• Nenhum resultado encontrado

Campo eletromagnético de uma carga em queda livre num campo gravitacional uniforme.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Campo eletromagnético de uma carga em queda livre num campo gravitacional uniforme."

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

Campo eletromagn´etico de uma carga em queda livre num campo

gravitacional uniforme

(Electromagnetic field of a free falling charge in an uniform gravitational field)

Mario Goto

1

Departamento de F´ısica, Centro de Ciˆencias Exatas, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR, Brasil Recebido em 4/11/2008; Revisado em 25/11/2009; Aceito em 30/11/2009; Publicado em 14/5/2010

As transforma¸c˜oes de Rindler s˜ao usadas para obter o campo eletromagn´etico de uma carga em queda livre num campo gravitacional uniforme.

Palavras-chave:transforma¸c˜oes de Rindler, campo gravitacional uniforme, carga em queda livre, efeito gravi-tacional sobre o campo eletromagn´etico.

Electromagnetic field of free falling charge in an uniform gravitational field is obtained using Rindler trans-formations.

Keywords: Rindler transformations, uniform gravitational field, electromagnetic field of free falling charge, gravitational effect on electromagnetic field.

1. Introdu¸

ao

O referencial pr´oprio R′ de um corpo em queda livre

num campo gravitacional uniforme ´e um referencial inercial para o qual um corpo em repouso junto a este campo no referencial R executa um movimento hiperb´olico. O campo de uma carga em movimento hiperb´olico j´a ´e conhecido [1-14], assim como o campo eletrost´atico de uma carga em repouso num campo gravitacional uniforme [12, 14].

O interesse aqui ´e o campo eletromagn´etico de uma carga em queda livre num campo gravitacional uni-forme. No referencial pr´oprio R′ da carga o campo ´e

o coulombiano, e pode ser transformado para o campo emR usando as transforma¸c˜oes de Rindler [15, 17].

O referencial principal, do observador, ´e oR, com coordenadas (xµ) =¡x0=ct, x1=x, x2=y, x3=z¢.

OR′ ´e o referencial inercial, em queda livre, com

coor-denadas (x′α) =¡x′0=ct, x′1=x, x′2=y, x′3=z′¢.

O campo gravitacional, uniforme, ser´a definido ao longo do eixo zz′, g = a = gzb e o tensor m´etrico gµν

definido de forma compat´ıvel com o tensor m´etrico minkowskiano [17-22] ηαβ com os sinais relativos das

componentes diagonais (−,+,+,+). Por simplicidade usa-se c= 1 por´em, quando necess´ario por motivos de clareza, a velocidade da luz c ser´a colocada explicita-mente.

2.

Transforma¸

oes de Rindler

As transforma¸c˜oes de Rindler conectam referenciais inerciais com os referenciais uniformemente acelerados equivalentes aos referenciais em repouso na presen¸ca de um campo gravitacional uniforme.

Nos referenciais inerciais as propriedades do espa¸co-tempo e as leis da F´ısica s˜ao descritas pela relatividade restrita. Nos referenciais n˜ao inerciais, as propriedades do espa¸co-tempo s˜ao definidas pela m´etrica [15-17]

ds2=−c2dτ2=gµνdxµdxν, (1)

atrav´es do tensor m´etrico

gµν= ∂x′α

∂xµ ∂x′β

∂xνηαβ . (2)

No caso de um campo gravitacional uniforme,

ds2=c22=g

00(z)c2dt2+

gzz(z)dz2+dx2+dy2, (3)

com as componentes n˜ao triviais

g00(z) =−e2az e gzz(z) =e2az . (4)

Como as componentes n˜ao diagonais do tensor m´etrico s˜ao nulas, a identidade

gµλgλν=gµλ=δµλ (5)

1E-mail: mgoto@uel.br.

