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Análise de impactos ambientais e econômicos na escolha de locais para disposição final de resíduos sólidos

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Academic year: 2017

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA

‘JULIO DE MESQUITA FILHO’ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

ANÁLISE DE IMPACTOS AMBIENTAIS E ECONÔMICOS

NA ESCOLHA DE LOCAIS PARA DISPOSIÇÃO FINAL

DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Alexandre Shimizu Orsati

Orientadora: Profa. Dra. Luzenira Alves Brasileiro

Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira (FEIS) da Universidade Estadual Paulista (UNESP) no Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil na área de Recursos Hídricos e Tecnologias Ambientais.

(2)
(3)

AGRADECIMENTOS

A toda minha família, em especial a minha esposa Elenilze, pelo apoio e paciência.

Ao Pedro, pela extraordinária contribuição para o desenvolvimento do trabalho.

(4)

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS... I

LISTA DE QUADROS... III

LISTA DE TABELAS... IV

RESUMO... VI

ABSTRACT... VII

1. INTRODUÇÃO... 01

1.1. Considerações Gerais... 01

1.2. Definição do Problema... 02

1.3. Objetivos... 02

2. RESÍDUOS SÓLIDOS... 04

2.1. Considerações Gerais... 04

2.2. Composição... 05

2.3. Classificação... 07

2.4. Resíduos Domésticos ... 11

3. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS... 13

3.1. Considerações Gerais... 13

3.2. Geração... 13

3.3. Acondicionamento... 14

3.4. Armazenamento... 15

3.5. Coleta... 16

3.6. Transporte... 18

(5)

4. IMPACTOS AMBIENTAIS E ECONÔMICOS... 26

4.1. Considerações Gerais... 26

4.2. Impactos Ambientais... 27

4.3. Impactos Econômicos... 28

5. MATERIAL E MÉTODO... 30

5.1. Material... 30

5.2. Método... 30

6. PARÂMETRO PROPOSTO PARA AVALIAÇÃO DE ÁREAS PARA DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS... 35

6.1. Critérios Funcionais... 35

6.2. Impactos Ambientais e Econômicos... 40

7. ESTUDO DE CASO... 47

7.1. Coleta de Dados... 47

7.2. Apresentação dos Dados... 47

7.3. Análise dos Resultados... 58

7.4. Aplicação do Parâmetro Proposto para Avaliação de Áreas para Disposição Final de Resíduos Sólidos Urbanos... 63

8. CONCLUSÕES... 66

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 68

10. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA... 71

Anexo I... 73

(6)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Formulário para entrevistas sobre a opinião da população em relação à escolha do local para disposição final de resíduos sólidos urbanos... 31

Figura 2: Local de disposição final com aspecto feio... 32

Figura 3: Local de disposição final com aspecto bonito... 32

Figura 4: Distância do local de disposição final em relação à área urbana... 48

Figura 5: Alternativas para o local de disposição final – pagar mais imposto para o local ficar longe da área urbana ou pagar menos imposto e o local ficar próximo da área urbana (custos de transporte)... 49

Figura 6: Alternativas para o investimento público – investir mais dinheiro na disposição final de resíduos em detrimento de outros setores ou investir menos dinheiro na disposição final de resíduos e mais dinheiro em outros setores... 50

Figura 7: Odor permanente proveniente do local de disposição final dos resíduos... 51

Figura 8: Odor periódico (na direção do vento) proveniente do local de disposição final dos resíduos... 52

Figura 9: Presença de fumaça, como resultado de queimadas, próximo a residência... 53

Figura 10: Local de disposição final com aspecto feio... 54

(7)

Figura 12: Presença de cães, gatos, urubus e insetos próximo à residência... 56

(8)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Composição qualitativa dos resíduos sólidos municipais... 06

Quadro 2: Composição média do lixo domiciliar em alguns municípios brasileiros... 06

Quadro 3: Quantidade de municípios com serviço de coleta de lixo, em cada região do Brasil... 17

Quadro 4: Tipos de destino final do lixo em cada região do Brasil... 25

Quadro 5: Pontuação do custo de aquisição do terreno... 36

Quadro 6: Pontuação do coeficiente de declividade do terreno, e do coeficiente de permeabilidade do solo... 37

Quadro 7: Pontuação da distância entre a base do aterro e a cota máxima do aqüífero freático, da distância do corpo d’água mais próximo, da distância da zona urbana, da espessura de solo homogêneo, do índice de plasticidade, do limite de liquidez, e da vida útil do terreno... 38

Quadro 8: Pontuação dos custos de investimento e dos custos de transporte... 42

Quadro 9: Pontuação da distância entre o local de disposição final e a zona urbana... 43

Quadro 10: Pontuação do odor permanente, do odor na direção do vento, da

presença de animais e insetos, da presença de fumaça, da presença de insetos, do visual bonito, e do visual feio... 43

Quadro 11: Valores das variáveis que constituem os critérios funcionais dos

(9)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Distância do local de disposição final em relação à área urbana... 58

Tabela 2: Alternativas para o local de disposição final – pagar mais imposto para o local ficar longe da área urbana ou pagar menos imposto e o local ficar próximo da área urbana... 59

Tabela 3: Alternativas para o investimento público: investir mais dinheiro na disposição final de resíduos em detrimento de outros setores; ou investir menos dinheiro na disposição final de resíduos, com mais dinheiro em outros setores... 59

Tabela 4: Odor permanente proveniente do local de disposição final dos resíduos... 60

Tabela 5: Odor periódico (na direção do vento) proveniente do local de disposição final dos resíduos sólidos urbanos... 60

Tabela 6: Presença de fumaça, como resultado de queimadas, próximo à residência... 61

Tabela 7: Local de disposição final com aspecto feio... 61

Tabela 8: Local de disposição final com aspecto bonito... 62

Tabela 9: Presença de cães, gatos, urubus e insetos próximo à residência... 62

Tabela 10: Presença de insetos próximo à residência... 63

(10)

Tabela 12: Pontuação das variáveis e o valor dos impactos ambientais e econômicos... 65

(11)

RESUMO

ORSATI, S.A. (2006) Análise de Impactos Ambientais e Econômicos na Escolha de Locais para Disposição Final de Resíduos Sólidos. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira. Universidade Estadual Paulista. Ilha Solteira. 76 p.

A disposição inadequada dos resíduos sólidos urbanos, que leva a contaminação do meio ambiente, é uma problemática comum de diversos municípios brasileiros. A pesquisa tem como objetivos definir critérios funcionais para os locais de disposição final de resíduos sólidos e um parâmetro de avaliação para esses locais, que indique a sua qualidade em termos de funcionalidade e geração de impactos ambientais e econômicos.

O parâmetro proposto é o índice de qualidade, determinado por uma relação entre os critérios funcionais e os impactos ambientais e econômicos. Os valores dos critérios funcionais são calculados em função das características físicas do local e o valor dos impactos ambientais e econômicos são determinados através de entrevistas domiciliares.

Os resultados do estudo de caso mostram que o método desenvolvido neste trabalho é eficiente, pois indica a funcionalidade do local para a disposição final de resíduos sólidos, em contrapartida à intensidade dos impactos gerados pela ocupação do solo.

(12)

ABSTRACT

ORSATI, S.A. (2006) Analysis of Environmental and Economical Impacts in the Choice of Places for Final Disposal of Solid Residues. Mastering – Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Universidade Estadual Paulista. 76 p.

