• Nenhum resultado encontrado

Aspectos da microbiologia de reservatórios do semiárido nordestino (Brasil): qualidade de água e concepções espontâneas de professores de escolas públicas

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Aspectos da microbiologia de reservatórios do semiárido nordestino (Brasil): qualidade de água e concepções espontâneas de professores de escolas públicas"

Copied!
61
0
0

Texto

(1)

Aspectos da microbiologia de reservatórios do semiárido nordestino

(Brasil): qualidade de água e concepções espontâneas de professores de

escolas públicas.

CIRLEIDE MARQUES DANTAS

2010 Natal – RN

Brasil

(2)

Aspectos da Microbiologia de reservatórios do semiárido nordestino

(Brasil): qualidade de água e concepções espontâneas de professores de

escolas públicas.

Orientador: Profª. Drª. Magnólia Fernandes Florêncio de Araujo

2010 Natal – RN

Brasil

(3)

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do Centro de Biociências

Dantas, Cirleide Marques.

Aspectos da microbiologia de reservatórios do semiárido nordestino (Brasil): qualidade de água e concepções espontâneas de professores de escolas públicas. / – Natal, RN, 2010.

54 f.: il.

Orientadora: Profa. Dra. Magnólia Fernandes Florêncio de Araújo.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Biociências. Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente/PRODEMA.

1. Semiárido – Dissertação. 2. Enterobactérias – Dissertação. 3. Educação ambiental – Dissertação. I. Araújo, Magnólia Fernandes Florêncio de. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

(4)
(5)

Agradeço primeiramente a Deus por dar provas todos os dias que mesmo o que parece impossível para nós pode ser realizado.

Agradeço ao meu esposo e meus familiares pelo apoio e compreensão.

Agradeço a CAPES (REUNI) pelo apoio financeiro.

A minha orientadora Profª. Magnólia por sua amizade, orientação e paciência durante todo esse mestrado.

Aos amigos do laboratório LAMAq/LEA, em especial Andréia, Aline, Fabiana, Karina, Luisa, Luiz Sodré, Maísa, Mariana, Viviane e Welligton pela ajuda nos procedimentos laboratoriais.

Ao técnico de Laborat6rio Edson Santana pelo grande apoio, ajuda e alegria em todas as etapas da pesquisa.

A ex-técnica de Laboratório Olivia Maria pelo apoio em alguns momentos nos procedimentos laboratoriais.

Aos professores e alunos do departamento de Microbiologia e Parasitologia/UFRN.

A coordenação e aos professores do PRODEMA, pelos ensinamentos.

Aos professores da cidade de Caicó e Parelhas por terem disponibilizado seu tempo para responderem ao questionário.

Enfim a todos aqueles que não citei mas que de uma forma ou de outra me ajudaram nesta importante etapa da minha vida.

(6)

FIGURA 1 02

FICURA 2 03

REFERÊNCIAS 06

CAPÍTULO 1 08

RESUMO 09

ABSTRACT 10

INTRODUÇÃO 11

MATERIAL E MÉTODOS 14

RESULTADOS 17

DISCUSSÃO 19

CONCLUSÃO 21

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 22

FIGURA 1 14

FICURA 2 17

FICURA 3 17

TABELA 1 18

TABELA 2 19

TABELA 3 19

ANEXO 1 25

ANEXO 2 26

CAPÍTULO 2 30

RESUMO 31

ABSTRACT 32

INTRODUÇÃO 33

PERCURSO METODOLÓGICO 34

RESULTADOS E DISCUSSÃO 35

CONCLUSÃO E PERSPECTIVAS 42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 43

(7)

FIGURA 4 38

FIGURA 5 40

FIGURA 6 40

FIGURA 7 41

ANEXO 1 46

(8)

INTRODUÇÃO GERAL

O Problema do abastecimento de água em regiões semiáridas

O semiárido brasileiro abrange parte dos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Norte de Minas Gerais e parte da região norte do Espírito Santo. Apresenta irregularidade de chuvas, e a pluviosidade varia entre 400 e 800 mm anualmente. Por sofrer com longos períodos de estiagem, os mananciais de água da região semiárida são essencialmente utilizados para múltiplas finalidades, muitas vezes incompatíveis entre si. Com isso, a captação e o armazenamento de água para consumo humano, seja pelo aproveitamento de águas superficiais ou subterrâneas ou, mais recentemente, pela coleta de água de chuva em telhados com seu armazenamento em reservatórios denominados cisternas, representam as principais formas de abastecimento hídrico em muitas comunidades rurais, sendo esta última bastante difundida como uma técnica promissora para viabilizar de forma sustentável a convivência de muitas famílias que vivem em condições de clima semi-árido.

O Rio Grande do Norte apresenta grande parte do seu território inserida nessa região semiárida. O semiárido norterriograndense, na área conhecida como Seridó, apresenta aspectos físico-climáticos bastante específicos: o clima é muito quente, com uma média pluviométrica de 550 mm/ano, caracterizado por um regimento de escassez e desigual distribuição de chuvas, mas com uma insolação média de 3.000 horas de luz solar por ano aliada às temperaturas médias sempre superiores a 22°C. A vegetação predominante é baixa, seus solos são em grande parte pedregosos, caracterizados por escassa profundidade e bastante sensíveis à erosão.

(9)

hidrográfica pública com capacidade de acumulação de 2.988.369.372 m3 que, só no estado do Rio Grande do Norte, possui cerca de dezessete reservatórios.

Figura 1 – Mapa da Bacia do Rio Piranhas-Assu. Fonte: AESA – PB.

(10)

O reservatório Boqueirão tem capacidade máxima para armazenar 85 milhões de m3 de água e encontra-se no semiárido potiguar (6°41’38”S e 36°37’47”W), sendo um dos principais reservatórios da bacia de drenagem do rio Piranhas-Assu no estado do Rio Grande do Norte. O reservatório Itans está situado a 4 km da cidade de Caicó sob as coordenadas 06˚29’31”S e 37˚03’24”W e possui capacidade máxima de acumulação de 81.750.000,00 m³ de água. (Figura 2).

Figura 2: Localização dos reservatórios Boqueirão de Parelhas e Itans de Caicó (RN).

Qualidade de água e doenças de veiculação hídrica

A contaminação dos mananciais pode ocorrer em função dos despejos de efluentes domésticos, industriais e agropecuários sem tratamento, os quais chegam aos rios, lagoas e reservatórios. Isto ocorre devido à oferta de água naturalmente reduzida nessa região, onde a maior parte dos rios são temporários Corpos d’água utilizados para captação de água visando o abastecimento doméstico são também usados para descarte e diluição de dejetos humanos e animais. Com isso, a possível presença de microrganismos patogênicos e substancias tóxicas nesses resíduos podem trazer conseqüências danosas para o homem e o meio ambiente.

(11)

quantitativos e qualitativos gerados demandam custos para recuperação e tratamento de água e dos ecossistemas aquáticos (TUNDISI, 2003). O balanço entre oferta e demanda dos recursos hídricos em região semiárida reforça a necessidade de aumentar a oferta de água e melhorar sua distribuição, gestão e conservação. Para Godoi et. al (2010), o gerenciamento integrado contempla as propostas dos administradores, as informações produzidas nos centros de pesquisa e as percepções e necessidades das comunidades do entorno da unidade de gerenciamento da bacia hidrográfica, utilizando como recurso adicional o monitoramento participativo dessas comunidades. Sendo assim, o monitoramento participativo da qualidade da água, aqui entendido como um processo sistemático e contínuo de verificação do progresso das alterações causadas pela implementação de uma atividade ao longo de certo período aparece como uma importante ferramenta educativa na prevenção e redução da incidência de doenças de veiculação hídrica, bem como na identificação de medidas mitigadoras para os problemas diagnosticados causadores da degradação ambiental das águas.

A preservação da qualidade de água é uma necessidade universal, que exige atenção por partes das autoridades sanitárias e consumidores em geral, particularmente no que se refere à água dos mananciais como represas, poços, minas e nascentes, entre outros, destinados ao consumo humano, visto que sua contaminação por excretas de origem humana e animal pode torna-lás um veiculo de agentes de doenças infecciosas e parasitarias (AMARAL et. al., 2003). A saúde humana é diretamente prejudicada por esses processos, sendo ainda muito elevado o índice de mortes no país por doenças de origem hídrica, devido à falta de água de boa qualidade. Dentre as doenças de veiculação hídricas mais comuns e perigosas ao homem destacam-se a cólera, a leptospirose, a shigelose, a hepatite, a esquistossomose, a amebíase e a giardíase.

