARQ UITETURA E DANÇ A...35
5.6.5.1 – RAMPA...87
3.2 - APREENSAO DO MO VIMENTO A PARTIR DE LABAN, C UBISMO E FUTURISMO ...43
5.6.5.2 – INC ÊNDIO ...87
4 - PRESIDENTE PRUDENTE C IDADE DANÇ ANTE? ...48
5.6.6 – IMAG ENS DO PRO JETO ...88
4.1 - A DANÇ A EM PRESIDENTE PRUDENTE...48
6 - C O NSIDERAÇ Õ ES FINAIS...90
4.2 – ANÁLISE EXPLO RATÓ RIA DA C IDADE...54
7 - APÊNDIC E...91
4.3 – ANÁLISE PARA ESC O LHA DA ÁREA...60
7.1 – Q UESTIO NÁRIO Q UALITATIVO SO C IO -EC O NO MIC O ...91
4.4 - PO NTO S ANALISADO S...66
7.2 – Q UESTIO NÁRIO ABERTO ...91
4.4.1 – ÁREA C ENTRAL...66
8 - ANEXO S...92
4.4.2 – JARDIM SÃO SEBASTIÃO ...68
8.1 – C RIAÇ ÃO DA ESC O LA MUNIC IPAL DE BAILADO DE O URINHO S/ SP...92
5 - ÁREA ESC O LHIDA...69
8.2 - ANÁLISE PRO JETUAL...93
5.1 - ESTUDO PRO JETUAL DA ÁREA...75
8.2.1 - METO DO LO G IA DA ANALISE...93
5.1.1 – DIRETRIZES PRO JETUAIS...75
8.3 - C ENTRO DO MO VIMENTO DEBO RAH C O LKER...95
5.2 – ESTUDO DE DIMENSIO NAMENTO ...76
8.4 - C ENTRO DE ARTE C O RPO ...99
5.3 – FLUXO G RAMA...79
8.5 - C ENTRO DE DANÇ A SAO PAULO ...105
5.4 – ESTUDO S DE VO LUMETRIAS PARA A AREA ESTUDADA...80
8.6 - C ENTRO C ULTURAL TO M JO BIM...109
5.5 – ESTUDO S PARA TEATRO DE ARENA...82
9 - BIBLIO G RAFIA...113
5.6 – O PRO JETO ...84
FIG URAS 123, 124 E 125 - Prime iro , Se g und o e Te rc e iro Pa vime nto s...103 LISTA DE MAPAS FIG URA 126 - Te rc e iro Pa vime nto ...104
FIG URA 127 - Pla nta d e C o b e rtura ...104 MAPA 1 - Áre a s d e Ac e ssib ilid a d e (SIMESPP)...62
FIG URA 128 - Siste ma C o nstrutivo d a G a le ria ...104 MAPA 2 - Áre a s d e Inc lusã o e Exc lusã o So c ia l d e Pre sid e nte Prud e nte ...62
FIG URA 129 - C e ntro d e Da nç a d e Sã o Pa ulo ...105 MAPA 3 - Esc o la s d e Da nç a d e Pre sid e nte Prud e nte ...63
FIG URA 130 - Esc o la d e Da nç a e Músic a d e Sã o Pa ulo ...106 MAPA 4 - C ria nç a s e Jo ve ns (SIMESPP)...63
FIG URA 131 - Esc o la d e Da nç a e Músic a d e Sã o Pa ulo ...106 MAPA 5 - Le va nta me nto e Inte rse c ç ã o d e Ma p a s...64
FIG URA 132 - Vista inte rna d o Pro je to ...107 MAPA 6 - Le va nta me nto Ane l Viá rio d a C id a d e ...65
FIG URA 133 - O b se rva -se o o b je to na p a isa g e m urb a na , p ró ximo a Esta ç ã o d a Luz...107 MAPA 7 - Are a Ana lisa d a 1...67
FIG URA 134 - Vista d o Pro je to ...108 MAPA 8 - Are a Ana lisa d a 2...68
FIG URAS 135 E 136 - C o rte s d o p ro je to ...108 MAPA 9 - Ma p a d e Estud o d a Áre a ...70
FIG URAS 137 E 138 - Fo to s Aé re a s...110 MAPA 10 - Ma p a d e Ve g e ta ç ã o ...70
FIG URAS 139 E 140 - Fo to d a e ntra d a d a á re a d o Ba ila d o Munic ip a l e fa c ha d a sul...110 MAPA 11 - Ma p a Hip so mé tric o ...71
FIG URAS 141 E 142 - Ac ima fo to d a fa c ha d a No rte . Ab a ixo o p e q ue no p a lc o no c e ntro ...111 MAPA 12 - Ma p a d e Uso e O c up a ç ã o e G a b a rito ...72
FIG URAS 143 E 144 - Ac ima , sa la s d e d a nç a . Ab a ixo , De ta lhe d o p iso ...111
FIG URA 145 - De ta lhe d a p a re d e e d o te to (g e sso ), no a nfite a tro ...112
FIG URA 146 - Pa vime nto Té rre o se m e sc a la ...112
FIG URA 147 - Pa vime nto Inte rme d iá rio se m e sc a la ...112
Nã o a p e na s re c e b e mo s o e fe ito d o e sp a ç o so b re nó s, ma s ta mb é m a g imo s e vive mo s
1 - INTRO DUÇ ÃO
ne le , tra nsfo rma nd o -o d e a c o rd o c o m no sso s p rinc íp io s.
Me rle a u Po nty no s d iz a re sp e ito d a se nsa ç ã o d o e sp a ç o e c o mo e ssa a p re e nsã o De sd e o s p rimó rd io s d a c iviliza ç ã o o ho me m d a nç o u, e e le me smo se fe z c o munic a r-se
d isting ue d e a c o rd o c o m c a d a p e sso a , p e lo fa to d a me sma p o ssuir b a g a g e ns c ultura is e a tra vé s d e ssa a rte .
histó ric a s d istinta s. E a p e rc e p ç ã o d a ling ua g e m ta nto d e um mo vime nto q ua nto d e uma o b ra O mo vime nto c o rp o ra l fa z p a rte d o se r, d e sd e se u o rg a nismo , d e ntro d e um e sp a ç o
a rq uite tô nic a sã o p ró xima s, p o is o o b se rva d o r te rá c a p ta ç õ e s p ró p ria s d e sig nific a d o s muita s c ha ma d o c o rp o , o nd e inúme ro s fluxo s o c o rre m num e fe ito c iné tic o inte rminá ve l, c o m o to d o
ve ze s d ife re nte me nte d a s q ue o a rtista q ue r e xp re ssa r. c o o rd e na d o , à um fim, d e se r vivo .
“ Assim, o o b je to p e rc e b id o nã o é d e to d o e stra nho a o suje ito q ue o p e rc e b e
Essa “ c o rp o re id a d e e sp a c ia l” fa z c o m q ue a id é ia d e e sp a ç o e ste ja intrínse c a a o se r
(ima nê nc ia ). Po r sua ve z, to d a p e rc e p ç ã o d e a lg uma c o isa sig nific a uma nã o
-huma no o u c o mo se re fe re Me rle a u Po nty, o e sq ue ma c o rp ó re o :
p e rc e p ç ã o d e a lg o q ue e stá p a ra a lé m d o ime d ia ta me nte d a d o (tra nsc e nd ê nc ia )“ “ ... Me u c o rp o inte iro nã o é p a ra mim a g re g a d o d e ó rg ã o s justa p o sto s no
(SIQ UEIRA,2003). e sp a ç o . Eu o te nho c o mo uma p o sse ind ivisíve l e c o nhe ç o a p o siç ã o d e c a d a me mb ro
Po rta nto , se mp re ha ve rá a lg o nã o p e rc e b id o , se nd o a ssim, no tra b a lho a q ui d e fe nd id o ,
me u g ra ç a s a um e sq ue ma c o rp ó re o no q ua l e stã o c o mp re e nd id o s to d o s o s me mb ro s”
há mo vime nto s na c id a d e q ue nã o sã o a p re nd id o s, e p ro c uro u-se o q ue a p e rc e p ç ã o
(PO NTY p .151 a p ud BERTANINI p .111).
ime d ia ta nã o c a p ta ; a ssim na d a nç a c o nte mp o râ ne a o c o rre o d ia lo g o e ntre o e sp e c ta d o r e o Essa se nsa ç ã o e sp a c ia l no s to rna únic o s, e se nã o há c o rp o , nã o há e sp a ç o , e le s e stã o
a rtista d e mo d o q ue ne m se mp re o q ue o a rtista q ue r e xp re ssa r o p ub lic o a p re e nd e , p o rq ue lig a d o s. Se nd o a ssim, to d a a no ssa p e rc e p ç ã o d e mund o e d e lo c a liza ç ã o ne le , se ja num
sua s p e rc e p ç õ e s d e mund o sã o d ife re nte s. e sp a ç o fe c ha d o o u a b e rto , p a ssa p e lo c o rp o , e e sse lo c a l tã o c o mp le xo no s mo stra o
a mb ie nte o nd e e sta mo s. Aind a Po nty mo stra q ue “ ... a p a rtir d e ssa e xp e riê nc ia d e c o rp o q ue
se e nsina a e nra iza r o e sp a ç o ” (PO NTY, 1999).
