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Microcefalia e vírus Zika: um olhar clínico e epidemiológico do surto em vigênciano Brasil,.

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Academic year: 2017

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(1)

www.jped.com.br

ARTIGO

DE

REVISÃO

Microcephaly

and

Zika

virus:

a

clinical

and

epidemiological

analysis

of

the

current

outbreak

in

Brazil

,

夽夽

Magda

Lahorgue

Nunes

a,b,∗

,

Celia

Regina

Carlini

b,c

,

Daniel

Marinowic

b,c

,

Felipe

Kalil

Neto

b,d

,

Humberto

Holmer

Fiori

a,b

,

Marcelo

Comerlato

Scotta

b,e

,

Pedro

Luis

Ávila

Zanella

a,b

,

Ricardo

Bernardi

Soder

b,f

e

Jaderson

Costa

da

Costa

a,b

aFaculdadedeMedicina,PontifíciaUniversidadeCatólicadoRioGrandedoSul(PUC-RS),PortoAlegre,RS,Brasil bZika-Team,InstitutodoCérebrodoRioGrandedoSul(Inscer),PortoAlegre,RS,Brasil

cInstitutodoCérebrodoRioGrandedoSul(Inscer),PortoAlegre,RS,Brasil

dProgramadePós-Graduac¸ãoemPediatriaeSaúdedaCrianc¸a,PontifíciaUniversidadeCatólicadoRioGrandedoSul(PUC-RS),

PortoAlegre,RS,Brasil

eDepartamentodePediatria,FaculdadedeMedicina,PontifíciaUniversidadeCatólicadoRioGrandedoSul(PUC-RS),Porto

Alegre,RS,Brasil

fDepartamentodeMétodosDiagnósticos,FaculdadedeMedicina,PontifíciaUniversidadeCatólicadoRioGrandedoSul(PUC-RS),

PortoAlegre,RS,Brasil

Recebidoem19defevereirode2016;aceitoem22defevereirode2016

KEYWORDS

Zikavirus; Microcephaly; Pregnancy; Cortical development; Neuroimaging

Abstract

Objective: ThisstudyaimedtocriticallyreviewtheliteratureavailableregardingtheZikavirus (ZikaV)outbreakinBrazilanditspossibleassociationwithmicrocephalycases.

Sources: ExpertsfromInstitutodoCérebrodoRioGrandedoSulperformedacritical (nonsys-tematic)literaturereviewregardingdifferentaspectsoftheZikaVoutbreakinBrazil,suchas transmission,epidemiology,diagnosticcriteria,anditspossibleassociationwiththeincreaseof microcephalyreports.ThePubMedsearchusingthekeywordZikavirusinFebruary2016 yiel-ded151articles.Themanuscriptswerereviewed,aswellasallpublications/guidelinesfrom theBrazilianMinistryofHealth,WorldHealthOrganizationandCentersforDiseaseControland Prevention(CDC-UnitedStates).

Summaryoffindings: Epidemiologicaldatasuggestatemporalassociationbetweenthe incre-asednumber ofmicrocephalynotifications inBrazil andoutbreakofZikaV,primarily inthe Brazil’sNortheast.Ithasbeenpreviouslydocumentedthatmanydifferentvirusesmightcause

DOIserefereaoartigo:

http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2016.02.009

Comocitaresteartigo:NunesML,CarliniCR,MarinowicD,NetoFK,FioriHH,ScottaMC,etal.MicrocephalyandZikavirus:aclinical andepidemiologicalanalysisofthecurrentoutbreakinBrazil.JPediatr(RioJ).2016;92:230---40.

夽夽TrabalhodesenvolvidonoInstitutodoCérebro(InsCer)doRioGrandedoSulenaFaculdadedeMedicina,PontifíciaUniversidadeCatólica doRioGrandedoSul(PUC-RS),PortoAlegre,RS,Brasil.

Autorparacorrespondência.

E-mail:nunes@pucrs.br(M.L.Nunes).

(2)

congenital acquiredmicrocephaly. Stillthereis noconsensuson thebestcurve tomeasure cephaliccircumference,specifically inpreterm neonates.Conflictingopinionsregardingthe diagnosis of microcephaly (below 2 or 3 standard deviations)that should be used for the notificationswerealsofoundintheliterature.

Conclusion: Thedevelopmentofdiagnostictechniquesthatconfirmacause-effectassociation andstudiesregardingthephysiopathologyofthecentralnervoussystemimpairmentshouldbe prioritized.Itisalsonecessarytostrictlydefinethecriteriaforthediagnosisofmicrocephaly toidentifycasesthatshouldundergoanetiologicalinvestigation.

©2016PublishedbyElsevierEditoraLtda.onbehalfofSociedadeBrasileiradePediatria.Thisis anopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http://creativecommons.org/licenses/ by-nc-nd/4.0/).

PALAVRAS-CHAVE

VírusZika; Microcefalia; Gestac¸ão; Desenvolvimento cortical;

Neuroimagem

MicrocefaliaevírusZika:umolharclínicoeepidemiológicodosurtoemvigência noBrasil

Resumo

Objetivos: Oobjetivodesteestudofoifazerumarevisãocríticadaliteraturasobreosurtode vírusZika(ZikaV)noBrasilesuapossívelassociac¸ãocomcasosdemicrocefalia.

Fontededados: Especialistas em áreas afins do Instituto doCérebro do Rio Grande do Sul fizeramumarevisãocrítica(nãosistemática)daliteraturasobreoZikaV,suasformasde trans-missão,aepidemia noBrasil,oscritérios diagnósticoseapossívelassociac¸ãocomoscasos crescentesdemicrocefalia.Ousodapalavra-chave‘‘Zikavírus’’nabasededadosdoPubMed emfevereirode2016retornou151publicac¸ões.Essestextosforamrevisados,assimcomotodas aspublicac¸õeserecomendac¸õesdoMinistériodaSaúde,daOrganizac¸ãoMundialdeSaúdeedo CentrodeControledeDoenc¸as(CDC-USA).

Síntesedosdados: Osdadosepidemiológicossugeremumarelac¸ãotemporalentreaumentoda notificac¸ãodecasosdemicrocefaliaeosurtodeZikaV,principalmentenoNordestedoBrasil. Agentesviraiscomprovadamentepodemsercausadoresdemicrocefaliacongênitaadquirida. Nãoexisteumconsensosobreamelhorcurvadeperímetrocefálicoaserusada,principalmente nosprematuros.Assimcomotambémexistemdivergênciassobreadefinic¸ãodemicrocefalia (abaixodedoisoutrêsdesvios-padrão)aserpadronizadanasnotificac¸ões.

Conclusão: Deve-sepriorizarodesenvolvimentodetécnicasdiagnósticasqueconfirmemuma relac¸ãode causaeefeitoeestudos sobremecanismosdapatogênesedainfecc¸ãopeloZika nosistemanervosocentral.Tambéménecessáriodefinireuniversalizar oscritérios diagnós-ticosparaaidentificac¸ãodoscasosdemicrocefaliaquedevemsersubmetidosàinvestigac¸ão etiológica.

©2016PublicadoporElsevierEditoraLtda.emnomedaSociedadeBrasileiradePediatria.Este éumartigoOpenAccesssobalicençadeCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/ by-nc-nd/4.0/).

