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Avaliação espirométrica de cavalos da raça puro sangue árabe durante teste padrão de exercício progressivo em esteira

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Academic year: 2017

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

AVALIAÇÃO ESPIROMÉTRICA DE CAVALOS DA RAÇA

PURO SANGUE ÁRABE DURANTE TESTE PADRÃO DE

EXERCÍCIO PROGRESSIVO EM ESTEIRA

MARCOS JUN WATANABE

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

AVALIAÇÃO ESPIROMÉTRICA DE CAVALOS DA RAÇA

PURO SANGUE ÁRABE DURANTE TESTE PADRÃO DE

EXERCÍCIO PROGRESSIVO EM ESTEIRA

MARCOS JUN WATANABE

Tese apresentada junto ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária para a obtenção do título de Doutor.

Orientador: Prof. Dr. Armen Thomassian

Co-Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Hussni

(3)

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CAMPUS DE BOTUCATU - UNESP

BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: Selma Maria de Jesus

Watanabe, Marcos Jun.

Avaliação espirométrica de cavalos da raça Puro Sangue Árabe durante teste padrão de exercício progressivo em esteira / Marcos Jun Watanabe. – Botucatu [s.n.], 2007.

Tese (doutorado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Botucatu, 2007.

Orientador: Armen Thomassian Co-orientador: Carlos Alberto Hussni Assunto CAPES: 50501007

1. Eqüino - Exercícios físicos 2. Cavalo de corrida - Exercícios físicos CDD 636.1

(4)

Nome do Autor: MARCOS JUN WATANABE

Título: AVALIAÇÃO ESPIROMÉTRICA DE CAVALOS DA RAÇA PURO SANGUE ÁRABE DURANTE TESTE PADRÃO DE EXERCÍCIO PROGRESSIVO EM ESTEIRA

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. Dr. Armen Thomassian Presidente e Orientador

Departamento de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária FMVZ - UNESP - Botucatu

Prof. Dr. José Luiz de Mello Nicoletti Membro

Departamento de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária FMVZ - UNESP - Botucatu

Profa. Dra. Aguemi Kohayagawa Membro

Departamento de Clínica Veterinária FMVZ - UNESP - Botucatu

Prof. Dr. Wilson Roberto Fernandes Membro

Departamento de Clínica Médica FMVZ - USP - São Paulo

Prof. Dr. Alexandre Augusto de Oliveira Gobesso Membro

Departamento de Nutrição e Produção Animal FMVZ - USP - Pirassununga

(5)

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, irmãos e familiares.

“Às vezes temos que ir para poder voltar”

Ao Professor Dr. Armen Thomassian, orientador e também ser humano.

(6)

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. José Luiz de Mello Nicoletti, pela infinita experiência e exemplo de crescimento constante.

Ao Prof. Dr. Carlos Alberto Hussni, pela co-orientação, pelo apoio e palavras de conforto.

À Profa Dra. Ana Liz Garcia Alves, pela oportunidade de novos desafios e pelo seu eterno exemplo de luta, força de vontade e alegria de evoluir.

Ao Prof. Dr. Wilson Roberto Fernandes e à Dra Lilian Emy dos Santos Michima da FMVZ - USP, pelo constante apoio, pela disponibilidade e valiosos conselhos.

À Lídia Mitsuko Matsubara, minha namorada, pela paciência e pelo grande sacrifício despendido neste período.

À Profa Dra Aguemi Kohayagawa e o grupo de pesquisa do Laboratório de Análises Clínicas da FMVZ - UNESP - Campus de Botucatu,

Mere Erika Saito, Veridiana Fernandes da Silveira, Luciana Pereira Machado e

Letícia Andreza Yonezawa pela incomensurável ajuda e seriedade na execução das pesquisas.

Ao Conselho de Pós-Graduação que possibilitou o recebimento da bolsa de doutoramento via Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES.

(7)

Aos ex-alunos e alunas de iniciação científica Sandro Colla, Cristina de Faria Mantovani, Juliana de Moura Alonso, Renata Cristina Uliani e Talissa Resende Martins pelo interesse em participar das atividades ligadas ao Centro de Medicina Esportiva Eqüina e pelo zelo com os cavalos do grupo experimental.

Aos colegas de pós-graduação, Marcelo Damas Pyles, Regina de Cássia Veronezi, Flávia Quaresma e Brunna Patrícia Almeida da Fonseca, pelo companheirismo prestado durante a realização da pesquisa.

Aos funcionários José Correa da Silva (Zitão) e Melissa Ágata Salemme (Colega) pela constante disponibilidade de ajuda e pelas conversas amigáveis que certamente tiveram grande valor.

Ao professor César Augusto Taconeli, do Departamento de Bioestatística, Instituto de Biociências – UNESP – Botucatu, pela realização e discussão da Análise Estatística.

(8)

EPÍGRAFE

Arco e Flecha

“Arco áureo no horizonte descansa

Lança suas flechas Que olhos ofusquem Nesta cegueira Faça refletir Espelho pense na alma em seu caminhar Evolução do andar Próximo passo Nova terra, nova água Sede e fome Outro passo Firme pisar. Queira que o inverno passe sabendo que a primavera chega E o verão... Oh verão que tanto se espera Sem temer a saudade o passar do tempo Temos um novo verão Olhos úmidos nos esperam Ansiedade incerta Medo do que já foi um dia Tempestades-ignorantes Mas agora somos novas criaturas Fugitivas do cárcere Inocentes andorinhas Esperamos terras fartas de alimento

Aquele mesmo sol que nos aquecia E acima de tudo a Paz Não que essa não seja luta Sim é luta, batalha dolorosa Mas sob nossos pés ... a terra. Porém, nos questionamos: Que paraíso é esse com o qual sonhamos repleto de decadência?

Que tesouro é este que se esconde em baú de serpentes?

Que jóia é esta feita de granizo granito grumos de maldade? Ora Revoada não sabemos o que nos guia e nem se esta é a direção Mas, se espera que a vitória caia sob nossos olhos e ajoelhada implore que a possua...

Espera e verá que sua vida se enterrou nas areias coloridas da ampulheta E não mais poderá desfrutar das armas Arco e Flecha"

(9)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Médias e desvios-padrão dos valores de eritrograma dos seis cavalos da raça Puro Sangue Árabe da avaliação de higidez... 56

Tabela 2 - Médias e desvios-padrão dos valores da contagem de plaquetas, proteína plasmática total e fibrinogênio, dos seis cavalos da raça Puro Sangue Árabe da avaliação de higidez... 56

Tabela 3 - Média e desvios-padrão dos valores do leucograma dos seis cavalos da raça Puro Sangue Árabe da avaliação de higidez... 56

Tabela 4 - Médias e desvios-padrão dos valores da bioquímica sérica dos seis cavalos da raça Puro Sangue Árabe da avaliação de higidez... 57

Tabela 5 - Valores do hemograma de cavalos em repouso e considerados clinicamente hígidos conforme a literatura consultada... 58

Tabela 6 - Médias e desvios-padrão dos valores ventilatórios e de troca gasosa dos seis cavalos da raça Árabe em repouso... 61

Tabela 7 - Médias e desvios-padrão da temperatura ambiente e umidade relativa do ar do interior do CMEE aferidas imediatamente antes e após o término do protocolo de exercício... 62

Tabela 8 - Valores individuais, médias e desvios padrão do peso, em kg, dos seis animais da raça Árabe, obtido em balança digital e no dia anterior ao teste de exercício... 63

(10)

Tabela 10 - Resultados do teste não paramétrico de comparações múltiplas aplicado aos resultados do volume corrente... 65

Tabela 11 - Valores individuais, médias e desvios-padrão do Fluxo Máximo (FM), em litros por segundo, dos seis cavalos da raça Puro Sangue Árabe obtidos aos dez segundos finais de cada fase de exercício (mudança de velocidade) e nos minutos do pós-exercício do teste padrão de exercício progressivo... 69

