w w w . r b o . o r g . b r
Artigo
Original
Resultado
do
tratamento
cirúrgico
da
tríade
terrível
do
cotovelo
夽
Anderson
de
Aquino
Santos
∗,
Thomaz
Antônio
Tonelli,
Fabio
Teruo
Matsunaga,
Marcelo
Hide
Matsumoto,
Nicola
Archetti
Netto
e
Marcel
Jun
Sugawara
Tamaoki
EscolaPaulistadeMedicina,UniversidadeFederaldeSãoPaulo(Unifesp),SãoPaulo,SP,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem30dejulhode2014 Aceitoem7deagostode2014
On-lineem22dejaneirode2015
Palavras-chave:
Cotovelo Fratura Luxac¸ão
Cirurgiaortopédica
r
e
s
u
m
o
Objetivo:Avaliarosresultadosdotratamentocirúrgicodatríadeterríveldocotovelo,com nomínimoseismesesdeseguimento,considerandoafunc¸ãodocotovelo.
Métodos:Foramanalisadososseguintesaspectosde20pacientessubmetidosatratamento cirúrgicoportríadeterríveldocotovelo:escoresDash(DisabilitiesoftheArm,Shoulderand Hand),Meps(MayoElbowPerformanceScore),dorpelaEVA(EscalaVisualAnalógica),ADM (arcodemovimento),satisfac¸ãodopaciente,graudeenergiadotrauma,complicac¸õese radiografias.
Resultados: Otempomédiodeseguimentodospacientesfoide38meses.Houverelac¸ão estatisticamentesignificativaentre:mecanismodetraumaesatisfac¸ãodospacientes; des-fechoradiológico“ossificac¸ãoheterotópica”esatisfac¸ão;ADMfuncionaldeflexo-extensão esatisfac¸ãoeentreotipodefraturadacabec¸adorádioeapresenc¸adedesfechoradiológico.
Conclusão:Otratamentocirúrgicoda tríadeterríveldocotoveloproporcionou,de forma geral,resultadossatisfatórios,quandoseconsideraafunc¸ãodessaarticulac¸ãonoretorno àsatividades.
©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Todososdireitosreservados.
Result
from
surgical
treatment
on
the
terrible
triad
of
the
elbow
Keywords:
Elbow Fracture Dislocation Orthopedicsurgery
a
b
s
t
r
a
c
t
Objective:Toevaluatetheresultsfromsurgicaltreatmentoftheterribletriadoftheelbow, withaminimumofsixmonthsoffollow-up,takingelbowfunctionintoconsideration.
Methods:Thefollowingaspectsof20patientswhounderwentsurgicaltreatmentofthe terribletriadoftheelbowwereanalyzed:Dashscore(DisabilitiesoftheArm,Shoulderand Hand),Meps(MayoElbowPerformanceScore),painaccordingtoVAS(visualanaloguescale), ROM(rangeofmotion),patientsatisfaction,degreeofenergyofthetrauma,complications andradiographs.
夽
TrabalhodesenvolvidonaDisciplinadeCirurgiadaMãoeMembroSuperior,DepartamentodeOrtopediaeTraumatologia,Escola PaulistadeMedicina,UniversidadeFederaldeSãoPaulo(Unifesp),SãoPaulo,SP,Brasil.
∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:ander.aquino@gmail.com(A.d.A.Santos).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2014.08.011
Results: Themeanlengthoffollow-upamongthepatientswas38months.Therewere sta-tisticallysignificantrelationshipsbetween:traumamechanismandpatientsatisfaction; radiological outcome of “heterotopic ossification” and satisfaction; functional flexion--extensionROMandsatisfaction;andbetweentypeofradialheadfractureandpresence ofaradiologicaloutcome.
Conclusion: Thesurgicaltreatmentfortheterribletriadoftheelbowgenerallyprovided satisfactoryresults,whenthefunctioningofthisjointuponthereturntoactivitieswas takenintoconsideration.
