www.jped.com.br
ARTIGO
DE
REVISÃO
Brazilian
infant
and
preschool
children
feeding:
literature
review
夽
Carolina
Santos
Mello
a,
Karina
Vieira
Barros
be
Mauro
Batista
de
Morais
c,∗aUniversidadeFederaldeAlagoas(UFAL),FaculdadedeNutric¸ão,Maceió,AL,Brasil bDanoneEarlyLifeNutrition,SãoPaulo,SP,Brasil
cUniversidadeFederaldeSãoPaulo(UNIFESP),EscolaPaulistadeMedicina(EPM),DisciplinadeGastroenterologiaPediátrica,São
Paulo,SP,Brasil
Recebidoem25denovembrode2015;aceitoem23defevereirode2016
KEYWORDS
Feeding; Childnutrition; Infant;
Preschoolchild; Brazil
Abstract
Objective: To assess the feeding profile of Brazilian infants and preschool children aged 6monthsto6years,basedonthequalitativeandquantitativeanalysisoffood andnutrient intake.
Datasource:ThisreviewanalyzedstudiescarriedoutinBrazilthathadfoodsurveydata on infantsandpreschoolchildren.Thesearchwaslimitedtopublicationsfromthelast10years includedintheLILACSandMEDLINEelectronicdatabases.
Datasummary: Theinitialsearchidentified1480articles,ofwhich1411wereexcludedafter theanalysisofabstracts,astheywererepeatedordidnotmeettheinclusioncriteria.Ofthe 69articlesassessedinfull,31articlescontaineddataonfoodsurveyandwereselected.Only threestudiesconcurrentlyassessedchildrenfromdifferentBraziliangeographicalregions.Of theassessedarticles,eighthadqualitativedata,withdescriptiveanalysisoffoodconsumption frequency,and23hadpredominantlyquantitativedata,withinformationonenergyandnutrient consumption.
Conclusions: Thearticlesassessedinthisreviewshowedveryheterogeneousresults,making itdifficulttocomparefindings.Overall,thefeedingofinfantsandpreschoolchildrenis cha-racterizedbylowconsumptionofmeat,fruits,andvegetables;highconsumptionofcow’smilk andinadequatepreparationofbottles; aswellasearlyandhighintakeoffried foods, can-dies/sweets,softdrinks,andsalt.Theseresultsprovideaidforthedevelopmentofstrategies thataimtoachievebetterqualityfeedingofBrazilianinfantsandpreschoolers.
©2016PublishedbyElsevierEditoraLtda.onbehalfofSociedadeBrasileiradePediatria.Thisis anopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http://creativecommons.org/licenses/
by-nc-nd/4.0/).
DOIserefereaoartigo:
http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2016.02.013
夽 Comocitaresteartigo:Mello CS,BarrosKV,MoraisMB.Brazilianinfantandpreschoolchildrenfeeding:literaturereview.JPediatr (RioJ).2016;92:451---63.
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:maurobmorais@gmail.com(M.B.deMorais).
PALAVRAS-CHAVE
Alimentac¸ão; Nutric¸ãodacrianc¸a; Lactente;
Pré-escolar; Brasil
Alimentac¸ãodolactenteedopré-escolarbrasileiro:revisãodaliteratura
Resumo
Objetivo: Verificaroperfilalimentardolactenteedopré-escolarbrasileiro,nafaixade6meses a6anos,apartirdaanálisequalitativaequantitativadoconsumodealimentosenutrientes.
Fontesdedados: Nestarevisão foramanalisados estudos feitos noBrasil queapresentavam dadosdeinquéritosalimentaresdelactentesepré-escolares.Abuscafoilimitadaàspublicac¸ões dosúltimosdezanos,incluídasnasbasesdedadoseletrônicasLilacseMedline.
Síntesedosdados: Napesquisainicialforamidentificados1.480artigos,1.411foramexcluídos apósanálisedosresumos,porserrepetidosounãopreencheroscritériosdeinclusão.Dos69 arti-gosavaliadosnaíntegra,foramselecionados31quecontinhamdadossobrealimentac¸ão.Apenas trêstrabalhosavaliaramconcomitantementecrianc¸asdediferentesregiõesgeográficas brasilei-ras.Dosartigosanalisados,oitoapresentavaminformac¸õesqualitativas,comanálisedescritiva dafrequênciadeconsumoalimentar,e23informac¸õespredominantementequantitativas,com dadosdeconsumoenergéticoedenutrientes.
Conclusões: Osartigosanalisadosnapresenterevisãoapresentaramresultadosbastante hete-rogêneos,oquedificultouacomparac¸ãodosachados.Deummodogeral, aalimentac¸ãodo lactenteedopré-escolar écaracterizadapelobaixoconsumo decarnes,frutas,legumese verduras,porelevadoconsumo deleite devacaeinadequac¸ãonopreparode mamadeiras, alémdeprecoceeelevadoconsumodefrituras,doces,refrigerantesesal.Nossosresultados constituemsubsídiosparaaelaborac¸ãodeestratégiasquevisem amelhoraraqualidadeda alimentac¸ãodolactenteedopré-escolarbrasileiro.
©2016PublicadoporElsevierEditoraLtda.emnomedeSociedadeBrasileiradePediatria.Este ´
eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/
by-nc-nd/4.0/).
Introduc
¸ão
Crescimentoe desenvolvimentosão dois fenômenos com-plexoscaracterísticosdafaixaetáriapediátrica.Ambossão inter-relacionados.Ocrescimentodependedainterac¸ãode fatores genéticos, os quais têm sua expressão modulada por características ambientais, socioeconômicas, emocio-nais e nutricionais.1 Assim, a alimentac¸ão é importante
nãosomenteparaproporcionarplenocrescimentoe desen-volvimento, mas também por estar envolvida na gênese dos principais distúrbios nutricionais na infância, como desnutric¸ãoenergético-proteica,obesidade,deficiênciade ferroehipovitaminoseA.
Umaspectoquetemrecebidoatenc¸ãocrescentenas últi-masdécadas é a relac¸ão entre a alimentac¸ão e o estado nutricional nos primeiros anos de vida com o desenvolvi-mentodedoenc¸ascrônicasnaadultícia.2---5Nessecontexto,
revisãosistemática6demonstrouqueoaleitamentonatural
em longo prazo se associa com menores valores de pres-sãoarterial, colesteroltotal, prevalência de sobrepeso e
diabetesmellitustipo2,alémdemelhordesenvolvimento intelectual.
Com base em estudos transversais feitos no Brasil nas décadas de 1970, 1980 e 1990 constatou-se rápido declínionaprevalênciadedesnutric¸ãoenergético-proteica e aumento na prevalência de sobrepeso e obesidade, o quecaracterizaofenômenodatransic¸ãonutricional.5,7 As
mudanc¸asobservadasapresentamparticularidadessegundo regiõesgeográficas do Brasil eclasses sociais e são resul-tantesdeprofundasmudanc¸asocorridasnopaísnasúltimas décadas.7 Deve ser destacado que a transic¸ão nutricional
é um fenômeno mundial. No mundo, a disponibilidade de alimentos cresceu 10%, com consequente reduc¸ão na prevalência de desnutric¸ão e aumento na obesidade, que setransformouemgravepreocupac¸ãoemtermosdesaúde pública.Considera-sequeessefenômenoéexplicado,pelo menosemparte,pelainfluênciadocrescimentoeconômico, daurbanizac¸ãoedaglobalizac¸ãonopadrãoalimentar.8
Apesardaimportânciadopadrãoalimentardolactente e dopré-escolar, nãoexistem, noBrasil, dadosde abran-gência nacional que abordem a questão, com excec¸ão da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Crianc¸a e da Mulher (PNDS),9 a última feita em 2006. Deve ser
destacado que os dados do PNDS são fundamentalmente qualitativose relacionadosaamamentac¸ãoe alimentac¸ão complementar.