Introduc

¸ão

AOrganizac¸ãoMundialdeSaúde(OMS)lanc¸ouumalertae decretouestadodeemergênciainternacionalemfunc¸ãodo aumentodeincidênciademicrocefaliaemzonasendêmicas comproliferac¸ãodovírusZika(ZikaV).1

Adoenc¸a,queentrounoBrasilpossivelmenteem2014,

disseminou-senaRegião Nordesteeestámigrandoparaas

Américas.Acredita-sequedevacontinuarrapidamentease

propagar,jáqueoprincipalvetor,omosquitoAedesaegypti,

estáemperíododefrancadisseminac¸ãoemfunc¸ãodas

tem-peraturaselevadasdoverãonohemisfériosul.2---4

Uma possível relac¸ão entre infecc¸ão intrauterina pelo

ZikaV e microcefalia precoce foi inicialmente proposta,

baseadana observac¸ão demédicosdoNordestedo Brasil,

quedetectaramumsúbitoaumentonaincidênciade

nasci-mentosdecrianc¸asmicrocefálicas,apósaidentificac¸ãoda

entradadovírusnoBrasil.Entretanto,essarelac¸ãodecausa

e efeito ainda necessita ser comprovada.5,6 O fatoé que

aentradadoZikaV nosistemanervoso central(SNC),que

quebrandoaprotec¸ãodabarreirahematoencefálica,jáfoi

previamentedemonstradaemexperimentoscomanimais.7,8

A recentedescobertade outrasformas de transmissão

dovírus,alémdapicadadoinsetocontaminado,atravésde

contatosexualouporsecrec¸ões(saliva,urina),ea

ausên-cia de vacinas ou tratamento específico têm alarmado a

populac¸ão. Adicionalmente, a falta de marcadores

bioló-gicos de maior durac¸ão, que possibilitem a confirmac¸ão

diagnóstica,elevamdeformageométricaonúmerodecasos

suspeitos e consequentemente o registro de casos

falso--positivos.9---11

Opediatraéumdosprofissionaisqueestãomuito

expos-tosàdemandadeconhecimentodessanovadoenc¸a,poisé

quematendeoneonatoeiniciaainvestigac¸ãodoquadrode

microcefalia.Comoaliteraturacientíficaéaindaescassae

novasdescobertaseinformac¸õestêmocorridorapidamente

e com ampladivulgac¸ão da mídia, este artigo teve como

objetivoreunir um grupo multidisciplinarde especialistas

em áreas afins que se propôs a revisar criticamente

(3)

diferencialeperspectivasdeinvestigac¸ãoquepossibilitem

confirmararelac¸ãoentreoZikaVeamicrocefalia.

Metodologia

Artigoderevisãonãosistemáticafeitaporpainelde espe-cialistas.Este artigo foi dividido em tópicos considerados significativos para um melhor entendimento do surto de ZikaVnoBrasil,taiscomoasdificuldadesdiagnósticasdessa infecc¸ãoeodiagnósticodiferencialcomasdemaisinfecc¸ões cujovetor é o mosquitoAedesaegypti, ascaracterísticas biológicasdoZikaV, aspossíveisrelac¸õesentreainfecc¸ão porZikaVealterac¸õesdodesenvolvimentodoSNC,os cri-térios para determinac¸ão de microcefalia e o diagnóstico diferencialetiológicodasmicrocefalias.Adicionalmente dis-cutimospossíveismodelosexperimentaisqueauxiliariamno entendimentodafisiopatogeniadaslesõesdoSNC.

Resultados

Ousodapalavra-chave‘‘Zikavírus’’ nabase dedadosdo PubMed em fevereiro de 2016 retornou 151 publicac¸ões. Esses textos foram revisados, assim como todas as publicac¸ões e recomendac¸ões do Ministério da Saúde, da Organizac¸ãoMundialdeSaúdeedoCentrodeControlede Doenc¸as(CDC-USA).

Etapasdodesenvolvimentointrauterinodosistema nervosocentral(SNC)edistúrbiosassociados

Odesenvolvimento doSNC em humanosinicia na fasede gastrulac¸ão,emtornodo14◦diaembrionário,quandoocorre

umespessamentodamembranaectodérmica,quedará ori-gemàplacaneural.Apartirdaídoisgrandesprocessosvão correrdeformasequencial,aformac¸ãodotuboneuraleo desenvolvimentodoprosencéfalo.Natabela1estãolistados

osmarcosdodesenvolvimento,seuperíododeocorrênciae

asmalformac¸õesdecorrentesdeproblemasocorridosnessas

fases.12

Afasedeproliferac¸ãoébastantecomplexaeampla,

ini-ciaemtorno do2◦-4mêsdegestac¸ãocomaproliferac¸ão

neuronal e a gerac¸ão das células radiais gliais e se

pro-longa do 5◦ mês até o fim do 1ano de vida, quando

ocorreaproliferac¸ãoglial.Oprocessoinicialécaracterizado

por células tronco da matriz germinativa que se

divi-demdeformasimétrica,formamasunidadesproliferativas

neuronais-gliais, que se distribuem na zona

periventricu-lar. Após inicia-se uma divisão assimétrica, na qual cada

célulatroncodáorigemaoutracélulatroncoeaumacélula

neuronalpós-mitótica.Essadivisãoassimétricadeterminao

tamanhodaunidadeproliferativa.13

Os neurônios pós-mitóticos migram ao longo das glias

radiaisparaformarasvárias camadasdocórtexcerebral.

Cercade1/3dosneurôniosnãousaoarcabouc¸odagliaradial

emigradeformatangencialnadirec¸ãocortical.14Duranteo

processodemigrac¸ão,neurôniospassamatravésde

neurô-niosquejáseencontramemposic¸ãonocórtex,levamauma

laminac¸ãonaqualosúltimosneurôniosquechegamnazona

corticalposicionam-senasuperfíciemaisexternadocórtex.

Essa organizac¸ão final de seis camadas, histologicamente

distintas, reúne uma extraordinária diversidade de

subti-posneuronais,queservemcomoblocosparaaformac¸ãode

umpoderosocircuitoneural.Nosúltimosanos,umenorme

progresso temsido feitopara acompreensãodos eventos

moleculares que controlam o desenvolvimento do córtex

cerebral,bemcomodaspatologiasassociadasaalterac¸ões

nesseprocesso.15

As alterac¸ões do desenvolvimento do córtex cerebral

apresentam-se como um grupo de malformac¸ões

distin-tas e com patogênese ainda não bem definida. Entre

as malformac¸ões corticais, um subconjunto de

patolo-gias tem sido associado a alterac¸ões na migrac¸ão celular

e à neurodiferenciac¸ão, entre essas as lisencefalias, as

polimicrogiriase asdisplasiascorticais focais.Alguns

pes-quisadores sugeremque alémdas alterac¸ões na migrac¸ão

celular e neurodiferenciac¸ão, devem-seconsiderar outros

fatoresnapatogênesedasmalformac¸õescorticais,taiscomo

a proliferac¸ão celular, a morte celular, o crescimento e

o desenvolvimento intracortical pós-migrac¸ão celular e a

formac¸ãodosaxôniosedosdendritos.16,17

A maioria das patologias associadas à alterac¸ão na

migrac¸ão celular apresenta uma variedade de genes que

podem estar associados ao fenótipo doente, porém em

algunscasosoaparecimentoéesporádico.Destaca-seaalta

epileptogenicidadedocórtexnessescasos.18

Vários fatores ambientais já foram identificados como

causadoresdemalformac¸õescorticais.Aexposic¸ãomaterna

duranteoperíodogestacionalaagentescomoetanol,alguns

ácidos, drogas anticonvulsivantes, mercúrio, radiac¸ão e

agentesvirais,entreoutros,poderesultaremdistúrbiosno

desenvolvimentocorticaldofeto.17

Diagnósticodemicrocefalia

A associac¸ão observada entrea infecc¸ão fetal pelo ZikaV e a ocorrência de microcefalia ao nascer tem elevado a importância de umdiagnóstico precisode microcefalia. É necessárioidentificar possíveiscasos e,ao mesmotempo, evitar umainvestigac¸ãocustosae umestadodealertano sistemadesaúde.Naprática,amedidadoperímetro cefá-licoaonascerabaixodedoisdesvios-padrãodamédiaparaa idadegestacionaltemsidousadaparaodiagnósticoclínico de microcefalia. Relatos sobre a prevalência de microce-falia por meio desse critério foram de aproximadamente 0,5%,oqueébemabaixodoqueseriaesperadoparadois desvios.19,20Isso,provavelmente,deve-seaumadistribuic¸ão

