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Estudo de propriedades físicas e químicas de um novo cimento selador endodôntico

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Academic year: 2017

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(1)

Faculdade de Engenhar ia de Ilha Solteir a Depar tamento de FÌsica e QuÌmica

s-Gr aduaÁ„o em CiÍncia dos Mater iais

DISSERTA«√O DE MESTRADO

ìESTUDO DE PROPRIEDADES FÕSICAS E QUÕMICAS DE UM NOVO CIMENTO SELADOR ENDOD‘NTICOî

Alailson Domingos dos Santos

Or ientador : Pr of. Dr . J o„o Car los Silos Mor aes

Disser taÁ„o apr esentada ‡ Faculdade

de Engenhar ia do Campus de Ilha Solteir a ñ SP, Univer sidade Estadual Paulista - UNESP, Depar tamento de FÌsica e QuÌmica, como par te das

exigÍncias par a a obtenÁ„o do TÌtulo

de Mestr e em CiÍncia dos Mater iais.

(2)

MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA DA DISSERTA«√O DE MESTRADO DE ALAILSON DOMINGOS DOS SANTOS

APRESENTADA AO PROGRAMA DE P”S-GRADUA«√O EM CIÊNCIA DOS

MATERIAIS, UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA ìJ⁄LIO DE MESQUITA FILHOîñC¬MPUS DE ILHA SOLTEIRA, EM 12 DE MAR«O DE 2004.

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Dr. Jo„o Carlos Silos Moraes Orientador

Prof. Dr. Paulo Amarante de Araujo Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

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DedicatÛr ia

Recebi demeus pais, Heleno e Maria , de presente a vida. Entrego pois a eles a vitÛria por esta conquista. Na simplicidade de sua existÍncia me mostraram o valor da busca e da humildade, e a felicidade do dever cumprido.

Muito obrigado por tudo e para sempre

Aos meus irm„os ìMilso, Nice e Leoî, pelo prazer da convivÍncia fraterna, pelo amor que sempre nos uniu, pela graÁa divina da companhia e do apoio, mas especialmente por serem meus IRM√OS.

A Roselli, a companheira que escolhi para a jornada da vida, quando nos conhecemos elaboramos um projeto familiar, sua compreens„o, apoio e companhia me possibilitou alÁar vÙos maiores, divida comigo os louros desta conquista, elaÈto sua quanto minha...

Que eu possa sempre contar com voc

Í

, nesta e em outras vidas.

Aos meus filhos Pedr o, Miguel e J . Eduar do, que na inocÍncia da inf‚ncia,

muitas vezes se viram privados da minha companhia. A vocÍs, presentes que recebi de DEUS, minha gratid„o pelo amor incondicional e pela forÁa dos abraÁos infantis, me ensinando diariamente a ter confianÁa no futuro.

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Agr adecimentos

ìAs pessoas passam por nossas vidas, sem terem noÁ„o da responsabilidade e comprometimento que tÍm ou tiveram na nossa formaÁ„o e escalada pessoal e profissional. Muitas delas compartilham momentos,...outras, perÌodos inteiros de buscas e

aprendizagem....

N„o importa na verdade a quantidade do tempo dividido, e sim, a qualidade efetiva resultante deste tempo.

Assim, aproveito a oportunidade para enumerar algumas destas pessoas, que como outras tantas, s„o partÌcipes deste trabalho e co-respons·veis pela minha conquistaî.

Meus Agradecimentos:

Ao Professor J o„o Carlos Silos Moraes, a quem eu aprendi admirar e respeitar, pelo seu

car·ter e pela sua competÍncia em ensinar, obrigado pelo apoio, estÌmulo e compreenso das limitaÁıes que a vida me impÙs nesta ·rea to diversa a minha formaÁ„o, agradeÁo imensamente a oportunidade que vocÍme deu de trabalhar ao seu lado.

A todos os professores do Departamento de FÌsica e QuÌmica, e em especial aos professores

Keyzo, Eudes, Claudio,ìMalmongesî, LaÈrcio, Nelson e Maria¬ngela, que de um modo ou

e outro estiveram mais presentes nesta jornada.

Ao professor Walter Ver iano ValÈr io Filho, pela ajuda nos c·lculos estatÌsticos deste

trabalho.

AoProfessor WalderÌco Mello, meu eterno mestre, te agradeÁo pela minha formaÁ„o clÌnica

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¿Luciene G. P. Moraes minha amiga e parceira de estudos, desde a infncia atÈeste˙ltimo

degrau por nÛs alcanÁado, um enorme abraÁo.

¿minha grande amiga Angemerli M. B. Teodoro, pela amizade e apoio incondicional em todos os momentos de dificuldade que passei.

Aos alunos do curso de PÛs-GraduaÁ„o, grandes companheiros de estudos e em especial ao Augusto Santos (iniciaÁ„o cientÌfica), pela grande ajuda que prestou nos experimentos

laboratoriais.

As secret·rias do Departamento, Nancy de F·tima Villela e Rosemary Galana Gerlim, pelo

seu carinho e atenÁ„o, durante a nossa convivÍncia nestes anos.

Aos tÈcnicos J oo Batista Mariano de Carvalho,Marli Espizera Simıes, Mara Regina de

Oliveira Silva e Gilberto Antonio de Brito, pelo apoio tÈcnico.

AbraÁos afetuosos aos funcion·rios do Campus de Unesp de Ilha Solteira, pelo apoio e carinho com que sempre fui tratado;

(6)

S U M Á R I O

1. INTRODUÇÃO ...

2. FUNDAMENTOS TEÓRICOS ...

2.1. CIMENTO PORTLAND...

2.2. CLNQUER: COMPOSIÇÃO E PROCESSO DE PRODUÇÃO...

2.2.1. COMPOSIÇAO...

2.2.2. PROCESSO DE PRODUÇÃO ...

2.3. IMPORTÂNCIA DO HIDRÓXIDO DE CÁLCIO NOS CIMENTOS

ENDODÔNTICOS...

2.3.1. MECANISMO DE AÇÃO DO HIDRÓXIDO DE CÁLCIO...

2.4. TEMPO DE PRESA...

2.5. ABSORÇÃO ATÔMICA...

2.6. COEFICIENTE DE EXPANSÃO TÉRMICA E EXTENSOMETRIA ...

3. MATERIAIS E MÉTODOS...

3.1. TEMPO DE PRESA...

3.2. LIBERAÇÃO DE IONS CÁLCIO E HIDROXILA...

3.3. EXPANSÃO TÉRMICA...

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...

4.1. TEMPO DE PRESA...

4.2. LIBERAÇÃO DE ÍONS CÁLCIO E HIDROXILA...

4.3. EXPANSÃO TÉRMICA:...

5. CONCLUSAO ...

(7)

7. ANEXO1: DADOS DE PH, CONDUTIVIDADE, CONCENTRAÇÃO DE ÍONS CA E

EXPANSÃO TÉRMICA ...

(8)

Lista de Figuras

Figur a 1: A matÈria prima clÌnquer na sua forma original... 7

Figur a 2: Processo de produÁ„o do clÌnquer...11

Figur a 3: Diagrama esquem·tico do espectrofotÙmetro de absorÁ„o atÙmica... 20

Figur a 4: Lei de Beer: Ioe I s„o intensidades da radiaÁ„o antes e apÛs passar pela amostra, respectivamente... 21

Figur a 5: Curva de calibraÁ„o utilizada para determinar concentraÁ„o de amostras... 21

Figur a 6: ExtensÙmetro... 23

Figur a 7: Ponte de Wheatstone... 24

Figur a 8: Foto mostrando preparaÁ„o de amostras para medida de tempo de presa... 26

Figur a 9: Foto ilustrando como se realiza a medida de tempo de presa... 27

Figur a 10: Instrumentos e materiais utilizados na preparaÁ„o das amostras... 28

Figur a 11: Foto ilustrando momento de preparaÁ„o das amostras... 28

Figur a 13: pHmetro ...30

Figur a 14: CondutivÌmetro ...30

Figur a 15: EspectrÙmetro de absorÁ„o atÙmica... 31

Figur a 16: Material e instrumental utilizados na colagem do extensÙmetro na amostra... 31

Figur a 17: Amostra com extensÙmetro colado em sua superfÌcie.... 32

Figur a 18: Circuito meia ponte utilizado no estudo de expans„o tÈrmica.... 33

Figur a 19: Sistema utilizado para medidas de expans„o tÈrmica.... 34

Figur a 20: VariaÁ„o do pH da soluÁ„o aquosa em funÁ„o do tempo de imers„o das amostras MTA e CE... 37