Comohánecessidadedeseexploraraproduc¸ãocientífica adicional ao PNDS9 sobreo padrãoalimentar na infância,
Métodos
Osartigos feitos no Brasil que estão incluídos nesta revi-sãodaliteraturaforamselecionadosapartirdebuscasnas basesdedadoseletrônicasLilacseMedline. Consideraram--se quatro grupos de palavras-chave: 1. (‘‘alimentacao’’ OR ‘‘consumo de alimentos’’ OR ‘‘dieta’’) [Descritor de assunto] AND (‘‘crianc¸a’’ OR ‘‘lactente’’ OR ‘‘pre--escolar’’) [Limites] AND Brasil [Palavras]; 2. (‘‘padroes alimentares’’OR‘‘comportamentoalimentar’’OR‘‘habitos alimentares’’) [Descritor de assunto] AND (‘‘crianc¸a’’ OR ‘‘lactente’’ OR ‘‘pre-escolar’’) [Limites] AND Brasil [Palavras];3.(‘‘alimentosinfantis’’OR‘‘alimentac¸ão com-plementar’’OR‘‘nutricaoinfantil’’OR‘‘nutricaoinfantil’’ OR‘‘suplementacaoalimentar’’OR‘‘alimentacaomista’’) [Descritor deassunto]AND(‘‘crianc¸a’’OR‘‘lactente’’ OR ‘‘pre-escolar’’)[Limites]ANDBrasil[Palavras];4.(‘‘estado nutricional’’ OR ‘‘inqueritos nutricionais’’ [Descritor de assunto]AND(‘‘crianc¸a’’OR‘‘lactente’’OR‘‘pre-escolar’’) [Limites]AND‘‘Brasil’’[Palavras].
Oobjetivodestaestratégiafoiidentificartodososartigos queapresentavamdadosdealimentac¸ão(desdealimentos complementaresconsumidosapartirdos6mesesatéos ali-mentos usados por crianc¸as maiores com idade inferior a 6anos).Nãoforamcontempladosnaanáliseosdadossobre aleitamentomaterno.
Nãohouverestric¸ãodeidiomas.Noentanto,foram sele-cionados apenas os artigos originais, feitos com crianc¸as brasileiras.Considerandoaamplitudedosresultados encon-trados inicialmente, delimitou-se a busca aos artigos
científicos publicados nos últimos dez anos, a última foi feitaemmarc¸ode2014.Comocritériosdeinclusãoforam selecionados artigos feitos com crianc¸as com idade infe-rior a 7 anos e com dados de inquéritos alimentares (recordatóriode24horas, diaalimentarhabitual, registro alimentar, frequência alimentar e/ou pesagem direta dos alimentos).
Em uma primeira análise foram excluídos os resumos repetidos, que coexistiam em ambas as bases de dados. Posteriormente, dois revisores (MBM, CSM) selecionaram osresumos de formaindependente, a partir dos critérios de elegibilidade pré-definidos. Para os resumos que não contivessem informac¸ões suficientes para decisão quanto ainclusãona revisãodaliteratura,optou-se poravaliaro textocompleto.Oscasosdediscordâncianaselec¸ãoforam reavaliadosatéqueseobtivesseumconsenso.
Na figura 1 está descrito o fluxograma da pesquisa, selec¸ão e inclusão dos artigos científicos na revisão da literatura. Foi feita avaliac¸ão padronizada das seguintes informac¸õesdosartigoscompilados:localdoestudo,anoda coletadedados,tipodeestudoeamostragem,métodos usa-dosparaavaliac¸ãodaalimentac¸ãoesíntesedosprincipais resultados.
Resultados
e
discussão
Comaestratégiadebuscainicialporpalavras-chaveforam identificados1.480artigosnasbasesdedados.Apósa exclu-sãodosartigosrepetidosepelaanálise,apartirdoscritérios deinclusãopredefinidos,31artigosforamelegíveis.
Busca eletrônica por grupos de Descritores: 1.480 artigos
Identificados
(bases de dados: Lilacs e Medline)
Identificação de 870 artigosa
Seleção de 69 artigos
68 artigos obtidos na íntegra
Excluídos 801 artigos com base nos resumos e/ou
artigo completob
31 artigos incluídos na revisão sistemática
Excluídos 37 artigos completosc Excluídos 610 artigos com ano de publicação anterior
a 2004
Figura1 Fluxogramadapesquisa,selec¸ãoeinclusãodosartigoscientíficosnarevisãosistemática
aTrabalhospublicadosnosúltimosdezanos(desde2004). bRepetidos(64)/nãopreenchiamoscritériosdeinclusão(1.347).
cApósleituradoartigocompleto,nãotinhamdadosdeinquéritoalimentarouapresentavamdadosdecrianc¸ascomidadesuperior
Naanálisedostrabalhoscontempladosnapresente revi-sãodaliteratura,podeserconstatadaumaimportante hete-rogeneidadenos estudosquantoaosobjetivos específicos, composic¸ãodascasuísticas,métodosusadosparaavaliac¸ão da alimentac¸ão (inquéritos) e expressão dos resultados, o que impossibilitou a comparac¸ão dos diferentes acha-dos.Assim,foifeitaumaanálisedescritivadosresultados apresentados nos artigos revisados, buscou-se agregar as informac¸õesoriginaisobtidasnosdiferentesestudos.
Apenastrês artigosavaliaramcrianc¸as provenientesde diferentes regiões geográficas brasileiras: 1. Estudo com 4.322 crianc¸as, feito a partir de dados da PNDS-2006;10
2. Estudocom 3.058 crianc¸as moradoras de nove cidades brasileiras;11 e 3. Estudo com crianc¸as de três cidades:
Recife, São Paulo e Curitiba.12 Os demais artigos (n=28)
foramfeitosquatronaRegiãoNorte,novenaNordeste,dez naSudesteecinconaSul.Deveserdestacadoquetrês estu-dosnoNordeste,feitosemPernambuco,13---15 etrêsdoSul,
emSãoLeopoldo(RS),16---18tratamdediferentesresultados
deummesmolevantamentopopulacional.
Osartigosforamdistribuídosemduascategorias: aque-les com informac¸ões prioritariamente qualitativas e os quecontinhaminformac¸õesquantitativas.Osartigosforam caracterizadoscomoqualitativosquandoforam apresenta-dosapenasdadosdescritivosdafrequênciadeconsumopor gruposalimentares oualimentosespecíficos.Já osartigos quantitativosforamaquelescominformac¸õesrelacionadas aoconsumoenergéticoe/oudenutrientes.Astabelas1e2
apresentamasinformac¸õesbásicasdosoitoestudos quali-tativosedos23quantitativos,respectivamente.
Deve ser destacado que parcela expressivados artigos compiladosnãoavaliouamostrasprobabilísticasque repre-sentasseadequadamentetodapopulac¸ãobrasileiradafaixa etáriaem análise. Assim,os dadosanalisados não podem serextrapoladosparaatotalidadedapopulac¸ãobrasileira delactentese pré-escolares.Por sua vez, asinformac¸ões obtidassãoasúnicasdisponíveisnomomentoedevemser usadascomcautelaenquantonãosejamfeitosestudoscom amostragemquelevememconsiderac¸ãotodasas particula-ridadesdoBrasil,como,porexemplo,oscenáriosurbanose rurais,diferentescondic¸õesclimáticas,status socioeconô-mico,diferenc¸asculturaiseregionais,entreoutras.
Aseguirsãoapresentadoscomentárioscríticosque inte-gramosresultadosdasdiferentespesquisasdeacordocom asdiferentescategoriasdegruposdealimentosenutrientes.
Consumodeleitedevacaederivados
De um modo geral, pode ser afirmado que o leite de vaca é um dos alimentos mais frequentemente consumi-dos por crianc¸as brasileiras. O consumo diário de leite integralocorreu em médiapor 76,9% das crianc¸as avalia-das,considerandodiferentesestudosqueincluíramcrianc¸as entre 1 e 7 anos.19---21 Na Paraíba verificou-se que 85,9%
das crianc¸as entre 6 e 12 meses consumiam diariamente refeic¸õesdotipolácteas.22Quantoaoconsumodefórmulas
infantis,verificou-sequeapenas6,7%dascrianc¸asmaiores de6mesesasusavamemsubstituic¸ãoaoleitematerno.10
Emrelac¸ãoaonúmerodeporc¸õesdiáriasrecomendadas delácteos, foi observado em Duque de Caxias (RJ)23 que
crianc¸asde6a30mesestinhamumconsumomédiodeduas
porc¸ões/dia, o queé considerado inferior àstrês porc¸ões recomendadaspor guiaalimentar nacional.24 Por sua vez,
em umpequenogrupodecrianc¸as com2a 3anosdaIlha de Paquetá (Riode Janeiro,RJ), a médiade consumo foi aindamenor,de1,8porc¸ão/dia,inferioraorecomendado, também, quando usado como referência o guiaalimentar americano,25 querecomendaduasporc¸ões/dia.Quanto ao
consumo diário per capita de leite de vaca e derivados, conformedadosobtidosemSalvador(BA), crianc¸asde6a 12mesesconsumiramemmédia528,9mL/diaecrianc¸asde 12a24meses,548,1mL/dia.26
Em estudo feito com crianc¸as entre 4 e 12 meses, moradorasem trêscidades brasileiras(Curitiba, SãoPaulo e Recife),12 a idade média de introduc¸ão de mamadeira
foi de 3 meses e as de alimentac¸ão complementar e de alimentac¸ãodafamíliaforam,respectivamente,4mesese 5,5meses.