(12)

se evidenciem as inter-relações e a interdependência dos diversos elementos na constituição e preservação da vida. Acredita-se que o desenvolvimento de um trabalho de educação sanitária e ambiental para a população do meio rural, a adoção de políticas públicas visando à preservação das fontes de água e o tratamento das águas já comprometidas, aliados às técnicas de tratamento de dejetos, são as ferramentas necessárias para diminuir ao máximo o risco de ocorrências de enfermidades de veiculação hídrica (AMARAL et. al. (2003).

Nesse contexto, a análise para verificação da presença de microrganismos causadores de doenças de veiculação hídrica nos reservatórios da região semiárida torna-se fundamental, como uma forma de contribuir com dados para a avaliação da qualidade sanitária dessa água, e podendo, posteriormente, servir de base para o desenvolvimento de atividades de educação sanitária e ambiental junto às populações de interesse.

Educação Ambiental e concepções espontâneas

Existe uma relação direta entre a qualidade de vida de uma população e a qualidade do ambiente em que ela vive e, especialmente, da água que ela consome. Muitas doenças se estabelecem em uma população, em índices elevados, quando as condições de vida são baixas, e a degradação ambiental elevada. Para Libânio et. al. (2005), a contaminação das águas naturais representa um dos principais riscos à saúde pública, sendo amplamente conhecida a estreita relação entre a qualidade de água e inúmeras enfermidades que acometem as populações, especialmente aquelas não atendidas por serviços de saneamento. A situação financeira, as condições de saúde, alimentação e condições sanitárias, além da educação contribuem de maneira decisiva para que certas doenças ocorram com maior freqüência onde esses fatores não são favoráveis. Somem-se a isso as alterações ambientais ocasionadas pela ação antrópica e teremos ai a uma situação ideal para o risco à saúde.

(13)

do conhecimento das bacias hidrográficas como eixo norteador e resgatar a historia ambiental local, a fim de desenvolver nos estudantes uma visão integrada dos diferentes fatores – naturais e antrópicos – que condicionam as transformações ambientais.

Assim, um aspecto importante a ser trabalhado nas áreas onde se situam os açudes é não apenas estudo da qualidade das suas águas, mas também promover a divulgação dos resultados encontrados e incentivar a preservação da Bacia Hidrográfica por meio do desenvolvimento de programas de educação ambiental nas localidades a ela relacionadas. A educação ambiental é extremamente importante para formar cidadãos mais conscientes das interações estabelecidas no ecossistema natural e da sua forma de agir no sentido de privilegiar ao longo da sua existência a sustentação da vida (Teixeira, 2010). Sendo assim, consideramos fundamental que as comunidades conheçam a qualidade da água do ambiente estudado e seus impactos, bem como tenham a oportunidade de discutir informações sobre a importância da água para a qualidade de vida da população.

Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo avaliar a ocorrência de micro-organismos potencialmente patogênicos no açude Boqueirão de Parelhas e, avaliar o conhecimento dos professores de Caicó (onde está localizado o açude Itans), e Parelhas sobre a preservação dos ambientes aquáticos.

Referências Bibliográficas

AESA. Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba. Disponível em: http://www.aesa.pb.gov.br. Acesso em 01 de julho de 2009.

AMARAL, L. A., et al. Água de consumo humano como fator de risco à saúde e propriedades rurais. Revista Saúde Pública (on line). 2003, vol. 37, n.4, pp510-514. ISSN 0034-8910.

BACCI, D.L.C & PATACA, E. M. Educação para a água. Estudos avançados

(14)

LIBANIO, P. A. C.; CHERNICHARO, C. A. de L. and NASCIMENTO, N. O. A dimensão da qualidade de água: avaliação da relação entre indicadores sociais, de disponibilidade hídrica, de saneamento e de saúde pública. Eng. Sanit. Ambient. [online]. 2005, vol.10, n.3, pp. 219-228. ISSN 1413-4152.

Acesso em 20/11/2008: http://www.scielo.br/pdf/esa/v10n3/a06v10n3.pdf

GODOI, E. L.; POLAKIEWICZ, L.; PIRES M. A. F.; ORTIZ, N. Oficina sobre qualidade de água: uma proposta de Educação Ambiental em uma bacia hidrográfica na região metropolitana de São Paulo, Brasil. Educação Ambiental em Ação, número 30, ano VIII, Dez/2009-Fevereiro/2010. Acesso em 10/03/2010: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=768&class=21.

SEMARH. Secretaria Municipal de Recursos hídricos. Acesso em 01 de julho de 2009.

http://www.semarh.rn.gov.br/consulta/cResFichaTecnica.asp?IdResevatório=34

TEIXEIRA, R. F. Promovendo a educação ambiental para o desenvolvimento rural sustentável: uma análise sobre o projeto desenvolvido pela comunidade Morada da Paz em Triunfo/RS no ano de 2003. Educação Ambiental em Ação, número 31, ano VIII, Março-Maio/2010. Acesso em 10/03/2010: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=824&class=02.

(15)
(16)

CARACTERIZAÇÃO MORFOTINTORIAL E BIOQUÍMICA DE BACTÉRIAS POTENCIALMENTE PATOGÊNICAS EM UM RESERVATÓRIO SITUADO NA

REGIÃO SEMIÁRIDA DO NORDESTE BRASILEIRO.

Cirleide Marques Dantas Magnólia Fernandes Florêncio de Araújo

Luiz Sodré Neto Viviane da Silva Félix

RESUMO

(17)

Palavras-chave: Enterobactérias, reservatórios, semiárido.

ABSTRACT

This study was developed in the reservoir Boqueirao Parelhas, located in semiarid region of Rio Grande do Norte, and had as main objective to quantify and characterize different groups of potentially pathogenic microorganisms, with an emphasis on family Enterobacteriaceae. To identify bacteria samples were collected from the reservoir during the dry and rainy seasons and grow in liquid and solid media during 18-24h. The isolated colonies were subjected to Gram staining technique, followed by testing fermentation of lactose in Agar Mac Conckey and technique of cytochrome oxidase (oxidase tape). The strain characteristics of Enterobacteria were submitted to the Panel of Enterobacteria (Probac Brazil). Test results showed the predominance of isolates with characteristics of enterobacteria (37.5%) and 5 species were 100% identified by the panel of enterobacteria: Cedecea species5, Klebsiella planticola, Morganella morganii ss morganii, Serratia plymuthica and Enterobacter sakasakii. The density of heterotrophic bacteria ranged from 1.23 to 3.17 x 107 org.mL-1, which corroborates the

high densities shown in other studies conducted in the same region. Based on the results, we point to the need for a labor-intensive monitoring of water quality and a schedule of actions on environmental education and health education to clarify the problems related to water of public use, in order to obtain proper use of the asset and the best quality of life for people.

(18)

CARACTERIZAÇÃO MORFOTINTORIAL E BIOQUÍMICA DE BACTÉRIAS POTENCIALMENTE PATOGÊNICAS EM UM RESERVATÓRIO SITUADO NA

REGIÃO SEMIÁRIDA DO NORDESTE BRASILEIRO.

Cirleide Marques Dantas1; Magnólia Fernandes Florêncio de Araújo2 Luiz Sodré Neto3 Viviane da Silva Félix4

1 INTRODUÇÃO

A distribuição irregular das chuvas na região semiárida brasileira leva a uma escassez de água durante os períodos de seca. Nessa região, os reservatórios servem como as principais fontes de abastecimento e, muitas vezes, esses corpos de água recebem dejetos humanos, despejos de efluentes domésticos, industriais e agropecuários sem tratamento. As preocupações quanto aos níveis de qualidade, contaminação e manutenção dos recursos hídricos assumem grande importância, à medida que a água é destinada à utilização humana ou para fins produtivos (MATTOS; SILVA, 2002). Devido ao manejo inadequado, essas águas podem vir a ter sua qualidade comprometida pela contaminação por resíduos fecais de origem humana ou de outros animais, levando a uma consequente contaminação por organismos patogênicos, principalmente aqueles relacionados a distúrbios gastrointestinais de veiculação hídrica como a cólera, a leptospirose, a shigelose, a hepatite, a esquistossomose, a amebíase e a giardíase.

