UNIVERSID/]DE DE SÃO PAULO
INSTITUTO DE GEOIIÊNIIAS
DEDALUS-Acervo'lGC
ìllilililillllllffi llilllilllilllilililllllilililrililil 30900004681
cONTRtBUtÇÃo
A0
ESTUDo HlDRoGEoouiMtc0 6RUPO BAURU NO ESTADO DE SÃO PAULOHeraldo Cavalheím Navajas Sampaio Campos
Orientado¡¡: prof¡.: Ora. Má¡ia Szikszay
OISSERTAçÃO DE MESTRADO
Área de Concentnaçáo: 6eotogia 6erat e de Apticaçåe
Sõ'o Poulo
UNIVERSIDADE
INSTITUTO DE
DE SAO PAULO
GEOÜÊtrlClAS
toNTRraulçÃo
Ao GRUPO BAURUESTUDo HtDRoGEoouívlco
NO ESTADO DE
sÃo
PAULODO
hesidente:
Examinadores:
Heratdo Cavatheíro Navajas Sampaio Campos
0rientadora : Proh Ora. Mária Szikszay
DTSSERTAçÃo o¡ MESTRADO
co¡trssÃo EXAMTNADoRA
nome
assDra. M.Szikszay
Dr. F.M.Arid
Dra. A.A.K. e Silva
SAO PAULO
1.987
st
-oo
/ù-.: trlLrorfcA o -t
?- f.l+6-¡.- .9 ø, Z j
ass
[}o.**,
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
INSTITUTO DE GEOIIÊNIIAS
roNTRlBU|ÇÃO Ao 6RUPO BAURU
ESTUDo HtDROGEoouivl co NO ESTADO DE SÃO PAULO
Heraldo Cavatheiro Navajas Sampaio Campos
0rienladora : Profa.: Ora. Mánia Szikszay
DO
otssERTAçÃo 0E MESTRA0o
de Concentração: 6eotogia 6enaI e de Apticação Area
A
AGRADEC TMENTOS ABSTRACT
RESUMO
CAPTTULO
I -
INTRODUÇÃO1.
TMPORTÂNCIA E LOCALIZAÇÃO DÀ ÃREA DE ESTUDOfND I CE
2.
OBJETIVOS DO ESTUDO3.
CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÃREA3.1.
Aspectos Sóc i o-Ec onônicos
-1-Popul ação
Ag r icul tur a Indús t ri. a
Pg. viii
xi xii
S is tena. Viári o
Meio Ambiente e Saneamento Básico
3.
2.
Aspectos FisiográficosRe 1e vo
Hidrografi a
Solos '
CAPITULO I1 Clina
2
2
4
4
5
6
6
7
7
8
I 9 9
LO
Ve ge t açao
GEOLOG IÀ
CF.IJPC B¡\URU NO ESTÀDO DE SÃO P.\IJLO: SINTESE DO ATUAL CONHECINIENTO
1-
l.
Considerações Gerais sobre a Evolução daSedinenta-1.2. Estrati.grafi.a e Lítologias do Grupo Bauru 14
. Fornação Caiuá 14
. Formação Santo Anastácio 1"7
' Forrnação Adamantina ' 19
. Formação MarÍ1ia 20
ção Bauru
l-.3.
Características Sedimentológicas e Mineralógicas'
'1.4.
Lavas Alcalinas Analci¡níticas Associadas ao Gn-rpo Bauru....
2.
GEOMORFOLOGIAHIDROGEOLOG IA
3.1.-Geometria do Sistema Aquífero Bauru
-ii-Pg.
13
3.
2.
Parârnetros Hi-dráulicos3.3.
Cornportamento Hidráu1ico Regional do SistenaAquífe-ro
BauruH]DROGEOQUfMICA
CAPÍTULO III . MÉTODOS
1. DADOS H]DROGEOLÕGICOS BÃSTCOS 45
2. PROGRATVA DE AI{OSTRAGEM 46
3. COLETÀ E ,\NÃLISE DÀS ÃGUAS '
2T
2S
26
z9
3Z
36
4.
q
PROCËSSAMENTO DOS
SELEÇÃO DOS DADOS
CAPITULO IV
-
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS]-
CARACTERISTTCAS FÍSICO-QUÍMTCAS DAS .ÁGUAS1.1.
Composição Quírníca das Ãguas de Chuvas1.2.
Co:nposição Quírníca das .Ãguas Subterrâneas'
'
' CLassificação dasÃguas
'1.3.
Cornposíção QuÍnica das Ãguas dos RíosRESULTADOS DAS ANÃLI,SES
2.
GEOQUÍMICA DAS ÃGUAS SUBTERRÂNEAS2.1,
Comportanento dos lons Maiores2.2.
Tend.ências de Variações das Relações Iônicas2.3.
Relação Rocha-.4gua.
.2.4.
Evolução Hi droge oquírni c o RegionalPOTENCIAL 'DE. INCRUSTAÇÃO OU CORROSÃO С.S ,ÃGUAS SUBTIRR'1I\EAS
-iii-3. 4.
Pg.
48
s2
APT]DÃO DAS ÃGUAS SUBTERRÂNEAS PARA OS DISTINTOS USOS 8I
. Uso Humano e Anirnal 8l
. Uso AgrÍcola . 86
. Uso fndustrial 86
CAPITULO V - CONCLUSOES
B i BL I OCRAF IÀ
54 54
57
59
ó5 69 69
70
76
.76
79
-1V-Pg.
ANEXoI-I'NVE'NTÃRI.oDOSDADoSHI'DROGEoLÕGICOSBÃSICOS106
ANEXO 2
-
RESULTADOS DAS AN.{LISES FfsrCo-QUÍMICAS DAS 'ÁGUASFigura I
Figura 2
fNDICE DAS FI,GURAS
Mapa de Localização da Ãrea
Hidrogeológicas na Bacia do
Figura 3
-
Mapa de Distribuíção do Grupo Bauru no Estado deSão P aulo
Fi.gura 4
-
Divisão Geornorfológica do PlanaltoOcidental
do Estado de São Pau1o, Segundo o IPT (198f)'
Sin-Médias ìv{ensaís de Chuvas (en nm) do Período de
1958 a 1968, Segundo os Boletins PluviométTj'cos
Publicados pelo DAEE-CTH (1970) 11
Figura 5
-
Mapa de Isóbatas da Forrnação Serra Geral 'Figura ó
-
Zoneamento da Espessura Saturada do Sistemade Estudo e Un idade s
Paraná
plificado
Figura 7 - Dj.strlbuição da Perrneabilidade Média Aparente do
Dd
3
quífero Bauru
Figura 8
Figura 9
Grupo Bauru
Mapa da Dì.stribuição dos Teores Salinos das Á-guas Subterrâneas do GruPo Bauru '
Classificação das Águas Subtertâneas da Formação
Marília, Segundo o Diagrarna Piper' Teores en Por
cent a S.:x de neq/1
Classifi-cação das Ãguas Subterrâneas da Fornação Adamantina, Segundo o Diagrana Piper' Teores em
Porcentagem de ne c1/ I
Figura 10
15
Figura ll - Classificacao
S ant o '\nas t ác i
res en Porcent
28
A.
30
3t
das Ã.guas Subterrâneas da Formaçao o, Segundo o Diagrama Pj-Per'
Teo-a gern de rnecl/ I
58
6l
6Z
Figura l2
Fígura 13
-Figura 14
-Figura 15
-Figura 16
-Figura 17
-Figura 18
-Ciassificação das .4guas Subterrâneas da
For¡na-ção Cai.uá, Segundo o Diagrâma
Piper'
Teores emPorcentagem de meq/
I
Perfis
Hidrogeoquímicos das .4guas Subterrâneasdo Grupo Bauru
-
Composição QuÍmica tlas Ãguas 'Distribuição da Relação rC1-/rHCO3
nas
Ãguas Subterrâneas do GruPo Bauru 'aL ).
Distribuição da Relação rtg¿*
/tca"-
nas Ãguas Subterrâneas do GruPo BauruL 1+
Distríbuíção da Relação
rNa*/rca"- nas
Ãguas Subterrâneas do GruPo Bauru
-v1-Þc
Modelo Hipotético
Regional no GruPo
Zoneamento clo Potencial de Incrustação ou
Cor-rosão clas Ãguas Subte¡râneas do Grupo Bauru'
fNDICE DoS QUADRoS
Quadro
1-Quadro 2
-64
da Evolução Hi dro ge oqrtirni c a
B auru
66
Vålores Médios da Composição Catiônica (en ng,/l)
das Ãguas de Chuvas em Di-versas Regi-ões
Predominância dos fons Maiores nas 'Águas Subter râne¿rs para cada Forrnação do Grupo Bauru ' con
base nos Canpos de Classificação do Diagrana Pi
per
.\1guns Exemplos cle Reações dos lliner¿ris con a Ãgua
72
Quadro 3
-74
7S
80
ÖL
S6
Quadro 4 -Quadro 5
-Potabilidade das Ãguas Subterrâneas
Aptidão das Ãguas Subterrâneas !ara lrri'gação com Base no Diagrana e nos Padrões do Laboratõ
tório de Salinidade de Ribersidae ' do Departa-mento de Agrì-cultura dos Estados Unidos '
cita-Quadro
6 -
Padrões de Tolerância de Ãguapara as
Indús-trias
Segundo Logan(1"965)
89do
por
LoganQuadro 7
-
Resultado das Anátrisesdas
Ãguas SubterrâneasPara Uso Indus
trial
ÎNDICE DAS TABELAS
Tabela
I -
Análises Físico-Químicas Tabela 2-
Anátises Físico-Quí¡nicas-v11-Pg.
