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Trajetória e luta da Associação Brasileira de Enfermagem em Minas Gerais.

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Academic year: 2017

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TJETORIA E LUTA DAASSOCIA;AO BASILEIA DE

ENFERAGEM EM MINAS GEAIS

THE TRAJ ECTORY AN D STRUGGLE OF TH E B RAZILIAN ASSOCIAT I O N

OF N U RS I N G (ABE n ) I N T H E F E D E RAL STATE OF M I NAS G E RAIS

TRAYECTO RIA Y LUCHA D E LAASOCIAC I O N B RAS I LENA DE

E N FERM ERfA EN M I NAS G E RAIS

Valda da Penha Caldera1 Zima Rocha 1aga�ae� Esteina Souto do NasimentJ

RESUMO: 0 presente artigo busca descrever a trajet6ria , 0 trabalho e as conquistas da Associay30 Brasileira de E nfermage m , Sey30 M i nas Gera i s , mostrando algumas contri bu iyoes da entidade p a ra 0 cresci m e nto e d e s e n vo l v i m e nto d a E nfe r m a g e m m i n e i ra e b ras i le i r a . Os fatos e os acontecimentos relatados foram extra fdos de atas de reun ioes, de recortes de jornal , de i nformativos da Entidade, de Anais e Resumos de eventos e de depoimentos orais. I nicialmente, e lembrada a origem da Associay30 no territ6rio Nacional, estabelecendo-se conexoes entre esta e a Criay30 e trajet6ria da Sey30 M inas Gerais. Posteriormente , a descriy30 dos aconteci mentos seg ue 0 fio das vinte e duas gestoes , mostrando l utas , conquistas e feitos de cada diretoria que determi naram a consoliday30 da Sey30 M i nas Gerais. A concl us30 a que se chega e que a Associay30 se fez pela garra e forya das pessoas: tradUy30 do desejo de valorizar e fazer crescer os profissionais e a enfermagem como profisS30 .

PALAVRAS-CHAVE : organiZay30 em Enfermage m , Hist6ria da A B E n , enfermeiras mineiras, hist6ria

INTRODU;AO

A enfermagem e constitu ida, em sua ma iori a , por m u l h eres q u e rea l izam u m trabalho coletivo na area de saude, aliado a um importante movimento de luta e organiza;;ao profissional . Segundo CalValho ( 1 976 ) , a s d i scuss6es sobre a cria;;ao d e uma associa;;ao profissional remontam a 1 925. Ela relata que, em 1 926, as primeiras enfermeiras formadas pela Escola de E nfermagem An na N e ry, no Rio de J a neiro , criara m a Associa;;ao Nacional de E nfermeiras Di plomad as. Manteve esse nome ate 1 928, q u a ndo passou a ser denominada de Associa;;ao Nacional de E nfermeiras D iplomadas Brasi leiras , sendo, entao, registrada jurid icamente . Em 1 954 recebeu 0 nome de Associa;;ao Brasileira d e E nfermagem (AB E n ) , conservando-o ate os dias atuais.

A h ist6ria da ABEn retrata as l utas e as conq uistas de u m gru po de mul heres q u e conseguiram ma nter viva e atuante uma associa;;ao q u e e conhecida e reconhecida nacional e i nternacionalmente como legitima representante da classe.

E nfrentando toda uma gama de d ificu ldades, a ABEn chegou ate os nossos d ias como uma Entidade s61ida e firme e, segundo Chnt6fao ( 1 995), gra;;as a " . . . dedica;;ao, d isponibilidade

I Enfermeira, mestre em enfermagem. pesquisadora do NUPEQ.

2Enfermeira, mestre em enfermagem, professora da Esco/a de Enfermagem da UFMG. 3Enfermeira, mestre e doutora em eduCa;80, pofessora da Esco/a de Enfermagem da PUC-MG, pesquisadora do NUPEQS e do CiDARSE

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e sabedoria de a lgumas enfermeiras que foram potencializadas pela colaboragao, cooperagao e partici pagao de outras tantas - pessoas e institu igoes .. . " .

AABEn tem sido fator i mportante de evolugao da enfermagem e parceira das escolas de enfermagem brasileiras no desenvolvimento do con hecimento tecnico cientffico e cultural da profissao. Vale ressaltar algumas das suas realizagoes. Por mu itos anos, ela definiu as questoes de ensino da enfermagem, elaborando projetos de leis de ensino e levando 0 Congresso Nacional a aprova-Ios. Trabalhou , por tres decadas, para aprovagao de Lei que criou 0 Sistema Conselho Federal de Enfermagem e Conselhos Regionais de E nfermagem -COF EN/CORENs- ( B RASIL, 1 97 3 ) . A partir da decada de 1 980, coincidindo com a a bertura pol ftica em nosso pais, a ABEn passou a ser parceira de Organizagoes Socia is nas l utas em defesa da saude da populagao e integrar-se a outros processos socia is, l utando pela incl usao d e novas concepgoes de saude na Constitu igao de 1 98 8 , ( B RAS I L , 1 98 8 ) . Participou efetivamente dos Conselhos Naciona l , Estaduais e Municipais de Saude, dos f6runs de controle social d a s pol fticas de saude institu idas pelo Governo . Na decada de 1 990 , envidou esforgos para i m p l a ntagao da pol itica de profissiona lizagao do atendente de enfermagem, iniciados na decada de 1 960, que culminou na assu ngao da problematica pelo M inisterio d a Saude que elaborou e impla ntou 0 Projeto de Profissionalizagao dos Trabalhadores da Area de Enfermagem PROFAE (BRASIL, 1 998). Nessa mesma decada , a Associagao incl u i u no artigo IV de seu novo estatuto " articu lar com organizagoes do setor de saude e da sociedade em geral na defesa e na consolidagao de polfticas e programas que gara ntam a eq u idade, a u niversalidade e a i ntegridade da assistencia

a saude a populagao" (AB E n , 1 99 8 , p. 6 ) , pri ncipios basicos do Sistema U nico de Saude -S U -S .