©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.Allrightsreserved.
Introduc¸ão
As lesões traumáticas no cotovelo do adulto podem se apresentar como verdadeiros desafios ao trata-mento, devido a sua complexa anatomia e às potenciais complicac¸ões.1
Hotchkiss1descreveuumpadrãodeassociac¸ãodelesões
dessaarticulac¸ão,atríadeterríveldocotovelo,queconsiste emluxac¸ãoposteriordocotoveloassociadaàfraturado coro-noideeàfraturada cabec¸adorádio,queapresentagrande potencialdeinstabilidadearticulareéassimdenominadapelo prognósticodesfavorável.
Atríadeterríveléraraegeralmenteocorreempacientesdo sexomasculino,jovens,relacionadaatraumadealtaenergia. Eomecanismomaiscomuméaquedacommãoespalmada, com cotovelo em hiperextensão, supinac¸ão e estresse em valgo.2
O tratamento dessas lesões éeminentemente cirúrgico, pois o conservador é arriscado e relacionado a várias complicac¸ões.3 Tal tratamento é considerado como de
excec¸ão,indicadoemcasosbemselecionados,quandoháum bomalinhamentodocotovelo, sembloqueioarticular,eas fraturasdocoronoide eda cabec¸aradialsão relativamente pequenaseminimamentedesviadas.4
Otratamentocirúrgicotemcomoobjetivorestaurara esta-bilidadearticular,reduc¸ãoanatômicaemobilidadeprecoceno pós-operatório.Oquepermiteoretornodacapacidade funci-onale,assim,menorriscodecomplicac¸ões.5
Devidoàgravidadeeraridadedalesão,poucosestudos ava-liamosresultadosdotratamentocirúrgicodatríadeterríveldo cotovelo.6,7Éaindaincertooseuprognóstico,principalmente
emlongoprazo.6
Oobjetivodopresenteestudoéavaliarosresultadosdo tratamentocirúrgico da tríadeterríveldocotovelo, comno mínimodeseismesesdeseguimento,considerandoafunc¸ão docotovelo.
Materiais
e
métodos
Foramavaliadosretrospectivamenteospacientescomtríade terríveldocotovelotratadoscirurgicamentede1999a2012no SetordeOmbroeCotovelodaDisciplinadeCirurgiadaMãoe MembroSuperiordonossoservic¸o.
Foramincluídostodosospacientesmaioresde18anosque concordaramemparticipardoestudoeassinarotermode
consentimentolivreeesclarecido.Previamentefoiaceitono comitêdeéticaempesquisasobonúmeroCEP0032/11.
Oscritériosdeexclusãoforamlesõesoumoléstias associa-dasquepudesseminterferirnaaferic¸ãodosdesfechos,faltade informac¸õesnoprontuáriomédicoporausênciaounão com-preensãoeaquelesquenãocompareceramparareavaliac¸ão.
Foramobtidasasseguintesinformac¸õesepidemiológicas: idade,idadenadatadotrauma,sexo,dominância,cotovelo acometido,mecanismo detrauma,lesõesassociadas, cirur-giafeita,tempodeimobilizac¸ão,complicac¸õesdotratamento, satisfac¸ãodopacienteedadosdaúltimaconsulta.
OdesfechoprimáriousadofoioescoredeDash,8validado
paraalínguaportuguesa.
O desfecho clínicofuncionalsecundário foiMayo Elbow Performance Score (Meps).9 Além disso, foi aferida a dor
por meio da Escala Visual Analógica (–EVA)10 e o arco de
movimento dospacientes, que foram analisadosde forma dicotômica,considerandooarcodemovimento(ADM) funci-onalconformeMorrey(30-130◦deflexo-extensãodocotovelo
e50-50◦depronac¸ãoesupinac¸ão).9
Ascomplicac¸õesforamanotadasdeacordocomsua gravi-dadeedatadeocorrência,porexemploinfecc¸ão,reluxac¸ãoe reoperac¸ão.