Nesse contexto, a família Enterobacteriaceae compreende um grupo de

bactérias que podem causar infecções do aparelho gastrointestinal e de outros órgãos do corpo. O grupo inclui os gêneros Salmonella, Shigella, Escherichia,

1 Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Centro de

Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

2 Docente do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Centro de

Biociências Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

3 Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos naturais da UFSCar;

Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pelo PRODEMA da UFRN, Docente da Universidade Federal de Campina Grande.

4 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Centro de

(19)

Klebsiella, Enterobacter, Serratia, Proteus, Morganella, Providencia e Yersinia.

Muitos desses microrganismos são habitantes normais do aparelho gastrointestinal humano e de outros animais de sangue quente. Apesar disso, certas variedades da Escherichia coli (E. coli) podem provocar diarreia

sanguinolenta e aquosa, também conhecida como diarreia do viajante. Nas crianças, a diarreia provocada pela E. coli do tipo enterohemorrágica pode

desencadear a síndrome hemolítico-urêmica, uma doença que destrói os glóbulos vermelhos e causa insuficiência renal. Ela também causa, frequentemente, infecções das vias urinárias e pode infectar a corrente sanguínea, a vesícula biliar, os pulmões e a pele.

Já as infecções por Klebsiella, Enterobacter e Serratia costumam ser

contraídas no hospital, principalmente por doentes com uma capacidade reduzida para combater as infecções. O gênero Proteus, por sua vez,

compreende um grupo de bactérias que normalmente se encontra na terra, na água e nas fezes. Podem também causar infecções profundas, em particular, dentro da cavidade abdominal, nas vias urinárias e na bexiga. Microrganismos do gênero Pseudomonas são comuns habitantes do solo e de ecossistemas de

água doce. Atualmente, esse gênero consiste de dois clusters intragenéricos:

Pseudomonas aeruginosa e Pseudomonas fluorescens (MOORE et al, 1996).

Justamente por serem bactérias entéricas, a contaminação dos mananciais em função de despejos de efluentes domésticos, industriais e agropecuários sem tratamento, os quais chegam aos rios, lagoas e reservatórios, favorece a presença desses microrganismos nesses ambientes. A possível presença de patógenos e de substâncias tóxicas nesses resíduos pode trazer consequências danosas para o homem e para o meio ambiente. Logo, a proteção e a conservação das fontes de água são imprescindíveis, especialmente aquelas que são usadas para o consumo humano. Mais da metade dos países em desenvolvimento enfrenta problemas de saúde decorrentes do uso de águas contaminadas por microrganismos enteropatogênicos de veiculação hídrica.

(20)

qualidade das águas na região Nordeste do Brasil, e a busca de enteropatógenos nesses ambientes são importantes para as tomadas de decisões de cunho ambiental, já que essas águas são de usos múltiplos e irrestritos (MORAIS et al, 2001). Segundo Pompeo et al (2004), a implementação de medidas mitigadoras é fundamental para a redução dos riscos à saúde humana e ambiental. Deve-se promover o permanente desenvolvimento do capital humano e trabalhar ativamente com a sociedade organizada, reconhecendo nela o seu interlocutor necessário para o enfrentamento da “crise da água” em benefício dos interesses gerais (REBOUÇAS, 1997).

A análise para verificação da presença de microrganismos causadores de doenças de veiculação hídrica nos reservatórios da região semiárida torna-se fundamental, como uma forma de contribuir com dados para a avaliação da qualidade dessa água, podendo, inclusive, servir de base para o desenvolvimento de atividades de educação ambiental e educação em saúde junto às populações de interesse.

Devido às dificuldades de isolamento dos microrganismos patogênicos de origem fecal em águas superficiais, o nível de contaminação por fezes ou esgotos é tradicionalmente avaliado por meio de bactérias indicadoras (MORAIS et al, 2001). Como as bactérias não possuem diferenças morfológicas suficientes para a distinção entre os grupos, são realizados procedimentos convencionais que testam reações metabólicas e características fenotípicas que possibilitam o agrupamento e a identificação destes (KONEMAN et al, 2001; TORTORA; FUNKE; CASE, 2000)

Neste trabalho, objetivou-se quantificar e caracterizar diferentes grupos de microrganismos potencialmente patogênicos, especialmente os da família

Enterobacteriaceae no reservatório Boqueirão de Parelhas, na região semiárida

(21)

2 MATERIAL E MÉTODOS: ÁREA DE ESTUDO

O reservatório Boqueirão tem capacidade máxima para armazenar 85 milhões de m3 de água e encontra-se no semiárido potiguar (6°41’38”S e 36°37’47”W), sendo um dos principais reservatórios da bacia de drenagem do rio Piranhas-Assu no estado do Rio Grande do Norte (Figura 1).

Figura 1 – Localização do reservatório Boqueirão de Parelhas, inserido na Bacia hidrográfica do rio Piranhas-Assu, no estado do Rio Grande do Norte.

Nessa área, a pluviosidade anual gira em torno de 550mm, geralmente concentrada entre os meses de Janeiro e Junho, e a média de temperatura ambiente ultrapassa os 22°C.

2.1 AMOSTRAGEM

(22)

coleta encontra-se próximo a uma região bastante utilizada pelas pessoas para atividades de lazer.

Para a quantificação de bactérias heterotróficas, as coletas foram realizadas mensalmente, de maio a outubro de 2008, em dois pontos extremos do reservatório representados por P1 (próximo ao rio afluente) e P3 (próximo à barragem). As amostras foram integradas de superfície, meio e fundo de cada ponto, com profundidade previamente medida, utilizando-se uma garrafa de Van Dorn com capacidade para 5L de água. Subamostras foram colocadas em frascos âmbar de 50ml, fixadas com formaldeído tamponado (concentração final de 2%; pH 7,4) e transportadas sob refrigeração ao laboratório de Microbiologia Aquática (LAMAq – UFRN), onde permaneceram em geladeira a 4 ºC até a análise.

2.2 DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DO BACTERIOPLÂNCTON

Para a determinação da densidade do bacterioplâncton, foram utilizadas subamostras de 5 mL coradas com laranja de acridina (AO) 0,01% (Hobbie et al., 1977) e filtradas em membrana preta de policarbonato (Millipore, GTBP), com 0,2 µm de poro, usando um filtro suporte (Poretics) de 0,45 µm de poro

para uma distribuição uniforme das células bacterianas. As membranas foram montadas entre lâmina e lamínula, cobertas com óleo de imersão não fluorescente e contadas em um microscópio de epifluorescência (Olympus BX41) com aumento de 1250x (espelho dicróico DM500, filtro de excitação BP460-490 e filtro barreira BA520IF). Para estimar as densidades, pelo menos 300 células bacterianas foram contadas, por filtro, em 15 campos microscópicos.

2.3 ISOLAMENTO DE BACTÉRIAS

(23)

sólidos em placa: ágar nutriente, ágar MacConkey, ágar Salmonella-Shigella(SS), ágar EMB (Eosina Azul de Metileno) e ágar TCBS (thiosulphate

citrate bile salt sucrose), e foram incubados a 37ºC por 24-48 horas. Foram

selecionadas colônias nos meios sólidos citados para reisolamento, através da técnica de esgotamento em placas contendo ágar nutriente.

As colônias reisoladas foram semeadas novamente em ágar nutriente para realização da coloração de Gram e do teste da citocromo oxidase, e no ágar MacConkey para verificar o crescimento e a fermentação de lactose. Em seguida, tais colônias foram armazenadas em tubos contendo ágar nutriente inclinado sob temperatura ambiente. A caracterização macroscópica das colônias foi feita com base nos seus aspectos morfológicos (forma, elevação, margem, densidade, superfície) e na coloração.