Figur a 21: VariaÁ„o da concentraÁ„o de Ìons Ca na soluÁ„o aquosa em funÁ„o do tempo de imerso das amostras MTA e CE... 38

Figur a 22: VariaÁ„o da condutividade elÈtrica da soluÁ„o aquosa em funÁ„o do tempo de imerso das amostras MTA e CE... 38

(9)

LISTAS DE TABELAS

Tabela 1: Tempo de presa... 35

Tabela 2: Medidas de pH, condutividade e concentraÁ„o deÌons c·lcio ... 36

Tabela 3: Coeficientes de expans„o tÈrmica obtidos em cada ciclo ... 40

(10)

Resumo

(11)

Abstr act

(12)

1. INTRODU«√O

Dentro da endodontia, uma das especialidades da odontologia, existem certos procedimentos clÌnicos como por exemplo, reparo de reabsorÁ„o radicular, reparo de perfuraÁ„o radicular e de furca, apicificaÁ„o, pulpotomia e cirurgias parendodÙnticas, que necessitam de um cimento selador especÌfico para que se obtenha sucesso no tratamento clÌnico. O uso deste cimento deve ter como principal objetivo o selamento eficiente das comunicaÁıes entre o meio interno e externo do dente. Se estas intervenÁıes n„o promoverem um selamento efetivo poder· ocorrer desde pequenas sensibilidades dolorosas atÈ a perda do elemento dental.

Para solucionar estes problemas, existiam atÈ 1992 v·rios produtos como, por exemplo, cimentos a base de hidrÛxido de c·lcio1, am·lgama2,3, IRM2,3,4 e ionÙmero de vidro2,5, que eram empregados para este fim. Estes materiais deveriam apresentar algumas caracterÌsticas e propriedades fÌsicas, quÌmicas e biolÛgicas, tais como: biocompatibilidade, trabalhabilidade, estabilidade dimensional, radiopacidade, selabilidade, baixa solubilidade nos fluÌdos teciduais, promover regeneraÁ„o tecidual, tempo de presa adequado e ser antimicrobiano.

(13)

Este material causou uma verdadeira revoluÁ„o na endodontia, n„o apenas pelo fato de possuir grande vantagem sobre os outros materiais atÈ ento utilizados, mas pelo fato de possuir uma similaridade muito grande com o cimento Portland.

Estas suspeitas comeÁaram quando Wucherpfenning e Green7apÛs an·lise de difraÁ„o de RX afirmaram que este material era quase idÍntico ao cimento Portland. A partir desta data, muitos outros trabalhos, como por exemplo de Estrela et al.8e Holland et al.9,10, vieram avalizar a similaridade levantada por Wucherpfenning.

Com relaÁ„o as excelentes propriedades que este material apresenta como selador, v·rios trabalhos foram publicados mostrando suas vantagens. Como exemplo, Torabinejad et al.11 mostraram que o MTA È mais h·bil para evitar infiltraÁıes do que am·lgama e super EBA quando usado como retroobturador de canais; ANDREASEN et al.12 mostraram a regeneraÁ„o tecidual apÛs o uso do MTA e; Kettering and Torabinejad13 mostraram sua biocompatibilidade.

Em 1998 este material foi avaliado e aprovado pela FDA (Food and Drugs Administration), e lanÁado comercialmente em 1999 pela Dentsply Tulsa Dental, Oklahomañ

USA, com o nome comercial de ProRoot MTA. Ele È composto principalmente de silicato tric·lcio, silicato dic·lcio, aluminato tric·lcio, ferroaluminato tetrac·lcio, Ûxido de bismuto e sulfato de c·lcio dihidratado. Segundo o fabricante, o ProRoot MTA pode ainda conter sÌlica cristalina eÛxidos de c·lcio e magnÈsio. No Brasil foi lanÁado recentemente pelo LaboratÛrio

¬ngelus um produto similar ao ProRoot MTA, com o nome comercial de MTA¬ngelus, que possui basicamente as mesmas caracterÌsticas do produto americano.

(14)

cimentos devem possuir. A presenÁa de hidrÛxido de c·lcio, um produto introduzido na odontologia pelo dentista Alem„o Herman em 1920, parece ser fator preponderante nestes processos de reparo. Este composto quando em contato com meio aquoso se dissocia emÌons Ca2+eÌons OH-, a presenÁa destesÌons no lÌquido tissular parece ter relaÁ„o direta com a aÁ„o antimicrobiana e formaÁ„o de barreira de tecido mineralizado, que associadas promovem o reparo tecidual.

Uma das dificuldades encontradas pelos profissionais no uso do MTAÈ a dificuldade de utilizaÁ„o devido a sua consistÍncia e o tempo de presa muito longo. Este fato motivou o desenvolvimento de um novo material selador, aqui intitulado Cimento Experimental (CE). Ele È constituÌdo basicamente de clinquer (matÈria prima utilizada na fabricaÁ„o do cimento Portland), sulfato de b·rio e uma emuls„o que tem a funÁ„o de dar ‡ mistura uma melhor consistÍncia de trabalho.

A proposta deste trabalho È, portanto, estudar algumas das propriedades deste novo cimento selador, fazendo uma comparaÁ„o com aquelas do MTA-¬ngelus. Desta forma, reporta-se aqui o resultado obtido nos estudos de tempo de presa, liberaÁ„o de Ìons c·lcio e hidroxila, condutividade e expans„o tÈrmica.

Como a matÈria prima base para se produzir estes cimentos seladores e o cimento Portland È o clÌnquer, È oportuno aqui (prÛximo capÌtulo) relatar o processo de produÁ„o do cimento Portland e, conseq¸entemente, o do clÌnquer, bem como sua composiÁ„o e reaÁıes quÌmicas que ocorrem durante o processo. Em seguida discute-se a origem do hidrÛxido de c·lcio presente nestes cimentos, sua import‚ncia no processo de reparo tecidual e como ele

(15)
(16)

2. FUNDAMENTOS TE”RICOS

2.1. CIMENTO PORTLAND

Tecnicamente, pode-se definir cimento como um pÛ fino, com propriedades aglomerantes, aglutinantes ou ligantes, que endurece sob a aÁ„o da ·gua. A arquitetura monumental do Egito antigo j· usava uma liga constituÌda por uma mistura de gesso calcinado que, de certa forma,Èa origem do cimento.

As grandes obras gregas e romanas, como o Pante„o e o Coliseu, foram construÌdas com o uso de certas terras de origem vulc‚nica, com propriedades de endurecimento sob a

aÁ„o da·gua. A palavra cimento parece ter origem na Roma antiga, onde os homens a procura de seguranÁa e durabilidade para as edificaÁıes, criavam diversos materiais aglomerantes, que levavam o nome deìcaementumî.

(17)

conhece e que possui proporÁıes adequadas da mistura, do teor de seus componentes, tratamento tÈrmico adequado e conhecimento da natureza quÌmica dos constituintes.

O cimento Portland desencadeou uma verdadeira revoluÁ„o na construÁ„o, pelo conjunto inÈdito de suas propriedades de moldabilidade, hidraulicidade (endurecer tanto na presenÁa do ar como da ·gua), elevada resistÍncia aos esforÁos e por ser obtido a partir de matÈrias-primas relativamente abundantes e disponÌveis na natureza. No Brasil, a primeira tentativa de fabricaÁ„o do cimento Portland aconteceu em 1888, quando o Comendador AntÙnio Proost Rodovalho instalou em sua fazenda na cidade de Santo AntÙnio, interior de S„o Paulo, uma pequena ind˙stria. A Usina Rodovalho operou de 1888 a 1904 e foi extinta definitivamente em 1918.

O cimento È um material existente na forma de um pÛ fino, com partÌculas de dimensıes mÈdias da ordem de 50 µm, que resulta da mistura de clÌnquer com outras subst‚ncias, tais como o gesso ou escÛrias siliciosas, em quantidades que dependem do tipo de aplicaÁ„o e das caracterÌsticas procuradas para o cimento. O cimento normalÈformado por aproximadamente 96% de clÌnquer e 4% de gesso. O clÌnquer, principal constituinte do cimento,Èproduzido por transformaÁ„o tÈrmica a elevada temperatura em fornos apropriados, de uma mistura de material rochoso contendo aproximadamente 80% de carbonato de c·lcio (CaCO3), 15% de diÛxido de silÌcio (SiO2), 3% deÛxido de alumÌnio (Al2O3), e quantidades menores de outros constituintes, tais como o ferro e enxofre. Estes materiais s„o normalmente extraÌdos de pedreiras de calc·rio e argila.