(2)

define as componentes contravariantes

g00= 1 g00

=−e−2az eg33= 1 g33

=e−2az . (6)

Conhecida a m´etrica, as transforma¸c˜oes entre os re-ferenciais R e R′ podem ser obtidas resolvendo o

sis-tema de equa¸c˜oes diferenciais

∂2x′α ∂xµ∂xν =

∂x′α ∂xa Γ

a

µν, (7)

onde

Γλµν =

1 2g

ηλ

½

∂gνη ∂xµ +

∂gµη ∂xν −

∂gµν ∂xη

¾

(8)

´e a conex˜ao afim, cujas componentes n˜ao nulas s˜ao

Γ0z0= Γz00= Γzzz=a, (9)

e resultam nas transforma¸c˜oes de Rindler

ct′ = c

2

2ae az(eat

−e−at),

z′ = c

2

2ae

az(eat+e−at)

−c

2

a , (10)

aqui definidas para satisfazer a condi¸c˜ao na origem

(ct= 0, z= 0)⇔(ct′= 0, z= 0) .

As transforma¸c˜oes (10) e a m´etrica (3) mostram que um corpo em repouso na origem do referencial R exe-cuta um movimento hiperb´olico emR′ dadas pelas

co-ordenadas do espa¸co-tempo

(ct′, z) = c

2

a (sinhaτ,coshaτ−1) . (11)

Por outro lado, um corpo em repouso na origem do referencial inercialR′por defini¸c˜ao est´a em queda livre

em rela¸c˜ao ao referencialR. Considerandoz′ = 0 nas

transforma¸c˜oes (10), resulta 1

2e

az(eat+e−at) = 1, (12)

ou seja,

z=−c

2

a ln [cosh(at)], (13)

que descreve a trajet´oria de um objeto vindo de

z = −∞ (com velocidadec) desacelerando at´e parar em z = 0 e ent˜ao retornando para −∞de forma ace-lerada at´e atingir a velocidade−c. Nesta trajet´oria a velocidade ´e

vz=−

sinh(at)

cosh(at), (14)

e a acelera¸c˜ao,

az=−a

·

cosh2(at) cosh2(at)−

sinh2(at) cosh2(at)

¸

=

−a

·

1 cosh2(at)

¸

. (15)

A Fig. 1 ilustra a trajet´oria (preto), a velocidade (azul) e a acelera¸c˜ao (vermelho) de um corpo em queda livre num campo gravitacional uniforme.

t

Figura 1 - Gr´aficos da trajet´oria (preto), velocidade (azul) e ace-lera¸c˜ao (vermelho) de um corpo em queda livre num campo gra-vitacional uniforme.

3.

Campo eletromagn´

etico

As transforma¸c˜oes diferenciais

dx′α= ∂x′α ∂xµdx

µ (16)

definem as transforma¸c˜oes dos campos vetoriais,

A′α= ∂x′α ∂xµA

µ . (17)

Das transforma¸c˜oes de Rindler (10) resultam

A′0=eaz(eat−e−at)

2 A

3+eaz(eat+e−at)

2 A

0, A′1=A1 eA′2=A2 , (18) A′3=eaz(eat+e−at)

2 A

3+eaz(eat−e−at)

2 A

0

e a inversa

A0=−e−az(eat−e−at)

2 A

′3+e−az(eat+e−at)

2 A

′0, A1=A′1eA2=A′2 , (19) A3=e−az(eat+e−at)

2 A

′3

−e−az(eat−e−at)

2 A

′0 .

Para as componentes covariantes

A0(x, y, z, t) =g00A0(x, y, z, t) =−e2azA0(x, y, z, t),

e

A3(x, y, z, t) =g33A3(x, y, z, t) =e2azA3(x, y, z, t),

(3)

A0(xµ) =−

(eat+e−at)eaz

2 A

′0(x′α) +(eat−e−at)eaz

2 A

′3(x′α), A1(xµ) =A′1(x′α), A2(xµ) =A′2(x′α),

A3(xµ) =−

(eate−at)eaz

2 A

′0(x′α) +(eat+e−at)eaz

2 A

′3(x′α).