De acordo com recomendac¸ões mundiais, deve ser estimulada a manutenc¸ão do leite materno como fonte láctea exclusiva até os 2 anos ou mais, é contraindi-cada a introduc¸ão de leite de vaca integral antes dos 12 meses.27 Já é bem estabelecido que o consumo
pre-cocee/ouexcessivodeleitedevacapodeestarrelacionado à ocorrência de anemia ferropriva, alergia alimentar e obesidade.27,28 As fórmulas infantis, apesarde ter
proteí-nasintactas,sãoaprimeiraescolhadealimentac¸ãoláctea para crianc¸as já desmamadas, devido principalmente à adequac¸ãodasnecessidadesdeproteínasemicronutrientes paralactentes.27
Consumodecarnes
Emrelac¸ãoàfrequênciadeconsumosemanal,aPNDS/2006, que avaliou 4.322 crianc¸as das cinco regiões brasileiras, entre6e59meses,verificouque24,6%haviamconsumido diariamentecarnebovina,6,1%frangoe1,5%peixe,ouseja, oconsumodiáriodealgumtipodecarneocorreuporapenas 32,2% das crianc¸as estudadas.10 NoEstado de SãoPaulo29
constatou-se que a probabilidade decrianc¸as de 6 meses consumiremcarnesnaspreparac¸õesdesopaoucomidade panelafoide54%e25%,respectivamente,oquemostrauma tendênciadeaumentodoconsumopróximoaos12meses. O consumo de algum tipo decarne nas últimas 24 horas, porcrianc¸asde6a12meses,ocorreuemmédiapor apro-ximadamente35%dascrianc¸asavaliadas,segundodadosde diferentesestudos,26,29epor,emmédia,47,3%dascrianc¸as
de12a24meses.22,26
Quanto ao consumo de porc¸ões diárias, foi verificado emSãoLeopoldo(RS)18 que78,4%dascrianc¸asconsumiam
carnes, porém em quantidade insuficiente. Em Campinas (SP)30verificou-se,emcrianc¸asde2a6anos,oconsumode
1,32porc¸ão/diadealimentosdogrupodecarnes,nãohouve diferenc¸a deconsumoentresexomasculino efeminino. É recomendadooconsumodediasporc¸õesaodiade alimen-tosdogrupodecarnes,tantoporguianacionalcomopelo internacional.24,25
EmSalvador(BA)26verificou-seconsumomédiopercapita
Tabela1 Tipodeestudo,localeano,tamanhoamostral,idadeemétodoparaavaliac¸ãoqualitativadoconsumoalimentarde oitoestudoscomlactentesepré-escolaresbrasileiros
Referência Tipodeestudo/Local eanodecoleta
Tamanho amostral/idade
Inquérito alimentar
Resumodosresultados
Bortolinietal.(2012) Transversal5regiões doBrasil;2006/2007
n=4.322 6a59meses
Questionário defrequência alimentar
Ascrianc¸asresidentesnasregiõesSul, SudoesteeCentro-Oesteconsumiram commaisfrequênciaosalimentos recomendados(arroz,pão,batata, feijão,verduradefolha,legumes, carne,iogurte)eosnãorecomendados (doceserefrigerantes).Asresidentes naRegiãoNordesteconsumiramcom maiorfrequênciafrutas,biscoitose salgadinhos.Ascrianc¸asresidentesno estratourbanoconsumiramcommais frequênciaalimentosrecomendadose nãorecomendados,quandocomparadas comasdazonarural.
Cagliarietal.(2009) TransversalCampina Grande,PB;2007
n=112 2a5anos
Questionário defrequência alimentar
Gruposdealimentosmaisconsumidos diariamente:arroz,leite,
ac¸úcar/salgadinhoseóleo.Osmenos consumidosdiariamenteforamverduras elegumesecarne.
Castroetal.(2004) Transversal
Tumiritinga,MG;2001
n=69 0a60meses
Questionário defrequência alimentar
Alimentosconsumidoscommaior frequênciapormaioresde1ano: leguminosas,cereaiseleite.Hortalic¸as, frutasecarnesapresentarambaixo consumoouestavamausentesna alimentac¸ãodiária(47,3%,63,6e72,7% consumiammenosde4vezes/semana). Altoconsumodeguloseimas(67,3% consumopelomenos1vezporsemana). Gaticaetal.(2012) LongitudinalPelotas,
RS;2004-2008
n=4.231 12a48meses
Frequênciade consumode alimentosnas últimas24h
Crianc¸asdebaixonívelsocioeconômico consumirammaisguloseimas,café, pão/biscoitos.Crianc¸asdealtonível socioeconômicoconsumirammais frutas,iogurteserefrigerantes. Nobreetal.(2012) Transversalaninhado
emcoorte Diamantina,MG; 2009-2010
n=232 5anos
Questionário defrequência alimentar
Baixaescolaridadematernaseassociou amaiorchancedeconsumode alimentosdopadrão‘‘dietamista’’e menorchancedeconsumiralimentos dopadrão‘‘lanches’’;enquantoosde maiorrendapercapitatêmmais chancedeconsumiralimentosdo padrão‘‘nãosaudável’’. Palmeiraetal.(2011) TransversalParaíba
---14municípios;2005
n=539 0a24meses
Recordatóriode 24horas
Altoconsumodelácteosentre6e 24meses.Consumodiárioinsuficiente dealimentosfontesdeferro, entre12e24meses. Pereiraetal.(2008) TransversalTeresina,
PI;2003
n=135 36a83meses
Questionário defrequência alimentar
Observou-sebaixoconsumode
alimentoscomaltooumoderadoteores devitaminaAealtoconsumode alimentoscombaixoteordesta vitamina.
Saldivaetal.(2007) TransversalSãoPaulo -136municípios;2004
n=24.448 6a12meses
Recordatório de24horas
Tabela 2 Tipo de estudo, local eano, tamanho amostral, idade e método para avaliac¸ão quali-quantitativa doconsumo alimentarde23estudoscomlactentesepré-escolaresbrasileiros
Referência Tipodeestudo/Local eanodecoleta
Tamanho amostral/idade
Inquérito alimentar
Resumodosresultados
Antunesetal.(2010) Transversal
DuquedeCaxias,RJ; 2005
n=384 6a30meses
Recordatório de24h(2dias)
Consumoabaixodasrecomendac¸ões dehortalic¸aselácteos.Quantomaior ograudeinseguranc¸aalimentar, menoroconsumodeproteínaseferro. Azevedoetal.(2010) Transversal
Recife,PE;2007
n=344 24a60meses
Pesagemdireta+ recordatóriode 24h(2aplicac¸ões em20%das crianc¸as)
ConsumomedianodevitaminaA superioraEARporcrianc¸asde24a 47mesesemaioresde47meses.
Barbosaetal.(2006) Longitudinal IlhadePaquetá,RJ; 2003
n=20 2a3anos
Avaliac¸ãoinicial porhistória dietéticae,após 6meses,por pesagemdireta dosalimentose registroalimentar (2dias)
Após6mesesdepermanênciana creche,maiornúmerodecrianc¸as atingiuarecomendac¸ãopara:carne (55para80%),gordura(45para55%)e fruta(20para85%).Opercentualdo grupodoscereaispermaneceu inalterado(20%)edoleitediminuiu (45para35%).Nenhumacrianc¸a atingiuarecomendac¸ãoparao consumodelegumes.
Beinneretal.(2010) Longitudinal
Diamantina,MG;2006
n=176 6a24meses
Registro
alimentar(3dias)
Amédiadoconsumodietéticodezinco foisuperioràsrecomendac¸ões.30,6% dascrianc¸asingeriramquantidadede ZnabaixodaEARe19,4%,valor superioraUL.
