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Enfoque de gênero e relação saúde/trabalho no contexto de reestruturação produtiva e precarização do trabalho.

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Academic year: 2017

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Enfoque de gênero e relação saúde/ t rabalho

no cont ext o de reest rut uração produt iva

e precarização do t rabalho

Ge nd e r fo cus and the re latio nship b e twe e n

he alth and wo rk in the co nte xt o f p ro d uctive

re o rg anizatio n and und e re mp lo yme nt

1 Cen tro de Estu dos da Saú de d o Trabalh ad or e Ecologia Hu m an a, Escola N acion al d e Saú d e Pú blica, Fu n d ação Osw ald o Cru z .

Ru a Leop old o Bu lh ões 1480, Rio d e Jan eiro, RJ 21045-900, Brasil.

Ju ssara Cru z d e Brito 1

Abst ract Th is article an alyzes th e issu e of w ork ers’ h ealth in th e con text of p rod u ctive reorgan i-z ation , based on th e sexu al d ivision of labor an d gen d er relation s. Th e au th or begin s w ith a d is-cu ssion of cross-is-cu ttin g issu es an d m oves on to an alyze is-cu rren t tren d s: th e in crease in fem ale labor, its in corp oration by m u ltin ation al com p an ies in th e socalled Th ird World cou n tries, an in -crease in d ifferen ces an d greater vu ln erability vis-à-vis th e p rocess in volvin g u n d erem p loym en t an d su sp en sion of social labor clau ses. Fin ally, tw o ex am p les of fem ale labor (in in d u stry an d t h e sch ool syst em ) fost er reflect ion on t h e effect of p rod u ct iv e reorga n iz a t ion on w ork in g w om en’s h ealth , h igh ligh tin g th e issu e of excessive w ork load s for w om en .

Key wordsFem ale Labor; Wom en’s Health ; Occu p ation al Health ; Gen d er Relation s

Resumo Neste artigo p rocu ra-se an alisar a qu estão d a saú d e d os(as) trabalh ad ores(as) fren te à reestru tu ração p rod u tiva, tom an d o-se, com o eixo, a d ivisão sex u al d o trabalh o e as relações d e gên ero. Para isso, em u m p rim eiro m om en to, em p rega-se o p arad igm a d a tran sversalid ad e. Pos-teriorm en te d iscu tem -se as atu ais ten d ên cias d e au m en to d o trabalh o fem in in o, d e su a in corp o-ração p elas em p resas m u ltin acion ais n os p aíses d e terceiro m u n d o, d e acirram en to d e su as d ife-ren ças e d e su a m aior vu ln erabilid ad e d ian te d o p rocesso qu e torn a p recários o em p rego e o trabalh o. Ao fin al, d ois exem p los d e tratrabalh o fem in in o – n a in d ú stria e n o setor d e ed u cação – con -tribu em p ara a reflexão acerca d os efeitos d a reestru tu ração p rod u tiva n a saú d e d a m u lh er tra-balh ad ora, ap on tan d o a p roblem ática d o tem p o exten so d e tratra-balh o.

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Int rodução

Com este texto tem -se p or ob jetivo con trib u ir co m o s estu d o s e a s a çõ es a sso cia d a s à sa ú d e d o s tra b a lh a d o res e tra b a lh a d o ra s, d esen vo l-ven d o u m a a n á lise q u e to m a o s co n ceito s d e rela çõ es d e gên ero e d e d ivisã o sexu a l d o tra -b alh o com o referên cia. A saú d e é exp ressão d e con d ições sociais, cu ltu rais e h istóricas d as co-letivid ad es em qu e o trab alh o d esem p en h a p a-p el cru cial. O trab alh o realizad o em n ossa so-cied ad e é d eterm in ad o p or com p lexo en trela-çam en to d e relações d e p od er, sociais, econ ô-m ica s e p o lítica s. Nesse ô-m o ô-m en to d e glo b a li-za çã o e reestru tu ra çã o p ro d u tiva , a u m en ta a n ecessid ad e d e d ar u m p asso n a ap reen são d a rea lid a d e vivid a p elo s (a s) tra b a lh a d o res (a s) n ão só n o am b ien te in tern o d e trab alh o, com o tam b ém em seu cotid ian o, n os locais d e con ví-vio e m orad ia, am p lian d o o lequ e d e in terroga-ções e in corp oran d o en foq u es q u e colab orem p a ra a a p reen sã o d a s d esigu a ld a d es e h etero gen eid ad es p rod u zid as. Os estu d os con cern en -tes à d ivisão sexu al d o trab alh o e às relações d e gên ero se in serem n esta p ersp ectiva . Pro p õ e-se q u e ese-ses co n ceito s e-seja m a ssim ila d o s n a s an álises qu e en focam saú d e e trab alh o, em vir-tu d e d e su a cap acid ad e d e trazer à ton a p rob lem as coletivos q u e p erlem an ecelem ocu ltos q u an -d o as -d iferen ças são n ega-d as.

Po r in term éd io d e Bo rd ería s & Ca rra sco (1994) p o d e-se p erco rrer o itin erá rio segu id o p elo s estu d o s co n cern en tes a o “tra b a lh o d a m u lh er” n a s ú ltim a s q u a tro d éca d a s, co n tex-tu alizan d o a con stru ção d as an álises d as rela-ções d e gên ero e d a d ivisão sexu al d o trab alh o. As au toras sin alizam q u e os estu d os d as d éca-d as éca-d e 60/ 70 acerca éca-d o trab alh o éca-d as m u lh eres esta va m ca lca d o s n a a b o rd a gem d a co n d içã o fem in in a – p en sad a em term os d e esp ecificid a-d e – e a-d o s p a p éis sexu a is – a n a lisa a-d o s co m o com p lem en tarid ad e d e p osições sociais –, n ão evid en cia n d o o ca rá ter rela cio n a l. No s a n o s 70/ 80, a reflexã o a p a rtir d o p o n to d e vista d a d ivisão sexu al d o trab alh o e d as relações d e gê-n ero p rom ove verd ad eira igê-n versão gê-n essas for-m as d e ap reen são, ch afor-m an d o a aten ção p ara a n ecessid ad e d e en ten d er as relações d e trab alh o n ã o a p en a s n a esfera eco n ô m ica , m a s le van d o ao qu estion am en to d os con ceitos socio lógicos. É n esse sen tid o q u e Kergoat d esn atu -ra liza o co n ceito d e q u a lifica çã o, m o st-ra n d o q u e a s o p erá ria s sã o a d eq u a d a m en te q u a lifi-cad as p or m eio d o trab alh o d om éstico p ara as fu n ções qu e exercem n a in d ú stria, sem qu e es-se p rocesso in form al d e qu alificação es-seja reco-n h ecid o. Essa reco-n ova o riereco-n ta çã o d a a reco-n á lise d a s esp ecificid ad es d as p ráticas e cu ltu ras fem in

in as tein d e a p rivilegiar a su b jetivid ad e e as iin terrelações p rod u çãorep rod u ção, cam in h an -d o p a ra o p a ra -d igm a -d a tra n sversa li-d a -d e -d a s relações sociais d e sexo.