Tabela 12 - Resultados do teste não paramétrico de comparações múltiplas aplicado aos resultados do fluxo máximo... 69

Tabela 13 - Valores individuais, médias e desvios-padrão da Freqüência Respiratória (FR), em ciclos por minuto, dos seis cavalos da raça Puro Sangue Árabe obtidos aos dez segundos finais de cada fase de exercício (mudança de velocidade) e nos minutos do pós-exercício do teste padrão de pós-exercício progressivo... 71

Tabela 14 - Resultados do teste não paramétrico de comparações múltiplas aplicado aos resultados da freqüência respiratória... 71

Tabela 15 - Valores individuais, médias e desvios-padrão do Volume Inspirado (VI), em litros, dos seis cavalos da raça Puro Sangue Árabe obtidos aos dez segundos finais de cada fase de exercício (mudança de velocidade) e nos minutos do pós-exercício do teste padrão de exercício progressivo... 74

Tabela 16 - Resultados do teste não paramétrico de comparações múltiplas aplicado aos resultados do volume inspirado... 74

(11)

Tabela 18 - Resultados do teste não paramétrico de comparações múltiplas aplicado aos resultados da ventilação minuto... 76

Tabela 19 - Valores individuais, médias e desvios-padrão do Consumo de Oxigênio (VO2), em litros por minuto, dos seis cavalos da raça

Puro Sangue Árabe obtidos aos dez segundos finais de cada fase de exercício (mudança de velocidade) e nos minutos do pós-exercício do teste padrão de pós-exercício progressivo... 80

Tabela 20 - Resultados do teste não paramétrico de comparações múltiplas aplicado aos resultados do consumo de oxigênio (VO2) absoluto.... 80

Tabela 21 - Valores individuais, médias e desvios-padrão do Consumo de Oxigênio (VO2) relativo, em mL. kg-1. min-1, dos seis cavalos da

raça Puro Sangue Árabe obtidos aos dez segundos finais de cada fase de exercício (mudança de velocidade) e nos minutos do pós-exercício do teste padrão de pós-exercício progressivo... 82

Tabela 22 - Resultados do teste não paramétrico de comparações múltiplas aplicado aos resultados do Consumo de oxigênio (VO2) relativo... 82

Tabela 23 - Valores individuais, médias e desvios-padrão da Produção de CO2

(VCO2), em litros por minuto, dos seis cavalos da raça Puro

Sangue Árabe obtidos aos dez segundos finais de cada fase de exercício (mudança de velocidade) e nos minutos do pós-exercício do teste padrão de exercício progressivo... 87

(12)

Tabela 25 - Valores individuais, médias e desvios-padrão do Quociente Respiratório (R), dos seis cavalos da raça Puro Sangue Árabe obtidos aos dez segundos finais de cada fase de exercício (mudança de velocidade) e nos minutos do pós-exercício do teste padrão de exercício progressivo... 89

Tabela 26 - Resultados do teste não paramétrico de comparações múltiplas aplicado aos resultados do Quociente Respiratório... 89

Tabela 27 - Valores individuais, médias e desvios-padrão da Freqüência Cardíaca (FC), em batimentos por minuto, dos seis cavalos da raça Puro Sangue Árabe obtidos aos dez segundos finais de cada fase de exercício (mudança de velocidade) e nos minutos do pós-exercício do teste padrão de pós-exercício progressivo... 92

Tabela 28 - Resultados do teste não paramétrico de comparações múltiplas aplicado aos resultados da freqüência cardíaca... 92

Tabela 29 - Valores individuais, médias e desvios-padrão da concentração de lactato sanguíneo, em mmol.L-1, dos seis cavalos da raça Puro

Sangue Árabe obtidos aos dez segundos finais de cada fase de exercício (mudança de velocidade) e nos minutos do pós-exercício do teste padrão de exercício progressivo... 95

(13)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Realização do exame eletrocardiográfico com o cavalo contido em tronco... 41

Figura 2 - Equipamento portátil de ultra-som utilizado para a realização do exame ecocardiográfico... 41

Figura 3 - Imagem videoendoscópica da laringe do cavalo 6 durante o galope em esteira. A. Adução da laringe. B. Abdução da laringe.. 43

Figura 4 - Central processadora e armazenadora de dados de troca gasosa, ventilatórios, temperatura ambiente e freqüência cardíaca... 44

Figura 5 - Acessórios para a calibração do sensor de volume: A. Seringa de 7L de volume B. Tubo plástico C. Anteparo para a Máscara... 44

Figura 6 - Acessórios para a calibração do sensor de concentrações de O2 e

CO2: A. Frasco com concentração gasosa conhecida B. Válvula

de fluxo C. Controlador de fluxo... 45

Figura 7 - Barômetro digital indicando a pressão atmosférica de 922 mBar.... 45

Figura 8 - Adaptação com recipiente plástico simulando a presença da máscara de análise de gases respiratórios... 46

Figura 9 - Realização da espirometria com o animal em repouso... 47

Figura 10 - Eqüino da raça Puro Sangue Árabe em fase de adaptação ao exercício em esteira com o simulador da máscara de análise de gases respiratórios... 48

(14)

Figura 12 - Vista frontal do ventilador e detalhe do anemômetro na posição que normalmente a cabeça do cavalo ocupa com relação à esteira durante o exercício...

49

Figura 13 - Cavalo da raça Árabe sendo pesado em balança digital do tipo plataforma. A. Cavalo posicionado sobre a plataforma metálica da balança. B. Painel da balança (valor em kg)... 49

Figura 14 - Cavalo sendo preparado para o teste padrão de exercício progressivo. A. Locais do posicionamento dos eletrodos do transmissor de freqüência cardíaca na região torácica esquerda (áreas com tricotomia). B. Cinta elástica e transmissor de freqüência cardíaca posicionados no tórax do cavalo... 50

Figura 15 - Cavalo preparado com transmissor de freqüência cardíaca e arreio de segurança... 50

Figura 16 - A. Oclusão do fluxo sanguíneo da veia jugular esquerda e introdução do cateter no sentido do fluxo. B. Acoplamento do tubo extensor ao cateter e verificação do fluxo sanguíneo pelo circuito de coleta de amostras de sangue venoso... 51

Figura 17 - Cavalo em galope durante teste padrão de exercício progressivo em esteira e equipado com a máscara de análise de gases respiratórios... 53

Figura 18 - A. Receptor de freqüência cardíaca fixado na barra lateral da esteira. B. Tubo de látex por onde a agulha de colheita a vácuo foi introduzida para obtenção de amostras de sangue venoso... 53

Figura 19 - Retirada de 20mL de volume do circuito através da torneira de três vias antes de cada colheita de sangue... 54

(15)

finais de cada fase de exercício (mudança de velocidade) e nos minutos do pós-exercício do teste padrão de exercício progressivo... 66

Figura 21 - Médias, desvios-padrão e resultados da análise estatística do Fluxo Máximo (FM), em litros por segundo, dos seis cavalos da raça Puro Sangue Árabe obtidos aos dez segundos finais de cada fase de exercício (mudança de velocidade) e nos minutos do

pós-exercício do teste padrão de exercício

progressivo... 70

Figura 22 - Médias, desvios-padrão e resultados da análise estatística da Freqüência Respiratória (FR), em movimentos por minuto, dos seis cavalos da raça Puro Sangue Árabe obtidos aos dez segundos finais de cada fase de exercício (mudança de velocidade) e nos minutos do pós-exercício do teste padrão de exercício progressivo... 72

Figura 23 - Médias, desvios-padrão e resultados da análise estatística do Volume Inspirado (VI), em litros, dos seis cavalos da raça Puro Sangue Árabe obtidos aos dez segundos finais de cada fase de exercício (mudança de velocidade) e nos minutos do pós-exercício do teste padrão de exercício progressivo... 75