2.4 IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES POR MEIO DO PAINEL PARA ENTEROBACTÉRIAS (PROBAC)

O Painel para Enterobactérias Probac é um sistema para identificação de enterobactérias, que foi desenvolvido visando facilitar a identificação bacteriana de uma das maiores famílias isolada na microbiologia clínica e industrial. Com amplo número de provas permite determinar com maior segurança as espécies e subespécies dos isolados, informação que em sendo cada vez mais requerida, principalmente na microbiologia clínica.

(24)

Figura 2 – Painel para enterobactérias utilizado neste trabalho (da Probac do Brasil)

3 RESULTADOS 3.1 DENSIDADE

A densidade das bactérias heterotróficas variou de 1,23 a 3,17 x 107 org.mL-1 (Figura 3), corroborando com as elevadas densidades apresentadas em outros estudos feitos na região Nordeste.

Figura 3 – Variação da densidade do bacterioplâncton (org.mL-1) durante as 5 coletas

realizadas em 2 pontos do reservatório no ano de 2008

0,00E+00 1,00E+07 2,00E+07 3,00E+07 4,00E+07

Maio Junho Agosto Setembro Outubro Meses de Coletas

org.ml-1

(25)

3.2 CARACTERIZAÇÃO

Foram obtidos 40 isolados bacterianos em meios sólidos. As colônias isoladas foram submetidas à técnica de coloração de Gram, seguida dos testes de fermentação de lactose em meio ágar MacConkey e da técnica da citocromo-oxidase (fita oxidase). Determinaram-se seis grupos de acordo com características morfotintoriais das colônias, indicados na Tabela 1.

O resultado dos testes demonstrou predominância de isolados (37,5 %) com características de enterobactérias, ou seja, bactérias Gram-negativas, com crescimento em ágar MacConckey, fermentadoras ou não de lactose e oxidase-negativas.

Tabela 1 – Distribuição das colônias bacterianas isoladas de acordo com características morfotintoriais e bioquímicas

Características

Morfotintoriais Numero de Isolados % de Isolados

G – / MC + / NF / O + 14 35,0

G – / MC + / NF / O – 12 30,0*

G – / MC + / F / O – 3 7,5*

G – / MC – / O + 4 10,0

G – / MC – / O – 4 10,0

G + / MC – / O – 3 7,5

* Características típicas de enterobactérias. G – = Gram negativo; G + = Gram positivo; MC – = sem crescimento em ágar Mac Conckey; MC + = com crescimento em ágar Mac Conckey; NF = não-fermentadora de lactose; F = fermentadora de lactose; O – = oxidase negativa; O + = oxidase positiva.

(26)

Tabela 2 – Caracterização morfológica macroscópica das colônias isoladas e representação dos 6 grupos encontrados

CARACTERÍSTICAS DAS COLÔNIAS GRUPOS

Forma Elevação Margem Densidade Superfície Cor

1 Irregular Plana Crenada Translúcida Opaca Marrom

2 Puntiforme Pulvinada Ondulada Opaca Opaca Branca

3 Puntiforme Elevada Inteira Opaca Opaca Marrom

4 Puntiforme Convexa Inteira Opaca Opaca Branca

5 Irregular Plana Crespa Opaca Opaca Branca

6 Puntiforme Elevada Inteira Opaca Opaca Amarela

As espécies identificadas com 100% de certeza pelo painel de provas bioquímicas estão apresentadas na tabela 03, a seguir.

Tabela 3 – Caracterização específica de acordo com o painel de enterobactérias (PROBAC)

ISOLADO ESPÉCIE IDENTIFICADA

B1, B2

B29 -27B

Cedecea espécie 5

B34- B32 Klebsiella planticola

B15-14B B19-17B

Morganella morganii ss morganii

B39-37B Serratia plymuthica

36 Enterobacter sakasakii

4 DISCUSSÃO

(27)

geralmente permanece sem renovação durante os períodos de seca. No período chuvoso, muitas vezes são carreados dejetos e resíduos de atividades humanas, além do material resultante da lixiviação de solos contaminados, favorecendo o crescimento microbiano e a disseminação de agentes etiológicos de doenças de veiculação hídrica.

No reservatório estudado, os valores encontrados para a densidade do bacterioplâncton, na ordem de 107 organismos por mL de amostra, embora sejam considerados elevados, aparecem também nos trabalhos de Bouvy; BARROS-FRANCA; CARMOUZE (1998), Araújo e Costa (2007) Sodré-Neto e Araújo (2008), realizados em reservatórios do semiárido brasileiro. Normalmente, nesses ambientes, os estudos mostram que a densidade de organismos varia em função dos períodos de seca e de chuva, influenciada pelo aporte de material alóctone proveniente do solo próximo das margens ou de atividades humanas e pelas temperaturas elevadas. As características das bacias hidrográficas na região, determinando ambientes aquáticos tipicamente eutrofizados, como descritas pelos autores supracitados, também parecem favorecer o crescimento bacteriano nesses ambientes.

No presente estudo, dentre as bactérias isoladas, a maioria está agrupada como enterobactéria. Resultados semelhantes foram encontrados por Borges e Bertolin (2002), no estado do Tocantins, onde esses autores atribuíram a presença desse grupo bacteriano nas amostras ao carreamento ocasionado pelo solo contaminado.

As espécies de Cedecea não têm o seu papel etiológico bem

determinado até o momento (KONEMAN et al, 2008), sendo considerado um gênero oportunista, frequentemente isolado do trato respiratório humano.

Klebsiella planticola é uma espécie ambiental, embora já existam casos

reportados na literatura de que pode causar septicemias em recém-nascidos (Westbrook, et. al., 2000). Infecções por Enterobacter sakazakii em

recém-nascidos causam bacteremia, enterocolite e meningite infantil (GURTLER et al, 2005; IVERSEN; FORSYTHE, 2003; JOSHUA et al, 2005).

Por outro lado, a Morganella morganii é um bacilo gram-negativo

(28)

a infecções do trato urinário, septcemia, pneumonia, infecções do sistema nervoso central entre outras (MILLER & EMMONS, 2012; MOYAERT et al, 2008).

O genero Serratia inclui, dentre outras espécies, S. plymuthicaI, um

bacilo saprófito fermentador, não móvel e gram-negative que produz um pigmento vermelho, relacionado como causador oportunista de doenças no homem (Domingo et. al, 1994; Carrero et. al, 1995) e em outros animais. É normalmente encontrado no solo, em água doce e em peixes, tendo sido isolado de vários outros tipos de alimentos (LOPEZ SABATER et al, 1996, LYHS et al, 1998).

5 CONCLUSÃO

Foram encontrados elevados índices de bactérias heterotróficas, típicos de ambientes eutrofizados. Um grande percentual de isolados (37,5%) revelou características morfológicas e bioquímicas de enterobactérias. Cinco isolados foram identificados como sendo as espécies Cedeceae espécie 5, Klebsiella

planticola, Morganella morganii ss morganii, Serratia plymuthica e Enterobacter sakasakii. Com base nos resultados obtidos, aponta-se para a necessidade de

(29)

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, M. F. F.; COSTA, I. A. S. Comunidades microbianas em reservatórios do semi-árido brasileiro. Oecologia Brasiliensis, Rio de Janeiro, v. 11, n. 3, p. 422-432, 2007.

BASSO, E. R.; CARVALHO, S. L. Avaliação da qualidade da água em duas represas e uma lagoa no município de Ilha Solteira (SP). HOLOS Environment, v. 7, n. 1, p. 16, 2007. ISSN 1519-8634.

BORGES, K. P.; BERTOLIN, A. O. Avaliação microbiológica da qualidade da água do córrego São João, Porto Nacional – TO, Brasil. Holos environment, v. 2, n. 2, p. 174–184, 2002.

BOUVY, M.; BARROS-FRANCA, L. M.; CARMOUZE, J. P. Compartimento microbiano no meio pelágico de sete açudes do estado de Pernambuco. Acta Limnologica Brasiliensia, São Carlos, v. 10, n. 1, p. 93-101, 1998.

GURTLER JB, KORNACKI JL, BEUCHAT LR. Enterobacter sakazakii: a coliform of increased concern to infant health. International Journal of Food Microbiology. V. 25;104, 1, p. 1-34, 2005

IVERSEN, C.; FORSYTHE, S. Risk profile of Enterobacter sakazakii, an

emergent pathogen associated with infant milk formula. Trends in Food Science & Technology, v. 14, n. 1, p. 443-454, 2003.