Improper disposal of urban solid residues, leading to contamination of environment, is a problem that concerns to several Brazilian countries. The research intends to define functional criteria to the places for final disposal of solid residues and an appraisal parameter for these sites, indicating their quality towards to functionality and environmental and economic impacting.

The proposed parameter is the quality index, defined by a relation between functional criteria and environmental and economic impacts. Values of functional criteria are calculated based on the physical characteristics of the place and the value of environmental and economic impacts are determinated through home-based interviews.

The study of case results show that the method developed in this work is effective, since it indicates the functionality of the place for final disposal of solid residues, in counterpart to the intensity of impacts generated by soil occupying.

(13)

1. INTRODUÇÃO

1.1. Considerações Gerais

Com o avanço da industrialização, observou-se em todo o mundo ocidental a intensificação do processo de urbanização, que implicou no agravamento dos problemas sociais, de saúde pública e da situação dos resíduos sólidos, em função do aumento da geração e disposição no meio urbano.

Segundo Figueiredo (1995), a situação dos resíduos nas Comunidades Européias é caracterizada por uma forte preocupação com relação ao aproveitamento energético. A reciclagem e a incineração são à base de todo o processamento dos resíduos europeus. Preocupação justificada diante dos problemas de geração e de disponibilidade energética nesta região.

A partir do final da Segunda Guerra Mundial, o padrão social americano centrado na associação de qualidade de vida ao consumo, passou a alimentar o consumismo e iniciou-se a era dos produtos descartáveis. Até o final da década de 80, 95% dos resíduos gerados nos EUA, tiveram como destino final os aterros. O aumento dos custos, relacionado ao aumento da produção de resíduos per capita e aumento populacional, levou ao declínio as técnicas de aterragem que foram substituídas predominantemente pela incineração (FIGUEIREDO, 1995).

O reflexo do consumo de bens materiais, agregado ao processo de urbanização, está nos volumes cada vez maiores de resíduos gerados, agravando ainda mais os problemas relacionados à disposição final de resíduos sólidos.

(14)

A disposição de resíduos sem tratamento, somado a falta de critérios na escolha de locais adequados provocam a contaminação do meio ambiente.

Em função dos problemas relacionados à disposição final de resíduos sólidos urbanos, propõe-se neste trabalho a definição de critérios para seleção de áreas que sejam compatíveis com a legislação vigente e possibilitem um potencial menor na geração de impactos ambientais e econômicos.

O local proposto para o estudo de caso é a cidade de Ilha Solteira, localizada no noroeste do Estado de São Paulo, com uma população de aproximadamente 24.000 habitantes.

1.2. Definição do Problema

Dentro das etapas do gerenciamento de resíduos sólidos, a coleta e o transporte estão razoavelmente resolvidos nas zonas urbanas das grandes cidades (apesar de, na maioria das vezes, a roteirização de veículos apresentar distância e tempos excessivos de viagem, onerando o serviço de transporte). No entanto, na disposição final, observam-se problemas relativos à falta de critérios técnicos de projeto, operação e monitoramento para seleção de áreas e implantação desses sistemas (ANDREOLI, 2001).

Apesar da existência de métodos para escolha de áreas para disposição de resíduos, o critério financeiro tem se mostrado imperativo na definição do local a ser escolhido. Assim, a prática tem mostrado que os métodos são falhos, pois não consideram os impactos ambientais e econômicos gerados pelo local de disposição final.

1.3. Objetivos

Os objetivos da pesquisa são:

(15)

• Definir um parâmetro de avaliação de locais para disposição final de resíduos

(16)

2. RESÍDUOS SÓLIDOS

2.1. Considerações Gerais

A ABNT (1989), através da NBR-10004, define resíduos sólidos como os resíduos nos estados sólido e semi-sólido que resultam de atividades da comunidade de origem industrial, doméstica, de serviços de saúde, comercial, agrícola, de serviços e de varrição, além de lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, lodos gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição e determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpo d’água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.

Segundo Figueiredo (1995), resíduo, sob uma ótica mais ampla, é um descontrole entre fluxos de certos elementos em um dado sistema ecológico, implicando na instabilidade do próprio sistema.

A palavra lixo origina-se do latim lix, que significa cinzas ou lixívia. Desde meados

da década de 60, os sanitaristas passaram a utilizar a designação técnica resíduos sólidos (SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE,1993).

Cunha e Guerra (2002) definem lixo, como todos os resíduos sólidos imprestáveis, tais como o domiciliar (restos de alimentos, plásticos, papel e papelão, vidros, latas, madeiras, entre outros) e o hospitalar (composto não só por resíduos hospitalares, mas, também, pelos resíduos de farmácias, de biotérios e de laboratórios de pesquisas).

(17)

2.2. Composição

Os fatores que influenciam a origem e a formação do lixo no meio urbano são diversos e podem-se citar os seguintes:

• Número de habitantes do local;

• Área relativa de produção;

• Variações sazonais;

• Condições climáticas;

• Hábitos e costumes da população;

• Nível educacional

• Poder aquisitivo;

• Tempo de coleta;

• Eficiência da coleta;

• Tipo de equipamento de coleta;

• Disciplina e controle dos pontos produtores; e

• Leis e regulamentações específicas.

As variações na economia têm reflexos nos locais de disposição e tratamento do lixo. Com o desaquecimento da economia, as fábricas e o comércio reduzem suas atividades, produzindo menores quantidades de lixo. O inverso também é verdadeiro; porém a tendência, depois de determinado tempo, é de estabilização.

Também, pode-se citar as migrações periódicas nas férias de verão e inverno. Nestes períodos, com a paralisação das atividades escolares, ocorrem consideráveis mudanças na rotina dos estabelecimentos comerciais e industriais, principalmente em cidades turísticas, ocasionando um maior volume de lixo gerado.

(18)

a) Composição Qualitativa

O lixo urbano apresenta, em termos de composição qualitativa, componentes putrescíveis, recicláveis e combustíveis. O Quadro 1 ilustra os componentes e sua classificação.

Quadro 1: Composição qualitativa dos resíduos sólidos municipais

Componentes Putrescível Reciclável Combustível

Borracha × ×

Couro × ×

Madeira × × ×

Matéria orgânica × ×

Metais ferrosos ×

Metais não-ferrosos ×

Papel × × ×

Papelão × × ×

Plástico duro × ×

Plástico filme × ×

Trapos × ×

Vidro ×

Fonte: IPT/CEMPRE (2000)

b) Composição Quantitativa

A composição quantitativa dos resíduos sólidos urbanos varia de uma região para outra, inclusive entre os bairros de um mesmo município. O Quadro 2 ilustra a composição quantitativa de alguns municípios brasileiros.

Quadro 2: Composição média do lixo domiciliar em alguns municípios brasileiros

Cidade Componente (%)

Papel Plástico Metal Vidro Outros

São Paulo 18,8 22,9 3,0 1,5 53,8

Rio de Janeiro 22,2 16,8 2,8 3,7 54,6

Curitiba 8,6 12,4 3,2 1,3 74,6

Fortaleza 22,6 8,2 7,3 3,3 58,6

Salvador 16,2 17,1 3,7 2,9 60,2

Porto Alegre 22,1 9,0 4,7 9,2 55,0

Belo Horizonte 10,1 11,7 2,6 2,5 73,0

Distrito Federal 26,2 2,4 3,2 2,8 65,4

Vitória 19,1 11,8 3,3 2,7 63,1

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2.3. Classificação

a) Segundo a Origem

Os resíduos sólidos são classificados, segundo sua origem, da seguinte forma: lixo domiciliar; lixo comercial; lixo público, de varrição e de feiras livres; lixo de serviços de saúde e hospitalares; lixo de portos, aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários; lixo industrial; lixo agrícola, lixo atômico, lixo espacial e entulho (IPT e CEMPRE, 2000).