Radiograficamente foram analisadas e classificadas as lesões:
- Fraturada cabec¸adorádio edescric¸ão dotipode fratura conformeMason.Classificadas11,12segundosuagravidade,
sendodivididasemtipoI:fraturassemdesvio,tipoII: fratu-rasdesviadas,tipoIII:fraturascominutas.
- Fraturadoprocessocoronoide.Classificadassegundoo sis-temadescritoporReganeMorrey13dividindo-asemtipoI:
avulsãodoápice,tipoII:acometimentodeaté50%daaltura domesmoetipoIII:envolvendomaisde50%desuaaltura.
Além disso, analisamos as radiografias pós-operatórias obtidas nas incidências de frente e perfil e os seguintes aspectos: presenc¸ade osteoartrose,calcificac¸ãoligamentar, pseudoartrose, consolidac¸ão viciosae ossificac¸ão heterotó-pica.Asrespostasforamdicotômicas.
Todasasavaliac¸õesforamexecutadasportrêsavaliadores independentesespecialistasemcirurgiadoombroecotovelo nãoligadosaoestudo.
Para comparac¸ão de variáveis qualitativas com a classificac¸ãodeMepsfoiusadootestedequi-quadrado.
O teste de Mann-Whitney foi usado para comparar variáveis do tipo de fratura, como mecanismo de trauma, classificac¸ãodafraturadacabec¸adorádioeclassificac¸ãoda fratura docoronoide, evariáveis relativas às complicac¸ões radiográficas,taiscomoosteoartrose,calcificac¸ãoligamentar, ossificac¸ãoheterotópicaeconsolidac¸ãoviciosa,comarcode movimentofuncional,func¸ãodocotovelo,doresatisfac¸ão.
Porfim,usamosacorrelac¸ãodeSpearmanparamediro grauderelac¸ãoentreotempodeimobilizac¸ão,examefísicoe questionários.
Naanáliseestatísticaforamusadosossoftwares:SPSSV17, Minitab16eExcelOffice2010.
Todosospacientesincluídosforamsubmetidosaomesmo protocolodeprocedimentocirúrgico.Opacientesobbloqueio plexo braquial associado à anestesia geral foi posicionado em decúbito dorsal horizontal e feita assepsia com clore-xidinaalcoólica. Iniciamossemprepela via lateral descrita por Kocher, entre os músculos extensor ulnar do carpo e oancôneo.Abordamos inicialmenteafraturada cabec¸ado rádio.Casohouvesseindicac¸ãodeartroplastia,verificávamos acondic¸ãodoprocessocoronoidepelamesmaviae abordáva-mosafraturaquandopossível.Paratodososcasosfazíamos tambémoreparodoligamentocolaterallateralulnar. Naque-lespacientestratadoscomosteossíntesedacabec¸adorádio enapersistênciadeinstabilidadedocotovelo,erafeitauma viamedialadicionalcomointuitodefazeraosteossíntese docoronoideouoreparodacápsulaanteriorequandofosse necessáriooreparoouareconstruc¸ãodoligamentocolateral medial.Apósoreparodetodasessasestruturas,seainda hou-vesseinstabilidadefoiaplicadoumfixadorexternodinâmico (fig.1).
No pós-operatório os pacientes foram submetidos ao mesmoprotocolodereabilitac¸ãoeencorajadosafazer exercí-ciosassistidosprecocementeconformeatolerânciaparador, afim de evitararigidez docotovelodevido aoimobilismo articular.
Resultados
Nossoestudoapresentouumaamostrainicialde20casos,dos quaistrêsforamexcluídosdevidoàfaltadedadosessenciais aotrabalhonoprontuárioedoisabandonaramoseguimento antesdotérminodoestudo.Assim,restaram15pacientespara análisefinal.Ascaracterísticasepidemiológicas,osdados clí-nicosda amostra,os desfechosradiológicoseosdesfechos funcionaisforamrelatadospormeiodoescoreDash,Meps, EVAesatisfac¸ãodopacienteobservadosedescritosnatabela
1.
