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2 WRUFHGRU FRPR FOLHQWH XPD VROXomR
'LUHWRU ([HFXWLYR 'LUHWRU 7pFQLFR 'LUHWRU GH &RQWUROH 9LFH'LUHWRU GH 3URMHWRV 9LFH'LUHWRU GH (VWUDWpJLD H 0HUFDGR (GLWRU&KHIH &RRUGHQDGRU (GLWRULDO &RRUGHQDGRUD GH &RPXQLFDomR 'HVLJQHU $VVLVWHQWH $QDOLVWD GH &RPXQLFDomR (VWDJLiULD GH &RPXQLFDomR -RUQDOLVWD 5HVSRQViYHO 5HYLVRUDV /LQJXtVWLFDV 7UDGXWRUD &RSLGHVTXH 3URMHWR *UiÀFR ,PSUHVVmR 7LUDJHP )RWRV 6HGH
3ULPHLUR 3UHVLGHQWH )XQGDGRU
3UHVLGHQWH
9LFH3UHVLGHQWHV
Carlos Ivan Simonsen Leal
Sergio Franklin Quint ella, Francisco Oswaldo Neves Dornelles e Marcos Cint ra Cavalcant e de Albuquerque
Armando Klabin, Carlos Albert o Pires de Carvalho e Albuquerque, Ernane Galvêas, José Luiz Miranda, Lindolpho de Carvalho Dias, Manoel Pio Correa Júnior, Marcílio Marques Moreira e Robert o Paulo Cezar de Andrade
Alf redo Américo de Souza Rangel, Ant onio Mont eiro de Cast ro Filho, Crist iano Buarque Franco Net o, Eduardo Bapt ist a Vianna, Jacob Palis Júnior, José Ermírio de Moraes Net o, José Julio de Almeida Senna, Marcelo José Basílio de Souza Marinho e Nest or Jost
3UHVLGHQWH
9LFH3UHVLGHQWHV
9RJDLV
6XSOHQWHV
Carlos Albert o Lenz César Prot ásio
João Alf redo Dias Lins (Klabin Irmãos e Cia)
Alexandre Koch Torres de Assis, Angélica Moreira da Silva (Federação Brasileira de Bancos), Carlos Moacyr Gomes de Almeida, Celso Bat alha (Publicis Brasil Comunicação Lt da), Dant e Let t i (Souza Cruz S.A), Edmundo Penna Barbosa da Silva, Heit or Chagas de Oliveira, Hélio Ribeiro Duart e (HSBC Invest ment Bank Brasil S.A - Banco de Invest iment o), Jorge Gerdau Johannpet er (Gerdau S.A), Lázaro de Mello Brandão (Banco Bradesco S.A), Luiz Chor (Chozil Engenharia Lt da), Marcelo Serf at y, Marcio João de Andrade Fort es, Mauro Sérgio da Silva Cabral (IRB-Brasil Resseguros S.A), Raul Calf at (Vot orant im Part icipações S.A), Romeo de Figueiredo Temporal (Est ado da Bahia), Ronaldo Mendonça Vilela (Sindicat o das Empresas de Seguros Privados, de Capit alização e de Resseguros no Est ado do Rio de Janeiro e do Espírit o Sant o) e Sérgio Ribeiro da Cost a Werlang
Aldo Floris (Brascan Brasil Lt da), Gilbert o Duart e Prado, Luiz Robert o Nasciment o Silva, Ney Coe de Oliveira, Nilson Teixeira (Banco de Invest iment os Crédit Suisse S.A), Olavo Mont eiro de Carvalho (Mont eiro Aranha Part icipações S.A), Pat rick de Larragoit i Lucas (Sul América Companhia Nacional de Seguros), Pedro Aguiar de Freit as (Cia. Vale do Rio Doce), Pedro Henrique Mariani Bit t encourt (Banco BBM S.A), Rui Barret o (Caf é Solúvel Brasília S.A) e Sérgio Lins Andrade (Andrade Gut ierrez S.A) 3UHVLGHQWH
9LFH3UHVLGHQWH
9RJDLV
6XSOHQWHV
QHFHVVDULDPHQWH D RSLQLmR GD )*9
Cesar Cunha Campos Ricardo Simonsen Ant ônio Carlos Kf ouri Aidar Francisco Eduardo Torres de Sá Sidnei Gonzalez
Sidnei Gonzalez Carlos August o Cost a Melina Bandeira Maria João Pessoa Macedo Teresa Borges Raphaela Aquino Mariana Meireles
Gabriela Cost a e Pet ruska Perrut Elvyn Marshall
Gabriela Cost a
Dulado Design | www.dulado.com.br Gráfica Nova Brasileira
4.000 exemplares
www.shut t erst ock.com | Flavio Russo | Dirk von Nayhauss
Praia de Bot af ogo, 190, Rio de Janeiro – RJ, CEP 22250-900 ou Caixa Post al 62.591 CEP 22257-970, Tel (21) 3799-5498, www.f gv.br
Luiz Simões Lopes
Carlos Ivan Simonsen Leal
Sergio Franklin Quint ella, Francisco Oswaldo Neves Dornelles e Marcos Cint ra Cavalcant e de Albuquerque
&216(/+2
&85$'25
&216(/+2
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0 8
Fut ebol, um negócio que move paixões
0LQLVWUR 2UODQGR 6LOYD
O t orcedor como client e: uma solução para
aument ar a receit a dos clubes brasileiros
$QW{QLR &DUORV .IRXUL $LGDU
24
A import ância do f ut ebol na economia brasileira
)HUQDQGR %OXPHQVFKHLQ H 5DIDHO .DXIPDQQ 1HGDO
38
)UDQ] %HFNHQEDXHU
10
Copa 2014 e clubes de f ut ebol no Brasil
&HOVR *UHOOHW
Fut ebol e brasilidade: o papel do Est ado Nacional na
const rução do imaginário acerca da seleção brasileira
&DUORV (GXDUGR 6DUPHQWR
A Copa do Mundo e o f ut ebol brasileiro
3HGUR 7UHQJRXVH /DLJQLHU GH 6RX]D
53
57
63
Arenas da Copa 2014: o desafio da viabilidade
dos invest iment os
/XL] 6RXWR H 5RGROIR 7RUUHV
44
30
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C A D E R N O S F G V P R O J E T O S : F U T E B O L E D E S
Brasil é considerado celeiro de craques e
t alent os quando o t ema é f ut ebol. Não
exis-t e debaexis-t e sem que o assunexis-t o sej a exis-t raexis-t ado calorosament e, uma verdadeira paixão nacional. Cont
u-do, ainda somos f rágeis em nosso modelo de gest ão e de
negócios nest e segment o. Quando comparado a out ros
países, especialment e os europeus, verificamos a imensa
dist ância ent re os modelos adot ados. O mercado do f u-t ebol movimenu-t a anualmenu-t e grandes somas de recursos
e influencia diversos set ores de nossa economia, cont
ri-buindo f ort ement e para a produção nacional e geração
de renda e emprego para muit os brasileiros. É preciso
invest iment o em novos modelos de gest ão, capazes de t ransf ormar e profissionalizar o set or, t orná-lo at rat ivo
e eficient e.
Est a edição do Cadernos FGV Proj et os cont a
com o pref ácio de Edson Arant es do Nasciment o, nosso
Pelé, e t ambém com uma ent revist a inédit a com Franz Beckenbauer, um dos maiores craques europeus, que
hoj e se dedica à gest ão do f ut ebol. Para abordar os t
e-mas em paut a, incluímos nest a edição variados aspect os
do f ut ebol como negócio e seu impact o no
desenvolvi-ment o econômico e social brasileiro como o art igo do Minist ro do Esport e, Orlando Silva, que t rat a do proj et o
da Secret aria Nacional do Fut ebol, em t ramit ação, para
a promoção e f ort aleciment o econômico do f ut ebol e
incent ivo a uma cult ura de respeit o aos direit os do t
or-cedor. O prof essor Ant ônio Carlos Aidar indica algumas medidas que podem ser adot adas para que os clubes
bra-sileiros aument em sua receit a, e o prof essor Fernando
Blumenschein e o especialist a Raf ael Kauf mann f azem
uma análise econômica do f ut ebol a part ir da
compreen-são da cadeia produt iva do set or.
t ivas que vão além da organização de j ogos de f ut ebol,conf orme cit ado pelos execut ivos do BNDES Luiz Sout o
e Rodolf o Torres. Em out ro art igo, Celso Grellet ressalt a a import ância da excelência na administ ração dos
clu-bes brasileiros; o prof essor Carlos Eduardo Sarment o
co-ment a sobre a cont ribuição dos gest ores públicos para a
const rução de um ideal de nacionalidade acerca da
se-leção brasileira e Pedro Trengrousefinaliza est e Caderno discut indo a necessidade de uma ação coordenada ent re
as esf eras públicas e privadas na definição de est rat
é-gias e invest iment os capazes de pot encializar o event o e
seu legado.
A Copa do Mundo 2014 é um excelent e moment o para est imularmos o debat e no Brasil acerca do modelo
de gest ão adot ado no segment o do f ut ebol. A expect
a-t iva é de que o número de a-t elespeca-t adores dos j ogos da
Copa sej a de 40 bilhões, em 240 países, oport unidade
única para t ornarmos o Brasil uma vit rine mundial. Paí-ses como Alemanha e México j á souberam aproveit ar os
benef ícios que uma Copa do Mundo pode t razer ao país,
maximizando-os e valorizando o import ant e legado
dei-xado por um event o desse port e. A Áf rica do Sul agora
enf rent a o desafio de sediar uma Copa, se preparando com invest iment os em inf raest rut ura, est ádios,
comuncação, segurança e desenvolviment o esport ivo, invest
i-ment os ainda inf eriores aos programados para o Brasil
sediar a Copa 2014.