JOSHUA, B. G.; JEFFREY, L. K.; LARRY, R. B. Enterobacter sakazakii: A

coliform of increased concern to infant health. International Journal of Food Microbiology, v. 104, n. 1, p.1-34, 2005.

KONEMAN, E. W. et al. Diagnóstico Microbiológico. 5. ed. Rio de Janeiro: Editora Médica e Científica, 2001.

______. Diagnóstico microbiológico. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.

(30)

LYHS, U. et al. The spoilage flora of vacuum-packaged, sodium nitrite or potassium nitrate treated, cold-smoked rainbow trout stored at 4ºC or 8ºC. Int J Food Microbiol,n. 45, p. 135-142, 1998.

MATTOS, M. L. T; SILVA, M. D. Controle da Qualidade das Águas de

Consumo na Microbacia Hidrográfica Arroio Passo do Pilão. Pelotas, RS:

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2002. (Comunicado Técnico, n. 61).

MOORE, E. R.B., MAU, M., ARNSCHEIDT A., BÖTTGER, E., HUTSON, R.A. , COLLINS, M. D. , VAN DE PEER, Y., De WACHTER, R., TIMMIS, K. N. The Determination and Comparison of the 16S rRNA Gene Sequences of Species of the Genus Pseudomonas (sensu stricto and Estimation of the Natural Intrageneric Relationships. Systematic and Applied Microbiology. Volume 19, Issue 4, December 1996, P. 478–492.

MILLER, James R.; EMMONS, Wesley W. Morganella Infections. 2012. Disponível em: <http://emedicine.medscape.com/article/222443-overview>. Acesso em: 3 Fev. 2012.

MORAIS, M. R.; CEBALLOS, B. S. O.; CATAO, R. R. M.; FEIJO, V. S. G. & PASCOAL. Comportamento de Salmonella spp., coliformes e estreptococos fecais num rio poluído com esgotos domésticos (Campina Grande, Paraiba,Brasil). 21º Congresso Brasileiro de Engenharia Ambiental, 2001. http://www.bvsde.paho.org/bvsaidis/brasil21/vii-015.pdf

MOYAERT, H.; PASMANS, F.; VERCAUTEREN, G.; GEURDEN, T.; DECOSTERE, A.; HAESEBROUCK, F. Morganella morganii subsp.

morganii-associated pneumonia in a Belgian Blue calf. 2008. Disponivel em

vdt.ugent.be/code/showupload.php?id=352.

POMPEO, M. L. M. et al. Qualidade da água em região alterada pela mineração de carvão na microbacia do rio Fiorita (Siderópolis, Estado de Santa Catarina). Acta Scientiarum. Biological Sciences., Maringá, v. 26, n. 2, p. 125-136, 2004.

REBOUÇAS, A. C. Água na Região Nordeste: desperdício e escassez. Estudos Avançados, USP, v. 11, n. 29, p. 127–154, 1997.

(31)
(32)

Anexo 1

1. Editores responsáveis: Maria de Fátima Freire de Melo Ximenes e Raquel Franco de Souza

2. Normas de publicação 2.3 Estrutura do documento

2.3.1 Tipos de documentos aceitos

Os artigos podem ser submetidos em um dos seguintes formatos: DOC (Word 2003-), DOCX (Word 2007).

2.3.2 Conteúdo

A organização do trabalho deve respeitar a seqüência abaixo • Título;

• Nomes dos autores alinhado à direita

• Informações sobre os autores no rodapé da primeira página: título acadêmico; nome; referência profissional; ;

• Texto completo;

• Referências bibliográficas.

2.4 Formatação 2.4.1 Texto

O padrão de formatação inclui:

• estilos de letras (efeito, tamanho etc);

• estilos de parágrafos (alinhamento, espaçamento entre linhas, recuo, espaço antes e depois etc)

Para o corpo principal do texto, utilizar font Arial, tamanho 12.

Para o corpo principal do texto, utilizar recuo especial de 1,25cm na primeira linha e espaçamento de parágrafo 1,5cm.

2.4.2 Figuras

2.4.2.1 Figuras devem ser geradas, salvas como imagem, e depois inseridas no documento principal. Imagens devem ser geradas no tamanho que proporcione a clareza desejada quando visualizadas em escala (zoom) 100%, porém, larguras devem ser no máximo 960 pixels.

2.4.3 Referências bibliográficas

(33)

Anexo 2

PAINEL PARA ENTEROBACTÉRIAS PROBAC

O Painel para Enterobactérias Probac é um sistema para identificação de enterobactérias que foi desenvolvido visando facilitar a identificação bacteriana de uma das maiores famílias isoladas na microbiologia clínica e industrial. Com amplo número de provas permite determinar com maior segurança as espécies e subespécies dos isolados, informação que em sendo cada vez mais requerida, principalmente na microbiologia clínica. O painel é constituído por 24 provas: Indol; Voges Proskauer; citrato de Simmons; produção de H2S; hidrólise da uréia; triptofano desaminase; descarboxilação de lisina, arginina, ornitina e controle (base Moeller); malonato; hidrólise da esculina; utilização dos açúcares: glicose, lactose, sacarose, manitol, adonitol, mioinositol, sorbitol, rafinose, ramnose, maltose, melobiose; ONPG e a prova adicional de oxidase totalizando 25 provas. A identificação ocorre através das alterações de pH, hidrólise dos substratos e produção de produtos metabólicos. O KIT consiste dos substratos desidratados das provas distribuídos em microplaca.

(34)

PROCEDIMENTO

Os testes devem ser realizados a partir de colônias isoladas e puras com 18 a 24 horas de crescimento, preferencialmente a partir de meios não seletivos. - Abrir o envelope e retirar o painel.

- Guardar o envelope para incubação do painel.

- Turvar 3 a 4 mL da Solução Inoculante Probac do Brasil ® na escala 0,5 McFarland.

- Distribuir 0,1 mL (100 µl) desta turvação, bem homogeneizada, em cada pocinho da microplaca, com auxílio de uma pipeta estéril. Para uso de pipeta multicanal a Probac do Brasil comercializa separadamente uma canaleta que auxilia na inoculação.

- Pingar uma gota de óleo mineral estéril nas provas sublinhadas: H2S (A4), Uréia (A5), Controle de descarboxilação (A7), lisina (A8), arginina (A9), ornitina (A10), glicose (A12).

- Realizar a prova de oxidase do isolado: Retire uma fita e feche imediatamente o frasco. Com uma alça de platina ou bastão de vidro ou madeira, faça um esfregaço da bactéria a ser identificada na fita. Não utilize nenhum tipo de alça ou bastão que contenha vestígios de ferro, pois este irá catalisar a reação de oxidação do reagente, resultando em reação falso-positiva. Na mesma fita, faça controle positivo com Pseudomonas aeruginosa e controle negativo com Escherichia coli. Anotar o resultado no painel.

- Colocar o painel na embalagem e incubar 35ºC± 2ºC por 18-24 horas.

LEITURA E INTERPRETAÇÃO:

1. Fundamentos das Reações:

- Indol: As enterobactérias que possuem a enzima triptofanase, em meios contendo triptofano produzem indol. O indol é um dos produtos de degradação imediata da desaminação do triptofano, e pode ser detectado pela reação com o Reativo de Kovacs, resultando em um composto colorido.

- Voges Proskauer: A glicose pode ser metabolizada pelos microrganismos, através de diferentes vias metabólicas. De acordo com a via utilizada, se formarão produtos finais ácidos (ácido láctico, ácido acético, ácido fórmico), ou produtos finais neutros (acetil metil carbinol). Esta diferença no metabolismo bacteriano pode ser reconhecida pela adição hidróxido de potássio e alfa naftol em um meio com indicador para evidenciar a presença de produtos finais neutros.

- Citrato de Simmons: verifica a utilização do citrato como única fonte de carbono.

- H2S: detecta a capacidade de certo microrganismos liberarem enzimaticamente enxofre a partir de enxofre inorgânico como compostos de sulfeto de hidrogênio (H2S).