2.2. CLÕNQUER: COMPOSI«√O E PROCESSO DE PRODU«√O

2.2.1. COMPOSI«√O

(18)

silicato dic·lcio (2CaO-SiO2), silicato tric·lcio (3CaO-SiO2), aluminato tric·lcio (3CaO-Al2O3) e ferroaluminato tetrac·lcio (4CaO-Al2O3-Fe2O3). O cimento MTA-¬ngelus È formado por aproxidamente 75% de clÌnquer.

Figur a 1: A matÈria prima clÌnquer na sua forma original

O processo de obtenÁ„o do clÌnquer se inicia nas jazidas de calc·rio e argila de onde s„o retiradas as matÈrias primas para a sua produÁ„o.

Os calc·rios s„o constituÌdos basicamente de carbonato de c·lcio (CaCO3) e, dependendo da sua origem geolÛgica, podem conter v·rias impurezas como magnÈsio, silÌcio, alumÌnio ou ferro. O carbonato de c·lcio È conhecido desde Èpocas muito remotas, sob a forma de minerais tais como a greda, o calc·rio e o m·rmore. O calc·rio È uma rocha sedimentar, sendo a terceira rocha mais abundante na crosta terrestre, perdendo somente para o xisto e o arenito. O elemento c·lcio, que abrange 40% de todo o calc·rio, È o quinto mais abundante na crosta terrestre, apÛs o oxigÍnio, silÌcio, alumÌnio e o ferro.

(19)

O teor de MgO varia neste calc·rio de 0 a 4%. Devido ‡maior quantidade de c·lcio a pedra se quebra com maior facilidade. Este calc·rio, tambÈm por ter menor quantidade de carbonato de magnÈsio, exige maior temperatura para descarbonatar.

-Calc·rio magnesiano (MgCO3)

O teor de MgO varia de 4 a 18%. A presenÁa de quantidade maior de carbonato de magnÈsio faz com que este calc·rio tenha caracterÌsticas bem diferentes do calcÌtico. O calc·rio magnesiano necessita de menos calor e uma temperatura menor para descarbonatar do que o calcÌtico. EleÈideal para fabricaÁ„o de cal.

-Calc·rio dolomÌtico (CaMg(CO3)2)

O teor de MgOÈacima de 18% e por isso possui uma temperatura de descarbonataÁ„o ainda menor do que o calc·rio magnesiano. O uso de calc·rio com alto teor de MgO causa desvantagens na hidrataÁ„o do cimento, por provocar o aumento de volume e formaÁ„o de sais sol˙veis que enfraquecem o concreto quando exposto a lixiviaÁ„o (perda de substncias

pelo processo de lavagem).

Quanto as argilas, s„o silicatos complexos contendo alumÌnio e ferro como c·tions principais, alÈm de pot·ssio, magnÈsio, sÛdio, c·lcio, titnio e outros. A escolha da argila

envolve disponibilidade e relaÁ„o sÌlica/alumÌnio/ferro (SiO2/Al2O3/Fe2O3). Em caso de necessidade, a relaÁ„o entre esses componentes pode ser corrigida empregado-se respectivamente os seguintes produtos: areia, bauxita e minÈrio de ferro.

2.2.2. PROCESSO DE PRODU«√O

(20)

mistura crua para descarbonataÁ„o e clinquerizaÁ„o. O material cru moÌdo passa por um processo de granulometria em peneira ABNT no. 100 (0,150mm).

O processo de moagem consiste na entrada dos materiais dosados, num moinho de bolas ou de rolos, cujo processo ocorre por impacto e por atrito. O material ao entrar no moinho recebe uma corrente de ar ou g·s quente (~220∞C), propiciando sua secagem. O material que entra com umidade em torno de 5% sai com umidade em torno de 0,9% a uma temperatura final de 80oC.

Depois de moÌdo este material, finÌssimo, conhecido como farinha cruaÈestocado em silos ondeÈfeita a homogeneizaÁ„o do mesmo.

ApÛs a homogenizaÁ„o completada, a farinha crua precisa sofrer processos de aquecimento. Para que isso ocorra, o material cruÈ lanÁado numa torre de ciclones onde, em fluxo contr·rio, correm gases quentes proveniente da combust„o. Os combustÌveis mais utilizados para este fim, s„o Ûleo pesado e carvo mineral ou vegetal. Neste processo a temperatura chega a ~1400∞C. Nos ciclones ocorre a separaÁ„o dos gases e material sÛlido. Os gases s„o lanÁados na atmosfera apÛs passarem por um filtro eletrost·tico onde partÌculas, presentes no g·s s„o precipitadas e voltam ao processo. ApÛs passagem pelos ciclones, o material entra no forno rotativo onde ocorrem as reaÁıes de clinquerizaÁ„o. Depois desta etapa, o clÌnquer formadoÈbruscamente resfriado com ar e estocado em silos para a produÁ„o do cimento. Para melhor entender o processo de clinquerizaÁ„o descreve-se a seguir todas suas etapas.

O processo de clinquerizaÁ„o segue as seguintes etapas: a) EvaporaÁ„o da ·gua livre

Ocorre em temperaturas abaixo de 100∞C e no primeiro est·gio de ciclones.

( )

l H O

( )

v

O

(21)

A decomposiÁ„o da dolomita em MgO e CO2 tem inÌcio em 340C e medida que o teor de c·lcio aumenta, tambÈm se eleva a temperatura de decomposiÁ„o.

) ( ) ( )

( 2

3 s MgOs CO g

MgCO ææÆ +

c) DecomposiÁ„o do carbonato de C·lcio.

Esta reaÁ„o tem inÌcio em temperatura acima de 805C, sendo que a 894C e 1 atm de press„o ocorre a dissociaÁ„o do carbonato de c·lcio puro a.

( )

s CaO

( )

s CO

( )

g

CaCo3 ææÆ + 2

Esta reaÁ„o de descarbonataÁ„oÈuma das principais para obtenÁ„o do clÌnquer, e nela h· um grande consumo de energia. … imprescindÌvel que a descarbonataÁ„o esteja completa para que o material penetre na zona de alta temperatura do forno (zona de clinquerizaÁ„o). d) DesidroxilaÁ„o das argilas

As primeiras reaÁıes de formaÁ„o do clÌnquer iniciam-se em 550C, com a desidroxilaÁ„o da fraÁ„o argilosa da farinha crua. A argila perde a·gua combinada, que oscila entre 5 e 7%, dando origem a silicatos de alumÌnio e ferro altamente reativos com o CaO que est· sendo liberado pela decomposiÁ„o do calc·rio. A reaÁ„o entre os Ûxidos liberados da argila e o calc·rio È lenta e a princÌpio os compostos formados contÈm pouco CaO fixado. Com o aumento da temperatura a velocidade da reaÁ„o aumenta e os compostos se enriquecem em CaO.

e) FormaÁ„o do 2CaO-SiO2(silicato dic·lcico)

A formaÁ„o do 2CaO-SiO2 tem inÌcio em temperatura de 900C onde sÌlica livre e CaO j·reagem lentamente. Na presenÁa de Ferro e AlumÌnio esta reaÁ„oÈacelerada.

2 2 2

2CaO+SiO ææÆ CaO-SiO

(22)

O silicato tric·lcico inicia sua formaÁ„o entre 1200∞C e 1400C, cujos produtos de reaÁ„o s„o 3CaO-SiO2, 2CaO-SiO2, 3CaO-Al2O3 e 4CaO-Al2O3-Fe2O3 e o restante de CaO n„o combinado.

2

2 3

2CaO-SiO +CaOææÆ CaO-SiO

g) Resfriamento

A complementaÁ„o das reaÁıes de clinquerizaÁ„o pode ser afetada pelo resfriamento sofrido pelo clÌnquer. Um resfriamento lento leva a um cimento de baixa qualidade. O primeiro resfriamento ocorre dentro do forno, apÛs o clÌnquer passar pela zona de m·xima temperatura. Nesta etapa pode ocorrer a decomposiÁ„o do 3CaO-SiO2segundo a reaÁ„o:

livre CaO SiO

Cao SiO

Ca- ææÆ - +

2 2 2

3

O segundo resfriamentoÈlento e ocorre abaixo de 1200C, j·no resfriador.