Bernardietal.(2011) Transversal CaxiasdoSul,RS; 2007
n=362 2a6anos
Pesagemdireta+ registroalimentar (1dia)
56,5%daingestãoalimentardiáriade ferroforamfornecidospelaescola; 62,7%daingestãodiáriadecálcio, 55,3%daingestãodevitaminaAe 51,4%daingestãodezincoforam fornecidospelodomicílio.Crianc¸asda escolaparticularestiverammaior consumodeferroevitaminaA;na escolapúblicahouvemaiorconsumo dezincoecálcio.Pelosregistros domiciliares86,8%dascrianc¸as consumiramrefeic¸õeslácteas. Buenoetal.(2013) Transversal
Multicêntrico(9 cidadesbrasileiras); 2007
n=3.058 2a6anos
Pesagemdireta+ registroalimentar (1dia)
Aingestãomédiadegorduraspor crianc¸asde2a3anosfoiinferiorao percentualenergéticorecomendado. Consumosuperiordesódioegordura saturadapor90%e30%dascrianc¸as, respectivamente.
Caetanoetal.(2010) Longitudinal Curitiba,SãoPauloe Recife;2005
n=179 4a12meses
Registro
alimentar(7dias)
Elevadafrequênciadeconsumo semanaldealimentosindustrializados, refrigerantesesucosartificiais. Elevadainadequac¸ãoquantitativade micronutrientes:zinco(75%),ferro (45%),vitaminaA(38%),cálcio(15%). Castroetal.(2009) Transversal
AssisBrasile Acrelândia,AC;2003
n=69 0a24meses
Diaalimentar habitual
Altaingestãodecarboidratoseleite devaca.Consumoirregulardefrutas, vegetais,feijõesecarne.Consumo acimaeabaixodasrecomendac¸ões paraproteínaseferro,
Tabela2 (Continuac¸ão)
Referência Tipodeestudo/Local eanodecoleta
Tamanho amostral/idade
Inquérito alimentar
Resumodosresultados
Cavalcanteetal.
(2006)
Transversal Vic¸osa,MG; 2003-2004
n=174 12a35meses
Recordatório 24horas+ Questionário defrequência alimentar(1dia)
Prevalênciasdeinadequac¸ão: vitaminaA(36,8%),ferro(13,2%)e zincoe(99,4%).Consumoabaixodo recomendadoparalipídeos.
Costaetal.(2011) Transversal
Gameleira-PEeSão JoãodoTigre-PB; 2005
n=445 0a23meses
Recordatório de24horas
Energia,macroemicronutrientes acimadasrecomendac¸ões,exceto: vitaminaA(crianc¸asde7-11meses) apresentaramvaloresmedianos abaixodaAI;ferroabaixoezincoe cálcioacimadasreferênciasem todasasfaixasetárias.
Domeneetal.(2006) Transversal Campinas,SP
n=94 2a6anos
Pesagemdireta+ recordatório24h
Menorconsumodelegumesefrutas, cereaisegorduras.Maiorconsumode alimentosfontesdeproteína(carnes, lácteoseleguminosas),ricosem ac¸úcaresegordurasaturada. Fernandesetal.
(2005)
Transversal Recife,PE;1997 ---1999
n=311 6a59meses
Pesagemdireta+ recordatório24h
78%dascrianc¸asapresentaram adequac¸ãodevitaminaA.Maior proporc¸ãodeconsumodevitaminaA deorigemanimal(58%).
Fidelisetal.(2007) Transversal
Pernambuco:Região metropolitanado Recife,Interior urbanoeInterior rural;1997
n=948 0a5anos
Recordatório de24horas
Déficitdeenergiaeexcessode proteínasforamelevadosemtodasas faixasetáriaseáreasgeográficas. Elevadaocorrênciadeinadequac¸ão deferroezincoemdiferentesfaixas etárias.
Garciaetal.(2011) Transversal
Acrelândia,AC;2007 ---2008
n=164(127 cominquérito) 6a24meses
Diaalimentar habitual
Ingestãoabaixodasrecomendac¸ões devitaminaA(42%),zinco(46%)e ferro(71%).Baixoconsumodefrutas, hortalic¸asecarnes;consumo excessivodeleitedevacaemingau.
Levy-Costa,Monteiro (2004)
Transversal SãoPaulo,SP; 1995-1996
n=1280(598 cominquérito) 0a59meses
Recordatório de24horas
Observou-seque1,1mg/1.000 caloriasdeferroencontra-sena formahemee4,3mg/1.000calorias naformanãoheme.
Menezesetal.(2007) Transversal Pernambuco:região metropolitanado Recife,interior urbanoeinterior rural(1997)
n=948 0a60meses
Recordatório de24horas
Elevadaocorrênciadeinadequac¸ão energética,principalmentenasfaixas etáriasde48-60mesese0-6meses. Consumodeproteínasuperioràs recomendac¸ões,emtodasasfaixas etárias.
Oliveiraetal.(2005) Transversal Salvador,BA;1996
n=724 0a24meses
Recordatório de24horas
Consumomédiodeenergiaeproteína superioràrecomendac¸ãoparatodos osgruposetários.Oscarboidratos contribuíramcomomaiorpercentual novalorenergéticototaldadietae essepercentualaumentacoma idade,enquantoacontribuic¸ãodos lipídiosdiminui.
Oliveiraetal.(2006) Transversal Pernambuco:região metropolitanado Recife,interior urbanoeinterior rural(1997)
n=746 6a59meses
Recordatório de24horas
Tabela2 (Continuac¸ão)
Referência Tipodeestudo/Local eanodecoleta
Tamanho amostral/idade
Inquérito alimentar
Resumodosresultados
Portellaetal.(2010) Transversal
Belém,PA;2005-2006
78amostras dealimentos 6a18meses
Recordatório de24h(dois)+ Análisequímica dosalimentos
Todasasamostrasanalisadas apresentaramquantidadedeferro abaixodomínimorecomendado. Excessodesódiofoiconstatadoem 89,2e31,7%dasamostrasdosgrupos debaixoealtonívelsocioeconômico, respectivamente.
Rauberetal.(2013) Longitudinal SãoLeopoldo,RS/; 2001-2002
n=345 3a4anos
Recordatório de24h(dois)
Apenas9,6%dascrianc¸astiveramum bompadrãodedieta.Variedadeda dietaeconsumodeleitefoimaior,e consumodegorduratotalesaturada foimenor,entreaquelascrianc¸asque asmãestinhammaiorescolaridade. Salles-Costaetal.
(2010)
Transversal RiodeJaneiro ---Região
metropolitana;2005
n=383 6a30meses
Recordatório de24h(dois)
Idadeeinseguranc¸aalimentar influenciaramamédiadasporc¸ões dosgruposdealimentosconsumidos pelascrianc¸as.Arazãodevariância foimaiorparaosgruposcom moderadaagraveinseguranc¸a alimentardoqueaquelescoma seguranc¸aalimentar;principalmente paraaproteínaemcrianc¸as
de6a17mesesecarboidratospara asde18a30meses.
Vítoloetal.(2007) Longitudinal SãoLeopoldo,RS; 2001-2002
n=369 <1ano
Recordatório de24horas
Oconsumodecarneentreascrianc¸as de12a16mesesmostrou-se
presenteem78,4%dosinquéritos, porémaporc¸ãoconsumidafoi insuficiente.Maioresingestõesde ferroevitaminaCseassociaramà ausênciadeanemia.
Vítoloetal.(2010) Longitudinal SãoLeopoldo,RS; 2001-2002
n=345 3a4anos
Recordatório de24horas(dois)
Aconselhamentodietéticodasmães noprimeiroanodevidaseassociou amelhorqualidadedadietaaos 3-4anos.Maiornúmerodeporc¸ões consumidasdevegetaisefrutasea maiorvariedadedadietafoi observadonogrupointervenc¸ão; alémdemenorconsumode colesterol.Osgruposnãodiferiram quantoaoconsumodecarne,leite, sódioegordura.
AI,AdequateIntake;EAR,EstimatedAverageRequerement;UL,TolerableUpperIntakeLevel.
e peixe) contribuiu com 3% do valor energético total de crianc¸asdos 6aos 11mesese de5% em crianc¸asde 12a 24meses.