Figura 24 - Médias, desvios-padrão e resultados da análise estatística da Ventilação Minuto (VM), em litros por minuto, dos seis cavalos da raça Puro Sangue Árabe obtidos aos dez segundos finais de cada fase de exercício (mudança de velocidade) e nos minutos do pós-exercício do teste padrão de pós-exercício progressivo... 77

Figura 25 - Médias, desvios-padrão e resultados da análise estatística do Consumo de Oxigênio (VO2), em litros por minuto, dos seis

(16)

Figura 26 - Médias, desvios-padrão e resultados da análise estatística do Consumo de Oxigênio (VO2) Relativo, em mL. kg-1. min-1, dos seis

cavalos da raça Puro Sangue Árabe obtidos aos dez segundos finais de cada fase de exercício (mudança de velocidade) e nos minutos do pós-exercício do teste padrão de exercício progressivo... 83

Figura 27 - Médias, desvios-padrão e resultados da análise estatística da Produção de CO2 (VCO2), em litros por minuto, dos seis cavalos

da raça Puro Sangue Árabe obtidos aos dez segundos finais de cada fase de exercício (mudança de velocidade) e nos minutos do pós-exercício do teste padrão de exercício progressivo... 88

Figura 28 - Médias, desvios-padrão e resultados da análise estatística do Quociente Respiratório (R), dos seis cavalos da raça Puro Sangue Árabe obtidos aos dez segundos finais de cada fase de exercício (mudança de velocidade) e nos minutos do pós-exercício do teste padrão de exercício progressivo... 90

Figura 29 - Médias, desvios-padrão e resultados da análise estatística da Freqüência Cardíaca (FC), em batimentos por minuto, dos seis cavalos da raça Puro Sangue Árabe obtidos aos dez segundos finais de cada fase de exercício (mudança de velocidade) e nos minutos do pós-exercício do teste padrão de exercício progressivo... 93

Figura 30 - Médias, desvios-padrão e resultados da análise estatística da concentração de Lactato Sanguíneo, em mmol.L-1, dos seis

(17)

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

% porcentagem

µl microlitros

AST aspartato aminotransferase ATP trifosfato de adenosina bpm batimentos por minuto Ca2+ íon cálcio

CHGM concentração de hemoglobina globular média CK creatina quinase

Cl- íon cloro

cm centímetros

CMEE centro de medicina esportiva eqüina CO2 dióxido de carbono

CtCO2 Concentrações totais de dióxido de carbono

dL decilitros

EB excesso de base

EDTA etilenodiaminotetraacético FA fosfatase alcalina

FC freqüência cardíaca

FCmax freqüência cardíaca máxima

FM fluxo máximo

FR freqüência respiratória

G Gauge

GGT gama glutamiltransferase

h horas

H+ íon hidrogênio

H2CO3 ácido carbônico

H2O água

HCO3- íon bicarbonato

HGM hemoglobina globular média

K+ íon potasio

kg quilogramas

L litros

(18)

m/s metros por segundo

mg miligramas

min minutos

mL mililitros

mm milímetros

mmHg milímetros de mercúrio mmol milimol

mpm movimentos por minuto Na+ íon sódio

ng nanogramas

O2 oxigênio

o

C graus celsius

PaCO2 pressão parcial de dióxido de carbono

PaO2 pressão parcial de oxigênio

PSI puro sangue inglês R quociente respiratório

RDW distribuição do diâmetro eritrocitário rpm rotação por minuto

s segundos

SaO2 saturação da hemoglobina por oxigênio

T temperatura

TPC tempo de perfusão capilar

TPEP teste padrão de exercício progressivo U/L unidade por litro

UI unidades internacionais

V200 velocidade de exercício na qual a freqüência cardíaca está em 200bpm

V4 velocidade na qual a concentração de lactato é igual a 4 mmol/l

VC volume corrente

VCO2 dióxido de carbono produzido

VG volume globular

VGM volume globular médio VI volume inspirado VM ventilação minuto VO2 consumo de oxigênio

(19)

SUMARIO

Página RESUMO

ABSTRACT

1. INTRODUÇÃO... 22

2. REVISÃO DE LITERATURA... 25

2.1 Espirometria... 25

2.2. Espirometria no estudo da fisiologia do exercício... 29

2.3. Espirometria no monitoramento do treinamento físico... 31

2.4 Respostas da freqüência cardíaca e da concentração sanguínea de lactato ao exercício ... 34

3. JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS... 38

4. MATERIAIS E MÉTODOS... 39

4.1. Local... 39

4.2. Fase de Condicionamento... 39

4.2.1. Exame físico... 39

4.2.2. Exames laboratoriais... 41

4.2.3. Exame de claudicação e avaliação cinemática do aparelho locomotor... 41

(20)

4.2.5. Exame videoendoscópico do trato respiratório anterior... 43

4.3. Calibração dos sensores de fluxo e de concentrações de O2 e CO2... 44

4.3.1. Sensor de Volume... 45

4.3.2. Sensor de O2 e CO2... 46

4.3.3. Sensor de pressão... 46

4.4. Espirometria com o animal em repouso... 47

4.5. Adaptação à locomoção sobre a manta da esteira com a Máscara de Análises de Gases Respiratórios... 48

4.6. Determinação da velocidade do fluxo de ar gerado pelo ventilador... 49

4.7. Pesagem dos cavalos... 50

4.8. Teste Padrão de Exercício Progressivo (TPEP)... 51

4.8.1. Cateterismo da veia jugular... 52

4.8.2. Espirometria... 53

4.8.3. Freqüência cardíaca... 54

4.8.4. Concentração de lactato sanguíneo... 55

4.9. ANÁLISE ESTATÍSTICA... 56

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO... 57

(21)

5.2. Exames laboratoriais... 57

5.3. Exame de higidez do sistema respiratório anterior, locomotor e cardíaco.... 59

5.4. Adaptação à locomoção sobre a manta da esteira com a Máscara de Análises de Gases Respiratórios... 61

5.5. Espirometria com animal em repouso... 62

5.6. Teste Padrão de Exercício Progressivo (TPEP)... 63

5.6.1. Espirometria durante o TPEP... 64

5.6.1.1. Respostas ventilatórias ... 66

5.6.1.1. Trocas gasosas... 81

5.6.2. Freqüência cardíaca... 93

5.6.3. Concentração de lactato sanguíneo... 96

6. CONCLUSÕES... 101

7. REFERÊNCIAS... 102

(22)

WATANABE, M.J. Avaliação espirométrica de cavalos da raça Puro Sangue Árabe durante teste padrão de exercício progressivo em esteira. Botucatu, 2007. 109p. Tese (Doutorado) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Campus de Botucatu, Universidade Estadual Paulista.

RESUMO

A espirometria refere-se a um teste fisiológico que mensura como o indivíduo inspira e

expira volumes e gases em função do tempo. Por meio da presente pesquisa,

avaliaram-se as respostas ventilatórias e de troca gasosa durante diferentes

intensidades de exercício. Seis eqüinos adultos da raça Árabe, clinicamente hígidos

foram submetidos ao Teste Padrão de Exercício Progressivo com a esteira com

inclinação de +6%, o qual consistiu da velocidade inicial de 1,8 m.s-1 por cinco

minutos, a 4,0 m.s-1 por três minutos, a 6,0 m.s-1 por dois minutos e fases a 8,0; 9,0;

10,0 e 11,0 m.s-1 por um minuto cada. Os parâmetros ventilatórios e de troca gasosa

foram monitorados por meio da máscara de análise de gases respiratórios nos dez

segundos finais da mudança de velocidade, e aos 1, 2 e 3 minutos do pós-exercício.

O volume corrente, a freqüência respiratória e a ventilação minuto elevam-se durante

o exercício, e diminuem no período pós-exercício. O consumo de oxigênio e a

produção de dióxido de carbono apresentam elevação linear conforme a intensidade

de exercício. O quociente respiratório eleva-se para valores maiores que 1,0 a partir

da velocidade de 9,0 m.s-1, indicando o predomínio do metabolismo anaeróbico, e

mantêm-se ainda elevado no período pós-exercício. A espirometria durante o Teste

Padrão de Exercício Progressivo confirma sua eficácia para a avaliação de respostas

ventilatórias e de troca gasosa em cavalos da raça Árabe durante e após a realização

de exercício em esteira ergométrica.