- Uréia: verifica a presença da enzima urease que hidrolisará a uréia.

(35)

- Lisina, Arginina, Ornitina: são testes que demonstram a capacidade de um organismo descarboxilar um aminoácido em amina resultando em alcalinidade do meio. A base usada é à Base de Moeller.

- Malonato: Utilização de malonato como única fonte de carbono.

- Glicose O/F: determina o metabolismo fermentativo ou oxidativo de um organismo ou seu não uso.

- Fermentação dos açucares: a fermentação de um açúcar resulta na formação de ácidos que diminuem o pH do meio causando

alteração de cor.

- ONPG: usada na diferenciação dos membros da enterobacteriaceae baseada na atividade da ß-D-galactosidase, que é uma das

enzimas que determina a capacidade da bactéria fermentar lactose.

- Hidrólise da esculina: demonstra a capacidade do microrganismo hidrolisar a esculina resultando em coloração enegrecida do meio.

- Oxidase: teste diferencial muito importante na identificação de bactérias Gram negativas. As bactérias que produzem a enzima oxidase apresentam um sistema de transporte de elétrons, denominado sistema citocromo oxidase. Neste sistema, os aceptores eletrônicos naturais podem ser substituídos por substratos artificiais, que, na presença de oxigênio atmosférico, são oxidados pela citocromo oxidase, formando um composto colorido.

2. Revelação das provas:

- Oxidase: A leitura é feita em poucos segundos:

- Oxidase (+): O esfregaço bacteriano na fita apresenta coloração rosa, que após alguns minutos pode mudar para preta.

- Oxidase (–): O esfregaço bacteriano não apresenta alteração de cor.

Algumas provas bioquímicas necessitam de reagentes, que devem ser adicionados após a incubação, para que o resultado possa ser visualizado: - Indol (A1): Pingar 03 gotas de Reativo de Kovacs.

- Voges Proskauer (A2): Pingar 01 gota de Hidróxido de Potássio + 01 gota de Alfa-naftol 5% (seguir a ordem descrita dos regentes). Aguardar 15 minutos antes da leitura.

- Triptofano desaminase (A6): Pingar 01 gota de Cloreto Férrico 10%.

(36)

Resultados: Após a leitura das provas, os resultados devem ser preenchidos no banco de dados que acompanha o produto na primeira compra e é instalado pela Probac ou um de seus distribuidores. O sistema indicará qual o nome e espécie do microrganismo isolado e sua probabilidade.

Uso do Banco de Dados:

Abrir o Programa Painel para Enterobactéria. 1. Selecionar: Resultados.

2. Informar o resultado da prova de Oxidase (+ ou -).

3. Colocar os resultados: + em caso de reações positivas e – caso de reações negativas em cada um dos substratos.

4. Selecionar: Gravar: o resultado aparece na tela em poucos segundos. 5. Os resultados podem ser impressos

6. O programa permite a visualização de relatórios dos resultados obtidos. Em caso de não aparecer nenhum nome de bactéria na tela:

Checar os resultados lidos e marcados no computador. A) Checar a pureza da cepa.

B) Checar se é um bacilo Gram negativo fermentador de glicose.

C) As Aeromonas sp e as Plesionomas sp aparecem no diagnóstico diferencial dos bacilos Gram negativos fermentadores de

glicose, oxidase positivos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1.Murray, P.R. et al. – Manual of Clinical Microbiology, 9th ed., ASM Press, Washington, DC, 2007.

2. Washington, W.J.; Allen, S.D. et al- Koneman´s Color Atlas and Textbook of Diag gnostic Microbiology, 6th Edition. Lippincott

(37)
(38)

Concepções prévias de professores do ensino básico de uma região semiárida sobre qualidade de água

Magnólia Fernandes Florêncio de Araújo1; Cirleide Marques Dantas2; Aline de Souza Amorim3; Mariana Leite da Silveira4 eMaria Luisa Quinino de Medeiros5

1 Doutora em Ecologia, professora titular do Departamento de Microbiologia e Parasitologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Lagoa Nova/ Natal/RN, CEP. 59072-970, telefone: (84) 32153437, e-mail: mag@cb.ufrn.br.

2Mestre em desenvolvimento e Meio ambiente pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e-mail: cirleidemarques@gmail.com.

3Mestre e Doutoranda em desenvolvimento e Meio ambiente pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e-mail:

alineamor@gmail.com.

4 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais e Matemática, e-mail: malesil@hotmail.com 5 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em desenvolvimento e Meio ambiente pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e-mail: luisarn_77@hotmail.com.

RESUMO

Este estudo foi realizado com professores de escolas públicas dos municípios de Caicó e Parelhas (Estado do Rio Grande do Norte), e teve como objetivo analisar a concepção desses profissionais sobre os temas: qualidade de água, poluição das águas e esgotos, doenças de veiculação hídrica, importância do ambiente aquático e pesquisa e sensibilização ambiental. Como instrumentos para essa análise foram aplicados questionários nos meses de novembro e dezembro/2009. O estudo mostrou que os professores reconhecem a existência de problemas relacionados à qualidade da água dos seus municípios e que há a necessidade de implementação de atividades de educação ambiental e de educação em saúde para uma maior sensibilização desses profissionais de ensino e, consequentemente, de seus alunos, para as questões que envolvem o tema qualidade da água.

(39)

ABSTRACT

This study was conducted with teachers from public schools in the cities of Caicó and Parelhas (State of Rio Grande do Norte), and aimed to analyze the conception of these professionals about the topics: water quality, water pollution and sewage borne diseases water, importance of aquatic and environmental research and awareness. As instruments for this analysis questionnaires in the months of November and December 2009 were applied. The study showed that teachers recognize the existence of problems related to water quality in their cities and that there is a need to implement environmental education and health education to raise awareness of these professionals teaching and, consequently, their students to the issues surrounding the topic of water quality.

(40)

1 - INTRODUÇÃO

A água é um recurso de infinita importância e de múltiplas utilidades para a população. Suas características são ainda mais relevantes em regiões que sofrem com a sua má distribuição e com problemas de escassez, como é o caso do semiárido brasileiro, que depende da construção de reservatórios para que toda a comunidade tenha acesso a esse bem natural.

No contexto de modificações sociais e econômicas que o semiárido vem passando a Educação Ambiental (EA) no contexto escolar torna-se uma ferramenta de grande utilidade pelo papel que a escola tem de sistematizar e socializar o conhecimento, bem como de possibilitar a formação de cidadãos suficientemente informados, conscientes e atuantes, para que as questões ambientais possam ser não apenas discutidas, mas para que se busquem soluções para elas (LUCATTO & TALAMONI, 2007).

A Educação Ambiental, assim como as questões ambientais de ordem global, começaram a ganhar destaque a partir das décadas de 60 e 70 quando, com o desenfreado avanço tecnológico, o homem começou a exceder os limites de uso dos recursos naturais, preocupando cientistas e as organizações ambientalistas (SILVA et al. 2009)

Para Sorrentino et al. (2005), a EA nasce como um processo educativo que conduz a um saber ambiental materializado nos valores éticos e nas regras políticas de convívio social e de mercado, que implica a questão distributiva entre benefícios e prejuízos da apropriação e do uso da natureza. Ou seja, a Educação Ambiental age como um transformador da sociedade, uma vez que ela passa a ser mais solidária com as questões ambientais.

Oliveira et al. (2008) afirmam que a EA alicerçada na educação em valores humanos proporciona o resgate do sagrado, da unidade e da vivência da espiritualidade humana, levando a pessoa a se conhecer, a ter consciência dos processos mais diretos do seu próprio desenvolvimento. Incorpora ao processo educacional a natureza física, psíquica, emocional, afetiva, energética e vibracional do ser humano, entendido na complexidade de suas várias dimensões. Desta forma, consideramos que o processo educacional abre espaço para o resgate das emoções e para a convivência humana.

Devido ao caráter modificador da Educação Ambiental, ela se destaca por apresentar como objetivos o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos; o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social; o incentivo à participação individual e coletiva na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania (BERGMANN & PEDROZA, 2008).