As carnes constituem o grupo de alimentos fontes de ferrocomaltabiodisponibilidade.Alémdeserfontedeferro heme, potencializaa absorc¸ão doferro não heme. Deve--seestar atentoà dificuldade na aceitac¸ão de carnespor parte delactentes e pré-escolares,sobretudo em relac¸ão àconsistênciadoalimentooferecido.Outrofatorque cola-boraparaaingestãodeficienteéocustodoalimento.Ac¸ões deeducac¸ãonutricionalpodemfavoreceroadequado con-sumoqualitativoequantitativodealimentosdessegrupo,é
estratégiaessencialnaprevenc¸ãodaanemiapordeficiência deferro.32
Consumodefrutas,legumeseverduras
Apesar de alguns autores29 relatarem elevado percentual
Brasil.10 Observou-se,também, que 11,6%dos lactentese
pré-escolaresnãoconsumiamfrutasdurantetodaasemana equeoconsumodefrutasfoimaisfrequentenoSul, Nor-desteeSudestedopaís.10
O consumomédio percapitade frutas,deacordo com estudo feito em Salvador, foi de 183,1 gramas/dia, por crianc¸asentre6e12meses,ede223,1g/dia,porcrianc¸as de12a24meses.Laranjaebananaforamasfrutasmais fre-quentementeconsumidaspelascrianc¸asemambasasfaixas etárias.26
Ogrupodelegumeseverdurasfoireferidocomo irregu-lare poucoconsumidoporváriosautoresem estudoscom lactentese pré-escolares.16,19,23,30,33---37 NoAcre
constatou--seque53,4%dascrianc¸asde6a24mesesnãoconsumiram hortalic¸anasrefeic¸õesprincipais.37
Emrelac¸ãoàfrequênciasemanaldeconsumo,legumese verdurasforamosmenosingeridosdiariamente,porcrianc¸as decrechesem CampinaGrande(PB)(36%dasque perma-neciam em período integral e 21% das que permaneciam emperíodoparcial).Amaioriadascrianc¸asseenquadrava em umpadrãodeconsumo entreumaa quatrovezes por semana.19
Onúmerodeporc¸õesdiáriasnãoatingiurecomendac¸ão detrês porc¸ões aodia24,25 porcrianc¸as frequentadorasde
umacrechefilantrópica.33 Emcrianc¸asentre6e12meses,
oconsumo médiopercapitadelegumes everdurasfoide 57g/diaeabatatainglesa,acenoura,aabóboraeochuchu foram os vegetais mais consumidos.26 Observou-se,
tam-bém, menor ingestão per capita (45,7g/dia) desse grupo alimentar pelas crianc¸as de 6 a 12 meses.26 Crianc¸as das
regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentaram maior consumo de legumes de acordo com os dados da PNDS/ 2006.10
Pesquisasdeabrangêncianacional9,38,39constataramque
oconsumodefrutas,verduraselegumeséinsuficientepela maiorpartedapopulac¸ãobrasileira,emtodasasfaixas etá-rias.Éimportantedestacaressesgruposdealimentoscomo umasdasprincipaisfontesdiáriasdevitaminas,mineraise fibrasalimentares.
Consumodecereaiseleguminosas
Considerandooconsumodecereaisnaformadefarináceos parapreparodemingaus,constatou-seemSalvador(BA)26
queprodutosàbasedemilhoforamconsumidospor42,5% dascrianc¸asentre6e12mesesepor41%dascrianc¸asentre 12e24mesesidade.
Em Diamantina (MG),34 crianc¸as de 6 a 24 meses
apresentam alimentac¸ão caracterizada como de pobre qualidade e diversidade. O arroz, o feijão e a fari-nha de milho foram os principais alimentos preparados pelas mães ou responsáveis pelas crianc¸as avaliadas.34
Praticamente a totalidade dos pré-escolares estudados em Campina Grande (PB) consomem arroz diariamente, enquanto o consumo diário de feijão foi observado em 71% das crianc¸as.19 Em umassentamento rural em Minas
Gerais verificou-se que entre maiores de 1 ano cereais e leguminosas, mais precisamente arroz (92,7%) e feijão (94,7%),foramosalimentosmaisfrequentemente consumi-dos,considerando-seoconsumodequatroasetevezespor semana.20
Em relac¸ão ao padrão de consumo, foi verificado que oconsumo médiopercapitadiáriodecereaisederivados (arroz,biscoito,pães e macarrão),porcrianc¸as entre6 e 12meses,totalizou28g/diae odefeijão foide14g/dia. Ascrianc¸asde12a24mesesapresentaramingestãomédia
percapitadecereaiseleguminosasde82g/diae40g/dia, respectivamente.26
Na PNDS/2006, estudo com abrangência nacional,10 o
consumo diário de arroz e/ou macarrão foi relatado por 77,4% das crianc¸as de 6 a 59 meses, de pão por 52% e defeijões/lentilha por 66%. Arroz e pão foramalimentos maisfrequentemente consumidos por crianc¸as residentes nasregiõesCentro-Oeste,SudesteeSul.Quantoaoconsumo frequentedefeijões,asmaioresfrequênciasocorreramnas regiões Centro-Oeste e Sudeste. As crianc¸as das regiões NorteeNordestetiverammenor frequênciadiáriade con-sumotantodoscereais(arroz,macarrãoepão)quantode leguminosas(feijõeselentilha)quandocomparadascomas crianc¸asprovenientesdasoutrasregiõesbrasileiras.10
O consumo diário de cereais e leguminosas é indicado nainfância,desdeoperíododeintroduc¸ãodaalimentac¸ão complementar,aos6meses.Essesalimentossãofontesde vitaminasdocomplexoB,ferro nãoheme ezinco, dentre outras vitaminas e minerais, além de juntos construírem umaótimafonteproteica.27,28
Consumodeóleosegorduras
Foiverificadocomdadosde4.322crianc¸asdascincoregiões doBrasil(PNDS/2006)que51%consumiamalimentosfritos pelomenosumavez nasemana;maiorocorrênciade con-sumo,que variou entreumaatrês vezes porsemana, foi verificadopor crianc¸as oriundasdas regiõesSul eSudeste doBrasil.10
O grupode óleos teveelevada frequênciade consumo diárioemestudofeitoempré-escolaresdeCampinaGrande, foiconsumido por76% das crianc¸as quepermaneciam em tempointegralepor90%quepermaneciamemperíodo par-cialnacreche.19
Em Salvador(BA) foiverificado queo consumodeóleo emargarinafoibaixoporcrianc¸asde6a12mesesede12 a24meses,aingestãomédia foide0,7g/diae 0,6g/dia, respectivamente.26
É válido destacar que em estudosdietéticos, frequen-temente, o consumo de óleos e gorduras, e também de sal, pode estar sub ou superestimado, devido à falta da identificac¸ãoadequadadaquantidadeusadanopreparodos alimentos.30Oconsumodefrituras,excessodesaleac¸úcar
deadic¸ãosãocontraindicadosnaalimentac¸ãodacrianc¸a.24
Consumodeac¸úcares,docesebebidasac¸ucaradas
Ac¸úcares e doces é um grupo que apresenta elevada frequênciadeconsumo pela populac¸ão infantil,conforme verificadopordiversosautores.10,12,19,26,30,31,40EmCuritiba,
SãoPauloeRecife12constatou-sequenopreparode
mama-deiras de lactentes entre 6 e 12 meses em 90,4% eram adicionadosac¸úcar,cereais,achocolatadoouambos,no pre-paro com leite de vaca em pó.12 Essa adic¸ão ocorreu no
Estudo mostrouque o consumo diáriodedoces e tam-bém de refrigerantes ocorreu por aproximadamente 22% dascrianc¸as avaliadas.Consumo pelomenosumavez por semana de doces e refrigerantes foi verificado em mais de70% das crianc¸as. Maior frequênciade consumo diário dedoces e refrigerantes foiobservada pelas crianc¸as das regiõesSuleSudeste.10
O consumo médio diário deac¸úcar foi de 23g/dia por crianc¸asde6a12anosede37g/dia porcrianc¸as de12a 24 meses, em estudo feito em Salvador.26 No Acre31
constatou-sequeoconsumodedocesebebidasac¸ucaradas equivaleua14%dototaldeenergiaingeridaporcrianc¸asde 6a11mesesepor18%dototaldeenergiaporcrianc¸asde 12a24meses.
Estudomulticêntrico feitoem cinco cidadesbrasileiras verificouqueo consumode bebidasac¸ucaradas,incluindo refrigerantesesucosartificiais,correspondeua37%da ener-gia proveniente de líquidos consumidos diariamente por crianc¸as na faixa de 3 a 6 anos.39 O consumo excessivo
debebidasac¸ucaradas temsidoassociado àocorrênciade excessodepesonapopulac¸ãopediátrica,favoreceo desen-volvimentoprecocededoenc¸ascrônicasnãotransmissíveis, comoodiabeteseahipertensãoarterial.Deacordocomas recomendac¸õesatuais,41aingestãodeac¸úcarlivredeveser
equivalenteamenosde10%dovalorenergéticototaldiário.
Seguranc¸aalimentar
Inseguranc¸aalimentar e/ounívelsocioeconômicobaixose associouao maior consumo decarboidratos e menor con-sumodeproteínas23,35,42eferro,23,31emdiferentesestudos.