PALAVRAS-CHAVE: eqüino, sistema respiratório, espirometria, esteira de alta

(23)

WATANABE, M.J. Spirometry evaluation of Arabian horses during standard incremental exercise test on treadmill. Botucatu, 2007. 109p. Tese (Doutorado) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Campus de Botucatu, Universidade Estadual Paulista.

ABSTRACT

The spirometry is physiology test that measures how an individual inhales or exhales

volumes and gases of air as a function of time. This current study evaluated the equine

ventilatory and gas exchange responses during different levels of exercise. Six

clinically healthy Arabian horses were submitted to a standard incremental exercise

test performed on a high-speed treadmill with a slope of +6%, and initial speed of 1,8

m.s-1 during 5 minutes, then 4,0 m.s-1 during 3 minutes, 6,0 m/s during 2 minutes and

8,0; 9,0; 10,0 and 11,0 m.s-1 during one minute for each of these velocities. Ventilation

and gas exchange were measured using horse face mask with ultrasonic spirometryat

the time of 10 last seconds at the end of every speed change and at 1, 2 and 3

minutes after the end on the exercise, defined as experiment moments. We conclude

that during this exercise test it was increase in volume tidal, respiratory frequency and

minute ventilation, and decrease during post exercise. There was a linear increase in

both VO2 and VCO2vs exercise intensity. The respiratory quotient increases to values

higher than 1,0; when speed reaches 9,0 m.s-1 and on, indicating anaerobic

metabolism predominance, it keeps high in post exercise period. The spirometry in

standard incremental exercise test was efficient to evaluate the both gas exchange

and ventilatory responses of Arabian horses during and recovery of exercise perform

on treadmill.

(24)

1. INTRODUÇÃO

Os primeiros estudos sobre a fisiologia do exercício em eqüinos

foram realizados em 1934, objetivando o estudo do metabolismo energético,

com particular relevância às alterações decorrentes do trabalho realizado por

cavalos de tração. Nos anos de 1950 e 1960, alguns autores estudaram as

alterações hematológicas relacionadas ao exercício. Segundo Rose e Hodgson

(1994a), nos anos de 1983 e 1984, os autores Ivers e Swan publicaram livros

que disponibilizavam protocolos simples para o sucesso no treinamento de

cavalos, mas tais procedimentos não tinham o devido respaldo da investigação

científica, e muitos dos métodos propostos ficaram defasados, não resultando

na melhora do condicionamento e nem do desempenho atlético de eqüinos.

Atualmente sabe-se da inexistência de métodos adequados para

proporcionar o completo sucesso atlético em cavalos, uma vez que há a

necessidade de uma complexa interação dos sistemas músculo-esquelético,

nervoso, respiratório e cardiovascular para a obtenção do máximo

desempenho atlético. Assim sendo, a capacidade e, principalmente, a

integridade destes sistemas frente ao trabalho representarão um índice

substancialmente importante na determinação do potencial de performance, de

forma que pesquisas nessa área irão fornecer a oportunidade da utilização de

métodos modernos de avaliações e programas de treinamento do cavalo pelos

proprietários, treinadores e médicos veterinários.

Uma vantagem à disposição dos treinadores de atletas humanos é a

transmissão das idéias e das “sensações” do atleta ao treinador. Infelizmente,

(25)

de forma que comumente utilizam-se de informações adquiridas pela

experiência com o comportamento atlético dos cavalos. Conseqüentemente, é

pouco provável que programas de treinamento tenham a especificidade

individual necessária para cada cavalo. Porém, como os atletas de elite, sejam

humanos ou cavalos, sempre caminham em uma estreita margem entre o

máximo e o excesso de treinamento, a falta dessa troca de “sensações”

prejudicaria o trabalho de treinamento e, conseqüentemente, o resultado

atlético. Para tanto, é necessário o desenvolvimento de estudos controlados a

fim de se desenvolver técnicas para monitorar as respostas do organismo

antes, durante ou após o exercício, decorrentes dos diversos fatores que

influenciam a performance atlética (DERMAN e NOAKES, 1994).

As mais importantes variáveis utilizadas para a avaliação da aptidão

e da capacidade atlética são parâmetros fisiológicos, uma vez que fatores

psicológicos como o “desafio” e “a vontade de vencer” não podem ser

mensurados objetivamente. Tais parâmetros fisiológicos são mais facilmente

mensurados em medicina esportiva quando são adotados testes padrões em

esteira de alta performance e há disponibilidade de um laboratório de análises

clínicas, em comparação quando as avaliações são realizadas apenas a

campo (O-OOSTERBAAN e CLAYTON, 1999).

Os principais objetivos dos testes físicos de exercícios são estudar a

fisiologia do exercício, avaliar parâmetros metabólicos relativos ao diagnóstico

de perda de desempenho atlético, determinação do potencial de performance

e monitoramento do treinamento em cavalos atletas. Os parâmetros obtidos

durante o exercício podem fornecer informações a respeito tanto do

(26)

hematológicas e cardiovasculares frente ao exercício (SEEHERMAN e

MORRIS, 1990).

Durante as últimas décadas, as várias pesquisas realizadas com

cavalos durante o exercício demonstraram crescente evidência que o sistema

respiratório mesmo em eqüinos hígidos pode ser um fator limitante para se

alcançar a máxima performance atlética. Portanto, qualquer disfunção

respiratória, mesmo que subclínica ou moderada, pode significativamente

comprometer o metabolismo aeróbico de cavalos em exercício. A observação

de enfermidades do sistema respiratório como causa freqüente de queda de

desempenho atlético confirma a importância de uma ótima função respiratória

(27)

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Espirometria

Segundo Hodgson e Rose (1994a), durante o exercício ocorrem

consideráveis alterações das funções de bioenergia muscular, elevando as

reações necessárias para responder às trocas de O2 e CO2 entre a mitocôndria

e o meio extracelular, e exigindo uma refinada coordenação entre os

mecanismos cardiovascular e respiratório. Uma vez que, há necessidade de

elevação do fluxo de O2 para o músculo e concomitantemente, remoção do

CO2 dos tecidos, evitando o desenvolvimento da acidemia, pois essa

comprometeria intensamente a atividade contrátil do músculo, tanto pela

inibição do transporte de íons quanto de enzimas da glicólise (MAINWOOD e

RENAUD, 1985).

A espirometria é considerada como um teste de função pulmonar na

qual são mensurados volumes de ar e concentrações de O2 e CO2 inspirados e

expirados em função do tempo (MILLER et al., 2005). Em eqüinos três técnicas

são descritas para mensurar parâmetros respiratórios durante o exercício:

1. Técnica da Coleção em Balão: utiliza uma máscara, conectada a

uma válvula para não permitir que o mesmo ar seja respirado, a qual

possibilita a coleta e análise de gases expirados em um “balão”

(EVANS e ROSE, 1987). As principais desvantagens dessa técnica

são: o desconforto induzido pela alta resistência ao fluxo aéreo, o

espaço morto do equipamento, o alto peso da máscara e das

(28)

2. Técnica de Fluxo Aberto: emprega uma máscara conectada a um

tubo flexível, com indicador de fluxo de ar, a um “soprador” centrífugo

de alta velocidade, e um equipamento coletor de amostras gasosas

(ROSE et al., 1988; BAYLY et al., 1987; SEEHERMAN e MORRIS,

1990a). Essa técnica permite mensurações precisas do consumo de

O2 e produção de CO2, com o mínimo de desconforto do cavalo.