O potencial eletrost´atico de uma carga puntual lo-calizada na origem deR′ ´e

A′0=φ= p q

x′2+y′2+z′2 , (20)

ondex′=x, y=ye

z′ = c

2

2ae

az(eat+e−at)

−c

2 a =

c2

2a

£

eaz(eat+e−at)

−2¤,

as componentes espaciais sendo nulas,A′ =0. No

re-ferencialRas componentes n˜ao nulas resultam

A0(x, y, z, t) =−q

2

eaz(eat+e−at)

q

x2+y2+ c4

4a2[eaz(eat+e−at)−2] 2,

(21)

A3(x, y, z, t) =− q

2

eaz(eate−at)

q

x2+y2+ c4

4a2[eaz(eat+e−at)−2] 2.

A partir do tensor eletromagn´etico [12-14]

Fµν= (∂µAν−∂νAµ), (22)

s˜ao obtidos os campos el´etrico

Ei=F0i=gijFj0, (23)

e magn´etico

Bk =F.ji =gimFmj . (24)

3.1. Campo el´etrico

Das Eqs. (21) e (23) se obt´em as componentes do cam-po el´etrico

Ex=E1= (∂1A0−∂0A1) =∂1A0, Ey=E2=∂2A0,

E3=F03=g33F30=g33(∂3A0−∂0A3) = e−2az

µ

∂A0 ∂z −

∂A3 ∂t

, (25)

resultando

Ex= q

2

xeaz(eat+e−at)

³

x2+y2+ c4

4a2 [eaz(eat+e−at)−2] 2´3/2,

Ey= q

2

yeaz(eat+e−at)

³

x2+y2+ c4

4a2 [eaz(eat+e−at)−2]

2´3/2, (26)

Ez=E3= q

2ac 4

 

 [e

az(eat+e−at)2]

³

x2+y2+ 1

4a2c4[eaz(eat+e−at)−2] 2´3/2

(4)

com m´odulo quadr´atico

E2= q

2

4a2

ρ2a2e2az(eat+e−at)2+ [eaz(eat+e−at)2]2

³

ρ2+ c4

4a2 [eaz(eat+e−at)−2]

2´3 . (27)

Em coordenadas cil´ındricas, as componentes n˜ao nulas s˜ao

Eρ(ρ, z, t) =q

2

ρeaz(eat+e−at)

³

ρ2+ c4

4a2[eaz(eat+e−at)−2] 2´3/2,

(28)

Ez(ρ, z.t) = q

2ac 4

 

 [e

az(eat+e−at)2]

³

ρ2+ 1

4a2c4[eaz(eat+e−at)−2] 2´3/2

  .

Pode-se mostrar que no limite a −→ 0 resulta o campo coulombiano de uma carga em repouso na origem de um referencial inercial.

3.2. Campo magn´etico

As componentes do campo magn´etico, Eq. (24), s˜ao

Bx=B1=F.32 =F23=∂2A3, By =B2=F.13 =g33F31=−e−2az

∂A3

∂x , (29) Bz=B3=F.21 =F12= 0 ,

com as componentes n˜ao nulas

Bx=1

2q

 

 ye

az(eate−at)

³

x2+y2+ 1

4a2c4[eaz(eat+e−at)−2] 2´3/2

  ,

(30)

By =−

1 2q

 

 xe

−az(eate−at)

³

x2+y2+ 1

4a2c4[eaz(eat+e−at)−2] 2´3/2

  

ou, em forma vetorial,

B=1 2q

ρ(eate−at) (e−azsinϕ

b

x−eazcosϕ

b

y)

³

ρ2+ 1

4a2c4[eaz(eat+e−at)−2]

2´3/2 . (31)