Oscasosavaliadosapresentaramumamédiadeintervalo detempoentreotraumaeacirurgiaiguala7±2,6diasetempo deseguimentomédioiguala38,6±23,3meses.Jáamédiade temponaqualopacientepermaneceraimobilizadofoiigual a2,8±0,8semanas.
Ao analisar a amplitude de movimento de flexo--extensão do cotovelo no pós-operatório, registramos que 10 (66,7%)casos apresentaramumaADMconsiderada fun-cional, assim como os outros cinco (33,3%) tiveram um
Tabela1–Característicasepidemiológicasedados clínicosdaamostra
Masculino(%) 5(33,3)
Feminino(%) 10(66,7)
Médiadeidade(DP) 43,8(13,4)
Dominância-membrosuperioresquerdo(%) 1(6,7)
Dominância-membrosuperiordireito(%) 14(93,3)
Característicasdafratura
Ladoacometido-esquerdo(%) 9(60) Ladoacometido-direito(%) 6(40) Altaenergiadetrauma(%) 7(46,7) Baixaenergiadetrauma(%) 8(53,3)
Fraturadacabec¸adorádion(%)
tipo1 0(0)
tipo2 5(33,3)
tipo3 10(66,7)
Fraturadocoronoiden(%)
tipo1 10(66,7)
tipo2 2(13,3)
tipo3 3(20)
Desfechosfuncionais média(DP)
Dash 28,7(13,7)
Meps 84,7(16,7)
EVA 2,0(2,3)
Meps N(%)
Excelente 8(53,3%)
Bom 3(20%)
Razoável 3(20%)
Ruim 1(6,7%)
Satisfac¸ão N(%)
Sim 12(80)
Não 3(20)
Desfechosradiológicos N(%)
Calcificac¸ãoligamentar 7(46,7) Consolidac¸ãoviciosa 2(13,3) Ossificac¸ãoheterotópica 3(20)
Osteoartrose 5(33,3)
Pseudoartrose 1(6,7)
DP,desviopadrão;n,número;Dash,DisabilitiesoftheArm, Shoul-derandHand;Meps,MayoElbowPerformanceScore;EVA,Escala VisualAnalógica.
cotovelonãofuncionalnessaperspectiva.Quandoanalisamos apronossupinac¸ãodoantebrac¸o,percebemosque12(80%)dos pacientesdemonstraramfunc¸ãoaceitável.
AocompararosresultadosfuncionaisDash,Meps,EVAe satisfac¸ão,comagravidadeda lesãodeterminadapormeio daenergiadotrauma,comosdesfechosradiológicosecom os resultadosfuncionaisrelativos aoexame físico, verifica-mos que existerelac¸ão entre o mecanismo de trauma ea satisfac¸ão.Todosospacientesqueafirmaramnãoestar satis-feitosforamacometidosportraumadealtaenergia,entreo desfechoradiológico“ossificac¸ãoheterotópica”esatisfac¸ãoe entre ADMfuncionalde flexo-extensãoesatisfac¸ão(tabela 2).Alémdisso,foipossívelperceberapresenc¸adeuma ten-dênciadeassociac¸ãoentreodesfechoradiológico“ossificac¸ão heterotópica”eaescalavisualanalógica(tabela3).