83
Tabela 3
-
Poços Anostrados onde os Valores deNitrato
u1-'
trapassarn 6 mg/1 NPrancha 1 - Mapa de Distribuição de Pontos de Ãguas
Arnos-trados e Respectivos Dados Utilizados no
Estu-87
Prancha 2 - Mapa da Dist¡ibui'ção da Composição .{guas Subterrâneas do Grr'rpo Bauru
de Águas de Chuvas
Ã.guas de Ri os de
fNDICE DAS PRANCHAS
do
90
55 68
85
Quínica das
A execução desta dissertação' ini'ciada
1a sua abrangência, coleta de dados e tenpo decorrido conclusão, demandou o apoio de algunas instituições e ção de profissionais e pesquisadores '
EsPecialmente agradeço :
A Profa. Dra
'
Mária SzikszaY'Instituto
de Geociências da Universidade de1a orj.entação, acornp anharnent o
e apoio
parab alho .
AGRADEC IMENTOS
Ao Prof.Dr. Armando Márcio Coirnbra do
Instituto
deGeociências da Universidade de São Paulo (IGUSP)
pelas
j'númeras discussões e eLucidações das questões peTtinentes ãgeologia
do Grupo Bauru eleitura
das notas originais 'A Gerôncio Àlbuquerque Rocha
'
geó1ogodo
Depa'rta-mento de Ãguas e Energia E1étrica (DAEE)
'
pelaleitura das
notasor!ginais e
acompanhanento deste trabalho desde seuinício'
nomeu órgão de ori gem.
A Ademar Toki-o Ogawa, geólogo do Departarnento de
Ãguas e Energia E1étTica (DAEE), pelo processanento
'
tratamento e organização dos dadosjunto
ao Centro de Conputação Eletrônica(CCE) da Universidade de São PauLo'
ern 1979, Pe
até a
sua acolabora-minha
orientadora
no São Paulo (IGUSP),
Peelaboração
deste
tra-A Antonio Carlos Moretti Guedes ' geólogo da Secre taria de Estado do Meio A¡nbient.e, pelas fotografias e reduçõe" dos mapas ,
A Angé1ica Mari a
ria de Estado do lleio Ambiente ' pas'
A Jorge Kazuo Yama¡noto, geó1ogo do Instituto de
Fernandes, desenhi-sta da Secreta
ma-
-1X-Pesquisas Tecnológi-cas
(IPT),
pelo processalnento de dadosjunto
aoCentro de Cornputação Etretrônica (CCE) da Universidade de
São
Pau-1o.
Aostécni.cosdoDepartamettodeÃguaseEnergiaE-1étrica
(DAEE), Nestor Carlos Seabra Moura'
Seldo Fraíha Junior 'José Eustachio da
Silva,
José Da¡násio de Menezes'
Paulo Roberto Ro-dri.gues, João das Graças Pinto e Wanderley Antonj'o de Matos'
pelaconpilação dos dados hidrogeológicos '
A
José Carlos Palos'
engenheiro do Departanento de -Á.guas e EnergiaElétrica
(DAEE) pela adaptação de programas de comput ado
r
A Claudete Salinas
'
pela decifração dos manuscritos e dat i 1o gr afi a.Ao
Prof.Dr'
OsnarSinelli
da Faculdadede
Filosofia ' Ciências e Letras de Ribeiráo PÏeto (FFCLRP-USP) pela execução de análises f ís ico-quÍnicas 'A
Osmar YasbekBittar'
geóIogo doInstituto
de Pesquisas Tecnol69ícas (IPT) e Cláudio Carrera Maretti e
Anionio
Car 1os Prixno Nalesso Lemos, geólogos da Secretari'a de Estadod'o
MeioAnbiente, pelo apoio prestado durante
a
realizaçáo deste trabalho' A Fausto De 1- g adoSi1va, Antonio Carlos Be rt ach ini
to, Adriano Diogo e Julio Cesar mizade e trabalho en eciuiPe '
À Benedito PeÏeiÏ4, Angelo Sor j'anc e Lãzaro Luzia
auxiliares <le carnpo da Conpanhia de Tecnologia de Saneamento
Axrì-b iental (CETESB).
1\ lvalter Carnpos , Hennies Campos e João Campos da
Papelaria e Tipografia Campos; Appar j-cio Sampaio Carnpos e Lenor
Navaj as Carnpos pelo incentivo, apoio t6cnico e infraestrutura na
montagem deste trabalho.
Giancursi, Rosa Beattl-z Gouveia da
, Agostinho Fernandes Sobreiro Ne
-x-Ao Departamento de Ãguas e Energia E1étrica (DAEE)'
pela autori.zação para a publicação dos dados '
Ao Centro Tecnológico de Hidráulica (CTH) pela pos sibilidade da coleta de amostras '
A Secretaria de Estado do Meio AlÂbiente ' pelo
a-polo e infraes trutura.
The Bauru aquifer systen stands
for
oneof
the naín suppliesof
groundwaterin
the São PauloState' It is
representedby the cTetacious sediments
of
the Bauru Groupwith
variable l j"thology,
covering ån areaof
104'000 knZ 'The hydrogeoche¡nical studies carried
out
herervith ' weïe intend.edto
investigate,
in
a regionalbasis, the
followingtopics:
the characterizationof
thedifferent
hydrochemical typesand
their interrelations;
the hydrogeochernical zoning and
thediscri¡nination
of
chemical types accordingto the
stratigraphicunits;theevolutionofthegroundwater'schemicalcornposition
along the percolatj-on
in
theaquífer;
the deterninatíonof
thewa-ter quality
accordingto
thedifferent
uses andits chenical
at-tackpotential to
thewell
equipment'ABSTRACT
In this
study 336 groundwater cheníca1 analyses wereenployed, The hy<lrochemical data
interpretation
was.based on:bas-ic statistbas-ical
processing'linear
regression, trendsurface
anaLy'sis
and isovalues maPs 'The' groundwaters have, generaly' a very low
salini-ty content and belong to two doninant chernical types: the calcium bicarbonate type and the calciun-rnagnesian bicarbonate type ' The
najor ions responsible for the salinity content are the HCO3' Ca2+
and Mgz*. The calcium carbonate and the clay rninerals of the sedi-ments are furnj-shing these ions to the groundwater' The principal trend in the regional hydrogeochemical evolution according to the
ionic increase is frorn northeast to southwest. concerning the ground,4ater chenical cluality for the various uses these waters com
O sistema aquífero Bauru representa una
das
prln-cipais
fontes de exploração de água subterrânea do Estadode
São Paulo. E representado por sedi¡nentos cretácícos do Grupo Bauru'delitologia variãvel,
cobrindo uma área de 104'000 km2'Em ãnbito regional os objetivos
deste
estudo
fo-TaIn: a caractelização dos
tipos
hidrogeoquÍmicos e suainterrela-ção;
o
zoneamento h i'droge oquÍni c o com adiferenciação
dos
tiposquírnicos por unidades
estTatigráficas;
o estudoda evolução
da cornposição quírnica das águas subterrâneas coma percolação
doneio aquÍfero; a deterrninaçáo da qualidade das águas para os
dis-tintos
usos e a determinação do potencial de ataque quínico das á guas subterrâneas aos equiparnentos dos poços 'Foran
utilizadas
neste trabalho 336 aná1ises quínicas d.e águas subterrâneas
'
A interpretação dos dadoshidroquírni-cos baseou-se no processamento dos resultados das análises
quími-cas, no tlatamento
estatístico
básico' em regressões lineares'
en análises de tendências e en napas de isovalores 'As águas subterrâneas apresentan' em geral
'
teores salinosnuito baíxos
e pertencern a doistípos
quírnicos domi¡antes: o das águas bicarbonatadas cáicicas e o das águas bicarbonatadas câ1co-nagnesíanas.OsprincipaisÍonsresponsáveispeloteorsalino são o HCOI
,
Caz*"
MgZ*, oriundos da dissolução do cinento calcífero
e
dos argilo-minerais constituintes dos sedinentos'
A ten-dênciaprincipal
na evolução hidrogeoquírnica regional destes íons é no sent j.do nordeste-sudeste'
Quanto ã aptidão das águassubter-râneas para os
distintos
usos'
de urn nodo geral'
atendenaos
pa-dróes exigidos; as águas são potencialmente inclustantes ou corro
s Lves ou potencj-lrlnente corrosivas ' RESUMO
-x11-
-1-CAPITUTO I
1.