1.
1
C
a
p
.1
13
14 “ A p a rtir d o q ue e sc re ve u p o d e -se p e nsa r o s mo vime nto s d a nç a d o s c o mo fruto d e te ma s re la c io na d o s a id é ia d e mo vime nto p e rp a ssa nd o e m á re a s c o mo o C ub ismo , Futurismo
e xp e riê nc ia vivid a , p e rc e b id a , ta nto q ua nto c o mp o rta me nto s, mo vime nto s e g e sto s d e e na s id é ia s d e La b a n; d o re sulta d o d e ssa d isc ussã o c o nstruirá um c o rp o c ritic o , a fim d e q ue
fo ra d a c e na . A p la té ia p e rc e b e o e sp e tá c ulo , p o d e nd o tra nsc e nd e r o q ue é ha ja uma p ro p o sta p ro je tua l a rq uite tô nic a d e uma Esc o la d e Da nç a e Ba ila d o na c id a d e d e
a p re se nta d o no p a lc o ” (IDEM,2003). Pre sid e nte Prud e nte , o nd e o c o rre ria d e fo rma g ra tuita o e stud o d o mo vime nto .
O c o rre ta mb é m no d iá lo g o e ntre d a nç a e a rq uite tura , q ue a se g und a , se nd o De fa to a d a nç a já e xiste na c id a d e e m muita s e sc o la s p a rtic ula re s, p o re m a ind a há a
p ro d uto ra d o e sp a ç o , e a p rime ira a q ue la q ue se a p ro p ria d e le , fa z c o m q ue a e xp re ssã o fa lta d e um e q uip a me nto q ue te nha a c e sso d e to d o s, q ue se ja g ra tuito , a ssim c o mo d e um
c o rp ó re a to rne o lug a r um e sp a ç o ha b ita d o , fa ze nd o e ste re c o nhe c id o p e lo inté rp re te e b a ila d o munic ip a l, q ue re p re se nte a c id a d e num o lha r a rtístic o ; um lo c a l o nd e p o ssa se firma r
utiliza d o p o r e le a fim d e e xp lo rá -lo e m sua trid ime nsio na lid a d e . no ima g iná rio c ita d ino o nd e o c o rre a d a nç a na c id a d e ; c o mo a lg o q ue se ja e mb le má tic o e
Ta nto a d a nç a c o mo a rq uite tura sã o e xe mp lo s d a a rte huma na , d e sse mo d o , a mb a s fa c a p a rte d a vid a d a sua p o p ula ç ã o .
fa ze m p a rte d o íntimo d o se r, se nd o imp o rta nte s p a ra a c o nc e p ç ã o huma na d e te rritó rio , d e As info rma ç õ e s a re sp e ito d a d a nç a na c id a d e d e Prud e nte sã o e sc a ssa s, na d a te m e m
mund o , mo vime nto e e sp a ç o . livro s o u fo i c a ta lo g a d o d e fo rma histó ric a ; o re sp e c tivo tra b a lho , a q ui c o lo c a d o , te nto u p o r
A p a rtir d e sse s c o nc e ito s d e d a nç a e e sp a ç o , a a ná lise e xp lo ra tó ria d a c id a d e te m me io d o s a rtista s d a c id a d e re sg a ta r o histó ric o c ita d ino ; a fim d e q ue ha ja um c o rp o histó ric o
c o mo o b je tivo a c o munic a ç ã o e ntre d a nç a e a rq uite tura , ta mb é m c o mo me io d e sup rimir a c o mp ila d o d e fo rma c ie ntific a p a ra futuro s tra b a lho s na á re a .
id é ia d e c id a d e c e ná rio , o u c id a d e e sp e tá c ulo , a fim d e q ue o e sp a ç o c ita d ino se ja ha b ita d o Se nd o a ssim o re fe rid o p ro je to a rq uite tô nic o , nã o p ô d e , a o se b usc a r um sítio p a ra sua
d e fo rma a se r mud a d o e tra nsfo rma d o p o r a q ue le s q ue fa ze m p a rte d e le . O re c o rte e sp a c ia l e xe c uç ã o , se b a se a r a p e na s e m uma c a ma d a so c ia l o u lo c a liza ç ã o na c id a d e , ma s te r
d o p ro je to se d e u na c id a d e d e Pre sid e nte Prud e nte , e sta p o ssui p o rte me d io ,c o m a c e sso a to d o s c o mo se u p a rtid o e xig e ; b usc a nd o , a ind a , d e fo rma p e rc e p tiva e c o m b a se e m
c e ntra lid a d e d e se rviç o s o nd e c o nve rg e m p a ra si a ç õ e s c ultura is, nã o a p e na s no p la no lo c a l, ma p a s te ó ric o s o lo c a l o nd e a c id a d e se mo vime nta , o nd e a me sma d a nç a .
c o mo ta mb é m no re g io na l, se nd o a na lisa d a a imp o rtâ nc ia d a d a nç a na so c ie d a d e no a mb ito g e ra l e sua justific a tiva c o mo inse rç ã o na c id a d e c ita d a a nte rio rme nte .
Num p rime iro mo me nto , o tra b a lho se p a uto u no d ia lo g o d a nç a / a rq uite tura , e e m
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Fo i a na lisa d a a c id a d e a p a rtir d e tra b a lho c o mo d e MARIANO (2008), o nd e fo ra m imp o rtâ nc ia p a ra o ho me m d e ha b ita r o lo c a l e se c o munic a r ne le a tra vé s d a e xp re ssã o
e le nc a d o s o s p o nto s o nd e há a p re se nta ç õ e s c o rp o ra is d e c ultura e la ze r na c id a d e , e p a ra c o rp ó re a .
o nd e o s me smo s c o nve rg e m q ua nd o se fa la d e uma c e ntra lid a d e d e e xib iç õ e s a rtístic a s,. Um c o rp o ha b ita d o o nd e to d o mo vime nto inte rno já o c o rre (c o m mo vime nto s d o
Ho uve inte rp o la ç ã o no s ma p a s 1, 2, 3 e 4 (p a g .66e 67) p a ra q ue ho ve sse uma a ná lise d e c o ra ç ã o d o sa ng ue p a ssa nd o p o r ve ia s), e xp a nd irá ta mb é m a um se nso c ritic o d e mund o e
a sp e c to s c o mo : Exc lusã o So c ia l, Ac e ssib ilid a d e , Q ua ntid a d e d e Jo ve ns e Esc o la s d e Da nç a na so c ie d a d e a g uç a d o , p o is c o rp o ha b ita d o é um c o rp o c o nsc ie nte ; e e sse c o rp o se
c id a d e . mo vime nta , e o e sp a ç o ta mb é m.
