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Estudo radiológico longitudinal do esôfago, em área endêmica de doença de Chagas, em um período de 13 anos.

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Academic year: 2017

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R e v is ta d a S o c ie d a d e B r a s il e ir a d e M e d ic in a T r o p ic a l 2 7 ( 4 ) : 2 2 7 - 2 3 3 , o u t- d e z , 1 9 94.

ESTUDO RADIOLÓGICO LONGITUDINAL DO ESÔFAGO, EM

ÁREA ENDÊMICA DE DOENÇA DE CHAGAS, EM UM

PERÍODO DE 13 ANOS

C leudson C astro, V anize M acêdo, Jo ffre M . Rezende e Aluízio P ra ta

F oi r e a liz a d o e s tu d o ra d io ló g ic o lo n g itu d in a l d o e sô fa g o a b r a n g e n d o u m p e r ío d o d e 1 3 ,2 a n o s , n a p o p u la ç ã o d o m u n icíp io d e M a m b a í n o e stad o d e G oiás. O s e x a m e s fo r a m r e a liz a d o s n a s e d e m u n ic ip a l, c o m a p a re lh o d e a b r e u g r a fia , u sa n d o f ilm e d e 70 m ilím etr o s . F or a m e x a m in a d o s 7 3 1 in d ivíd u o s d o s q u a is 3 82 (5 2 ,3 % ) e r a m s o r o p o s itiv o s . E m r e la ç ã o a o s e x o 3 5 0 (4 7 ,9 % ) e r a m d o s e x o m a s c u lin o e 3 8 1 (52, l % ) d o s e x o fe m in in o . A in c id ê n cia d e m e g a e s ô fa g o n a p o p u la ç ã o e s tu d a d a f o i 7 ,9 % e en tre o s s o r o p o s itiv o s 1 4 ,2 %. A p r o g r e s s ã o d a e s o fa g o p a tia e n tr e o s s o r o p o s itiv o s d o s e x o m a s c u lin o f o i 2 1 ,7 % e n o s e x o fe m in in o 1 6 ,6 % .

P a la v r a s -c h a v e s : E v o lu ç ã o d o m eg a e sô fa g o . D o e n ç a d e C h a g a s. A b r e u g r a fia d o e sô fa g o . M e g a e s ô fa g o c ha g á s ico .

O m egaesôfago, um a das m anifestações digestivas da doença de Chagas, continua sendo patologia importante em nossos hospitais. No início da década de 80 estimava-se em 300.000 os portadores de megaesôfago no país, estimando-se em US$ 240.182.080,00 o montante necessário para o tratamento cirúrgico destes pacientes16. Mesmo com o controle da doença de Chagas em marcha7 8 11 o megaesôfago chagásico continuará como patologia importante em nossos hospitais porque a cada ano uma parcela dos indivíduos infectados desenvolverão esta patologia. O estudo evolutivo do megaesôfago nas áreas endêmicas tom ou-se exequível depois que Prata e cols18 utilizaram a abreugrafia para estudo do esôfago. Contudo, ainda são poucos os trabalhos existentes sobre o assunto5 6 12 15 17. Este trabalho pretende contribuir para o conhecimento da evolução do megaesôfago chagásico em uma área endêmica rural na região central do Brasil.

M ATERIAL E MÉTODOS

Este trabalho foi empreendido no município de

N úcleo de M edicina T ro p ical e N utrição , U niversidade de B rasília, B rasília, D F e F acu ld ade de M edicina da U niversidade Federal de G oiás, G oiân ia, G O , Brasil.

T rabalho financiado pelo C onselho Nacional de Desenvolvim ento C ientífico e T ecn o ló g ico (C N P q ).

E n d e r e ç o p a r a c o r r e s p o n d ê n c i a : D r. C leu dso n C astro. N úcleo de M edicina T ro p ical e N u trição /U n B . C aixa Postal 04671, 7 0 9 1 9 -9 7 0 B rasília, D F , Brasil.

R eceb id o para p u b licação em 0 9 /0 6 /9 4 .