nãonormaldamedidadoperímetrocefálico.Amicrocefalia

grave,abaixodetrêsdesvios-padrãodamédia,ocorreem

umacada1.000nascimentos.19

Apesardeserummétodosimpleserelativamente

confiá-velparadiagnóstico,asimplesmedidadoperímetrocefálico

podenãorefletirumcérebroanormalmentepequenoenão

oferecedadosparaevidenciarumformatoanormaldo

crâ-nio.Dessaforma,édevitalimportânciaqueamedidaesua

interpretac¸ãosejamcorretas.

Amedidadoperímetrocefálicoéfeitacomfitamétrica

flexívelenãoelástica.Mede-seodiâmetrodocrânioemsua

maiorcircunferência,comafitaemtornodacabec¸a,

posi-cionadanatestaacimadosolhos,passaacimadasorelhase

pelaporc¸ãomaisproeminentedaparteposteriordocrânio.

Em bebêsnãoprematuros,esseperímetro devesermaior

doque 32cm(pequena variac¸ãopela idadegestacionale

sexo).Operímetrocefálicoaumentaquaselinearmenteaté

37-38semanasdegestac¸ão.21

Aescolhadacurvaeoscritériosdedefinic¸ãode

(4)

Tabela1 MarcosdodesenvolvimentodoSNC

Marcodo desenvolvimento

Descric¸ão Períodode

ocorrência

Malformac¸õesoudoenc¸asresultantes

Neurulac¸ão primária

Formac¸ãodotuboneural,porc¸ãocaudal 3a-4asemana

degestac¸ão

Craniorasquisetotal Anencefalia Mieslosquise Encefalocele Meningomielocele

Malformac¸ãodeArnold-Chiari Neurulac¸ão

secundária

Formac¸ãodotuboneuralpartesacrae cóccixdacolunavertebral

4a-5asemana

degestac¸ão

Estadodisráficooculto(mielocistocele, diastematomielia,meningocele,lipoma, teratoma,cistodermoide)

Desenvolvimento doprosencéfalo

Induc¸ãoventraldotuboneural, formac¸ãodafaceehemisférios cerebrais

2◦-3mêsde gestac¸ão

Aprosencefalia Atelencefalia Holoprosencefalia Agenesiadecorpocaloso Agenesiadeseptopelúcido Displasiasepto-óptica Proliferac¸ão Proliferac¸ãoneuronal,dascélulas

radiaisgliaisedaglia

3◦-4mêsde gestac¸ão

Microcefalia Macrocefalia Migrac¸ãoneuronal Deslocamentodascélulasneuronaisda

matrizgerminativaatéacórtexcerebral

3◦-5mêsde gestac¸ão

Lisencefalia Esquizencefalia Paquigiria Polomicrogiria Heterotopianeuronal Displasiasfocais Organizac¸ão Diferenciac¸ãodosneurônios

(alinhamento,formac¸ãodascamadas corticais),desenvolvimentodassinapses (ramificac¸õesdendríticaseaxonais), apoptose,proliferac¸ãoediferenciac¸ão daglia

5◦mêse pós-natal

Retardomentalidiopático S.Down

S.X-Frágil S.Angelman Autismo

Distúrbiospotenciaisassociadosa prematuridadeedesnutric¸ão InsultosPeriepós-natais Mielinizac¸ão Aquisic¸ãodabainhademielinaquevai

cobrirosaxônios

Nascimentoe pós-natal

Hipoplasiadesubstânciabranca Desnutric¸ão

Prematuridade

Acidemiasorgânicaseaminoacidopatias

ModificadodeVolpe.12

no que refere-se aos prematuros.22,23 A Organizac¸ão

Pan--AmericanadeSaúdesugereousotantodacurvadeFenton

como dacurva do estudo InterGrowth.24---26 Entretanto, a

análisefeitaporVictoraetal.mostraoquantoaescolhada

curvapodeimpactarnonúmerodecasossuspeitose

aumen-tardeformaexponencialascrianc¸asasereminvestigadase

expostasàradiac¸ãodetomografiacomputadorizada.Esses

autores sugerem que se deve priorizar instrumentos com

maiorespecificidade,comoacurvaInterGrowth,emtroca

dasensibilidade.23

Tambéméimportanteumaanálisedeproporcionalidade

doperímetrocefálicoemrelac¸ãoàsoutrasmedidasde

cres-cimentodorecém-nascido,comopesoecomprimento,pois

issotambéméimportantenadefinic¸ãodasuspeitasobrea

etiologiadamicrocefalia.19

Apesardeserumamedidaobjetiva,umestudoque

veri-ficou avariac¸ão entrediferentesobservadores evidenciou

diferenc¸asdemaisde2cmem5%delas.27Assim,é

necessá-riootreinamentodopessoalqueexecutaamedidaequando

essaforlimítrofeouanormal,deveserrepetida.

Napresenc¸adeformasanormaisdecrâniopor

caracterís-ticasfamiliares,genéticasoupelomoldamentodecorrente

doprocesso denascimento, a medida doperímetro

cefá-licopodeserenganosaenãorefletirumareduc¸ãodotecido

cerebral. Uma das sugestões para reduzir os diagnósticos

errôneosdemicrocefaliaseriaarepetic¸ãodasmedidasapós

umoumaisdiasdonascimento,especialmentenapresenc¸a

de cavalgamento de suturas ao nascer juntamente com

medidaslimítrofes. O formato anormal deve direcionar a

umaavaliac¸ãomaisdetalhadaparapresenc¸ade

cranioeste-nosee/oudoenc¸asgenéticas.

Diagnósticodiferencialetiológicodasmicrocefalias

(5)

pode induzir a microcefalia. Esses fatores podem afetar somente o desenvolvimento do cérebro ou comprometer outraspartesdocorpo edeterminar dismorfismos (micro-cefaliassindrômicas).22,28

Parafacilitarainvestigac¸ãoclínicaeodiagnóstico

dife-rencialdasmicrocefalias,vamosinicialmenteclassificá-las

combasenomomentododiagnóstico.Assim,as

microcefa-liaspodemserdivididasemduascategorias:acongênitae

após-natal,quesedesenvolveemgeralnosdoisprimeiros

anosdevida.22,28---30Asmicrocefaliaspodemsergenéticasou

adquiridas.Essasenglobamosfatoresexternos/ambientais

potencialmentelesivosaocérebro.