Lixo domiciliar é aquele originado da vida diária das residências, sendo constituídos por restos de alimentos (como cascas de frutas e verduras), produtos deteriorados, jornais, revistas, garrafas, embalagens, papel higiênico, fraldas descartáveis e uma diversidade de outros itens.

Lixo comercial é aquele originado de estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como, supermercados, bancos, lojas, bares e restaurantes.

O lixo comercial é composto por papel, papelão, plástico, restos de alimentos, embalagens e resíduos de lavagens.

Lixo público é aquele originado dos serviços de limpeza pública urbana (incluindo todos os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, de galerias, de córregos e de terrenos e restos de podas de árvores) e de limpeza de áreas de feiras livres (constituído por embalagens e restos vegetais).

(20)

Os resíduos assépticos produzidos nesses locais são constituídos por papéis, restos da preparação de alimentos, resíduos de limpezas gerais (pó e cinzas), e outros materiais que entram em contato direto com pacientes ou com os resíduos sépticos anteriormente descritos. Estes resíduos assépticos são considerados como lixo domiciliar.

Lixo de portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários é constituído por resíduos sépticos gerados em portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários. Basicamente, estes se originam de materiais de higiene, asseio pessoal e restos de alimentos que podem veicular doenças provenientes de outras cidades, estados ou países.

Os resíduos assépticos desses locais também são considerados como lixo domiciliar.

Lixo industrial é aquele originado pelas atividades dos diversos ramos da indústria, tais como metalúrgica, química, petroquímica, papeleira e alimentícia. O lixo industrial é composto por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papéis, madeiras, fibras, borrachas, metais, escórias, vidros e cerâmicas. Nesta categoria, inclui-se a grande maioria do lixo tóxico.

Lixo agrícola é o resíduo sólido proveniente das atividades agrícola e pecuária, constituído por embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de colheita e outros.

Em várias regiões do mundo, este tipo de resíduo é preocupante pela grande quantidade de esterco animal gerado nas fazendas de pecuária intensiva. As embalagens de agroquímicos, que são geralmente tóxicas, têm sido alvo de legislação específica, que define os cuidados na destinação final e, por vezes, torna responsável a própria indústria fabricante destes produtos.

(21)

Lixo espacial é o resíduo formado por restos provenientes dos objetos lançados pelo homem no espaço, que circulam ao redor da Terra com velocidade de aproximadamente 28 mil quilômetros por hora.

Os tipos mais comuns de lixo espacial são: foguetes, satélites desativados, tanques de combustível, e fragmentos de aparelhos que explodiram por acidentes ou foram destruídos pela ação de armas anti-satélites.

Entulho é constituído por resíduos da construção civil, tais como, demolições, restos de obras e solos de escavações. O entulho é geralmente um material inerte e passível de reaproveitamento.

b) Segundo o Grau de Degradabilidade

De acordo com o grau de degradabilidade, os resíduos sólidos podem ser classificados em: facilmente degradáveis, moderadamente degradáveis, dificilmente degradáveis e não degradáveis (BIDONE e POVINELLI, 1999).

• Facilmente degradáveis

Os resíduos facilmente degradáveis são formados por matéria orgânica.

• Moderadamente degradáveis

Os resíduos moderadamente degradáveis são compostos por papel, papelão e material celulósico.

• Dificilmente degradáveis

Os resíduos dificilmente degradáveis são: pedaços de pano, retalhos, aparas e serragem de couro, borrachas e madeiras.

• Não degradáveis

(22)

c) Segundo o Critério de Periculosidade

De acordo com o critério de periculosidade, os resíduos podem ser classificados em: inflamável, corrosivo, reativo, tóxico e patogênico (ABNT apud BIDONE e POVINELLI, 1999).

• Inflamável

O resíduo inflamável é aquele que pode ser passível de fogo, acender e se converter em brasas e chamas.

• Corrosivo

O resíduo corrosivo é aquele que destrói ou danifica progressivamente. Alguns metais são classificados como resíduos sólidos corrosivos.

• Reativo

O resíduo reativo é aquele que exerce uma reação, ou seja, opõe-se a uma ação que lhe é contrária. Algumas substâncias minerais e substâncias químicas, tal como substância radioativa, são classificadas como resíduos sólidos reativos.

• Tóxico

O resíduo tóxico é aquele que tem a propriedade de envenenar. Os venenos e inseticidas são classificados como resíduos sólidos tóxicos.

• Patogênico

O resíduo patogênico é aquele capaz de produzir doenças.

d) Segundo o Tipo de Classe

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• Classe I

O resíduo Classe I é aquele enquadrado em pelo menos um critério de periculosidade.

• Classe II

Os resíduos Classe II são aqueles que podem apresentar propriedades como combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. Estão incluídos nesta categoria os resíduos não inertes, tais como papel, papelão e resto vegetal.

• Classe III

Os resíduos Classe III são aqueles que não apresentam nenhum de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água. Exemplos de resíduos inertes são: rochas, tijolos, vidros e alguns plásticos e borrachas que não são decompostos facilmente.

2.4. Resíduos Domésticos

Segundo Brasileiro (2004), lixo domiciliar é aquele originado da vida diária das populações, sendo constituído por itens dos seguintes tipos: restos de alimentos, tais como casca de fruta e verdura; produto deteriorado; jornal; revista; garrafa; embalagem; papel higiênico e fralda descartável.

A disposição dos resíduos nas áreas urbanas constitui-se um grande desafio para a administração pública e para sociedade. Trata-se de um problema de saúde pública, como demonstram os surtos epidêmicos relacionados à ausência ou carência de saneamento básico.

Segundo Prandini et al. (1995), os sistemas de limpeza urbana são de competência dos municípios, devendo promover a coleta, o tratamento e a destinação ambiental e sanitária adequada. Ainda, para Prandini et al. (1995), a limpeza pública não é tarefa fácil, devido a fatores como:

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• Limitações de ordem financeira como, orçamentos inadequados, fluxos de

caixa desequilibrados, tarifas desatualizadas, arrecadação insuficiente e inexistência de linhas de crédito específicas;

• Deficiência na capacitação técnica e profissional – do gari ao engenheiro chefe;

• Descontinuidade político administrativa; e

• Ausência de controle ambiental.

O afastamento de rejeitos nas civilizações urbanas sempre teve como objetivo rapidamente eliminar das proximidades o incômodo gerado por eles. Com isto estabeleceu-se uma relação, cuja base fundamental reside na logística, principalmente, na coleta e no transporte.

(25)

3. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

3.1. Considerações Gerais

O gerenciamento do lixo de forma integrada é o conjunto de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento que uma administração municipal desenvolve, baseado em critérios sanitários, ambientais e econômicos para coletar, tratar e dispor o lixo da cidade. Portanto, gerenciar significa limpar o município (com um sistema de coleta e transporte adequado) e tratar o lixo utilizando as tecnologias mais compatíveis com a realidade local, dando-lhe um destino final ambientalmente seguro, tanto no presente como no futuro (IPT e CEMPRE, 2000).

O gerenciamento dos resíduos sólidos contempla as atividades de geração, acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte e disposição final.

3.2. Geração

O período que vai da Revolução Francesa, final do século XVIII, até os dias atuais, apresenta-se como o mais crítico no que se refere à relação homem-meio ambiente (FIGUEIREDO, 1995).