A n ecessidade de question am en to “tran sver-sal” é colocad a p or Pitrou (1979, ap u dDau n e-Rich ard & Devreu x, 1990) n o fin al d a d écad a d e 1980, qu an d o ap on ta a qu estão d a d in âm ica d o sistem a social glob al, en u n cian d o as im b rica-çõ es en tre o sistem a d e p ro d u çã o e o sistem a fa m ilia r. Kergo a t (1996), em a rtigo d o m esm o p erío d o, p a rte d e u m a crítica à “so cio lo gia d a d o m in a çã o” e p ro p õ e a co n stru çã o d e u m a “sociologia d as relações d e sexo”, frisan d o q u e a d ivisão técn ica e social d o trab alh o se ju sta -p õe à d ivisão sexu al d o trab alh o. Segu n d o esse a u to r, a d efin içã o d e rela çõ es so cia is d e sexo rep ou sa em ru p tu ra rad ical com as exp licações b io lo giza n tes d a s d iferen ça s en tre a s p rá tica s so cia is m a scu lin a s e fem in in a s e a d ivisã o d o tra b a lh o en tre o s sexo s, q u e é p o n to fu n d a -m en tal n essas relações. Isso sign ifica qu e “a relação en tre os sexos n ão se esgota n a vida con ju -gal, m as é ativa n o lu gar do trabalh o, en qu an to qu e a relação d e classes n ão se esgota n o lu gar d o trabalh o, m as é ativa, p or exem p lo, n a rela-ção com o corpo ou n a relarela-ção com as crian ças”

(Kergoat, 1996:22-23).

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Essa in tro d u çã o sin a liza a p ersp ectiva d e refletir acerca d a tem ática saú d e e reestru tu ra-çã o p ro d u tiva , referen cia n d o -se em co n ceito am p liad o d e trab alh o – qu e ab ran ge o trab alh o d om éstico – e su as in terações com a rep rod u çã o so cia l e o s m o d o s d e vid a . Rep o u sa ta m -b ém n a ap reen são d e q u e a saú d e é resu ltan te d e relações sociais, d e classe e d e sexo.

Ca b e ressa lta r q u e, n o â m b ito d e estu d o s esp ecíficos d a relação saú d e/ trab alh o, a em ergên cia, n os ú ltim os an os, d o olh ar sob re a m u -lh er trab a-lh ad ora tem evid en ciad o a im p ossi-b ilid ad e d e sep arar, an alítica e con cretam en te, os esp aços d e trab alh o e d e con su m o, o trab a-lh o e o d escan so, o trab aa-lh o rem u n erad o e n ão rem u n era d o, a p o n ta n d o n ovo s tem a s d e p es-qu isa (Noriega, 1995).

Neste artigo vai-se d iscu tir p rim eiram en te o cen ário geral d o trab alh o d as m u lh eres fren te à reestru tu ração p rod u tiva sob o p on to d e vista d a sa ú d e co letiva . Po sterio rm en te, p ro cu ra r-se-á a rticu la r essa a n á lise co m q u estõ es d es-cortin ad as em d ois estu d os d e casos, d esen volvid o s n o Rio d e Ja n eiro, co m o p erá ria s d a in -d ú stria q u ím ica e com p rofission ais -d e e-d u ca-çã o. Co m isso, esp era -se fo rn ecer elem en to s p ara d ar con cretu d e à revisão teórica efetu ad a an teriorm en te, con tu d o sem esten d er cad a u m d o s ca so s. Tra ta -se, en tã o, d e u m ca m in h o d e elab oração teórica, em qu e se p rocu ra d ar sen tid o a u m con ju n to d e q u estões ap aren tem en -te d isso cia d a s, co m vista s à co m p reen sã o d a d in âm ica em cu rso e seu s reflexos n a saú d e se-gu n d o p ersp ectiva d e gên ero.

Tendências at uais

Con su ltan d o d iferen tes au tores p od ese ap on -ta r resu m id a m en te a s segu in tes ten d ên cia s m u n d iais:

• a in co rp o ra çã o d e eleva d a p ro p o rçã o d e m u lh eres em p rocessos p rod u tivos in stalad os, p or em p resas m u ltin acion ais, em q u alq u er lu -ga r d o p la n eta o n d e o cu sto d e p ro d u çã o seja m en o r e su a co n seq ü en te p ro leta riza çã o (Be-n ería, 1994);

• a ten d ên cia d e acirram en to d a d iversid ad e e h etero gen eid a d e d a s situ a çõ es d e tra b a lh o d os h om en s e m u lh eres tan to em p aíses d o Su l com o d o Norte (Hirata, 1997)

• o aum en to crescen te do trabalho fem in in o e a m aior vu ln erabilidade das trabalh adoras fren -te à p recarização do trabalh o (Arm stron g, 1995; An tun es, 1997; Hirata, 1997), p rocesso que se re-flete seja n o au m en to do setor in form al seja n as m od alid ad es d e em p rego b asead as em con tra-tos tem p orários ou em ou tros regim es atíp icos.