No final da decada passada, com vistas a consolidagao do SUS, a A B E n iniciou trabalho junto ao Programa de I nteriorizagao dos Trabalhadores de Saude - Iuta que continua na presente decada. Tudo isso foi constru ido por tra balho conju nto , em lugares distintos , em diferentes institu igoes de saude, como no d izer de Chdst6faro ( 1 995) n u m " . . . q uotid iano permeado de coragem e fragilidade, medos e persistencias, recuos e avangos, perdas e esperangas" .

Enquanto organizagao nacional , a ABEn buscou e consegu i u sua expansao, criando Segoes e Regionais nos estados da fed eragao. Hoje, d e acordo com seu Estatuto , ela se constitui em ABEn Naciona l , com sede em Bras ilia, uma Segao em cada capita l de Estado e Regionais em varios cidades do pais, (AB E n , 1 99 7 ) .

AABEn Segao M inas Gerais - AB E n MG -, foi a q u a rta Segao a ser criada , tendo u m expressivo papel n o desenvolvimento da ABEn Nacional . Nasceu com 0 objetivo d e " . . . congregar as enfermeiras, identificar seus maiores problemas e buscar solugoes no ambito da cidade de Belo Horizonte" (ABEn M G , 1 94 7 ) . Desde entao , a Entidade vem desenvolvendo, em Mi nas Gerais, trabalhos que propiciam a penetragao e 0 reconhecimento da enfermagem nas diversas estruturas da organizagao pol ftica , administrativa , j u ridica da sociedade civil em gera l .

AAS En M G , cuja referencia para s e u trabalho sao os objetivos e a s finalidades da ABEn N acional , tem envidado esforgos para que problemas da area da saude e de enfermagem com caracteristicas locais, regionais e estaduais sejam reconhecidos e solucionados. Nos documentos oficiais da Entidade, e poss ivel identificar muitos dos feitos e a contribu igao das enfermeiras de Minas para 0 crescimento da enfermagem como profissao; entretanto, essas informagoes nao estao organizadas e sistematizadas , deixando mu itas interrogagoes sem respostas imediatas. Entre mu itas d uvidas, algu mas q uestoes passara m a merecer a atengao das autoras deste trabalho. Como nasceu e evo l u i u a ABEn MG? Como tem fu ncionado? Qual a contri buigao da ABEn MG para 0 desenvolvimento da Enfermagem?

Desse modo, pretende-se, a q u i , descrever a origem , 0 d esenvolvimento e alguma contri bu igao da ABEn MG para a E nfermagem mineira e brasileira .

E ntende-se que 0 momenta e pro p icio para , na comemoragao dos 7 5 anos da ABEn N aciona l , buscar a lguma luz que ilumine as q uestoes propostas , u ma vez que, com certeza , a

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CAL D E I RA, V. da P. et a l .

ABEn MG serviu , juntamente com as demais Segoes e Regionais, d e ancorad�u r

� �

u mesmo d e alavanca para as realizagoes da ABEn N acional. U m forte ind icio .dessa contnbUigao

.

em da participagao d e Presidentes da Segao q u e posteriormente assu mlram cargo em g estoes d a Diretoria da ABEn Nacional .

OUAD RO 1 - EX-PRES I DE NTES E RESP ECTIVOS CARGOS E P ERIODOS NAAB E n NA­ C l O NAL

N O M E C A R G O P E R I O D O

W A L E S K A PA I X A o P re s id e n te 1 9 5 0 / 5 2

M A R I N A A N D R A D E R E S E N D E P re s i d e nte 1 9 5 8 /6 2

M A R IA VA L D E R E Z B O R G E S C o n s e l h o F is c a l 1 9 6 0 /6 2 I R M A M A R I A T E R E Z A N O TA R N I C O LA Te s o u re ira e S e c re t . E x e c u tiva V a ri o s C L E L I A L U I Z A G O N 9 A LV E S P I N T O P rim e i ra Te s o u re ira 1 9 6 6 /6 8 D U L C E D E C A S T R O M E N D E S S e g u n d a S e c re ta ria 1 9 7 6 /8 0 M A R I A L I D I A D E Q U E I R O Z R O C H A S e g u n d a Te s o u re i ra 1 9 8 0 /8 4 M A R I A J O S E C . G R I L L O C A L D E I R A B R A N T S e g u n d a Te s o u re ira 1 9 8 9/9 2 .

E m pesq uisa, ainda e m andamento , u m grupo d e professores esta criando u m acervo sobre a historia da ABEn M G , utilizando a h istoria oral. Alem disso, no Acervo Oral da Escola de E nfermagem Carlos Chagas/N ucleo de Pesq u isas e Estudos sobre Ouotidiano e m Saude -AOEC- N U PEOS -, ( Nascimento, 1 999) muitas das entrevistadas fazem referencias a propria participagao em atividades da ABEn MG, quando emergem fragmentos da h istoria da E ntidade. Desse modo, as i nformagoes que com poem esse docu mento foram extra idas de depoimentos orais, de atas de reu n ioes, de recortes de jorn a l , de informativos da ABEn N acional e M G , d e A n a i s e de Resu mos de eventos .

ORIGEM E CONSOLIDACAo DA ENTIDADE

Nos meses de janeiro e fevereiro de 1 94 7 , nas dependencias do internado da Escola de E nfermage m , ocorrera m as sessoes d e eleigao e posse da primeira Diretoria d a ABEn M G , com a presenga d e 1 3 e nfermeiras, sob a lidera nga de Waleska Paixao, entao d iretora d a seg u nda escola de enfermagem nightingaleana do Brasi l , a Escola de E nfermagem Carlos Chagas - E ECC - , hoje Escola de Enfermagem da U niversidade Federal de M i nas G erais ­ E E U F M G . Desse modo, Waleska Paixao tornou-se a primeira presidente da Entidad e . A o longo d o s anos, a ABEn MG esteve ligada as escolas d e Enfermagem d e M i n as Gerais, tendo Diretoras e Professoras d essas escolas na diregao da E ntidade. Das 22 gestoes d a ABEn-M G , 1 3 tiveram , como dirigente, enfermeiras ligadas a o ensino. ( Maga/haes et ai , 1 995). N a pratica , a i nterl igagao escolas d e e nfermagem e Associagao rendeu frutos d iversos como, por exemplo, a rea lizagao de eventos nacionais, regionais e estaduais, cujas comissoes organizadoras eram constitu idas, predominantemente, por docentes e alunos. Pode-se computar, tambem, como fruto d essa relagao, as d iscuss6es e decis6es q u e visam a mel horia d o e n s i n o de enfermagem , a elaboragao de projetos de leis de ensino do exerc icio profissional e os cod igos de etica.