Com o processo de industrialização, em um curto período de tempo, observou-se em todo mundo ocidental uma maciça migração do homem do campo para os meios urbanos. Este fato implicou em graves problemas sociais e de saúde pública e, também, em um agravamento da questão dos resíduos urbanos, em função das altas concentrações em que passaram a ser gerados e liberados, principalmente nos meios hídricos.

Ao final da Segunda Guerra Mundial, diante de uma Europa devastada, os EUA passaram a representar o modelo ideal de sociedade, e o padrão “american way

of life” se difundiu em todo mundo (FIGUEIREDO, 1995). Centrados na

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alimentou o consumismo, incentivou a produção de bens descartáveis e difundiu a utilização dos materiais artificiais.

No Brasil, o inchaço das cidades é seguido de uma sensível degradação da qualidade de vida. Este fato é antagônico ao processo de êxodo rural, que pelas clássicas justificativas oficiais teria como principal motivação à busca de melhores condições de vida oferecidas pelos centros urbanos.

A modernização da agricultura se caracterizou pela adoção de políticas agrícolas e de créditos rurais, que marginalizam o pequeno produtor e provocam seu empobrecimento, culminando na venda da propriedade e migração para os centros urbanos.

A geração de resíduos sólidos urbanos crescente, decorrente do processo de urbanização e, principalmente, do elevado consumo de bens materiais agrava ainda mais os problemas relacionados à disposição final de resíduos sólidos.

3.3. Acondicionamento

Os recipientes primários, que ficam em contato direto com o lixo, podem ser sacos plásticos ou recipientes rígidos. Os sacos são os mais comumente empregados. Enquanto estão recebendo lixo, devem estar contidos e posicionados em recipientes rígidos, de maneira que permitam a retirada do saco ou seu esvaziamento para um recipiente maior.

Esses recipientes de acondicionamento usados no ambiente doméstico são, em geral, plásticos ou metálicos, e recebem pequenos sacos em cada ponto de geração dos resíduos, tais como: cozinha, banheiro e escritório. Estes pequenos sacos são depois colocados em sacos maiores que são próprios para o serviço de coleta.

(27)

Além dos sacos plásticos, os coletores plásticos basculantes também são indicados como adequados para acondicionar os resíduos (IPT e CEMPRE, 2000).

Os usuários devem acondicionar o lixo adequadamente, apresentando-o em dias, locais e horários pré-estabelecidos.

Para o serviço de coleta domiciliar, a utilização de sacos plásticos no acondicionamento dos resíduos apresenta algumas vantagens, tais como:

• Requer menor esforço dos coletores;

• Reduz o tempo de coleta;

• Impede a absorção de água da chuva; e

• Reduz a poluição sonora.

3.4. Armazenamento

Uma das fases sob responsabilidade do gerador é o armazenamento. Esta fase compreende o confinamento dos resíduos em local e recipiente adequados, evitando:

• Acidentes (lixo infectante);

• Proliferação de insetos (moscas, ratos e baratas);

• Impacto visual;

• Poluição do ar; e

• Heterogeneidade (no caso de haver coleta seletiva).

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3.5. Coleta

A coleta do lixo é uma tarefa, geralmente, de responsabilidade do serviço público, cujo propósito é impedir o desenvolvimento de vetores transmissores de doenças que encontram alimento e abrigo no lixo. Para que ocorra a satisfação da população e, conseqüentemente, o bom funcionamento do sistema, o serviço deve ser prestado a todo cidadão, e os veículos coletores devem passar regularmente nos mesmos locais, dias e horários.

A ABNT (1987), através da norma NBR 12980, define quatro diferentes tipos de coleta:

• Coleta domiciliar (ou convencional), que consiste na coleta dos resíduos

gerados em residências, estabelecimentos comerciais, industriais, públicos e de prestação de serviços; cujos volumes e características dos resíduos sejam compatíveis com a legislação municipal vigente.

• Coleta de resíduos provenientes de varrição de ruas, praças, calçadas e outros

elementos públicos.

• Coleta de feiras e praias

• Coleta de resíduos de serviços de saúde, provenientes de hospitais,

ambulatórios, postos de saúde, laboratórios, farmácias, clínicas veterinárias e outros serviços de saúde.

A coleta também pode ser classificada em: regular, especial, seletiva e particular.

• Coleta regular, que consiste na coleta de resíduos sólidos, é realizada em

intervalos determinados.

• Coleta especial recolhe os resíduos dos seguintes tipos: entulhos, animais

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• Coleta seletiva tem por objetivo recolher os resíduos segregados no ponto de

origem.

• Coleta particular é obrigatoriamente de responsabilidade do gerador, em

decorrência do tipo ou da quantidade de resíduos ser superior à quantidade prevista na legislação municipal. Exemplos de geradores que devem realizar a coleta particular são: indústrias, supermercados, shopping centers, construtoras e empreiteiras.

O Quadro 3 ilustra os resultados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB, 2000), demonstrando a situação das áreas para disposição de resíduos sólidos.

O controle das despesas e o cálculo dos custos da coleta são aspectos importantes que permitem os seguintes procedimentos:

• Gerenciamento adequado dos recursos humanos e materiais;

• Atualização da taxa de limpeza pública;

• Elaboração do orçamento anual municipal;

• Igualdade de condições em negociações com prestadoras de serviço; e

• Cálculo da taxa a ser cobrada do munícipe pela execução do serviço.

Quadro 3 Quantidade de municípios com serviço de coleta de lixo, em cada região do Brasil

Municípios com serviço de coleta

de lixo

Existência de área no município para a disposição final dos

resíduos

Total Existe Não existe

Brasil 5 471 5 224 247

Norte 445 440 5

Nordeste 1 767 1 738 29

Sudeste 1 666 1 587 79

Sul 1 147 1 014 133

Centro-Oeste 446 445 1

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3.6. Transporte

Os resíduos sólidos precisam ser transportados mecanicamente do ponto de geração até o destino final.

O veículo coletor pode ser de tração animal ou mecânica, com carroceria convencional ou com compactador.

O sistema adotado em localidades de menor porte é a coleta em veículos sem compactador que podem transportar por viagem até 15 m3 ou 3,7 t, com peso específico igual a 250 kg/m3 (IPT e CEMPRE, 2000). O caminhão compactador é o mais indicado para transporte dos resíduos coletados regularmente, pois além de permitir o transporte de uma quantidade maior de resíduos, reduz o mau cheiro exalado pelo resíduo.

Veículos, tais como, tratores agrícolas, motocicletas ou de tração animal são algumas alternativas para o acesso a áreas restritas aos veículos usuais (como ruas não pavimentadas e vielas de favelas).

Segundo Brasileiro (2004), os custos do transporte de resíduos sólidos podem ser classificados em: fixos e variáveis, da seguinte forma:

Custos fixos

Os custos fixos englobam as despesas que, na prática, não variam com a produtividade da empresa ou com a utilização dos equipamentos. Os custos fixos são divididos em: custos relacionados com a frota, custos relacionados com instalações e equipamentos, custo de mão-de-obra e outros custos fixos.

Custos relacionados com a frota

(31)

Remuneração do capital relacionado com a frota, que visa estabelecer o retorno ou remuneração do capital investido na frota; e

Outros custos relacionados com a frota: seguro dos veículos, seguro obrigatório, IPVA – Impostos sobre Propriedade de Veículos Automotores, licenciamento de veículos, entre outros.