As me to d o lo g ia s usa d a s p a ra q ue se te nha m d a d o s a re sp e ito d a d a nç a e m Pre sid e nte Essa c o nsc iê nc ia d e urb a nismo o rg â nic o , mo vime nta d o , no s mo stra q ue a a rte p o d e mud a r o s
Prud e nte fo ra m fe ito s a p a rtir d e q ue stio ná rio s q ua lita tivo s (Ane xo I), te nd o o b tid o info rma ç õ e s p e nsa me nto s, e a a p re e nsã o d a re a lid a d e ; mud a nd o o mo d o d e ve r a c id a d e mud a m o s
nã o a p e na s d e c a rá te r q ua ntita tivo , ma s sim se nsa ç õ e s d e se us usuá rio s, e a ind a c ita ç õ e s q ue q ue stio na me nto s, a g o ra muito ma is se nsíve is, ma is intrinse c o s, a ssim c o mo e nte nd e Ma rc use
p o d e rã o d a r c a minho a c o nc e p ç ã o p ro je tua l futura . Assim c o mo fo i utiliza d a a e ntre vista (1977), a a rte te m um p o te nc ia l re vo luc io ná rio :
na rra tiva (Ane xo II) p a ra q ue fo sse o b tid o o histó ric o d a d a nç a na c id a d e , a q ua l nã o p o ssui “ O p o te nc ia l p o lític o d a Arte d e q ue fa la Ma rc use (1977, p .11) te m a ve r c o m a
d o c ume nto s o u te xto s so b re e sse a ssunto . Fo ra m e stud a d o s re fe re nc ia s p ro je tua is (ve r a ne xo s) e ssê nc ia re vo luc io ná ria d a Arte , uma ve z q ue p o r re vo luc io ná rio e nte nd e -se a
a fim d e q ue p o ssa te r um p a râ me tro no e xe rc íc io d e p ro je to , o nd e se rã o a na lisa d a s q ue stõ e s c a p a c id a d e d e p ro p o r tra nsfo rma ç õ e s ta nto no â mb ito té c nic o e d o e stilo q ua nto no
c o mo a c e sso s, d e limita ç õ e s e ntre o e sp a ç o p úb lic o e o p riva d o , a ssim c o mo p o siç ã o so la r e â mb ito e sté tic o . Assim, a Arte nã o é re vo luc io ná ria simp le sme nte p o r te r sid o c ria d a
re p o sta a o s q ue stio na me nto s d o p ro je to p ro p o sto e a q ua lid a d e c o nstrutiva e m re la ç ã o a p a ra a c la sse tra b a lha d o ra o u p a ra a re vo luç ã o , já q ue nã o é a p e na s o mo d o d e fa ze r,
fo rma d o e d ifíc io . a té c nic a o u o e stilo q ue lhe é d e te rmina nte , ma s, na s p a la vra s ' [...] só e m re fe rê nc ia a si
Ente nd e -se q ue o p a p e l tã o imp o rta nte d o mo vime nto c o rp o ra l e o ho me m fa ze m c o m p ró p ria , c o mo c o nte úd o to rna d o fo rma .´” (PIMENTA, 2008)
q ue a id é ia d e d ia lo g a r, ho me m-d a nç a -a rq uite tura se ja p e rtine nte a o se o b se rva r a
A imp o rtâ nc ia d o c o rp o c o mo p a rtic ip a nte d a s g ra nd e s c id a d e s, a q ue le q ue d á vid a a d a Unive rsid a d e Fe d e ra l d a Ba hia .
e la s, o u se ja , q ue se a p ro p ria d o e sp a ç o , nã o c o mo a c id a d e e sp e ta c ula riza d a , o nd e se “ Um d iá lo g o e fe tivo e ntre a rq uite tura , urb a nismo , a rte s e d a nç a p o d e se r muito
id e ntific a a p e na s a urb e c o mo p a lc o d e uma c id a d e muse u o u “ c e ná rio ” , ma s sim, o lug a r e fic ie nte p a ra e nte nd e r c o mo c o rp o , a rte , a mb ie nte e c id a d e se re la c io na m na
se nd o tra nsfo rma d o p e lo s se us mo ra d o re s, a ssim c o mo o se u p ró p rio d e se nho o tra sfo rma ; c o nte mp o ra ne id a d e e p ro mo ve r uma d isc ussã o c rític a a c e rc a d o s mo d o s c o mo se
se nd o e le s p a rte d o e sp a ç o , c o mo c ita Britto e Ja c q ue s (2009): p ro c e ssa m e ssa s no ç õ e s na s p rá tic a s e d isc urso s p ro d uzid o s ne ste s d ife re nte s c a mp o s
d o c o nhe c ime nto .” (BRITTO , 2008)
“ O p ro c e sso d e e ste tiza ç ã o a c rític o e se g re g a d o r q ue fa z p a rte d o q ue se c o nhe c e p o r .
e sp e ta c ula riza ç ã o urb a na 1 - c id a d e -e sp e tá c ulo , c id a d e -c e ná rio - e stá d ire ta me nte
re la c io na d o a uma d iminuiç ã o ta nto d a p a rtic ip a ç ã o c id a d ã q ua nto d a p ró p ria
e xp e riê nc ia c o rp o ra l d a s c id a d e s e nq ua nto p rá tic a c o tid ia na , e sté tic a o u a rtístic a no
mund o c o nte mp o râ ne o ... A re d uç ã o d a a ç ã o urb a na , o u se ja , e mp o b re c ime nto d a
e xp e riê nc ia urb a na p e lo e sp e tá c ulo le va a um e mp o b re c ime nto d a c o rp o ra lid a d e , o s Fa bia na Dultra Britto é c rític a d e d a nç a , p ro fe sso ra e c o o rd e na d o ra d o PPG -Da nç a d a UFBA. Entre o utro s e sp a ç o s urb a no s se to rna m simp le s c e ná rio s, se m c o rp o , e sp a ç o s d e se nc a rna d o s, o p ro je to s, c rio u e c o o rd e no u o ma p e a me nto d a d a nç a c o nte mp o râ ne a re a liza d o p e lo Rumo s Da nç a -2000 e q ue inc ita à re fle xã o urg e nte so b re a s a tua is re la ç õ e s e ntre urb a nismo e c o rp o , e ntre o o rg a nizo u o livro re sulta nte : "Ca rto g ra fia da Da nç a " (Ita ú, 2001). Pub lic o u re c e nte me nte “ Te mp o ra lid a d e e m c o rp o urb a no e o c o rp o d o c id a d ã o ” (BRITTO .JAC Q UES, 2009). Da nç a ” (FID, 2008).
Pa o la Be re nste in Ja c que s é a rq uite ta -urb a nista , p ro fe sso ra e vic e -c o o rd e na d o ra d o PPG AU/ FAUFBA e
No tra b a lho fo imo stra d o e d isc utid o a lg uns p e nsa me nto s ho je e ntre a rq uite tura e p e sq uisa d o ra d o C NPq . Pub lic o u, e ntre o utro s, o s livro s: Esté tic a daGing a (C a sa d a Pa la vra , 2001); Ma ré , vida na
d a nç a , urb a no e mo vime nto ; p rinc ip a lme nte o s d a p ro fe sso ra Do uto ra Fa b ia na Dultra Britto fa ve la (C a sa d a Pa la vra ,2002);6).
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“ Po rq ue o s c a va lo s d e Fa ra ó , c o m o s se us c a rro s e c o m o s se us c a va le iro s, e ntra ra m no ma r, 2 - HISTÓ RIC O DA DANÇ A NA SO C IEDADE
e o SENHO R fe z to rna r a s á g ua s d o ma r so b re e le s; ma s o s filho s d e Isra e l p a ssa ra m e m se c o p e lo me io d o ma r. Entã o Miriã , a p ro fe tiza , a irmã d e Arã o , to mo u o ta mb o ril na sua mã o , e
A d a nç a e m se us p rimó rd io s se inic ia , a nte s d a ling ua g e m ve rb a l, c o mo fo rma d e
to d a s a s mulhe re s sa íra m a trá s d e la c o m ta mb o ris e c o m d a nç a s.” (BIBLIA. Êxo d o c a p . 15
e xp re ssã o e m q ue se utiliza o to d o d o ho me m, o u se ja , e le me smo , c o mo q ue um sa c rifíc io d o se u
ve rs.19 e 20).
se r a a rte , fo rma má xima d e e xp re ssã o a tra vé s d a q ua l se lig a ho me m a se us ig ua is, a ssim c o mo , e m c a so s d e c ulto re lig io so , o se r huma no a s d ivind a d e s.
“ Ne ssa s e ra s, a d a nç a e sta va d ire ta me nte re la c io na d a à so b re vivê nc ia ... c ria va m ritua is e m fo rma d e d a nç a q ue imp e d iria m e ve nto s na tura is d e p re jud ic a r e ssa s a tivid a d e s. Em c a ve rna s c o mo a s d a Se rra d a C a p iva ra , no Pia uí, no Bra sil, Fulto n's Ro c k, na Áfric a d o Sul, Alta mira , na Esp a nha e La sc a ux, na Fra nç a p o d e mo s c o nhe c e r muito s d e se nho s d e ssa s e ra s.” (LANG ENDO NC K, p . 3 )
Aind a e m p o vo s p rimitivo s c o mo a Índ ia , Eg ito (fig .2,3) e G ré c ia a d a nç a fo i ma rc a nte e na c ultura d e sse s p o vo s; c o mo a s d a nc a s a d e usa Shiva na Índ ia , c o m mo vime nto s q ue tinha m sig nific a d o s místic o s; ta mb é m no Eg ito a d a nç a e ra fe ita a d ivind a d e Ha tho r; a ssim c o mo p a ra o s he b re us, o s q ua is e m se us ma nusc rito s há p a ssa g e ns q ue re me te m a d a nç a e m mo me nto s d e vito ria na s g ue rra s, a ssim c o mo q ua nd o lib e rto s d o s se us inimig o s.
FI G U RA 1 Pi nt ur a n a ro c ha n a a re a d e C o g ul , s ul d a L é rid a , E sp a nh a : c e na d e d a nç a ri tu a l. Pe rio d o p a le o lít ic o , s e g un d o H .B RE U IL a p ud B ER TH O LD ,2 01 0. Fo nt e : D ig ita liz a d o d o li vr o H ist o ria M un d ia l d o T e a tr o , M a rg o t B e rt ho ld ,2 01 0.