A leitura das atas das primeiras reu ni6es da ABEn MG ja nos revela a preocu pagao com o desenvolvimento cientifico da profissao , q u a ndo a primeira agao foi a organizagao de uma b i b l ioteca e a q u is igao d e l ivros. Discutia m-se , ainda, problemas relacionados a pratica profissional; as experiencias vivenciadas durante 0 trabalho educativ� desenvolvido por enfermeiras e alunas da EECC, por ocasiao das enchentes da Zona da Mata, 0 conhecimento e demonstragao de novas tecn icas trazidas por enfermeiras q u e estudavam fora de M i nas.

Alem da descrigao d e trabalhos realizados , as atas trazem relatos de fatos sociais q u e

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redundavam e m reuni6es como: aniversario da EECC, reconhecimento da Escola de Enfermagem

H ugo We

n.eck,

ue funclonava na Santa Casa de Misericordia e hoje e a Escola de Enfermagem

da Pontiflcla U nlversldade Catolica de Minas Gerais - EEPUC-MG; falecimento de colegas; e outros.

I n icia lmente a ABEn-MG nao tinha espa�o fisico determinado. As reuni6es aconteciam em espa�os cedidos pelas I nstitui�6es de Servi�os de Saude ou de Ensino, que, em geral, era o local de trabalho das presidentes. "Quando cheguei na ABEn de Belo Horizonte, eu encontrei tudo espalhado. Entao consegui u ma sala dentro do Hospital das Clinicas, porque para mim era mais facil chefiar 0 hospital e tomar conta da ABEn" ( No/amico/a, 1 996: fita 1 - lade A). Dessa forma, a EECC, a Secretaria de Saude e Assistencia , a Santa Casa de Misericordia, 0 Hospital Sao Vicente de Paula - atual Hospital das Clinicas da U F MG -, entre outros foram sedes temporarias d a ABEn MG. Somente em 1 964, a Presidente Clelia Luisa Gon�alves Pinto inaugurou a primeira sede, constitu ida por um apartamento no centro da Capital, tendo comparecido

nesse evento 0 Excelentfssimo Senhor Governador do Estado, Dr. Jose de Magalhaes Pinto. 0

fato de ter u m espa�o fisico determinado contribuiu para consolidar a ABEn , como afirma No/amco/a, ( 1 996).

A seg u nda sede d a ABEn MG, adqu irida em 1 984, na gestao de Maria Jose da S i lva , constitu ida por u m conj u nto de q uatro salas, no centro de Belo Horizonte, veio proporcionar as socia s , cond i�6es d e participar de atividades e promo�6es da E ntidade, d e forma mais confortavel . ( Ennes, 1 998) Funcionou nesse local ate 1 999, ocasiao em que foi adquirida a sede atu a l , composta de salas, aud itorio para 50 pessoas , cozi nha e terra�o , ta mbem no centro da cidade. Essa amplia�ao do espa�o fisico tem possibiliatado a real iza�ao de peq uenos eventos nas dependencias da Associa�ao, contrib u i ndo para maior autonomia em algu mas a�6es e redu�ao de despesas.

Ao longo de seus 54 a nos , concomitante com a busca constante de local a propriado para sediar a entidade, as enfermeiras com as diretorias desenvolveram i n u meros trabalhos. Pela leitura de pianos de trabalho, relatorios de diretorias e consu lta a depoimentos ora i s , e poss ivel d izer q u e cada gestao i m prim i u sua marca no trabalho da Associa�ao. Mesmo com esta personaliza�ao, pode-se d izer que essas mulheres foram movidas, nas d iferentes epocas e em contextos d iversos, pelo desejo de fazer crescer a enfermagem m ineira e brasileira .

CONTRIBUiCAo DA ENTIDADE PARAA ENFERMAGEM

Certamente, a organiza�ao e desenvolvimento da Enfermagem mineira assim como outras entidades foram pontuadas por conflitos e lutas que culminaram em conquistas alcan�adas por meio de trabalho vol untario das associadas e das d iversas diretorias.

A primeira gestao ( 1 947-1 949), que teve como d i rigente Waleska Paixao, d ed icou-se a congregar as enfermeiras , identificar seus maiores problemas e buscar sol u;oes para eles. E possivel destacar, nesse periodo, a cria;ao de curso para a forma�ao d e enfermeira chefe .

A segunda gestao ( 1 949- 1 950 ) , presidida por Noemi Geny d o s Santos , acompanhou a luta pela melhoria do ensino d e e nfermagem . Luta essa empreendida pel a ABEn Nacional e apoiada pelas Se�6es , e cujo resu ltado ocorreu com a promu lga�ao da Lei 775/49 que d i sp6e sobre 0 ensino de enfermeiras e de auxiliares de enfermagem no Brasi l . ( B RAS I L , 1 949)

A terce ira gestao ( 1 950-1 952) foi presidida por I r. Helena Maria Villac, que se empenhou na luta pela d esanexa�ao da E ECC da Faculdade de Medicina e de sua i ntegra�ao a U F M G . N essa gestao, foi criada a primeira regional da ABEn no pais, denominada "ABEn-MG - Distrito J u iz de Fora". A posse da diretoria desse distrito se deu sob a lideran�a de Celina Viegas, entao Diretora da Escola de E nfermagem Hermantina Beraldo e a pri meira Presidente do Distrito recem criado.