A geografia do produção, a saúde e as relações de gênero

A m ob ilid ad e d o cap ital em d ireção aos p aíses d o Terceiro Mu n d o – p rin cip al característica d a d ivisão d o trab alh o qu e avan ça n os an os 80 – é p aralelam en te segu id a p ela ten d ên cia d e con -cen tração d o cap ital n as em p resas m u ltin acio-n a is. A form a com o isto ocorre é, p orém , b a tan te seletiva, n a m ed id a em q u e n ão se con s-tata a in ten sificação esp erad a d o flu xo d e cap i-tal en tre o Cen tro e a Periferia, p od en d o-se fa-la r em d esco n exã o fo rça d a en tre No rte e Su l (Co u tro t & Hu sso n , 1993). Po r esse m o tivo, Cou trot & Hu sson (1993) salien tam qu e a rees-tru tu ra çã o p ro d u tiva é a co m p a n h a d a d a re-co n stitu içã o, so b n ova fo rm a , d a d ivisã o d o m u n d o en tre Cen tro e Periferia , cria n d o n ova b ase d e d ep en d ên cia. Ao Terceiro Mu n d o está d estin ad o u m p ap el d eterm in ad o p elas exigên -cias d e crescim en to d os p aíses m ais in d u stria-lizad os, levan d o a rigorosa seleção d as regiões e setores m ais su scetíveis d e fazer p arte d essa d in â m ica , a b olin d o-se a m a ior p a rte d a esp é-cie h u m an a d esse p rocesso. Neste con texto são in stau rad as n ovas form as d e con corrên cia, n as q u a is a m elh o r fo rm a çã o d a m ã o d e o b ra , a qu alid ad e, a in ovação e a velocid ad e d e resp os-ta à d em a n d a to rn a m -se d eterm in a n tes d a p rod u çã o e d e seu a m b ien te sóin stitu cio-n al em d etrim ecio-n to d o fator salário.

Con tu d o, qu an d o ao cap ital in teressa orga-n izar a p rod u ção iorga-n terorga-n acioorga-n al, tiraorga-n d o vaorga-n tagem d os b aixos salários e d a fraca regu lam en -tação d o trab alh o existen tes em p aíses d o Ter-ceiro Mu n d o, h á a ten d ên cia d e a s m u lh eres serem a força d e trab alh o p referid a.

A tran sferên cia d o trab alh o in ten sivo d e in -d ú stria s têxtil, -d e co n fecçã o, -d e b rin q u e-d o s e d e co m p o n en tes eletrô n ico s d o s p a íses m a is in d u stria liza d o s – so b retu d o o s Esta d o s Un i-d os, a Eu rop a Ocii-d en tal e o Jap ão – foi feita, em u m a p rim eira fase, p ara p aíses d o su d este asiá-tico e d e ou tros, tais com o Ilh as Mau rício, Ch i-p re e zon as d o Brasil e d o México. Em u m a segu n d a fase, atin giu a Ín d ia, In d on ésia, Tailân -d ia e algu n s p aíses latin o-am erican os – com o a Rep ú b lica Dom in ica n a e El Sa lva d or – e, m a is recen tem en te, a Ch in a . A b u sca d o lu ga r e d o p ro cesso d e p ro d u çã o m a is b a ra to em q u a l-q u er regiã o d o p la n eta levo u a o l-q u e se tem qu alificad o d e “n ova p referên cia p elo em p rego d as m u lh eres” e, p or su a vez, a su a p roletariza-ção (Ben ería, 1994).

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essa s zo n a s in d u stria is d e p a íses d e terceiro m u n d o em p regam gran d e p arcela d e m u lh eres joven s, solteiras e com alto n ível d e ed u cação. Ou tros exem p los são dados p or An tu n es (1997), co m o a p ro d u çã o d e tên is Nike n a In d o n ésia , q u e em p rega m u lh eres receb en d o US$ 38 p or m ês, co m jo rn a d a d e 60 h o ra s sem a n a is, en -q u an to em Ban glad esh , p ara id ên tica jorn ad a, o salário n ão ch ega a US$ 30.

Um a con trib u ição im p ortan te p ara a an álise d a d ivisã o in tern a cio n a l e álisexu a l d o tra b a -lh o é feita p or Le Doaré (1984). A au tora m ostra q u e a exp o rta çã o d e p a rcela d o p ro cesso d e p rod u ção p or m eio d a terceirização em escala m u n d ial ocorre sim u ltan eam en te à tran sferên -cia d as m od alid ad es d e d ivisão sexu al d os p aí-ses d om in an tes p ara os p eriféricos. A terceiri-za çã o a o n ível in tern a cio n a l co rresp o n d e a p rocesso d e rep licação d a d om in ação d as m u -lh eres, p ois o q u e é exp orta d o e exp lora d o é o caráter trad icion alm en te d esvalorizad o d o tra-b alh o fem in in o.

Certam en te, esse é u m d os fatores exp lica-tivos d as “p ersistên cias, con tin u id ad es e sim ila rid a d es” existen tes n a d ivisã o sexu a l d o tra -b alh o em p aíses qu e ocu p am p osições con tras-ta n tes n o cen á rio d a d ivisã o in tern a cio n a l d o trab alh o e n o n ível d e d esen volvim en to econ ô-m ico e tecn o ló gico (Hira ta , 1993). Ta n to n o s p aíses cen trais q u an to n os p eriféricos, os m é-tod os e técn ica s tayloristassã o a p lica d os m a -joritariam en te às m u lh eres, ao p asso qu e a ges-tão tayloristaé p red om in an te n as fáb ricas em q u e é gran d e o n ú m ero d e op erárias. A d ivisão sexu a l d o tra b a lh o a tra vessa a reestru tu ra çã o p rod u tiva, im p lican d o a coexistên cia d e u m se-tor flexib ilizad o m ascu lin o e d e u m sese-tor taylo

-riz ad ofem in in o (Kergo a t, 1992). De fa to, a s com p arações in tern acion ais referen tes à d ivi-sã o sexu a l d o tra b a lh o têm sid o im p o r ta n tes p ara evid en ciar q u e os m od elos teóricos u tili-zad os n a an álise d a restru tu ração p rod u tiva es-tão referen ciad os a d eterm in ad o arq u étip o d e tra b a lh a d o r q u a lifica d o e p o liva len te (Hira ta , 1994), u m a vez q u e, n a o u tra extrem id a d e, o

taylorism ocon tin u a sen d o p reva len te n os stores d e p rod u ção qu e m ais em p regam m u lh e-res, as q u ais até aq u i n ão têm sid o req u alifica-d a s p a ra o s n ovo s eq u ip a m en to s alifica-d e b a se m i-croeletrôn ica. A p ersistên cia d a d ivisão sexu al d o trab alh o é claram en te d em on strad a, p ara o caso d a Fran ça, qu an d o as con clu sões alcan ça-d as p elo trab alh o p ion eiro ça-d e Maça-d elein e Gu il-b ert, d esen vo lvid o em 1966 (Gu ilil-b ert, 1966), sã o rea firm a d a s p ela p esq u isa rea liza d a p o r Dan ièle Kergoat, em 1982 (Kergoat, 1982), e p e-la s su b se q ü e n te s a n á lise s e sta tística s d o Mi-n istério d o Trab alh o d esse p aís Mi-n o aMi-n o d e 1993