Mambaí no interior do Estado de Goiás, Brasil, área endêmica de doença de Chagas que em 1975/76, tinha 34,4 % da população soropositiva. O trabalho foi iniciado após o recenseamento da população e realização do esofagogram a com aparelho de abreugrafia em 2329 indivíduos em 1975/76, e teve continuidade com 558 esofagogramas em 1980/82 e 1098 em 1988/91. Catalogando os indivíduos que fizeram esofagogramas evolutivos e descartando as radiografias ilegíveis, houve 731 indivíduos examinados respectivamente em 1975/76 e em 1988/91. Destes, 223 fizeram outro exame em 1980/82. O estudo radiológico em cada um destes períodos foi feito através de duas abreugrafias do esôfago, usando filme de 70 milímetros, com o paciente em posição oblíqua anterior direita, sendo a prim eira radiografia realizada logo após a deglutição de 75 mililitros de sulfato de bário e a segunda um minuto após.

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C a s tr o C , M a c e d o V, R e z e n d e J M , P r a ta A . E s tu d o r a d io ló g ic o lo n g itu d in a l d o e s ô fa g o , e m á r e a e n d ê m ic a d e d o e n ç a d e C h a g a s , e m u m p e r í o d o d e 13 a n o s . R e v is ta d a S o c ie d a d e B r a s ile ir a d e M e d ic in a T r o p ic a l 2 7 : 2 2 7 - 2 3 3 , o u t- d e z , 1 9 9 4.

motora reduzida ou inaparente. Grande retenção de contraste. Grupo IV -Dolicomegaesôfago. Esôfago com grande capacidade de retenção, atônico, alongado, dobrando-se sobre a cúpula diafragmática.

Houve um intervalo aproximadamente de 7 anos entre a leitura dos exames realizados em 1975/ 76 e 1980/82 e de 9 anos para a leitura dos exames realizados em 1980/82 e 1988/91. Em 1991 (JMR) reviu as radiografias de três indivíduos para dirimir dúvidas.

A época da prim eira série de abreugrafias foram realizadas para cada paciente três reações sorológicas para doença de Chagas, em cada um de dois laboratórios de referência. Em 1980/82 a sorologia foi repetida em uma parcela dos pacientes.

RESULTADOS

Dos 731 indivíduos que realizaram o estudo abreugráfico longitudinal, 350 (47,9% ) eram do sexo masculino e 381 (52,1 %) do sexo feminino, Tabela 1. A idade mínima dos pacientes à época das abreugrafias de 1975/76 foi 4 anos e a máxima 71 anos, sendo a média 25,7 anos. O tempo de estudo variou entre 10 e 16 anos, sendo 13,2 anos o tempo médio. O estudo sorológico realizado em 1975/76 mostrou que 382 (52,3 %) pessoas tinham sorologia positiva, 340 (46,5 %) tinham sorologia negativa e 9 (1,2% ) apresentavam sorologia duvidosa, Tabela 2. O número de indivíduos com megaesôfago detectados em cada período pode ser observado ria Tabela 3.

T a b e la 1 - D is tr ib u iç ã o d a p o p u la ç ã o e s tu d a d a d e a c o r d o c o m a f a i x a e tár ia e o sexo.

Faixa etária (anos)*

Masculino Feminino Total

4 - 9 52 48 100

10 - 19 108 97 205

2 0 - 2 9 57 85 142

3 0 - 3 9 72 72 144

40 - 49 38 44 82

5 0 - 5 9 15 26 41

60 - 69 6 8 14

> 69 2 1 3

Total 350 381 731

* idade em 1975/76 228

T a b e la 2 - R e su lta d o s d o s e s o fa g r a m a s d e 1 9 7 5 /7 6 em re la ç ã o à s o r o lo g ia .

Resultados dos esofagogramas

Sorologia

Total duvidosa negativa positiva

Normal 8 332 321 661

Duvidoso 1 5 24 30

Grupo I - 3 23 26

Grupo II - - 9 9

Grupo III - - 2 2

Grupo IV - - 3 3

Total 9 340 382 731

T a b e la 3 - R e la ç ã o d o s m e g a e s ô fa g o s d e te c ta d o s n o s tr ê s p e r ío d o s em q u e f o i r e a liz a d o o e s tu d o lon g itu d ina l.

Grupos de megaesôfagos

Megaesôfagos detectados 1975/76 1980/82 1988/91

(731 p) (223 p) (731 p)

Grupo I 26 6 55

Grupo 11 9 2 16

Grupo III 2 - 12

Grupo IV 3 1 9

Total 40 9 92

p = pacientes

A incidência de megaesôfago no período considerado pode ser observada na Tabela 4. Houve 55 indivíduos com esofagogramas normais ou duvidosos em 1975/76 que evoluíram para m egaesôfago em 1988/91. A in cid ên cia de megaesôfago na população estudada foi 7,9 % (55/ 691), sendo 14,2% (49/345) entre os soropositivos, (Tabela 5) e 1,8% (6/337) entre os soronegativos. Houve 37 que evoluíram para o grupo I, 9 para o grupo II e 3 para o grupo III. A incidência entre os soropositivos do sexo masculino foi 14,9% (22/ 148) e no sexo feminino foi 13,7% (27/197), (Tabela5). Quanto àidade, as evidências radiológicas de megaesôfago surgiram principalmente nos grupos etários que tinham entre 20 e 50 anos, no exame inicial.