A quarta gestao ( 1 952-1 954) , presidida por Marina Andrade Resende, revitalizou a

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CALDE I RA, V. da P. et al.

MG, promovendo variada programagao tecnico, cientifica e cu ltur� 1 e proporcionand_o as enfermeiras mineiras varios cursos sobre vaci n agao , saude coletiva , pSlcolog l a , organ lzagao de servigos d e e nfermagem e chefia e lideranga , 0 q u e resu ltou n a conquista ?e novos S?cios p�ra a entidade. Seg u ndo Lanza ( 1 998) , os temas d a progra magao emerg l a m das d l scussoes rea l izadas nos encontros mensais n a Entidade e q u e era m convocadas pela presidente . Para ela, a presidente dessa gestao persegu i u a elevagao do n ivel d a qualidade d a enfermag�: com afinco. N esse periodo , foi obtido sucesso n a e mpreitada d e trazer 0 Congresso Brasllelro de E nfermagem - C B E n - para Belo H orizonte . Va l e ressaltar que Marina i n iciou e m 1 956 s u a m i l ita ncia na ABEn Nacional , como seg u nd a secretaria , assumindo a seg u i r, p o r d u as gest6es, a presidencia da E ntidade. Atendo-se somente ao n u mero de vezes em q u e Marina foi citada no Docu mentario dos 50 a nos d a A B E n ( Cavalho, 1 97 6 ) , ela seria a q uarta enfermeira mais i mportante d a AB E n , sendo anteced i d a apenas por H a idee G u anaes Dou rado, M aria Rosa Sousa P i n heiro e Ed ith d e Magal haes F ra e n ke l ; esta , pri meira Presidente d a ABEn N acional . H a d e s e considerar 0 peq ueno tempo d e sua atuagao, u m a vez q u e i n iciou n a ABEn N acional em 1 956 , tendo falecido prematuramente e m 1 96 5 . Ass i m se referi u Notanicola ( 1 986: fita 1 -lado A) a Mari n a : " E l a se d ed icou d e corpo e a l m a a e nfermage m . E l a d e u vida a Revista Brasileira de E nfermagem ( R E B E n ) , q u e estava morrendo."

E i mportante d estacar outros feitos d e Marina q u e contri b u ira m para 0 d esenvolvimento da enfermagem brasileira . Ela criou , em 1 96 3 , 0 concurso anual "Semana da E nfermagem" para incentivar a partici pagao d e estuda ntes n a E ntida d e , escrevendo sobre temas d e i mportancia para a profissao. E m 1 96 6 , 0 concurso passou a ter seu nome. Alem de ser ed itora chefe da R E B E n , d e 1 957 ate s u a morte, ela criou , e m 1 95 8 , 0 Boleti m I nformativo d a ABEn N acional . Participou d a luta pela promu lgagao d a Lei d e D i retrizes e Bases d a E d ucagao Brasileira , pel a criagao do Conselho Federa l de E nfermagem e pelo reconhecimento do enfermeiro como profissional d e n ivel su perior. J u nta mente com Wa leska Paixao, participou d a ela boragao do Codigo d e Etica da E nfermagem . Tinha projeto de coletar dados que d everiam expl icar a historia da ABE n , mas fa leceu antes de ver esse sonho se co ncretizar. P u b l ico u d iversos trabal hos sobre 0 ensino em e nfermagem e vida associativa . Foi a organizadora do l ivro " Enfermagem: Leis, Decretos e Portarias" , publ icado e m 1 95 8 , pel a F u ndagao S E S P. ( Cavalho, 1 976)

Reconhecendo os relevantes servigos prestados a e nfermagem do Brasil e por sua notavel participagao na ABEn no territorio N acional , aquela E ntidade a homenageou por ocasiao do XVI C B E n , e m 1 964.

N a q u i nta gestao ( 1 954- 1 95 7 ) , foi rea l izado 0 V I I I C B E n , pel a primeira vez, em Belo Horizonte , q u e teve como Tema Oficial "0 papel d a enfermagem no progra ma de assistencia medico-hospita lar" . N esse period o , Ophelia Drumond d e Andrade se afasta d o cargo, sendo substitu ida por Nahir Rodrigues da Cunha. A demissao, as vesperas do evento, acarretou grandes d ificuldades , levando as organizadoras do Congresso a recorrerem a Marina Andrade de Resende, que atendeu ao pedido, contrib u indo para a realizagao d o evento . N este Congresso, ja havia a preocu pagao de angariar fu ndos para a aquisigao d e sede propri a .

A i n d a n essa gestao, d eu-se conti n u idade a l uta p e l o recon heci mento d o s e nfermeiros como profissionais de n ivel u niversitario no q uadro de pessoal da saude do Estado e pela desanexagao da EECC da Faculdade de Medici n a , 0 q u e so ocorreu em 1 96 8 . Por reivi ndica:ao da AB E n , foram abetas vagas para enfermeiras n a Rede Ferroviaria Federal, preenchidas mediante concurso pu blico .

A sexta ( 1 957- 1 958) e a seti ma gestao ( 1 958- 1 960) tivera m como presidente a I r. M a ria Cecilia Bhering, que defendia veementemente 0 carater rel ig ioso da enfermagem q u e , para ela , tinha conotagao de sacerdocio. E l a crio u 0 primeiro curso d e pos-grad u a :ao em E nfermagem Obstetrica d a EECC, em 1 957. Desenvolveu estudos j u nto a ABEn Naciona l , sobre 0 projeto de lei que buscava nova mente mod ificar a lei d o e n s i no d e e nfermage m , d a nd o conti nuidade a esses tra b a l hos na gestao seg u inte.