Custos relacionados com instalações e equipamentos

Depreciação;

Remuneração do capital empregado em instalações e equipamentos; Impostos; e

Taxas.

Custos de mão-de-obra

Mão-de-obra direta, diretamente relacionada com a atividade de coleta; e

Mão-de-obra indireta, compreendida pelas atividades administrativas, de apoio e de fiscalização.

Outros custos fixos

Material de escritório; Serviços de terceiros; Uniformes;

Água;

Energia elétrica; Telefone; e Gás.

Custos variáveis

(32)

Custo por quilômetro percorrido

Enquadram-se nessa categoria: combustíveis, óleos lubrificantes, graxas, filtros, conjuntos de rodagem e peças de reposição dos caminhões. É obtido da seguinte forma:

Dividem-se as quantidades dos insumos consumidos por cada veículo, pelo número de quilômetros percorridos;

Multiplica-se o consumo quilométrico pelo preço de cada insumo; e Somam-se os custos quilométricos dos insumos de todos os veículos.

No caso dos pneus, deve-se levar em conta o custo do pneu novo, sua vida útil, as recapagens e respectivas vidas úteis.

No caso das peças de reposição dos caminhões, os valores totais gastos são divididos pelo número total de quilômetros percorridos.

Custo por hora de operação dos veículos

Enquadram-se nessa categoria: lubrificantes, fluído hidráulico consumido pela caçamba e peças que foram substituídas. Esse custo é obtido da seguinte forma:

Dividem-se as quantidades dos insumos consumidos por cada veículo, pelo número de horas de operação;

Multiplicam-se o consumo horário pelo preço de cada insumo; e Somam-se os custos horários dos insumos de todos os veículos.

No caso das peças de reposição das caçambas, dividem-se os valores totais gastos pelo número total de horas operadas.

Ainda, segundo Brasileiro (2004), a avaliação de desempenho do transporte de resíduos sólidos urbanos é realizada através das seguintes medidas: medidas de custo, medidas de produtividade, indicadores de eficiência operacional, indicadores de qualidade e nível de segurança.

(33)

Custo por quilômetro, obtido dividindo-se o custo anual (mensal) total de coleta, incluindo-se os custos fixos, e os variáveis, pela quilometragem total percorrida em um ano (em um mês) pelos veículos;

Custo por tonelada é obtido dividindo-se o custo total de coleta, de um período, pela quantidade total de lixo coletado, em toneladas; e

Custo por pessoa atendida é obtido dividindo-se o custo total de coleta, de um período, pelo número de pessoas atendidas.

Medidas de produtividade

Toneladas coletadas por veículo por turno, indicam quantas toneladas cada veículo, ou grupo de veículos, coleta por turno; e

Quilometragem percorrida na coleta por veículo por turno, indica quantos quilômetros de coleta cada veículo, ou grupo de veículos, percorre por turno.

Indicadores de eficiência operacional

Utilização de veículos

• Velocidade média de coleta: representa a velocidade média do(s)

veículo(s) durante o processo de coleta;

• km coleta/(km de coleta e transporte): indica a razão entre a distância

percorrida na coleta e a distância percorrida na coleta e no transporte até a disposição final (ida e volta). Utiliza-se também, a relação tempo de coleta/tempo de coleta e transporte;

• km coletado/km total: semelhante ao cálculo anterior, considera também

o percurso da garagem até o local e coleta (ida e volta). Utiliza-se inclusive, a relação tempo de coleta/tempo total;

• Tonelagem coletada/capacidade: total coletado pelo(s) veículo(s) e

sua(s) capacidade(s) para determinado número de viagens. Mão-de-obra

• Coletores/(população atendida x 1000): têm-se observado valores de

(34)

• Tonelagem coletada/(turno x coletor): considerando-se turno de 8

horas, nota-se valores entre 2 e 5 para a América Latina e 5 e 8 para os EUA, onde a coleta possui um grau maior de mecanização;

• Mão-de-obra direta/mão-de-obra indireta: expressa a relação entre o

número de funcionários empregados diretamente na coleta e o número de funcionários administrativos e de apoio. Pode-se calcular, também o custo da mão-de-obra direta sobre o custo da mão-de-obra indireta em determinado período.

Manutenção

• Quilometragem média entre quebras: medida para um ou mais veículos,

está relacionada com a eficiência da manutenção preventiva.

• Veículos disponíveis/frota: está relacionada com a eficiência geral da

manutenção.

Indicadores de qualidade

Relação entre população atendida e população total, o ideal é atender 100% da população;

Regularidade: a regularidade pode ser medida como porcentagem das coletas efetuadas no período sobre o total de coletas planejadas; e

Freqüência: no Brasil, adota-se uma freqüência mínima de duas vezes por semana para coleta domiciliar, uma vez por dia para coleta dos serviços de saúde, e até mais de uma vez por dia em locais onde são produzidas grandes quantidades de lixo (centros comerciais) ou locais de turismo e lazer.

Nível de segurança

Quilometragem média entre acidentes com veículos: medida do grau de segurança operacional do(s) veículo(s) pelo(s) motorista(s);

Tempo médio entre acidentes com pessoal: medida do grau de segurança da atividade de coleta; e

(35)

3.7. Disposição Final

A disposição final é a última etapa do sistema de gerenciamento de resíduos sólidos e, também, a mais preocupante porque representa risco ambiental e sanitário.

Existem basicamente três formas de disposição final de resíduos sólidos: lixão, aterro controlado e aterro sanitário.

• Lixão

O lixão é uma forma inadequada de disposição final de resíduos sólidos, que se caracteriza pela simples disposição sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública. O lixão também é denominado de descarga a céu aberto ou vazadouro (IPT e CEMPRE, 2000).

Essa forma de disposição acarreta problemas, tais como a proliferação de vetores de doenças (moscas, mosquitos, baratas, ratos, etc.), a geração de maus odores, a poluição do solo e das águas superficiais e subterrâneas.

A poluição das águas é dada em função da infiltração do chorume (líquido de cor preta, mau cheiroso e de elevado potencial poluidor, produzido pela decomposição da matéria orgânica contida no lixo) e do percolado (gerado a partir da passagem das águas das chuvas pelo aterro, incorporando o chorume da decomposição e dissolvendo elementos do próprio lixo).

(36)

• Aterro controlado

O aterro controlado é uma técnica de disposição de resíduos sólidos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os impactos ambientais. O método consiste no confinamento dos resíduos sólidos, cobrindo-os com uma camada de material inerte (por exemplo, solo) na conclusão de cada jornada de trabalho.

A limitação do método está no fato de que, geralmente, a base não é dotada de impermeabilização (comprometendo a qualidade das águas subterrâneas), e também, não possui tratamento do chorume ou do biogás gerado.

Segundo IPT e CEMPRE (2000), esse método é preferível ao lixão, mas devido aos problemas ambientais que causa e aos seus custos de operação, é de qualidade bastante inferior ao aterro sanitário.

• Aterro sanitário

O conceito de aterro sanitário deve ser entendido como o local onde o lixo deve ser purificado, minimizando o impacto negativo ao meio ambiente.

O aterro sanitário é um processo utilizado para a disposição de resíduos sólidos no solo, particularmente para lixo domiciliar, que é fundamentado em critérios de engenharia e normas operacionais específicas, permitindo uma confinação segura em termos de controle de poluição ambiental e proteção ao meio ambiente (CETESB apud LIMA, 1991).

Os critérios de engenharia fundamentam-se nos projetos de sistemas de drenagem periférica e superficial para afastamento de águas de chuva, de drenagem de fundo para a coleta do percolado drenado, e de drenagem e queima dos gases gerados, durante o processo de estabilização da matéria orgânica.