iMPORTÂNCIA E LOCALIZAÇÃO DA ÃREA DE ESTUDOO sistema aquífero Bauru representa uma das princj"
pais fontes de exploração de água subterrânea no Estado
de
SãoPau1o. É representado
por
sedirnentos cretácicos delitologia
variáve1 que recobren discoïdantenente os basaltos da Forrnação Serra
Gera1, cobrindo urna ãrea de 104.000 knz- (cerca de 40% do
territó-rio
estadual) de urntotal
de 315.000 km2 de sua ocorrência naBa-cia
cio paraná" Este sistema aquífero, devido ãrelativa
facilida-de facilida-de captação de água através de poços de profundidade rnoderada, atende a un arnp 10 espectTo de fontes de denanda de água, desde núcleos urbanos de pequeno porte
e
indústrias at6 propriedadesÏu-rais
que necessitam de ãgua para irrigação 'A área objeto de estudo localiza-se na porção cen-tro-oeste do Estado de São Paulo' situada na região
nordeste
daBacia do Paraná, entre os paralelos 20ç
e
23ç delatitude sul
eos neridÍanos 48e
e
53e de longitude oeste(figura 1). Linita-
seao norte pelo
rio
Grande, a oeste pelorio
Paraná, a su1 pelorio
Paranapanernae
aleste
pelalinha de
contato geológicoentle
o Grupo Baurue
a Forrnação Serra Geral .Nos 'lEstudos de Ãguas Subterrãneas" levados a efei to pelo Departanento de Ãguas e Energia Elétrica-DAEE, órgão
vin-culado ã Secretaria de Obras do Estado de São Pau1o, em 1974,1976
e 1979, em levantanento de campo, foram cadastrados 2'426 poços tu
bulares perfurados nos sedinentos do Grupo Bauru' Atualnente' con
base nas cuTVaS de tendência de perfuração obt.idas nessas sucessi
vas campanhas de cadastlamento, estina-se a existôncia de mais de
4.00.0 poços neste sistena aquífero.
-2-2,
OBJETIVOS DO ESTUDODe un nodo gera1, a maioria dos estudos de composr
-"),
I
-1-+
+ +
T|PO 00
AqUiFERO
+
+
+ + +
+ +
SISTEMA
AOUÍFERO
LIVRE
'+
FTGURA
I
-
MApa DE LocALtzAçÃo oa Ánea DE EsruDo E uNIDADES ntoRoeroucíclc.As NA EAclA Do PARANA,. MODIFICADO DE SILVA ( I.983).
BAURU
uNroAoE t¡totsr¡ttonÁrtc¡
SEFffA GERAL
cot¡FINADO
Grupo Bouru
BOTUCATU
Formoçõo luorílio Formoçõo Adomonlim Formocæ Sonto A¡ostdclo Formocoo Coiuó
TUBARÃO
Formocõo Serro Gerol
Formoçôo Bolucolu Formocóo Pirombóio
r Formocõo
lFor.o"õo
Gruæ Tuborõo I Formoc6o
l ro^ocao \ Forrnocõo
AOUICLUDE
Ft'RNAS
LE6ENOA
K K K K
E
JK
I olut
Polermo
Rìo Elonito
Aquidouorn
Ilorord
Formoçóo Furnos
tÛr't
t:::: r
JK
TJ
Formocôo Ponlo Grosso
Grupo Porso Dois
ElÅ
P P P
CP
CP
Formoçõo Rio do Roslro Formocdo Corumbotoí
Formoçõo Teresino
Formoçõo Serro Allo' Fo.moçõo Iroti
ffi
Ð lj.iriil
D
N
P P
P P P
Áreo de esludo
ffi
,^-face aos distintos usos (humano, anirnal, irrigação e inciustrial) '
Nos estudos e fetuados
além dos aspectos de qualidade, as
pos hidroquÍmicos, cuj a ocorrência gicas
e
as feições geonorfológicas 'Assirn, visando preencher esta lacuna do conhecìmen-to hidroquírnico do sisteTna aquÍfero Bauru no Estado de São Paulo'
tolna-se necessária a investigação e estudo da relação roc-ha - ágr'ra, da diferenciação de tipos quÍmicos por li'tofacj'es e da variação
da cornposição química das águas subterrâneas em seu percurso' En
ânbito regional , o estudo aqui realizado tem como objetivos:
- caracterizar os tipos hj-droquímicos e suá' inteÏre pelo DAEE entre 1974
e
1979 'águas são classificadas em gru
é
relacionada àsfacies
11to1ó1ação;
-
efetuaro
z one anentorenciação dos tiPos grâf.icas;'
estudar a evolução da conposição quÍnica das
ã'-guas subter¡ãneas com a pelcolação no rneio aquífe
TO;
deterninar a quali-dade das
tos usos e
determinar o Potenc j-al de
das águas subterrãneas.
3.
CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA3.
1.
AsPectos S6ci o-E conôni cosh j- dro ge oquírni co com a
dife-quírni c os Por unidades estrati
O GruPo Bauru cons t i tui
mais intensa e extensanente explorados
vido a conjugação de diversos fatores,
águas para
os
distrn-corrosão ou incrus t ação
um dos sistenlas aquíferos
no Estado de São Paulo, de
-5-- a relativa facilidade de captação de água subter rânea através de poços tubulares de
profundida-de rnoderada (100 a 150 metros ' ern nédial '
- a grande extensão e continuidade de sua área de
ocorrência, cerca c1e 104.000 kmZ (40% do territó
rio estadual) , recobrindo um amplo espectlo de
fontes d.e denanda de água, desde núcleos urbanos
de pequeno porte e indústrj'as, até propriedades
rurais que necessitam de água para irrigação e
- ã naior economicidade dos projetos de captação
de ãgua atravás de poços ' en comparação com o
a-proveitamento das ãguas de superfÍcie '
'
Atualmente'
cerca de250
poçosque
captam aguasno sisterna aquífero Bauru são
utilizados
para o abastecinentopú-b1ico.
PopuLação
Aá¡eaestudadatencornosedesdosrnunicípiosmais populosos, as segúintes cidades: Ribeirão Preto' Bauru ' São José do Rio Preto, Araçatuba, Presidente Prudente e Marília'
o quadro a seguir mostla o número de municípios '
distrihuídos por região adninistrativa e os rnunicípios de rnaior
população.
Região Administrativa
Ribeirão Preto [6) Bauru (7)
São José do Rio Preto (8)
Araçatr.rba (9)
Presidente Prudente (10)
ùrarília ( 11)
Ne de
lufunricíp i os
20
37
84
58 50
Mrnicípios cpe possuem
entre 50 e 100 .0 00 habitante"
BarÌetos
Jaú, Lins
Catanduva, Votuporanga
Birigui
48
ùh.u-ricípios com mais
de 100 . C00
habitan-Bauru
São Jos6 do Rio
Preto
Àraç atr:b a
Presi"dente
Pruden-te ìviarília
-6-O total da população residente na ârea á de
4.040.571 habitantes, o que representa cerca de 16% da população do Estado de São Pau1o, segundo a Fundação Sistema Estadual de
A-ná1ises de Dados -SEÀDE (1982). O Índice de urbanj'zação da ârea
e /)'0.
Agni cuLtura
Apesar d'e possuir una população
rural
relativanen-te
pequena, predoninarn na área de estudo as atividades agrícolas 'grr" ftto
é explicáve1 por setratar
de urnaagricultura
com eleva do grau de necanização, registrando-se tendência ã metropolizaçãodas
principais
cidades, sendo previsíve1 o crescinento da atividade
industrial
ã medida en que se acentua o glau de saturação dos centrosindustriais
tradicionais'
Entretanto'
não 6prováve1
que venha aser
alterado o predonínio da agropecuária'já
que este setor
tem hoje un peso.nuito forte'
Basta ver que a áreaconsidera-da detén hoie 67"" d.e toda a proôução agrícola do
território
pau-listar
ocupando dois terços de suasáreas de
cultivo'
onde osprincipais
gêneros produzidos são:caf6'
cana-de-açúcar'
nilho'
sojo, laranja'
arnendoin, aJ'godão'
arloze
trì-go'
A1árndisso'
en-contran-sea1i
70% das áreas de pastagem' 83% da produção de car-ne bovina, 53% da proclução de carne suínae
58% doleite
produzi-do ern São Pau1o, segundo o SEADE (I982) '
Tnd.us tT7'a
Na região o processo de industrialização acompanha
a atj.vidade produtiva predoninante ' que é a agropecuária' 0 per-fil da produção industrial i marc'rdo ' em primeiro lugar' pelo
gê-nero d.e produtos alinentares abrangenclo: beneficianento de atroz '
frigoríficos, óleos vegetais , entre outros ' Predoninarn as
indús-trias de pequeno e médìo Porte'
Nos clez últimos anos houve um notáve1 crescinento
destllarias
Si,stema Viário
Toda
a
ârea é entrecortada por rodovias pavimentadas segundo quatro eixos fundamentais:via
WashingtonLuis
(SP-310) '
viaMarech.alRondon(SP-300),viaComendadorJoãoRibeirodeBar-ros
(SP-294) evia
Raposo Tavares (SP-270) dispostas longitudinal-nente ao longo dos divisores de água, e por várias transversais (vicinais)
interligando as cidades.Destacam-se ainda, quatro inportantes
ferrovias:
Arafaquarense, Paulista e Sorocabana (pertencentes
ã
Ferrovias Paulista s.A. -
FEPASA) e Noroeste (pertencente ã Rede FerroviáriaFede-ral
S-A.-
R.F.F.S.A.) que são ¡narcohistórico de
de senvo lvirnen to da áre a.Mr¿io Ambt,ente e Saneamento Bá,sico
O equí1Íbrio. ambiental solo-água-vegetação
encontTa--se, na rnaior parte da á¡ea, en flanco estado de degradação motiva
do, principalnente, pelos seguj-ntes fatores: a redução, ao longo
das quatro últimas dãcadas , da âtea de vegetação natural a cerca de I0% da ãrea total: a grande predominância de áreas de pastoreio
(pastagen artificial) e de nonoculturas, caracterizando a unif orrnj. dade de cobertura vegetal que enpobrece o solo; a existênci.a de ex tensas faixas de sedinentos inconsolidados, vulneráveis ã erosão, acarTetando o fenômeno daS vOsSorocas e o progresSivo
assoreamen-to de córregos, rios e rePresas.