(DARES, 1993): o trab alh o d as m u lh eres n as in -d ú stria s é ca ra cteriza -d o p ela rep etitivi-d a -d e, m on oton ia e p elo ritm o in ten so. No q u e se refere ao Brasil, a reorgan ização p rod u tiva é ain d a m argin al e p ou co sign ificativa, id en tifican -d o-se a em ergên cia -d e n ovos m o-d elos -d e orga-n ização d o trab alh o orga-n as graorga-n d es em p resas, d e seto res co m p etitivo s d a eco n o m ia e q u e em -p regam m ão-d e-ob ra m ascu lin a (Hirata, 1993). No en ta n to, ca b e a q u i ta m b ém a p resen ta r u m a reflexão d e Arm stron g (1995) a resp eito d o q u e tem sign ificad o a fem in ização d a força d e tra b a lh o co m b a se em d a d o s d o Ca n a d á . Su a a n á lise in d ica u m m ovim en to sim u ltâ n eo e d istin to d o q u e foi exp osto a cim a , q u e p a rece esta r o co rren d o n esta co m p lexa ro d a viva . A glob alização tem elim in ad o algu n s d os em p rego s m a scu lin o s e a ltera d o o s p o sto s tra d icio -n alm e-n te ocu p ad os p or h om e-n s, faze-n d o com qu e estes se ap roxim em dos fem in in os, em p ar-ticu lar, qu an to à p recaried ad e. Para a au tora, o tra b a lh o d e m u lh eres e h om en s tem se torn a -d o sim ilar em virtu -d e -d e qu e m en or n ú m ero -d e p essoas d e am b os os sexos têm con segu id o es-colh er o tip o d e trab alh o q u e d esejam realizar, restan d o assu m ir p ostos n ão valorizad os.

Para en ten d er o qu e rep resen tam estes m o-vim en tos con trad itórios n a saú d e d as trab alh a-d oras e trab alh aa-d ores lem b rar-se-á Berlin gu er (1980), qu e salien ta: “n o plan o san itário é n otório qu e a m aior freqü ên cia de distú rbios e doen -ças p rofission ais ocorrem en tre as categorias m en os qu alificad as”(Berlin gu er, 1980:6). Ou -tro s a u to res m o stra ra m igu a lm en te q u e a s d o en ça s a sso cia d a s a o tra b a lh o d a s m u lh eres n este q u ad ro d e d ivisão social d o trab alh o ca-ra cteriza m -se p o r serem d o tip o in sid io so, m u ita s vezes in esp ecífica s e n ã o in d en izá veis ( Vo lko ff, 1985), in existin d o n o r m a s a p ro p ria -d a s à s co n -d içõ es -d o tra b a lh o fem in in o. Pa ra Frigu l et al. (1993), as m u lh eres en con tram -se in serid as n os ân gu los m ortos d o sistem a p revi-d en ciá rio co m a a cu m u la çã o revi-d e a gra vo s n ã o esp ecíficos. É con sid eran d o esta d ificu ld ad e d e a p reen d er os riscos d o tra b a lh o d a s m u lh eres q u e Messin g et a l. (1997) su sten ta m q u e, p a ra an alisar os asp ectos físicos d o trab alh o fem in i-n o, é i-n ecessá rio to m a r em co i-n ta o so m a tó rio d e esforços realizad os d u ran te u m a jorn ad a, a q u a l, em m u ito s ca so s, é su p erio r a u m ú n ico esforço n ão rep etitivo referen te a u m a ativid a-d e m a scu lin a . Esses a u tores m ostra ra m q u e o trab alh o leve d as m u lh eres as exp õem a p ostu -ras forçad as, com relação às qu ais n ão h á crité-rios p ara estab elecer lim ites.

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-lh eres n a in d ú stria e qu e se in ten sificaram com a in trod u ção d as n ovas form as d e organ ização d o trab alh o – o con ju n to d e lesões osteoarticu -lares, as q u ais in clu em d istú rb ios q u e atin gem d ed os, p u n h os, an teb raços, cotovelos, om b ros, p esco ço e regiõ es esca p u la res; resu lta n tes d o d esgaste m u scu lar, ten d in oso, articu lar e n eu -ro ló gico. Ob ser va -se q u e a in cid ên cia d essa s lesões, cu ja n om en clatu ra é b astan te d iversifi-cad a en tre os p aíses, está relacion ad a, além d e a fatores etiológicos – exigên cias físicas e m en -tais d o trab alh o –, a fatores agravan tes, com o a form a d e organ ização d o trab alh o – o n ú m ero excessivo d e h oras trab alh ad as e o ritm o d e trab a lh o –, a in su ficiên cia d e rep o u so e rela xa m en to – im p ortan te n o caso d as m u lh eres, ten -d o-se em vista a altern ân cia trab alh o assalariad o e assalariad om éstico – e a certas p reassalariad isp osições in -d ivi-d u ais – i-d a-d e, esta-d o geral -d e saú -d e, força m u scu la r, h a b ilid a d e p ro fissio n a l etc.–, q u e n ã o d evem ser en fa tiza d a s em d etrim en to d e ou tros fatores (On o et al., 1987).

Sob o p on to d e vista d a p sicossom ática, en ten d ese qu e a au sên cia d e sign ificad o d os m o -vim en to s rea liza d o s n o s tra b a lh o s rep etitivo s n ão p od e d eixar d e rep resen tar fon te d e p ato-lo gia . Esses m ovim en to s segu em ritm o s q u e fo ra m in terio riza d o s p ela s m u lh eres d esd e a in fân cia, levan d as a m an ter o ap arelh o m tor em h ip erativid ad e. Ou seja, o ap arelh o m o-tor é u tilizad o com o sistem a d e d efesa p rivile-giad o (Peze, 1997). Nessa relação d e escravid ão q u e a s tra b a lh a d o ra s m a n têm co m o tem p o é q u e se d esen vo lvem – e se rea lim en ta m – a s ativid ad es d o trab alh o rep etitivo.