Alimentos dos grupos das carnes e ovos, cereais, frutas, hortalic¸as e gordurasapresentaram variac¸ão de consumo, sãogeralmentepoucoconsumidosporcrianc¸ascomalgum graudeinseguranc¸aalimentar.22,23,43
Maiorconsumodeguloseimaspodeseassociaramenor renda familiar e menor escolaridade dos pais.19,20,44 Alta
ingestão de café,19,23,44 pão e biscoitos19,22,44 pode ser
observada com maior frequência naqueles com menor nível socioeconômico ou inseguranc¸a alimentar. Não há recomendac¸ões quanto à ingestão de café, no entanto é conhecidoque seuconsumo em excesso podefavorecera dificuldadenaabsorc¸ãodenutrientes,aexemplodoferro.27
Algunsautoresdestacamaimportânciadasinstituic¸ões namelhoriadaqualidadedaalimentac¸ãoinfantil.33,35,36,45A
garantiadecuidadosemsaúdeenutric¸ãoduranteoperíodo depermanênciaem crecheséfavorávelacrianc¸as perten-centesaestratossocioeconômicosmenosfavorecidos.33
Adequac¸ãodemacronutrientesefibraalimentar
Dentreosmacronutrientes,proteínase lipídios apresenta-ramachadosmaisfrequentesdeinadequac¸ão.Oconsumode proteínaacimadasrecomendac¸õesfoiobservadoem estu-doscomcrianc¸as dediferentesfaixasetárias.13,14,26,35,42 O
consumodelipídiosabaixodorecomendadofoiconstatado emestudomulticêntrico,11alémdeoutrosfeitosemBelém
(PA)42 eemVic¸osa(MG).46 Entretanto,consumoelevadode
gordurasaturadafoiobservadoporalgunsautores,11,16,30o
quepodecaracterizaraqualidadedadietaofertadaea ele-vadaingestãodelácteos.Oconsumodelipídiospodeestar
subestimadoemalgunsestudosdevidoànãocontabilizac¸ão dagorduradeadic¸ãonopreparodosalimentos.
Estudofeitoemnovecapitaisbrasileiras11verificou
con-sumo defibraalimentar superiorà ingestãoadequada das (Dietary Reference Intakes (DRIs)47 por apenas 22% das
crianc¸ascommenosde4anose5%dascrianc¸ascommaisde 4anos.Aingestãomédiadefibraalimentarvariouentre9,2 a10gramaspara1.000Kcal.Oconsumodefibraalimentar naprimeirainfânciaépoucoinvestigado.
Adequac¸ãodemicronutrientes
A avaliac¸ão dos micronutrientes ferro, cálcio, zinco, sódio e vitamina A foi contemplada nesta revisão da literatura. Cálcio e zinco, em geral, tiveram suas neces-sidades alcanc¸adas, e até superiores às recomendac¸ões, emdiferentesestudos.11,34,35,48 Ferroe vitaminaAtiveram
divergênciasemrelac¸ãoàadequac¸ãoemdiferentesfaixas etárias.13,31,37,48 Quanto ao consumo de sódio, o consumo
superioraorecomendadofoioresultadomaisfrequente.11,42
Leiteederivados, quesãoalimentosaltamente consu-midos pela populac¸ão pediátrica, sãoas principais fontes alimentaresassociadasàadequac¸ãodecálcioezinco. Entre-tanto,acaseínadoleite,assimcomoapresenc¸adefitatos, reduzabiodisponibilidadedezinco.49Apartirdosextomês
de vida, cerca de 70% das necessidades dos lactentes de ferroezincodevemseratendidospormeiodaalimentac¸ão complementar.12
Elevadafrequênciadecrianc¸as com ingestão decálcio superior às quantidades recomendadas foi verificada em algunsestudos.Pesquisa48com445crianc¸asaté23mesesem
PernambucoenaParaíbamostrouqueoconsumodecálcio foisuperioraorecomendadoportodasascrianc¸asdafaixa etáriaestudada. EmCaxias doSul(RS),35 observou-seque
67%das362crianc¸asestudadas,entre2e6anos, apresen-tavamconsumodecálcioigualousuperioraorecomendado. Estudo multicêntrico feito com pré-escolares em escolas públicas e privadas constatou umamédiade inadequac¸ão no consumo de cálcio de 13,1% e 44,6% em menores de 4 anose em crianc¸as com idade igualoumaior a4 anos, respectivamente.11
Estudo13 comcrianc¸as pernambucanasmostrouelevado
percentualdeinadequac¸ãodevitaminaAporcrianc¸asentre 1e3anose4e5anos,moradorasdaregiãometropolitana. A inadequac¸ão (inferior ao Estimated Average Requere-ment [EAR])foide27,9%e 43,2%,respectivamente.Entre aquelas habitantes do interior urbano, a inadequac¸ão foi de 48,9% e 54,3%, respectivamente. Em crianc¸as de 7 a 11meses,nomesmoestudo,amedianadeconsumode vita-minaA(314g)semanteveabaixodoAdequateIntake(AI)47
(500g).Outroestudo,tambémfeitoemRecife(PE),
veri-ficouconsumoabaixodaEAR47paravitaminaApor8,1%das
crianc¸asentre24a47mesesepor21,3%de48a60meses, menorpercentualdeinadequac¸ãoatribuídoàqualidadeda alimentac¸ãonacreche.45
Deve ser levado em considerac¸ão que a biodisponibili-dadedevitaminaAemalimentosdeorigemanimalémaior quandocomparadacomoscarotenoidescomatividade pró--vitamina A.36,45 Fernandes et al.,36 além de verificar o
provenientedealimentosdeorigemanimal(vitaminaA pré--formada)e35%deorigemvegetal(carotenoides).
Anemia ferropriva e hipovitaminose A são deficiências nutricionaiscaracterizadascomoproblemadesaúdepública no Brasil. A deficiência de micronutrientes, como a vita-mina A, o ferro e o zinco, compromete o crescimento e desenvolvimentonormaisdascrianc¸asediminuia resistên-ciaàsdoenc¸asinfecciosas.46 AhipovitaminoseAapresenta
algumasáreas endêmicasno Brasil.De acordocom dados daPNDS/20069puderamserverificadosníveisinadequados
devitaminaA(0,70mol/L)em17,4%dascrianc¸as
avalia-das,asmaioresprevalênciasocorreramnoNordeste(19%)e Sudeste(21,6%)dopaís.Namesmapesquisa,aprevalência deanemia(hemoglobina<11g/dL)foide20,9%noBrasil,a maiorprevalênciafoiverificadanaRegiãoNordeste(25,5%) eamenornaregiãoNortedopaís(10,4%).
Estudoanalisouadensidadedeferronadietadecrianc¸as de6a59meses,emSãoPaulo,everificouque1,1mg/1.000 Kcaleramprovenientesdeferrohemee4,3mg/1.000Kcal na forma não heme.50 Ferro de origem animal contribuiu
com0,6%e14,3%dototaldeferroingeridoporcrianc¸asde 6a11mesese12a24meses,respectivamente.31
Em SãoLeopoldo(RS),18 estudocom369crianc¸asentre
12 e16 mesesverificou quea ausência deanemiaesteve significativamenteassociadaamaiorconsumodeferroheme evitaminaCecommenorconsumodecálcio.
Observou-sequeamédiadoconsumodeleitedevacafoi estatisticamentemenornascrianc¸asquenãoapresentaram anemiagrave(523±315mL)quandocomparadascom aque-las comanemiagrave(648±387mL)(p=0,01).Ou seja, o consumo de leite de vaca pode favorecer a adequac¸ão de cálcio e zinco, noentanto serelaciona à inadequac¸ão de ferro, pode ter efeito inibidor na absorc¸ão do ferro dietético50efavoreceraocorrênciadeanemiaferropriva.15
Consumodesódiosuperioràrecomendac¸ãofoiverificado emmédiapor98,1%dascrianc¸asavaliadasemestudocom pré-escolaresdeescolaspúblicaseprivadasdenovecidades brasileiras,com médiadeconsumo diáriode2186,5mg.11
Em Belém (PA)42 foi demonstrado por análise química de
amostras de alimentos preparados no domicílio para o almoc¸oqueoteordesódiofoimaiselevadonoestrato soci-oeconômicobaixo(363,2±148,3mg)doquenoalto(269,3
± 138,0; p = 0,005). Excessode sódio foi maisfrequente nosalimentosdoestratosocioeconômicobaixodoquenos alimentosdoalto(89,2%versus31,7%;p=0,027).