Esperamos que est a publicação cont ribua para o enriqueciment o do debat e nacional acerca do t ema e
das perspect ivas como at ividade de grande impact o no
desenvolviment o econômico-social, além de ressalt ar os
desafios por vir com a responsabilidade de sediarmos
no-vament e uma Copa em um país mais f ort e e cert ament e
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Após 64 anos, o Brasil sediará novament e, em 2014, a
vigésima Copa do Mundo de Fut ebol. O event o f oi
reali-zado no país pela primeira vez em 1950. Desde ent ão, a
América Lat ina sediou o t orneio por t rês vezes: duas no
México, em 1970 e 1986, e uma na Argent ina, em 1978. É uma boa oport unidade para olharmos o desenvolviment o
do f ut ebol brasileiro no período, mas acima de t udo t
en-t armos planej ar os próximos en-t empos.
O f ut ebol mudou bast ant e nesse período, not
a-dament e nos últ imos vint e anos. Para além de sua carac-t eríscarac-t ica eminencarac-t emencarac-t e esporcarac-t iva, carac-t ornou-se carac-t ambém
um grande negócio, gerador de receit as e despesas
vul-t osas, influenciando vários set ores ligados a ele.
Os valores prat icados hoj e no f ut ebol,
compa-rados aos dos anos 50, most ram um cresciment o t alvez não encont rado em nenhuma out ra at ividade
econômi-ca. Essa mudança alt erou de f orma significat iva a gest ão
do f ut ebol no mundo t odo. No Brasil, precisamos est ar
preparados para essa t ransf ormação.
O f ut ebol brasileiro, durant e esse período, ven-ceu cinco Copas do Mundo, t ornou-se respeit ado, f oi
reconhecido como celeiro de craques e f ez o Brasil ser
reconhecido int ernacionalment e como o país do f ut ebol.
O esport e t ornou-se pat rimônio nacional e, j unt o com
nossa música popular, expoent e de admiração mundial. Mas como est amos hoj e? Nossos at let as cont
inu-am em alt a e vários são apont ados como os melhores
do mundo. Os invest iment os na f ormação de base, uma
necessidade cont ínua, t êm sido cada vez maiores, em
virt ude dos ret ornosfinanceiros esperados pelo reconhe-ciment o do mercado brasileiro.
Nossos clubes, por out ro lado, não conseguiram
acompanhar na mesma proporção as mudanças
no mundo do f ut ebol. Criados como ent idades
sem fins lucrat ivos, cuj o obj et ivo era a disput a de campeonat os, os clubes est ão se def ront ando
com um mundo novo, o qual, para alcançar boa
per-f ormance esport iva, precisa de inst rument os de gest ão
ut ilizados em empresas, cuj os obj et ivos são t ot alment e
dif erent es dos de um clube de f ut ebol.
A realização da Copa do Mundo no Brasil
pode-rá ser a oport unidade de ouro para alt erar a gest ão de
nossos clubes. Para se adapt ar às exigências da FIFA, o
Brasil precisou, dent re out ras medidas, compromet
er-se a modernizar er-seus est ádios, visando principalment e ao conf ort o e à segurança do t orcedor, hoj e
considera-do um client e considera-do f ut ebol, um conceit o que dif ere t
o-t almeno-t e daquele a que se eso-t ava acoso-t umado. Agora,
como client e, t ende a exigir cada vez mais. Os clubes
brasileiros, que enf rent am desvant agens quando com-parados a clubes de cent ros economicament e mais f
or-t es, precisarão se reciclar e adoor-t ar méor-t odos de gesor-t ão
modernos, para que essa dif erença diminua.
As mudanças que agora começam a ser
imple-ment adas deverão t er na Copa 2014 sua mais f ort e inspiração. Os clubes que melhor se adapt arem aos
modernos mét odos de gest ão serão os que acabarão
apresent ando as melhores SHUIRUPDQFHV desport ivas.
Essa é a principal mudança no período, e o clube que
não a perceber t enderá ao f racasso. Os grandes clubes brasileiros f oram f ormados de maneira espont ânea. No
ent ant o, para se mant erem grandes no novo mundo do
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Nest a ent revist a ao Cadernos FGV
Proj et os, Beckenbauer compart ilha sua experiência como president e do Comit ê
Organizador da Copa do Mundo de 2006,
revelando qual o papel do Comit ê para o
sucesso de uma Copa do Mundo, como a
Alemanha usuf ruiu da oport unidade de sediar o event o e qual f oi o legado
deixa-do pela Copa de 2006 para o país. Indica
t ambém iniciat ivas para que os est ádios
possam desenvolver-se como cent ros
ge-radores de receit as e como o Brasil pode t irar o melhor proveit o da oport unidade
de sediar um event o dest a magnit ude.
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,Q WKLV LQWHUYLHZ IRU &DGHUQRV )*9 3UR MHWRV %HFNHQEDXHU VKDUHV KLV H[SHULHQFH DV SUHVLGHQW RI WKH :RUOG &XS 2U JDQL]LQJ &RPPLWWHH H[SODLQV LWV UROH LQ WKH VXFFHVV RI D :RUOG &XS KRZ *HUPD Q\ VHL]HG WKH RSSRUWXQLW\ DV KRVW RI WKH HYHQW DQG ZKDW WKH :RUOG &XS OHIW DV OHJDF\ WR WKH FRXQWU\ +H DOVR VXJJHVWV SURMHFWV IRU GHYHORSLQJ VWDGLXPV LQWR UHYHQXHJHQHUDWLQJ FHQWHUV DQG KRZ %UD ]LO FDQ WDNH WKH EHVW DGYDQWDJH RI KRVWLQJ DQ HYHQW RI WKLV PDJQLWXGH
)UDQ] %HFNHQEDXHU ZDV \HDUV ROG ZKHQ
KH EHJDQ KLV VRFFHU FDUHHU +H ZDV ZRUOG
FKDPSLRQ DV SOD\HU DQG FRDFK LQ DQG UHVSHFWLYHO\ +H ZRQ WKH &KDPSLRQV
&XS LQ DQG DQG FKDLUHG
WKH RUJDQL]LQJ FRPPLWWHH IRU WKH
:RUOG &XS LQ *HUPDQ\ &XUUHQWO\ KH LV WKH
SUHVLGHQW RI %D\HUQ 0XQLFK
.&6 #&3.
Franz Beckenbauer iniciou sua carreira no
f ut ebol aos 14 anos. Foi campeão do mundo
como j ogador e como t écnico: em 1974 e
1990, respect ivament e, vencedor na Copa
dos Campeões em 1974, 1975 e 1976 e
pre-sident e do Comit ê Organizador da Copa do
Mundo de 2006, na Alemanha. At ualment e é
president e do Bayern Munique.
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)*9 352-(726 7HQGR SDUWLFLSDGR GH &RSDV GR 0XQGR FRPR MRJDGRU WpFQLFR H SUH VLGHQWH GR &RPLWr 2UJDQL]DGRU GD &RSD GH TXDO VHULD HP VXD RSQLmR R SDSHO GR &RPLWr 2UJDQL]DGRU SDUD R VXFHVVR GH XPD &RSD GR 0XQGR"
)UDQ] %HFNHQEDXHU- Em uma Copa do Mundo, é nat ural que um Comit ê Organizador
Local (COL) t enha de corresponder, em primeiro lugar, às deliberações e exigências
t écnicas est ipuladas pela FIFA para o Mundial, para que um event o dest a nat ureza possa
ser realizado sem t ranst ornos. O COL, no ent ant o, t ambém deveria exigir de si mesmo
que a Copa do Mundo a ser realizada em seu país t enha o seu próprio e inconf undível
carát er. Em 2006, nosso obj et ivo era gerar um ambient e no qual est e megaevent o pudesse t ranscorrer com ânimo, humor e alegria. Todos os grupos sociais import ant es,
incluindo os part idos polít icos e, a população em geral est avam conscient es do f at o
de que a realização da Copa do Mundo de 2006 era um present e que não poderia ser
mais bonit o e encant ador, e que uma chance dessas, de poder passar para o mundo
est a imagem posit iva do nosso país, não se repet iria durant e os próximos 50 anos. Por essa razão, o papel mais import ant e para o nosso COL f oi realizar a Copa da Alemanha
como se f osse um enorme proj et o comunit ário. Quero dizer com isso, que em 2006 nós,
alemães, éramos t odos anfit riões.
)*9 352-(726 +DYLQJ SDUWLFLSDWHG LQ :RUOG &XSV DV SOD\HU FRDFK DQG DV SUHVL GHQW RI WKH :RUOG &XS RUJDQL]LQJ FRPPLWWHH ZKDW ZRXOG \RX VD\ DERXW WKH UROH RI WKH RUJDQL]LQJ FRPPLWWHH LQ HQVXULQJ D VXFFHVVIXO :RUOG &XS"
C A D E R N O S F G V P R O J E T O S : F U T E B O L E D E S
)*9 352-(726 4XDLV VmR DV SULQFLSDLV REULJDo}HV
GR &RPLWr"
)UDQ] %HFNHQEDXHU- A t aref a cent ral do COL se compõe
de cent enas de et apas det alhadas. Em geral, o COL t em
de providenciar que as condições gerais, que f oram
cria-das durant e o longo período de preparação do event o,
t ambém f uncionem durant e a sua realização. Na
bilhe-t eria e nos conbilhe-t roles de acesso aos esbilhe-t ádios, por exem-plo, no t ransport e e na hospedagem das seleções, na
segurança, no at endiment o aos convidados de honra et c.