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C a s tr o C, M a c e d o V, R e z e n d e J M , P r a ta A . E s tu d o r a d io ló g ic o lo n g itu d in a l d o e s ô fa g o , e m á r e a e n d ê m ic a d e d o e n ç a d e C h a g a s , e m u m p e r ío d o d e 13 a n o s . R e v is ta d a S o c ie d a d e B r a s ile ir a d e M e d ic in a T r o p ic a l 2 7 :2 2 7 -2 3 3 , o u t- d e z , 1 9 94.

Tabela 4 - R elação d o s indivíduos segundo a idade, sexo e s o r o lo g ia q u e tinham esofagogram as norm ais ou duvidoso s e evoluíram p a ra m egaesôfago.

Registro idade sexo sorologia Resultados das abreugrafias

1975/76 1975/76 1980/82 1988/91

30 52 M pos normal normal grupo I

37 65 F pos normal grupo 1

125 48 F neg normal grupo I

126 60 M pos normal normal grupo 1

933* 22 F pos normal grupo 1

981 18 F pos duvidoso grupo 1

1078** 35 F pos duvidoso grupo I

1103 15 M pos duvidoso grupo I

1165 23 M pos normal grupo 1

1195 16 M neg normal grupo I

1259 22 F pos duvidoso grupo I

1271 33 F pos normal grupo I

1279 31 M pos duvidoso grupo 1

1280 28 F pos normal normal grupo I

1281 9 M pos normal normal grupo 1

1362 46 M pos duvidoso grupo I

1364 16 M pos normal grupo I

1368 40 M pos normal duvidoso grupo I

1445 49 M pos duvidoso grupo I

1505 28 F pos normal grupo I

1703 51 F neg normal normal grupo I

1897 18 F pos duvidoso grupo 1

2032 30 M pos duvidoso normal grupo I

2049 26 M pos normal grupo I

2114 37 F pos normal grupo I

2130 62 F pos normal grupo I

2220 9 F neg normal normal grupo I

2306 38 F pos normal normal grupo I

2671 42 M pos normal grupo 1

2698 24 M pos normal grupo 1

2883 11 M neg normal grupo I

3084 26 F pos normal grupo 1

3175 32 M pos duvidoso grupo 1

3186 14 M pos normal grupo 1

3202 25 F pos normal normal grupo 1

3213 36 F pos normal grupo I

4288 27 F pos normal grupo I

3364 13 F pos normal grupo I

3554 52 M pos normal grupo I

3717 49 F neg normal grupo I

4008 6 F pos normal duvidoso grupo I

4191 37 M pos normal grupo 1

4223 25 M pos duvidoso normal grupo I

184 52 F pos normal grupo 1 grupo 11

430 57 M pos normal normal grupo II

889 6 F pos normal grupo II

1000* 14 F pos duvidoso grupo 11

1006 46 F pos duvidoso grupo II

1414 41 F pos duvidoso grupo II

2035 56 F pos normal duvidoso grupo II

2045 47 F pos normal grupo II

2672 43 F pos duvidoso grupo II

2354 25 M pos normal grupo III

3083 32 M pos normal grupo III

4165 45 F pos duvidoso grupo III

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C a s tr o C , M a c e d o V, R e z e n d e J M , P r a ta A . E s tu d o r a d io ló g ic o lo n g itu d in a l d o e s ô fa g o , e m á r e a e n d ê m ic a d e d o e n ç a d e C h a g a s , em u m p e r ío d o d e 13 a n o s . R e v is ta d a S o c ie d a d e B r a s ile ir a d e M e d ic in a T r o p ic a l 2 7 : 2 2 7 - 2 3 3 , o u t- d e z , 1 9 9 4 .

T a b e la 5 - D is tr ib u iç ã o d a in c id ê n c ia d e m e g a e s ô fa g o en tre o s in d iv íd u o s s o r o p o s itiv o s , d e a c o r d o c o m a f a i x a e tár ia e o se xo .