A figura 2 mostra resumidamente o processo de produÁ„o do clÌnquer a partir da retirada dos minerais das jazidas. O inicio se d· com a mineraÁ„o, ou seja, a extraÁ„o do calc·rio e da argila das jazidas, e apÛs isto vem a britagem. Em seguida vem o processo de

Figur a 2: Processo de produÁ„o do clÌnquer

Calc·r io

Br itagem

Ar gila

Br itagem

PrÈ-homogeneizaÁ„o

Moagem

HomogeneizaÁ„o

PrÈ-aquecimento

For nos

Silo de ClÌnquer

Calc·r io

Br itagem

Ar gila

Br itagem Ar gila

Br itagem

PrÈ-homogeneizaÁ„o

Moagem

HomogeneizaÁ„o

PrÈ-aquecimento

For nos PrÈ-aquecimento

For nos

(23)

prÈ-homogeneizaÁ„o, onde ocorre a dosagem dos materiais. Para tanto, estes materiais passam por moinhos de bola formando a farinha crua, que È ento armazenada em silos de homogeneizaÁ„o. ApÛs a homogeneizaÁ„o completada, a farinha passa pelo processo de tratamento tÈrmico produzindo o clÌnquer.

2.3. IMPORT¬NCIA DO HIDRXIDO DE C¡LCIO NOS CIMENTOS

ENDOD‘NTICOS

Algumas das propriedades dos cimentos seladores endodÙnticos, como poder antimicrobiano e formaÁ„o de tecido mineralizado parecem ter relaÁ„o direta com presenÁa de hidrÛxido de c·lcio na sua composiÁ„o.

Os compostos anidros do clÌnquer reagem com a ·gua, por hidrÛlise, dando origem a numerosos compostos hidratados, dentre eles o hidrÛxido de c·lcio. De forma abreviada so indicadas algumas das principais reaÁıes de hidrataÁ„o:

O 3CaO-Al2O3Èo primeiro a reagir:

O H CaO Al O H CaO O Al

CaO 2 3 12 2 2 4 12 2

3 - + + ææÆ -

-O 3Ca-O-Si-O2reage a seguir:

(

)

2 2

2 2

2 4,5 2,5 2

3CaO-SiO + H OææÆSiO -CaO- H O+ Ca OH O 2CaO-SiO2reage muito mais tarde:

(

)

2 2

2 2

2 3,5 2,5

2CaO-SiO + H OææÆSiO -CaO- H O+Ca OH

(24)

produto na odontologia, como, por exemplo, Nygren19 em 1838 que o utilizou no tratamento de ìfÌstulas dentaisî; pouco depois em 1851 Codman20 tentou us·-lo em um tecido pulpar comprometido.

O hidrÛxido de c·lcio foi introduzido nos Estados Unidos atravÈs dos trabalhos de Teuscher & Zander21, em 1938 e Zander22 em 1939, que demonstraram que o hidrÛxido de c·lcio estimulava a formaÁ„o de ponte de tecido duro sobre a exposiÁ„o pulpar. ApÛs a segunda Guerra Mundial, as indicaÁıes clÌnicas deste material foram expandidas. Este produto quÌmico foi considerado por Garcia23, em 1983, como o melhor medicamento para se induzir a deposiÁ„o de tecido duro e promover a cicatrizaÁ„o da polpa vital e tecidos periapicais.

Desde seu surgimento na odontologia muito tem se estudado e discutido com respeito

‡s suas propriedades, funÁıes e mecanismo de aÁ„o.

O hidrÛxido de c·lcio apresenta-se como um pÛ branco e inodoro;Èuma base forte de pH alcalino (~13), peso molecular de 74,08 g/mol e pouca solubilidade (1,2 g/litro de·gua,‡ temperatura de 25∫C).

As propriedades do hidrÛxido de c·lcio derivam de sua dissociaÁ„o iÙnica em Ìons c·lcio e Ìons hidroxila, sendo que a aÁ„o destes Ìons sobre os tecidos e as bactÈrias explica as propriedades biolÛgicas e antimicrobianas desta substncia.

(25)

relataram em seu estudo, a influÍncia de diferentes veÌculos, no efeito antimicrobiano do hidrÛxido de c·lcio e o elevado poder bactericida que este composto confere aos medicamentos usados como curativo intracanal. Estrela et al.27 em 2000, mostraram que o hidrÛxido de c·lcio tem maior poder antimicrobiano quando comparado ao MTA, Cimento Portland, Sealapex e Dycal. V·rios outros trabalhos, como exemplo Fisher28(1972), DiFore et al.29 (1983), Forsten e Soderling30 (1984), Lado et al.31(1986), MacComb e Ericson32 (1987), investigam esta aÁ„o antimicrobiana do hidrÛxido de c·lcio.

Com relaÁ„o a propriedade que o hidrÛxido de c·lcio possui de induzir a formaÁ„o de tecido mineralizado, Silva et al.33 (1997), relataram que os cimentos endodÙnticos devem induzir um selamento apical, e que existe uma tendÍncia em se usar cimentos que possuam hidrÛxido de c·lcio para se obter melhores resultados nestes selamentos.

Segundo Holland et al.34, do ponto de vista histolÛgico, o reparo ideal de uma comunicaÁ„o entre o meio interno e externo dos dentes, seria a formaÁ„o de um tecido mineralizado, promovendo um selamento biolÛgico. O hidrÛxido de c·lcio em contato direto com os tecidos pulpares ou periapicais, teria participaÁ„o ativa neste processo, pois, a partir dos Ìons c·lcio liberados por ele, ocorreria a formaÁ„o de granulaÁıes de calcita, as quais iniciariam o processo de induÁ„o‡formaÁ„o de tecido mineralizado.

Holland et al.35, reportaram que apÛs se implantar tubos de dentina contendo MTA e tubos contendo hidrÛxido de c·lcio, no tecido subcutneo de ratos, observou-se

(26)

A presenÁa destas granulaÁıes de calcita tambÈm foi observada por Holland et al.36, quando implantaram em subcut‚neo de ratos tubos de dentina preenchidos com diversos

materiais que possuem hidrÛxido de c·lcio na sua composiÁ„o (MTA, Sealapex, CRCS, Sealer 26 e Sealer plus). ApÛs o tempo prÈ-determinado, os animais foram sacrificados e a regi„o do implante foi analisada histologicamente, mostrando a presenÁa de granulaÁıes de calcita e ponte de tecido mineralizado; somente o cimento CRCS n„o apresentou este processo de reparo. Este cimento apesar de liberar Ìons c·lcio, no promoveria formaÁ„o de barreira porque seus Ìons reagiriam imediatamente com o eugenol do material, formando eugenolato de c·lcio.

Os trabalhos de Souza et al.37e de Holland et al.38,39,40tambÈm mostraram a presenÁa de granulaÁıes de calcita em tecido conjuntivo subcut‚neo de ratos. Aeinehchi. et al.41,

notaram a presenÁa de ponte de tecido mineralizado utilizando MTA e hidrÛxido de c·lcio em capeamento pulpar de dentes humanos.

2.3.1. MECANISMO DE A«√O DO HIDR”XIDO DE C¡LCIO

Quanto ao mecanismo de aÁ„o do hidrÛxido de c·lcio no processo de reparo tecidual, tudo indica que se inicia quando este composto em contato com meio aquoso se dissocia em

Ìons Ca2+ e Ìons OH-. A presenÁa destes Ìons em contato com o lÌquido tissular pode ter relaÁ„o direta com duas importantes propriedades necess·rias aos cimentos seladores, que s„o a aÁ„o antimicrobiana e a formaÁ„o de barreira de tecido mineralizado.

A aÁ„o antimicrobina È promovida pela elevaÁ„o do pH, causada pela liberaÁ„o dos

(27)

metabolismo, crescimento e divis„o celular, alÈm de participar da formaÁ„o da parede celular, produÁ„o de lipÌdeos, transporte de elÈtrons, etc. Com a elevaÁ„o do pH, pode ocorrer uma inativaÁ„o das enzimas que participam dos processos do metabolismo desta membrana. AlÈm disso, este aumento pode atuar na ionizaÁ„o de grupos de proteÌnas, desconfigurando e alterando suas atividades. Esta sÈrie de fatores faz com que o aumento de pH seja extremamente letal‡s bactÈrias presentes nas infecÁıes endodÙnticas.