3. Técnica de Respiração por Respiração: utiliza sensores de fluxo de

ar e um espectrofotômetro de massa nas entradas de ar da máscara,

permitindo mensurações das concentrações dos gases respiratórios

via cabo ou por telemetria (ART et al., 1990). Essa técnica além de

utilizar máscaras leves e com baixa resistência ao fluxo respiratório,

os componentes permitem o registro continuado e simultâneo de

todas as alterações transitórias, não somente nos dados de trocas

gasosas (consumo de O2, produção de CO2 e da taxa de troca

respiratória), mas também dos dados ventilatórios (fluxo inspiratório

e expiratório, volumes, tempos, e outros).

O volume corrente (VC) refere-se ao volume de ar inspirado e

expirado durante um ciclo respiratório normal. Este valor em cavalos atletas

saudáveis e em repouso é de cerca de 12 mL.kg-1 de peso corporal.

Multiplicando o volume corrente pela freqüência respiratória (8 a 15

movimentos respiratórios por minuto), teremos a ventilação minuto(VM), que é

da ordem de 80 L.min-1, podendo atingir durante exercício máximo, valores de

(29)

O quociente respiratório (R) é determinado pela mensuração das

concentrações de CO2 e O2 nos gases expirados, de maneira que o R

corresponde à relação das concentrações de CO2 produzido pelo O2 utilizado.

O valor de R para a oxidação da gordura é 0,71; o R para a oxidação de

carboidratos é 1,0, enquanto que valores entre 0,72 a 0,99 indicariam uma

mistura de ambos os metabolismos de carboidratos e de gordura. Valores de R

maiores que 1,0 indicam metabolismo anaeróbico produzindo lactato que é

eventualmente convertido em CO2. Cavalos exercitando por 90 minutos em

esteira tem R entre 0,81 a 0,90 (EATON, 1994), enquanto que para o final de

um teste de alta velocidade de exercício, valores de R estão em torno de 1,22

a 1,36 (SEEHERMAN e MORRIS, 1990b).

O consumo de oxigênio (VO2) de um cavalo é a mensuração do

volume de oxigênio que é utilizado pela mitocôndria no músculo (HOLCOMBE,

2006), e pode ser obtida por meio de uma máscara de fluxo de gases, pela

qual as concentrações de O2 e CO2 podem ser determinadas no ar expirado,

possibilitando, dessa forma, o cálculo do volume de consumo de oxigênio para

diferentes intensidades de exercícios. Os valores do VO2 de cavalos em

repouso estão em torno de 2 a 3 mL.min-1.kg-1 (EVANS, 2000).

A quantidade máxima de oxigênio utilizada pelo cavalo durante um

exercício máximo é definida como consumo máximo de oxigênio (VO2max), e

esse é obtido por meio dos testes físicos de exercícios progressivos, com a

inclinação da esteira mantida de forma constante e a velocidade de exercício

sendo aumentada a cada 60 segundos até o cavalo alcançar a fadiga. Através

do monitoramento constante do VO2 durante o teste, nota-se um aumento

(30)

exercício, até o momento em que o aumento da carga de trabalho não é

acompanhado por uma elevação proporcional no consumo de oxigênio

(DERMAN e NOAKES, 1994).

A carga de trabalho de cavalos durante o exercício pode ser

representada por meio da velocidade, contudo, este dado não indica sua

demanda metabólica. De forma que, cavalos à mesma velocidade de exercício

podem apresentar consumos de oxigênio diferentes, conseqüentemente,

buscam-se empregar cargas de exercício específicas, as quais se baseiam na

intensidade do esforço comparado, por exemplo, com a freqüência cardíaca,

com a concentração de lactato sanguíneo ou com o VO2max (EVANS, 2000).

Enquanto atletas humanos de elite têm valores de VO2max variando

entre 69 e 85 mL de O2.min-1.kg-1, os cavalos da raça Puro-Sangue-Inglês

(PSI) de corrida têm valores duas vezes maiores, de cerca de 160 mL de

O2.min-1kg-1 (WEBER et al., 1987; ROSE et al., 1988). O alto VO2max dos

cavalos comparados com atletas humanos está relacionado, principalmente,

com a elevação do conteúdo de oxigênio arterial, secundária à contração

esplênica e conseqüente expansão da capacidade de transporte do oxigênio

sanguíneo (EVANS, 2000).

Em atletas humanos, o VO2max é considerado um bom padrão pelo

qual se avalia a capacidade de indivíduos para realizar exercícios prolongados.

Em cavalos da raça Puro Sangue Inglês (PSI), o VO2max foi correlacionado a

maiores velocidades de corrida em um percurso de 2000 m. Em pesquisa

conduzida por Gauvreau et al. (1995), observaram que os animais com altos

VO2max apresentaram melhor desempenho atlético na modalidade de corrida

(31)

Rose et al. (1995), compararam cavalos da raça PSI com da raça de

corrida de Trote com histórico de queda de desempenho atlético e por meio de

índices de capacidade atlética, observaram maior capacidade aeróbica durante

o teste de exercício progressivo nos animais PSI. Prince et al. (2002),

compararam as respostas metabólicas de cavalos da raça PSI e Árabes, e

observaram nos animais da raça PSI, valores maiores de VO2max, da

velocidade para atingir o VO2max e do tempo total de exercício, também durante

o teste de exercício progressivo.

2.2. Espirometria no estudo da fisiologia do exercício

Segundo Bayly et al. (1989), há o desenvolvimento de hipoxemia e

dessaturação de oxiemoglobina em cavalos submetidos a exercício em

intensidades maiores que 60% do VO2max, e hipercapnia quando a carga de

trabalho é maior que 85% do VO2max. Sendo anteriormente postulado que

essas alterações nas tensões hemogasométricas seriam reflexos do efeito

combinado da limitação do fluxo aéreo e da alta freqüência respiratória,

decorrente do sincronismo da freqüência respiratória com a do galope,

chamado de sincronismo respiração-locomoção (BRAMBLE e CARRIER,

1983)

Assim, Bayly et al. (1999) buscaram aumentar o tempo de

inspiração e expiração e o volume alveolar, enquanto mantinham a intensidade

de exercício e, conseqüentemente, a taxa de metabolismo por aumento da

inclinação da esteira. Estes autores concluíram que, independentemente da

freqüência respiratória, a principal razão para os cavalos desenvolverem

(32)

seria o limite mecânico para a ventilação que é observado no VO2max ou

próximo dele.

Como conseqüência desta limitação, o aumento do estímulo para a

respiração, que está associado tanto a hipercapnia quanto a hipoxemia, não

tem efeito na ventilação minuto e no pico de fluxo de ar expirado. Um padrão

similar de hipoventilação, porém menos pronunciado, ocorre em atletas

humanos de elite e em mamíferos de grande porte que não são aptos a altos

padrões aeróbicos. Essas observações sugerem que ambos, capacidade

aeróbica e tamanho corporal podem contribuir para hipoventilação, quando

exercitados próximo à capacidade aeróbica máxima (VO2max) (WILLIAMS et al.

1986).

Katz et al. (1999), realizaram pesquisa comparativa das respostas

ventilatórias com seis cavalos PSI (peso médio de 501kg) e cinco pôneis (peso

médio de 164kg), constataram que, ao contrário dos cavalos, os pôneis não

apresentaram hipoxemia ou a hipercapnia durante exercícios de alta

intensidade (115% do VO2max). Em comparação com os pôneis, as respostas

ventilatórias dos cavalos foram menos adequadas para a mesma carga de

exercício. Isso pode ter sido decorrente da baixa massa específica e

metabólica frente a ventilações, baseadas no peso, para cargas de trabalho

similares, sugerindo que cavalos apresentam hipoxemia e hipercapnia em

carga de trabalho maiores ou iguais a 90% do VO2max, porque suas demandas

metabólicas superam a capacidade de seus sistemas ventilatórios. Os pôneis,

porém, podem igualar sua resposta ventilatória à suas necessidades

(33)

Hopkins et al. (1998), avaliaram as trocas gasosas por meio da

espirometria em seis cavalos PSI submetidos a carga de trabalho 60% do

VO2max durante 28 a 39 minutos e observaram que o VO2, o débito cardíaco, e

o gradiente de pressão alveolar-arterial de O2 permaneceram inalterados após

os primeiros 5 minutos do exercício. A ventilação alveolar aumentou

progressivamente durante o exercício, devido ao aumento do volume corrente

e da freqüência respiratória, resultando em aumento na pressão arterial de O2

e decréscimo da pressão arterial de CO2.