Faixa etária (anos)

Masculino Feminino Total

exami­ nados n°

incidência de

megaesôfago exami­nados

incidência de

megaesôfago exami­nados

incidência de megaesôfago

n° % n° % n° %

4 - 9 18 1 5,5 19 2 10,5 37 3 8,1

1 0 -1 9 42 3 7,1 46 4 8,7 88 7 7,9

2 0 -2 9 24 5 20,8 45 7 15,5 69 12 17,4

3 0 - 3 9 39 5 12,8 43 5 11,6 82 10 12,2

4 0 - 4 9 14 4 28,6 27 5 18,5 41 9 21,9

5 0 - 5 9 8 3 37,5 12 2 16,7 20 5 25,0

6 0 - 6 9 2 1 50,0 5 2 40,0 7 3 42,8

> 69 1 - - - 1 -

-Total 148 22 14,9 197 27 13,7 345 49 14,2

T a b ela 6 - P a c ie n te s c o m m e g a e s ô fa g o em 1 9 7 5 /7 6 qu e a p r e s e n ta r a m e v o lu ç ã o p r o g r e s s iv a em 1 9 88 /9 1 .

Registro idade sexo sorologia Resultados das abreugrafias 1975/76 1980/82 1988/91

235 45 F pos grupo I grupo III

579 31 M pos grupo I grupo II

900 55 F pos grupo II grupo III

937 35 M pos grupo II grupo IV

1251 47 M pos grupo I grupo III

1270 39 M pos grupo III grupo IV

1329 24 M pos grupo I grupo III

1411 22 F pos grupo II grupo IV

1542 37 M pos grupo I grupo II grupo II

1607 33 F pos grupo I grupo I grupo III

2206 41 M pos grupo II grupo II grupo IV

2213 44 M pos grupo I grupo III

2784 42 M pos grupo I grupo II

3089 55 M pos grupo I grupo III

3203 49 M pos grupo I normal grupo II

3383 31 F pos grupo I grupo II

3693 34 F pos grupo III grupo IV

4044 47 M pos grupo II grupo IV grupo IV

4206 22 M pos grupo II grupo III

4207 57 F pos grupo II grupo III

o período de observação. Seis eram do sexo feminino 11 do sexo masculino, sendo que 12, 2 e 3 tinham megaesôfago dos grupos I, II eIV , respectivamente.

A progressão da esofagopatia (megaesôfago novos mais megaesôfagos prévios que evoluíram)

entre os soropositivos do sexo masculino foi 21,7 %

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C a s tr o C , M a c ê d o V, R e z e n d e J M , P r a ta A . E s tu d o r a d io ló g ic o lo n g it u d in a l d o e s ô fa g o , e m á r e a e n d ê m ic a d e d o e n ç a d e C h a g a s , e m u m p e r í o d o d e 1 3 a n o s . R e v is ta d ã S o c ie d a d e B r a s i le ir a d e M e d ic in a T r o p ic a l 2 7 : 2 2 7 - 2 3 3 , o u t- d e z , 1 9 9 4 .

1975 (normal) 1988 (grupo III)

JFD, Registro 3083

1975 (normal) 1981 (duvidoso) 1988 (grupo II)

JPM, Registro 2035

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C a s tr o C , M a c ê d o V, R e z e n d e J M , P r a ta A . E s tu d o r a d i o ló g i c o lo n g itu d in a l d o e s ô f a g o , e m á r e a e n d ê m ic a d e

d o e n ç a d e C h a g a s , e m u m p e r í o d o d e 13 a n o s . R e v is t a d a S o c ie d a d e B r a s i le i r a d e M e d i c in a T r o p i c a l 2 7 : 2 2 7 - 2 3 3 ,

o u t - d e z , 1 9 9 4 .

DISCUSSÃO

O Brasil é o país com maior prevalência de

megaesôfago chagásico. Os clínicos e os cirurgiões das áreas endêmicas reconhecem facilmente esta patologia. Na região do Brasil central e nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Bahia é onde se observa e se opera mais pacientes com megaesôfago c h a g á sic o 1. Os c iru rg iõ e s do h o sp ita l da Universidade de Brasília são especialistas no tratamento destes pacientes. Somente neste hospital nos últimos 20 anos foram operados 457 pacientes2, aproximadamente 20 cirurgias por ano, média que persiste até hoje. O controle da doença de Chagas através da borrifação domiciliar em massa e da vigilância epidemiológica, ainda não reduziu o número de cirurgias de megaesôfago.