Além disso, o COL t em de saber, t ransmit ir e comunicar
que um megaevent o desse t ipo represent a uma
campa-nha de imagem impagável para o país e seu povo, pelo qual est e possa apresent ar-se como excelent e localidade
para serviços e negócios, com alt a produt ividade e efi
ci-ência. Nest e aspect o, o carinho e a at enção dispensados
aos t orcedores vindos de t odo o mundo assumem um
pa-pel import ant íssimo. Em conj unt o com os t orcedores na-cionais, eles devem criar aquele ambient e dist int o, que
f az com que uma Copa do Mundo sej a um event o
excep-cional e inesquecível. Por essa razão, em 2006, t ent amos
assegurar, mediant e ampla of ert a de programas sociais e
cult urais, que os t orcedores cont ribuíssem para que est e
f est ival mundial do f ut ebol passasse a ser um f est ival mundial do encont ro e do convívio. Nas diversas viagens
ao ext erior que cont inuament e f aço, f requent ement e
recebo um ret orno posit ivo em relação à Copa de 2006;
ent ão, é const at ado o quão bem-vindos os nossos visit
an-t es e convidados se senan-t iram, e o quão alegre e pacífico t inha sido o ambient e geral do event o.
)*9 352-(726 :KDW DUH WKH &RPPLWWHHV PDLQ UHVSRQVLELOLWLHV"
)UDQ] %HFNHQEDXHU²+XQGUHGV RI GHWDLOV DUH FRPSULVHG LQ WKH /2&·V PDLQ WDVN ,Q JHQHUDO WKH /2& KDV WR PDNH VXUH WKDW WKH JHQHUDO FRQGLWLRQV FUHDWHG GXULQJ WKH HYHQW·V ORQJ SUHSDUDWLRQ SHULRG ZLOO DOVR KROG WKURXJK RXW WKH HYHQW LWVHOI ² ZKHWKHU IRU H[DPSOH DW WKH %R[ 2IÀFH WKH DFFHVV FRQWUROV DW WKH VWDGLXPV WKH WUDQVSRUWDWLRQ DQG KRXVLQJ RI WKH WHDPV WKH VHFXULW\ WKH VROHPQLWLHV DQG FDUH IRU WKH JXHVWV RI KRQRU HWF ,Q DGGLWLRQ WKH /2& KDV WR NQRZ FRQYH\ DQG FRPPXQL FDWH WKDW D PHJD HYHQW VXFK DV WKLV LV D SULFH OHVV LPDJH ERRVWHU IRU WKH FRXQWU\ DQG LWV SHRSOH WKURXJK ZKLFK LW FDQ SUHVHQW LWVHOI DV DQ H[FHOOHQW SODFH IRU VHUYLFHV DQG EXVL QHVVHV ZLWK KLJK SURGXFWLYLW\ DQG HIÀFLHQF\ ,Q WKLV VHQVH WKH FDUH DQG DWWHQWLRQ IRU WKH IDQV ZKR FRPH IURP DOO RYHU WKH ZRUOG EH FRPHV H[WUHPHO\ LPSRUWDQW 7RJHWKHU ZLWK WKH ORFDO IDQV WKH\ PXVW FUHDWH WKDW GLVWLQFW DWPRVSKHUH WKDW PDNHV WKH :RUOG &XS VXFK D XQLTXH DQG XQIRUJHWWDEOH HYHQW 7KDW·V ZK\ LQ WKURXJK D EURDG UDQJH RI VR FLDO DQG FXOWXUDO SURJUDPV ZH WULHG WR PDNH VXUH WKDW WKH IDQV FRQWULEXWHG WR PDNLQJ WKLV ZRUOG VRFFHU IHVWLYDO LQWR D JOREDO IHVWLYDO RI HQFRXQWHUV DQG FRQYLYLDOLW\ ,Q P\ YDULRXV WULSV DEURDG , FRQWLQXH WR UHFHLYH SRVLWLYH IHHGEDFN DERXW WKH ZRUOG FXS FRQÀUP LQJ KRZ ZHOO UHFHLYHG RXU YLVLWRUV DQG JXHVWV IHOW DQG KRZ KDSS\ DQG SHDFHIXO WKH JHQHUDO
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)*9 352-(726 2 TXH VLJQLÀFDUDP DV &RSDV GH H GH SDUD D $OHPDQKD" 4XDLV DV SULQFLSDLV GLIH UHQoDV TXDQWR j RUJDQL]DomR FDSWDomR GH UHFXUVRV H UHDOL]DomR"
)UDQ] %HFNHQEDXHU- Ambos os event os represent aram
uma grande chance, para a Alemanha, de apresent
ar-se de f orma muit o posit iva. Especialment e para o nosso
f ut ebol, o aprimorament o da inf raest rut ura e a
moder-nização das condições gerais, por exemplo, no que diz respeit o aos est ádios, significaram possibilidades
consi-deráveis para o próprio desenvolviment o. Na área t
éc-nica, a dif erença ent re 1974 e 2006 j á se dest aca pela
quant idade de j ogos. No ano de 1974, havia 34 j ogos em
nove est ádios com uma média de 47.400 espect adores, enquant o em 2006 uma média de 53.000 espect adores
assist iu a 64 j ogos em doze est ádios. Em 1974, um t ot al
de 3.500 j ornalist as relat ou sobre a Copa do Mundo; em
2006, j á havia 21.000 j ornalist as credenciados. Em 1974,
o COL t inha 67 f uncionários; durant e a f asefinal da Copa de 2006, o COL empregava 279 f uncionários. O que mais
se dist inguiu da Copa de 1974 f oram os novos t elões e
as f est as para os t orcedores, das quais part iciparam 18
milhões de visit ant es, medida que criou a condição mais
import ant e para que a Copa de 2006 pudesse se t ornar a t ão esperada grande experiência comunit ária. A maior e
mais import ant e dif erença ent re as duas Copas, no
en-t anen-t o, f oi o f aen-t o de a Alemanha, em 1974, ser ainda um
país separado, enquant o a Copa do Mundo de 2006 pôde
ser realizada como o primeiro megaevent o do esport e mundial em uma Alemanha reunificada. Por essa razão,
nosso grande obj et ivo era f azer com que est a Copa do
Mundo, em uma Alemanha abert a e no coração de uma
Europa abert a, se t ornasse um grande f est ival de
encon-t ro e de convívio. Escolhemos a cidade de Leipzig para
sediar a final porque, em 1974, ela ainda pert encia à Alemanha Orient al.
)*9 352-(726 :KDW GLG WKH DQG
&XSV PHDQ IRU *HUPDQ\" :KDW ZHUH WKHLU PDLQ GLIIHUHQFHV LQ WHUPV RI RUJDQL ]DWLRQ IXQGUDLVLQJ DQG H[HFXWLRQ"
C A D E R N O S F G V P R O J E T O S : F U T E B O L E D E S
)*9 352-(726 &RPR D $OHPDQKD FRQVHJXLX WHU XPD LQIUDHVWUXWXUD FRPR HVWiGLRV SUDWLFDPHQWH FRPSOHWD SDUD D &RSD GH FHUFD GH XP DQR DQWHV GH VXD UHDOL]DomR" &RPR R &RPLWr DOHPmR WUDEDOKRX SDUD R ÀQDQFLDPHQWR GHVVHV HVWiGLRV"
)UDQ] %HFNHQEDXHU- Já no mês de j ulho de 1994, a DFB
(Conf ederação Alemã de Fut ebol) realizou um concurso
público em cidades da Alemanha, est ipulando que os f
u-t uros j ogos inu-t ernacionais da seleção alemã só poderiam ser realizados em est ádios que cumprissem com os
re-quisit os da Copa do Mundo. Por conseguint e, 27 cidades
demonst raram int eresse. Onze candidat os, no ent ant o,
decidiram ret irar a sua candidat ura ao deparar-se com
as ext remas exigências da FIFA, principalment e no que diz respeit o à capacidade dos est ádios: eles deveriam
compreender no mínimo 40.000 assent os para os
Cam-peonat os Europeus de Fut ebol, os conf ront os das oit avas
e das quart as, assim como no mínimo 60.000 assent os
para o j ogo de abert ura, os semifinais e o j ogofinal. No dia 15 de abril de 2002, a FIFA nomeou em Frankf urt as
12 cidades candidat as a sediar a Copa de 2006. Por
mo-t ivos geográficos ou out ros, quat ro cidades candidat as –
Düsseldorf , Mönchengladbach, Bremen e Leverkusen
–in-f elizment e não puderam ser selecionadas. Com exceção da Arena de Gelsenkirchen, cuj a const rução j á t inha sido
concluída em 2001, t odos os out ros empreendiment osfi
-caram pront os em 2004 e 2005.