Segundo a "Caracterização dos Recursos Hídricos do
Estado de São Paulo" elaborada pelo DAEE (1984), cerca de 50? dos núc1eos urbanos da região são abastecídos pelas águas subterrâneas
3.2.
AsPectos FisiográficosHe Le ÐA
0 Planalto 0cidental' oncie predomlnarn os sedimen-tos do Grupo Bauru, abrange uma área de cerca de 50% do
territó-rio pauli.sta, ocupada por relevos rnonótonos de colinas e
norro-tes, dentre os quais se ciestacam as regiões acidentadas de Marí-lia-Garça-Echaporã' Monte Alto e Catanduva' forrnadas basj-canente por erosão diferenci'al que fez destacaren os rnaciços rochQsos de forte cirnentação carb onática '
orelevodaprovínciaÍro5traforteirnposiçãoes-trutural , sob controle de carnadas sub-horizontais ' con leve
cai-nento pafa oeste, fornando uma extensa plataforrna estrutural ex trenanente suavizada, nivelada em cotas próxinas a 500 netros ' atingindo rta foz do Paranapanema 247 netros de altitude '
Sua drenagen é organiz ada na maior parte por rios
conseqlientes, forrnados dentro dos linites da província' ou ainda
por cursos d'água tributários dos três principais rios paul j's-tas, o Paranapanema, o Tietê e o Grande ' Estes são os únicos
grandes ri'os que não se achan i'nteiTamente contidos no Planalto
Ocidental , tratando-se de primitivos conseqllentes. Essa drenagem nostïa um acentuado paralelismo de eixos alinhados para noroeste
e apresenta evidêncj-as de capturas em vários locais'
Hidz'ogtafia
A feição nais notável da rede hidrográfica 6 a distribuição sub-paralela dos principais rios que correm en di¡e ção oeste-noroeste, em sentido ã calha do rio Paraná' que é c ei xo coletor dessa drenagem' Esse sistemâ 6 constituÍdo essencial-mente pelos rios Grande, Turvo ' São José dos Douraclos ' Tietê'
A-guapeí, Peixe, Santo Anastácio e Paranapanema; nota-se que os
a-fluentes desses rios têm curso praticamente perpendicular em
-8-
-9-gem. Fugindo desse padrão orjginal' obseÏva-se no planalto de Gar
ça un sistena raclial de afluentes dos rios do Peixe e AguapeÍ 'pos sivelnente relacionada a uma anomalia estrutural'
Anplas planÍcies aluvíais foram desenvolvidas no haixo curso dos rios, próximo já de suas desembocaduras no rio Pa ranã, sen.do interessante se notar nos vales da região o seu
rápi-do assoreamento por depõsitos arenosos ' denunciando urna elevada
taxa de erosão dos solos '
SoLos
No
que
ciiz respeito aostipos
de solosI
a zorLae-col6gica "Arenito Bautu", segundo SETZER E PORTO (1979)
'
que coin cide corna
'atea de ocorrência do Grupo Bauru' apresenta dois gru-pos, a saber:-
soLos arenosos quase sen cinentocalcífero'
conteores de
argilas
inferiores
a 15% em 95% dosti
Pos ohservados e-
solos arenosos con cinento calcífero'
onde
10"ødos
tipos
observados apresentan teoresde
argi-la
entre 20%e
30%'A região nos domíníos do Planalto Ocidental sofre
influência¿osclimastropicais,cornalternãnciadeperíodosúmi-d.os e secos. A16n disso, sofre ainda influência dos climas
úni-dos, regidos pelas massas tropicais polares que atuan na porção oes te da Provínci a '
O clÍrna tropical- únido é carecterístico do
P1anal-to Ocidental marcado por inverno seco' telÌperatura mádia do mês mais frio superlor a l8sC, corn índices pluviornétricos^anltais
m6-dios (período 19'11-1975) inferiores a 1300 mn e ocorrência dos va
lores rnenores do Estado
- inferiores
a [1e80).As precipitações sazonais para a 'area de estudo
no donínio de abrangência do Planalto Ocidental poden ser exempli ficadas, grosseiramente, pelo hj.drograna da figura 2' que
lepresen-ta a nrédj-a nensal de oito postos pluviométricos' da rede do Cen-tro Tecnológico de Hidráu1ica - CTH para un período de 10 anos '
ou seja, de 1958 a 1968' segundo os boletins pluvionétricos
pu-blicados pelo DAEE-CTH (1970) '
Neste hidrograma pode-se notar que o perÍodo rnais
chuvoso compreende os meses de
janeiro,
fevereiro e março e o período mais seco ocorre em junho, j ulho e agosto'
-10-1200
nn,
segundo SETZERSegundo SETZER & PORTO (1979) a zoÍLa ecológi-ca "A
renito Bauru" (AB) , que coincide com a área de ocorrência do Gru po Baurù, apresenta dois tipos principais de clina: o clima mais quente e úrnido (ABq) na porção entre o rio Aguapeí e o ri"o
Gran-de e o c1i¡na menos quente e nais seco (ABf) na porção entle o
rio Aguapeí e o rio ParanaPanema'
Veg e taç ão
A cobertura vegetal natural exj'stente correspon-de a l0% da á¡ea total da região' aplesentando algumas
varia-ções quanto ã predoninância de tipos de vegetação' Desse modo're
cobrindo a região, a mata ocupa 2'6% da á¡ea total' a capoeira 2,9 "0 , o cerradão 0.5%, o cerrado 3'5% e o campo cerrado 0'5%'Não
Ne Ordern Posto aa_10
++ I
445
86 -34451
c6-03452
c6-23449
c7-0 145
6
D6 -18454
C5-43444
86-30Local
P ano r arna
Nlpoa
Us. Avanhandava
Julio Mesquita
Us. Quati ara Garça
ParaÍso
Palestina
-11-Período (ano .a ano)
1958
-
19ó81959
-
19681958
-
1968 1958-
1968 1958-
l9ó81958
-
1968 1962-
19681958
-
1968CH UVAS
Figura 2 !lédi as ùlensais de Chuvas
1968, segr,rndo os holetins lo D.\EE- C'lLI ( l-9 i0 ) .
(em mm) do Período de 1958
pluviométricos Pub li cados
a
CAPÍTULO
II
-LZ-1. GEOLOGIA
1.1. Considerações Gerais sobre a Evolução da Sedinentação Bau ru
O ernbasarnento do pacote de sedirnentos cretácicos
do Grupo Bauru á constituído por derrames de rochas basálticas da Forrnação Serra Geral , que cobren extensa área da Bacia do Paraná'
EsseembasanentoapresentaÎelevoprofrrndarnenteirTegular,origi-nado por intensa erosão sobre rochas básicas, aliada ã disposição
i.rregular dos topos dos derrames e a novimentos tectônicos '
Corn a deposição da Forrnação Caiuá in j'cia-se a "se-di.mentação Bauru", que de forrna progressiva e transicional '
pro-gride tanto veTtical como lateralnente. sucedern ao "Arenito
ca-iuá" os sedinentos das Formações Santo Anastácio, Adarnantina e Ma
rília, esta no topo da unidade. A distribuição espacial dessas
fornaçõès sugere embaciamento inicial com centTo de subsídência
localizado, a grosso modo, na região do Pontal do Paranapanema'na
extremidade noroeste do Arco de Pont.a Grossa, segundo LANDIM q
SOARES (19 76) .