2.3. Espirometria no monitoramento do treinamento físico

O treinamento adequado resulta em adaptações dos sistemas

cardiovascular, respiratório, esquelético e músculo-tendíneo, para que o animal

tenha um melhor desempenho em sua função. O desenvolvimento e aplicação

de novas técnicas de treinamento e monitoramento de cavalos atletas

permitem a melhora do desempenho, com índices reduzidos de lesões e fadiga

(EVANS, 2000). Neste sentido, O-Oosterbaan et al. (1999) relataram que a

obtenção de parâmetros fisiológicos e metabólicos visando ao monitoramento

é mais facilmente alcançada com o emprego de esteiras de alta velocidade,

pois essa possibilita a padronização dos testes físicos de exercício por meio do

controle, por exemplo, da velocidade, tempo, distância, superfície de trabalho,

da temperatura e da umidade relativa do ar.

Eaton et al. (1999) submeteram dez cavalos a um período de

treinamento de nove semanas, divididos em dois grupos de acordo com a

intensidade de treinamento. O grupo moderado foi definido com velocidade de

(34)

concentrações menores que 2 mmol.L-1. O monitoramento foi realizado por

meio de testes físicos de exercício nas 1a, 2a, 3a, 4a, 7a e 9a semanas e

observaram que VO2max aumentou sem a influência da intensidade do

treinamento (grupos) de 120,3 ± 4,8 mL.kg-1.min-1 para 144,7 ± 3,5 mL.kg-1.min

-1

com correlação significante entre o tempo de corrida e VO2max.

Gerard et al. (2002) utilizaram 12 cavalos de corrida de trote e

monitoraram o VO2max ao longo de 12 semanas de treinamento em esteira de

alta velocidade. O VO2max aumentou de 98,3 mL.kg-1min-1 antes do treinamento

para 117,6 mL.kg-1.min-1 na 12a semana, um aumento relativo de 19,8% e

concluíram que a evidência da melhora da performance, foi representada pela

maior distância e número de etapas completadas durante o teste de exercício

após o treinamento. Ainda, citaram que a maior resistência foi secundária ao

aumento da capacidade aeróbica, como demonstrada pela significante

correlação entre o tempo de fadiga e VO2max.

Knight et al. (1991) dividiram oito cavalos da raça PSI conforme a

carga de treinamento: grupo 40% do VO2max (velocidade de exercício de 3 a

5m.s-1) e 80% do VO2max (7 a 9m.s-1). Os testes foram aplicados nas 3a e 5a

semanas de treinamento para o monitoramento e ajuste das velocidades de

trabalho, e constatou que o treinamento resultou em elevação do VO2max em

todos os cavalos. Sendo o valor para o grupo 40% do VO2max, pré treinamento

de 149 mL.kg-1.min-1 e 162,1 mL.kg-1.min-1 após duas semanas de treinamento

e, para o grupo 80% VO2max de 142,4 mL.kg-1.min-1 para 158,2 mL.kg-1.min-1.

Em ambos os grupos foram observados elevação do VO2max linearmente no

início do treinamento e tendência à manutenção dos valores até o final.

(35)

VO2max no início do período de treinamento com valores médios

pré-treinamento de 117 mL.kg-1.min-1 para 135 mL.kg-1.min-1 após sete semanas e

140 mL.kg-1. min-1 (aumento de 20% com relação ao pré-treinamento) após 16

semanas.

Christley et al. (1997) estudaram a influência de 16 semanas de

treinamento em 13 cavalos de corrida de trote e também observaram aumento

do VO2max de 115 mL.kg-1.min-1 para 132 mL.kg-1.min-1 após oito semanas e

para 137 mL.kg-1.min-1 após o final do período de treinamento.

As menores porcentagens de aumento do VO2max em resposta ao

treinamento foram observadas por Bellenger et al. (1995), em pesquisa com

seis cavalos de corrida de trote que completaram um protocolo de treinamento

de cinco semanas, a intensidade de 65 a 80% VO2max e com distâncias de

2600m na primeira semana para 4500m. A elevação do VO2max com o

treinamento foi de 9%. Geor et al. (1999) submeteram seis cavalos da raça PSI

a um curto período de treinamento de dez dias consecutivos com protocolo de

cinco minutos de aquecimento seguido de 60 minutos a velocidade

correspondente a 55% do VO2max (4,3 a 4,8 m.s-1) e concluíram que

treinamento resultou em um aumento de 142 mL.kg-1.min-1 para 155 mL.kg-1.

min-1 (8,9%).

Os mecanismos cardiovasculares ligados à melhora do VO2 com o

treinamento foram relacionados a um aumento do débito cardíaco e/ou da

diferença arterio-venosa do conteúdo de O2. Em eqüinos atletas, observa-se

melhora na difusão de oxigênio alveolar após o treinamento, embora, em

contraste com humanos, a razão para essa melhora parece não ser uma

(36)

afinidade da hemoglobina pelo oxigênio. Isto poderia ser explicado por um

treinamento induzindo um deslocamento à esquerda da curva de

oxiemoglobina, resultando em diminuição na extensão da acidose e

hipertermia induzidas pelo exercício (ART e LEKEUX, 1993).

2.4. Respostas da freqüência cardíaca e da concentração sanguínea de lactato ao exercício

As mensurações da freqüência cardíaca (FC) durante o exercício

em cavalos atletas, assim como o VO2max, também são empregadas para

quantificar a intensidade da carga de trabalho, monitorar o condicionamento, e

para estudar os efeitos do exercício sobre o sistema cardiovascular (EVANS et

al., 1995). O sistema cardiovascular responde ao exercício com dramático

aumento da freqüência cardíaca, da força de contração, do volume sistólico e

do débito cardíaco. Estas respostas cardiovasculares são rápidas e

concomitantes à venoconstricção e vasodilatação arterial para o trabalho

muscular (McKEEVER e HINCHCLIFF, 1995).

Durante o exercício, observa-se uma elevação linear da freqüência

cardíaca proporcional ao aumento da velocidade de exercício até atingir

valores de 210 bpm (JONES, 1989), freqüentemente, atingem um valor o qual

não se eleva mesmo com o aumento da intensidade de trabalho, considerado

como a freqüência cardíaca máxima (FCmáx), referidas em cavalos de corrida

em torno de 240 a 250 bpm e de 180 a 200 bpm em atletas humanos

(PHYSICK, 1985).

Há um consenso na literatura demonstrando que as freqüências

(37)

treinamento. Contudo, A FCmáx não muda com o estado de treinamento, de

forma que a velocidade na qual é obtida pode ser maior em animais com

melhor condicionamento e menor naqueles que apresentam, por exemplo,

doença pulmonar obstrutiva crônica ou enfermidade cardíaca (EVANS e

ROSE, 1988).

Diferentes vias energéticas podem ser utilizadas simultaneamente

para a geração de energia e variam com relação à quantidade de ATP liberado

por grama de energia quebrada, e o quão rápido o ATP é liberado para a

contração muscular. O cavalo utiliza uma particular combinação de vias

energéticas na dependência da natureza do exercício e status do estoque de

combustível (MARLIN e NANKERVIS, 2002). Por exemplo, a utilização da

glicose para síntese de ATP em condições de quantidade insuficiente de

oxigênio ou na necessidade de energia em curto espaço de tempo, ocorre

segundo a equação: Glicogênio + 3ADP 2Lactato + 2 H+ + 3ATP (via

anaeróbia) (EVANS, 2000).