)*9 352-(726 +RZ GLG *HUPDQ\ JHW LWV LQIUDVWUXFWXUH VXFK DV WKH VWDGLXPV IRU WKH WRXUQDPHQW YLUWXDOO\ FRPSOHWHG DOPRVW D \HDU EHIRUH WKH HYHQW" +RZ GLG WKH *HUPDQ &RPPLWWHH ZRUN WR ÀQDQFH WKHVH VWDGLXPV"
)UDQ] %HFNHQEDXHU ²$OUHDG\ LQ -XO\ WKH ')% *HUPDQ 6RFFHU $VVRFLDWLRQ KHOG D SXEOLF FRPSHWLWLRQ LQ JHUPDQ FLWLHV VWLSXODW LQJ WKDW WKH JHUPDQ WHDPV· IXWXUH LQWHUQD WLRQDO PDWFKHV FRXOG RQO\ WDNH SODFH LQ VWD GLXPV WKDW FRPSOLHG ZLWK WKH UHTXLUHPHQWV RI WKH :RUOG &XS $ WRWDO RI FLWLHV VKRZHG LQWHUHVW EXW HOHYHQ FDQGLGDWHV GHFLGHG WR ZLWKGUDZ WKHLU FDQGLGDF\ ZKHQ WKH\ ZHUH FRQIURQWHG E\ ),)$·V ULJRURXV GHPDQGV SUL PDULO\ UHODWHG WR WKH FDSDFLW\ RI WKH VWDGL XPV 7KHVH KDG WR KDYH DW OHDVW VHDWV IRU WKH (XURSHDQ 6RFFHU &KDPSLRQVKLSV WKH RFWDYHV DQG TXDUWHU ÀQDOV PDWFKHV DV ZHOO DV DW OHDVW VHDWV IRU WKH RSHQLQJ JDPH WKH VHPLÀQDOV DQG WKH ÀQDO JDPH 2Q $SULO LQ )UDQNIXUW ),)$ QDPHG WKH FLWLHV FKRVHQ WR KRVW WKH WRXUQDPHQW 8QIRUWXQDWHO\ IRU JHRJUDSKLFDO RU RWKHU UHD VRQV IRXU FLWLHV 'VVHOGRUI 0|QFKHQJODG EDFK %UHPHQ DQG /HYHUNXVHQ FRXOG QRW EH VHOHFWHG :LWK WKH H[FHSWLRQ RI WKH $UHQD LQ *HOVHQNLUFKHQ ZKRVH FRQVWUXFWLRQ KDG EHHQ FRPSOHWHG LQ DOO WKH RWKHU SURMHFWV ZHUH FRPSOHWHG LQ DQG
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)*9 352-(726 4XDLV IRUDP RV SULQFLSDLV UHVXOWDGRV Vy FLRHFRQ{PLFRV H FXOWXUDLV GHL[DGRV SHOD &RSD GH "
)UDQ] %HFNHQEDXHU - Segundo o Minist ro do Int erior,
Dr. Wolfgang Schäuble, a Copa do Mundo de 2006 repre-sent ou para a Alemanha uma grande oport unidade para
promover a sua imagem. Lit eralment e, ele disse que, de
acordo com os especialist as, os obj et ivos em relação à
candidat ura da Alemanha, como país com alt o pot encial
econômico, cient ífico e t ecnológico, assim como nas áre-as do t urismo e da cult ura, não foram soment e at
ingi-dos, mas at é superados. A Agência Federal de Emprego
relat ou que a Copa do Mundo de 2006 gerou 50.000
em-pregos, incluindo 20.000 empregos a longo prazo. Além
disso, uma pesquisa econômica independent e const at ou que, durant e o período de realização da Copa, a visit a
de 1,3 milhões de t urist as int ernacionais e as despesas
efet uadas pelos alemães, que em vez de viaj ar em suas
férias a out ros lugares do mundo permaneceram no país,
)*9 352-(726 :KDW ZHUH WKH PDLQ ÀQDQFLDO LQ IUDVWUXFWXUH DQG FXOWXUDO UHVXOWV IRU *HUPDQ\ RI WKH :RUOG &XS"
)UDQ] %HFNHQEDXHU²$FFRUGLQJ WR WKH ,QWHULRU 0LQLVWHU 'U :ROIJDQJ 6FKlXEOH WKH :RUOG &XS SURYLGHG *HUPDQ\ DV WKH KRVW FRXQWU\ ZLWK D JUHDW RSSRUWXQLW\ WR SURPRWH LWV LPDJH /LWHUDOO\ KH VDLG WKDW DFFRUGLQJ WR H[SHUWV WKH JRDOV RI *HUPDQ\·V QRPLQDWLRQ DV D FRXQWU\ ZLWK KLJK HFRQRPLF VFLHQWLÀF DQG WHFKQRORJLFDO SRWHQWLDO DV ZHOO DV LQ WRXULVP DQG FXOWXUH ZHUH QRW RQO\ DFKLHYHG EXW ZHUH DFWXDOO\ VXUSDVVHG 7KH )HGHUDO (PSOR\PHQW $JHQF\ UHSRUWHG WKDW WKH :RUOG &XS JHQHUDWHG MREV LQFOXGLQJ ORQJ WHUP RQHV ,Q DGGLWLRQ DQ LQGHSHQGHQW HFRQRPLF VWXG\ IRXQG WKDW GXULQJ WKH &XS WKH PLOOLRQ LQWHUQDWLRQDO WRXULVWV DQG WKH VSHQGLQJ E\ WKH *HUPDQV ZKR UHPDLQHG LQ WKH FRXQWU\ LQVWHDG RI WDNLQJ WKHLU YDFDWLRQV LQ RWKHU SDUWV
RI WKH ZRUOG KDG FUHDWHG D ELOOLRQ HXUR HFRQRPLF ERRVW ZKLFK LQFUHDVHG WKH *'3 E\ ELOOLRQ HXURV LQ $FFRUGLQJ WR WKLV VWXG\ WKH ELOOLRQ HXURV LQ WD[ UHYHQXHV FROOHFWHG GXULQJ WKH :RUOG &XS WKURXJK WKH VSHQGLQJ E\ LQWHUQDWLRQDO YLVLWRUV DQG WKH *HUPDQV ZKR UHPDLQHG LQ WKH FRXQWU\ FRYHUHG DOO WKH SXEOLF VHFWRU RXWOD\V IRU ÀQDQFLQJ WKH UHIRUPV DQG WKH FRQVWUXFWLRQ RI WKH VWDGLXPV ,W VKRXOG EH PHQWLRQHG KHUH WKDW ZLWK WKH H[FHSWLRQ RI WKH FXOWXUDO DQG DU WLVWLF SURJUDPV WKH :RUOG &XS ZDV KHOG ZLWKRXW VSHQGLQJ D SHQQ\ RI SXEOLF PRQH\V DQG WKDW WKH ÀQDQFLDO ULVN IRU WKH HQWLUH HYHQW ZDV FRYHUHG E\ WKH *HUPDQ 6RFFHU $VVRFLDWLRQ ')% 7KH ÀVFDO UHVXOW RI WKH /2& VDOHV UHYHQXHV ZDV H[FHOOHQW DV LW PDGH D SURÀW RI PLOOLRQ HXURV RI ZKLFK URXJKO\ PLOOLRQ HXURV LQ WD[HV ZHUH SDLG WR WKH VWDWH
gerou um impulso econômico de 2,86 bilhões de euros,
que aument aria o PIB at é ofinal de 2008 em 3,88 bilhões
de euros. Segundo essa pesquisa, a quant ia de 1,265 bi-lhões de euros dos impost os arrecadados durant e a Copa
do Mundo de 2006, at ravés das despesas dos visit ant es
int ernacionais e dos alemães que permaneceram no país,
cobriu t ot alment e as despesas dos set ores públicos para
ofinanciament o das reformas e const ruções dos est ádios. Cabe mencionar, aqui, que a Copa do Mundo de 2006 –
com exceção do programa cult ural e art íst ico –fora
reali-zada sem que um único cent avo dos fundos públicos fosse
gast o, e que a cobert ura do risco financeiro do event o
complet o coube à Confederação Alemã de Fut ebol (DFB). O result ado fiscal das rendas do COL foi excelent e, j á
que o COL obt eve um lucrofinanceiro de 155 milhões de
euros, sendo que uma quant ia de aproximadament e 60
)*9 352-(726 &RPR R &RPLWr 2UJDQL]DGRU SRGH DX [LOLDU XP SDtV D PD[LPL]DU R UHWRUQR ÀQDQFHLUR GH XPD &RSD GR 0XQGR" 4XH DJHQWHV GHYHP HVWDU GLUHWDPHQ WH HQYROYLGRV QHVWH SURFHVVR SDUD VXD HIHWLYLGDGH"
)UDQ] %HFNHQEDXHU- Em primeiro lugar, o COL deverá
empenhar-se em criar um f undo financeiro para a
pro-moção do f ut ebol em seu próprio país. Ao cont emplar o
cenário alemão relat ivo aos est ádios que f oram const
ru-ídos para a Copa do Mundo, assim como aqueles est ádios que surgiram em consequência diret a da Copa, ent ão se
pode const at ar, sem f alsa modést ia, que o f ut ebol da
Alemanha at ualment e dispõe da melhor inf raest rut ura
exist ent e na Europa. Com o lucro que a Copa gerou para
o COL em 2006, f oi invest ido uma quant ia de 20 milhões de euros em um proj et o de const rução, j á concluído,
de 1.000 minicampos de f ut ebol em t oda a Alemanha.