0s sedinentos do Grupo Bauru não apresentam evidên
cias que conduzan ã hipótese de intensa subsidência da bacia' nas
sin de sÍtj.os deposicionais adj acentes a arcos narginais ' segr"rndo
SUGUIO et 41. (Ig77). Nesse contexto tem-se a sedirnentação Caiuá' en discordância erosiva sobre os basaltos, com facies fluvial e
eórica.
-11-Progressivamente ocorre a migração do eixo de
sub-sidênc;a oa bacia Bauru para nordeste, e de fo¡ma transicional ^i
arenitos da Forrnação Caiuá passam para os depósitos de ambiente
fluvial neandrante a transicional para anastonosado, essencialmen te arenoso da Forrnaçäo Santo Alastácio, segundo SOARIS et al '
(le7e).
estenclendo-
-14-para a16rn dos linites das unidades sotopostas ' principalnente pa ra nordeste, processa-se a sedimentação da Forrnação Adamantina' em a¡nbiente f1úvio-lacustTe bastante organizado'
Interdigitando-se com as paltes superiores da For-mação Adanantina, ocorre a Forrnação Marília' A sedimentação
des-ta forrnação desenvolveu-se en leques aluviais ' característicos
de regirnes torrenciais, durante a instalação progressiva de c1i-rna seni-árido, o qual propiciou a cirnentação dos detritos por carbonatos tipo caliche segundo SUGUiO et al' (L977) - SUGUIO Ê
BARCELLOS (1983) passan a utilizar o teÍmo calcrete para
desig-nar o terno caliche aqui referido'
1.2. Estratigrafia e Litologias dc Grupo Bauru
Os napeamentos geológicos regionais do oeste do Es
tado de são PauLo, realizados a partil de 1975' pernitiram una
melhor definição da estratigr-afia dos depósítos suprabasálticos' Neste ttabalho, adotOu-se a subdivisão do Grupo Bauru nas for¡na
çóes Caiuá, Santo Anastácio, Adarnantina e Marí1ia' representada
na figura 3 (1PT, 1981).
Eormaeão Caiuá
IVEZZALIP'A E ARRUDA (1965) fizeram o seguinte
histó-ri.co dos prineiros estudos da Formação Caiuá: "Coube ao geó1ogo
norte-anericano CLIESTER W. IVASHBURNE (1929) a descrição' pela
prineira vez, d.o "arenito Cayuâ" ' Enbora a denominação fosse da-:
da por esse autor, a ocorrência de arenitos supra-basálticos no
vale do rio Paraná já havia sido notada por BAKER (1923) que ' po
rém, os considerou c1e origem deltáica' idade provavelmente
ter-ciâ'r:.a e confi-nados à calha do Paraná' \¡ários autores estudaran
a Formação Caiuá, nerecendo dest¿lque os clue seguem: 0PPENHEIM
(1934), BARBOSA (le38), MOR.AES REGO (1936' l94r) ' ivlAACK (r94rl '
rå575
I
l-zzor.s
MAPA DE OISTRIBUIçÃO DO GRUPO BAURU À¡O
ESTADO DE SAO PAULO
ffit-.",uot"'u-
--..,,fl ¡o.mocao ¡ømonr,no I flIflllil .--** son,o anos,<jcþ f J
-
Formoc6o coiuó __ J
ffi]
r*..c;. se-" oe.or-;ìï Con,olo srmPlrf¡codo oo 6rupo BoÙ'u øn rochos tX'
hÍ¡ili¿ôs do Fornocoo Sôro Ge.ol
¡ Cidods
t'¡OIA EXPLICATIVA
Mopo eìobo.odo d Portr. do moPo geoìdgrco do IPf
-16-ção de $JASHBURNE (f929) ' 6 constituído por arenitos de grãos
fí-nos, eõ1íco, uniforme, de cor vermelha escura na parte inferior e rosa na superior: exibe ainda, estratifícação cruzada e não pos sui seixos ou nateriais argilosos' Caracteriza-se' ainda' pela au sência de cimento calcífero, de silicificação e de fósseis 'SCORZA (1952) cornplernentou essa descrição dando a cornposição
rnineralõgj'-ca e assinalando a presença de argila e ' ocasional¡nente ' de cinen to calcífero".
BÕSIO q LANDIM (1971) citados por LANDIM 6 SOARES
(1976), nun estudo sedinentológico prelininar sobre a Formação Ca iuã cornparando seus arenitos com arenitos de idade neo- cenozóico
da região do Pontal do Paranapanena' de Rio Claro e de Casabranca -Mococa apoiaran o trabalho de BAKER (1923) ' Nesse mesno sentido '
LANDIM E FÛLFARO t1971) constatando a ârea de distribuição do que j ulgaran ser a Fornação Caiuã no noroeste do Estado' do Paraná'
a-presentaram una nota sobre a sua genese '
SALAMUN I et a1' (1981) citan que en 'decorrência
das obse¡vações de canpo' relativas ãs estruturas sedimentares
singenéticas encontradas, conclui-se que o ambiente de deposição
ôa Forrnação Caj-uá é subaquático' O modelo que nelhor se adapta ao
pacote sedirnentar estudado é o de rios dirigindo-se no rurno geral
leste-oeste, para un corpo de água parada' ou seja' anb'iente
f1ú-vi o-de 1tái co .
RICCOMINI et a1' t198f) en trabalho realizado no noroeste do Paranâ, apresentam vãrias evidências que sugeTeln que
a porção basal da Forrnação Caiuá originou-se em anbiente aquoso e
que a sua porção superior originou-se en ambiente ora eó1ico' ora
aquoso.
Segundo o I?T (f 981-) a Fornação Caiuá é
constltuí-da essencial-nente de arenitos e representa o j-nício da deposição
do Grupo Bauru, em urn embaciamento ainda restrito' sobrepondo- se
ìs cruptives Je [ormação Serra Ceral' Sua áree de ocorrâncie no
-L7 -estendendo-se paTa norte por una estreita faixa na na1.gen esqueT
da do rio P aranâ, tnapeáve1 até a confluência con o río do
Pei-xe. Ten continuidade pelos estados do Paraná e llato Grosso do Sul, Nos afloramentos existentes no Estado de São Paulo' a
Forrna-ção Caiuá caracteriza-se por apresentar notãve1 unifornidade lito i6ui.t. E constituída, p re dorninan temen te ' por arenitos de colora-ção arroxeada com narcante estratificação cruzada de grande pol-te, tangencial na base, de granulação flna a ¡nédia ' ben seleciona dos ao longo da nesrna lârnina ou estTato' com grãos arredondados a
suh arre dondados . À composição dos arenitos apresenta quartzo '
feldspatos, calcedônia e opacos, definindo tipos quartzosos ' oca-sionalrnente corn caráter subarcosi'ano' É rnuito comun ocolrer peque
na quantidade de natri z fina' enquanto s6 ocasionalmente se apre-senta con cinento carbonático ou silicoso'
A espessura náxina conhe ci da Estado de São Paulo
é de cerca de
200 metrossegundo LANDIM q SOARES (1976) e ALMEIDA et Formação Santo Anas tácio
Segundo LANDIM q SOARES (f976) sucede a Formação Caiuá u¡n pacote de arenitos de origem fluvial ' com espessura máxi rna de 80 netïos, con seleção regular, boa rnaturidade textural e rnineralógica, exibindo características cíclicas de deposição con alternância de depósitos de canal e de transbordamento ' passando para arenitos imaturos ' Pelas suas calacterísti-cas pode-se
afir-nar que se trata de uma facies de transição entTe a Fornação
Ca-iuá, que lhe é sotoposta e a "Formação Bauru" situada acirna' A es
sa facies é dada a denorninação de "Santo Anastácio", pois ao lon go do rio Santo Anastácio 6 clue ela foí perfeitanen:¿ constatada'
mostrando alérn de suas câÎacterísticas ' o seu relacionanento coln
a Formação Cai uá.
SOARES et al' (1979) ' estendem a área de
ocorrên-cia dos ternos litológicos englobados sob a denominação "Santo A-nastãcio'' por uma grande porção do extremo oeste do Estado de São
do arenito
Caíuá
no,
no Morrodo
Di-abo
-18-Paulo, tal como representado pelo trabalho do DAEE (1979) ' Confor me redefinição proposta pelos autores ' o terno "Santo Anastácio "
englobaria litologias anteriormente já descritas ern vári'os traba thos: "litofacies arenitos vermelhos" de BRANDT NETO [1977) e os arenitos cor vinho de "litofacies Araçatuba" de suGUIO et al'
(Ls77).