Cab e sin alizar qu e as lesões p or esforços re-p etitivos estão tam b ém fortem en te associad as à s a tivid a d es d e p ro cessa m en to d e in fo rm a -çõ es, so b retu d o a en tra d a e m a n ip u la çã o d e d a d o s, cu ja m ã o d e o b ra em p rega d a é p rin ci-p alm en te fem in in a. Com a tecn ologia d as tele-com u n icações, essas ativid ad es têm sid o orga-n iza d a s so b o regim e d a su b co orga-n tra ta çã o o u m esm o in tern acion alizad as m ed ian te a tran s-ferên cia p ara os p aíses p eriféricos. Se as lesões p or esforços rep etitivos, a d eterioração d a ca -p a cid a d e visu a l, o estresse e a fa d iga , a s d erm a to ses e o s p ro b leerm a s rep ro d u tivo s sã o a -p on tad os com o con seq ü ên cias, em geral, d es-sas ativid ad es (Pearson , 1995), o estu d o esp ecí-fico d e Soares (1992), a resp eito d e teletrab alh o e com u n icação em cen tros d e p rocessam en tos d e d a d o s, n o Bra sil, in d ica q u e o iso la m en to social é seu asp ecto m ais p rob lem ático. Para o au tor, a im p osição cu ltu ral d e qu e as m u lh eres sejam resp on sáveis p ela socialização d as crian ças con trib u i p ara q u e o teletrab alh o seja am p lam en te fem in izad o. E, em b ora u m d os p rin

-cip a is a rgu m en to s p a ra su a exp a n sã o seja a p ossib ilid ad e d e con ciliação com trab alh o d o-m éstico, Ved el &ao-mp; Gu n n arsson (1985, ap u d Soa-res, 1992) ressa lta m q u e o s p erío d o s d e p iq u e d essa s a tivid a d es co in cid em co m o s m o m en -to s em q u e a s m u lh eres d everia m esta r à d is-p osição d as crian ças, su gerin d o q u e o teletrab alh o in terfere d iretam en te n os relacion am en -tos fam iliares. No q u e se refere ao isolam en to, u m d e seu s efeitos é a d esorgan ização em ocio-n al d os(as) trab alh ad ores(as) e a d ificu ld ad e ou im p o ssib ilid a d e d e co n stitu içã o, a tra vés d a id en tifica çã o co m o o u tro, d e gru p o s in fo rm ais; gru p os d e resistên cia e d e d efesa d a saú -d e e -d a vi-d a.

De fato, con form e Lerolle (1995), as m od er-n iza çõ es técer-n ica s e o rga er-n iza cio er-n a is er-n ã o sã o sim p lesm en te m elh orias d e eficácia, m as se rem eterem d iretarem en te às relações d e trab alh o an -teriorm en te con struídas. A autora p rocura m os-trar a im p o rtâ n cia d a vita lid a d e d o s co letivo s d e trab alh o p ara a (re)con stru ção d a saú d e d i-an te d as m u d i-an ças orgi-an izacion ais, qu e se ca-racterizam : p elo d escon h ecim en to d os valores e regras d e trab alh o n os qu ais rep ou sam os co-letivos; p ela d estru ição d o eq u ilíb rio an terior-m en te con qu istad o p elos(as) trab alh ad ores(as) e p or gran d e d ificu ld ad e d e in stau rar u m d eb a-te relacion ad o aos riscos d essas m u d an ças. Re-fletin d o a cerca d e su a s exp eriên cia s d e in ter-ven ção, Lerolle (1995) sin aliza q u e a aceitação d a m o d ern iza çã o p ro d u tiva p o r p a rte d o s(a s) trab alh ad ores(as) e a p reservação d a saú d e d e-p en d em d a e-p o ssib ilid a d e d e reco n stru çã o d e va lo res e d o sen tid o d o tra b a lh o n o s q u a is se a p o ia m o d esen vo lvim en to d a s id en tid a d es su b jetivas e coletivas. O au tor d estaca a con tra-d ição en tre os tra-d iscu rsos q u e valorizam a au to-n o m ia e a a u sêto-n cia d e m eio s p a ra exercê-la efetivam en te, citan d o o exem p lo d as op erárias d e u m a co n fecçã o q u e fo ra m o rga n iza d a s, d e form a au toritária e sob forte exigên cia d e p ro-d u ção, em “gru p os au tôn om os” e restab elece-ram rap id am en te a m esm a d ivisão d o trab alh o

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Gênero, precarização e pobreza

O statu s geop olítico, além d a id ad e, classe, ra-ça e p referên cia sexu al, é talvez o fator m ais d e-term in a n te d e d iferen ça s n a s exp eriên cia s fe-m in in a s (Doya l, 1995). Assife-m , tefe-m -se q u e 2/ 3 das m u lh eres vivem em p aíses de terceiro m u n d o, on d e a ren d a p er cap ita é b aixa e a exp ecta -tiva d e vid a p equ en a, as taxas d e fertilid ad e são altas e a p ercen tagem d e m u lh eres n o m ercad o é relativam en te m en or. Esses p aíses, n os q u ais é a cen tu a d a a d esigu a ld a d e n o n ível d e ren d a segu n d o as classes sociais, com p artilh am a ex-p eriên cia d o colon ia lism o e im ex-p eria lism o, re-su ltan d o em grau s variad os d e re-su b ord in ação.

Segu n d o d ad os d o Relatório de Desen volvi-m en to Hu volvi-m an o,d a Orga n iza çã o d a s Na çõ es Un id a s (ONU, 1995), a s m u lh eres d e to d a s a s regiões d o m u n d o são resp on sáveis p or 53% d o trab alh o total (rem u n erad o e n ão rem u n erad o) n os p aíses em d esen volvim en to e 51% n os p aí-ses in d u stria liza d o s; cerca d e 2/ 3 d o tra b a lh o fem in in o são ativid ad es n ão-rem u n erad as e a ca rga h o rá ria d iá ria d o tra b a lh o d a m u lh er é, em m éd ia, 13% m aior q u e a d os h om en s. Com a p recariz ação d o trabalh od eco rren te d a glo balização da econ om ia, elas se en con tram tam -b ém n as situ ações m ais vu ln eráveis. Con form e en fatiza Vin cen t (1994), h á u m a form a d e flexi-b ilização qu e está ligad a à form ação e re-qu ali-ficação d os trab alh ad ores, m as a flexib ilid ad e m a is p ra tica d a n a m a ior p a rte d os p a íses oci-d en tais é aqu ela oci-d a p recarização oci-d o em p rego e d o d esem p rego.