(37)

problemas sanitários e ambientais ligados ao local para disposição dos resíduos, a avaliação e identificação de áreas para instalação de aterros sanitários deve ser criteriosa.

Segundo Secretaria do Meio Ambiente (1993), os aterros sanitários apresentam a grande vantagem do baixo custo, pois se constituem em uma tecnologia simples e na mais flexível que existe. O custo de implantação normalmente é função do custo do terreno e de algumas obras civis de impermeabilização.

Na fase de identificação e análise, deve-se ter sempre em vista a importância das características dos meios físico, biótico e sócio-econômico da área para instalação do aterro sanitário. Uma área adequada significa menores riscos ao meio ambiente e à saúde pública, mas fundamentalmente, significa menores gastos com preparo, operação e encerramento do aterro.

O Quadro 4 mostra a situação da disposição final dos resíduos sólidos urbanos no Brasil.

Quadro 4: Tipos de destino final do lixo em cada região do Brasil

Unidades de destinação final do lixo

coletado T

o ta l d e M u n ic íp io s L ix ão a c éu ab er to L ix ão e m á re as al ag ad as A te rr o co n tr o la d o A te rr o sa n it ár io A te rr o d e re d u o s es p ec ia is U si n a d e co m p o st ag em U si n a d e re ci cl ag em In ci n er ão

Brasil 8 381 5 993 63 1 868 1 452 810 260 596 325

Norte 512 488 8 44 32 10 1 - 4

Nordeste 2 714 2 538 7 169 134 69 19 28 7

Sudeste 2 846 1 713 36 785 683 483 117 198 210

Sul 1 746 848 11 738 478 219 117 351 101

Centro-Oeste 563 406 1 132 125 29 6 19 3

(38)

4. IMPACTOS AMBIENTAIS E ECONÔMICOS

4.1. Considerações Gerais

O local de disposição de lixo comumente sofre com deficiências de ordem sanitária e ambiental. Estas deficiências constituem uma séria ameaça à saúde pública e ao meio ambiente.

Deficiências de ordem sanitária

As deficiências de ordem sanitária são: fogo, fumaça, odor, vetores de doença, tanto os macro vetores (cachorros, gatos, ratos, urubus, pombos e outros) quanto os micro vetores (moscas, mosquitos, bactérias, fungos e outros).

A presença de vetores constitui uma ameaça direta, pois são transmissores de doenças que podem contaminar o homem. Pode-se destacar, dentre estes, os ratos (causadores de peste bubônica e da leptospirose), as moscas (que podem abrigar agentes transmissores de febre, cólera, tuberculose, lepra, varíola, hepatite, amebíase e teníase), os mosquitos (transmissores de viroses, dengue, febre amarela e malária), as baratas (suspeitas de veicular o vírus da poliomielite) e as aves (mais precisamente os urubus, que são transmissores de toxoplasmose) (BIDONE e POVINELLI, 1999).

Deficiências de ordem ambiental

As deficiências de ordem ambiental são: poluição do ar, poluição das águas superficiais e subterrâneas, poluição do solo, poluição sonora e prejuízo à estética e paisagem local.

(39)

O processo de decomposição de matéria orgânica produz substâncias sulfuradas (H2S), nitrogenadas (NH4) e cloradas, tóxicas e de odor desagradável (CH4)

(BIDONE e POVINELLI, 1999).

Os lixões são comumente afetados pela prática comum de queimadas, gerando problemas com a poluição do ar, através da fumaça.

A poluição das águas subterrâneas e superficiais é função da infiltração do chorume e do percolado. Estes líquidos possuem altas concentrações de matéria orgânica e quando lançados diretamente nos corpos d’água causam sérios danos à vida aquática.

A poluição do solo é gerada pela deposição de metais pesados.

A disposição de resíduos em áreas de restrição ambiental, em locais com solos pouco espessos, permeáveis, e sujeitos aos processos da dinâmica superficial (erosão, escorregamentos, colapsos, etc.) representam grandes riscos ambientais. A declividade apropriada reduz os riscos de processos da dinâmica superficial.

Local para disposição final de resíduos sólidos também causa impacto sonoro à vizinhança.

4.2. Impactos Ambientais

Os impactos ambientais gerados pela disposição final de resíduos sólidos urbanos são: odor permanente, odor na direção do vento, presença de animais (macro vetores), presença de fumaça, presença de insetos (micro vetores), visual bonito e visual feio.

Odor permanente

(40)

Odor na direção do vento

Este impacto é ocasionado pelo mau odor proveniente do local de disposição de resíduos, quando esse é levado através do vento, às residências próximas (em dias esporádicos).

Presença de animais

Este impacto é provocado pela presença de vetores como cachorros, gatos, ratos, urubus, pombos e outros próximos ao local de disposição de resíduos.

Presença de fumaça

A presença de fumaça é ocasionada por queimadas comuns em locais de disposição de resíduos.

Presença de insetos

Este impacto é provocado pela presença de vetores como moscas, mosquitos e outros no entorno do local de disposição de resíduos.

Visual bonito

Local de disposição com aspecto bonito (dotado de cercamento e arborização, por exemplo) causa menor impacto visual.

Visual feio

Local de disposição com aspecto feio causa grande impacto visual ao ambiente.

4.3. Impactos Econômicos

O setor responsável em solucionar o problema ambiental tem como meta evitar o esgotamento das fontes naturais de matérias primas, mitigar a geração de resíduos e, assim, responder as necessidades de sustentabilidade do desenvolvimento (CUNHA e GUERRA, 2002).

(41)

O local de disposição de resíduos, distante da zona urbana, gera maiores gastos com a operação de transportes.

(42)

5. MATERIAL E MÉTODO

5.1. Material

O material utilizado para a realização da pesquisa é um formulário de entrevistas domiciliares, que foi desenvolvido para coletar dados sobre a opinião da população em relação à escolha do local para disposição final de resíduos sólidos urbanos. A Figura 1 apresenta o formulário para entrevistas.

5.2. Método

O método proposto para escolha de áreas para disposição final de resíduos sólidos se baseia no método de Weber e Hasenack (2000), que considera os seguintes critérios: restritivos, físicos e sócio-econômicos.

a) Critérios restritivos

A área a ser selecionada deve encontrar-se dentro dos limites do município. No entanto, em muitos casos, analisar somente áreas pertencentes ao município pode não ser a alternativa mais viável, pois municípios vizinhos podem dispor de áreas mais apropriadas.

Quanto ao zoneamento urbano, o local deve ficar fora da direção de crescimento do município e estar de acordo com a disponibilidade financeira do município.

b) Critérios físicos

(43)

Figura 1: Formulário para entrevistas sobre a opinião da população em relação à escolha do local para disposição final de resíduos sólidos urbanos

1. Que distância você considera ideal para que o aterro sanitário se localize em relação à área urbana? ____________

2. Se a prefeitura tem duas alternativas para depositar o lixo da cidade uma fica próxima da área urbana e a outra bem distante, qual você prefere?

( ) Pagar mais impostos (porque a prefeitura vai gastar mais dinheiro para levar o lixo a uma distância maior), ou;

( ) Que o lixo seja depositado na área, mais próxima de sua residência.

3. Na mesma situação anterior, existe um projeto de valor muito alto, e outro de valor bem menor, o que você prefere?

( ) Que a prefeitura escolha o projeto mais caro e deixe de investir na cidade com a construção de praças, creches, postos de saúde, etc., ou;

( ) Que seja escolhido o projeto mais barato e o dinheiro que sobrar seja investido em outros setores.