Est a ampla iniciat iva da part e da Conf ederação Alemã de
Fut ebol (DFB) f oi criada sob o lema “ Int egração at ravés
do Fut ebol” . Quant o à maximização do lucro arrecadado pelo Est ado, cabe ressalt ar o considerável
melhoramen-t o da inf raesmelhoramen-t rumelhoramen-t ura. No aprimoramenmelhoramen-t o de ruas e
es-t radas, que na época es-t inham grande impores-t ância para a
Copa do Mundo, f oi invest ida uma quant ia de 3,7 bilhões
de euros. Nos ramos de comércio ref erent es ao t urismo, à hot elaria e à gast ronomia, t ambém f oram regist rados
enormes f at urament os na casa dos milhões. Sem dúvida,
o grande vencedor da Copa de 2006 f oi a indúst ria de
const rução civil; não soment e por causa das novas
cons-t ruções e das ref ormas dos escons-t ádios, mas cons-t ambém por causa dos novos acessos, est ações de t rem e sist emas de
est acionament o const ruídos ao seu redor.
)*9 352-(726 +RZ FDQ WKH 2UJDQL]LQJ &RPPLWWHH DVVLVW LQ PD[LPL]LQJ WKH À QDQFLDO UHWXUQV IURP D :RUOG &XS WR WKH KRVW FRXQWU\" :KLFK SDUW\ VKRXOG EH GL UHFWO\ LQYROYHG LQ WKLV SURFHVV IRU LW WR EH HIIHFWLYH"
)UDQ] %HFNHQEDXHU ² )LUVWO\ WKH ORFDO RU JDQL]LQJ FRPPLWWHH VKRXOG VWULYH WR FUHDWH D IXQG IRU SURPRWLQJ VRFFHU DW KRPH :KHQ ORRNLQJ DW WKH *HUPDQ VFHQH FRQFHUQLQJ WKH VWDGLXPV WKDW ZHUH EXLOW IRU WKH :RUOG &XS DV ZHOO DV WKRVH WKDW UHVXOWHG GLUHFWO\ IURP WKH &XS ZH FDQ VD\ ZLWKRXW IDOVH PRGHVW\ WKDW WRGD\ *HUPDQ\ KDV WKH EHVW VRFFHU LQ IUDVWUXFWXUH LQ (XURSH :LWK WKH SURÀWV JHQ HUDWHG IURP WKH &XS WKH /2& LQYHVWHG PLOOLRQ (XURV LQ D FRQVWUXFWLRQ SURMHFW ZKLFK KDV DOUHDG\ EHHQ FRPSOHWHG RI PLQL VRFFHU ÀHOGV DOO RYHU *HUPDQ\ 7KLV EURDG LQLWLDWLYH E\ WKH *HUPDQ 6RFFHU $VVR FLDWLRQ ')% ZDV FUHDWHG ZLWK WKH VORJDQ ´,QWHJUDWLRQ WKURXJK VRFFHUµ ,Q WHUPV RI PD[LPL]LQJ VWDWH UHYHQXHV LW LV ZRUWK QRW LQJ WKH FRQVLGHUDEOH LPSURYHPHQW LQ LQIUD VWUXFWXUH $ WRWDO RI ELOOLRQ HXURV ZHQW WRZDUGV LPSURYLQJ WKH VWUHHWV DQG URDGV ZKLFK ZHUH LPSRUWDQW DW WKDW WLPH IRU WKH :RUOG &XS 0LOOLRQDU\ UHYHQXHV ZHUH DOVR UHSRUWHG E\ EXVLQHVVHV UHODWHG WR WRXULVP KRWHOV DQG UHVWDXUDQWV 8QGRXEWHGO\ WKH FRQVWUXFWLRQ LQGXVWU\ ZDV WKH ELJ ZLQQHU RI WKH :RUOG &XS QRW RQO\ EHFDXVH RI QHZ FRQVWUXFWLRQV DQG UHIRUPV RI VWDGLXPV EXW DOVR EHFDXVH RI QHZ DFFHVV URXWHV WUDLQ VWD WLRQV DQG SDUNLQJ ORWV EXLOW DURXQG WKHP
)*9 352-(726 &RPR SRWHQFLDOL]DU D HÀFLrQFLD FXOWXUDO GLDQWH GH XPD &RSD GR 0XQGR"
)UDQ] %HFNHQEDXHU- A eficiência na área da cult ura poderá ser alcançada se o país
anfit rião souber aproveit ar o palco de um megaevent o dest e t ipo para promover a sua
imagem no âmbit o da art e e da cult ura. Por essa razão, o governo alemão, o DFB e o COL
deram muit a import ância à criação de um fórum para a apresent ação da diversidade cult ural da Alemanha, o qual foi concret izado por meio de um amplo programa nacional
de art e e cult ura, realizado sob administ ração do art ist a aust ríaco André Heller. Para
que est e proj et o pudesse ser realizado, o governo da Alemanha forneceu um mont ant e
de 30 milhões de euros, arrecadados pelo Silbermünzprogramm (Proj et o Europeu da
Mo-eda de Prat a). Com isso, a Alemanha foi o primeiro país a realizar um programa de art e
e cult ura de alt íssimo nível em ocasião de uma Copa do Mundo. A Fundação Cult ural, semfins lucrat ivos, fundada especialment e para est efim, selecionou e aprovou
aproxi-madament e 50 proj et os na área da art e e da cult ura, de um t ot al de 350 candidat uras
– dança, t eat ro e SHUIRUPDQFH art íst ica, cinema, exposições de art e, apresent ações
musicais e event os de lit erat ura. Cerca de 3,5 milhões de visit ant es visit aram os event os
e proj et os cult urais, cuj o símbolo fora o gigant e globo t errest re em forma de uma bola fut ebolíst ica, exibido ent re 2003 e 2006 em t odas as 12 cidades que sediaram os j ogos.
)*9 352-(726 +RZ FDQ LW EH SRVVLEOH WR OHYHUDJH WKH FXOWXUDO HIÀFLHQF\ RI D :RUOG &XS"
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1R TXH GL] UHVSHLWR j &RSD GR 0XQGR GH
p PXLWR LPSRUWDQWH TXH R %UDVLO QmR VH DSRLH
FRPSOHWDPHQWH QDV GLVSRVLo}HV GD ),)$ WUDED
OKDQGR SRQWR SRU SRQWR PDV TXH GHVHQYROYD H
GHÀQD RV VHXV SUySULRV REMHWLYRV
)UDQ] %HFNHQEDXHU
)*9 352-(726 4XH OHJDGR GHVSRUWLYR XP HYHQWR FRPR HVWH SRGH GHL[DU SDUD XPD QDomR"
)UDQ] %HFNHQEDXHU- Em 2006, conseguimos, devido à
cooperação e união de diversas f orças, criar uma “ Alian-ça de responsabilidade para o país e o seu esport e” e,
além disso, f ormar uma grande equipe para o nosso f
u-t ebol, segundo o presidenu-t e do DFB, Dr. Theo Zwanziger.
As 12 cidades-sede, a polícia, os serviços de segurança
que at uam em diversos níveis, os membros de várias pe-quenas associações e a grande quant idade de volunt ários
vindos do ext erior se j unt aram aos 14.000 volunt ários
alemães, a fim de colaborar e aj udar. Foi est a
colabo-ração em grande escala que gerou, afinal, aquele
incon-f undível ambient e, que t ant o cont ribuiu para a ót ima reput ação da Alemanha. A magnit ude da repercussão da
Copa do Mundo de 2006 em out ros event os esport ivos
re-alizados na Alemanha evidenciou-se nos sucessivos
cam-peonat os mundiais, como o do Hóquei e o da Equit ação
em set embro de 2006, ou do Handebol em f evereiro de 2007, nos quais t odos os ingressos f oram vendidos e
no-vos recordes de público puderam ser est abelecidos.
)*9 352-(726 :KDW·V VSRUWV OHJDF\ WKDW DQ HYHQW OLNH WKLV PD\ OHDYH WR D QDWLRQ"
)UDQ] %HFNHQEDXHU² ,Q WKURXJK WKH FRRSHUDWLRQ DQG XQLRQ RI WKH YDULRXV IRUFHV ZH FUHDWHG DQ ´$OOLDQFH RI UHVSRQVLELOLW\ IRU WKH FRXQWU\ DQG LWV VSRUWVµ DQG LQ DGGL WLRQ DFFRUGLQJ WR WKH ')% SUHVLGHQW 'U 7KHR =ZDQ]LJHU ZH EXLOW D JUHDW VRFFHU WHDP 7KH WZHOYH KRVW FLWLHV WKH SROLFH WKH VHFXULW\ VHUYLFHV WKDW RSHUDWH DW YDULRXV OHYHOV PHP EHUV RI YDULRXV VPDOO JURXSV DQG D ODUJH QXP EHU RI YROXQWHHUV IURP DEURDG MRLQHG WKH YROXQWHHUV WR FROODERUDWH DQG KHOS 7KLV ODUJHVFDOH FROODERUDWLRQ XOWLPDWHO\ OHG WR WKH GLVWLQFWLYH DWPRVSKHUH WKDW FRQWULEXWHG VR PXFK WR *HUPDQ\·V H[FHOOHQW UHSXWDWLRQ 7KH PDJQLWXGH RI WKH LPSDFW RI WKH :RUOG &XS RQ RWKHU VSRUWLQJ HYHQWV KHOG LQ *HUPDQ\ ZDV YLVLEOH DW VXFFHVVLYH ZRUOG FKDPSLRQVKLSV VXFK DV 5LGLQJ DQG +RFNH\ LQ 6HSWHPEHU RU +DQGEDOO LQ )HEUXDU\ LQ ZKLFK WLFNHWV ZHUH VROG RXW DQG DW WHQGDQFH OHYHOV ZHUH UHFRUG KLJK
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)*9 352-(726 2V HVWiGLRV SRGHP VH GHVHQYROYHU FRPR FHQWURV JHUDGRUHV GH UHFHLWD" 4XDLV VmR DV VR OXo}HV DGPLQLVWUDWLYDV HVVHQFLDLV SDUD VH SRWHQFLDOL]DU HVWD JHUDomR"
)UDQ] %HFNHQEDXHU- Os propriet ários da maioria dos
es-t ádios da Copa do Mundo de 2006 f undaram associações
operadoras. Essas empresas elaboram est udos
econômi-cos e planos de t rabalho para que haj a o melhor
aprovei-t amenaprovei-t o econômico possível dos esaprovei-t ádios duranaprovei-t e aprovei-t odo o ano. Para t al, eles não soment e organizam j ogos de
f ut ebol, como t ambém realizam grandes event os sociais,
comoVKRZV, congressos, event os religiosos, exposições,
f eiras e out ros.