Com relaÁ„o a formaÁ„o de tecido mineralizado, Holland et al.38 acreditam que esta propriedade est· relacionada a liberaÁ„o deÌons c·lcio do hidrÛxido de c·lcio. EstesÌons em contato com o g·s carbÙnico e ·cido carbÙnico vindos dos tecidos, reagiriam quimicamente produzindo gr‚nulos de calcita. Junto a estas granulaÁıes ocorre o ac˙mulo de fibronectina queÈ uma glicoproteÌna encontrada nos tecidos. Ela Èsintetizada pelos fibroblastos e cÈlulas endoteliais, e est· envolvida com a ades„o, migraÁ„o, diferenciaÁ„o e crescimento celular. Esta glicoproteÌna permitiria a adeso e diferenciaÁ„o celular, promovendo ento a formaÁ„o de tecido duro. O diÛxido de carbono desta reaÁ„o È resultado do catabolismo de nossaslulas, se solubiliza eÈdifundido no sangue e lÌquidos intersticiais.

Quando um material que possui hidrÛxido de c·lcio entra em contato com os tecidos, ocorre um aumento do pH devido a liberaÁ„o dos Ìons hidroxila. Para que ocorra um reequilibro deste pH, o diÛxido de carbono (CO2) e o ·cido carbÙnico (H2CO3), presentes no meio, reagem com os Ìons hidroxila, aumentando a concentraÁ„o deÌons CO3-2, que reagiro com os Ìons c·lcio (Ca2), dando origem ao carbonato de c·lcio (CaCO3), que so as granulaÁıes de calcita38.

(28)

Segundo Holland et al.34, quando se aplica hidrÛxido de c·lcio sobre o tecido pulpar, ocorre a formaÁ„o de algumas ·reas distintas: zona de necrose, causada pela desnaturaÁ„o das proteÌnas do tecido pulpar; zona granulosa superficial, constituÌda por granulaÁıes de carbonato de c·lcio; zona granulosa profunda, onde aparecem finas granulaÁıes de sais de c·lcio. Com o passar do tempo, entre 2 h e 48 h, as granulaÁıes de carbonato de c·lcio aumentam em n˙mero e tamanho. Acredita-se que com a desnaturaÁ„o protÈica ocorra uma liberaÁ„o de radicais ativos que atrairiam, eletrostaticamente, sais de c·lcio para a regi„o, precipitando-os na zona granulosa profunda. Devido ao aumento da densidade nesta ·rea o metabolismo dos elementos celulares ali presentes ficaria comprometido e a massa calcificada os englobaria. Abaixo da zona granulosa profunda, tambÈm aparecem numerosas cÈlulas jovens em proliferaÁ„o. ApÛs uma semana percebe-se a presenÁa de odontoblastos jovens, e ao trigÈsimo dia o reparo est· completo, com a presenÁa de dentina, prÈ-dentina e camada odontobl·stica organizada. A ponte de tecido duro È formada por trÍs camadas distintas: granulaÁ„o de carbonato de c·lcio, ·rea de calcificaÁ„o distrÛfica e no caso de tecido pulpar, dentina.

2.4. TEMPO DE PRESA

Tempo de presa È o tempo que o material odontolÛgico leva desde a sua espatulaÁ„o atÈo total endurecimento.um parmetro importante pois indica o intervalo de tempo que o

clÌnico ter· disponÌvel para realizar uma intervenÁ„o. Cada material deve ter um tempo de presa adequado, n„o devendo ser t„o longo que prejudique a conclus„o da conduta clÌnica e nem t„o curto que n„o permita a conclus„o do trabalho.

(29)

retroobturadores; o MTA PRO-ROOT, teve um tempo de presa de 2 horas e trinta minutos, o am·lgama 4 minutos, Super EBA 9 minutos e IRM 6 minutos. O MTA-¬ngelus, por n„o possuir sulfato de c·lcio na sua composiÁ„o, teve um tempo de endurecimento ao redor de 10 minutos45. Segundo Grossman47, um dos problemas relacionado com o longo tempo de presa

Èa possibilidade do material liberar toxinas durante este tempo, provocando assim irritaÁıes nos tecidos adjacentes.

No caso dos cimentos que se prestam a selar comunicaÁıes entre meio interno e externo do dente, principalmente em ·reas onde se faz necess·rios atos cir˙rgicos (cirurgia parendodÙntica por exemplo), o tempo de presa no deve ser muito longo, pois, no È interessante que a cirurgia se prolongue muito e nem que se corra o risco do material se desprender logo apÛs o tÈrmino da intervenÁ„o, devido a presenÁa de lÌquidos teciduais que preencheriam a loja cir˙rgica. No trabalho de Yuan-Ling Lee et al.48, reporta-se os efeitos que o ambiente pode causar durante a cristalizaÁ„o do cimento MTA PRO-ROOT devido ao tempo de presa extremamente longo.

2.5. ABSOR«√O AT‘MICA

A tÈcnica de absorÁ„o atÙmica fundamenta-se na medida da intensidade de radiaÁ„o absorvida por ·tomos de um elemento, no estado fundamental e em altas temperaturas, no comprimento de onda da linha de resson‚ncia.

(30)

absorÁ„o que a tÈcnica de medidas de absorÁ„o atÙmica se baseia. A seletividade È uma das principais vantagens desta tÈcnica, pois, com a especificidade de cada elemento com relaÁ„o ao comprimento de onda para sua excitaÁ„o, ÈpossÌvel quantificar um elemento quÌmico em uma amostra medindo-se a quantidade de absorÁ„o ocorrida.

A fonte de radiaÁ„o mais comumente empregada em espectrofotometria de absorÁ„o atÙmica È a lmpada de c·todo oco (LCO). A LCO tem um c·todo emissor do mesmo

elemento quÌmico que aquele que se deseja determinar e quantificar. O c·todo tem a forma de um cilindro e os eletrodos est„o num bulbo de vidro de borossilicato ou quartzo, com um g·s inerte (neÙnio ou argÙnio), na presso aproximada de 5 Torr. A aplicaÁ„o de um potencial elevado entre os eletrodos provoca uma descarga que formaÌons do g·s nobre. EstesÌons so acelerados em direÁ„o ao c·todo e na colis„o excitam os ·tomos do c·todo provocando emiss„o de fÛtons de comprimentos de ondas bem definidos.

A sua aplicaÁ„o n„o se restringe apenas a soluÁıes aquosas e, em alguns casos, o emprego de solventes org‚nicos puros ou misturados com ·gua È bastante vantajoso. AlÈm disso, a tÈcnica permite que as medidas sejam efetuadas diretamente na soluÁ„o, eliminando etapas preliminares e demoradas como separaÁıes quÌmicas dos constituintes, melhorando com isto a confiabilidade do procedimento.

As montagens b·sicas de um espectrofotÙmetro de absorÁ„o atÙmica so mostradas na figura 3, e o seu funcionamento depende de:

uma fonte est·vel de luz, emitindo linhas de ressonncia do elemento a ser determinado e

quantificado;

um dispositivo onde possa ser gerado o vapor atÙmico (atomizaÁ„o da amostra) que, em. geral,Èuma chama ou um dispositivo eletrotÈrmico;

(31)

um elemento de detecÁ„o (fotomultiplicadora) para medir a intensidade da energia

luminosa e, dispositivos para a amplificaÁ„o e registro do sinal.

Figur a 3: Diagrama esquem·tico do espectrofotÙmetro de absorÁ„o atÙmica

Para que o processo de mediÁ„o ocorra, a amostra deve ser atomizada, por nebulizaÁ„o no atomizador (chama). Esta etapa È a mais crÌtica do processo, onde a amostra È aspirada devido a queda de press„o causada por um fluxo de g·s oxidante (ar ou N2O), sendo ent„o introduzida em alta velocidade, atravÈs de um orifÌcio capilar, em uma cmara contendo

obst·culos. Isso permite que apenas a nÈvoa mais fina (no m·ximo 10% da amostra aspirada) atinja a chama, eliminando o restante por um dreno.

As linhas atÙmicas caracterÌsticas de cada elemento, geradas pelas lmpadas de c·todo

oco, s„o, na verdade, bandas de comprimento de onda muito estreitas, que precisam ser eficientemente selecionadas para que o fenÙmeno de absorÁ„o atÙmica possa ser usado analiticamente. A seleÁ„o dessas linhas atÙmicas È feita pelo monocromador, que contÈm geralmente uma grade de difraÁ„o como elemento de dispers„o da radiaÁ„o.

(32)

klc

A

=

(1)

onde AÈa absorb‚ncia, k a absorvidade (para um dado comprimento de onda, caracterÌstico da espÈcie), l Èo percurso Ûtico, no caso a largura da chama e,cÈ a concentraÁ„o da espÈcie (Fig. 4).