Tabela2–Satisfac¸ãoxmecanismodetraumaxdesfechos
Mecanismodetrauma Ossificac¸ãoheterotópica ADMfuncionalFE ADMfuncionalPS
Satisfac¸ão Baixa energia
Alta energia
pvalor Não Sim pvalor Não Sim pvalor Não Sim pvalor
Não 0 3(20%) 1(6,7%) 2(13,3%) 3(20%) 0 1(6,7%) 2(13,3%)
Sim 8(53,3%) 4(26,7%) p=0,04 11(73,3%) 1(6,7%) p=0,03 2(13,3%) 10(66,7%) p=0,00 2(13,3%) 10(66,7%) p>0,05 Total 8(53,3%) 7(46,7%) 12(80%) 3(20%) 5(33,3%) 10(66,7%) 3(20%) 12(80%)
ADM,amplitudedemovimento;FE,flexo-extensão;PS,pronossupinac¸ão.
Tabela3–Desfechosradiológicosxescores
Dash Meps EVA
Osteoartrose mediana pvalor mediana pvalor mediana pvalor
Sim 26,67 85 2
Não 15 0,4 95 0,45 1 0,6
Calcificac¸ãoligamentar mediana pvalor mediana pvalor mediana pvalor
Sim 26,67 85 2
Não 15 0,64 97 0,4 1 0,62
Consolidac¸ãoviciosa mediana pvalor mediana pvalor mediana pvalor
Sim 47,1 77,5 3
Não 20 0,31 95 0,43 0 0,27
Ossificac¸ãoheterotópica mediana pvalor mediana pvalor mediana pvalor
Sim 35,22 60 4
Não 21,97 0,11 95 0,14 0 0,07
ADM,amplitudedemovimento;n,número;DASH,DisabilitiesoftheArm,ShoulderandHand;MEPS,MayoElbowPerformanceScore;EVA, EscalaVisualAnalógica.
associac¸ãoentreotipodefraturadocoronoideeADM funcio-naldepronossupinac¸ãoeentreotipodefraturadocoronoide eoescoreMeps(tabela4).
Quandoosdadosrelativosàclassificac¸ãodasfraturassão relacionadosàpresenc¸adedesfechoradiológico,verificamos associac¸ãosignificativapara otipodafratura dacabec¸ado rádio(tabela5).
Discussão
Atríadeterríveldocotoveloécaracterizadapelogrande poten-cialde instabilidadearticulareprognósticodesfavorável.1,5
Otratamentocirúrgicoéaterapêuticadeescolhanagrande maioriadoscasos,embuscadarestaurac¸ãodaanatomiaeda
Tabela4–Amplitudedemovimentoxtiposdefratura
ADMfuncionalflexo-extensão ADMfuncionalpronossupinac¸ão
Fraturadocoronoide Simn(%) Nãon(%) pvalor Simn(%) Nãon(%) pvalor
tipo1 7(70) 3(30) 9 1
tipo2 2(100) 0 2 0
tipo3 1(33) 2(67) 1 2
total 10(66,7) 5(33,3) 0,27 12(80) 3(20) 0,07
Fraturadacabec¸adorádio Simn(%) Não pvalor Simn(%) Não pvalor
tipo2 4(80) 1(20) 4 1
tipo3 6(60) 4(40) 8 2
total 10(66,7) 5(33,3) 0,43 12(80) 3(20) 0,99
Escoresxtipodefratura
Dash Meps EVA
Fraturadocoronoide mediana pvalor mediana pvalor mediana pvalor
tipo1 10 97,5 0
tipo2 26,67 0,15 72,5 0,07 3 0,11
tipo3 77,5 60 4
Fraturadacabec¸adorádio mediana pvalor mediana pvalor mediana pvalor
tipo2 14,16 0,58 95 0,62 2 0,7
tipo3 26,67 90 0
Figura1–Radiografiasfrenteeperfildocotoveloquedemonstramoresultadodotratamentocirúrgico,comreparo ligamentarlateralcomâncora,prótesedacabec¸adorádioeosteossíntesedocoronoidecomparafuso
Tabela5–Desfechoradiológicoxtipodefratura
Desfechoradiológico
Fraturadocoronoide Não Sim pvalor
tipo1 4 6
tipo2 2 0 0,08
tipo3 0 3
Fraturadacabec¸adorádio Não Sim pvalor
tipo2 4 1 0,02
tipo3 2 8
mobilidadeprecoce.Objetivoquepermaneceumdesafiopara ocirurgião,dadaacomplexidadedalesão.5