Ma nife sta ç õ e s a rtístic a s ta mb é m sã o e xp re ssa d a s e m c iviliza ç õ e s mulç uma na s c o mo na Pe rsia a ntig a , o nd e ha via m a p re se nta ç õ e s d e d ra ma rtug ia c ha ma d a s “ tre ziyé ” , q ue c o nta uma le nd a so b re Ha ssa m e Husse m filho s d e Ma o mé (Fig .4)
Na índ ia a d a nç a se mp re e ste ve intima me nte lig a d a a re lig iã o e a o c ulto d o s d e use s(fig .5), q ue p o r muita s ve ze s se d a va d e fo rma e ró tic a . As d a nç a rina s e sta va m a se rviç o d a s a uto rid a d e s sa c e rd o ta is d o s te mp lo s; o b a ila rino ne sse mo me nto nã o a p e na s d a nç a va ma s ta mb é m e ra mimic o e a to r. Me smo ha ve nd o o s d a nç a rino s q ue a d o ra va m o s d e use s, ha via a q ue la s q ue se rvia m p a ra e ntre te r o p o vo . Entre e ssa s mo ç a s, ha via a na ti q ue p e rte nc ia a to d o s, p o d e nd o d a r d ive rsã o , p ra ze r a q ue m d e la q uise sse .
“ O s ja rd ins d o s te mp lo s, se mp re ime nso s e d isp o sto s e m te rra ç o s so b re e nc o sta s inte ira s, inc luind o lo c a is tra d ic io na is p a ra a s d a nç a s e p a ra a s music a s re lig io sa s. Ha via uma a sse mb lé ia e sa la d e d a nç a e sp e c ia l (na ta ma nd ira ) e , p a ra o b je tivo s ma is g e ra is, uma “ sa la d e c e le b ra ç ã o ” (ma nd a p a ) o nd e a s d a nç a rina s, músic o s e re c ita d o re s a p re se nta va m-se e m ho me na g e m a o s d e use s.” (BERTHO LD p a g .32, 2010).
Na c hina a s d a nç a s e ra m ta mb é m e xe rc id a s p a ra d e use s p rinc ip a lme nte c o mo fo rma d e o b te r b o a c o lhe ita , a s c ha ma d a s d a nç a s xa ma nic a s; isso já p o r vo lta d o a no 400 a C ; se mp re a s d a nç a s e ra m mistura d a s c o m ma la b a rista s e muito s c irc e nse s (fig 6), e o s a c ro b a ta s a te ho je tã o c e le b ra d o s na C hina c o mo é visto no b a le c hinê s. C o m se us p a lc o s imp ro visa d o s, isso d ura nte a d ina stia Sung a s multid õ e s se d e lic ia va m c o m a s p e c a s d e music a is. No p e río d o T'a ng d a nç a rina s inic ia m a ling ua g e m c o rp o ra l a tra vé s d a s g ra nd e s ma ng a s q ue d a va m mo vime nto e sã o usa d a s a te ho je na C hina (fig .8)
2.
1
O p a lc o c hinê s d ife re nte me nte d e o utro s ta nto s d e no ssa é p o c a p a re c e re ve la r q ue o a rtista d e ve d e se nvo lve r d e fo rma únic a sua a rte , p o is nã o p o ssui a c e ssó rio s e xte rno s q ue o a uxilia m e m sua p e rfo rma nc e (fig 9).
“ O a to r a tua num p a lc o va zio . Nã o c o nta c o m ne nhum a c e ssó rio e xte rno p a ra a jud á -lo . Te m d e c ria r tud o unic a me nte p o r me io d e se us mo vime nto s- a a ç ã o simb ó lic a , c o mo ta mb é m a ilusã o e sp a c ia l... O p a lc o c hinê s é o me smo d e sé c u lo s a trá s, u m a sim p le s p la ta fo rma c o mum fund o ne utro p o r d e trá s. Ne nhum b a stid o r, ne m p a lc o g ira tó rio , p ra tic á ve l o u a lç a p ã o a jud a o a to r; e le p ró p rio p re c isa c ria r to d o o c e ná rio ” (BERTHO LD, p g .67, 2010)
No Ja p ã o e ra m p ro ib id a s q ue a s mulhe re s a p re se nta sse m a ssim o s ho me ns d e ve ria m re p re se ntá -la s na s ma nife sta ç õ e s a rtístic a s; na C hina ta mb é m ha via um p re c o nc e ito c o ntra a s mulhe re s p o re m e la s p o r a lg um te mp o p ud e ra m p a rtic ip a r, p o re m e ra m vista s c o mo “ c o rte sã s” , o u se ja , d e ne g rind o a ima g e m fe minina .
Ha via um p a lc o e sp e c ia l p a ra a s p e ç a s c ha ma d a s “ nô ” , q ue q ue r d ize r “ ta le nto ” , ((fig .10)q ue e ra m so b re a s histo ria s d o s sa mura is, q ue na Id a d e Me d ia c he g a ra m a se u á p ic e , c o m d ive rsa s histo ria s he ró ic a s, “ c o mp a ra d a s p o r ve ze s a tra g é d ia g re g a ” (BERTHO LD,p g . 83, 2010).
Na G ré c ia , o b e rç o d a c iviliza ç ã o o c id e nta l e d a d ra ma turg ia , a d a nç a se mp re ve m a tre la d a a o vié s d a re lig iã o , c o m se us g ra nd e s sa c rifíc io s a o s d e use s, c o mo Ate na s, Dio nísio e ntre o utro s. Enc o ntra va m-se no s p a lc o s e m se mic írc ulo s p a ra invo c a r se us d e use s; q ue a o lo ng o d o te mp o fo ra m d a nd o lug a r a s p e c a s d e d ra ma turg ia .
É inte re ssa nte re la ta r a q ui o surg ime nto d o s p rime iro s c e ná rio s q ue e ra m fe ito s e m e strutura s rústic a s d e ma d e ira c o m te c id o s c o lo rid o s, q ue d e ra m o rig e m a o no me ske ne ( b a rra c a ), (fig .11), q ue ta mb é m a b rig a va c o mo c a ma rim p a ra o s a rtista s; a te c he g a r no s d ia s a tua is c o mo c e na ; uma e sp é c ie d e c e nó g ra fo surg e ne ssa é p o c a (me a d o s d e 430 a C ), a ssim c o mo ino va ç õ e s, c o mo o b ura c o a b a ixo d o p a lc o o nd e ha via uma e sc a d a ria p a ra a p a riç õ e s vind a s d o sub so lo a o p a lc o , e la s c ha ma va m-se d e “ d e g ra us d e C a ro nte ” ( BERTHO LD Pg .114).
A é p o c a he le nístic a se b a se ia no s g ra nd e s te a tro s c o m lug a re s p a ra a té vinte mil e sp e c ta d o re s, o nd e ha via m lug a re s e sp e c ia is p a ra sa c e rd o te s fe ito s e m “ má rmo re Pe nté lic o ” ; o te a tro c o nsistia e m: “ um p a lc o e sp a ç o so c o m trê s e ntra d a s e b a stid o re s q ue se p ro je ta va m a e sq ue rd a e a d ire ita , o fe re c e nd o d ua s e ntra d a s a d ic io na is d o s c a ma rins p a ra o p a lc o ...”
(BERTHO LD, p a g .130, 2010).
2.
Na Euro p a d ura nte a Id a d e Me d ia c o m a re p re ssã o d a Ig re ja C a tó lic a a o s a rtista s, imp e d id o s d e e xe c uta r to d o tip o d e e xp re ssã o a rtístic a , a nã o se r a s re lig io sa s; o c o rre um e mp o b re c ime nto d a s d a nç a s p o r um la d o , p o re m há o surg ime nto d a s e xp re ssõ e s a rtístic a s p o p ula re s, e ssa s q ue ma nté m a tra d iç ã o viva a o lo ng o d e sse s a no s a te q ue se inic ia o Re na sc e ntismo , c o m a a b e rtura d a s e xp re ssõ e s a rtístic a s q ue se c o nc e ntra m a g o ra e m sua ma io ria no s b a lé s d a c o rte , se nd o visto c o mo d ive rtime nto a risto c rá tic o , e é ne sse mo me nto q ue a d a nç a se c a ra c te riza d e fo rma no rma tiva c o m o inic io d o b a lle t c lá ssic o , c o m o s b a lle ts d a c o rte , q ue inic ia lme nte c o m sua s ro up a g e ns p e sa d a s, p a ssa a o lo ng o d o te mp o a p e rd e r e sse a sp e c to p e la d ific uld a d e d a e xe c uç ã o d o s mo vime nto s, a ssim inic ia nd o o s e stud o s té c nic o s na á re a .