Aliada à EA com todos os seus conceitos e paradigmas associa-se a educação em saúde, ambas com o objetivo de promover melhor qualidade de vida para a sociedade. A ausência da integração entre os educadores e membros da comunidade, a falta de abordagens multidisciplinares, o ceticismo dos profissionais em trabalhar de forma participativa com a comunidade e a falta de qualificação desses profissionais são entraves para a promoção da saúde (DINIZ et al., 2010).

(41)

deve ser assim incluída, devendo ser tratada ano a ano, com níveis crescentes de informação e integração a outros conteúdos.

Diante da importância que tem uma educação que preza pela qualidade de vida e pelo papel transformador que tem a Educação Ambiental e a educação em saúde, o objetivo deste trabalho foi analisar a concepção que os professores do ensino público dos municípios de Parelhas e Caicó (RN) têm sobre qualidade de água e avaliar a impressão deles sobre a importância da educação ambiental nos currículos escolares.

2 - PERCURSO METODOLÓGICO

2.1 - Locais onde foram desenvolvidos os trabalhos

Os municípios de Parelhas e Caicó (figura 1) estão inseridos na microrregião Seridó Oriental do Rio Grande do Norte.

Figura 1 – Mapa do Rio Grande do Norte com destaque dos municípios de Parelhas (azul) e Caicó (vermelho), RN). Fonte: IBGE

No município de Parelhas situa-se importante reservatório, denominado Boqueirão de Parelhas, que está situado a 2,5Km da cidade e é utilizado como fonte de abastecimento de água para o município (CAERN, 2010; SEMARH, 2010). No município Caicó há o reservatório Itans, que está situado a 4 km da cidade. Esse reservatório faz parte da Bacia Hidrográfica Piranhas-Assu que é de grande importância econômica para o estado do Rio Grande do Norte, ocupando uma superfície de 17.498,5 km2, que corresponde a cerca de 30% do território estadual e contribuindo com 79% do total de água acumulado no estado do Rio Grande do Norte (SEMARH)

O instrumento utilizado para a investigação das concepções espontâneas de professores consistiu em um questionário cuja temática geral aborda a relevância da qualidade de água, e temas afins, e suas implicações na sociedade. As questões foram elaboradas com base nos trabalhos desenvolvidos por Almeida e Kurtz dos Santos (1999), Sodré-Neto & Araújo (2008) e Petrovich & Araújo (2009).

(42)

apoio pedagógico das escolas. O questionário possuía 37 questões fechadas (objetivas, com respostas gerais, tais como “sim, não e não sei”) e três questões abertas.

O questionário foi aplicado nas próprias escolas onde os professores trabalham durante os meses de novembro e de dezembro de 2009.

Apesar de limitar a expressão das opiniões dos participantes, as questões fechadas facilitam a aplicação dos questionários e a posterior análise dos resultados. Já as questões abertas demoram mais tempo para serem interpretadas, porém permitem ao pesquisador explorar, com maior riqueza de detalhes, assuntos relacionados ao tema em questão, pois esse tipo de questionário oferece respostas mais representativas e fiéis da opinião do questionado e permite recolher variadas informações (BONI & QUARESMA, 2005).

Os principais temas do questionário se relacionam diretamente com a qualidade da água, abordando, de modo geral, sua importância para a sociedade, além de outros temas correlatos, os quais foram categorizados nos seguintes eixos temáticos:

1. Qualidade da água;

2. Poluição das águas e esgotos (formas de tratamento, quem produz, se sabem o destino do esgoto);

3. Doenças de veiculação hídrica;

4. Importância (econômica e ambiental) do ambiente aquático; 5. Pesquisa e sensibilização ambiental.

Estabelecidas estas categorias temáticas, foram destacados alguns pontos de maior ênfase, os quais passaremos a apresentar e discutir.

3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 - Perfil dos profissionais da educação participantes da pesquisa

Dos 71 questionários distribuídos, obtivemos 45 respondidos por professores cuja idade variou de 27 a 60 anos. Destes professores, 34 são do sexo feminino e apenas 11 são do sexo masculino. Em relação à formação acadêmica, a maioria dos participantes possui nível superior completo, dois não responderam a esta pergunta e apenas um não concluiu o Ensino Superior, mas se encontrava cursando o sexto período de Pedagogia. Do total de respondentes, 30 são professores do Ensino Fundamental, e apenas 7 atuam no Ensino Médio. Os demais entrevistados atuam na área de apoio pedagógico das escolas.

3.2 - Análise dos questionários: questões fechadas 3.2.1 - Eixo temático 1: Qualidade da água

A primeira questão desse eixo temático perguntava ao professor o que uma água de boa qualidade não poderia conter, informando a possibilidade de marcar mais de uma das seguintes alternativas: cheiro, cor, esgoto, bichos, gosto e outros (solicitando que informasse o que seria).

Por questões didáticas, as respostas desta questão foram organizadas em grupos, de acordo com as respostas dadas, sendo eles: grupo 1 - todas as alternativas; grupo 2 - cor, gosto, cheiro e outras opções; grupo 3 – Outras combinações; e o grupo 4 – não marcou nenhuma das opções sugeridas (figura 2).

(43)

organolépticas da água: não tem cheiro, gosto e nem cor. Nesse sentido, consideramos que uma abordagem mais relacionada ao cotidiano dos alunos permitiria a capacidade de discussão mais adequada à realidade. Se em resposta a essa questão, os professores reproduzem as idéias dos livros de maneira literal, provavelmente não poderão discutir da maneira mais adequada com seus alunos a situação real, nesse caso, de um corpo d`água.

Grupos de respostas referente a pergunta 1

24 11 29 2 33 Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5

Figura 2 – Características que uma água de boa qualidade não deve apresentar, de acordo com os professores participantes.

Uma observação interessante nesta questão é que 36% dos questionados consideram que uma água de boa qualidade não tem bichos, ou seja, é uma água que não tem animais aquáticos, o que não necessariamente é verdade. Se considerarmos que essa água é de um rio ou outro ambiente aquático, mesmo com a presença de animais ela pode e deve ser de boa qualidade.

A questão 2 teve como objetivo questionar aos respondentes se uma água de aparência limpa tem sempre boa qualidade. Apenas cinco professores afirmaram que sim, o que caracteriza que a maioria dos professores (aproximadamente 90%) demonstra saber que mesmo uma água incolor pode estar contaminada. Essa compreensão é fundamental para subsidiar o estudo dos microrganismos, seres que exercem vários papéis no ambiente aquático.

A terceira questão analisada neste eixo temático buscava saber se, na opinião dos professores, quando a água do açude está com cheiro desagradável é sinal de que ela está contaminada. Responderam afirmativamente a esta questão 76% dos professores, os outros 24% responderam que não ou que não sabiam.

Por fim, a quarta questão investigou se, para os professores, uma água de boa qualidade não tem organismos que causam doenças. Dos participantes, 78% responderam que sim e o restante respondeu negativamente.

3.2.2 - Eixo temático 2: Poluição das águas e esgotos

(44)

semelhante, constatou que mais de 65% dos entrevistados consideraram não possuir informações suficientes em relação aos problemas de poluição dos rios em sua própria cidade. As respostas obtidas neste trabalho levam a crer que aproximadamente a metade dos sujeitos envolvidos também demonstrou não possuir o conhecimento de que o excesso de cargas de poluição doméstica, pluvial e industrial contamina os mananciais, especialmente nas regiões urbanas (TUCCI; HESPANHOL; NETTO, 2000).

Questão 05 - Os principais responsáveis pela poluição/contaminação da água são.

0 20 40 60 80 100

Lixo industrial Lixo residencial

despejo de esgotos

Lixo hospitalar Produtos químicos

Outros

Figura 3- Percentual de respostas sobre os principais responsáveis pela poluição/contaminação da água.

Alguns professores complementaram suas respostas, quando optavam pela alternativa “outros”, ao dizer que agrotóxicos e o lazer também são responsáveis pela contaminação dos açudes Um exemplo disso, é o fato de um dos professores ter marcado “outros” e ter justificado afirmando que os seres humanos são as maiores fontes de poluição, uma vez que eles são os responsáveis por todas as alternativas disponíveis como respostas.