A partir de rnapearnentos regionais ' abrangendo o
oeste do Estado do Paraná e o sudoeste do Mato Grosso do Su1 '
STEIN et a1' (1979) propõem a passagen do anteriornènte
denomina-cio "rnembro" ou "facies Santo Anastácio" para a categolia de forrna
ção. Estes autores justificarn a proposição con base na vasta dis-tribuição em área dos terrnos litológicos característicos desta
u-nid.ade, e na sua posição estratigráfica bem definida ' entre os "arenitos Caiuá e Adamantina"' Mais recentemen'te a ruridade Santo
Anastácio foi de finj- tivamen te consagrada cono una fornação indivi
ðuairrzada, pertencente ao Grupo Bauru ' situada estratigrafica¡nente
entre as f orrnações Caiuá e Adanantina ' segr'ndo SOARES et al' (1980) '
ALMEIDA et al. (1980) e ALMEIDA et al' (1981) '
' Segundo o IPT ( l9 8l) os arenitos desta forrnação a
florarn en áreas que acoÌnpanham as cotas nais baixas dos vales dos afluentes do rio Paraná, no oeste do Estado' Ern subsuperfície ' 1i tologj-as atrìbuÍveis ã Fornação Santo Anastácio estendern-se para 1este, até a região de Paraguaçu Paulista' e para norte ' até o di
vi-sor entre os ríos São José dos Dourados e Grande ' i'ndicando transgressão sobre o ernbaciamento Caiuá' Encontra-se o arenito
Santo Anastácio j azendo ora sobre o arenito Cai'uá ' ora recobrindo diTetamente o ernb as ament o basáltico'
Ainda seq"'do o IPT (f981) ' a litologia nais carac terÍstica rla Forrnação SanLo Anastácio 6 representada por arenitos marrom-avernelhados a arroxeados ' de granulação fina e nédia'
se-leção geralmente legular a ruirn' com grãos arredondad'os a subarre
preser-
-19-vados, As estruturas sedimentares observadas são muito pouco
pro-nunciadas. predominam bancos maciços com espessuras mátricas e de cimétricas, ocorrendo tanbém incipiente estratificação plano-para
lela ou cruzada.
lotmação Adamantina
A Formação Adanantina ê a de
ção aflorante dentre as fornações do Grupo
A Fornação Adanantina foi formalmente proposta por SOARES et al. (1980) como denominação a um conjunto de facies cu-j a principal característica é a presença de bancos de arenit'os com espessura variando entre 2 e z0 metros, de granulação fina a
muito fina, cor rósea a castanha, portando estratificação cTuza-da, alternados com bancos de lanitos, siltitos e arenitos
laníti-CoS, de cor castanho-avernelhad,a a cinza-castanho, naciços ou com acamamento plano-parale1o grosseiro, freqtlentemente com marcas de onda e micro-estratificação cruzada'
As principais características distintivas entre a
Formação Santo Anastácio e a Formação Adarnantina são a textura' a composição nineralógica e as estruturas sedinentares' De maneira
geral, os depóst-ros da Formação Adanantina são mais bem seleciona
dos, mais finos, freqllentemente apresentam mica e mais raramente
feldspato, e opacos, e exibem grande variedade de estruturas sedi
mentares (ll,ttgIDA et â1. , 19 80 ) . Es tas características indi-can
maior maturidade textural e mineralógi-ca, bem como ãreas-fonte de
sed.imentos d,iferenciada para a Fornação Adamantina, €il relação ã Formação S.anto Anastácio, e tanbén deposição em um sistema flúvio
-lacustre nais orga''::ado que aquele do arenito sotoposto'
Os depósitos da Fornação Adanantina apresentam algu
mas variações regionais que tên determinado a adoção de
denomina-ções infornais como membros, facies, litofacies, ou unidades de
mapeamento, para d.esignar conjuntos lito1ógicos com
característi-cas distintas. Estas propostas de subdivisões vem Sendo apTesenta
-20-das para os depósitos denominados "Bauru" ' correspondentes ã For
rnação Adamantina' Na rnaíoria dos casos ' entretanto ' as
subdivi-sões propostas adaptam-se rnelhor a vari'ações 1i-tológicas rnais ou nenos 1ocal izaðas, não havendo ainda um consenso a respeito de una subdivisão que possa ser aceita regionalmente ' para a Forrna-ção Adanantina como um todo' Dentre os trabalhos com mapeanentos faciol6gicos destacam-se, entre outros, os de: MEZZALIRA (1974) '
DAEE (1976), SUGUIO et 41. (Ig77), SOARES et a1' (1979) ' STEIN et a1- (r979) e BARCHA (rs80) '
As naiores espessulas da Forrnação Adamantina ocor rem geralmente nas porções ocidentaj's dos espigões entÌe os gran
des rios. Atinge 160 metros entre os rios São José 'dos Dourados e Peixe, 190 rnetros entre os rios Santo Anastácio e Paranapane-na, e 100 a 150 netros entre os rios Peixe e Turvo '
adelgaçando-.-se dessas regiões em ôireção a leste e nordes te segr'rndo SOARES
et al. ('19 80 ) .
Fornação MaYíL ia
A Fornação Marí1ia ocorre na porção centro-sul do
Estado de São Pau1o, entre os m6dios vales dos rios Tietê e Para napanema e na região de Monte Alto' Tên ocorrência restrita rela
tivamente às dernais formações do Grupo Bauru, sendo que a linha
de contato desenha urn intrincado recorte, resLlltante da erosão ao longo da drenagen principal. Nas regiões de Marí1ia e
Echapo-rã sustenta escarpas características, con at6 pouco nais de uma centena de metros de desníve1, encirnadas por uma superfície a-plainada denomina<1a Planaj-to de Marí1ia-Garça-Echaporã ou
sim-plesrnente Planalto de Marília' A Fornação lufarí1ia depositou-se
en ":, enbacianento localizado desenvolvido ao térnino da deposi-ção Bauru, en situação parcialnente marginal ' repousando
geral-mente sohTe a Formação Ada¡nantina, e, rnais para leste' diretaneq
te sohre os basaltos cla Fornação Serra Geral'
Segundo SOARES et a1' (1980) a Formação lufaríiía e
-2r-com grãos angulosos, teor de natriz variável ' seleção pobre '
ri-cos en felspatos, ninerais pesados e ninerais instáveis; ocorren
em bancos con espessura média entre L e 2 metros ' naciços ou con
acananento incipiente subparalelo e descontínuo ' raranente apre-sentando estratificação cruzada de nédio porte' com seixos concen
trados nos estratos cruzados; raras camadas descontínuas de
lani-tos vermelhos e calcário são encontradas ' A espessura rnáxima da Formação Marília, no espigão Garça-Marí1ia é de 180 netros '
l.3.CaracterísticasSedinentológicaseMineralógicas
os estudos sedinentológicos e mineralógicos do Gru po Bauru e d'os solos derir¡ados de suas rochas ' ten sido
xeaTlza-dos na rnaioria das vezes ' en pequenas áreas de seu donínio'
Segundo FREITAS (f955) a 'cornposição mineralógica com hase en 118 amostras analisadas da "Série Bauru" 6 a seguin-te: quartzo, nenos de 85%; feldspato ' menos de 5%; pesados ' menos de 1%; opacos, menos ð'e Ie"i carbonato de cá1cio' nenos de 58% e
argila, nenos de 70%.
PAIVA NETTO q NASCIMENTO (1957) 'em estudos dos mine
rais de argila dos solos do "tipo Bauru" do Estado de São Paulo'
em duas anostras colhidas a 3 netros de profundidade ern um corte da rod.ovia entre Assis e Marília, constataran a presença de nont-norilonita na fração argila e teceren algurnas considerações sobre a gênese da atalpugita e paligorsquita' Os teores nr6dios
porcen-,,]ui, pot" IvlgO, CaO, KrO e NaZO encontrados para as frações limo e argila f orarn, t",p"tiit'utenie: 6 '57"'" ' I'l%' 0'85% e 0 '22"'" '
ARID (1967) analisando oito anostras de arenitos
c1a "Formação Bauru" da região norte-ocidental do Estado de São paulo veríficou que os teores de MgO, cao, Naro e KrO possuem' as seguìntes porcentagens médias ' respectivanente: 1' 80% ' 3'67e¡ '
0.77e^ e 1.85,¡.
-22-con base em Z7 anostÌas analisadas que a porcentagern dos minerais
pesadostransparentesobedeceaseguinteordern:zirconitalS%;es taurolita e cianita 1-7e"; gtanada, turmalina e augita I4"ø; horn-blenda 5% e bi.otita 1%. os mínerais leves são conpostos de quart-zo, con 80% a g5% nos aïenitos e 63% a 90% nos arenitos sílticos; plagioclãsio con 3% a I4q"; rnicroclínio 1%; muscovi ta leo; argila
1% a 10%, excepcionalnente 21so e calce dônia 2e" '
SUGUIO i1973) estudando os dados de conposição quí mica de amostfas de "calcárj.os da Formação Bauru" na região oeste
do Estado de São Paulo reveloll que os teores nédios'para MgO, CaO
e K2o (para um total de dezessete anostras) são Tespectivanente I
2.86"a , 40 ,lze" e 0 .28"¡ .