“ To d o s o s c o rte sã o s e o s p ró p rio s re is e ra m a ma d o re s a p a ixo na d o s d a d a nç a , ha b itua d o s d e sd e jo ve ns à d a nç a (c o mo na ma io ria , tinha m no ç õ e s d e músic a e to c a va m um instrume nto ). He nriq ue II e Fra nc isc o II fo ra m a luno s d o me stre d e d a nç a s mila nê s Virg ilio Bra sc io ; C a rlo s IX, d e Po mp e o Dio b o ne ; He nriq ue III, d e Fra nc e sc o G ie ra ; Luís XIII, d o fra nc ê s Bo ile a u e Luís XIV, d o ilustre Be a uc ha mp . (DINIZ, Tha ys. Histo ria d a Da nç a - Se mp re p g 8 a p ud MIC HAUT, 1978, p g .13) 1978, p . 13).
Na Euro p a ha via na é p o c a d a Id a d e Me d ia va ria s p ro c issõ e s, a uto s d e na ta l e ntre o utra s a p re se nta ç õ e s na s rua s, e m p a lc o p la ta fo rma s, a ssim c o mo o s te a tro s e m c a rro s e o s c a rro
s-p a lc o s, (fig .17)c o mo o ing lê s, utiliza d o s s-p a ra a s-p re se nta ç õ e s s-p o s-p ula re s.
2.
1
2.
1
Em Ro ma a le m d a s d a nç a s a o s d e use s c o mo na G ré c ia ; a a rte d ra má tic a ma is e xe c uta d a e ra a le m d o te a tro , a s g ue rra s e ntre g la d ia d o re s, q ue e ra m o c o rrid a s p rime ira me nte e m te a tro s c o mo o s d o s g re g o s (c o p ia d o s), o u me smo e m a nfite a tro s c o mo o c o lise u d e Ro ma , (fig .15)q ue fo i p a lc o d a p o lític a d e p ã o e c irc o , o nd e g la d ia d o re s luta va m c o m fe ra s, e milha re s d e c ristã o s e ra m d e vo ra d o s p o r a nima is fe ro ze s p a ra d e lírio d a p la té ia , q ue a li a ssistia .
“ ... e m so lo e uro p e u, re a lizo u-se e m 1550 na c id a d e d e Ruã o , c a p ita l d a No rma nd ia , p o r o c a siã o d a visita d o re i He nriq ue II
C o m Mic ha ut (1999), p o d e mo s a na lisa r q ue a d a nç a e sta va intrínse c a a vid a d a c o rte
d e Va lo is e sua mulhe r, C a ta rina d e Me d ic is. Num a mb ie nte q ue d e via re p re se nta r a te rra se lva g e m, há p o uc o
e uro p é ia e p o r e sse mo tivo e la é fa milia r d e sd e a d a nç a p o p ula r, p a ssa nd o a a risto c ra c ia , se nd o
d e sc o b e rta , 50 índ io s b ra sile iro s, e m c o mp a nhia d e ma is d e 200 ind ivíd uo s, to d o s nus, p inta d o s e e nfe ita d o s à mo d a d o s
vista c o mo e sta tus so c ia l e c ultura l, p ro mo ve d e ssa fo rma um p e nsa me nto no vo a re sp e ito d a s
p rimitivo s ha b ita nte s d o Bra sil, simula ra m uma luta e ntre tup ina mb á s e ta b a ja ra s.” (ELLMERIC H, 1964, p . 108 a p ud DINIZ,
q ue stõ e s a rtístic a s; p o re m e sta b e le c e ne sse mo me nto uma d ife re nc ia ç ã o d e c la sse s, e sta nd o o
p .10)
b a lle to a o a c e sso d e p o uc o s.
E d e ssa id é ia q ue o b a lle t c lá ssic o é visto e m p a íse s c o mo o Bra sil, c o mo a lg o ina c e ssíve l a s c la sse s p o p ula re s; p e nsa me nto c o rre to se a na lisa rmo s o s p re ç o s d a s e sc o la s d e ssa mo d a lid a d e d e d a nç a ; a ssim c o mo a ma nute nç ã o d o a luno na e sc o la , c o m ro up a s, sa p a tilha s, e a c e ssó rio s d e e sp e tá c ulo s; e nfa tiza d o p e lo p ró p rio e stig ma e litista vind o d e sd e o sé c ulo XVI.
O b se rva -se q ue a p a rtir d a Re na sc e nç a o s p a lc o s o b tive ra m uma mud a nç a d e c e ná rio s p a ssa nd o a p o ssuir na p e rsp e c tiva se u á p ic e .
A d a nç a c ê nic a c he g a a o Bra sil p o r inte rmé d io d a s re la ç õ e s e ntre Bra sil e Euro p a no sé c ulo XIX, é p o c a e m q ue e ra c o p ia d o va lo re s e c o stume s e uro p e us, e e ste s a sso c ia d o s à c ultura b ra sile ira .
Po re m se g und o Rib a s a d a nç a fe ita p o r b ra sile iro s, o u se ja , o s índ io s, d a ta d e muito s a no s a nte s, e m 1550 na Euro p a :
C o m d ua s b a ila rina s vind a s d o b a lé russo o p a ís se mo d ific a e m re la ç ã o a o tip o d e d a nç a e xe c uta d a , d e um la d o Le sko va se fixa c o mo d irig e nte d a c o mp a nhia munic ip a l, c o ntinua nd o d e ssa fo rma a linha russa d e c lá ssic o ; já sua c o mp a nhe ira Nina Ve rc hinina , vista ho je c o mo uma d a s p re c urso ra s d o b a lé mo d e rno no Bra sil se fixa a q ui e m 1954, te nd o tid o c o nta to c o m o s ma io re s no me s d o inic io d a d a nç a mo d e rna c o mo Ma rtha G ra ha m, La b a n e ntre o utro s; fo i q ue m inic ia e ssa no va ling ua g e m d e mo vime nto no Bra sil, a te e ntã o d e sc o nhe c id a .
No s a no s 50 o b a lé c lá ssic o no Bra sil c o ntinua se nd o o se g uime nto d e d a nç a ma is e xp re ssivo , isso ta mb é m c o m a c o ntrib uiç ã o d e Eug e nia Fe o d o ro va a q ua l fe z a p rime ira mo nta g e m c lá ssic a no p a ís.
Em 1981 a C o mp a nhia se e sta b e le c e c o m o no me d e Ba lle t d o The a tro Munic ip a l, me smo c o m a lto s e b a ixo s se ma nte ve , a ssim c o mo ho je , c o mo re fe re nc ia d a d a nç a c lá ssic a no p a ís, se nd o ne sse me smo e sta d o q ue a d a nç a se to rna d isc ip lina unive rsitá ria .
Assim c o mo a s d ua s b a ila rina s c lá ssic a s se d ivid ira m e m e stud o s e fo rma s d ife re nc ia d a s o s e sta d o s d o Rio d e Ja ne iro e d e Sã o Pa ulo ta mb é m c a d a q ua l se d e sta c a e m um d o s d ife re nte s mo d o s d e d a nç a . Em Sã o Pa ulo ho uve g ra nd e c re sc ime nto d a d a nç a mo d e rna , influe nc ia d e d ive rso s a rtista s q ue mig ra ra m p a ra a c id a d e c o mo Re ne e G umie l e Ma ria Duc he ne s, se nd o p re c urso ra s d a d a nç a mo d e rna no Bra sil.
1.
2
1.
3
O q ue ta mb é m nã o p o d e se r d e ixa d o d e la d o sã o a s d a nç a s tra zid a s p e lo s ne g ro s a o As p rime ira s a p re se nta ç õ e s no Bra sil o c o rre ra m no Rio d e Ja ne iro , c o m o s b a lé s russo s d e Bra sil, (Fig .21)a s q ua is se to rna ra m símb o lo d e sse p o vo , c o m inse rç õ e s na re lig iã o b ra sile ira , c o mo um d o s ma io re s p ro d uto re s d e b a lé , Dia g hile v, o nd e ha via d ive rso s b a ila rino s e ntre e le s a e xe mp lo o c a nd o mb lé , a ssim c o mo na s e xp re ssõ e s c o rp o ra is c o mo a c a p o e ira , e ssa té c nic a b a ila rina russa Ma ria O le ne wa , a q ua l fund o u a p rime ira e sc o la d e d a nç a no p a ís.
muito utiliza d a no s d ia s d e ho je e m c o mp o siç õ e s c o re o g rá fic a s c o nte mp o râ ne a s d e d ive rsa s Em 1927 ha via sid o fund a d a a Esc o la d e d a nç a d o Te a tro Munic ip a l d o Rio d e Ja ne iro , c o mp a nhia s, e ntre e la s o Ba le d a C id a d e d e Sã o Pa ulo . (Fig .22)c o mo e ra a c a p ita l d o p a ís, se d e se nvo lvia d e fo rma ma is rá p id a , e e ra o nd e d e tinha o s
me io s c ultura is, p ro vid o s d o e xte rio r.