(6)

. A

itava gestao ( 1 960- 1 962), de Maria Valderez Borges, marcada pela continuidade das lutas 1 n 1

ladas pela ABEn , ganha destaque pela sua penetra�ao social e polftica junto as Secretar

as d e Est

d o d e Saude e Servi�o Especia l de Saude Publica. Ainda nesta gestao,

,

��

Slnd lcallsmo , q ue fu nclonou como elemento propulsor da conquista do reconhecimento do Io

o r

zont

;

sed IOU 0 .X I I I CBEn, 0 seg u ndo rea l izado pela ABEn MG, cujo tema central foi n fvel u niversitario para 0 curso de enfermagem. Por recomenda�ao deste Congresso, Marina de Andrade Resende, Presidente da ABEn N acional, encaminhou ao Ministerio do Trabalho a ltera�ees no quadro de atividades e profissees da Consolida�ao das Leis Trabalhistas, de modo a colocar as enfermeiras n a Confedera�ao N acional das Profissees Liberais. Esse Congresso homenageou, em seu encerramento, Haydee Guanais Dourado, pela conquista da inclusao das enfermeiras no q uadro de Reclassifica�ao de Cargos e F un�ees da Uniao.

A nona gestao ( 1 962- 1 964) , d e I r. M a ria Teresa Notarn ico l a , conti nuou dando enfase as campanhas de d ivulga�ao da enfermagem como profissao, j u nto as escolas de curso secundario , i mprensa escrita e fa lada , obj etiva ndo a ngariar ca n d id atas ao curso d e E nfermagem . Essas campan has eram executadas por a l u nas das d uas escolas de e nfermagem de Belo Horizonte , especia l mente/pri ncipal mente d u ra nte a Semana B rasileira d e E nfermagem - S B E n . Criou a Comissao de Assistencia a Maternidade e a I ntancia ja existente na ABEn Nacion a l , a proveitando as enfermeiras egressas do C u rso d e Especial iza�ao em E nfermagem O bstetrica . Tra balhou­ se i ntensamente ta mbem em cursos d e treinamento para atendentes . Tinha-se como meta a compra d e sede propria . Sobre a releva ncia do trabalho nesta gestao Rabe/o ( 1 998, fita 2 , lade A) d iz ter a E ntidade ati ngido 0 auge."AAB E n era 0 centro de referencia para q u a lquer situa�ao de e nfermagem do Estado". Diz ainda q u e ela era solicitada para reestruturar os servi�os d e enfermagem, participar de concursos publicos , sele�ao d e pessoa l , elabora�ao d e provas para exa me supletivo para Auxil iar d e E nfermagem.

Dotada de forte personalidade, I r. Maria Teresa Notarnicola m u ito fez pela enfermagem, representa ndo u m i mportante elo de liga�ao entre a enfermagem m i n eira e a enfermagem brasi leira . "Com a vinda da I rma Teresa , a ABEn M G ganhou status m u ito grande n a ABEn Naciona l . E l a ficou sendo aquela Sessao mais i m porta nte . " ( Rabe/o, 1 998 : fita 1 , lado A) Esta gestao foi marcada a i nd a pela conti n u idade da luta pela reform u l a�ao da classifica�ao das enfermeiras no q u a d ro do fu ncio nal ismo esta d u a l , buscando-se inclu f-Ias j u nto aos demais profissionais de n fvel u n iversitario.

N a d ecima gestao ( 1 964- 1 966) , liderada por Clelia Luisa Gon�a lves Pinto , intensificou-se o movimento com as lutas da enfermagem mineira por mel hores con d i�oes de tra balho, por seu reconhecimento social e por uma melhor q u a l ifica�ao profissiona l . Na area de educa�ao, a ABEn lutou intensamente pela presen�a da enfermeira como membro efetivo no Conselho Estadual d e Ed uca�ao e reivind icou exa mes supletivos para 0 setor saude. Articulou-se com orgaos publicos para garantir recu rsos h u manos, material d i d atico e loca l para rea l izar varios curs�s , ta nto para 0 pessoal d e e nfermagem q u a nto para a com u n idade em gera l . 0 saldo fin a nceiro positiv� d ecorrente do Congresso d e 1 960 e d a implementa�ao d estes cursos poss i b i l itou a aquisi�ao e montagem da primeira sede da ABEn M G , dando u m cunho mais formal a Entidade, com a implanta�ao de normas de fu ncionamento d e uma Associa�a o . Para ma nter a sede aberta , as socias faziam plantees para atender as pessoas, alem de todo 0 servi�o de secretaria e de m a n u ten�ao d a sed e , uma vez q u e nao h avia fu ncionarios . ( Lanza: 1 99 8 , fita 1 , lado B .

Ennes, 1 99 8 , fita 2 , lade A)

Clelia, preocupada com a d ivulga�ao da enfermagem e com a u niao da categoria , realizava reu n ioes mensa is com a presenta�ao de trabalhos cientfficos em diversas i nstitu i�oes de saude. Esta estrategia visava ati ngir, tambem, os d i rigentes d esses servi�os, mostra ndo 0 papel profissional d a enfermeira , suas conq u istas e ava n�os n a area d o conheci mento .

A 1 1 a gestao ( 1 966- 1 968) continuou sob a dire�ao de Clelia Lu isa Gon�alves Pi nto. N esta gestao fora m rea l izadas varias solenidades para comemorar os q u a renta a nos da ABE n . A

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CAL D E I RA, V. da P. et al.

Associ agao homenageou 1 6 e nfermeiras q u e com p l etara m cu rso d e pos-gra d u ayao n a U n iversidade d e S a o P a u l o e a s forma ndas d a E E C C . F o i d a d a conti n u i d ade a l u ta para a manutengao d a Lei 3422 de 8/1 0/65, q u e concedia a posentadoria aOS 25 a nos para enfermeiras. N a 1 2a g estao ( 1 968- 1 970 ) , d e E n ny E n nes, houve um i ntenso movi mento n a categoria para angariar recursos financeiros e cu mprir com os compromissos junto a ABEn Nacional no processo de construgao da sede em Bras i l i a , q u e contou com a partici pagao de tod as as segoes e q u e M i nas, nesta gestao, prestou s u bsta ncial contri b u igao. E m fu ngao do contexte socia pol itico da epoca , q u a ndo 0 pais vivia sob 0 regime da d itadu ra millitar, nao foi possivel dar continuidade as reivi nd icayoes ciassistas, m a ntendo-se some nte a trad igao d e d ivu lgagao d a profissao nas escolas, por ocasiao d a S B E n .