Em vigência,oPlanoNacionaldeReduc¸ãodeSódioem AlimentosProcessados temcomo objetivodiminuir o con-sumo de sódio entre os brasileiros, incluindo ac¸ões para reduc¸ão da adic¸ão de sal em produtos industrializados e conscientizac¸ão quanto ao consumo racional do sal de adic¸ão. Essas estratégias fazem parte do enfrentamento dasdoenc¸as nãotransmissíveis, comohipertensão arterial edoenc¸ascardiovasculares.51Deacordocomdadosda
Pes-quisadeOrc¸amentoFamiliar(2002-2003),52osaldeadic¸ão
econdimentosàbasedesalseconstituíramnasprincipais fontesdesódionaalimentac¸ãodobrasileiro.Napesquisade 2008-200953 foiconstatadaumareduc¸ãonoconsumoanual percapitadesal,entretantohouveumaumentonoconsumo dealimentosprontosprocessados.
Os resultados apresentados nestarevisão da literatura permitiramretrataraqualidadedaalimentac¸ãodolactente e do pré-escolar brasileiro nos últimos anos. O padrão
alimentar e a ocorrência de distúrbios nutricionais na infânciacontinuaasermotivodepreocupac¸ão,comopode ser exemplificado por estudos publicados no Brasil após o término dabusca de dados para a presente revisão de literatura.54---57
Do pontode vista metodológico, este artigo seguiu os princípiospararevisõessistemáticasdaliteratura,ouseja, abusca foi organizada segundo critériosexplícitos abran-gentes e reprodutíveis, sucedida por análise crítica das informac¸õesrelevantescompiladas.
Conclusão
Osresultadosdosdiferentesestudosreunidosnestarevisão daliteraturapossibilitamumavisão maisamplaquantoàs característicasdoperfilalimentardolactenteepré-escolar brasileiro. Apesar da heterogeneidade dos artigos avalia-dos, podemos verificar que, independentemente do nível socioeconômico,daregiãodeorigemoudafaixaetária,as inadequac¸ões qualitativas e quantitativas relacionadas ao consumodealimentosenutrientessãosemelhantes.Deum modogeral, éobservada baixafrequênciado consumode carnes,frutas,legumeseverduras.Aadequac¸ãoproteicana dietaé asseguradapeloelevadoconsumo deleitedevaca integral.Entretanto, a ingestão desse nutriente é, geral-mente,excessiva.Opreparodemamadeiraséinapropriado, atécomaadic¸ãodeingredientesdesnecessáriosem fórmu-las infantis. Observa-se, também, consumo demasiado de frituras,refrigerantes,doces,guloseimasesal.
Aocorrênciadeinadequac¸õesnoconsumodenutrientes podeestarassociadaàperpetuac¸ãodosprincipaisproblemas desaúdepúblicaconstatadosnapopulac¸ãopediátrica,como aanemiaferropriva,ahipovitaminoseAeoexcessodepeso, eaoaparecimentoprecocedecomorbidadesaltamente pre-valentesemadultos,aexemplododiabetesmellituse da hipertensãoarterialsistêmica.
Considerandoque aescolhaalimentar estárelacionada nãoapenas ao poder de compra, mas, principalmente, a ac¸ões embasadas na educac¸ão alimentar e nutricional, é válido enfatizar a importância da adoc¸ão e implantac¸ão de políticas de saúde mais eficazes voltadas para essa populac¸ãovulnerável,demodoapromoveroadequado cres-cimentoedesenvolvimentoinfantileatuarnaprevenc¸ãode doenc¸aseagravosnutricionais.Osresultadosreunidosnesta revisãoconstituemsubsídiosparaaelaborac¸ãode estraté-giasquevisem a melhorara qualidadedaalimentac¸ãodo lactenteedopré-escolarbrasileiro.
Conflitos
de
interesse
CSMeMBMparticiparamdoprojetointernacionaldaDanone EarlyNutritiondenominadoNutriplanet(2013)noBrasil;KVB fazpartedaequipedaDanoneEarlyNutritionnoBrasil.
Agradecimentos
empresa apoiadora. O conteúdo científico do artigo é de responsabilidadedosautores.
Referências
1.StrufaldiMW,KobingerME,LopesLA,PalmaD,PucciniR.In: MoraisMB,CamposSO,HilárioMO,editors.Pediatria: diagnós-ticoetratamento.Barueri:Manole;2013.p.27---35.
2.GeleijnseJM,HofmanA,WittemanJC,HazebroekAA, Valken-burgHA, GrobbeeDE.Long-term effectsofneonatalsodium restrictiononbloodpressure.Hypertension.1997;29:913---7. 3.Waterland RA, Garza C. Potential mechanisms of
metabo-lic imprinting that lead to chronic disease. Am JClin Nutr. 1999;69:179---97.
4.SinghalA,ColeTJ,LucasA.Earlynutritioninpreterminfants andlaterbloodpressure:twocohortsafterrandomisedtrials. Lancet.2001;357:413---9.
5.Sawaya AL, Martins P, Hoffman D, Roberts SB. The link betweenchildhoodundernutritionandriskofchronicdiseases inadulthood:acasestudyofBrazil.NutrRev.2003;61:168---75. 6.HortaB,BahlR,MartinesJC,VictoraCG.Evidenceoflong-term effectsofbreastfeeding:systematicreviewandmeta-analyses. Geneva:WorldHealthOrganization;2007.
7.Batista Filho M, Rissin A. A transic¸ão nutricional no Brasil:tendências regionaisetemporais.Cad SaúdePública. 2003;19:S181---91.
8.TraillWB, Mazzocchi M,ShankarB, HallamD.Importanceof governmentpoliciesandotherinfluencesintransformingglobal diets.NutrRev.2014;72:591---604.
9.Brasil.MinistériodaSaúde.CentroBrasileirodeAnálisee Plane-jamento.PesquisaNacionaldeDemografiaeSaúdedaCrianc¸a edaMulher---PNDS2006:dimensõesdoprocessoreprodutivoe dasaúdedacrianc¸a.Brasília:MinistériodaSaúde;2009. 10.BortoliniGA,GubertMB,SantosLM.Foodconsumptionin
Bra-zilianchildrenby6to59monthsofage.CadSaúdePública. 2012;28:1759---71.
11.BuenoMB,Fisberg RM,Maximino P,Rodrigues GP,FisbergM. Nutritional riskamong Brazilianchildren2 to 6 yearsold: a multicenterstudy.Nutrition.2013;29:405---10.
12.CaetanoMC,OrtizTT, SilvaSG,SouzaFI,SarniRO. Comple-mentaryfeeding:inappropriatepracticesininfants.JPediatr (RioJ).2010;86:196---201.
13.Fidelis CM, Osório MM. Dietary intake of macro and micro-nutrients by children under five years of age in the State of Pernambuco, Brazil.Rev BrasSaude Matern Infant. 2007;7:63---74.
14.MenezesRC,OsórioMM.Consumoenergético-proteicoeestado nutricionaldecrianc¸asmenores decincoanos, noEstadode Pernambuco,Brasil.RevNutr.2007;20:337---47.
15.OliveiraMA,OsórioMM,RaposoMC.Concentrac¸ãode hemoglo-binaeanemiaemcrianc¸asnoEstadodePernambuco,Brasil: fatoressocioeconômicos edeconsumoalimentarassociados. CadSaúdePública.2006;22:2169---78.
16.RauberF, LouzadaML, FeldensCA, Vitolo MR.Maternal and familycharacteristicsassociatedwiththeHealthyEatingIndex amonglowsocioeconomicstatusBrazilianchildren.JHumNutr Diet.2013;26:369---79.
17.VítoloMR,RauberF,CampagnoloPD,FeldensCA.Maternal die-tarycounselinginthefirstyearoflifeisassociatedwithaHigher HealthyEatingIndexinchildhood.JNutr.2010;140:2002---7. 18.VítoloMR,BortoloniGA.Ironbioavailabilityasaprotective
fac-toragainst anemiaamong childrenaged 12to 16months. J Pediatr(RioJ).2007;83:33---8.
19.CagliariMP,PaivaAA,QueirozD,AraújoES.Consumo alimen-tar, antropometriaemorbidade empré-escolaresdecreches públicasdeCampinaGrande,Paraíba.Nutrire.2009;34:29---43.
20.CastroTG,CamposFM,PrioreSE,CoelhoFM,CamposMT, Fran-ceschiniSC,etal.Saúdeenutric¸ãodecrianc¸asde0a60meses deumassentamentodereformaagrária,ValedoRioDoce,MG, Brasil.RevNutr.2004;17:167---76.