FI G U R A 2 1 N e g ro s d a n ç a n d o F o n te : h tt p :/ / w w w .g e le d e s .o rg .b r/ d a n c a s -tr a d ic io n a is /s o n s-e -d a n c a s-d o s-n e g ro s-n o -b ra si l-05 /0 8/ 20 09 .h tm l FI G U R A 2 2 P rim e iro c o p o d e b a ile c o m p le to L ES S yl p h id e s (1 93 6) B a le d o T e a tr o M u n ic ip a l d o R io d e J a n e iro . Fo n te : h tt p :/ /w w w .e lia n a c a m in a d a .n e t/ g a le ria _t e a tr o .h tm
FIG URA 23 Ta tia na Le sko va
Fonte:http://michelechristine.wordpress.com/a-danca/ballet/
27
M i s t u r a n d o te má tic a s b ra sile ira s a té c nic a c lá ssic a ho uve o c o nta to c o m d ive rso s n o m e s d a d a n ç a inte rna c io na l, e no p e río d o d a 2º G ue rra Mund ia l, vá rio s b a lé s russo s p a ssa ra m p e lo Bra sil e a lg uns d e se us b a ila rino s se fixa ra m no p a ís, c o mo e xe mp lo a f a m o s a Ta t i a n a Le sko va (Fig .23), d a nd o f o m e n to a d a n ç a b ra sile ira .
C
a
p
.2
Ap ó s isso surg e uma no va c o mp a nhia e m Sã o Pa ulo c ha ma d a C o rp o d e Ba ile d e Sã o Pa ulo c o m d ire ç ã o d e Ve ltc he c k.
Aind a va le re ssa lta r q ue no s a no s 30 e 40 surg e a mo d a lid a d e d e ja zz no Bra sil, vind o d o s g ra nd e s music a is a me ric a no s; na d é c a d a d e 80 surg e o Hip Ho p no p a ís.
Já a d a nç a d e sa lã o surg e no Bra sil e m me a d o s d o s a no s 15, e m Sã o Pa ulo c o m a d a nç a rina suíç a Lo uise Frid a Re yno ld Po ç a s Le itã o , (Fig .27), q ue d a va a s a ula s num c o lé g io d e fre ira s o q ue c a uso u e sc â nd a lo s e m Sã o Pa ulo .
1.
2
No s a no s d e 40 e 50 surg ira m c o mp a nhia s d e d a nç a e m Sã o Pa ulo , c o mo o C o rp o d e Ba ile d o Te a tro Munic ip a l d e Sã o Pa ulo (Fig .24) c o m b a ila rino s o uriund o s d a e sc o la d e C hinita Ulma nn e Kitty Bo d e nhe in, p rime ira e sc o la d e c a rá te r mo d e rno no Bra sil, a Esc o la Exp e rime nta l d e Ba ila d o s c o m d ire ç ã o d e Va sla v Ve ltc he k e o Ba le IV C e nte na rio ; se nd o e ste ultimo a p e na s p a ra o a nive rsa rio d e 400 a no s d a c id a d e .
Aind a p o d e mo s o b se rva r g rup o s d e d a nç a c o nte mp o râ ne a no Bra sil c o mo G rup o De b o ra h C o lke r é um e xe mp lo c la ro d a simb io se d a nç a c e no g ra fia c o m e sp e tá c ulo s
C o rp o situa d o e m MG , o nd e no a no d e 2002 ho uve o c o nc urso p a ra p ro je to a rq uite tô nic o p a ra ma g nífic o s d e c e ná rio , utiliza o p a lc o c o mo fo rma d e ino va ç ã o d a d a nç a .
sua no va se d e , e e ntre o utro s há a ind a De b o ra C o lke r c o m sua e sc o la d e d a nç a no Rio d e Ab a ixo te m-se um d o s p ro je to s q ue p a rtic ip a ra m d o c o nc urso p a ra a Se d e d o G rup o
Ja ne iro , e la fo i c o nvid a d a a se r c o re o g ra fa d o e sp e tá c ulo d o C irq ue Du So le i “ O VO ” d e 2009 C o rp o , e m No va Lima MG , o rg a niza d o p e la USIMINAS (2001).
(Fig .29). Aind a g rup o s c o mo Q ua sa r C ia d e Da nç a d e G o iâ nia (Fig .30), uma d a s ma io re s c o mp a nhia s d o p a is, q ue surg e ne sse a no d e 2011 c o m o e sp e tá c ulo “ Ima ” .
A d a nç a c o nte mp o râ ne a no Bra sil surg e d e inq uie ta ç õ e s vind a s d e p e nsa d o re s e c o mp a nhia s inte rna c io na is c o mo Me rc e C unning ha m, Mo mix, Da vid Pa rso ns, Willia n Fo rsythe ; inq uie ta ç õ e s e ssa s me sma s d o mund o d e ho je a s q ua is sã o re fle xo d a e xp re ssã o a rtístic a a tua l, ne sse mo me nto muita s c o mp a nhia s surg e m no p a ís c o m re c o nhe c ime nto inte rna c io na l; se nd o a p rime ira d e la s o Ba lle t Sta g g ium (Fig .28) d a ta d a d e 1971.
“ Ao d e se nvo lve rmo s um tra b a lho so b re d a nç a , e ntra mo s no c a mp o d a filo so fia , d a
e c o no mia e d a so c io lo g ia , e a nte a imp o rtâ nc ia q ue e ssa s d isc ip lina s tê m no no sso
c a mp o d e info rma ç ã o , a d a nç a to rna -se um fa to . “ Ela re sp o nd e a uma ne c e ssid a d e d o
ho me m e , c o mo to d a s a s o utra s a rte s, e xp re ssa uma so c ie d a d e , uma é p o c a e um p o vo
“ (O te ro , 1999, p .17 a p ud Siq ue ira ,2006, p .111).
FI G U R A 3 1 P ro je to p a ra o c o n c u rs o n a c io n a l p a ra o C e n tr o d a A rt e G ru p o C o rp o -P ro je to S IA A Fo n te : h tt p :/ /w w w .s ia a .a rq .b r/ te m p /? p = 32 3# FI G U R A 2 8 C o n vi te à D a n ç a - M a rik a G id a li e D é c io O te ro (B a lle t S ta g iu m ) Fo n te : h tt p :/ /w w w .s ta g iu m .c o m .b r/ p a g e _d e ta il. c fm ? id _n o ti= 12 4& se c a o = g a le ria FI G U R A 2 9 O b e lg a J o se p h C o lla rd , q u e in te rp re ta o p e rs o n a g e m Fl ip o n o e sp e tá c u lo "O vo ", d o C irq u e d u S o le il. Fo n te :h tt p :/ /w w w 1. fo lh a .u o l.c o m .b r/ fo lh a /i lu st ra d a /u l t9 0u 56 24 22 .s h tm l
FIG URA 30
Esp e ta c ulo d a c ia d e d a nc a d e De b o ra h C o lke r, “ Ta tya na ” ,2011.
Fo nte : http :/ / w w w .89fm jo inville .c o m / ta g / d e b o ra h-c o lke r/
31 C
a
p
.2
1.2
1.2
FIG URAS 34 E 345 Pro je to d o SIAA. -
Fo nte : http :/ / www.sia a .a rq .b r/ te mp / ? p =323
Pa vime nto Sup e rio r (VERDE) E Infe rio r (AZUL). Amb o s Se m Esc a la . FIG URAS 36 E 37
Pro je to d o SIAA -
Fo nte : http :/ / www.sia a .a rq .b r/ te mp / ? p =323 C o rte s Lo ng itud ina is.
33
34
FIG URAS 32 E 33 Pro je to d o SIAA -
Fo nte : http :/ / www.sia a .a rq .b r/ te mp / ? p =323 Visua is Inte rno s d o Pro je to
FIG URAS 37, 38, 39 E 40 Pro je to d o SIAA -
Fo nte : http :/ / www.sia a .a rq .b r/ te mp / ? p =323 O utro s C o rte s
b a se a d a na c o -o p e ra ç ã o e ntre a s c o nd iç õ e s re la c io na is d e c a d a á re a , e m b usc a d e 3 - DUALISMO ARQ UITETURA E DANÇ A
c o ne xõ e s q ue mo b ilize m e xp e riê nc ia s re o rg a niza tiva s d e se us re sp e c tivo s re g ime s d e 3.1 - ARQ UITETURA E DANÇ A
func io na me nto e e sta d o s d e e q uilíb rio , d e mo d o q ue fa vo re ç a m a p ro d uç ã o d e no vo s se ntid o s – o u, c o mo sug e re o filó so fo Pa ul Tha g a rd , a insta ura ç ã o d e c o e rê nc ia s.”