A 1 3a gestao ( 1 970- 1 972) teve por presidente Izaltina Goulart d e Azevedo, q u e liderou a organ izagao e real izagao do 24° C B E n , 0 terceiro sed iado em Belo Horizonte . Os temas d esse Congresso foram : 1 . " Formagao dos profissiona is de enfermagem nos tres n iveis" ; 2. " Exercicio profiss ional"; 3. "0 enfermeiro e a com u n idade"; e 4. " Recentes pesq u isas e m e nfermagem". Esse congresso recomendou q u e fosse fe ita ca m p a n h a d e d ivulgayao sobre 0 tecn ico d e enfermagem e incentivou a rea l izagao d e tra b a l hos para defi n iyao de fu ngoes d esse novo profissional.

N a 1 4a g estao ( 1 972- 1 97 6 ) , tendo como presidente Ag u i d a Stemler d e Oliveira , foi feito um amplo levantame nto da s itu agao gera l d a enfermagem e m M i nas Gera i s , objetivando u m melhor planejamento e d escentra l izagao a d m i n istrativa , com criagao d e d i stritos nos loca is com mais d e vi nte enfermeira s . Foi identificada a preca ria situagao d os ate n d e ntes de enfermagem, sendo d essa e poca as pri meiras in iciativas em busca de formas alternativas para qualifica-Ios.

A 1 5a gestao ( 1 976-1 980) , nova mente liderada por Enny Ennes, foi marcada pela realizagao de jornadas e seminarios , a l e m d a s co memoragoes da S B E n , na busca consta nte de novos socios. Preocupada com as d ificuldades e nfrentadas pelas recem-formadas ao entrarem no mercad o de tra b a l h o , E n ny projetou criar centr�s de estudos , para q u e as novas enfermeiras pudessem e ncontrar um s u porte que Ihes faci l itasse 0 enfrentamento da pratica profission a l , d ese nvolvendo pesq u isas o u partici pando d e estudos. Essa ideia deu origem a criagao dos Gru pos d e I nteresse nas d iversas areas d e atuagao das enfermeiras .

N a 1 6a gestao ( 1 980-1 984 ) , presidida por M a ria Jose da Si lva , foi com prad a e mobiliada a seg u nda sede d a E ntidad e . A Reg ional d e J u iz d e Fora , fu ndada na decada d e 1 95 0 , foi reativa d a . Ta m bem nessa g estao foi criada a Reg ional d e U berland ia .

Outro g ra nd e feito d esta g estao fo i a real izagao do 36° C B E n , q u ando foi i n a u g u rado 0 Centro de Convengoes Minas Centro , em Belo Horizonte . Alem dos aspectos cientfficos, tecnicos e culturais, da maior i mportancia, orientada pelo tema centra l , "Saude e Trabalho: d esafio para a e nfermagem", 0 Congresso foi pa lco d e caloroso e mbate pol itico entre as facyoes q u e se formara m n a enfermagem brasi leira n a decada de 1 980. U m a nova Diretoria d a ABEn N acional tomou posse naquele Congresso , a pos um processo eleitora l basta nte movimentado pela existencia de d u as chapas q u e l uta ra m pol ltica e ideolog icamente pela vitoria nas urnaS. Sobre esse Congresso poucos reg istros foram encontrados . Va rias das entrevistadas se recusaram a fa lar o u d iziam nao se lem brar d a q u eles fatos . Lanza ( 1 998 , fita 1 , lade B ) se arriscou a d izer:

" . . . a gente nao pod i a dar p a l p ite ; q ue m estava assisti ndo morria de medo d e a brir a boca . ( .. . ) 0 pessoal ficou assi m , a ma rrado e inseg u ro . Ja pen sou 0 q u e ia acontecer n u m congresso q u e precisou chamar a pol icia?" I r. N otarn ico l a , q u e m i l itou na ABEn mais de 30 anos, a pesar d e d izer tentar se esq u ecer dos acontecimentos d o evento , coloca a sua perce pgao sobre aq ueles fatos. Ela d iz :

" . . . no Congresso d e B e l o Horizonte, eu era tesoureira da ABEn N acional e fazia parte d a

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Comissao d a Organ izagao do Congresso. Foi a partir desse congresso que a ABEn comegou a degringolar, no meu ponto de vista . Porque eu nao comungava, e nem toda a eq ulpe q u e trabalhava com a gente nao comu ngava com essas ideias. Entao foi uma campanha acirrada. No de Brasilia [em 1 980] ja foi um pouquinho assim,( ... ) Entao comegou um neg6cio , a criar uma cisao dentro da ABEn a partir dai.( .. . ) . . . eu sei que foi a partir

d a i , ai eu desgastei mu ito. Tanto que s6 fiquei mais um ana e depois .. . ( ... ) . . . a partir d a i ,

entao eu ( . . . ) fu i deixando d e lado. ( . .. ) A posse e m B e l o Horizonte foi tu multuad issima,

porq u e a gente reza mu ito e porq ue a gente tem Deus no coragao. 0 neg6cio foi um

pouq u i n ho mais alem. Porq u e ali ia sair morte. l a mesmo. Porque 0 pessoa l estava tao

acirrado, um gru po de Sa nta Catarina estava tao fervilhante que era . . . Entao foi aquele neg6cio. A cha pa da Participagao , a chapa [dos sem participagao] , nem me lembro mais. Eu procurei apagar um pou q u i nho as coisas da minha mem6ria, sabem? Porque q u ando n a o agradam as coisas, a gente acaba apagando." (Notarnicola , 1 996, fita 1 , lado B )

Esse foi u m peq ueno resgate d o s acontecimentos d a q u e l a epoca . H avia d uas posig6es , nao sendo possivel fa lar das d uas facg6es por fa lta d e reg istro . 0 em bate ocorrido nesse periodo e u m campo fertil para pesq u isa . F ica 0 convite.