3.3. Evolu¸c˜ao do campo el´etrico

As ilustra¸c˜oes apresentadas nesta sub-sec¸c˜ao s˜ao simu-la¸c˜oes computacionais baseadas em t´ecnicas de Monte Carlo [23-25]. Para a amostragem das linhas de campo, al´em das coordenadas (x, z) distribu´ıdas com peso pro-babil´ıstico proporcional `a intensidade|E|do campo, as orienta¸c˜oes espaciais s˜ao indicadas por segmentos de reta de igual comprimento ∆s com as extremidades ancoradas nos pontos (x, z) e (x+ ∆x, z+ ∆z) para ∆x = ∆ssinθ e ∆z = ∆scosθ, o ˆangulo θ obtido da rela¸c˜ao Ex/Ez = tanθ. O segmento ∆s ´e tomado o

menor poss´ıvel com resolu¸c˜ao que permita visualizar as orienta¸c˜oes das linhas de campo. As amostragens finais

cont´em trˆes mil pontos, as cores atribu´ıdas arbitraria-mente para encobrir os efeitos de satura¸c˜ao que ocorre no entorno do ponto de divergˆencia do campo el´etrico.

As simula¸c˜oes s˜ao configuradas para quadros de amostragem de dimens˜oes 40L×40L representando o plano x×z delimitado por−20L < x <20L na hori-zontal e −20L < z < 20L na vertical, onde L ´e uma unidade arbitr´aria de distˆancia. As acelera¸c˜oes e os campos gravitacionais s˜ao dados em a/c2 e g/c2,

res-pectivamente, cuja unidade ´eL−1. A partir destas

con-sidera¸c˜oes, a unidadeLser´a omitida (L= 1) [14-15].

(5)

na posi¸c˜aoz= 0, fica

Eρ(ρ, z, t) = q

2

2ρeaz

³

ρ2+ c4

2a2 (eaz−1) 2´3/2

,

(32)

Ez(ρ, z.t) = q

2ac 4

 

 2 (e

az1)

³

ρ2+ 1

2a2c4(eaz−1) 2´3/2

  .

Usando as express˜oes da Eq. (32) acima, a Fig. 2 mostra quadros comparativos das configura¸c˜oes dos campos de cargas em queda livre em campos gravita-cionais uniformes de diferentes intensidades, a carga na posi¸c˜aoz= 0 no instantet= 0 da trajet´oria descrita na Fig. 1. As intensidades dos campos gravitacionais s˜ao tomadas exageradamente altas para real¸car os efeitos sobre a configura¸c˜ao do campo el´etrico.

Pode-se mostrar que o sistema carga fonte mais o campo el´etrico tem simetria translacional ao longo da trajet´oria da carga. De fato, considere a Eq. (12) que define a trajet´oria da carga. Escrita na forma

1 2(e

at+e−at) =e−azq(t)

leva `a igualdade

eaz¡eat+e−at¢= 2ea(z−zq),

de modo que as componentes do campo el´etrico, Eq. (28), podem ser escritas na forma

Eρ(ρ, z, t) =q

ρea[z−zq(t)]

h

ρ2+ c4 2a2

¡

ea[z−zq(t)]−1¢2

i3/2,

(33)

Ez(ρ, z.t) = q ac

4

 

 e

a[z−zq(t)]−1

h

ρ2+ 1 2a2c4

¡

ea[z−zq(t)]−1¢2

i3/2

  ,

explicitando esta simetria. ´

E necess´ario ressaltar que o campo magn´etico n˜ao tem essa simetria translacional, como facilmente pode ser verificada nas Eqs. (30-31), inclusive porque o cam-po magn´etico depende da velocidade que, obviamente, varia ao longo da trajet´oria.

4.