Figur a 4: Lei de Beer: Ioe I s„o intensidades da

radiaÁ„o antes e apÛs passar pela amostra,

respectivamente.

Figur a 5: Curva de calibraÁ„o utilizada para

determinar concentraÁ„o de amostras.

Os resultados obtidos s„o lidos a partir de uma curva de calibraÁ„o (Fig. 5), previamente construÌda da seguinte forma: aspira-se na chama amostras de soluÁıes com concentraÁıes conhecidas do elemento a ser analisado, mede-se a absorÁ„o correspondente a cada soluÁ„o e depois constrÛi-se um gr·fico da absorÁ„o medida contra a concentraÁ„o. AtravÈs da curva de calibraÁ„o determina-se a concentraÁ„o do elemento na amostra.

2.6. COEFICIENTE DE EXPANS√O TRMICA E EXTENSOMETRIA

O coeficiente de expans„o tÈrmica de um material pode ser definido como a variaÁ„o percentual de uma de suas dimensıes por unidade de variaÁ„o de temperatura. Ele È uma propriedade fÌsica b·sica que depende do material e tem importncia relevante nas aplicaÁıes

dos materiais.

I

o

I

l

c

I

o

I

l

c

A

b

so

rb

n

ci

a

Concentra

Á„

o

A

b

so

rb

n

ci

a

(33)

Embora exista muitas tabelas prontas de coeficiente de expans„o publicadas na literatura, principalmente de metais e ligas, ocasionalmente surge a necessidade de se medir esta propriedade, para um especÌfico material e em um particular intervalo de temperatura.

A dilataÁ„o tÈrmicaÈdada pela equaÁ„o T L L= o D

D a (2)

onde DL È a variaÁ„o do comprimento do material, L0 o seu comprimento inicial e a o coeficiente de dilataÁ„o (ou expans„o) linear.

O conhecimento do coeficiente de expans„o tÈrmica de materiais odontolÛgicos tem relaÁ„o direta com os problemas de infiltraÁ„o marginal; Bullard et al.49, estudaram esta relaÁ„o e concluÌram que com o uso de materiais restauradores de baixo coeficiente de dilataÁ„o tÈrmica, pode-se controlar melhor as microinfiltraÁıes. Este resultado vem de encontro as conclusıes de Spiering et al.50e Palmer et al.51, que fizeram estudos relacionando as variaÁıes de temperatura que ocorreu na cavidade oral de acordo com a dieta e que poderiam estar promovendo dilataÁ„o tÈrmica nos materiais. As temperaturas mais baixas segundo os autores estariam na faixa de 0oC a 14oC, e as mais altas entre 56oC e 67oC.

Historicamente a maneira cl·ssica de se medir o coeficiente de expans„o tÈrmica È atravÈs da dilatometria. Com ela, Xu HC et al.52 estudaram o coeficiente de dilataÁ„o tÈrmica de dentes humanos e obtiveram os seguintes valores: 17x10-6/oC (ou 17 mstrain/oC) para o esmalte, 11x10-6/oC para dentina e 9x10-6/oC para a raÌz.

(34)

e 1940 Roy Carlson aplicou este princÌpio na construÁ„o de um extensÙmetro de fio livre, como os utilizados atÈhoje.

Esta tÈcnica possui algumas vantagens com relaÁ„o a dilatometria, como por exemplo: alta precis„o de medida, baixo custo, f·cil manuseio, o extensÙmetro pode ser imerso em·gua ou g·s, possibilidade de se efetuar medidas a dist‚ncia, empregado nas pr·ticas mÈdicas e cir˙rgicas e variaÁ„o do formato da amostra , ou tipo de material. Estas caracterÌsticas fazem da extensometria uma tÈcnica bem aceita e confi·vel.

O extensÙmetro È basicamente formado por uma base, grade com um elemento resistivo e um terminal. (Fig. 6).

Figur a 6: ExtensÙmetro

O princÌpio de funcionamento desta tÈcnica baseia-se no fato da resistÍncia elÈtrica de um material ser diretamente proporcional ao seu comprimento e inversamente proporcional a

·rea transversal, ou seja,

(

L A

)

R = r (3)

e; num circuito elÈtrico do tipo Ponte de Wheatstone (Fig. 7).

(35)

Figur a 7: Ponte de Wheatstone

ponte est· em equilÌbrio, ou seja, quando o produto das resistÍncias opostas so iguais (R1R4 =R2R3), a diferenÁa de potencial (Vg) entre os pontos A e B È igual a zero. Se por algum motivo, o valor da resistÍncia de um dos elementos que faz parte desta ponte È modificado, aparecer·uma diferenÁa de potencial Vgdiferente de zero. A medida de expans„o tÈrmica por extensometria baseia-se exatamente nisto.

Na tÈcnica, o extensÙmetroÈ colado na amostra da qual se deseja estudar a expansormica e o conjunto formado ser· um dos braÁos da ponte de Wheatstone. Quando ocorrer qualquer variaÁ„o na resistÍncia do extensÙmetro devido a variaÁ„o tÈrmica da amostra, uma tens„o Vgser·acusada. A tens„o Vg, neste caso pode ser escrita como

R R E K E

Vg = = D

4

4 e (4)

onde E È a tens„o de alimentaÁ„o do circuito, K È o fator do extensÙmetro, e (DL/L0) È a deformaÁ„o,DR a variaÁ„o da resistÍncia eR a resistÍncia inicial do extensÙmetro.

(36)
(37)

3. MATERIAIS E M…TODOS

3.1. TEMPO DE PRESA

Foram preparadas 3 amostras de cada material, confeccionadas utilizando-se um anel de aÁo inoxid·vel de 10mm de di‚metro interno e 2mm de espessura. O cimento MTA

ANGELUS (por comodidade, daqui para frente este cimento ser· citado somente por MTA) foi preparado sobre uma placa de vidro na proporÁ„o pÛ/lÌquido orientada pelo fabricante. Quanto ao CE, a proporÁ„o foi tal que se conseguisse uma consistÍncia igualde massa de vidraceiro. Foram utilizadas uma esp·tula de aÁo inox e uma placa de vidro para a espatulaÁ„o dos cimentos. Os anÈis de aÁo foram preenchidos com o cimento, estando os mesmos acomodados sobre uma l‚mina de microscÛpico para que se conseguisse uma superfÌcie plana (Fig. 8). Todo o preparo das amostras foi feito em ambiente com temperatura prÛxima a 250C.

O conjunto formado pela l‚mina de vidro e amostra foi ento levado a uma cabine

com temperatura de (37±1)oC e umidade relativa entre 95% e 100% e depositados sobre um

bloco de metal.

Figur a 8: Foto mostrando preparaÁ„o de amostras para medida de tempo de presa.

(38)

Gillmore deve ter uma massa de 100 gramas e extremidade achatada de 2mm de di‚metro.

Durante a medida, a amostraÈmantida dentro da cabine a 37oC e umidade entre 95 e 100%. No procedimento, apÛs 2 minutos do inÌcio da espatulaÁ„o a agulha foi baixada verticalmente sobre a superfÌcie da amostra; repetiu-se este procedimento em intervalos de 1 minuto para o CE e de 3 minutos para o MTA, atÈque a agulha no mais deixasse marcas na superfÌcie do material. (Fig. 9). A agulha era sempre limpa com papel absorvente apÛs cada contato.

Figur a 9: Foto ilustrando como se realiza a medida de tempo de presa.

3.2. LIBERA«√O DE IONS C¡LCIO E HIDROXILA

Para se estudar a liberaÁ„o de Ìons c·lcio e hidroxila observou-se a variaÁ„o de pH, condutividade e concentraÁ„o de Ìons c·lcio numa soluÁ„o aquosa que conteve por determinados perÌodos de tempo amostras dos dois cimentos seladores.

Como n„o h· metodologia especÌfica para o estudo da liberaÁ„o de Ìons c·lcio, pH e condutividade, muitas tÈcnicas so utilizadas e por este motivo existe uma variaÁ„o muito grande com relaÁ„o as dimensıes da amostra, tempo de armazenamento em soluÁ„o aquosa, etc. Aqui adotou-se a mesma metodologia sugerida por Brand„o56.