Nopresenteestudo,verificamosquenamaiorpartedos casosalesãofoidecorrentedetraumaenvolvendobaixa ener-gia.Considerandoafratura dacabec¸a dorádio,o tipo3da classificac¸ãodeMasonfoimaiscomum.Aoconsiderara fra-turadocoronoide,adistribuic¸ãofoiheterogênea.Otipo1da classificac¸ãodeRegan-Morreyfoiomaisobservado.Dadosque corroboramaepidemiologiadescritanaliteratura.6,14
Nadirec¸ãocontráriadealgunsestudos,14,15nossaamostra
apresentouumaprevalênciadosexofeminino(66,7%),fato quepodeserexplicadopeloenvelhecimentopopulacionale pelapredominânciadasmulheresnessafaixaetária.Houve tambémapredominânciadoladonãodominantecomoomais afetado(53,3%),nocasoomembroesquerdo.
Em relac¸ão à func¸ão do membro, encontramos que 10 (66,7%) pacientes tiveram um arco de movimento de flexo-extensão funcional e 12 (80%) apresentaram func¸ão aceitável quando avaliada a amplitude de movimento de pronossupinac¸ão. Sendo assim, a maior parte da amostra apresentouaarticulac¸ãodocotovelofuncionalparaatividades diáriasapóscirurgia,oqueéconcordantecomoutrosestudos queavaliaramoarcodemovimento.7,15,16
Apesar de um estudo16 não obter bons resultados
fun-cionais avaliados por meio do escore de Bruce,16 nossos
resultados demonstram resultados funcionais bons e essa diferenc¸apodeserexplicadapeloescoreusado,jáqueusamos outrosescoresvalidados.
Observamos, como esperado, umarelac¸ão da satisfac¸ão comoarcodemovimentodeflexo-extensãoecomo meca-nismo de trauma, pois verificamosque todos os pacientes queafirmaramnãoestarsatisfeitosapresentavamuma ampli-tudedemovimentonãofuncionaleestiveramenvolvidosem eventoscujomecanismodetraumaeradealtaenergia.
Alémdisso,asatisfac¸ãoapresentouboaassociac¸ãocoma presenc¸ade ossificac¸ãoheterotópica naavaliac¸ão radiográ-fica. Aqueles que não apresentavam tal desfecho referiam estar satisfeitos. Tais correlac¸õesnospermitem inferirque essas variáveis são fatores prognóstico para avaliac¸ão da satisfac¸ãodopacientecomotratamentocirúrgico.
A gravidade da fratura do coronoide, determinada por sua classificac¸ão, éoutrofator quepode anteciparo prog-nóstico emrelac¸ão ao resultado clínico. Aocomparar essa variável com o escore Meps, foi observada uma tendência deassociac¸ãonaqualasfraturasmaisgravesobtiveramum escoreconsideradopior.Omesmoocorreuquandoessa variá-velfoicorrelacionadacomafunc¸ãodocotovelo,medidapor meiodapronossupinac¸ão.Talimportânciadotipodefratura docoronoideforaobservadaporGomideetal.15Jáafratura
dacabec¸adorádionãoseapresentoucomassociac¸ão seme-lhantenessepontodevista.
No entanto, a maioria das fraturas da cabec¸a do rádio consideradasdepiorgravidadeteveaomenosumdesfecho radiográfico,o que denotaque agravidade dessafratura é fatorderiscoparaapresenc¸adealgumdesfechoradiológico. Emcontraste,amesma relac¸ãonãofoiencontradaquando consideradaafraturadocoronoide.