A 1 7a gestao ( 1 984- 1 986), presidida por D u lce de Castro Mendes , foi marcada por rea l izag6es a partir de um progra ma ela borado com a partici pagao de grande parcela dos associados. Foram feitas articulag6es d e trabalho conj u nto com a U n iao N acional dos Auxi liares e Tecnicos de E nfermagem e 0 Sind icato dos Tra balhadores em Hospita is; fora m cri adas as Reg ionais de I pati nga , Montes Claros , Itaj u ba e U beraba; foram reativados Grupos de I nteresse e criados novos , como 0 de Centro Cirurgico. A VI I I Jornada M ineira de Enfermagem (JORM I E N F) foi rea l izada nesta gestao, n u ma promogao conj u nta d a ABEn-M G , COREN-MG e d a E E PUC/ MG.

A 1 8a gestao ( 1 986-1 989), liderada por Maria Jose Cabral Grillo Caldeira Brant, foi norteada por plano de trabalho do q u a l constava m as meta s : esta belecer nova personalidade para a entidade a partir d a a n a l ise d a realidade nacional e estad u a l , i ntegrada a pro posta para 0 setor saude; ampliar 0 tra ba l h o da entid ade para a le m da categoria das enfermeiras ( Maga/haes et a/ , 1 995).

Essa gestao foi marcad a por i ntensa mobil izagao da enfermagem mineira na rea lizagao, organ izagao e operacion a l izagao d e d iversos eventos cientificos , cu lturais em cons6rcio com entid ades e instituig6es ligadas a enfermagem e ao setor sa ude. E ntre estes , d estaca m-se: 0

pri meiro e 0 seg u ndo Semin ario Esta d u a l dos Tra ba l hadores de E nfermagem - ocasiao em que se d iscutiu a Reforma Sanitaria -, a Forga de Trabalho em Enfermagem e a Lei do Exercicio Profissiona l ; V Semi nario N acional de Pesqu isa em E nfermagem; Congresso Esta d u a l de Ad ministragao em E nfermagem; e 0 VI Encontro N acional de E nfermeiras de Hospitais d e Ensino .

N essa gestao, foi criada a Comissao Estad u a l d e Q u a l ificagao d e Tra ba l hadores de Enfermagem a N ivel Medio, que trabalhou mais intensamente as q uest6es da profissionalizagao dos atendentes de enfermagem . Destaca-se tambem a participagao da ABEn-MG na constituigao do Conselho Esta d u a l de Saude de M i nas Gera i s .

Na 1 9a gestao ( 1 989- 1 992), Maria Lidia d e Queiroz Rocha s e empenhou pelo a u mento d o numero d e s6cios . Entre os feitos d esta gesta o , d estaca-se a criagao d o s N u cl eos d a ABEn­ MG em Barbacena e em Tres Corag6es ; a reativagao e interiorizagao JORM I E N F, rea l izando em 1 992 a 1 1 a na Reg ional d e I patinga sob 0 tema "Nao so is maq u ina"; rea lizo u , em Belo Horizonte, 0 V Encontro d e E nfermagem d a Regiao S udeste , sob 0 tema centra l : " Enfermagem e a Transformagao Soci a l " .

P o r n ecess i d a d e d e i n formag6es atu a l iza d a s sobre a s itu agao d o ate n d ente d e

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CAL D E I RA, V. da . et a l .

enfermagem para su bsid iar os tra bal hos da Com issao criada n a gestao a nterior,

:

oi i niciada a pesq u i sa " For;;a d e Tra balho e m E nfermagem de N ivel Elementar no M U nicI pIO d e Belo H orizonte" , e m 1 992 , sob a coord ena;;ao da enfermeira , Dacle V i l m a Carval h o , professora d a E E U F M G , concl u id a em 1 99 5 . Reg istra-se , a i n d a , a participa;;a o d a entidade n os Consel hos Esta d u a l e M u n icipal de S a u d e , e nas Conferencias Estad u a l e M u nicipais de S a u d e.

A viges i m a gestao ( 1 992- 1 995 ) , presidida por Zidia Rocha Magalhaes, primou por dar

contin u idade aos trabal hos i n iciados e implementar o utros .

Ela promoveu a amplia;;ao dos Grupos d e I nteresses , q u a ndo foi possivel oferecer-Ihes i nfra-estrutura para organiza;;ao de eventos de maior porte, em articula;;ao com outras entidades. Real izou a 1 2a , 1 3a e 1 4a JORM I E N F, em Barbacena, Belo Horizonte e Betim , respectiva mente , homenageando a s Enfermeiras M ineiras de Destaque Maria Helena Cambraia , Roseni Rosangela de Sena e Maria Auxiliadora C6rdova Christ6faro . Promoveu a edi;;ao e publica;;ao dos Anais da

1 3a JORM I E N F, cujo tema foi "0 trabalho em E nfermagem: sofrimento o u prazer?" Alem d isso , a d i retoria d esta gestao conseg u i u reformar a area fisica d a ABEn-MG e colocar a sede e m fu ncionamento d ez horas p o r d i a .

N a l uta p e l a profissional iza;;ao do Atendente d e E nfermagem , a Comissao Esta d u a l d e Qualifica;;ao d o s Trabalhadores de E nfermagem elaborou docu mento q u e , encaminhado para 0

Conselho Estadual de Educa;;ao de Minas Gerais, obteve, mais tarde, a utoriza;;ao, possibilitando, assi m , que os atendentes sem 0 pri meiro gra u completo e identificados pel a pesq uisa sobre a For;;a d e Trabalho pudessem i ngressar e m cu rsos d e q u a l ifica;;ao profissio n a l a uxiliar d e enfermagem.