Para a preparaÁ„o das amostras foram utilizados tubos pl·sticos com medidas de 1mm de di‚metro interno e 10mm de comprimento, que foram preenchidos com os cimentos a

(39)

para cada colher medida, segundo orientaÁ„o do fabricante, e a manipulaÁ„o da mistura se deu sobre uma placa de vidro com o auxÌlio de uma esp·tula de aÁo. Para o CE, o procedimento foi o mesmo, porÈm, a quantidade pÛ/lÌquido foi proporcionada atÈ que se produzisse um cimento com caracterÌsticas de massa de vidraceiro. O preenchimento dos tubos foi feito com a ajuda de um compactador de MacSpaddem adaptado a um motor de baixa rotaÁ„o e condensadores de am·lgama, (Fig. 11); os excessos foram removidos com a ajuda de gaze esterilizada. Para cada cimento foram preparadas cinco amostras.

Como pode ocorrer a formaÁ„o de carbonato de c·lcio quando o hidrÛxido de c·lcio reage com o CO2 do ambiente, tomamos o cuidado de preparar uma amostra por vez, desprezando o restante de cimento, pois, a formaÁ„o deste composto poderia interferir nas medidas.

Figur a 10: Instrumentos e materiais utilizados na

preparaÁ„o das amostras.

Figur a 11: Foto ilustrando momento de preparaÁ„o das

amostras.

(40)

previamente medidos confirmando sua neutralidade. O conjunto foi ent„o levado a uma cabine que permite o controle de temperatura e umidade, mantidos a (37± 1)C e 95-100%,

respectivamente.

Para se determinar a quantidade de Ìons, Ca2+ e hidroxila (OH-), liberados pelo material em um determinado perÌodo, seguiu-se a metodologia reportada a seguir.

As amostras foram mantidas na soluÁ„o durante intervalos de tempo de interesse e, em cada intervalo, a amostra era transferida para uma nova soluÁ„o (Fig. 12). O interesseÈmedir a variaÁ„o de pH, condutividade e liberaÁ„o de Ca2+ apÛs 24, 48, 72, 96, 192, 240, e 360 horas. Desta forma, apÛs as primeiras 24 h cada amostra foi retirada do frasco que a continha e transportada para outro frasco contendo tambÈm 10 mL de ·gua deionizada, mantida neste tubo de ensaio por mais 24 h, perfazendo assim 48 h onde a amostra ficou em contato com meio aquoso. Repetiu-se o processo atÈ completar o perÌodo de 360 h, e as soluÁıes que continham as amostras de CE e MTA, a cada troca, eram utilizadas para realizaÁ„o das medidas.

Os tubos de ensaio com ·gua deionizada, antes de receberem as amostras, foram mantidos por um perÌodo de 24h nas mesmas condiÁıes de temperatura e umidade. importante ressaltar que os cimentos foram manipulados em uma sala climatizada com aproximadamente 25oC. Outro fato relevante È que essa metodologia permite observar atÈ quando este material continuaria liberandoÌons c·lcio e hidroxila, j·que as trocas de soluÁıes aquosas impedem que se atinja a saturaÁ„o.

24h 24h+ 24h+ ∑∑∑

48h

72h

24h 24h+ 24h+ ∑∑∑

48h

72h

Figur a 12: Metodologia utilizada para

preparaÁ„o de soluÁıes para medidas de pH,

(41)

A cada perÌodo previamente estabelecido para as trocas, as soluÁıes aquosas eram transferidas para um bÈquer de 5ml onde foram efetuadas as medidas de pH, utilizando para tanto, um pHmetro QUIMIS, modelo Q-400 (Fig. 13). Para a calibraÁ„o do aparelho foram usadas soluÁıes de pH 4.0 e 7.0. Cuidados foram tomados com relaÁ„o ao eletrodo e ao bÈquer utilizados na mediÁ„o, ambos foram lavados abundantemente com ·gua deionizada e secos com papel absorvente.

A medida de condutividade da soluÁ„o foi realizada aqui para assegurar que o c·lcio liberado est· na forma de Ìons. Para estas medidas, o eletrodo e o bÈquer tambÈm foram cuidadosamente lavados com·gua deionizada e secos com papel absorvente apÛs cada leitura. As medidas foram feitas com um condutivÌmetro DIGIMED, modelo CD20 (Fig. 14), que foi calibrado com um padr„o de c·lcio de 1.412 mS/cm‡25oC.

As medidas de liberaÁ„o de Ìons c·lcio foram obtidas num um espectrÙmetro VARIAN, modelo SPECTRAA 55 B (Fig. 15), utilizando-se a linha de emiss„o mais intensa do c·lcio, de 422,7 nm. Para eliminar interferÍncias utilizou-se 19mL de Ûxido de Lantnio

em 1mL de soluÁ„o. As soluÁıes foram colocadas em um bÈquer para serem aspiradas; o combustÌvel usado para a chama foi o ar-acetileno e uma curva de calibraÁ„o foi levantada utilizando-se padrıes de 0, 1, 2, 3, 4, e 5 ppm de Ca.

(42)

Figur a 15: EspectrÙmetro de absorÁ„o atÙmica

3.3. EXPANS√O TRMICA

Para o estudo de expans„o tÈrmica, as amostras dos dois cimentos foram preparadas com auxÌlio de anÈis de silicone de 5mm de dimetro e 2mm de espessura. Foram preparadas

5 amostras para cada cimento. Os cimentos foram manipulados sobre uma placa de vidro com o auxÌlio de uma esp·tula de aÁo (fig. 16); a relaÁ„o pÛ/lÌquido para o MTA e CE foi a mesma do experimento anterior (3.1.2), assim como os cuidados com relaÁ„o a formaÁ„o de carbonato de c·lcio.

Figur a 16: Material e instrumental utilizados na colagem do extensÙmetro na amostra.

(43)

ent„o mantido, por uma semana, a temperatura de 37oC e umidade relativa entre 95 e 100% (mesma cabine utilizada no item 3.1.2). ApÛs este perÌodo, extensÙmetros (KFG-02-120-C1-11, KYOWA) foram colados na superfÌcie das amostras. Para tanto, alguns critÈrios importantes foram seguidos: primeiramente as amostras foram retiradas dos anÈis de silicone e lixadas, tomando-se cuidado para se conseguir uma superfÌcie plana com ranhuras transversais para melhorar ades„o do extensÙmetro; em seguida as amostras foram limpas com gaze e acetona para remoÁ„o de qualquer resÌduo que possa ter permanecido na sua superfÌcie. Para a colagem foi usada uma cola apropriada (CC33A-KYOWA) para este tipo de experimento. A base do extensÙmetro foi posicionada no centro da amostra e recebeu uma camada fina de cola e foi ent„o pressionado contra a superfÌcie da amostra. O conjunto È colocado entre duas barras de silicone, as quais s„o mantidas prensadas por uma pinÁa prÛpria por um perÌodo de 12h. Para finalizar o preparo das amostras, os cabos do extensÙmetro foram soldados a terminais prÛprios e estes por sua vez a fios com medidas padronizadas. A figura 17, mostra o extensÙmetro colado na amostra e soldado nos terminais.

Figur a 17: Amostra com extensÙmetro colado em sua superfÌcie.

(44)

temperaturas ambiente e 850C. No entanto, neste caso, faz-se necess·rio eliminar a expans„o tÈrmica do prÛprio extensÙmetro. Para tanto, utilizou-se uma amostra de quartzo como referÍncia, fixando em sua superfÌcie um extensÙmetro do mesmo tipo e resistÍncia. O quartzo possui um coeficiente de expans„o tÈrmica muito baixo (0,5mstrain/oC) quando comparado ‡ amostra em estudo. Consequentemente, um circuito meia ponte de Wheatstone foi utilizado (Fig. 18), onde duas resistÍncias eram externas, ou seja, extensÙmetros colados na amostra e no quartzo, e outras duas s„o fixas e contidas internamente ao equipamento indicador.

Figur a 18: Circuito meia ponte utilizado no estudo de expans„o tÈrmica.

Neste caso, como duas resistÍncia do circuito so submetidos a variaÁ„o de temperatura (ver fig. 18), a equaÁ„o da tens„o Vgpassa a ser:

) (

4 a q

g K E

V = e -e (5)

onde ea e eq s„o o coeficiente de expans„o tÈrmica da amostra mais do extensÙmetro e do quartzo mais do extensÙmetro, respectivamente. Como o coeficiente de expanso tÈrmica do quartzo pode ser desprezado, a diferenÁa entre os dois coeficientes elimina o efeito da expans„o tÈrmica do extensÙmetro no valor deVg.