Nas microcefalias congênitas adquiridas os fatores

agressivos atuam durante o desenvolvimento do cérebro

intraúteroeincluemasinfecc¸õesmaternas(toxoplasmose,

citomegalovírus,herpes vírus,sífilis, rubéola,HIV e agora

a possível associac¸ão com o ZikaV), a exposic¸ão a

dro-gas/substânciastóxicas(destaca-seoconsumomaternode

bebidas alcoólicas, síndrome alcoólica fetal), irradiac¸ão,

fatores disruptivos que interrompem o desenvolvimento

cerebralnormal(porex.,hemorragia, isquemia,síndrome

hipóxico-isquêmica, trauma crânio-encefálico) e carência

nutricional(desnutric¸ãomaterna,insuficiênciaplacentária,

hipotireoidismooudeficiênciadefolatonamãe).22,28,31---33

Asmicrocefaliascongênitasgenéticaspodemestar

asso-ciadasacromossomopatiasouadeterminadosgenes,como

na microcefalia autossômica recessiva (MCPH, do inglês,

MicrocephalyPrimaryHereditary,historicamenteconhecida

como microcefalia vera), na qual pelo menos 12 genes

foramidentificados,quecodificamproteínasassociadasao

centrossoma.34,35 Aquio termo microcefaliaprimária

cor-respondeàquelasem queareduc¸ãodovolumecerebralé

primariamente decorrente dareduc¸ão da populac¸ão

neu-ronal durante a neurogênese.29,36 Em geral na MCPH a

estrutura geral do cérebro está mantida, não há outras

malformac¸ões ou alterac¸ões dos padrões de

desenvolvi-mentodocérebro.

Asmicrocefaliaspós-nataissãoaquelasemqueacrianc¸a

nascecomperímetrocefáliconormal,háumadesacelerac¸ão

do crescimento craniano com o tempo, atinge níveis de

microcefalia.Asmicrocefaliasdeiníciopós-natalestão

asso-ciadasacausasgenéticasouafatoresexternos/ambientais

(adquiridas).22

Como exemplo de microcefalias pós-natais adquiridas

incluímos aquelas decorrentes de traumatismo

crânio--encefálico,aisquemia/hemorragiacerebral,aencefalitee

adesnutric¸ãograve,entreoutras.Váriasmicrocefalias

pós--nataissãodeterminadaspormutac¸õesque interferemna

regulac¸ãodaexpressãodegenesduranteodesenvolvimento

doencéfalo.30

Entre as microcefalias pós-natais genéticas, todas

associadas a mutac¸ões (mutac¸ão delec¸ão, inserc¸ão,

duplicac¸ão, fusão, mudanc¸as circunstanciais de

aminoá-cidos), encontram-se as decorrentes de erros inatos do

metabolismo,doenc¸asneurodegenerativasevárias

síndro-mes,como,porexemplo,asdeAngelman,dePitt-Hopkins,

de Rubinstein-Taybi e de Christianson e os transtornos

relacionadosàMECP2(síndromedeRett).30

O conhecimento daprevalência, a história clínica e o

exameclínicoeneurológicodetalhadospodemnosconduzir

aodiagnóstico.Ahistóriaclinicapoderevelaraexposic¸ãoa

agente,acidenteouepisódionocivoaocérebroeoexame

clínicopodesugeriralgumassíndromesmenosfrequentes.

OvírusZika

Pertencente à família Flaviviridae, o vírus Zika é relacio-nadoaoutrosflavovírusderelevânciamédicatransmitidos por artrópodes vetores, como os agentes causadores da dengue,febrechikungunya,febreamarelaeencefalitedo OestedoNilo.OvírusZikafoiisoladoem1947emprimatas nãohumanos (macacos sentinelas paramonitoramentoda febreamarela),emUganda,naflorestaZika,motivodessa denominac¸ãoparaessevírus.37

ExistempelomenosduaslinhagensdovírusZika,a

afri-cana(quealgunsautoressubdividem emOeste eLesteda

África)eaasiática.Estudosfilogenéticosindicamqueovírus

atualmenteemexpansãonasAméricasderivoudalinhagem

asiática.38 Atransmissão do vírus Zika é primordialmente

vetorial por mosquitos do gênero Aedes, no ciclo

selvá-tico por espécies como A. albopictus, entre outras, e no

ciclo urbano pelo A. aegypti. O vírus é transmitido pelo

vetorhematófagoduranteorepastosanguíneo,aloja-seem

suas glândulas salivares, nasquais se multiplica sem

afe-taroinseto, permanecenesseportodasuavida.Alémde

primatas,provavelmente outros mamíferos, como zebras,

elefantesetambémroedores,podemserreservatórios

natu-raisdovírusZika.

Flavovírus são pequenas (∼50nm) partículas esféricas,

envoltasemumenvelopelipídico.39 OZikaéumvírusRNA

simples-fita com 10.794 kilobases, com duas regiões não

codificantes eumalongafase deleituraquecodificauma

poliproteína.Essaéclivadaporproteasesdacélula

hospe-deiraparaoriginaraproteínaCdocapsídeo,oprecursorde

membrana(prM),aproteínaEdoenvelope,eseteproteínas

nãoestruturais, classificadas como deNS1 a NS7.Os

víri-ons,oupartículasvirais,contêm180cópiasdaproteínaE,

quantidadesdesconhecidasdasoutrasproteínaseumaúnica

moléculadoRNA viral.A superfíciedos vírionsé formada

pelasproteínasEeM.AproteínaE(∼53kDa)églicosilada,

éoprincipaldeterminanteantigênicoviral,comfunc¸õesde

ligac¸ãoefusãodemembranaquandoovírusentranacélula

infectada.40 Postula-seque osvírions sãoendocitados e a

exposic¸ãoaomeioacídiconoslisossomos promoveafusão

entreoenvelopedovíruse asmembranascelulares. Após

aliberac¸ãodoRNAviralnocitoplasmadacélulainfectada,

esse é reproduzido e traduzido pela maquinaria celulare

levaàformac¸ãodenovaspartículasvirais.

DoisgenomascompletosdovírusZika,inclusiveda

varie-dadecirculantenasAméricasjáestãodisponíveis.38,41Faye

etal.estudaram37isoladosdovírus,provenientesde

dife-rentesfontes(mosquitos, pacientes,animaisetc.) obtidos

na Áfricaeevidenciaramindíciosderecombinac¸ão gênica

ealterac¸õesnopadrãodeglicosilac¸ãodaproteínaEcomo

prováveis adaptac¸ões ao vetor A. dalzieli.40 Freire e al.,

ao investigar17 sequênciasgenômicasdovírus,sugeriram

que mudanc¸as no uso de códons para a proteína NS1 na

linhagemasiática dovírus Zika podemestar

correlaciona-das com maiores taxas de reproduc¸ão e título viral em

humanos.42

Infecc¸õesviraisintrauterinasqueresultameminsultosao

sistemanervosocentralsãorelativamenteraras,

destacam--seo citomegalovírus,oherpes víruse arubéolaentreos

jáconhecidosporcausarempatologiasfetais.Entreos

fla-vovírus, apenas alguns casos foram relatados de vírus da

encefalite do Oeste do Nilo em gestantes como provável

(6)