Ao ve r a s p a la vra s a rq uite tura e Da nç a junta s a p rime ira vista p a re c e se r inc o nc e b íve l a
(Britto ,2008)
c o munic a ç ã o e ntre a s d ua s a rte s, p o re m a o a na lisa r te xto s c o mo d e Fa b ia na Dutra d a UFBA, a ssim c o mo d o p ro fe sso r d a UFMG Jo sé d o s Sa nto s C a b ra l Filho ; p o d e mo s c he g a r num
Se g und o Filho , a mb a s p o ssue m ling ua g e ns p ró p ria s, ma s e stã o e ntra nd o e m lug a re s c o nse nso so b re a mb o s; e xiste uma re la ç ã o e ntre a s d ua s; e nq ua nto Fa b ia na no z d iz q ue “ o s
p ró ximo s, p o ssuind o muita s ve ze s vo c a b ulá rio s se me lha nte s, q ue fa ze m c o m q ue a s d ua s a rte s mo vime nto s urb a no s a ssim c o mo mo vime nto s c o rp o ra is d e ntro d e uma mé tric a c o re o g rá fic a
se a p ro xime m c a d a ve z ma is; um d o s a sp e c to s a p o nta d o s p o r e le se ria a p ro p e nsã o p a ra a nã o fo rma m info rma ç õ e s, e sta s p a ssa d a s a o e sp e c ta d o r a te nto , fo rma o s d e se nho s urb a no s o u
g ra vid a d e q ue surg e na d a nç a , d e sd e a d a nç a c lá ssic a o nd e a s mulhe re s usa va m p o nta no s c o re o g rá fic o s” .Filho (2007), no s d iz q ue a s d ua s ling ua g e ns “ c o nve rsa m” e ntre si.
p é s p a ra fic a re m a ind a ma is lo ng e no c hã o , o u se ja , o c o rre o mínimo c o nta to c o m o c hã o , a ssim c o mo e xiste na a rq uite tura e m sua ma io ria , p o r e xe mp lo , mo d e rna , c o mo no c a so d a
“ Po r o utro la d o , a o o lha rmo s c o m ma is c uid a d o a s q ue stõ e s c o lo c a d a s a tua lme nte p e la
utiliza ç ã o d o c o nc re to . Se mp re utiliza nd o me io s p a ra se imp o r p a ra o a lto , c o mo p o d e mo s ve r
d a nç a e p e la a rq uite tura p e rc e b e mo s q ue há e vid e nte s mo stra s d e uma c o nve rg ê nc ia ,
ta mb é m, na s ig re ja s g ó tic a s.
o u ta lve z p o ssa mo s d ize r a té me smo d e uma sup e rp o siç ã o , e ntre o s d o mínio s d a s d ua s a tivid a d e s.” (FILHO , 2007)
“ Ne sta p e rsp e c tiva , é p o ssíve l p e nsa r o d e b a te e ntre Da nç a e Arq uite tura nã o c o mo um
e nc o ntro d e á re a s ma s c o mo um p ro c e sso d e c o nstruç ã o d e uma zo na d e tra nsitivid a d e ,
2.
1
limp e za d e “ mo vime nto ” ; tra nsfo rma nd o -se a ssim c o mo a Ba uha us e o Ba le Tria d ic o no s
“ Assim se na d a nç a te mo s a s d a nç a s a é re a s (c o mo o s b a lé s d a tra d iç ã o o c id e nta l) mo stra , a e sté tic a a p a rtir d a s fo rma s, c o re s p ura s e simp le s d o ho me m; o u a ind a e sp a ç o s c o ntra p o sta s à s d a nç a s te lúric a s (c o mo a s d a nç a s d e o rig e m a fric a na ), na a rq uite tura p ro to mo d e rno s e c o nse q üe nte me nte mo d e rno s.
te mo s a le ve za líric a (c o mo na s o b ra s d e Nie me ye r) c o ntra p o sta a um id e a l d e p e so
d ra má tic o (c o mo na s o b ra s d e Le C o rb usie r)” (Filho ,2007). “ Po rq uê o b a lle t triá d ic o ? Po rq ue o trê s é um núme ro e mine nte me nte d o mina nte , no q ua l o e u unitá rio e o se u o p o sto d ua lista sã o sup e ra d o s, c o me ç a nd o e ntã o o c o le c tivo .
Po r sé c ulo s a d a nç a c lá ssic a no s c o lo c a e m um me io o nd e a rig id e z e a nã o g ra vid a d e De p o is d e le ve m o c inc o , d e p o is o se te , e a ssim p o r d ia nte . O b a lle t d e ve se r e nte nd id o
re ina ra m, mo vime nto s nunc a ia m e m d ire ç ã o a o c hã o a p e na s p a ra o a lto . O b se rva mo s c o mo uma d a nç a d a tría d e , a tro c a d o um, c o m o d o is, c o m o trê s. Uma b a ila rina e d o is
c la ra me nte e ssa ling ua g e m na a rq uite tura q ua nd o no s d e p a ra mo s c o m o b ra s c o mo a s b a ila rino s: d o ze d a nç a s e d e zo ito tra je s. Ma is a lé m, a tría d e é : fo rma , c o r, e sp a ç o ; a s trê s
c a te d ra is d a Id a d e Me d ia o nd e o p é d ire ito a ltíssimo mo stra va a o o b se rva d o r sua d ime nsõ e s d o e sp a ç o : a ltura , p ro fund id a d e e la rg ura . As fo rma s fund a me nta is: e sfe ra ,
p e q ue ne za , a Era o nd e o s ho me ns a p a re c ia m c o mo a p e na s c o a d juva nte s, fre nte a o p o d e r c ub o e p irâ mid e ; a s c o re s fund a me nta is: ve rme lho , a zul e a ma re lo . A tría d e d e d a nç a ,
d ivino , o u se ja , o te o c e ntrismo . tra je e músic a ” (d iá rio , 5 d e julho d e 1926 a p ud Pa ulo He itling e r).
Essa id é ia d o má g ic o e d a fug a d a re a lid a d e é p e rc e b id a ta mb é m no s b a le s d e re p e rto rio , o nd e se re s so b re na tura is o u a te me smo mo rto s vivo s (c o mo no c a so d e G ise le ) sã o o s p rinc ip a is p e rso na g e ns.
E e nq ua nto a d a nç a se d e sp e d e sua s c o rte s e d e se us a d o rno s o c o rre o me smo c o m a a rq uite tura , c o mo uma b a ila rina c lá ssic a q ue tira sua s sa p a tilha s e se u “ tutu” (sa ia s usa d a p e la s b a ila rina s c lá ssic a s), a a rq uite tura d iminui se us a d o rno s e se a p ro xima d a line a rid a d e e
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“ A c o nsid e ra ç ã o d e ssa te nsã o e ntre um p la ne ja me nto p ré vio e a inve nç ã o no a to d o
e ve nto , na ve rd a d e , a p o nta p a ra a c o nsid e ra ç ã o d o te mp o c o mo a lg o irre ve rsíve l (a
fle c ha d o te mp o , c o mo no s re c o rd a Ilya Prig o g ine ), q ue imp o ssib ilita a re p e tiç ã o
id ê ntic a d e um me smo e ve nto , e p o r isso me smo tra z e m si a p o ssib ilid a d e d a c ria ç ã o .”
(IDEM,2007)
a rq uite tura s a ntig a s, p rinc ip a lme nte e g íp c ia e me smo a mo d e rna , ma s a g o ra a “ ma q uina d e mo ra r “ c o mo d izia Le c o rb usie r,ma s se tra nsfo rma e m um o rg a nismo , c he io d e mo vime nto s e vid a , q ue nã o se e nc e rra a p e na s e m se u o b je to e stá tic o , a nte s, e le se re o rd e na no e sp a ç o , fa z p a rte d a a p re e nsã o d o to d o ne sse lug a r.
O c o rp o d o ha b ita nte nã o a p e na s o b se rva o e sp a ç o o u o “ d e sc o b re ” c o mo no s d iz C o rb usie r, ma s a g o ra e le inte rfe re no me smo e o mo d ific a .