Concentrações aumentadas de lactato nas células musculares

podem ter efeito negativo na contração por inibir a liberação de íons cálcio do

retículo sarcoplasmático. A acidose nas células também tem efeito inibitório da

fosfofrutoquinase, uma enzima importante na via glicolítica de produção de

energia. Ambas as respostas limitam a habilidade de produção de energia,

resultando em fadiga muscular (EVANS, 2000), que é definida como a

incapacidade fisiológica de prosseguir com o esforço, sendo resultante da

falência energética muscular pelo declínio da concentração de ATP e acúmulo

(38)

Assim, o lactato produzido como resultado do trabalho muscular

durante todo tipo de exercício, difunde-se através da membrana citoplasmática

das células musculares para a circulação sistêmica, de maneira que

mensurações de suas concentrações sanguíneas refletirão as concentrações

do lactato muscular (ERICKSON, 1996). Contudo, a produção de lactato

depende amplamente do tipo de exercício, sendo que seu acúmulo no sangue

está relacionado com a carga de esforço e representa a intensidade de

exercício (DESMECHT et al., 1996).

Em condições de repouso, concentrações 0,5 a 1,0 mmol.L-1 de

lactato são constatadas no sangue (MARLIN, 2002a). Pequenos aumentos

nessa concentração ocorrem conforme o aumento da velocidade do exercício

e, em altas velocidades, o aumento se dá de forma exponencial, podendo

alcançar níveis de 20 a 30 mmol.L-1. Em tais velocidades, a demanda da

produção de grande quantidade de energia em curto espaço de tempo, induz

ao predomínio das vias metabólicas anaeróbicas de produção energética

(EVANS, 2000).

Schuback e Essen-Gustavsson (1998) submeteram cavalos de trote

a exercício com velocidades crescentes e observaram elevação exponencial

da concentração de lactato sanguíneo a partir do momento em que a

freqüência cardíaca dos animais atingiu 200 bpm, com pico de concentração

após 5 minutos do término do exercício de 27 mmol.L-1. Roneus et al (1999)

verificaram pico de concentração de lactato de 31,3 mmo.L-1 após o término do

exercício, assim como Rainger et al. (1994) e Räsänen et al. (1995), que

(39)

minutos do término do exercício, atribuindo este fato ao marcado efluxo de

(40)

3. JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS

Acredita-se que o avanço nos estudos da fisiologia do exercício em

eqüinos seja essencial para possibilitar que os cavalos em nosso meio

expressem seu máximo potencial genético atlético, sustentado por sólidas

bases científicas e tecnológicas.

Considerando que métodos de avaliação do sistema respiratório

podem contribuir, tanto para o entendimento da complexa integração desse

sistema com a atividade física quanto para a detecção de alterações que

podem influenciar o desempenho atlético competitivo, esta pesquisa teve como

objetivo avaliar parâmetros ventilatórios e de troca gasosa, de cavalos da raça

Puro Sangue Árabe durante o teste padrão de exercício progressivo em esteira

(41)

4. MATERIAIS E MÉTODOS

Foram utilizados seis eqüinos da raça Puro Sangue Árabe, dois

machos castrados e quatro fêmeas, com peso médio de 356 ± 34 kg e, idade

entre seis e 12 anos; instalados no Hospital Veterinário da Faculdade de

Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP - Campus de Botucatu.

O grupo experimental foi composto de cavalos que estavam a pelo

menos três meses sem atividade física controlada e durante o experimento

foram mantidos em piquetes, alimentados com feno de capim coast-cross, ração comercial para eqüinos1, suplemento mineral2 e água ad libitum; foram pesados, submetidos ao casqueamento, à aplicação tópica de carrapaticida e

à administração de medicação anti-helmíntica a base de ivermectina 3, sendo

essa repetida a cada 8 semanas.

4.1. Local

O estudo foi conduzido no Centro de Medicina Esportiva Eqüina

(CMEE) “Prof. Dr. Armen Thomassian”, nas dependências do Departamento de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária da Faculdade de Medicina e Zootecnia -

UNESP - Campus de Botucatu - SP.

4.2. Fase Condicionamento

A fase de condicionamento consistiu de um período de cerca de 30

dias dividida em várias etapas, visando à padronização do comportamento de

1 Triumph - Socil, São Paulo.

(42)

todos os animais frente ao exercício em esteira de alta velocidade. Dentre os

procedimentos desta fase foram realizados casqueamento, adaptação ao

manejo nutricional, ambientação, adaptação à locomoção sobre a manta da

esteira de alta velocidade4 e ao exercício com a Máscara de Análise de Gases

Respiratórios5 conforme técnica descrita por King et al. (1995).

Após a adaptação dos cavalos à locomoção sobre a manta da

esteira, foram realizados exames (itens 4.2.1 ao 4.2.5) com o animal em

repouso e durante o exercício, a fim de se verificar possíveis alterações dos

sistemas orgânicos que pudessem interferir nas respostas fisiológicas e

metabólicas frente ao exercício.

4.2.1. Exame físico

Consistiu de exame da mucosa ocular e oral, e no caso da mucosa

oral, o tempo de reperfusão capilar, palpação dos linfonodos submandibulares,

auscultação da área cardiopulmonar, mensurações das freqüências

respiratória e cardíaca, e aferição da temperatura retal.

4.2.2. Exames laboratoriais

Hemograma: Foram colhidas amostras de sangue venoso no mesmo dia do exame físico, com a utilização de agulha para coleta múltipla de

sangue6 de calibre 25x8 acoplada a tubos de coleta à vácuo7 (com ácido

etilenodiaminotetraacético – E.D.T.A.) de 4,5 mL de capacidade. Essas

4 Mustang 2200 – Kagra AG, Suíça. 5 MetaVet – Cortex, Alemanha.

(43)

amostras foram processadas no contador automático de células8. A dosagem

da proteína total e do fibrinogênio foi realizada pelo método indireto de

precipitação pelo calor (56 a 58oC) e a leitura feita em refratômetro conforme

Jain (1993).

Bioquímicos: Foram colhidas amostras de sangue venoso em frascos com gel coagulante9, após 30 minutos da colheita a amostra foi

centrifugada por dez minutos, o soro obtido foi processado para as

determinações da uréia, creatinina, lactato desidrogenase, creatina quinase,

aspartato aminotransferase, gama glutamiltransferase, proteína total e

fosfatase alcalina, utilizando técnica com reações com kits comerciais10 e

leitura espectrofotômetro.

Os exames laboratoriais foram processados no Laboratório Clínico

Profa. Dra. Aguemi Kohayagawa” da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP - Botucatu - SP.

4.2.3. Exame de claudicação e avaliação cinemática do aparelho locomotor

Com o intuito de se verificar disfunções músculo-esqueléticas que

pudessem interferir no desempenho atlético dos cavalos e, conseqüentemente,

na execução do experimento, os animais foram submetidos a um exame de

claudicação e a movimentação em esteira de alta velocidade, gravada por uma

câmera e posterior análise.

8 Cell Dyn 3000 - Abbott 9 Labnew – Vacutainer (10ml)

(44)

4.2.4. Exame eletrocardiográfico e ecocardiográfico com o animal em repouso

Os exames eletrocardiográfico e ecocardiográfico foram realizados

pelo Serviço de Clínica Médica de Eqüinos da Faculdade de Medicina

Veterinária e Zootecnia - USP - São Paulo. No eletrocardiográficos foi

empregado aparelho de eletrocardiograma11 (Figura 1) com cabo de 4 vias, 3

canais de gravação e com as derivações ápice-base.

Figura 1 - Realização do exame eletrocardiográfico com o cavalo contido em tronco.

A avaliação cardíaca também foi realizada através do exame

ecocardiográfico utilizando equipamento de ultra-som portátil e transdutor

setorial multifrequencial de 2 a 4 MHz12 (Figura 2).

Figura 2 - Equipamento portátil de ultra-som utilizado para a realização do exame ecocardiográfico.