Na verd a d e, a p reca ried a d e sem p re esteve associad a ao trab alh o fem in in o, u m a vez q u e, m esm o q u an d o a in segu ran ça, a in stab ilid ad e e o d esem p rego a tin gem to d a a p o p u la çã o d e tra b a lh a d o res, o tra b a lh o m a scu lin o ten d e a estab ilizar-se, en q u an to q u e o fem in in o ten d e a m a n ter-se in certo e irregu la r. Pa ra Fra d er (1997), é a d esvalorização d o trab alh o fem in i-n o seja i-n os d iscu rsos e rep resei-n tações seja i-n as estru tu ras econ ôm icas – m ed ian te a organ iza-ção sexu ad a d o m ercad o d e trab alh o – a cau sa d e su a p reca ried a d e. A p reca riza çã o p o d e ser d efin id a d e m a n eira d escritiva ta n to em rela -çã o à s n ova s fo rm a s d e em p rego, d esign a d a s com o atíp icas, qu an to em relação às con d ições d e trab alh o em fu n ção d o en fraqu ecim en to ou p erd a d e d ireitos sociais, sin d icais, d e p reven çã o e d e re p a ra çã o d o s r isco s. In clu i o tra b a -lh o a d om icílio, a terceirização, o trab a-lh o em tem p o p arcial, o trab alh o in form al, os con tratos tem p orários, o trab alh o sazon al, m as tam -b ém d esign a aqu eles n os qu ais a organ ização é rígid a e é in ten so o sofrim en to físico e m en tal (Th éb au d -Mon y, 1994). Con tu d o, algu n s au

to-res (Hu ez, 1994) p rop õem -se a d efin ir a p reca-riza çã o a p a rtir d o in d ivíd u o. Pa ra eles, a p re-caried ad e é aq u ilo q u e d im in u i as m argen s d e p ossib ilid ad es d e con stru ção d a saú d e e id en -tid ad e, aqu ilo qu e en treva essa con stru ção.

No Brasil e d em ais p aíses d a Am érica Lati-n a é sigLati-n ifica tiva a p reseLati-n ça d e m u lh eres Lati-n o setor in form a l, on d e tra b a lh a m sem p roteçã o trab alh ista, sem carteira assin ad a, com tem p o p rolon gad o, execu tan d o as ativid ad es n as ru as ou a d om icílio. Em 1995, cerca d e 30% d a s a s-salariad as eram trab alh ad oras d om ésticas, rep resen tan d o q u ase 17% d a ocu rep ação d as m u -lh eres. Ou tras 16,6% en con travam -se n a cate-goria d e trab alh o p or con ta p róp ria, en q u an to 13% trab alh avam sem rem u n eração fin an ceira. Ou tra s 9% p erm a n ecia m n a s a tivid a d es d e su b sistên cia , p ro d u zin d o p a ra co n su m o p ró -p rio, sem estarem in cor-p orad as ao m ercad o d e tra b a lh o fo rm a l o u in fo rm a l. No a n o d e 1995, segu n d o d ad os d o IBGE, trab alh avam sem car-teira d e tra b a lh o a ssin a d a 54% d a s m u lh eres a ssa la ria d a s, exclu íd a s a s fu n cio n á ria s p ú b li-cas e m ilitares. Neste con tin gen te estão in clu í-d as as em p regaí-d as í-d om ésticas: som en te 2,7% d os trab alh ad ores d esta categoria têm registro em carteira (DIEESE, 1998).

Estu d o s co n cern en tes a o tra b a lh o tem p o -rário, realizad os n o Ch ile, alertaram p ara a p ro-b lem á tica d a sa ú d e m en ta l: tra ro-b a lh a d o ra s d a in d ú stria d a p esca e d e fru ticu ltu ra sin alizaram q u e a con d ição d e even tu alid ad e gera tem or e an sied ad e (Díaz & Med el, 1997). No trab alh o a d o m icílio n ã o h á d istin çã o en tre esp a ço s d e p ro d u çã o e rep ro d u çã o, u m a vez q u e a m b o s im p licam d em an d as d e en ergia e am b os geram co m p en sa çõ es (Aceved o, 1997). No Ch ile, a s m u lh eres qu e trab alh am a d om icílio p ara a in -d ú stria -d e con fecção -d e-d icam o m esm o tem p o d e trab alh o q u e as trab alh ad oras q u e exercem tal fu n ção n a p róp ria fáb rica, p orém su a jorn a-d a se p ro lo n ga a té ta ra-d e a-d a n o ite, a-d ep o is a-d a s 20h s, qu an d o as d em an d as fam iliares e d om és-ticas com eçam a red u zir (Díaz & Med el, 1997). Cab e d izer qu e as situ ações d e d em an d a con s-ta n te d e tra b a lh o sem p erío d o s d e d esca n so, levam à p erm an ên cia d e n íveis con stan tes d os h orm ôn ios d e ad ap tação, o q u e resu lta em al-teração d as fases d o son o e d a p rofu n d id ad e d o d esca n so n o tu rn o ( Va lls-Llo b et, 1997). Ou tra con seqü ên cia é a sen sação d e can saço m atu ti-n o, com alterações ti-n o ritm o card íaco, ati-n sied ad e, an gú stia e au m en to ad a con tratu ra m u scu -la r, p rop orcion a n d o d ores n a s zon a s cervica l, d orsal e lom b ar.

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-ta m 70% d o 1,3 b ilh ã o d e p esso a s q u e vivem em con d ições d e p ob reza ab solu ta n o m u n d o. O con ceito d e fem in ização da p obreza p rocu ra exp licitar a gran d e p resen ça d e m u lh eres en tre o s p o b res, seu a u m en to p ro gressivo e o s co n -d icion an tes -d essa reali-d a-d e (An -d erson , 1994). Esse con ceito foi in trod u zid o p ela p rim eira vez em 1978, n os Estad os Un id os. Estu d os n a Áfri-ca m ostraram a p ersistên cia d e q u atro gru p os en tre a p op u lação p ob re: os órfãos, os q u e estão física e m en talm en te in cap acitad os, as viú -va s e o s velh o s, q u e sã o rep resen ta d o s, co m m a io r freq ü ên cia , p ela s m u lh eres em fu n çã o d a so b revid a fem in in a . No Bra sil, 20% d a s fam ília s é ch efia d a p o r fam u lh eres. As q u e tra b a -lh a m p o r co n ta p ró p ria ch ega m a fica r a té 14 h o ra s ven d en d o n a ru a o u em ca sa e co lo ca m seu s filh os p a ra a ju d á -la s ou su b stitu í-la s n a s tarefas d om ésticas.