Em virtude da raridade da lesão6,7 e da dificuldade de
Conclusão
Verificamos,apesardalimitac¸ãodoarcodemovimentoede certadorresidual,queotratamentocirúrgicodatríadeterrível docotoveloproporcionou, deforma geral, resultados satis-fatórios,quandoseconsideraafunc¸ãodessaarticulac¸ãono retornodasatividades.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
r
e
f
e
r
ê
n
c
i
a
s
1. HotchkissRN.Fracturesanddislocationsoftheelbow.In:
RockwoodCA,GreenDP,BucholzRW,HeckmanJD,editors.
RockwoodandGreen’sfracturesinadults.4ed.Philadelphia:
Lippincott-Raven;1996.p.929–1024.
2. Rodriguez-MartinJ,Pretell-MazziniJ,Andres-EstebanEM,
Larrainzar-GarijoR.Outcomesafterterribletriadsofthe
elbowtreatedwiththecurrentsurgicalprotocols.Areview.
IntOrthop.2011;35(6):851–60.
3. ChanK,MacDermidJC,FaberKJ,KingGJ,AthwalGS.Canwe
treatselectterribletriadinjuriesnonoperatively?ClinOrthop
RelatRes.2014;472(7):2092–9.
4. GuittonTG,RingD.Nonsurgicallytreatedterribletriad
injuriesoftheelbow:reportoffourcases.JHandSurgAm.
2010;35(3):464–7.
5. MathewPK,AthwalGS,KingGJ.Terribletriadinjuryofthe
elbow:currentconcepts.JAmAcadOrthopSurg.
2009;17(3):137–51.
6.SeijasR,Ares-RodriguezO,OrellanaA,AlbaredaD,ColladoD,
LlusaM.Terribletriadoftheelbow.JOrthopSurg(Hong
Kong).2009;17(3):335–9.
7.WangYX,HuangLX,MaSH.Surgicaltreatmentof“terrible
triadoftheelbow”:techniqueandoutcome.OrthopSurg.
2010;2(2):141–8.
8.OrfaleAG,AraújoPM,FerrazMB,NataourJ.Translationinto
BrazilianPortuguese,culturaladaptation,andevaluationof
thereliabilityoftheDisabilitiesoftheArm,Shoulderand
HandQuestionnaire.BrazJMedBiolRes.2005;38(2):293–302.
9.MorreyBF,AnKN,ChaoEYS.Functionalevaluationofthe
elbow.In:MorreyBF,editor.Theelbowanditsdisorders.2ed.
Philadelphia:Saunders;1993.p.86–9.
10.SummersS.Evidence-basedpracticepart2:reliabilityand
validityofselectedacutepaininstruments.JPerianesthNurs.
2001;16(1):35–40.
11.MasonML.Someobservationsonfracturesostheheadofthe
radiuswithareviewofonehundredcases.BrJSurg.
1954;42(172):123–32.
12.JohnstonGW.Afollow-upof100casesoffractureofthehead
oftheradiuswithreviewoftheliterature.UlsterMedJ.
1962;31:51–6.
13.ReganW,MorreyB.Fracturesofthecoronoidprocessofthe
ulna.JBoneJointSurgAm.1989;71(9):1348–54.
14.RingD,JupiterJB,ZilberfarbJ.Posteriordislocationofthe
elbowwithfracturesoftheradialheadandcoronoid.JBone
JointSurgAm.2002;84(4):547–51.
15.GomideLC,CamposDO,SáJMR,SousaMRP,CarmoTC,
AndradaFB.Tríadeterríveldocotovelo:avaliac¸ãodo
tratamentocirúrgico.RevBrasOrtop.2011;46(4):374–9.
16.MiyazakiAN,ChecchiaCS,FagottiL,FregonezeM,SantosPD,
SilvaLA,etal.Avaliac¸ãodosresultadosdotratamento
cirúrgicodatríadeterríveldocotovelo.RevBrasOrtop.