4. Que nota você daria para o odor proveniente do local de disposição final? ( ) excelente ( ) ótimo ( ) bom ( ) ruim ( ) péssimo

5. Se este mesmo local citado na pergunta anterior produzisse maus odores somente poucos dias por mês, que nota você daria para ele?

( ) excelente ( ) ótimo ( ) bom ( ) ruim ( ) péssimo

6. Caso existisse presença de fumaça (resultado de queimadas) próximo de sua residência, que nota você daria para ela?

( ) excelente ( ) ótimo ( ) bom ( ) ruim ( ) péssimo

7. Quanto ao aspecto visual do local de disposição final, que nota você daria para ele fosse como esta fotografia? (Esta fotografia está mostrada na Figura 2)

( ) excelente ( ) ótimo ( ) bom ( ) ruim ( ) péssimo

8. E a nota para a pergunta acima, caso fosse como esta fotografia? (Esta fotografia está mostrada na Figura 3)

( ) excelente ( ) ótimo ( ) bom ( ) ruim ( ) péssimo

9. Se você notasse a presença de cães, gatos, urubus ou insetos (por ex. moscas) próximos de sua residência, devido à proximidade do aterro sanitário que nota você daria para isso?

( ) excelente ( ) ótimo ( ) bom ( ) ruim ( ) péssimo

(44)

Figura 2: Local de disposição final com aspecto feio

(45)

• Idealmente, o local deverá apresentar manto de solo homogêneo de 3,0 m de

espessura com coeficiente de permeabilidade de k = 10-6 cm/s;

• Poderá ser considerada aceitável uma distância mínima, entre a base do aterro

e a cota máxima do aqüífero freático, igual a 1,5 m, para um coeficiente de permeabilidade k = 5 x 10-5 cm/s. Ainda, poderá ser exigida uma impermeabilização suplementar, visando maior proteção ao aqüífero freático; e

• Em áreas com predominância de solos com coeficiente de permeabilidade

menores ou iguais a k = 10 -4 cm/s não é recomendada à construção de aterros, mesmo utilizando-se impermeabilizações complementares.

As características desejáveis para o solo a ser utilizado como camada de impermeabilização de base do aterro são: Limite de Liquidez (LL) igual ou superior a 30% e Índice de Plasticidade (IP) igual ou superior a 15% (IPT e CEMPRE, 2000).

CETESB (apud IPT e CEMPRE, 2000) utiliza a distância mínima dos corpos d’água maior do que 200 m como critério de atribuição de peso no cálculo do Índice de Qualidade de Aterros de Resíduos (IQR).

De acordo com IPT e CEMPRE (2000), deve-se também considerar que o local fica fora de áreas de proteção permanente e, encontra-se a uma distância mínima da zona urbana de 5,0 km.

Quanto à declividade do terreno, estabelece-se que:

• 3 % ≤ declividade ≤ 20 % – adequada;

• 20 % < declividade ≤ 30 % – possível; e

• declividade < 3 % ou declividade > 30 % – não recomendada.

(46)

c) Critérios sócio-econômicos

Quanto aos critérios sócio-econômicos, as recomendações são as seguintes:

• Uso e ocupação do solo - preferência por áreas devolutas ou pouco utilizadas;

• Odores, fumaça e poeira - fora da direção predominante dos ventos;

• Impacto visual - a fim de evitar impacto negativo, devem-se executar obras de

isolamento e proteção (valas, diques de terra, cercas e arborização no entorno da área), impedindo também a entrada de pessoas e animais;

• Proliferação de vetores - constitui uma ameaça direta, pois são transmissores

de doenças que podem contaminar o homem;

• Custos de implantação - a área mais adequada é aquela que apresenta

menores gastos com a aquisição do terreno, com obras de infra-estrutura e que apresente o projeto menos complexo; e

• Custos de operação - vias de acesso em bom estado de conservação e menor

distância possível da zona urbana geradora de resíduos, objetivando redução de custos.

O método proposto por este trabalho para avaliação de áreas para disposição final de resíduos sólidos urbanos considera que:

• Os critérios restritivos sejam respeitados;

• Os valores mínimos e máximos dos critérios físicos sejam atendidos; e

• Os critérios sócio-econômicos sejam analisados.

(47)

6. PARÂMETRO PROPOSTO PARA AVALIAÇÃO DE ÁREAS PARA DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

O parâmetro proposto para avaliação de áreas para disposição final de resíduos sólidos é o Índice de Qualidade (IQ). O índice de Qualidade determina um valor que indica a relação entre a eficiência (produtividade) e a eficácia (qualidade) da área. Esta relação demonstra a funcionalidade da área para a disposição de resíduos sólidos, em contrapartida à intensidade dos impactos ambientais gerados pela ocupação do solo. O índice de Qualidade é proposto através da Equação 1.

IAE CF

IQ= (1)

Onde:

IQ – Índice de Qualidade

CF – Critérios Funcionais; e

IAE– Impactos Ambientais e Econômicos.

Se IQ < 1 → a área gera mais impacto e é menos funcional.

Se IQ = 1 → a área gera impacto na mesma intensidade em que é funcional. Se IQ >1 → a área é mais funcional e gera menos impacto.

6.1. Critérios Funcionais

Os critérios funcionais medem a funcionalidade da área, que é a capacidade para disposição de resíduos sólidos. O somatório dos critérios funcionais indica a eficiência da área para disposição de resíduos. Os critérios funcionais considerados no cálculo da produtividade de uma área são apresentados através da Equação 2.

UT SH

ZU CA BA PS DT

AT C C D D D E IP LL V

C

(48)

Onde:

CF – Critérios Funcionais;

CAT – Custo de aquisição do terreno (R$/m2);

CDT – Coeficiente de declividade do terreno (%);

CPS – Coeficiente de permeabilidade do solo (cm/s);

DBA – Distância entre a base do terreno e a cota máxima do aqüífero freático (m);

DCA – Distância do corpo d’água mais próximo (m);

DZU – Distância da zona urbana (km);

ESH – Espessura de solo homogêneo (m);

IP – Índice de plasticidade (%);

LL – Limite de Liquidez (%); e

VUT – Vida útil do terreno.

a) Custo de aquisição do terreno (CAT)

O valor do custo de aquisição do terreno deve ser comparado ao valor de mercado do solo urbano. A pontuação desta variável será inserida no cálculo do somatório dos critérios funcionais.

A pontuação desta variável é obtida no Quadro 5, analisando a porcentagem do valor do custo de aquisição do terreno em relação ao valor de mercado do solo urbano.

Quadro 5: Pontuação do custo de aquisição do terreno

VALOR PONTOS

Igual ao mercado 10

20% maior 9

30% maior 8

40% maior 7

50% maior 6

60% maior 5

70% maior 4

80% maior 3

90% maior 2

(49)

b) Coeficiente de declividade do terreno (CDT)

O valor do coeficiente de declividade do terreno deve ser analisado em relação ao intervalo especificado por IPT e CEMPRE (2000) (3% ≤ α ≤ 30%). A pontuação desta variável será inserida no cálculo do somatório dos critérios funcionais.

A pontuação desta variável é obtida no Quadro 6, analisando a porcentagem do valor do coeficiente de declividade do terreno em relação ao valor máximo do intervalo (30%) especificado por IPT e CEMPRE (2000).