21.PereiraJA,PaivaAA,BergamaschiDP,RondóPHC,OliveiraGC, LopesIBM,etal.Concentrac¸õesderetinoledebeta-caroteno séricoseperfilnutricionaldecrianc¸asemTeresina,Piauí,Brasil. RevBrasEpidemiol.2008;11:287---96.
22.Palmeira PA, Santos SM, Vianna RP. Prática alimentar entre crianc¸asmenores dedoisanosdeidaderesidentesem muni-cípios do semiárido do Estado da Paraíba, Brasil. Rev Nutr. 2011;24:553---63.
23.Antunes MM, Sichieri R, Salles-Costa R. Food intake among childrenunderthreeyears ofagein anareawithhigh food insecurity.CadSaúdePública.2010;26:1642---50.
24.PhilippiST,CruzAT,ColucciAT.Pirâmidealimentarparacrianc¸as de2a3anos.RevNutr.2003;16:5---19.
25.USDA.UnitedStatesDepartmentofAgriculture.Tipsforusing thefood guide pyramid for young children twoto six years old.UnitedStatesDepartmentofAgriculture;1999.Disponível em: http://www.cnpp.usda.gov/sites/default/files/archived projects/FGP4KidsTipsBook.pdf [citadoem 12de outubro de 2015].
26.Oliveira LP, Assis AM, Pinheiro SM, Prado MS, Barreto ML. Alimentac¸ãocomplementarnosprimeirosdoisanosdevida.Rev Nutr.2005;18:459---69.
27.SociedadeBrasileiradePediatria.DepartamentodeNutrologia. Manualdeorientac¸ãoparaaalimentac¸ãodolactente,do pré--escolar,doescolar,doadolescenteenaescola.3rded.Riode Janeiro(RJ):SBP;2012.
28.Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenc¸ãoà Saúde. Departamento de Atenc¸ão Básica. Dez passos para uma alimentac¸ãosaudável:guia alimentar paracrianc¸asmenores dedoisanos:umguiaparaoprofissionaldasaúdenaatenc¸ão básica.2nded.Brasília:MinistériodaSaúde;2010.
29.SaldivaSR,EscuderMM,MondiniL,LevyRB,VenancioSI. Fee-dinghabits of childrenaged 6 to 12months and associated maternalfactors.JPediatr(RioJ).2007;83:53---8.
30.DomeneSM,JackixEA,RaposoHF.Adaptac¸ãodasdiretrizes ali-mentaresparaapopulac¸ãobrasileiraeoestabelecimentodo índicedealimentac¸ãosaudávelparapré-escolaresde2a6anos. Nutrire.2006;31:75---90.
31.CastroTG,BaraldiLG,MunizPT,CardosoMA.Dietarypractices andnutritionalstatusof0-24montholdchildrenfromBrazilian Amazonia.PublicHealthNutr.2009;12:2335---42.
32.Bortolini GA, Fisberg M. Orientac¸ão nutricional do paci-ente com deficiência de ferro. Rev Bras Hematol Hemoter. 2010;32:s105---13.
33.BarbosaRM,CarvalhoCG,FrancoVC,Salles-CostaR,SoaresEA. Avaliac¸ãodoconsumoalimentardecrianc¸aspertencentesauma crechefilantrópicanaIlhadePaquetá,RiodeJaneiro,Brasil. RevBrasSaudeMaternInfant.2006;6:127---34.
34.Beinner MA, Menezes MA, Silva JB, Amorim FR, Jansen AK, LamounierJA.Plasmazincand hairzinclevels, anthropome-tricstatusandfoodintakeofchildreninaruralareaofBrazil. RevNutr.2010;23:75---83.
35.BernardiJR,CezaroCD,FisbergRM,FisbergM,RodriguesGP, VitoloMR.Consumoalimentarde micronutrientesentre pré--escolaresnodomicílioeemescolasde educac¸ãoinfantildo municípiodeCaxiasdoSul(RS).RevNutr.2011;24:253---61. 36.Fernandes TF, Diniz AS, Cabral PC, Oliveira RS, Lóla MM,
SilvaSM,etal.VitaminAdeficiencyamongpreschoolchildren attendingpublicdaycarecentersofRecife:biochemicaland dieteticindicators.RevNutr.2005;18:471---80.
38.InstitutoBrasileirodeGeografiaeEstatística.In:Pesquisa Naci-onaldeSaúdedoEscolar2009.Brasília:IBGE;2009.
39.FeferbaumR,AbreuLC,LeoneC.Fluidintakepatterns:an epi-demiologicalstudyamongchildrenandadolescentsinBrazil. BMCPublicHealth.2012;12:1005.
40.NobreLN,Lamounier JA,FranceschiniSC.Preschoolchildren dietary patterns and associated factors. J Pediatr (Rio J). 2012;88:129---36.
41.Organizac¸ãoMundialdeSaúde.Diretriz:ingestãodeac¸úcarpor adultosecrianc¸as.Genebra:OMS;2015.
42.PortellaMB,MoraisTB,MoraisMB.Excesssodiumand insuffi-cientironcontentincomplementaryfoods.JPediatr(RioJ). 2010;86:303---10.
43.Salles-CostaR,BarrosoGS,MelloMA,AntunesMM,YokooEM. Sourcesofvariationinenergyandnutrientintakesamong chil-drenfromsixtothirtymonthsoldinapopulation-basedstudy. CadSaúdePública.2010;26:1175---86.
44.GaticaG,BarrosAJ,MadrugaS,MatijasevichA,SantosIS.Food intake profilesof childrenaged 12,24 and 48months from the2004Pelotas(Brazil)birthcohort:anexploratoryanalysis usingprincipalcomponents.IntJBehavNutrPhysAct.2012;9: 43.
45.AzevedoMM, CabralPC,Diniz AdaS,Fisberg M,Fisberg RM, ArrudaIK.VitaminAdeficiencyinpreschoolchildrenofRecife, NortheastofBrazil.ArchLatinoamNutr.2010;60:36---41. 46.CavalcanteAA,TinôcoAL,Cotta RM,RibeiroRC, PereiraCA,
FranceschiniSC.Foodconsumption and nutritionalprofileof childrenseeninpublichealthservicesofVic¸osa,MinasGerais, Brazil.RevNutr.2006;19:321---30.
47.Institute of Medicine. Dietary reference intakes for energy, carbohydrate,fiber,fat,fattyacids,cholesterol,protein,and aminoacids(macronutrients).Washington(DC):National Aca-demyPress;2002.
48.Costa EC, Silva SPO, Lucena JR, Batista Filho M, Lira PI, RibeiroMA,etal.Consumoalimentardecrianc¸asem municí-piosdebaixoíndicededesenvolvimentohumanonoNordeste doBrasil.RevNutr.2011;24:395---405.
49.LönnerdalB.Dietaryfactorsinfluencingzincabsorption.JNutr. 2000;130:1378---83.
50.Levy-CostaRB,MonteiroCA.Consumodeleitedevacae ane-mianainfâncianoMunicípiodeSãoPaulo.RevSaúdePública. 2004;38:797---803.
51.Opas. Organizac¸ão Pan-Americanade Saúde.Recomendac¸ões parapolíticasnacionais:prevenc¸ãodasdoenc¸as cardiovascula-resnasAméricasatravésdareduc¸ãodoconsumodesalpara todaapopulac¸ão.Opas;2010.
52.Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orc¸amentos Familiares2002-2003: análise dadisponibilidade domiciliardealimentosedoestadonutricionalnoBrasil.Rio deJaneiro:IBGE;2004.
53.Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de orc¸amentosfamiliares2008-2009:análisedoconsumoalimentar pessoalnoBrasil.RiodeJaneiro:IBGE;2011.
54.SaraivaBC,Soares MC,SantosLC,PereiraSC,HortaPM.Iron deficiencyandanemiaareassociatedwithlowretinollevelsin childrenaged1to5years.JPediatr(RioJ).2014;90:593---9. 55.SparrenbergerK,FriedrichRR,SchiffnerMD,SchuchI,Wagner
MB.Ultra-processedfoodconsumptioninchildrenfromaBasic HealthUnit.JPediatr(RioJ).2015;91:535---42.
56.Valmórbida JL, Vitolo MR. Factors associated with low con-sumption of fruits and vegetables by preschoolers of low socio-economiclevel.JPediatr(RioJ).2014;90:464---71. 57.SilveiraJA,ColugnatiFA,CocettiM,TaddeiJA.Seculartrends