EpidemiologiaeprotocolodevigilâncianoBrasil

Osprimeiroscasosdeinfecc¸ãoem humanosforam descri-tos na Nigéria e na Tanzânia em 1952-1954.37 O vírus se

disseminou posteriormente parao continente asiático e a

comunidadeinternacionalsomente passou areconhecero

potencialepidêmico dovírusZikaa partirde2005e

prin-cipalmente após o surto de 2007 na Micronésia (ilha Yap

noPacífico)eode2012/2013naPolinésiaFrancesa.Casos

importadosforamdescritosapartirde2013naAlemanha,

noCanadá,naItália,noJapão,nosEUAenaAustrália.Em

2014foidescritaapresenc¸adovírusnaIlhadePáscoa(Chile,

OceanoPacífico).44Em29dedeabril2015foidetectadapela

primeiravezacirculac¸ãodessevírusnoBrasilenaAmérica

do Sul (continente).Pesquisadores da Universidade

Fede-ral da Bahia (UFBA) reportaram a identificac¸ão ZikaV por

meiode técnica RT-PCR em oitode 25amostras testadas

(Camac¸ari/BA).3,45

O governobrasileiro deuinício em outubro de2015 às

investigac¸õesconjuntascomPernambucoapósaobservac¸ão

do aumento do número de casos de microcefalia,

princi-palmentenesseestado, edaconfirmac¸ão daalterac¸ão do

padrão de casos de microcefalia. Em novembro lanc¸ou a

primeira Diretriz Nacional de Microcefalias, ainda com o

diagnóstico de microcefalia quando o perímetro cefálico

(PC) era ≤33cm. Nesse mesmo mês, após a detecc¸ão do

ZikaVnolíquidoamnióticoemgestantesnaParaíbapela

Fio-cruz,confirmou arelac¸ão microcefaliacom infecc¸ão pelo

ZikaV.46 Em dezembrodomesmo anodivulgouo Protocolo

deMicrocefalia---Vigilância---Versão1,quealterouo

diag-nósticodemicrocefalia,quepassouaserdefinidaquandoo

PCera≤32cm,eincluiunesseprotocolotambémgestantes

comexantema, abortoespontâneo,fetocom microcefalia

enatimorto.44 Em14dedezembrodivulgouoProtocolode

Microcefalia --- Atenc¸ão à Saúde.Importante ressaltarque

essa alterac¸ão do perímetro cefálico para diagnóstico de

microcefaliapodeinfluenciarnaanálisedosdados.

Emjaneirode2016foilanc¸adaaDiretrizNacionalpara

Estimulac¸ão Precoce de Bebês com Microcefalia. Nesse

mês também ocorreu a identificac¸ão pelo CDC-EUA de

quatro casos relacionados com o ZikaV. O governo

bra-sileiro fez ajustes nas definic¸ões operacionais de casos:

A) Definic¸õesde casos paravigilância demicrocefalia: (i)

Recém-nascido com microcefalia, (ii) Aborto espontâneo

sugestivodeinfecc¸ãocongênita,(iii)Natimortocom

micro-cefalia e/oumalformac¸õesdo SNC sugestivasde infecc¸ão

congênita, (iv) Feto com microcefalia e/oualterac¸ões do

sistemanervosocentral,sugestivosdeinfecc¸ãocongênita;

eB)Definic¸õesdecasosparavigilânciadeinfecc¸ãopelovírus

Zikaduranteagestac¸ão:(i)Gestantecomexantemaagudo

sugestivodeinfecc¸ãopelovírusZika.46

Oscasossuspeitosdemicrocefaliasdevemser

notifica-dosimediatamenteàsautoridades sanitáriaseregistrados

no formulário de Registro de Eventos de Saúde Pública

(Resp---Microcefalias), disponível no enderec¸o eletrônico:

www.resp.saude.gov.br. Anotificac¸ão do caso suspeito de

microcefalianoRespnãoexcluianecessidadedese

notifi-caromesmocasonoSistemadeInformac¸õessobreNascidos

Vivos(Sinasc).47,48

Apósoestabelecimentodarelac¸ãoZikaVcom

microcefa-lia,énecessárioqueoscuidadoseasmedidasdeprevenc¸ão

sejamfeitoseintensificados,poréméfundamentalexplicar,

acalmare fazeruma análisedos números atuais sobreos

casos.

OMinistériodaSaúdedivulgouem20dejaneirode2016

uminformeepidemiológicocomalgumasalterac¸ões

relevan-teseinteressantes,comoatrocadonomedoProtocolode

VigilânciaeRespostaàOcorrênciadeMicrocefalia

Relacio-nadaaInfecc¸ãopeloVírusZikaparaProtocolodeVigilânciae

RespostaàOcorrênciadeMicrocefalia,independentemente

dacausa.Essemesmoinformedescreve,demodoseparado,

os 224 casos de microcefalia confirmados com exame de

imagem com alterac¸ão típica dos seis casos com amostra

positivaparaZikaV.49

Outroinformeepidemiológicoem2defevereirode2016

foidivulgadocomumacumulado(2015-2016)de4.783casos

notificadosdemicrocefaliase/ououtrasalterac¸õesdoSNC,

incluindopossíveiscasos relacionadosao ZikaVe a outras

infecc¸ões.Importantesalientarquenãotemosquase5.000

casosdemicrocefalia relacionadosao ZikaV,como muitas

pacientese tambémalguns profissionais desaúdepossam

imaginar. Na realidade, temos essa notificac¸ão de casos

suspeitos,onúmerodecasos aindaeminvestigac¸ãosoma

3.670, enquanto que o número de casos já concluídos é

em torno de1.113. Desses casosconcluídos, 709 (63%)já

foramdescartadosparamicrocefaliarelacionadaàinfecc¸ão

congênita.Oscasosrestantes,404(37%),foram

considera-dosconfirmados para microcefaliae/ou outras alterac¸ões

SNC,porémaidentificac¸ãodapresenc¸adoZikaVnolíquido

amniótico,naplacentaeemtecidosfetaisocorreusomente

em17casosatéomomento.49

Outroinformeepidemiológicoem12defevereirode2016

foidivulgadocomumacumulado(2015-2016)de5.079casos

notificadosdemicrocefaliase/ououtrasalterac¸õesdoSNC,

incluindopossíveiscasos relacionadosao ZikaVe a outras

infecc¸ões. Importante salientar que não temos em torno

5.000casosdemicrocefaliarelacionadosaoZikaVcomo

mui-taspacientesetambémalgunsprofissionaisdesaúdepossam

imaginar.Narealidadetemosessanotificac¸ãodecasos

sus-peitos,sendoqueonúmerodecasosaindaeminvestigac¸ão

soma3.852eonúmerodecasosjáconcluídoséemtornode

1.227.Dessescasosconcluídos,765(62%)jáforam

descarta-dosparamicrocefaliarelacionadaàinfecc¸ãocongênita.Os

casosrestantes,462(38%),foramconsideradosconfirmados

paramicrocefaliae/ououtrasalterac¸õesnoSNC,poréma

identificac¸ãodapresenc¸adoZikaVnoLA,naplacentaeem

tecidosfetaisocorreuem 41casosatéomomento.Desde

oiníciodasinvestigac¸ões,os462casosconfirmadosforam

registradosem175municípiosde13estadosbrasileiros.A

Região Nordeste concentra 98% dos municípios com casos

confirmados,Pernambucocom167casos,seguidoporBahia

(101),RioGrandedoNorte(70),Paraíba(54),Piauí(29),

Ala-goas(21),Ceará(11),EspíritoSanto(três),RiodeJaneiro

(dois),Pará(um),Goiás(um),MatoGrossodoSul(um)eRio

GrandedoSul(um).50

ABrazilianMedicalGeneticsSociety---ZikaEmbryopathy

TaskForceapontaquatrolimitac¸õesnorelatóriodoscasos:

umasubnotificac¸ãopréviadoscasosreaisdemicrocefalias

noBrasilequeopróprioprotocolodenotificac¸ãopodeter

favorecidooaumentodoscasosregistrados.Segundo:casos

leves de microcefalia talvez não fossem notificados

por-queo perímetro cefáliconão erarotineiramente medido.