Segr:ndo COIMBRA (1976) o Grupo Bauru apresenta
grande h-onogeneidade .litol6gica, sendo constituÍdo principalnente de arenitos finos a nuito finos, argilosos e/ou carbonáticos nui-to pohrernente a pobremente selecionados- Para urn total de 147 a-nostras analisadas, a conparação das freqllências relativas de ni-nerais pesados transparentes não rnj-cãceos ern duas classes granulo n6tricas revelou que alguns minerais, cono zircão, rutilo, an
atã'-sio, perowskita e apatita, apresentan freqtlênclas relativas mais altas na fração 0.125-0.062 nn, enquanto turrnalina, granada, augi
ta, estaurolita e cianita apresentan freql-têncj-as Ìnais altas na fração 0.250 - 0.125 mrn,
BRANDT NETO (1977) estudando a região entre as
ci-dades de Araçatuba e Penápolis, no baixo Tietê, observou (en 38
amostras) que as freqtlências de ocorrência de nineraís pesados
nostram que a tuïmalina e a estaurolita (frações correspondentes
a areia fina e areia muito fina) e ainda granada (fração areia fi
na), zircão e rutilo (fração areia muito fina) estão presen:es na totalidade das arnostras analisadas da Fornação Adanantína. A
aná-lise da freqllência média indicou que o resíduo pesado é essencial
mente constltuÍ¿o por turTnalina, estaurolita, granada e zircão (frações areia fina e areia muito flna) e ainda perowsk j,ta e ruti 1o apenas na fração areia fina. A calcinetria efetuada apresentoLr
de teor carbonático'
LEPSCH et 41. (I977) estudararn ci-nco perfis de
so-l-os derivados de roch.as da "Forrnação Bauru" no Planalto de Echapo
rã, situado no sudoeste do planalto Ocidental' Nas superfícies de erosão mais recentes, existem solos litossõlicos onde nuitas ve-zes o arenito con cimento calcário está exposto e nele foran
en-contrados argiloninerais paligorsquita (tanbém chamado atapulgi-ta) e nontomorilonita. Segundo este autor,"a atapulgita ten sido
encontrada en sol,os pouco desenvolvj"dos, derivados de naterial ri
co en carbonato de cá1cio, en regiôes áridas ou semi-áridas ' onde o internperismo quÍmico 6 menos intenso (MILIOT, 1970) ' En regiões
quentes e únidas e1a se internperi-za rapidarnente, transformando-se prineiro, ao que palece, em montnorilonita (MILLOT ' 1970)' A ar-gila do "arenito Bauru", foi encontrada, como constituída essenci
alnente de atapulgita e montmorí1onita, a exemplo do que foi rela tado anteriormente por PAIVA NETTO & NASCIMENTO (1957)".0s teores de Mgo relativanente elevados na argila do "arenj.to Bauru" e hori
zonte C dos so1os, são explicávej.s pela presença de argilonine-rais atapulgita, montnorilonita e clorita que possuen este cátion
em suas estTuturas. os argilorninerais intemperizarn-se quinicamen-te, liberando nagnésio, potássio e silício'
Segundo o DAEE (1979) para a área do extreno oeste paulista a maioria dos sedimentos (2L4 arnostras foram
analisa-das)doGrupoBauruéconstituídadearenitossíltícos(44.2"0)a
arenj.tos (34.7""), perfazendo juntos 78'ge"' Quanto à distribuição
granulornétrica por Êornações, tern-se o seguinte: nas Forrnações Santo A¡astácio e Adanantj.na (parte inferj-or), predorninarn
areni-tos (41.7%) sobre arenitos sílticos (33'4'"), residindo aí a maior diferença en relação a todo o Grupo Bauru; n" Forrnação
Adamanti-na, preciorninan arenitos síl-ticos (44 '9 %) sobre arenj-to:; (35' 1 %) '
indicando uma tendência próxina a todo o Grupo Bau¡u e na
Forma-ção NIarília, predoninam os arenitos (45'2?) sobre os arenitos sí1 ti cos (41.9%).
regiões. 0s teoÍes n6dios para MgO
e
CaO' 6,92q" e 0.84%.BRANDT NETO (r984) e BRANDT NETO et al' (1985)
ve-rificararn que os argilominerais do Grupo Bauru na região
centro-norte do Estado, variam qualitativamente e quantitativamente na
seqllência vertical. A partir da base da Forrnação Adamantina tem
--se, em pri-rneiro lugar, as caulinitas degradadas e' subsidiaria-mente, en quantióades rnuito pequenas, as montmorilonitas (detríti cas) de bordo arqueados. Para o topo desta fornação ' ocorre inver são d,os teores, passando a predorninar montTnorilonitas e diminuir '
até o desaparecirnento, as citadas caulinitas ' Já no topo da For-mação Adamantina, corn o increlnento dos níveis de arenitos mais
carhonäticos (nodulares), desaparecem totalnente as caulinitas '
passando a ocorrer, ern associação con o cimento carbonático ' o ar gilornineral pali.gorsquita. Este argilonineral de ocorrência ainda tínida nesses nÍveis está tanb6n associado ãs nontnori.lonitas. Nos
níveis sÍlticos da Forrnação A<larnantina, não 6 notada a oco¡rência
nemdecaulinita,nerndepaligorsquita,ocorrendor¡nicarnentemont morilonita na fração argila. Nos arenitos da Forrnação Marí1ia
no-ta-se a ocorrência de montmorilonitas , associadas agora a naiores quantidades d.e paligorsquita; não foi encontlado nas anostras des
ta forrnação, o argilornineral caulinita'
SILVA q DEL MONTE (1987), estudando a
possibilida-de da niner alizaçáo de tlona (rnineral de origern evaporítica não
rnarinha constituÍd.o essencialmente por carbonatos e bicarbonatos
de sódio) na Bacia Seclimentar do Paraná, apontam o Grupo Bauru co
no uma "unidade lítica favoráve1 ã mineração de trona" (este mine ral heneficiado fornece o carbonato de sódj.o concentrado ' sendo comercialnente denominados de soda ash, barrilha ou carbonato neu
tro; a soda ash tem a sua pri'lcipal apl:'cacão na irdústria de vi-d.ro e entre várias outï-as como na indústria quinica e metalúrgi-ca). Este evaporitos continentais quando precipitados a partir de
salrnouras lagunares ("p1aya - 1ake") produzem uma sucessão de lei tos salinos separaclos por seclimentos terrígenos ' 0 zoneamento mi
neralógico en complexo "p1aya - lake" baseado no estudo da Forma-ção Green River (Ca1ifórnia) revela clue a seqtlência dos ninerais
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-evaporíti(los a partir da margem para o centro da bacia é: Ca' Ca e Mg, Ca e Na, e Na. Ainda segunclo estes autores ' deve-se
abs-trair o fator idade para a mineralização de trona no Grupo Bau-ru, pois os depósitos e ocorrências de trona conhecidas são de idades terciária e pleistocênica; depósitos de trona pré-terciá-rios são desconhecidos '
BRANDT NETO et a1' (1987) identifican na Formação
Adanantina o rnineral- analcina, at6 então estlanho ao séquito mi-neralógico dos sedirnentos do Grupo Bauru, en amostras
provenien-tes de uma sondagem efetuada na cidade de Macedôni a, a 20 quilõ-rnetrosda cidade de Fernandópolis - SP' As 32 anostras submetidas ã difração cle raios X identificaram o nineral cono sendo un sili cato hidratado de cál.cio e/ou sódio e alumínio correspondente a
wairakita [terTnos nais cálcicos) e analcina (ternos maj's
sódi-cos). A analcirna apresenta-se localizada no cimento dos sedimen-tos, associada a argilo-ninerais esmectíticos ' A hipótese mais viável., levantada por estes autores, é a de que a analcina seria oriunda da possíve1 existência de hidroterrnalismo ' enriquecido en soluções s6dicas, tendo cono suporte o nagmatísrno sõdico asso
ciado ã Fornação Adanantina (Aparecida do Monte Alto' Taiuva e
Pirangi). Este mineral foi encontrado nas anostlas localizadas
na porÇão inferior desta forrnação.
1.4. Lavas Alcalinas Analcíniticas Associadas ao Grupo Bauru
COUTINHO et al. (1982) estudando a â'tea
delinj'ta-da a grosso rnodo, pelas cidades de Jaboticabal , Aparecida do Moq
te A1to, Taiuva e Pirangi detectaran a ocorrência de lavas anal-clmíticas ocupando urna área mínima de 100 knZ soterradas sob
are-nitos, As ¿,,ruostras da jntrusão de analcina tinguaito de Jabotíca bal apresentarn a seguinre constitr.,ição nineralógica: nefelina,sa
nidj.na, Na-augita e analcina cono essenciais; Ti-augita, magneti
ta, esfeno e enigrnatita, como acessórios relativamente
26 -Ainda segundo estes autores ' as anostras de
analci-mitos de Aparecicia do Monte A1to, Taiuva e Piranji, aplesentam o
analcirna como o nineral f6lsico quase exclusivo ' formando mais
da metade da roch.a- En relação ã intrusiva de Jaboticabal ' as
la-vas analcimíticas apîesentam ainda outros pontos de distinção:são
mais ricas ern piroxônios (no caso una augita titanífera e não s6di ca) ; aumenta significativanente a quantidade de rnagnetita e
pero-wskita; diminue drasticarnente a proporção de esfeno e desaparecem juntanente con sanidina, enigmatita' acessõrj-os zirconíferos e Na -anfib61io, além de natrolita' Os teores nédios porcentuais encon
trados para estas rochas para MgO, CaO' NarO e KrO foran respecti
vamente: 5.09%, 8.I7eo, 6'00% e 2'3?""'