A questão seis teve como objetivo saber dos professores se a contaminação por esgotos leva a uma diminuição na qualidade da água, ao que todos responderam “sim”. Constata-se aqui a existência de uma preocupação em relação às conseqüências da poluição para a qualidade da água. Esse fato é considerado de grande importância, já que a preservação ambiental e o controle da poluição difusa dos recursos hídricos são grandes desafios atuais no Brasil (TUCCI; HESPANHOL; NETTO, 2000).

A sétima questão, para a qual também era possível marcar mais de uma opção, investigava o conhecimento em relação aos locais de produção dos esgotos. Dentre as alternativas, as escolas foram indicadas por 62%, as indústrias por 82 % e os hospitais por 87% dos professores. Destes, 84% indicou que as residências produzem esgotos, um fato surpreendente, pois 16%, não relacionaram suas casas como sendo produtoras de esgotos. O esperado era que 100% deles dissessem que todos os locais citados produzem esgotos, pois se relacionam com processos que geram resíduos.

(45)

esgotos, e isso pode ter uma implicação no modo como tratam esse tema com seus alunos.

3.2.3 - Eixo temático 3: Doenças de veiculação hídrica

Este eixo temático abrangeu as questões de números 15 a 18 e tratava sobre as doenças transmitidas pela água. A questão 15 teve por objetivo saber dos professores se a contaminação de açudes, rios e mares pode causar doenças. Os profissionais de ensino demonstram saber que sim, pois todos eles responderam de forma afirmativa essa pergunta.

As questões 16 e 17 perguntavam, respectivamente, se ao tomar banho em águas contaminadas eles poderiam adquirir alguma doença e se ao ingerir essa água eles também poderiam adquirir alguma doença e, em caso de resposta afirmativa, que doenças seriam essas. A resposta afirmativa foi unânime para as duas perguntas e as patogenias mais citadas foram “amebíase”, “cólera”, “dermatites”, “diarréia aguda”, “esquistossomose”, “febre tifóide”, “giardíase”, “hepatite infecciosa”, “leptospirose” e “micose”. O percentual de respondentes que deram exemplo a estas questões foi de 49%.

Contudo, na questão 18 (figura 4), que procurou levantar se os professores conhecem as doenças que podem ser transmitidas pela água contaminada e quais são elas, 22% dos professores disseram não conhecer doenças que podem ser transmitidas por uma água contaminada. Comparando este resultado com aqueles das questões 16 e 17 pode-se perceber que os professores sabem que uma água contaminada traz doenças para a população, mas que muitos deles não consegue identificar exatamente que tipos de doenças essa água contaminada pode causar.

QUESTÃO 18 - Conheço as doenças que podem ser transmitidas pela água

contaminada?

Sim 78% Não

22%

Figura 4 - Gráfico demonstrativo do percentual de respostas da questão 18.

(46)

3.2.4 - Eixo temático 4: Importância (econômica e ambiental) do ambiente aquático

Esse eixo temático é composto pelas questões 26, 31 e 33. Na questão 26 (figura 5), os participantes são indagados se conseguem imaginar a sua cidade sem o açude, 58% respondem que não, reafirmando a importância que estes reservatórios têm para a população. De acordo com Vargas (2002), não existe independência absoluta entre as atitudes das pessoas e o ambiente, seja ele natural ou construído. O autor também enfatiza que a satisfação, ou não, do homem em relação ao meio ambiente é afetada por juízos de valor, por expectativas e aspirações geradas dentro de um contexto cultural. A partir dessa observação, é possível concluir que o açude, por sua importância cultural e econômica, influencia a percepção que as pessoas apresentam ao seu respeito.

A questão 31 perguntava de quem é o dever de evitar que os recursos hídricos sejam contaminados: da “população”, do “governo da cidade” ou de “todos”. Em relação a essa pergunta, 2% dos professores disseram que a responsabilidade é da população, 9% afirmaram ser do Governo do Estado e 89% reconheceram que é um dever de todos garantir a qualidade de água de sua região.

Narvai (2000) propõe que se um bem ou serviço qualquer implicar risco ou representar algum fator de proteção para a saúde pública, além do controle do produtor sobre o processo, distribuição e consumo, deverá ocorrer, também, um controle por parte das instituições do Estado. Com isso o resultado obtido corrobora com a afirmação do autor, em que não é somente o responsável pela ação prejudicial a um determinado ambiente que deve se preocupar em preservar os recursos ali existentes, mas sim que esse deve ser um esforço conjunto entre população e governo. Ainda assim, considera-se um percentual elevado o de pessoas que não vêem a ação do estado como sendo de fundamental importância para preservação dos recursos hídricos.

(47)

Questão 33 - A água do açude da minha cidade é utilizada para: 0 20 40 60 80 100 Consumo humano

Lazer e turismo Pesca Despejo de esgotos

Outros

Figura 5 – Percentual de respostas sobre a água do açude da minha cidade é utilizada para.

Enumerar todas as utilidades econômicas e sociais que competem pela apropriação ou utilização dos recursos hídricos é uma tarefa muito difícil, porém, ainda assim, é possível estabelecer algumas categorias de utilização da água (VARGAS, 1999), como é o caso da irrigação, pesca e lazer, produção industrial e geração de energia, por exemplo. Esse foi um dos objetivos desse eixo temático, em que se buscou descobrir qual a visão que os professores têm a respeito do açude localizado em sua região (Boqueirão de Parelhas, no município de Parelhas; e Itans, localizado no município de Caicó).

3.2.5 - Eixo temático 5: Pesquisa e sensibilização ambiental

Este eixo temático, representado pelas questões 34 a 36, teve por objetivo investigar se os professores trabalham na perspectiva da Educação Ambiental em suas aulas. A questão de número 34 questionava se as escolas em que os professores trabalham realizam atividades de Educação Ambiental, e todos responderam que sim. Destes, 78% afirmaram que participam de pelo menos 1 dessas atividades, 9% que a escola desenvolve mas ele não participa, e 13% marcou que a escola não realiza atividades de Educação Ambiental.

A questão 35 perguntava se eles conhecem as leis que existem sobre o uso e a qualidade de água e obteve como respostas afirmativas 47%, contra 53% que afirmaram não conhecer essa legislação (figura 6).

Questão 35: conheço as leis que existem sobre uso e qualidade de água

47% 53%

Sim

Não

Figura 6 - Gráfico demonstrativo do percentual de respostas da questão 35.

Imagem

Figura 1 – Mapa da Bacia do Rio Piranhas-Assu. Fonte: AESA – PB.  O principal rio da bacia é o rio Piranhas-Assu, de domínio federal, uma  vez que nasce no município de Bonito de Santa Fé, no Estado da Paraíba, e  segue seu curso natural pelo Estado do Rio
Figura  2:  Localização  dos  reservatórios  Boqueirão  de  Parelhas  e  Itans  de  Caicó (RN)
Figura 1 – Localização do reservatório Boqueirão de Parelhas, inserido na Bacia
Figura 2 – Painel para enterobactérias utilizado neste trabalho (da Probac do Brasil)
+7

Referências

Documentos relacionados

visam o ensino de habilidades de compreensão e de produção de textos orais e escritos e o desenvolvimento da competência comunicativa, na proposta curricular da instituição

Este dado diz respeito ao número total de contentores do sistema de resíduos urbanos indiferenciados, não sendo considerados os contentores de recolha

Assim sendo, no momento de recepção de encomendas é necessário ter em atenção vários aspetos, tais como: verificar se a encomenda é para a farmácia; caso estejam presentes

Na investigação da variação sazonal dos subgrupos que compunham os grupos de alimentos que não apresentaram variações sazonais significativas, verificou-se que também

dois gestores, pelo fato deles serem os mais indicados para avaliarem administrativamente a articulação entre o ensino médio e a educação profissional, bem como a estruturação

Este trabalho tem como objetivo contribuir para o estudo de espécies de Myrtaceae, com dados de anatomia e desenvolvimento floral, para fins taxonômicos, filogenéticos e

• Expressão para a energia cinética do sistema 0.8 • Expressão para a energia potencial do sistema 0.8 • Aplicação da equação de Lagrange para obter a equação de movimento

Assim, este trabalho apresenta uma abordagem que tem como objetivo principal: (i) analisar a cobertura de código levando em consideração os fluxos de chamadas existentes no sistema