(45)

feitas a cada 5oC, na faixa prÈ-estabelecida. A temperatura foi controlada por um termopar de cromel-alumel. Para cada amostra foram realizados cinco ciclos de medidas, procurando sempre partir das mesmas condiÁıes de temperatura.

(46)

4. RESULTADOS E DISCUSS√O

4.1. TEMPO DE PRESA

As medidas de tempo de presa est„o resumidas na Tabela 1, e os valores correspondem ao valor mÈdio de trÍs medidas para cada material. Os resultados obtidos indicam que o CE possui um tempo de presa menor que o cimento MTA. Grossman et al.57, reporta que uma das desvantagens do material possuir tempo de presa longo Èque pode, em contato com o lÌquido tecidual, ser removido do preparo enquanto est· tomando presa. Lee et al.58 afirmam ainda que devido ao longo tempo de presa o meio ambiente pode afetar as propriedades fÌsicas do MTA.

O tempo de presa mais curto do selador CE poder· proporcionar melhores resultados clÌnicos. AlÈm disso, o tempo de 7 minutos È adequado e suficiente para que o profissional possa realizar o tratamento ao qual se propÙs.

Tabela 1:Tempo de presa

MATERIAL TEMPO (min)

MTA ANGELUS 15

CIMENTO EXPERIMENTAL 7

4.2. LIBERA«√O DE ÕONS C¡LCIO E HIDROXILA

(47)

mineralizado destes produtos est„o relacionadas com a liberaÁ„o de Ìons c·lcio e hidroxila, provenientes do processo de dissociaÁ„o nos tecidos adjacentes, onde o material foi aplicado. Desta forma, estas importantes propriedades justificam a necessidade de se conhecer a variaÁ„o de pH e liberaÁ„o de Ca2+ destes materiais, pois o reparo tecidual est· intimamente relacionado com estas propriedades.

Na Tabela 2 apresenta-se o valor mÈdio de 5 medidas de pH, condutividade e concentraÁ„o de Ìons c·lcio, dos cimentos MTA e CE, em funÁ„o do tempo que as amostras ficaram imersas em soluÁ„o aquosa. Os dados correspondentes ao tempo 0h s„o da soluÁ„o aquosa antes de receber os tubos preenchidos com os cimentos seladores analisados (MTA e CE). Todas as medidas realizadas com cada amostra est„o no Anexo 1. Os dados foram analisados estatisticamente atravÈs de um modelo que leva em consideraÁ„o o tipo de material, tempo de imers„o na soluÁ„o aquosa e a interaÁ„o entre os materiais. Para tanto, utilizou-se o procedimento de Modelo Linear Geral contido no Sistema de An·lise EstatÌstica (SAS).

Tabela 2:Medidas de pH, condutividade e concentraÁ„o deÌons c·lcio

PH ÕONS C¡LCIO

(ppm)

CONDUTIVIDADE

(mms/cm)x10-1 TEMPO

(h)

CE MTA CE MTA CE MTA

0 6 6 0 0 0,25 0,25

24 10,59±0,06 10,4±0,2 11±1 7±1 24±1 17±2

48 9,75±0,05 9,4±0,4 3,8±0,6 3,4±0,4 4,6±0,2 3,4±0,5

72 9,4±0,5 9,6±0,4 2,0±0,5 2,2±0,3 2,6±0,4 3,0±0,5

96 7,4±0,2 7,35±0,03 0,7±0,5 0,40±0,04 4±2 2,1±0,2

192 9,4±0,8 9,4±0,9 5,9±0,2 7,9±0,9 6±1 7±2

240 7,70±0,07 7,6±0,2 4,2±0,7 4±1 2,7±0,4 2,56±0,07

360 7,8±0,1 7,7±0,1 7±1 9±2 4,5±0,2 4,2±0,2

(48)

Na Fig. 20 observa-se um expressivo aumento no pH da soluÁ„o nas primeiras 24h, indicando que ambos seladores liberamÌons OH-, e possuem poder antimicrobiano. O mesmo efeitoÈ observado na concentraÁ„o de Ìons c·lcio (Fig. 21). Ambas pastas de cimentos, CE e MTA, contÍm hidrÛxido de c·lcio e quando so introduzidas nos tubos contendo soluÁ„o aquosa, o hidrÛxido de c·lcio dissocia-se em Ìons c·lcio e hidroxila, aumentando o pH e a concentraÁ„o de Ìons c·lcio na soluÁ„o aquosa. No existe diferenÁa significante (p>0,05) entre os valores de pH obtido para os dois cimentos, em cada tempo de imers„o. Observou-se somente uma diferenÁa significativa (p<0,01) quando se considera o efeito do tempo de imers„o.

Figur a 20: VariaÁ„o do pH da soluÁ„o aquosa em funÁ„o do tempo de imers„o das amostras MTA e CE.

A variaÁ„o da condutividade (Fig. 22) em funÁ„o do tempo de imers„o apresenta comportamento semelhante ao da liberaÁ„o de Ìons c·lcio (Fig. 21). A correlaÁ„o entre a condutividade e concentraÁ„o de Ìons c·lcioÈ muito significativa (p<0,01), confirmando que osÌons c·lcio na soluÁ„o aquosa so predominantementeÌons dissociados.

0 50 100 150 200 250 300 350 400

6 8 10 12

MTA

p

H

Time (h)

6 8 10 12

(49)

Figur a 21: VariaÁ„o da concentraÁ„o deÌons Ca na soluÁ„o aquosa em funÁ„o do tempo de imerso das

amostras MTA e CE

Figur a 22: VariaÁ„o da condutividade elÈtrica da soluÁ„o aquosa em funÁ„o do tempo de imerso das amostras

MTA e CE.

Nas primeiras horas, os resultados mostram que o selador CE libera muito mais Ca2+ do que o MTA (p<0,01), aumentando a condutividade elÈtrica rapidamente e tambÈm o pH da soluÁ„o aquosa devido a liberaÁ„o deÌons OH-. Ambos os cimentos comportam-se da mesma forma, liberando grande quantidade deÌons nas primeiras horas, e tendendo a liberar cada vez menos, como pode ser observado no intervalo entre 24 e 96h. O aumento observado entre 96h e 192h ocorreu devido ao maior tempo de imers„o. Antes das 96h, os cimentos foram

0 50 100 150 200 250 300 350 400

0 2 4 6 8 10 12 14 MTA L ib e ra Á „ o d e Ì o n s C a + 2 (p p m ) Tempo (h) 0 2 4 6 8 10 12 14 EC

0 50 100 150 200 250 300 350 400

(50)

mantidos na mesma soluÁ„o em perÌodos de 24h, o mesmo no ocorrendo apÛs as 96h. Se o perÌodo fosse mantido com certeza observaria tendÍncia de diminuiÁ„o nas trÍs grandezas medidas.

As medidas indicam ainda que ambos os cimentos continuam liberando Ìons Ca2+ e OH-, atÈpelo menos 360h apÛs a primeira imerso. Se os tubos preenchidos com os cimentos tivessem sido mantidos na mesma soluÁ„o, a tendÍncia seria atingir a saturaÁ„o ou regime de equilÌbrio e, nesta condiÁ„o o material no liberaria maisÌons mesmo tendo potencial para tal.

Recentemente, Duarte et al.59 reportaram resultados de medidas de pH e concentraÁ„o deÌons em soluÁ„o aquosa de dois cimentos seladores, MTA-¬ngelus e Pro-Root MTA, com tempos de imers„o de 3, 24, 72 e 168h. Com relaÁ„o as medidas de pH, pode-se afirmar que os valores reportados aqui s„o semelhantes aqueles apresentados por Duarte. Por outro lado, n„o È possÌvel fazer qualquer comparaÁ„o entre os valores obtidos nas medidas de concentraÁ„o de Ìons c·lcio pelo fato dos valores obtidos por Duarte terem um desvio padro muito alto.

4.3. EXPANS√O TRMICA:

Os resultados obtidos no estudo de expans„o tÈrmica esto resumidos na Tabela 3, onde se reporta o coeficiente de expans„o tÈrmica de v·rios ciclos para os dois cimentos estudados. Foram considerados somente os ciclos onde a expans„o tÈrmica apresentou uma dependÍncia linear com a temperatura. Os valores dos coeficientes da tabela correspondem ‡ expans„o tÈrmica da amostra menos a do quartzo (eq. 5). Na Tabela 4 apresenta-se o valor adio obtido e respectivo erro do coeficiente de expanso tÈrmica dos cimentos estudados, do quartzo e da dentina. Como coeficiente mÈdio para os dois cimentos possui erro de±1, no h·

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