(45)

4.2.5. Exame videoendoscópico do trato respiratório anterior

O exame do aparelho respiratório anterior foi realizado utilizando-se

aparelhagem de videoendoscopia13 e reprodução de imagens14. Conforme

descrição abaixo.

Exame do aparelho respiratório com o animal em repouso

Com o animal em repouso foi realizada a avaliação estrutural da

concha nasal, osso etmoidal, recesso faríngeo, óstios faríngeos das bolsas

guturais, faringe, laringe e traquéia. Após essa inspeção, realizou-se a

avaliação funcional da laringe, observando os movimentos de abdução e

adução através da estimulação mecânica na região torácica e resposta reflexa

da laringe (slap test), da oclusão manual das narinas e estímulo do reflexo de deglutição.

Exame laringoscópio com o animal em movimento na esteira

A laringoscopia do cavalo durante o exercício foi realizada com o

intuito de avaliar possíveis alterações dinâmicas do funcionamento da laringe,

os chamados colapsos laringeanos durante o exercício. O cabo do fibroscópio

foi introduzido pela narina direita, posicionado na faringe do animal, de forma a

possibilitar a visualização da epiglote na tela do monitor e foi então fixado ao

cabresto com faixa de tecido (faixa umbilical). O cavalo foi submetido ao

protocolo de exercício em esteira, composto de uma fase de aquecimento ao

passo, trote e galope, e distância de 2000m, parada da esteira e passagem do

cabo do endoscópio conforme proposto por Parente (1998), com fases de um

minuto cada nas velocidades de 1,8; 4,0; 6,0; 8,0 e 9,0 m.s-1. As imagens

(46)

obtidas foram gravadas em fitas de videocassete15 e posteriormente

analisadas.

A B

Figura 3 - Imagem videoendoscópica da laringe do cavalo 6 durante o galope em esteira. A. Adução da laringe. B. Abdução da laringe.

4.3. Calibração dos sensores de fluxo e de concentrações de O2 e CO2 Para a confiabilidade e repetibilidade das mensurações realizadas

durante as avaliações com a Máscara de Análise de Gases Respiratórios,

foram realizados os procedimentos imprescindíveis para a calibração dos

sensores:

Sensor de Volume Sensor de O2 e CO2

Sensor de Pressão

(47)

Figura 4 - Central processadora e armazenadora de dados de troca gasosa, ventilatórios, temperatura ambiente e freqüência cardíaca.

4.3.1. Sensor de Volume

A calibração do sensor de volume foi realizada utilizando acessórios

para calibração e software específico, onde à máscara de análise de gases respiratórios foi acoplada uma seringa de calibração com sete litros de volume

e foram realizados cinco ciclos de movimentação do embolo de maneira lenta

e contínua.

(48)

4.3.2. Sensor de O2 e CO2

À semelhança da calibração do sensor de volume o sensor de

concentrações de O2 e CO2 foi calibrado conforme as instruções do software e o emprego de acessórios para calibração. Porém, ao tubo coletor de amostras

de gases foi conectado um frasco metálico com concentração de gases

conhecida (5% de CO2, 15% de O2 e balanceado com N2).

Figura 6 - Acessórios para a calibração do sensor de concentrações de O2 e CO2:

A. Frasco com concentração gasosa conhecida B. Válvula de fluxo C. Controlador de fluxo.

4.3.3. Sensor de pressão

A calibração do sensor de pressão atmosférica foi realizada

digitando o valor da pressão atmosférica obtida através de barômetro16.

(49)

4.4. Espirometria com o animal em repouso

O exame foi realizado visando verificar as trocas gasosas e os

dados ventilatórios com o animal em repouso padronizando-se dessa maneira

parâmetros de repouso.

Este exame foi realizado com o animal contido em tronco e com as

portas do Centro de Medicina Esportiva Eqüina fechadas, evitando assim o

trânsito de outros animais. Previamente à colocação da máscara com o sensor

ultra-sônico de fluxo, os animais foram adaptados colocando-se em seu

focinho um recipiente plástico com aberturas nasais, preso a um cabresto,

semelhante à máscara (Figura 8). A determinação do tempo de simulação da

presença da máscara foi dependente da observação do comportamento de

cada cavalo, ou seja, até que se mantivesse tranqüilo e sem a movimentação

da cabeça.

Figura 8 - Adaptação com recipiente plástico simulando a presença da máscara de análise de gases respiratórios.

Previamente a realização da espirometria as concentrações de O2 e

CO2 do ar ambiente foram analisadas pela central processadora de gases

respiratórios e então, a máscara de análise de gases respiratórios foi colocada

(50)

no focinho do animal, iniciando a obtenção dos parâmetros respiratórios

(Figura 9).

Figura 9 - Realização da espirometria com o animal em repouso.

4.5. Adaptação à locomoção sobre a manta da esteira com a Máscara de Análises de Gases Respiratórios

À semelhança da adaptação à presença da máscara com os

cavalos em repouso, os cavalos foram condicionados a realização de exercício

com a máscara, visando à locomoção nos andamentos passo, trote e galope,

com o mínimo movimento de cabeça. Para tanto, na fase inicial de adaptação,

os cavalos foram submetidos a exercício em esteira com o mesmo recipiente

plástico com aberturas na região das narinas e fixado a um cabresto (Figura

(51)

Figura 10 - Eqüino da raça Puro Sangue Árabe em fase de adaptação ao exercício em esteira com o simulador da máscara de análise de gases respiratórios.

4.6. Determinação da velocidade do fluxo de ar gerado pelo ventilador

Durante os testes físicos de exercício, o fluxo de ar foi gerado por

um ventilador17 (Figura 11) posicionado a cerca de 4 m de distância

frontalmente à esteira de alta velocidade.

Figura 11 - Vista lateral do ventilador e dos umidificadores ambientes posicionados frontalmente à esteira.

Para se estimar o fluxo de ar proporcionado pelo ventilador foi

realizado o monitoramento da velocidade do fluxo de ar, por meio do

posicionamento do anemômetro18 na região frontal da esteira (Figura 12), com

(52)

as portas do CMEE fechadas, a esteira inclinada 6% e durante um período de

20 minutos. Foi observada uma velocidade média de 2,2 ± 0,3 m/s.

Figura 12 - Vista frontal do ventilador e detalhe do anemômetro na posição que normalmente a cabeça do cavalo ocupa com relação à esteira durante o exercício.

4.7. Pesagem dos cavalos

No dia anterior ao teste e horário similar a aplicação do Teste

Padrão de Exercício Progressivo (TPEP), os cavalos foram pesados em

balança digital (Figura 13) visando à utilização deste dado para o cálculo do

consumo de oxigênio relativo.

A. B.

(53)

4.8. Teste Padrão de Exercício Progressivo (TPEP)

Os testes foram realizados entre 6:30h e 7:30h da manhã. No dia do

teste os cavalos foram encaminhados ao Centro de Medicina Esportiva Eqüina,

onde foram submetidos à escovação cutânea, limpeza dos cascos e das

narinas.

Os cavalos foram então preparados com a colocação de cinta

elástica e a essa o transmissor de freqüência cardíaca19, no lado esquerdo do

animal (Figura 14).

A. B.

Figura 14 - Cavalo sendo preparado para o teste padrão de exercício progressivo. A. Locais do posicionamento dos eletrodos do transmissor de freqüência cardíaca na região torácica esquerda (áreas com tricotomia). B. Cinta elástica e transmissor de freqüência cardíaca posicionados no tórax do cavalo.

Imagem

Figura 1 - Realização  do  exame  eletrocardiográfico  com  o  cavalo  contido  em  tronco
Figura 13 - Cavalo  da  raça  Árabe  sendo  pesado  em  balança  digital  do  tipo  plataforma
Figura 14 - Cavalo sendo preparado para o teste padrão de exercício progressivo.
Tabela 1 -  Médias  e  desvios-padrão  dos  valores  de  eritrograma  dos  seis  cavalos  da raça Puro Sangue Árabe da avaliação de higidez
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