Terceiro: a infecc¸ão do ZikaV não foi confirmada

(7)

umadoenc¸aexantemática nãoespecíficadurantea

gravi-dezésubjetiva,podelevaraumviésdememóriaeresulta

numaclassificac¸ãoerradadapotencialexposic¸ãopeloZikaV.

Quarto: o relatório dos casos não comenta sobre outros

achadoscomunsem infecc¸õesintrauterinas,como

hepato-esplenomegalia,exantemaecoriorretinite,ouemalgumas

característicasquetêmsido relatadasemcasosde

presu-mívelZika,incluindoperdadeaudic¸ão, máculaspálidas e

dificuldadededeglutic¸ão.5

Essa análise dos números nãodeve servir para relaxar

com as medidas preventivas, pelo contrário, seria muito

interessanteorientarasgestantesaadotaremmedidasque

possamreduzirapresenc¸adomosquitoAedesaegypti,como

a eliminac¸ão de criadouros, proteger-se da exposic¸ão de

mosquitos, manter as portas e janelas fechadas ou

tela-das,usarcalc¸aecamisa demangacomprida erepelentes

permitidosnagestac¸ão.

Orientac¸ões multidisciplinares, como, por exemplo,

numarevisãoderotinadeumacrianc¸anopediatra,podem

ser uma oportunidade para que essa mulher receba a

orientac¸ãodequeelaprocureplanejarsuapróximagestac¸ão

e que procurese consultar com o ginecologista antesde

parardeusarseumétodocontraceptivo.

Quadroclínicodasinfecc¸õesporZikaVe

diagnósticodiferencialcomdengueechikungunya

Osvírus dadenguee dachikungunya apresentamsinais e sintomasclínicossemelhantes,principalmentenosestágios iniciaisdasdoenc¸as.51 IssotambémacontececomoZikaV.

Por essa razão é fundamental a diferenciac¸ão dessas três

patologias.

Zika

Cercade80%daspessoasinfectadassãoassintomáticas.52,53

Quandopresentes,ossintomaspodemdurardepoucosdias

atéuma semana. Os sintomassão geralmente brandos, é

característicooiníciosúbitodequadrofebril,artralgia,rash

maculopapular ou conjuntivite não purulenta. Conforme

dadosdesurtosanteriores,formasgraves sãoraras,razão

pelaqualéincomumocorreremhospitalizac¸õeseóbitos.53,54

Conformeo CDC (Center for Disease Control and

Preven-tion),deve-sesuspeitardodiagnósticodeZikaquandodois

oumaissintomas(incluindofebre,rash,artralgiaou

conjun-tivite)estão presentesduranteounoperíododeatéduas

semanasdeestadaemáreaendêmicapelovírus.55

Durante o surto de Zika ocorrido na Micronésia em

2007, os sintomas mais frequentes foram rash cutâneo,

febre,artralgiaeconjuntivite;cefaleia,mialgia,dor

retro--orbitária,edema evômitos forammenoscomuns. Dos49

casos confirmados, não foram relatadas hospitalizac¸ões,

manifestac¸õeshemorrágicasouóbitos.53

Dengue

Deve-sesuspeitardedengueemtodo pacienteque reside emáreasendêmicasouqueviajounasúltimasduas sema-nasparaessasregiões.56Odiagnósticodeveserconsiderado

em pacientes que apresentam febre (início abrupto, com

pico de 39◦-40C), rubor de pele difuso, leucopenia e

trombocitopenia.57,58Ossintomasdurampor5-7dias.

Cefa-leia, artralgia, dores nas costas, mialgia, dores ósseas e

sintomasgastrointestinais(anorexia,vômitosedesconforto)

sãocomuns. Dorretro-orbitária,com pequena pressão no

globo ocular, também é usual.56,57 Sinais sugestivos de

hemorragia incluempetéquias,púrpura, epistaxe,

sangra-mento vaginal e gengival, melena e hematêmese. Nessa

situac¸ão,deve-se ficaralerta paradenguehemorrágica,a

qual pode causar um colapso circulatório e consequente

choque.56,57

Chikungunya

Ao contrário dadengue e da Zika, a maioria das pessoas infectadaspelovíruschikungunyasãosintomáticas,menos de15%sãoassintomáticos.59,60Otempodeviremiaé

geral-mente de umasemana.61 Afebre é de iníciorápido, com

altastemperaturas(geralmentesuperioresa39◦C),

acom-panhadademialgia,astenia,cefaleia,artralgiaerash.Logo

apósoiníciodoquadrofebril,surgemasqueixasdemialgia

e artralgias severas, a ponto dedificultar a deambulac¸ão

do paciente.62 Rash ocorre de 20 a 80% dos casos, com

apresentac¸ão maculopapular e localizado geralmente no

tronco.63Sintomasmenoscomunsenãoespecíficosincluem

prurido,linfadenopatiaealterac¸õesdigestivas.63 Pacientes

querequeremhospitalizac¸ãogeralmentesãomaisvelhose

portadoresdepatologiascoexistentes (cardiológica,

respi-ratória,neurológica,diabetes).Outrogrupocomimportante

riscoparainfecc¸ãoseverasãoosneonatos(principalmente

com mães portadoras do vírus na gestac¸ão e exposic¸ão

duranteonascimento)ecrianc¸asjovens.64

Diagnósticolaboratorial

Odiagnósticolaboratorialdasinfecc¸õespeloZikaV baseia--se principalmente em testes de biologia molecular e sorológicos.65,66 A amplificac¸ão do RNA viral através da reverse transcription-polymerase chain reaction (RT-PCR)

podeserfeitaemdiversosmateriaisbiológicos,comosoro,

líquor,líquidoamniótico,salivaeurina.9,10,67Nospacientes

com suspeita deinfecc¸ão por transmissão horizontal, sua

positividade está associadacom a faseaguda dainfecc¸ão

entretrês e sete diasapós o iníciodos sintomas, quando

ocorreviremiageralmenteembaixosníveis.3,65

Quandodisponíveis,sãoostestesdeescolhapara

diag-nóstico após a fase aguda. A interpretac¸ão dos testes

sorológicos para ZikaV, como Elisa IgM e IgG ou

plaque--reduction neutralizationtest(PRNT),deveser feitacom

cuidado, visto que esses apresentam reatividade cruzada

paraoutrasarboviroses,especialmenteempacientes

previ-amenteinfectadoscomoutrosflavivírus,comoadengue.65

Idealmente deve ser concomitantemente feita

sorolo-gia para dengue e após duas semanas novamente, para

comparac¸ãodetítulos,éconsideradaconfirmatóriaa

positi-vidadeemtítulosdeanticorposneutralizantesquatrovezes

superioresàdengue.53,67

Noscasossuspeitos,comoaindanãoháaindacompleto

conhecimentodaacuráciadediversostestesnodiagnóstico

dainfecc¸ãocongênita,sedisponíveldeve-sefazerRT-PCR,

idealmentenosprimeirosdoisdias,em sanguedocordão,

nolíquor ena placenta, associado adosagens de

anticor-posnolíquorenosoro.Oexameimuno-histoquímicopara

ZikaVnaplacenta enocordãoumbilical tambémdeveser

feito quando possível. A detecc¸ão do ZikaV em qualquer

dos materiais acima por RT-PCR ou imuno-histoquímica é

diagnóstico de infecc¸ão congênita. A sorologia reagente

será confirmatória caso em títulos superiores à sorologia

(8)

fetal,odiagnósticoconsistenafeituradeRT-PCRe

imuno--histoquímicanostecidosfetais.67

NeuroimagemeZikaV

Conformeasdiretrizes daAcademiaAmericanade Neuro-logia sobre microcefalia, osestudos de neuroimagem são úteisnaidentificac¸ãodelesõesestruturaisnaavaliac¸ãoda crianc¸acommicrocefalia,auxiliamnainvestigac¸ãode eti-ologiasgenéticas,adquiridasouambientais,aressonância magnéticaéométodomaisacuradoparaidentificac¸ãode padrõesespecíficosquepodemauxiliarodiagnóstico.22