A d a nç a a ssim c o mo a a rq uite tura inte rfe re m e m se u te mp o fa ze nd o c o m q ue a mb a s “ Aq ui o c o rp o nã o é ma is a p e na s re fe rê nc ia a na ló g ic a p a ra a c o nstruç ã o d a
te nha m mo d o s d e re sp o nd e r a e le d e fo rma e sp e c ific a . e d ific a ç ã o , e ne m é a p e na s o e le me nto q ue d e sc o b re a a rq uite tura , a q ui o c o rp o c o m
A Arq uite tura c o m se u mo d o e sse nc ia lme nte e sp a c ia l o u c o mo d iz Britto (2008), se u mo vime nto p a ssa e fe tiva me nte a c o nstruir a a rq uite tura , c e rta me nte uma
“ p ura me nte e sp a c ia lid a d e ” , no s fa z le mb ra r ta mb é m c o mo d iz Filho q ue e la ta mb é m é a rq uite tura q ue se fa z e se re fa z na re la ç ã o c o m o ha b ita nte .” (FILHO , 2007).
p ura me nte o nã o e sp a ç o , o u o nd e o c o rre a infe rê nc ia s huma na s, e ssa s a te mp o ra is. Já a
d a nç a c o mo no s mo stra Britto é e sse nc ia lme nte te mp o ra l, mo vime nto , fa z p a rte d e um te mp o O u c o mo d iz Filho d e “ o b je to fá lic o a va zio re la c io na l” , a nte s a p e na s visto c o mo o b je to
e se e nc e rra ne le ; nã o e xiste , p o rta nto ne ssa ó tic a a e te rnid a d e ne la , p o is a c a d a e ho je a p re c ia d o c o mo lug a r, o u a ind a c o mo c o nvivê nc ia d e mo vime nto s.
a p re se nta ç ã o se mo d ific a e se re fa z, p o r ma is q ue se ja a me sma .
A Arq uite tura p o r sua ve z q ue p o r a no s ve m se nd o tra d uzid a num o b je to , e m sua c o nte mp o ra ne id a d e se tra nsfo rma e m um to d o se nd o a o me smo te mp o o b je to e inte ra ç õ e s huma na s; o u se ja um o b je to ha b ita d o , nã o ma is e stá tic o o u fe c ha d o ne le me smo c o mo a s
Da nç a e a rq uite tura se ve m d e mo d o se me lha nte p ô r muita s ve ze s o p o sto s, p o is e nq ua nto uma b usc a a lib e rd a d e e mo vime nta ç ã o o nd ula d a , o utra a lg uma ve ze s no s mo stra d e fo rma ríg id a e p a d ro niza d a , o u c o mo no s d iz Filho :
“ Essa inve rsã o a p a re c e c la ra me nte , p o r e xe mp lo , no inte nso uso d a g e o me tria c o mo
b a se d a d a nç a p o r c o re ó g ra fo s c o mo Fo rsyth e o a b a nd o no d a g e o me tria p e lo s
a rq uite to s c o nte mp o râ ne o s c o mo o ho la nd ê s La rs Sp uyb ro e k” (IDEM,2007).
O a uto r no s c o lo c a um no vo mo me nto d a a rq uite tura , o mo me nto d o “ e ve nto ” , nã o se nd o e la ma is e stá tic a o u a p e na s o b je tua l, ma s sim um c o njunto d e inte ra ç õ e s num d a d o te mp o . Isso p o d e se r o b se rva d o ta mb é m na d a nç a c o nte mp o râ ne a o nd e o e sp e c ta d o r fa z p a rte muita s ve ze s d o e sp e tá c ulo , a ssim c o mo , na inte ra ç ã o e ntre c o re o g ra fo e b a ila rino tra nsc e nd e nd o o s b a le s d e re p e rto rio , o nd e e ra m mo vime nto s p ré ma rc a d o s e nã o mud a va m o s me smo s, d e a p re se nta ç ã o e m a p re se nta ç ã o ; já no s b a lle ts c o nte mp o râ ne o s a id é ia d o a to c ria tivo se fa z p re se nte me smo no p a lc o , p rinc ip a lme nte na d a nç a e xp e rime nta d e imp ro visa ç ã o c o m inve stig a ç õ e s so b re c o rp o mo vime nto e se us re sulta d o s; muita s ve ze s d e mo ra nd o a no s p a ra um e sp e tá c ulo fina liza r-se p e lo fa to d e sua intima e xp lo ra ç ã o d e mo vime nto s; o p ró p rio b a ila rino mud a o e sp a ç o , o mo vime nto d e a c o rd o c o m o mo me nto , se fa z a ssim uma d a nç a d o “ e ve nto ” .
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A d a nç a e a a rq uite tura a ind a se mistura m c o mo no e sp e tá c ulo c o nte mp o râ ne o e na a c a d a mo me nto , c he g a mo s, a um e p iso d io o nd e Arq uite tura e Da nç a se e ntre la ç a m e
id é ia c o nte mp o râ ne a d e a p ro p ria ç ã o d o e sp a c o ,o u se ja d o “ ha b ita r” , c o mo no s d iz Filho : c o nstitue m c o re o g ra fia s urb a na s, o u mo vime nto s c o re o g rá fic o s urb a no s; se nd o q ue no
tra b a lho a q ui d e fe nd id o se o b té m um p a râ me tro p a ra futura s a na lise d e sse c a mp o va sto ; e sse
“ Po r e xe mp lo , q ua nd o se tira o d e te rminismo d a d a nç a e a c o re o g ra fia p e rd e a tra b a lho na e sta fe c ha d o e m si me smo , p o ssui mo vime nto e se fa z e re fa z a c a d a mo me nto ;
e xc e ssiva ma rc a ç ã o , o a to d e d a nç a r p a re c e se tra nsfo rma r no a to d e ha b ita r, o u se ja , mo stra nd o -no s d e ssa fo rma q ue a a na lise nã o te rmina ta nto na c id a d e ,c o mo na a rq uite tura
q ua nd o é d iminuíd o o p a p e l tra d ic io na l d o c o re ó g ra fo c o mo a q ue le q ue a nte vê e o u na d a nç a e la a p e na s c o ntinua c o m se u c ic lo c o ntinuo , o u se ja se u p ro c e sso é irre ve rsíve l e
d e se nha a p rio ristic a me nte o mo vime nto no e sp a ç o , há uma a p ro xima ç ã o g ra nd e e ntre c o ntinuo .
o b a ila rino e o simp le s ha b ita nte d o e sp a ç o . Po r o utro la d o , q ua nd o o ha b ita nte g a nha
c o nsc iê nc ia d e se us mo vime nto s d e vid o a uma c o nfo rma ç ã o e sp e c ia l d o e sp a ç o , e le “ Po rq ue o s re la c io na me nto s[...] Sã o p ro c e sso s e , c o mo ta is, nã o o c o rre m no vá c uo , ma s
a d q uire a lg o d o b a ila rino q ue p e rfo rma um mo vime nto p re via me nte p la ne ja d o ” e ng e nd ra m-se p e la a ç ã o d a te mp o ra lid a d e q ue é ininte rrup ta e p ro mo ve
(IDEM,2007). mo d ific a ç õ e s irre ve rsíve is no s e sta d o s d a s c o isa s.” (BRITTO ,2008)
“ Aq ui o e ve nto g a nha p ro e minê nc ia e a a rq uite tura , ma is q ue nunc a , se fa z irre ve rsíve l: o
O s p ró p rio s fluxo s urb a no s no s c a usa m o mo vime nto e a p a rtir d e le s a d inâ mic a d a a to nã o te m re to rno (nã o há na vid a re a l um c o ma nd o d e sfa ze r, c o mo no s te c la d o s d e
c id a d e se a lte ra . no sso s c o mp uta d o re s). Essa c o nsid e ra ç ã o d a irre ve rsib ilid a d e p a re c e c ria r um mo me nto
A d a nç a d e me smo mo d o p ura me nte te mp o ra l se fa z e d e sfa z, c o m ling ua g e ns no va s, p a rtic ula rme nte frutífe ro no q ue c o nc e rne à inse rç ã o d e no sso c o rp o no mund o , à no ssa
p o re m sua a p re se nta ç ã o se mo stra a q ue m a ssiste d e a c o rd o c o m a vive nc ia d o usua rio i, a ssim e xistê nc ia c o mo se re s ha b ita nte s d e um te mp o e um e sp a ç o sing ula riza d o s e a ssim
c o mo o c o rre na Arq uite tura d e ho je , me smo se nd o e sp a c ia l e m sua o rig e m g a nha no va s p a re c e sina liza r uma inc lusã o ma is va sta d e me u c o rp o na to ta lid a d e d o mund o ,
ling ua g e ns, o u se ja , no va s le itura s d e se us ha b ita nte s. inc lusive na to ta lid a d e d e um mund o q ue e sse p ró p rio c o rp o re inve nta e c o nstró i.”
A p a rtir d e ssa d a nç a q ue se re c o nstró i te mp o ra lme nte e e ssa a rq uite tura q ue se mo ve (FILHO ,2007)
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