)*9 352-(726 &DQ WKH VWDGLXPV HYROYH LQWR UHYHQXHJHQHUDWLQJ FHQWHUV" :KDW DUH WKH HVVHQWLDO DGPLQLVWUDWLYH VROXWLRQV WR PDNH WKLV KDSSHQ"
C A D E R N O S F G V P R O J E T O S : F U T E B O L E D E S
)*9 352-(726 &RPR SHUFHEH KRMH D DGPLQLVWUDomR H JRYHUQDQoD GRV FOXEHV GH IXWHERO QR PXQGR HVSHFLDO PHQWH QD (XURSD" 7HULD SURSRVWDV GH PXGDQoDV"
)UDQ] %HFNHQEDXHU- A popularidade do f ut ebol cont
i-nua aument ando em t odo o mundo, e a administ ração
est áficando cada vez mais profissional. A%XQGHVOLJD
(di-visão de elit e do f ut ebol alemão) é muit o bem aceit a
pelo público. Com mais de 40.000 espect adores por j ogo,
ela supera t odas as out ras divisões de elit e da Europa. No que diz respeit o à lut a pela liderança na Europa, no
ent ant o, a%XQGHVOLJDest á em desvant agem. É f at o que
não dispomos daqueles benf eit ores privados, que det
er-minam o bem e o mal dos clubes. Fico impressionado
quando leio, por exemplo, que o Chelsea t em quase um bilhão de dólares em dívidas. É imprescindível que sej am
t omadas algumas medidas o mais rápido possível para
finalment e resolver esse problema, e eu acho que, ainda
nest e ano, a UEFA apresent ará decisões e result ados. As
sólidas disposições de licenciament o vigent es para a nos-sa%XQGHVOLJDpoderiam servir como exemplo. Além
dis-so, o poder dos j ogadores, e subsequent ement e de seus
agent es e t écnicos, aument ou muit o. Por essa razão,
eles t ent am explorar ao máximo esse poder de acordo
com as sit uações relat ivas aos cont rat os.
)*9 352-(726 +RZ GR \RX VHH WKH DGPLQ LVWUDWLRQ DQG JRYHUQDQFH RI VRFFHU FOXEV LQ WKH ZRUOG WRGD\ HVSHFLDOO\ LQ (XURSH" :RXOG \RX VXJJHVW DQ\ FKDQJHV"
)UDQ] %HFNHQEDXHU²7KH SRSXODULW\ RI VRF FHU FRQWLQXHV WR JURZ ZRUOGZLGH DQG LWV PDQDJHPHQW LV JHWWLQJ LQFUHDVLQJO\ SURIHV VLRQDO 7KH %XQGHVOLJD WKH HOLWH GLYLVLRQ RI *HUPDQ VRFFHU LV YHU\ ZHOO DFFHSWHG E\ WKH SXEOLF :LWK RYHU VSHFWDWRUV SHU JDPH LW VXUSDVVHV DOO RWKHU HOLWH GLYLVLRQV LQ (XURSH ,Q UHJDUGV WR WKH VWUXJJOH IRU OHDG HUVKLS LQ (XURSH KRZHYHU WKH %XQGHVOLJD LV DW D GLVDGYDQWDJH :H GR QRW KDYH SULYDWH EHQHIDFWRUV ZKR GHWHUPLQH ZKDW·V JRRG DQG ZKDW·V EDG IRU WKH FOXEV ,·P DPD]HG ZKHQ , UHDG IRU H[DPSOH WKDW &KHOVHD KDV DOPRVW D ELOOLRQ GROODU GHEW ,W LV LPSHUDWLYH WKDW VWHSV EH WDNHQ DV VRRQ DV SRVVLEOH WR ÀQDOO\ VROYH WKLV SUREOHP DQG , WKLQN WKLV \HDU 8()$ ZLOO EH RXWOLQLQJ LWV GHFLVLRQV DQG UHVXOWV 7KH VROLG OLFHQVLQJ DUUDQJHPHQWV ZH KDYH IRU RXU %XQGHVOLJD FRXOG VHUYH DV DQ H[DPSOH 0RUHRYHU WKH SRZHU RI WKH SOD\HUV DQG VXE VHTXHQWO\ WKDW RI WKHLU DJHQWV DQG FRDFKHV KDV VRDUHG $V D UHVXOW WKH\ DUH WU\LQJ WR PDNH WKH PRVW RI WKLV SRZHU DFFRUGLQJ WR WKH FRQWUDFW VLWXDWLRQV
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)*9 352-(726 &RPR R %UDVLO SRGH RWLPL]DU SURFHVVRV SDUD D RUJDQL]DomR GD &RSD GR 0XQGR GH "
)UDQ] %HFNHQEDXHU- Imediat ament e após a conclusão
da Copa do Mundo de 2010, o Brasil deverá dar início às
campanhas de publicidade e às at ividades relat ivas aos
pat rocinadores. Foi exat ament e assim que nós
procede-mos com a Copa do Mundo de 2006. Esperaprocede-mos o t érmino
da Copa do Mundo de 2002, no Japão e na Coreia, afim de não pert urbá-los com as nossas campanhas, e iniciamos
logo em seguida a nossa grande campanha, com a part
i-cipação de 4.500 clubes, assim como a grande campanha
das escolas, com a part icipação sensacional de 11.500
escolas, na qual crianças de t odas as idades t rabalha-ram, com grande criat ividade e t alent o, o nosso lema
oficial da Copa de 2006 – “ O mundo ent re amigos” . Com
igual dedicação e empenho, iniciaram-se os t rabalhos no
set or dePDUNHWLQJ. O quant o ant es o COL conseguir f
e-char os negócios com os pat rocinadores, mais garant ida
fica a segurança em relação ao planej ament o. Do pont o de vist a dos pat rocinadores, t ambém f az uma enorme
dif erença se puder agir durant e soment e um ano ou
du-rant e quat ro anos, com um t runf o dessa import ância em
suas mãos. Não exist e, no ent ant o, um moment o exat o para as campanhas de publicidade. OWRXUpelo mundo,
por exemplo, que eufiz em conj unt o com uma pequena
equipe do nosso COL, a fim de dar as boas-vindas aos
31 part icipant es da Copa do Mundo, soment e pôde ser
realizado poucos meses ant es do início da Copa, j á que a qualificação para a Copa soment eficou concluída no
out ono de 2005.
)*9 352-(726 +RZ FDQ %UD]LO HQKDQFH WKH SURFHVV RI RUJDQL]LQJ WKH :RUOG &XS LQ "
C A D E R N O S F G V P R O J E T O S : F U T E B O L E D E S
)*9 352-(726 4XH VXJHVW}HV GDULD DR %UDVLO SDUD WLUDU R PHOKRU SURYHLWR GR TXH ÀFDUi FRPR OHJDGR GD &RSD"
)UDQ] %HFNHQEDXHU - Para a f ut ura imagem do Brasil,
em t ermos de compet it ividade na área do esport e in-t ernacional, será decisivo se conseguir, ain-t é o ano de
2014, criar um cenário de est ádios com uma excelent e
est rut ura moderna. A grande vant agem nisso t udo é que
dois anos depois da Copa, o Rio de Janeiro sediará os
Jogos Olímpicos. No que diz respeit o à Copa do Mundo de 2014, é muit o import ant e que o Brasil não se apoie
complet ament e nas disposições da FIFA, t rabalhando
pont o por pont o, mas que desenvolva e defina os seus
próprios obj et ivos. Para nós, o lema de 2006 “ O mundo
ent re amigos” f oi uma condição muit o posit iva, que nos serviu como pont o de orient ação para a realização de
t odo o nosso t rabalho. At ravés dessa ideia, sempre nos
conscient izávamos de que, como país-sede, queríamos
of erecer muit o mais do que aquela imagem est ereot ípica
da Alemanha sempre confiável, pont ual e disciplinada. Não soment e organizar, mas t ambém emocionar – f oi
esse o propósit o especial do DFB e de seu COL. Foi est e o
novo desafio: t ransmit ir ao mundo uma nova imagem de
uma Alemanha alegre, pacífica e t olerant e. Tenho plena
cert eza de que o Brasil, esse país que t ant o ama o f ut e-bol, em 2014 most rará ao mundo o que t em de melhor.