Ou tros fatores qu e in terferem n o qu ad ro d e p ob reza e d e p recarização, segu n d o An d erson (1994), são os ativos sociais – tod os os salários, b en s e serviços a qu e tem acesso u m in d ivíd u o a tra vés d e seu s vín cu lo s so cia is – e o s a tivo s cu ltu ra is – ed u ca çã o fo r m a l e co n h ecim en to cu ltu ra l q u e p erm ite u m in d ivíd u o d esen vo l-ver-se em seu am b ien te – d e qu e se d isp õe. Al-gu m a s a n á lises d esta ca ra m q u e a lib erd a d e m ascu lin a p ara d eslocar-se con trib u i p ara qu e o s h o m en s esta b eleça m vín cu lo s co m a m p la varied ad e d e in d ivíd u os, gru p os e associações, a ssim co m o p a ra q u e a p ren d a m o s p ro ced i-m en tos fori-m ais e in fori-m ais p ara lid ar coi-m in stitu içõ es e co m a b u ro cra cia p ú b lica a o a cu -m u lar ativos cu ltu rais.

Destaca-se tam b ém q u e as m u lh eres reali-zam gran d e q u an tid ad e d e trab alh o n ão p ago, n ã o só o ch a m a d o tra b a lh o d o m éstico, m a s ta m b ém o tra b a lh o d e cu id a r d a fa m ília , q u e ap resen tam com p on en tes em ocion ais im p or-tan tes e q u e con som em m u ito tem p o. Esse fa-to d eve ser an alisad o p ela su a im p ortân cia n a rep ro d u çã o d o q u a d ro d e p o b reza e p reca rie-d arie-d e rie-d as m u lh eres.

Configurações específicas da relação gênero, saúde e t rabalho no cont ext o de reest rut uração produt iva e globalização

Ao realizar u m estu d o relativo à saú d e d as op e-rá ria s d e in d ú stria s q u ím ica s lo ca liza d a s n o su b ú rb io d o Rio d e Jan eiro, a ten d ên cia en con -t ra d a d e e m p re go d e m ã o d e o b ra fe m in in a n os estab elecim en tos d e m en or p orte – em p resa s d e “fu n d o d e q u in ta l” – d esp erto u a a ten -çã o, p a recen d o ser esse u m a sp ecto co n creto

d a tran sversalid ad e d as relações sociais d e sexo. Nessas em p resas – sejam fáb ricas d e p rod u -tos d e p lásticos sejam lab oratórios farm acêu ti-co s – a s ti-co n d içõ es d e tra b a lh o sã o p recá ria s, p ersistin d o in clu sive o u so d e m aqu in ários tra-d icion ais. A in form alitra-d atra-d e tra-d as relações sociais d e trab alh o p resen te n esses estab elecim en tos torn a m ais d ifícil p ara os(as) trab alh ad ores(as) a recu sa d e trab alh ar em situ ação d e risco. Por u m lad o, p rob lem as alérgicos, resp iratórios, ren ais, giren ecológicos, d erm atológicos e d e colu -n a fo ra m m e-n cio -n a d o s co m freq ü ê-n cia p ela s op erárias. Por ou tro lad o, elas m ostraram p er-ceb er a rela çã o en tre a sa ú d e e o tra b a lh o d e fo rm a in esp ecífica , cita n d o co m o resu lta n tes d o p ro cesso d e tra b a lh o : esgo ta m en to físico, n ervosism o e p rob lem as visu ais. É im p ortan te sa lien ta r q u e en tra m em co n ta to d ireto co m su b stân cias q u ím icas e ou tros riscos n as ativi-d a ativi-d es m a n u a is e p eriférica s q u e rea liza m em fu n ção d a d ivisão sexu al d o trab alh o, em p arcu la r, n o s p eq u en o s la b o ra tó rio s fa rm a cêu tico s. A p reca ried a d e d e su a s tico n d içõ es d e tra b alh o é agravad a p or serem m u itas vezes su b co n tra ta d a s p ela s ch a m a d a s a gên cia s d e em -p rego – m od alid ad e a-p licad a à m ão d e ob ra fe-m in in a já h á fe-m u ito tefe-m p o n o Brasil e q u e n ão é alterad a com a reestru tu ração p rod u tiva.

Po d ese p erceb er, a tra vés d esses elem en -tos, a rep rod u ção d o cen ário d escrito an terior-m en te:

• a p erm an ên cia d a d ivisão sexu al d o trab a-lh o (a s tra b a a-lh a d o ra s q u e o cu p a m o s p o sto s taylorizad os, rep etitivos e “d esqu alificad os”); • a in visib ilid a d e d o s risco s e a gra vo s q u e acom etem essas trab alh ad oras (os organ ism os d e vigilân cia à saú d e raram en te atu am n essas em p resas; o p rocesso crôn ico d e ad oecim en to n ão ch ega n orm alm en te a em ergir);

• a s rela çõ es d e tra b a lh o existen tes d ificu l-tam a estru tu ração d e u m coletivo cap az d e re-sistir a b erta m en te à s p ressõ es/ co n d içõ es d e trab alh o.

O va lo r d o tra b a lh o d essa s m u lh eres, ex-p resso n os b aixos salários q u e receb em (en tre 1,5 e 3,8 sa lá rio s m ín im o s), rep resen ta cu sto p articu larm en te elevad o p ara a saú d e d as ch e-fes d e fam ília, d e qu em p od em d ep en d er várias p esso a s, en tre filh o s, irm ã o s, m ã es e co m p a n h eiro s d esem p rega d o s. Em a lgu m a s situ a -ções, as trab alh ad oras são forçad as a d esem p e-n h a r a tivid a d es rem u e-n era d a s ie-n ie-n terru p ta s, sem tem p o p a ra d esca n so, em en d a n d o a jo rn ad a rn a fáb rica com a jorrn ad a em ativid ad e irn -form al.