Com relac¸ão às infecc¸õescongênitas, o mecanismo da

infecc¸ão e o dano cerebral dependem do agente

etioló-gicoenvolvido,determinamanifestac¸õesneurorradiológicas

epatológicascompadrõesdistintos.Osagentesvirais,por

exemplo,tendemaproduzirumanecroseseletivadetipos

específicosdecélulas,enquantoqueasbactériaseos

fun-gos são menos seletivos. Além disso, diferentes padrões

decalcificac¸õesvisualizadasnosexames deimageme nos

estudosanatomopatológicossãotípicosdasinfec¸õesStorch

(sífilis,toxoplasmose,rubéola,CMV,vírusda

imunodeficiên-ciahumana[HIV]eherpessimplex),omomentodoinsulto

duranteavidafetalestárelacionadoaefeitosteratogênicos

ouencefaloclásticos.68

A investigac¸ão por imagem de uma possível infec¸ão

intrauterina pelo ZikaV tem como objetivo principal

a detecc¸ão de complicac¸ões neurológicas relacionadas

à infecc¸ão transplacentária, tais como a microcefalia,

calcificac¸ões cerebrais, distúrbios da migrac¸ão neuronal,

perdadetecidoencefálicoedilatac¸ãodosistema

ventricu-lar.Aextensãoeagravidadedasalterac¸õesintracranianas

temrelac¸ãodiretacomperíodogestacionalemqueofeto

foiinfectadopelovírus,sãomaisseveraseextensasdurante

oprimeirotrimestredegestac¸ãoemaisbrandasnoterceiro

trimestre. A avaliac¸ão por imagem do feto oudo

recém--nascidotemsidoindicadanos casosdeinfecc¸ãomaterna

confirmadaouinconclusivapeloZikaV,bemcomomediante

provaslaboratoriaisouquadroclínicocompatíveis.

Durante o período pré-natal, a ultrassonografia

obsté-trica é o examede escolha, é indicada parainvestigac¸ão

depossíveisanormalidadesestruturaisdosistemanervoso

centraleparaomonitoramentodocrescimentofetale

cere-bralacadatrêsaquatrosemanas.69Noperíodopós-natal,a

ultrassonografiatransfontanelaréométododeinvestigac¸ão

inicialparao recém-nascidocom perímetrocefálico igual

ouinferiora32cm.Apresenc¸adequalqueranormalidade

detectada pelo ultrassom transfontanelar deve ser

inves-tigada com exames mais detalhados e de maior acurácia

diagnóstica,taiscomo atomografiacomputadorizadaoua

ressonânciamagnética.67

As anormalidades encefálicas decorrentes da infecc¸ão

intrauterina pelo vírus Zika têm sido descritas

principal-mentepormeiodatomografiacomputadorizadanoperíodo

pós-natal. Os principais achados por imagem têm origem

em uma série de 35 casos de microcefalia, nascidos de

mães que tiveram contato com zonas endêmicas. Dos 35

recém-nascidos, 27 foram submetidos à tomografia

com-putadorizada e posteriormente reportados ao Centro de

Controle e Prevenc¸ão de Doenc¸as (CDC).5 Os achados de

imagemdessacoorteconsistememcalcificac¸õescerebrais,

predominantemente periventriculares, porém também no

parênquimacerebral,nostálamosenúcleosdabase.

Tam-bém foram detectadas anomalias de migrac¸ão neuronal,

taiscomolisencefalia,paquigiriaepolimicrogiria,presentes

em atéumterc¸o dos casos.Ventriculomegalia secundária

aatrofia cortical/subcortical tambémfoi frequentemente

encontrada.5Existem tambémrelatosdecasoscom ouso

de outros métodos de imagem, como a

ultrassonogra-fia obstétrica para investigac¸ão intrauterina de gestantes

com história de infecc¸ão pelo Zika, que evidenciaram

calcificac¸õescerebraisgrosseiras,anormalidadesnovermis

cerebelaredisgenesiadocorpocaloso.70

Recentemente,umrelato de casode umfeto

compro-vadamenteinfectadopelovírus Zika,submetidoa

necrop-sia e estudo neuropatológico, evidenciou microcefalia,

calcificac¸ões predominantemente corticais e subcorticais,

simplificac¸ão dos giros cerebrais, distúrbios da migrac¸ão

neuronal,perdadetecidocerebraledilatac¸ãoassimétrica

dosventrículos.Apesardeesteestudonãotercontemplado

examesdeneuroimagemmaisavanc¸ados,osachados

ultras-sonográficosdescritos certamentepoderiam sermaisbem

identificados e ilustrados por meio de exames de

tomo-grafiacomputadorizada ouressonânciamagnéticafetalou

pós-natal.71

Estratégiasparaestudodarelac¸ãoentreZikaV emicrocefalia

O entendimento global do neurodesenvolvimento normal, e desuas possíveisalterac¸ões, dependedoconhecimento amplo da formac¸ão do cérebro, do padrão das conexões entreosneurônioseentreasregiõescerebrais,bemcomo dascomunicac¸õessinápticasqueconstituemessasdevidas conexões. As novas metodologias de modelos celulares e organoides permitemsimular in vitro os processos envol-vidosna neurogênese embrionária,aspossíveisalterac¸ões ou intervenc¸ões que possam estar relacionadas com o desenvolvimento anormal do cérebro. Podem-se agora elucidar questões relacionadas às principais lacunas da formac¸ão do cérebro e gerar resultados únicos sobre a neurogênese embrionária e todos os processos envolvidos durante a formac¸ão cortical, bem como o entendimento completo da ac¸ão de agentes potencialmente causadores dealterac¸õesnoneurodesenvolvimentoembrionário.

Neurôniose/ou célulasgliais humanasnão estão pron-tamentedisponíveisparaapesquisaexperimental.Estudos de patologias associadas ao sistema nervoso central têm sido tradicionalmente limitados a modelos animais ou linhagens celulares de menor relevância para o entendi-mento da fisiopatologia neuronal.72---74 A importância do

uso de células humanas, com proximidade da doenc¸a a

serinvestigada, ficaevidentepelo número dedrogas que

apresentameficáciaeseguranc¸aquandotestadasem

mode-losanimais, porém subsequentemente falhamem ensaios

clínicos.74 Assim, faz-se necessário o uso denovos

mode-losque fielmenterepresentem as doenc¸as humanas reais

esuaspeculiaridadesfisiológicas,paramelhorarataxade

sucessodasnovasdescobertas,principalmenterelacionadas

aoneurodesenvolvimento.73

Atualmente,temosàdisposic¸ãoatecnologiadegeraros

chamadosmodeloscelulares,pormeiodareprogramac¸ãode

célulassomáticasemnívelembrionário,ouatémesmo

(9)