)*9 352-(726 :KDW VXJJHVWLRQV ZRXOG \RX KDYH IRU %UD]LO WR PDNH WKH PRVW RI WKH OHJDF\ WKDW ZLOO UHPDLQ IURP WKH :RUOG &XS"
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Formado em Direit o pela Universidade Cat ólica de Salvador
(UCSAL) e Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo
(USP), é o at ual Minist ro do Esport e do Brasil. Ant es de
assumir o cargo, at uou como o Secret ário Nacional de
Esport e, Secret ário Nacional de Esport e Educacional e
Secret ário-Execut ivo do Minist ério do Esport e. É membro
do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, do
Conselho Ibero-Americano do Esport e (CID), membro do
Conselho Sul-Americano do Esport e (CONSUDE), president e
do Conselho Americano do Esport e (CADE), int egrou a
Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Inf ant il
(CONAETI) e f oi president e da Conf erência de Minist ros de
Est ado dos Países de Língua Port uguesa.
31'$ 3% &(!' -3 %'4 ,!5+/
C A D E R N O S F G V P R O J E T O S : F U T E B O L E D E S
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O f ut ebol é o esport e mais conhecido do mundo, o que
at rai mais t orcedores e um dos que moviment am mais recursos, t ant o em bilhet erias, PDUNHWLQJ, t ransmissão
de j ogos, quant o em cont rat os de profissionais, ent re
at let as, t écnicos, preparadores f ísicos, dirigent es e f
un-cionários em geral. No Brasil, o f ut ebol é uma paixão que
se conf unde com a f orma de ser do nosso povo. Por aqui, podemos afirmar, sem medo de errar, que o f ut ebol é a
nossa maior expressão cult ural.
Nos últ imos anos, nosso fut ebol t em evoluído. Apesar de
t odas as dificuldades que ainda enfrent a, devemos
consi-derar que, nas últ imas versões do campeonat o brasileiro,
por exemplo, não acont eceram viradas de mesa. As regras
t êm sido as mesmas, os t imes que caem para a segunda divisão, independent ement e do seu prest ígio, cumprem
por lá o seu papel e só ret ornam se, de fat o,fizerem por
merecer. Já do lado administ rat ivo, t em-se obedecido a
out ras regras, como, por exemplo, a obrigação de t odos
os clubes publicarem anualment e os seus balanços. O reflexo dist o é rápido. De acordo com dados da
Crowe Horwart h RCS, a receit a dos doze maiores clubes
do Brasil t eve, no período de 2003-2008, uma evolução
de 128%. Em 2003, os doze clubes analisados geraram
R$ 509,4 milhões em receit as t ot ais. Em 2008, esse valor subiu para R$ 1,16 bilhão. Apesar disso, vários
especia-list as apont am que a arrecadação dos clubes brasileiros
t em muit o ainda a crescer, principalment e no que t ange
ao licenciament o de suas marcas, venda de ingressos,
ref eições e serviços nos est ádios, ent re out ros it ens.
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Uma part e significat iva da arrecadação dos grandes
clu-bes brasileiros deu-se com a t ransf erência de j ogadores.
Isso gera out ro grande problema para se mant er um
es-pet áculo à alt ura das exigências do público brasileiro,
apaixonado e af eit o ao melhor f ut ebol do mundo. Para se t er uma ideia, os t rês maiores invest idores em f
o-lha de pagament o de j ogadores do Brasil em 2008 f oram
o Int ernacional, com € 13.2 milhões, Palmeiras, com
€ 11.6 milhões, e São Paulo, com € 9.5 milhões.
Esses números, apesar de vult osos, ainda são
bai-xos se conf ront ados com os de alguns clubes europeus. O FC do Port o gast ou com a sua f olha no mesmo período
€ 36.2 milhões; o Olympique de Lyon, € 60.6 milhões; e
o Arsenal FCficou na f aixa acima dos € 90 milhões. Com
uma dif erença dessas,fica muit o dif ícil mant er os nossos
melhores profissionais no país, sit uação que empobrece o espet áculo e diminui a arrecadação. Aliado a ist o,
pro-blemas como a violência e a f alt a de conf ort o t ambém
af ast am o público dos nossos est ádios.
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$ 6(&5(7$5,$ 1$&,21$/ '2 )87(%2/
Foi com base nisso que o Minist ério do Esport e percebeu a necessidade urgent e de criar
uma Secret aria Nacional para t rat ar única e exclusivament e dos assunt os relat ivos ao nosso f ut ebol. Um órgão que se preocupe com o dia a dia do esport e e t ambém com
as dificuldades específicas que o set or enf rent a. Uma secret aria, enfim, que colabore
para promover o f ort aleciment o econômico do nosso f ut ebol e, ao mesmo t empo, o
incent ivo a uma cult ura de respeit o aos direit os do t orcedor. Tudo isso incorporado aos
preparat ivos para sediar a Copa do Mundo 2014.
O proj et o da Secret aria Nacional do Fut ebol t ramit a no Congresso e deve ser
aprovado em breve, sem nenhum acréscimo orçament ário ao erário. Todos os cargos
usados f oram disponibilizados por out ras Secret arias do nosso Minist ério. Cont udo,
en-quant o o processo se cumpre, j á t rabalhamos em vários proj et os que, em um prazo
muit o curt o, devem começar a surt ir ef eit o na vida de t orcedores, at let as, dirigent es e demais envolvidos.
725&,'$ /(*$/
O primeiro grande proj et o implement ado por est a secret aria é o programa “ Torcida
Legal” , que est abelece diversas medidas para combat er a violência durant e os j ogos de
f ut ebol e t ambém a exigência de laudos de segurança para est ádios.
Como primeira medida, f oi assinado um acordo de Cooperação Técnica ent re
o Conselho Nacional de Just iça, Minist ério da Just iça, Minist ério do Esport e, Conselho
Nacional dos Procuradores-Gerais do Minist ério Público dos Est ados e da União e a
Conf ederação Brasileira de Fut ebol. No document o, cada um dos ent es se t orna
res-ponsável por det erminadas compet ências relat ivas à sua área no combat e à violência que envolve os j ogos de f ut ebol.
A segunda medida f oi enviar ao Congresso Nacional um Proj et o de Lei que alt era
a Lei nº10.671/ 2003, o Est at ut o do Torcedor, e deve ser aprovado no segundo semest re
dest e ano. Um novo capít ulo int it ulado de “ Dos crimes” será criado, punindo t
orce-dores que incit arem a violência. Além de t ornar crime os at os violent os nas arenas, t ambém vai passar a ser crime a manipulação de result ado dos j ogos e a venda ilegal
de ingressos.
Os est ádios com capacidade maior do que dez mil t orcedores deverão mant er
um sist ema de monit orament o de imagem do público. O t orcedor que f orflagrado, em
dia de j ogo, t ant o no t raj et o quant o dent ro do est ádio, port ando qualquer inst rument o que possa servir à prát ica de violência poderá ser j ulgado por isso.
Por últ imo, f oi assinado um decret o presidencial que regulament a o art igo 23
do Est at ut o do Torcedor, o qual amplia afiscalização nos est ádios, det erminando quais
laudos t écnicos são necessários para a vist oria nas arenas. At ravés de port aria do
aque-C
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les que t iverem aprovados seus laudos de segurança, vist oria de engenharia, prevenção
e combat e a incêndio e condições sanit árias de higiene. Quando as caract eríst icas do est ádio exigirem ou quando o laudo de engenharia assim o definir, será exigido t ambém
um laudo de est abilidade est rut ural.
$ &23$ 12 3$Ì6 '2 )87(%2/ $3Ð6 $126
Todas essas medidas, além de t razerem de volt a a paz aos nossos est ádios, vão adequar
e qualificar o nosso f ut ebol, bem como preparar o país para receber, novament e, após sessent a e quat ro anos, uma Copa do Mundo. O Campeonat o Mundial de Fut ebol da
FIFA de 2014 será realizado em doze cidades brasileiras que, se ligadas por um t raço,
revelarão o desenho do nosso mapa.
O poder do f ut ebol pode revelar-se com a grandeza e os benef ícios que um
event o dest e port e gera ao país realizador. A realização da Copa nos t rará benef ícios diret os com o t urismo, demandará insumos, mão de obra e mat éria-prima para at ender
desde as grandes obras, como a const rução ou ref orma de est ádios, mobilidade
urba-na, t ransport e e segurança, at é set ores como vest uário, produt os de madeira e couro,
elet rônicos, ent re muit os out ros.
Um est udo dos impact os econômicos da Copa 2014 encomendado pelo Mi-nist ério do Esport e indica que a realização do Mundial no Brasil deve moviment ar
R$ 185 bilhões em nossa economia, R$ 48 bilhões deles em invest iment os diret os e os
demais provenient es da recirculação de dinheiro com a realização do event o.
Soment e em inf raest rut ura o impact o chegará a R$ 33 bilhões, 78% oriundos
do set or público – R$ 5,7 bilhões dest inados à const rução e ref orma dos est ádios, R$ 11,6 bilhões às obras de mobilidade urbana (t ransport e público) e R$ 5,5 bilhões
para ampliação e ref orma de port os e aeroport os. Mas set ores como os de
Telecomu-nicações, Energia, Segurança Pública, Saúde e Hot elaria t ambém receberão recursos.
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9$/(5É $ 3(1$
O t urismo na Copa deve gerar R$ 9,4 bilhões, moviment ado pelos 600 mil t urist as
es-t rangeiros e 3,1 milhões de brasileiros que irão viaj ar pelo país para acompanhar os
j ogos. Além disso, sediar o Mundial de Fut ebol irá gerar 710 mil empregos no país (330 mil deles permanent es), volume que aument a a massa salarial em R$ 8,4 bilhões e pode
gerar um increment o de R$ 5 bilhões no consumo das f amílias brasileiras nos próximos
quat ro anos. Em impost os, isso represent a a arrecadação de R$ 17 bilhões - 33 vezes
mais que a isenção em t ribut os que o Governo vai conceder à FIFA, de R$ 500 milhões.