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p ro d u tiva n eo lib era l ga n h a m co n to rn o s d ife-ren tes e, ao n osso ver, ain d a m ais ob scu ros. No ca so d o Bra sil, o sistem a ed u ca cio n a l p ú b lico tem sid o levad o a u m qu ad ro d e p recarização e d egrad ação em q u e, p arad oxalm en te, su a p ro-d u tiviro-d a ro-d e en co n tra -se n a im p ro ro-d u tiviro-d a ro-d e (Frigoto, 1984). O qu ad ro d e su cateam en to d as esco la s p ú b lica s revela -se n o a b a n d o n o d o s eq u ip a m en to s e in sta la çõ es, a ssim co m o n a crescen te d ep reciação d os (d as) trab alh ad ores (as) via reb aixam en to salarial e p recárias con -d içõ es p a ra a rea liza çã o -d e su a s a tivi-d a -d es. Neste m esm o m ovim en to, im p ortou -se a óp ti-ca em p resarial e seu d iscu rso geren cial p ara a Escola Pú b lica, com “n ovas” p rop ostas e exp e-riên cia s ra cio n a liza d o ra s, co m o a d a terceiri-zação d e algu m as fu n ções. Se ocorreu , em u m p rim eiro m o m en to, a d rá stica red u çã o co m gastos em ed u cação, em u m segu n d o m om en -to ten d e a em ergir (Salm , 1991) a revalorização d a esco la rid a d e, co m a in tro d u çã o d e n ova s técn icas e tecn ologias q u e alteram o con teú d o e a form a d e trab alh o, in clu sive d a organ ização d e trab alh o.

Em p esqu isa d esen volvid a ju n to com o Sin -d icato Esta-d u al -d os Profission ais -d e E-d u cação (SEPE-RJ), d irigid a a u m a p a rcela fem in iza d a d e ed u ca d o res cu ja p resen ça q u a se in visível co n tra sta co m a im p o rtâ n cia so cia l d o tra b a -lh o q u e realizam – as m eren d eiras e serven tes –, p erceb e-se qu ão in com p leta p erm an ecem as an álises relativas ao tem a qu e têm p rivilegiad o o seto r in d u stria l co m m ã o d e o b ra m a jo rita -ria m en te m a scu lin a . Essa s a n á lises, q u e m u i-tas vezes se b aseiam em estu d os d e caso relati-vos às m u d an ças ocorrid as em gran d e em p re-sa, m ostram a ten d ên cia, n ão u n iversal, d e flexib ilização/ m od ern ização d e p rocessos p rod u -tivos, d eixan d o em ab erto m u n d os d e trab alh o p recarizad os.

No e n t a n t o, u m co n t in ge n t e d e m a is d e 10.000 m e re n d e ira s e se r ve n t e s – a t o m iza d o e m m a is d e 3.000 e sco la s p ú b lica s e xiste n te s n o Rio d e Ja n e iro – p e rce b e a d e gra d a çã o d e su as con d ições d e trab alh o e d e vid a d ecorren -t e s d a n ova o rd e m e co n ô m ica e p ro d u -t iva . Co m a re d u çã o d o n ú m e ro d e m e re n d e ira s e se r ve n t e s e m ca d a e sco la , so m a d a a o t e m p o exígu o p ara a realização d e su as ativid ad es e à fa lta d e in vestim en to s em in sta la çõ es e eq u i-p am en tos n esses am b ien tes d e trab alh o, a sob recarga gerad a tem acarretad o o ad oecim en -to d e n ú m ero relevan te d e trab alh ad oras. Des-ta ca -se q u e a m a io ria d ela s Des-ta m b ém co m p le-m en ta a rele-m u n eração p or in terle-m éd io d e u le-m a t e rce ira jo rn a d a n o m e rca d o in fo rm a l. As q u eixas relativas às lesões p or esforços rep eti-tivo s, à s d o en ça s d o co ra çã o e a o s p ro b lem a s

d e saú d e m en tal – ten são, irritab ilid ad e, in sô-n ia e t c. – e st ã o fo r t e m e sô-n t e re la cio sô-n a d a s à s con d ições p recárias d e trab alh o. São in d icad o-re s d e sse q u a d ro a s o-re a d a p ta çõ e s fo-re q ü e n te s e n tre e sse s(a s) tra b a lh a d o re s(a s) p o r m o tivo d e sa ú d e. Se m co n d içõ e s d e p e rm a n e ce r n o d e se m p e n h o d a s m e sm a s a t ivid a d e s o u d e con tin u ar realizan d o-as com a m esm a in ten si-d asi-d e, estes são colocasi-d os em reasi-d ap tação p e-lo serviço d e p erícia – em b ora tal read ap tação n ã o o co rra d e fa t o, n a m e d id a e m q u e ra ra m en te h á red u çã o d e ca rga d e tra b a lh o. Co n -form e levan tam en to feito, u tilizan d o d ad os rela tivo s a o p erío d o d e 1993 a 1997 d a Su p erin -ten d ên cia d e Saú d e Ocu p acion al d o Estad o, o n ú m ero d e rea d a p ta çõ es p a ra o co n ju n to d o s ed u cad ores (as) cresceu 50% d u ran te o p erío -d o. En ten -d e-se q u e sem elh a n te in crem en to é o reflexo d e p rocesso d e d eterioração d as con -d ições -d e trab alh o e -d e vi-d a -d esses (as) trab a-lh ad ores (as), qu e se m an ifesta em d esp razer e em p atologias.

Considerações Finais

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m en ores recu rsos d e q u e d isp õem , rep resen ta esfo rço excessivo, p o d en d o co n trib u ir p a ra a d eterioração p rogressiva d a saú d e d essas m u -lh eres (Aceved o, 1997), in clu in d o p rob lem as li-ga d o s à sa ú d e m en ta l. As rela çõ es so cia is d e sexo im p lica m , a o m esm o tem p o, u m a sob re-carga n o trab alh o d om éstico e u m a sob rere-carga n o trab alh o rem u n erad o.

Esta a n á lise m o stra a im p o rtâ n cia d a s n o -çõ es d e tra b a lh o rem u n era d o – e n ã o a p en a s “trab alh o assalariad o”, u m a vez q u e o trab alh o form al e o in form al n ão são exclu d en tes – e

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