Essesmodelosapresentamaltarelevânciaparaoestudode

doenc¸asemhumanos,fornecemexcelentescondic¸õesparao

entendimentodemecanismoseconstituemumaexímia

fer-ramentaparaexperimentosdealtorendimento,permitem

atéa construc¸ão deplataformas paraa triagemdenovos

medicamentosemdiversasdoenc¸as.72

As células obtidas por meio da reprogramac¸ão

celu-larsãochamadasdecélulas-troncopluripotentesinduzidas

(iPS, do inglês Induced Pluripotent Stem Cells) e são

muitosimilaresàscélulas-troncoembrionárias,apresentam

as mesmas características de autorrenovac¸ão e

poten-cial de diferenciac¸ão em linhagens dos três folhetos

embrionários.75,76 Aaplicac¸ãodatecnologiadagerac¸ãode

célulasiPSestábaseadaemduasgrandesáreasdeatuac¸ão,a

gerac¸ãodecélulasespecíficasparaousoemmedicina

rege-nerativae/ouamodelagemdedoenc¸aseatriagemdenovos

fármacos.CélulasiPSpodemsergeradasdepacientes

por-tadoresdeumadeterminadadoenc¸aouentãodeindivíduos

saudáveis e posteriormente diferenciadas para o células

adultas.Combasenasdoenc¸asemqueofenótipoéexpresso

nascélulasadultas,pode-se fazera edic¸ão e correc¸ão no

genomadessascélulas,rastrearcompostoscapazesde

cor-rigirapatologiacelularouavaliarapossíveltoxicidadede

algumasdrogas.73ApartirdeumacélulaiPS,podemser

obti-dosinvitropequenosorganoidescomumaorganizac¸ãoem

miniaturamuitosemelhanteàdocérebrohumano,

chama-dosdeminicérebros,habilitados arecapitularumnúmero

surpreendente de características do desenvolvimento do

cérebro.

As infecc¸ões virais capazes de promover alterac¸ões no

neurodesenvolvimentopodemserinvestigadaspormeioda

exposic¸ão decélulasiPShumanasaosvírus, permitemum

estudo detalhado das diferentesetapas da progressão da

infecc¸ãoviral,bemcomoasconsequênciasdessaexposic¸ão

duranteodesenvolvimentoembrionáriodocérebro.D’Aiuto

etal.,em2014, apresentaramumestudosobrea

suscep-tibilidade de células iPS humanas ao citomegalovírus e a

atuac¸ãodesseduranteaformac¸ãodeumneurônioadulto.

Oestudoindicouimportantesdiferenc¸asnasalterac¸ões

cau-sadaspelocitomegalovírusemcélulasembrionárias,células

precursoras neurais e neurônios adultos. Isso sugere que

a exposic¸ão ao citomegalovírus no período embrionário é

determinanteparaodesenvolvimentodamalformac¸ão

cere-bralocasionadapelovírus.77

Emcasosdemicrocefaliacausadospormutac¸ões

gené-ticas, por exemplo, minicérebros foram gerados a partir

de células (iPS) derivadas de fibroblastos de pele de

um paciente com microcefalia. Os minicérebros gerados

assemelharam-secomofenótipodemicrocefalia,sãomuito

menoresemcomparac¸ãocomminicérebrosgeradosa

par-tirdecélulasde pacientescontrole,permitemumestudo

detalhadodaneurogêneseembrionária,principalmente da

formac¸ãocorticaldessescérebros.78,79

Discussão

Aassociac¸ãoentreadoenc¸aporZikaVduranteagestac¸ão e o desenvolvimento de microcefalia vem alarmando a populac¸ãodeformaglobal.5---8 Amicrocefaliaé um

distúr-biodafasedeproliferac¸ãoneuronal,queocorredeforma

precocenagestac¸ão (3◦-4mês)12 eque,em algunscasos

descritos,parececoincidircomossintomasdainfecc¸ãona

mãe.Comooscritériosparadefinic¸ãodemicrocefalianão

têmsido usadosdeformapadronizada,ecomo havia

cla-ramenteumasubnotificac¸ãodessescasosnoBrasil,édifícil

estabelecercomcertezaseocorreumaumentorealda

inci-dênciadessapatologia.22---26 Adicionalmente,osexamesde

neuroimagemdisponíveismostramqueoutrasmalformac¸ões

do desenvolvimento cortical fetal também estão

presen-tes, tais como distúrbios damigrac¸ão neuronal (3-5◦ mês

degestac¸ão)ecalcificac¸õesdifusas(morteneuronal).Isso

sugereouumalongadurac¸ãodapatogênesedovírusnoSNC

ouuma suscetibilidadede maisfases dodesenvolvimento

cortical.5,12---14,70

Se considerarmos a ampla dispersão do Aedes aegypti

noterritórionacionalequeosmétodosadotadospara

con-troledapopulac¸ãodovetortardamemmostrarresultado,

éesperadoqueoscasosdeinfecc¸ãopeloZikaVcontinuem

aaumentar, tornemprioritárioe urgenteconhecermaisa

fundotantoapatologiacomooagenteetiológico.Estudos

recentes sugerem que alterac¸ões nos componente

mole-culares do ZikaV,em especial daproteína E, presentena

superfíciedovírus,poderiamestarcorrelacionadascomuma

maior‘‘agressividade’’doZikaV,reforc¸ariamseu

neurotro-pismoesuacapacidadedecausardoenc¸aemhumanos.40,42

Asituac¸ãoexigeabordagens múltiplasemultidisciplinares

para controle do vetor e da infecc¸ão pelo ZikaV e passa

peloesclarecimentodapopulac¸ão.Omédicopediatrabem

informadoéumafiguracentralnesseprocesso.

ÉfatoqueoZikaVconseguevencerabarreira

placentá-riaeatingirolíquidoamnióticoeostecidosfetais.11Porém,

é necessáriotranquilizar asgestantes,pois nãoépossível

afirmarqueesseaumentonasnotificac¸õesdemicrocefalia

sejaexclusivamenterelacionadoaovírus,muitoscasos

ini-cialmente suspeitosjáforamdescartados.23 Oscasoscom

confirmac¸ão laboratorial são poucos em relac¸ão ao alto

númerodenotificac¸ões.Independentementedisso,as

medi-dasdeprevenc¸ãocontinuamasernecessáriasedevemser

identificadas.

A disponibilidade de testes para o diagnóstico

labora-torial da infecc¸ão por Zika, tanto na fase aguda quanto

posteriormenteaessa,aindaémuitorestrita.Adificuldade

na confirmac¸ãoouexclusãodainfecc¸ãoaindaprejudica o

entendimento da história natural da doenc¸a e darelac¸ão

comamicrocefaliaetambémcomasíndromede

Guillain--Barré.54 Em virtude da grande preocupac¸ão mundial em

relac¸ão ao potencial teratogênico da infecc¸ão por Zika,

haverámaioresforc¸oparadesenvolvimentodetestescom

custoacessívelecommaioracurácia,comosorologiascom

menorriscodereac¸ãocruzada.80

Concluindo, existe claramente uma relac¸ão temporal

entreaumentodanotificac¸ãodecasosdemicrocefaliaea

epidemiadevírusZika,principalmentenoNordestedo

Bra-sil.Entretanto,odesenvolvimentodetécnicasdiagnósticas

queconfirmemumarelac¸ãodecausaeefeito,os

mecanis-mosdapatogênesedainfecc¸ãopeloZikanosistemanervoso

central ecritérios diagnósticosmaisadequadamente

defi-nidos para a identificac¸ão dos casos de microcefalia que

devemsersubmetidosainvestigac¸ãoaindasãonecessários.

Conflitos

de

interesse

(10)

Agradecimentos

MLN,CRCeJCCtêmBolsadeProdutividadeemPesquisapelo ConselhoNacionaldeDesenvolvimentoCientíficoe Tecnoló-gico(CNPq).

Referências

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Tabela 1 Marcos do desenvolvimento do SNC

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