Equa¸

oes de Maxwell

As equa¸c˜oes de Maxwell na presen¸ca do campo gravita-cional assumem as formas [21]

∂xλFµν+ ∂

∂xνFλµ+ ∂

∂xµFνλ= 0, (34)

para o par das equa¸c˜oes homogˆeneas e

∂ ∂xµ(

gFµν) =−√gJν, (35)

Figura 2 - Configura¸c˜oes das linhas de campo de uma carga em queda livre num campo gravitacional uniforme para trˆes dife-rentes intensidades do campo gravitacional. (a): g/c2 = 0.1,

(b):g/c2= 0.5 e (c):g/c2= 1

para as n˜ao homogˆeneas, onde g = −det(gµν). Na

ausˆencia de campo gravitacional,g= 1, resultando nas equa¸c˜oes de Maxwell no espa¸co-tempo de Minkowski.

(6)

∂Bx ∂x +e

2az∂By ∂y +

∂Bz

∂z = 0, (36)

e a lei de Faraday

∂Bx c∂t +e

2az∂(Ez) ∂y −

∂Ey ∂z = 0,

e2az∂By c∂t +

∂Ex ∂z −e

2az∂Ez

∂x = 0, (37)

∂Bz c∂t +

∂Ey ∂x −

∂Ex ∂y = 0.

ConsiderandoBz= 0 e as derivadas das outras

com-ponentes, ´e imediato verificar que a condi¸c˜ao

∂Bx ∂x +e

2az∂By ∂y = 0

´e satisfeita. Com deriva¸c˜oes mais extensas e trabalho-sas, chega-se `as igualdades

∂Bx c∂t −

∂Ey ∂z =−e

2az∂Ez ∂y ,

e2az∂By c∂t +

∂Ex ∂z =e

2az∂Ez ∂x ,

∂Ey ∂x =

∂Ex ∂y ,

que, considerando Bz = 0, s˜ao as equa¸c˜oes da lei de

Faraday.

As equa¸c˜oes n˜ao homogˆeneas englobam a lei de Gauss do campo el´etrico,

∂Ei ∂xi =

gJ0=e2azJ0, (38)

e a lei de Amp`ere

∂E1 c∂t −

∂¡√gB3¢ ∂y +

∂¡√gB2¢ ∂z =−

gJ1,

∂E2 c∂t −

∂B1 ∂z +

∂¡√gB3¢ ∂x =−

gJ2, (39)

∂E3 c∂t −

∂¡√gB2¢ ∂x +

∂B1 ∂y =−

gJ3,

a corrente obtida pelas transforma¸c˜oes de Rindler para campos vetoriais. A carga puntiforme est´a em re-pouso no referencial R′ em queda livre, de modo que

J′0=ρc= 4πqδ(r) eJ′1=J′2=J′3= 0. No

referen-cial n˜ao inerreferen-cialR resultam as componentes

J0=qe−2azδ(x)δ(y)δ

µ

c2

2ae

az(eat+e−at)c2 a

(40) e

J3=−qe−2azδ(x)δ(y)δ

µ

c2

2ae

az(eat+e−at)

−c

2 a

,

(41) as demais sendo nulas,Jx=Jy= 0.

As deriva¸c˜oes das componentes do campo el´etrico em rela¸c˜ao `as coordenadas resultam

⇒ ∂E∂xx+∂Ey

∂y + ∂Ez

∂z =

= q 2

 

 3e

az(eat+e−at)

³

x2+y2+ 1

4a2c4(eaz(eat+e−at)−2) 2´3/2

  +

−q 2

  

3eaz(eat+e−at)³¡x2+y+ 1

4a2c4[eaz(eat+e−at)−2] 2´

³

x2+y2+ 1

4a2c4(eaz(eat+e−at)−2) 2´5/2

  

que ´e nula,

∂Ex ∂x +

∂Ey ∂y +

∂Ez ∂z = 0,

em todo o espa¸co exceto sobre a carga, cujas

coorde-nadas s˜aox=y= 0 mais a equa¸c˜ao da trajet´oria

1 2e

(7)

mostrando que a lei da Gauss

∂Ei ∂xi =

∂Ex ∂x +

∂Ey ∂y +

∂Ez ∂z =e

2azJ0

´e satisfeita para

e2azJ0= 4πqδ(x)δ(y)δ

µ

c2

2a

£

eaz¡eat+e−at¢

−2¤

.