2. GEOMORFOLOGIA
AB'SABER (f954) citado por Queiroz Neto (1977) 'ao a
presentar um quadro geral da evolução geornorfológica do Estado de São Paulo, d.efiniu o Planalto Ocidental como una grancie porção es
culpida por processos erosivos a partir do C¡etãceo e sôbretudo a
pós o soerguinento da região' Teria havido uma superirnposição ge-neralizada da rede de drenagern que ' a partir do Planalto
Atlânti-.o, etcu,rol, a Depressão Periférica e deu origern as escarpas de
cìlestas que constituen os bordos orientais do Planalto'
AB'SABER (1956) descreve as cuestas arenítico-basá1
ticas cono sendo os únicos acidentes de naior saliência no dorso
ondular do Pl-analto Meridional ern São Paulo' Tratarn-se de sinuo-sas e descontínuas linhas de escarpas esculpidas en estlutuf'as no noclinais e seccionadas epigenicamente por grandes cursos
conse-qllentes, procedentes dos rebordos intelnos dos rnaciços antigos do
plana] r^ At1ântico (contrafortes ocidentais da Mantiqueira'
con-fins orientais da regì'ão de São Paulo e al-tos continentais da Ser
ra de Paranapiacaba). Essas cuestas formarn un grande alinhamento irregular e descontínuo na porção centTo-ocidenta'L do Estado' de norte para sudoeste, conservando-se a uma dj'stância média de 200-250 quilônetros da costa. Os fTontes escarpados e altanente
inclina-se suavenente para noroeste '
ra1 Cas estruturas nesozóicas para a
ALMEIDA (1964) descreve o Planalto 0cidental coÌno
a região cìue se estende pata noToeste das cuestas basá1ticas, a
païtir de um ressaLto topogïáfico que se destaca do reverso da
cuesta interna. Suas rnaiores altitudes, encontradas neste tessal-to, alcançam cerca de 740 netÌos. Ao deixar o Estado' junto ã foz
do rio Paranapanenia, o rio Paranâ tem cerca de 247 netros de alti
tud.e. Mostra-se a província, c1e rnodo geral ' cono uma sucessão de
canpos ondulados, de relevo extremamente suavizado, rnuito favorá
vel ãs atividades agrícolas e ao traçado das vias de cornunicação.
confinada entTe os linites estaduais, que se desenvolvem pelos rios Paranapanena, Paraná e Giande, finda a sudeste a província nurna linha que partind.o do rio Grande, da foz do rio Pardo, segue
pela horda ocidental da bacia deste últino, passando por Barretos
'
Colina e Bebedouro para ganhar as faldas da Serra de Jaboticabal '
continuando-se por eles atá as nascentes do ribeirão dos Porcos' Aí se volta para oesie, seguíndo pela borcla norte da bacia -deste
ú1tino, e após contornar pelo ocidente os ri-beirões das Palmeiras e Espírito Santo, alcança o Tietê na corredeira Arranca Rabo'
ARAÚJO FTLFIO E AB'SABER (1969) estudando a regiãò
.le Marília descrevem que o aglornerado urb.ano desta cidade e a
pe-quena rede de cj.dades que gravitam em torno de1e, localizam-se ern
urn dos setores tabuliforrnes relativamente ben i-ndividualizado, do
grande Planalto Ociental, a 400-500 kn de dlstãncia da cidade de São Paulo, na direção oeste. Trata-se de urn retalho dos alti-p1a-nos centro-ocj.dentais do territóri"o paulista, mantido por
areni-tos cretácicos, col0cado além do reverso imediato da cuesta arení tico-basáltica regional [Serra de Botucatu e suas imediações) ' Na
realidade , a ârea geológica e topográfica onde se desenvolveu a
região de ìvla1. í1ia, constitui un dos setores residuaís das carnadas
cretácicas, as quais certanente tiveram naj-or extensão e espessu-ra no conj unto dos planaltos interíores do território paulista'
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-acornp anhando o nergulho
ge-calha do P ar aná.
O IPT (f98f) diferencia trôs zonas no Pl-analto
cidental(figura 4) , que corresponclem aos PLanaltos de Maríli'a
ttr tNa s
GERAIS
+
.b paaauÁLEGENDA
PLANALfO OCIDENTAL
ZONAS
I - Plonollo de Nlorllìo
2- Plonollo de Colonduvo 3 - Plonollo d; illonte Allo
4- Areos Indivisqs
Figura ¿i
+""
Divisão Ge omo rfo Ló gi c a
de São Paulo, segundo o
ESCALA
o 20 40 €O æx'
clo Planalto 0cidental do Estado
tanduva e lvlonte A1to, pernanecendo a maior parte desta província
indivisa. O relevo d.es ta província mostra forte imposição
estru-tural, sob controle de carnadas sub-horizontais, com leve
caimen-to para oeste, fornando uma extensa plataforma estrutulal nivela
da ern cotas próxirnas a 500 rnetros, atingindo na foz do rio Para-napanena 247 metros de altitude. Ern neio a este relevo suave,des tacam-se platôs res j-duais, sustentados por rochas a¡eníticas do Grupo Bauru con forte cimentação carbonática.
3. HIDROGEOLOGIA
3.1.
Geonetria do Sistena Aquífero BauruDo ponto de
vista
hidrogeológico (DAEE L974, 1976e
1979), o pacote de sedi¡nentos cretácicos que constituem osis-tena aquÍfero Bauru comporta-se como utn sistena
aquífero
li"vrepoï
toda a sua extensão e está assentado sobre urnsubstrato
in-perneáve1 formado pelos derranes basãlticos da Fornação Serra Ge
ra1,
que é bastanteirregular,
Tesultantetanto de
falhanentos corno de un cj.c1o erosivo pr6-deposição Bauru. Afigura 5
mostraa configuração espacial do topo deste substrato basá1tico (DAEE,
1986). A tendência geral de cairnento deste substrato
6
de leste para oeste, ouseja,
da borda para o centro da bacia, De un rnodogeral,
a configuração espacial .do substrato basá1tico exibj-da nes te trabalho é senelhante à apresentada por SANTORO 6(1e8s).
Ainda segundo o DAEE (1974, 1976 e 1979) a espessura s aturada dos arenitos do Grupo Bauru varia, na naior parte de sua área de ocorrência, de 100 a 150 netros. A variacão da espessuïa
satL:ì ¿ua (tigura 6) revela que existe un duplo cr.lntrole:em primei-ro 1ugar, a norfologia de superfície, c¡ue impõe contTole dominan te, e, em segundo 1ugar, a morfologia do substrato basã1tico. O
controle da topografia na possança do aquífero, a nível regional , dã-se da scguinte Iorme: ¡rensverslrlmente aos rios principais, na
direcão NE-StV, as espessLtïas variam em "ondulações", adelgaçant1o
-se nos va1es, com valores de 50 metros e atingindo, nos espigões ou divisores c.le ágr-rl . vllores df, ordem d.e 200 oretros. ),ia direção
'rìaÌ5.1-Eou
¡5675
I
MAPA OE ISó8ATAS OA FORÀ,TÂç.ÃO SERRA G€RAL
LEGENDA
l*'/ tøooro
,--S_,, lóÈ.lo rnlêrido do topo do Fo.ñoéo Sqro c€rcl
^ ¡-1 Cõñ¡otÒ:'mplrrrcodo do Grupo Bourù com ro
-çt';
c^os boso¡rtros oo Formocóo se¡ro cerol
NOTÀ EXPLICATIVA
t\,lopo o¡oÈo.odo @n bose em dolos de poços d€ ó9llo
(oAEE -SAaESP) o¡loplodo do DAEE (1.946), ôo '
Bos€ Gel<jgico, esøro I 2SOql, cMP¡lodo o portú'
de oesle, puÞlicodc pelo OAEE / UNESP - lnslrrúlo de
Geoc,êrarcs e Crêñcll)s Exolos,I946
5Z3O' 6 4A"OO de ¡ongilo-ZCfoO' s 23"00' de '
REA NO ESTAOO
ESCALA
ãJrm o iÐ 4) 60 æ rco l2olm
5sg¡f: . l*¿ :Þc-¿ !.¡
I
u/,y4,s
ZONEAMENTO DA ESPESSURA SATURADA DO
SISIEMA AOTJIFERO SAIJRU
lsô¡ìñho do esp€ssurc solÙrodo €m m€lros
Conrolo simplrl¡códo do Grupo Squru con ro-cho5 b.sôlli.os do Formoçõo Sero G€rol r"ft"
NOTA EXPLICATIVA
Zoæo¡¡enlo do espessùro slu.odo s¿gundô os dodos ê
l3O pôtos *lecionodG
1976 s 1979 ) 6 do co&slro do SABESP oló ì982 oaEE ( 1974.