Quadro 6: Pontuação do coeficiente de declividade do terreno, e do coeficiente de permeabilidade do solo

VALOR PONTOS

Igual ao máximo 1

20% menor 2

30% menor 3

40% menor 4

50% menor 5

60% menor 6

70% menor 7

80% menor 8

90% menor 9

100% menor 10

c) Coeficiente de permeabilidade do solo (CPS)

O valor do coeficiente de permeabilidade do solo deve ser comparado ao valor máximo (k=10-4 cm/s) especificado por IPT e CEMPRE (2000). A pontuação desta

variável será inserida no cálculo do somatório dos critérios funcionais.

(50)

d) Distância entre a base do aterro e a cota máxima do aqüífero freático (DBA)

O valor da distância entre a base do aterro e a cota máxima do aqüífero freático deve ser comparado ao valor mínimo (1,5 m) especificado por IPT e CEMPRE (2000). A pontuação desta variável será inserida no cálculo do somatório dos critérios funcionais.

A pontuação desta variável é obtida no Quadro 7, analisando a porcentagem do valor da distância do corpo d’água mais próximo em relação ao valor mínimo especificado por IPT e CEMPRE (2000).

Quadro 7: Pontuação da distância entre a base do aterro e a cota máxima do aqüífero freático, da distância do corpo d’água mais próximo, da distância da zona urbana, da espessura de solo homogêneo, do índice de plasticidade, do limite de liquidez, e da vida útil do terreno

VALOR PONTOS

Igual ao mínimo 1

20% maior 2

30% maior 3

40% maior 4

50% maior 5

60% maior 6

70% maior 7

80% maior 8

90% maior 9

100% maior 10

e) Distância do corpo d’água mais próximo (DCA)

(51)

A pontuação desta variável é obtida no Quadro 7, analisando a porcentagem do valor da distância do corpo d’água mais próximo em relação ao valor mínimo especificado por IPT e CEMPRE (2000).

f) Distância da zona urbana (DZU)

O valor da distância da zona urbana deve ser comparado ao valor mínimo (5 km) especificado por IPT e CEMPRE (2000). A pontuação desta variável será inserida no cálculo do somatório dos critérios funcionais.

A pontuação desta variável é obtida no Quadro 7, analisando a porcentagem do valor da distância da zona urbana em relação ao valor mínimo especificado por IPT e CEMPRE (2000).

g) Espessura de solo homogêneo (ESH)

O valor da espessura de solo homogêneo deve ser comparado ao valor mínimo (3 m) especificado por IPT e CEMPRE (2000). A pontuação desta variável será inserida no cálculo do somatório dos critérios funcionais.

A pontuação desta variável é obtida no Quadro 7, analisando a porcentagem do valor da espessura de solo homogêneo em relação ao valor mínimo especificado por IPT e CEMPRE (2000).

h) Índice de Plasticidade (IP)

O valor do índice de plasticidade deve ser comparado ao valor mínimo (15%) especificado por IPT e CEMPRE (2000). A pontuação desta variável será inserida no cálculo do somatório dos critérios funcionais.

(52)

i) Limite de Liquidez (LL)

O valor do limite de liquidez deve ser comparado ao valor mínimo (30%) especificado por IPT e CEMPRE (2000). A pontuação desta variável será inserida no cálculo do somatório dos critérios funcionais.

A pontuação desta variável é obtida no Quadro 7, analisando a porcentagem do valor do limite de liquidez em relação ao valor mínimo especificado por IPT e CEMPRE (2000).

j) Vida útil do terreno (VUT)

O valor da vida útil do terreno deve ser comparado ao valor mínimo (10 anos) especificado por IPT e CEMPRE (2000). A pontuação desta variável será inserida no cálculo do somatório dos critérios funcionais.

A pontuação desta variável é obtida no Quadro 7, analisando a porcentagem do valor da vida útil do terreno em relação ao valor mínimo especificado por IPT e CEMPRE (2000).

6.2. Impactos Ambientais e Econômicos

Os impactos ambientais e econômicos medem a intensidade dos impactos gerados pela área, segundo a opinião da população local, que é identificada através de entrevista domiciliar.

O somatório dos impactos ambientais e econômicos indica a eficácia da área, que é a qualidade de realizar o serviço de disposição final dos resíduos sólidos, provocando os menores danos possíveis.

(53)

F B I AI DV P ZU T

I C D O O P P V V

C

IAE= + + + + + + + + (3)

Onde:

IAE – Impactos ambientais e econômicos;

CI – Custos de Investimento (R$);

CT – Custos de transporte (R$);

DZU – Distância da zona urbana (km);

OP – Odor permanente;

ODV – Odor na direção do vento;

PAI – Presença de animais e insetos;

PF – Presença de fumaça;

PI – Presença de insetos;

VB – Visual bonito; e

VF – Visual feio.

a) Custos de investimento (Ci)

A questão sobre os custos de investimento, na entrevista domiciliar, deve apresentar duas alternativas: (1) investimento alto na disposição de resíduos em detrimento de outros setores; e (2) investimento baixo na disposição de resíduos, com maiores investimentos em outros setores.

O impacto causado pelos custos de investimento é referente à alternativa de investimento alto na disposição de resíduos.

(54)

Quadro 8: Pontuação dos custos de investimento e dos custos de transporte

IMPACTO (%) PONTOS

10 1

20 2

30 3

40 4

50 5

60 6

70 7

80 8

90 9

100 10

b) Custos de transporte (CT)

A questão sobre os custos de transporte, na entrevista domiciliar, deve apresentar duas alternativas: (1) pagar mais imposto para o local de disposição final ficar longe da área urbana, aumentando os custos de transporte; e (2) pagar menos imposto para o local de disposição final ficar próximo da área urbana, diminuindo os custos de transporte.

O impacto causado pelos custos de transporte é referente à alternativa de pagar mais imposto para o local de disposição final ficar longe da área urbana.

A pontuação desta variável é obtida no Quadro 8, em relação à porcentagem média das classes econômicas da população com opinião sobre esse impacto.

c) Distância da zona urbana (DZU)

(55)

A pontuação desta variável é obtida no Quadro 9, em relação ao valor de distância que apresentar o maior valor médio das classes sociais da população com opinião sobre esse impacto.

Quadro 9: Pontuação da distância entre o local de disposição final e a zona urbana

DZU (km) PONTOS

1 1

2 2

3 3

4 4

5 5

6 6

7 7

8 8

9 9

10 10

d) Odor permanente (OP)

A questão sobre o odor permanente, na entrevista domiciliar, deve apresentar cinco alternativas: excelente, ótimo, bom, ruim e péssimo.

A pontuação desta variável é obtida no Quadro 10, em relação à opinião que apresentar o maior valor médio das classes sociais da população sobre esse impacto.

Quadro 10: Pontuação do odor permanente, do odor na direção do vento, da presença de animais e insetos, da presença de fumaça, da presença de insetos, do visual bonito, e do visual feio

ALTERNATIVAS PONTOS

Excelente 1 – 2

Ótimo 3 – 4

Bom 5 – 6

Ruim 7 – 8

Imagem

Figura 2: Local de disposição final com aspecto feio
Figura 4a: Classe A  Figura 4b: Classe B  Figura 4c: Classe C  Figura 4d: Classe D  Figura 4e: Classe E
Figura 5a: Classe A  Figura 5b: Classe B  Figura 5c: Classe C  Figura 5d: Classe D  Figura 5e: Classe E
Figura 6a: Classe A  Figura 6b: Classe B  Figura 6c: Classe C  Figura 6d: Classe D  Figura 6e: Classe E
+7

Referências

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