Em rela¸c˜ao `a lei de Amp`ere, considerandoBz= 0,

J1=J2= 0, as trˆes componentes da Eqs. (39) ficam ∂Ex

c∂t +

∂¡e2azB y¢ ∂z = 0,

∂Ey c∂t −

∂Bx ∂z = 0,

∂Ez c∂t −

∂¡e2azB y

¢

∂x + ∂Bx

∂y =−e 2azJ3.

As duas primeiras equa¸c˜oes podem ser verificadas de imedianto comparando as derivadas envolvidas.

Combinando as derivadas espaciais

−∂

¡

e2azB y

¢

∂x + ∂Bx

∂y =

=q

 

 e

az(eat

−e−at)

³

x2+y2+ 1

4a2c4(eaz(eat+e−at)−2) 2´

3 2

  +

−q2

 

 3

¡

x2+yeaz(eate−at)

³

x2+y2+ 1

4a2c4(eaz(eat+e−at)−2) 2´

5 2

  

e a derivada temporal

∂Ez c∂t =

q

2a

 

 a[e

az(eate−at)2]

³

x2+y2+ 1

4a2c4[eaz(eat+e−at)−2] 2´3/2+

43a2c

4 eaz(aeat−ae−at) [eaz(eat+e−at)−2] 2

³

x2+y2+ 1

4a2c4(eaz(eat+e−at)−2) 2´5/2

  

resulta

∂Ez c∂t −

∂¡e2azB y

¢

∂x + ∂Bx

∂y = 0

em todo o espa¸co exceto sobre a carga, levando `a ter-ceira das equa¸c˜oes da lei de Amp`ere,

∂Ez c∂t −

∂¡e2azB y

¢

∂x + ∂Bx

∂y =−e 2azJ3

para

e2azJ3=−qδ(x)δ(y)δ

µ

c2

2a

£

eaz(eat+e−at)

−2¤

.

5.

Conclus˜

oes

As transforma¸c˜oes de Rindler oferecem um meio sim-ples para obter o campo eletromagn´etico de cargas em queda livre num campo gravitacional uniforme. Observa-se que o sistema carga fonte e o campo el´etrico tem invarian¸ca translacional ao longo da trajet´oria da carga em queda livre. Esta invarian¸ca suscita uma quest˜ao em rela¸c˜ao `a radia¸c˜ao de cargas em queda livre, um assunto que deve ser examinado com mais deta-lhes mesmo porque esta simetria translacional n˜ao ´e compartilhada pelo campo magn´etico devido `a sua de-pendˆencia com a velocidade. Por fim, verifica-se que os campos el´etrico e magn´etico assim obtidos satisfazem `

(8)

gravita-cional uniforme.

Referˆ

encias

[1] T. Fulton and F. Rohrlich, Annals of Phys. 9, 499 (1960).

[2] Jos´e M.F. Bassalo, Eletrodinˆamica Cl´assica (Livraria da F´ısica, S˜ao Paulo, 2007).

[3] John David Jackson,Classical Electrodynamics (John Wiley & Sons, New York, 1999).

[4] A.O. Barut, Electrodynamics and Classical Theory of Fields and Particles (Dover, New York, 1980).

[5] L. Landau and E.L. Lifshitz, The Classical Theory of Fields (Pergamon Press, Oxford, 1976).

[6] C. Teitelboim, D. Villarroel and Ch. G. Van Weert, Nuovo Cimento3, 1 (1980).

[7] D.G. Boulware, Annals of Phys.124, 169 (1980).