Ai n d a , nesta gestao , foi rea l izad a por ocasiao das Comemora;;6es d a 5 6 a SBEn, sob 0

tema " M u l her: 0 ser e 0 fazer na saude", homenagem as Ex- Presidentes da ABEn-MG e as e nfermeiras q u e , por terem participado de varias diretoria s , presta ra m um g rande trabalho a Entidade e a e nfermagem mi neira . Para esta atividade, foi poss ivel trazer a Belo Horizonte a i r. N otarnico l a , a i r. Cecflia Bhering vindas de Sao Paulo, alem de m u itas e nfermeira q u e ha mu ito tempo nao freque ntava m a ABEn-MG e fa m i l i a res de enfermei ras ja fa lecidas . Para s u bsidiar esta atividade, foi elaborado 0 docu mento "Fragmentos da Hist6ria das Ex-Presidentes da ABEn­ M G : 1 94 7 - 1 992" ( Magalhaes et a! , 1 995), que serviu d e base para rea l izar as comemora;;6es do 50 anos da A B E n-M G , por ocasiao do 49° C B E n .

Finalmente , ca be lembrar que, nesta gestao , a s representantes d a ABEn-MG no Conselho Estad ual de Saude ocuparam a mesa Diretora deste 6rgao, tendo a enfermeira Leonor Gon;;alves assu mido a Vice-Presidencia do Conselho, desenvolvendo, particula rmente , tra balho de defesa d e i m pla nta;;ao do SUS e a cobra n;;a de um Program a d e S a u d e que atendesse aos reais problemas d e saude d a pop u l a;;ao mi neira , sem pre e m articu l a;;ao com o utras entidades d e cia s s e d o s tra balhadores d a area d e saude.

A 2 1 a gestao ( 1 995- 1 998 ) , d i rigida por L a u ra Borj a Perez , conti n u o u a rea l izar eventos j u nto aos Gru pos de I nteresse em E nfermagem como: 0 2° E ncontro M i neiro de Ed uca;;ao Conti nuada e m E nfermagem, 0 2° Encontro M i neiro de Ostomizado, 0 1 4° Congresso Brasileiro de Psiquiatria . Primou pela comemora;;ao dos 50 a nos da ABEn-MG , rea lizando,cafe d a manha das aposentadas. Empenhou-se na organ iza:ao e rea l iza:ao d o 49° C B E N , 0 5° em Belo Horizonte , sob 0 tema centra l : "ENFERMA GEM NOS CAMINHOS DA LlBERDADE'; q u ando houve mais um momenta de comemora:ao do C I N Q U ENTENARIO DAAB En-M G .

A 22a gestao ( 1 998-200 1 ) , d e Z u l mira El iza Vono R a i m u ndo, i n iciou seus trabal hos com o oferecimento d e cursos d e atua l iza:ao para a com u nidade de e nfermagem, especial mente para 0 pessoa l d e n ivel medio, sem a preocu pa:ao d e eles serem s6cios , n u m a perspectiva de difu n d i r os tra bal hos d a AB E n . Com 0 saldo positiv� do 49° CBEn d e 1 997 e com a venda dos i m6veis a d q u i ridos ate e ntao, a gestao atua l comprou a nova sede d a Associa:a o .

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CONSIDEACOES FINAlS

Pode-se d izer q u e todo este trabalho pede ser desenvolvido, considerando a garra, a for�a e o a mor q u e todas essas pessoas e muitas outras dedicaram a profissao num desejo de va loriza r, enaltecer, fazer crescer a enfermagem e todos que a desenvolvem com sabedoria e competencia .

Por ocasiao da homenagem as Ex-Presidentes da ABEn-MG, foi possivel identificar que 26 1 pessoas fizera m parte das varias gestoes das Diretorias, ao longo de 45 a nos de existencia. Destas, mais de vinte enfermeiras participaram ate sete vezes de gestoes. Nao e possivel med i r e n e m contar os trabal hos de bastidores que mantiveram e mantem a ABEn-MG fu nciona ndo e com ela 0 ideario da enfermagem como profissao .

ABSTRACT: The present article describes the trajectory, the work and the achievements of the Brazilian

Association of N u rsing (ABEn) in M inas Gerais. It describes some contributions of the association for the g rowth and development of the nursing profession in M inas Gerais and i n the whole country. The facts and events reported in this investigation were taken from meeting minutes, newspaper articles, journals of the association, records and summaries of events, and oral i nterviews. The study initially outlines the orig i n of the association i n B razil , establishing con nections with the foundation and

development of ABEn M i nas Gerais. It also describes the most i m portant events , struggles and

achieveme nts promoted by the twenty-two administrations of the association , which consolidated ABEn-Minas Gerais. The conclusion of the study is that the solidification of this branch was achieved due to the efort and involvement of people who really valued and wanted to develop the nursing

p rofession.

KEWORDS: nursing organizatio n , h istory of ABE n , nurses from M i nas Gerais

RESUM E N : EI presente articulo busca describir la trayectoria y las conquistas de la Asociaci6n B rasileia de E nfermeros , secci6 n M inas Gerais, presentando algunas contribuciones de la entidad para el crecimiento y desarrollo de la Enfermeria en M i nas Gerais y en Brasil . Los hechos y acontecimientos relatados se extrajeron de las actas de reu niones, de recortes de peri6dicos, de i nformativos de la entidad, de Anales y Resumenes de eventos y de testimonios orales. I n icialmente, se recuerda el origen de la Asociaci6n en el territorio nacional, estableciendose conexiones entre esta y la creaci6n y trayectoria de la Secci6n de M i nas Gerais. Luego , la descripci6n de los hechos sigue el hilo de las 22 g e st i o n es , p a ra mostra r l u c h a s , l o g ros y hechos d e cada d i rectiva q u e determ i n a ron la consolidaci6n de la Secci6n de M inas Gerais. La conclusi6n es de que la Asociaci6n se h izo gracias al tes6n y voluntad de las personas: traducci6n del deseo de valorar y hacer crecer a los profesionales y la enfermeria como profesi6n .

PALABRAS CLAVE : organizaci6n en enfermeria , h istoria de ABEn , enfermeros (as) de M inas Gerais

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Referências

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