O melhor é que esses impact os econômicos t erão longa duração: o ef eit o sobre o Produt o Int erno Brut o (PIB) deve se prolongar at é 2019 - cinco anos após o event o
-, t ot alizando R$ 135 bilhões em novas riquezas. Isso acont ece porque as mudanças
int roduzidas por t ant os invest iment os, o aument o no consumo e no t urismo cont inuam
depois da Copa.
As Olimpíadas, que o Brasil irá sediar dois anos depois, promoverão novo impac-t o de semelhanimpac-t es proporções em nossa economia. Ouimpac-t ro esimpac-t udo econômico aponimpac-t a que
o invest iment o de R$ 28,8 bilhões (US$ 14,4 bilhões) previst o para os Jogos Olímpicos
e Paraolímpicos Rio 2016 somará R$ 22 bilhões (US$ 11 bilhões) ao PIB, no período de
2009 a 2016, e mais R$ 27 bilhões (US$ 13,5 bilhões) ent re 2017 e 2027. A compet ição
deve moviment ar R$ 51,1 bilhões na economia, gerando 120,8 mil empregos diret os por ano at é 2016 e mais 130,9 mil/ ano de 2017 a 2027. Import ant e ressalt ar que mais
da met ade dessa massa salarial (50,9%) e dos empregos (53,1%) serão gerados f ora da
cidade do Rio.
O est udo proj et a ainda que os Jogos Rio 2016 vão beneficiar 55 set ores da
eco-nomia. Ent re eles, os de maior moviment ação serão a const rução civil (10,5%do t ot al), serviços imobiliários e de aluguel (6,3%), pet róleo e gás (5,1%), serviços de inf ormação
(5%), e t ransport e, armazenagem e correios (4,8%).
(;(03/26 '$ $/(0$1+$ ( '$ É)5,&$ '2 68/
A Copa de 2014 no Brasil acont ecerá logo após duas out ras realizadas em países
com-plet ament e dist int os. A de 2006, como t odos lembram, f oi na Alemanha, uma das maio-res economias do mundo. A de 2010, na Áf rica do Sul, uma nação em
desenvolvimen-t o, que passou recendesenvolvimen-t emendesenvolvimen-t e por um processo de redemocradesenvolvimen-t ização que emocionou o
mundo. São dois países em sit uações econômicas dif erent es, mas que t êm em comum o
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Na Alemanha, segundo dados do próprio governo, a realização da Copa t rouxe
€ 2 bilhões a mais circulando na economia. A est imat iva de aument o do PIB alemão é de
€ 8 bilhões, ent re 2003 e 2010, e f oram criadas cerca de 40 mil vagas t emporárias de empregos. A audiência da Copa cont ou com algo ent re 25 e 30 bilhões de espect adores
em mais de 240 países. A ent rada de t urist as est rangeiros no país f oi, ent re j unho e
j ulho de 2006, de 12,5 milhões de pernoit es (19,3% a mais, em relação ao ano ant
e-rior). Nos primeiros set e meses de 2006, o número f oi de 30 milhões de pernoit es com
t urist as est rangeiros (11.5%a mais do que no ano ant erior).
O maior impact o no país, no ent ant o, t alvez t enha sido o inst it ucional. A Copa
de 2006 consolidou a Alemanha perant e o mundo como uma nação moderna e de
gran-des oport unidagran-des. Além disso, mudou uma imagem ant erior dist orcida, most rando ao
mundo o alemão como um povo hospit aleiro, recept ivo e alegre.
Já a Copa da Áf rica do Sul, com números mais modest os, porém bast ant e ex-pressivos, deve cont ar com um impact o de US$ 1,2 bilhão arrecadados em t axas
gover-nament ais, e algo em t orno de 350 mil visit ant es, o que levará ao país cerca de U$ 1,6
bilhão. Isso t udo deve gerar cerca de 130 mil novos empregos at é ofinal dest a Copa.
12926 7(0326 '(1752 ( )25$ '2 &$032
Tant o as medidas apont adas quant o os result ados que advirão da realização desses grandes event os causam um impact o que vai muit o além do f ut ebol e do esport e de
maneira geral. São int ervenções que colaboram para acionar uma grande roda
econô-mica, que j á começou a girar no Brasil. Novos t empos sopram no nosso país. Fomos os
últ imos a ent rar e os primeiros a sair dest a grande crise econômica int ernacional. O
f ut ebol, expressão máxima da alegria, elegância e f orma de ser do nosso povo, será um dos grandes beneficiados.
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Graduado em Administ ração de Empresas pela Escola de
Administ ração de Empresas de São Paulo da Fundação
Get ulio Vargas (EAESP) e Mest re em Economia pela Michigan
St at e Universit y, EUA, f oi coordenador do Programa
Especial de Gest ão de Esport es da Fundação Get úlio Vargas
(GVPEC). Desde 1977, é prof essor dos cursos de Graduação
do Depart ament o de Economia da EAESP. Coordenou
proj et os em diversos clubes de f ut ebol brasileiros, realizou
f óruns relacionados à gest ão do f ut ebol para a Federação
Paulist a de Fut ebol e Clube dos 13. Na CBF, part icipou do
plano de modernização do f ut ebol brasileiro. At ualment e, é
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O propósit o dest e art igo é analisar a
ques-t ão da viabilidade econômica dos clubes brasileiros e, consequent ement e, discut ir
alt ernat ivas de at rat ividade para at uação
de grandes j ogadores que se encont ram
no ext erior, especialment e pela adoção
de prát icas de gest ão que j á se most ra-ram eficient es em out ros países. Analisar o
t orcedor dos clubes de fut ebol sob a
pers-pect iva de client e apont a o caminho para
que os clubes brasileiros volt em ao
equi-líbrio financeiro. A diferença exorbit ant e de receit a ent re os clubes brasileiros e os
europeus é uma realidade que pode
mu-dar com a Copa 2014, e cert ament e t rará
diversas oport unidades para o
desenvolvi-ment o do fut ebol brasileiro.
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287526 7(0326 287526 9$/25(6
O conflit o ent re clubes e países é um dos mais ant igos observados no f ut ebol. À medida
que mais dinheiro f oi sendo invest ido nest e esport e, cert ament e o mais popular do
mundo, os j ogadores f oram se t ornando muit o mais valiosos.
O mercado f ut ebolíst ico, assim como out ros, t ornou-se global. At é os anos 90,
a maioria dos j ogadores brasileiros não at uava no ext erior. Nessa época, a dif erença
de receit a ent re o f ut ebol europeu e o brasileiro não era t ão grande, os salários eram
muit o menores do que hoj e, e os clubes do Brasil t inham um t ipo de gest ão
equipara-do ao de uma empresa f amiliar. Na década de 80, o salário equipara-do j ogaequipara-dor Sócrat es, por exemplo, correspondia a cerca de 15 mil dólares por mês. Hoj e, um j ogador do nível do
Richarlyson, do São Paulo, ganha aproximadament e 50 mil dólares mensais.
No ent ant o, est a mudança de paradigma é recent e e t eve início no f ut ebol
europeu, especificament e na Inglat erra, e pot encializou-se ainda mais à medida que
os anos 90 avançavam. Zico e Sócrat es são exemplos de at let as que f oram j ogar no ext erior com salários muit o menores do que os prat icados at ualment e, enquant o Pelé
permaneceu j ogando no Brasil em t oda sua carreira. Hoj e em dia, essa realidade
seria impensável.
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$ 9,5$'$ 1292 3$5$',*0$ '( *(67®2 '26 &/8%(6
A revolução na gest ão dos clubes acont eceu após a t ragédia de Hillsborough, em 1989,
quando 96 t orcedores do Liverpool morreram esmagados cont ra as grades das
arquiban-cadas do est ádio. Após esse episódio, um relat ório do parlament o brit ânico, chamado de Taylor Report , obrigou, com o apoio público, que os est ádios daquele país passassem
por uma enorme t ransf ormação. Junt o a est e event o, surgia a TV a cabo; e a
combi-nação ent re a t elevisão e a ref orma dos est ádios f ez com que a Inglat erra aument asse
exponencialment e a receit a com o f ut ebol, processo que logo se expandiu pela Europa.
No Brasil, ent ret ant o, o processo se deu de out ra f orma. Avaliando o somat ório da receit a dos 21 maiores clubes brasileiros, conf orme ilust rado no gráfico abaixo,
ob-serva-se nit idament e que é menor que o somat ório da receit a dos dois clubes europeus
com maior f at urament o, o Real Madrid e o Manchest er Unit ed. Diant e dessa realidade,
surge o pont o crít ico: como mant er os melhores j ogadores no Brasil? Ainda que at
ual-ment e o mercado est ej a passando por uma revisão que t em reduzido os valores pagos por j ogadores, e por mais que ainda exist am t ransações milionárias como a do Kaká,
por exemplo, percebemos pelos recent es valores das t ransações dos j ogadores que a
quest ão de salário do j ogador na Europa est á sendo revist a. A negociação do Denílson
há alguns anos, que deixou o São Paulo por 30 milhões de dólares, é um exemplo de
que esse pat amar salarial vem mudando. Jogadores como Neymar e Ganso, que t êm mais exposição do que o Denílson, exemplificam essa dificuldade, pois são t alent os que
ainda at uam em clubes brasileiros.
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