[8] Roger Y. Tsien, American Journal of Physics 40, 46 (1972).

[9] E. Eriksen and O. Gron, Ann. of Phys.286, 320 (2000).

[10] E. Eriksen and O. Gron, Ann. of Phys.286, 343 (2000).

[11] E. Eriksen and O. Gron, Ann. of Phys.286, 373 (2000).

[12] E. Eriksen and O. Gron, Ann. of Phys.297, 243 (2002).

[13] E. Eriksen and O. Gron, Ann. of Phys.313, 147 (2004).

[14] M. Goto,Representa¸c˜ao Pict´orica da Evolu¸c˜ao Espa¸co-Temporal do Campo El´etrico de uma Carga em Movi-mento Hiperb´olico (Departamento de F´ısica da UEL, Londrina, 2008).

[15] M. Goto, Revista Brasileira de Ensino de F´ısica 31, 4307 (2009).

[16] N.D. Birrel and P.C.W. Davies, Quantum Fields in Curved Space (Cambridge Univ. Press, New York, 1982).

[17] M. Goto, P.L. Natti and E.R.T. Natti, Class. Quantum Grav.27, 025005 (2010).

[18] J.H. Smith,Introd. a la Relatividad Especial (Revert´e, Barcelona, 1969).

[19] R.A. Mould, Basic Relativity (Springer, New York, 1994).

[20] C. Møller,The Theory of Relativity(Clarendon Press, Oxford, 1972).

[21] S. Weinberg,Gravitation and Cosmology (John Wiley & Sons, New York, 1972).

[22] Eric A. Lord,Tensors Relativity and Cosmology (Tata McGraw-Hill, New Delhi, 1979).

[23] M. Goto, H. Iwamoto, V.M. de Aquino and V.C. Aguilera-Navarro, American Journal of Physics 69, 1 (2001).

[24] I.M. Sobol, The Monte Carlo Method (Univ. Chicago Press, Chicago, 1974).

Imagem

Figura 1 - Gr´ aficos da trajet´ oria (preto), velocidade (azul) e ace- ace-lera¸c˜ ao (vermelho) de um corpo em queda livre num campo  gra-vitacional uniforme.
Figura 2 - Configura¸c˜ oes das linhas de campo de uma carga em queda livre num campo gravitacional uniforme para trˆ es  dife-rentes intensidades do campo gravitacional

Referências

Documentos relacionados

Diretor Executivo do ACeS Algarve I - Central Diretor Executivo do ACeS Algarve II – Barlavento Diretor Executivo do ACeS Algarve III - Sotavento Presidente do Conselho Clínico

Na óptica do investidor, é relevante determinar Fluxo de Caixa Livre (FCL) para os accionistas. O valor apurado representa os meios financeiros líquidos gerados

Foi utilizada uma entrevista semiestruturada composta de oito perguntas que visaram investigar a adesão de homens na unidade pesquisada, os serviços mais

12.1 - Pelo não cumprimento das obrigações assumidas a licitante/contratada, sujeitar- se-á, garantida a prévia defesa, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, as

b) solicitar a isenção sem apresentar o requerimento previsto nos subitens 4.4.2. c) enviar a documentação fora do prazo de postagem, previsto no item 4.4. O interessado que não

Vancouver Toronto 2016 Maio 15, 22, 29 Junho 5, 12, 19, 26 Julho 3, 10, 17, 24, 31 Agosto 7, 14, 21, 28 Setembro 4, 11, 18, 25 Hotéis Previstos | 1ª categoria/ Luxo Toronto

b) Com pendência: quando o Comitê de Ética em Pesquisa - CEP/FMJ decidir pela necessidade de correção, sendo solicitadas alterações ou complementações do protocolo

• Torna-se necessário que os profissionais de saúde sejam alertados e conscientizados sobre a necessidade da adesão aos corretos métodos para essa prática, uma vez que a microbiota