Em 1987 foi relatada a prevalência de megaesôfago chagásico no município de Mambaí. Foi encontrado 3,2% de esofagopatia entre a população geral e 7 % entre os indivíduos soropositivos4. Desde então passou-se a fazer a sequência radiológica dos pacientes. Em trabalho anterior no qual foi estudada a evolução de 494 pessoas em um período de seis anos, constatou-se uma incidência de megaesôfago de 2% (4/201) entre os indivíduos soropositivos, o que da a média de 0 ,3 3 % ao an o . T o d o s d e se n v o lv e ram m egaesôfago do grupo I, sugerindo que a esofagopatia tem evolução gradual. Neste mesmo trabalho constatou-se que alguns indivíduos portadores de megaesôfago tiveram sua patologia agravada, de modo que a progressão da esofagoptia foi de 2,8% (6/212) entre os soropositivos3.

Neste trabalho com evolução média de 13,2 anos, observou-se incidência de megaesôfago de 14,2% (49/345) entre os soropositivos e 1,8% (6/ 337) entre os soronegativos. A incidência entre os soropositivos foi de 1,1% ao ano. Tais dados sugeram haver maior evolução com o aumento da idade, com o prolongamento do tempo de infecção ou com ambos. A sorologia nos seis casos de megaesôfago soronegativos, repetida em outras oportunidades persistiram negativas, exceto em um . Sabe-se que aproxim adam ente 7 % dos indivíduos que têm m egaesôfago apresentam sorologia negativa4 19. Ressalta-se o fato que dentre 37 indivíduos com megaesôfago dos grupos I a III, 20 (54%) evoluíram para grupos mais avançados,

porém l7 (46 %) permaneceram comsua esofagopatia estável.

No estudo evolutivo de 6 anos todos passaram de esofagogram a norm al ou duvidoso, para megaesôfago do grupo I, enquanto neste estudo h o u v e 12 in d iv íd u o s que e v o lu ira m p ara megaesôfago dos grupos II e III. Certamente com passar do tempo, outros indivíduos infectados evoluirão e não se pode prognosticar quais nem se pode fazer a prevenção. Indivíduos tratados especificam ente desenvolveram m egaesôfago, (Tabela 4). Ademais, o controle da doença de Chagas no município de Mambaí iniciado em 198013 e que vem sendo realizado com m etodologia rigorosa91014, não evitou que os pacientes infectados continuassem desenvolvendo megaesôfago.

SUMMARY

A r a d i o lo g i c a l s tu d y o f th e o e s o p h a g u s o f a c o h o r t

o f p a ti e n ts w as c a r r ie d d u r in g a 1 3 y e a r p e r i o d in th e m u n ic ip a lity o f M a m b a í G o iá s . B a r iu m s w a ll o w f i n d in g s

w e r e r e c o r d e d o n 7 0 m m f i l m u s in g a p o r t a b l e m a c h in e .

O f 73 1 p a ti e n ts e x a m in e d 3 8 2 ( 5 2 .3 % ) w e r e s e r o p o s it iv e

f o r T. cruzi. T h e s e x e s w e r e e q u a lly d iv id e d . T h e in c id e n c e o f d e te c ta b le m e g a o e s o p h a g u s w a s 7 .9 % a m o n g th e c o h o r t a n d 1 4 .2 % in th e s e r o p o s it iv e in d iv id u a ls .

P r o g r e s s io n o f th e d i s e a s e w a s n o te d d u r i n g th is lo n g itu d in a l s tu d y in 2 1 .7 % o f m a le s a n d 1 6 .6 % o f

f e m a le s .

K e y - w o r d s : E v o l u t i o n o f m e g a o e s o p h a g u s .

C h a g a s ’d is e a s e . B a riu m s w a ll o w e v a lu a tio n . C h a g a s ic m e g a o e s o p h a g u s .

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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C a s tr o C , M a c ê d o V, R e z e n d e J M , P r a ta A . E s tu d o r a d i o ló g i c o lo n g itu d in a l d o e s ô f a g o , e m á r e a e n d ê m i c a d e

d o e n ç a d e C h a g a s , e m u m p e r í o d o d e 1 3 a n o s . R e v is t a d a S o c ie d a d e B r a s i le i r a d e M e d i c in a T r o p i c a l 2 7 : 2 2 7 - 2 3 3 ,

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Referências

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