RevBrasAnestesiol.2015;65(5):349---352
REVISTA
BRASILEIRA
DE
ANESTESIOLOGIA
PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologiawww.sba.com.br
ARTIGO
CIENTÍFICO
Eficácia
do
bloqueio
subtenoniano
em
cirurgia
de
estrabismo
pediátrico
Kasim
Tuzcu
a,∗,
Mesut
Coskun
b,
Esra
Ayhan
Tuzcu
b,
Murat
Karcioglu
a,
Isil
Davarci
a,
Sedat
Hakimoglu
a,
Suzan
Aydın
ae
Selim
Turhanoglu
aaDepartamentodeAnestesiologiaeReanimac¸ão,MedicalFacultyoftheMustafaKemalUniversity,Hatay,Turquia
bDepartamentodeOftalmologia,MedicalFacultyoftheMustafaKemalUniversity,Hatay,Turquia
Recebidoem27denovembrode2013;aceitoem5defevereirode2014 DisponívelnaInternetem18desetembrode2014
PALAVRAS-CHAVE
Bloqueio subtenoniano;
Cirurgiade
estrabismo pediátrico; Anestesia
Resumo
Justificativaeobjetivo: Acirurgiadeestrabismoéumprocedimentooftalmológicocomumem
pediatria.Umgrandeproblemaqueocorrecomfrequênciaempacientessubmetidosaesse tra-tamentoenvolveoreflexooculocardíaco.Essereflexoestáassociadoaoaumentodaincidência denáusea,vômitoedor.Oobjetivodesteestudofoiinvestigarosefeitosdobloqueio subteno-nianosobreoreflexooculocardíaco,ador,anáuseaeovômitonoperíodopós-operatório.
Métodos: Foramincluídosnoestudo40pacientesentre5-16anos,estadofísicoASAI-II,
subme-tidosàcirurgiaeletivadeestrabismo.Foramrandomicamentealocadosemdoisgrupos,como métododeenvelopelacrado.NoGrupo1(n=20),pacientesnãoreceberambloqueio subtenoni-ano.NoGrupo2(n=20),apósaintubac¸ão,obloqueiosubtenonianofoifeitonoolhosubmetido àcirurgia. Usode atropina, escoresdedor,reflexooculocardíaco eincidênciade náuseae vômitoforamcomparados.
Resultados: Nãohouvediferenc¸asignificativaentreosgruposemrelac¸ãoaoreflexo
oculocar-díacoeaousodeatropina(p>0,05).Osescoresdedorem30minutosdepós-operatórioforam significativamentemenoresnoGrupo2doquenoGrupo1(p<0,05).Anecessidadede analgé-sicoadicionalduranteoperíodopós-operatóriofoisignificativamentemenornoGrupo2doque noGrupo1(p<0,05).
Conclusões: Obloqueiosubtenoniano,emcombinac¸ãocomanestesiageral,nãoéeficaze
con-fiávelparadiminuiroreflexooculocardíaco,bemcomonáuseaevômitopós-operatórios(NVPO). Porém,essemétodoéseguroparadiminuiradornoperíodopós-operatórioereduziraanalgesia adicionalnecessáriaemcirurgiadeestrabismopediátrico.
©2014SociedadeBrasileira deAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados.
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:tuzcu01@gmail.com(K.Tuzcu).
350 K.Tuzcuetal.
KEYWORDS
Sub-Tenon’sblock;
Pediatricstrabismus
surgery; Anesthesia
Effectivenessofsub-Tenon’sblockinpediatricstrabismussurgery
Abstract
Backgroundandobjectives: Strabismussurgeryisafrequentlyperformedpediatricocular
pro-cedure.Afrequentlyoccurringmajorprobleminpatientsreceivingthistreatmentinvolvesthe oculocardiacreflex.Thisreflexisassociatedwithanincreasedincidenceofpostoperative nau-sea,vomiting,andpain.Theaimofthisstudywastoinvestigatetheeffectsofasub-Tenon’s blockontheoculocardiacreflex,pain,andpostoperativenauseaandvomiting.
Methods:40patients aged5---16yearswithAmericanSocietyofAnesthesiologistsstatusI---II
undergoing electivestrabismus surgerywere included inthis study.Patientsincluded were randomlyassigned into twogroups by using asealed envelopemethod.In group 1(n=20), patientsdidnotreceivesub-Tenon’sanesthesia.Ingroup2(n=20),followingintubation, sub--Tenon’sanesthesiawasperformedwiththeeyeundergoingsurgery.Atropineuse,painscores, oculocardiacreflex,andpostoperativenauseaandvomitingincidenceswerecomparedbetween groups.
Results:There were nosignificant differences between groups with regardto oculocardiac
reflexandatropineuse(p>0.05).Painscores30minpost-surgeryweresignificantlylowerin group2thaningroup1(p<0.05).Additionalanalgesicneededduringthepostoperativeperiod wassignificantlyloweringroup2comparedtogroup1(p<0.05).
Conclusions:Inconclusion,wethinkthatasub-Tenon’sblock,combinedwithgeneral
anesthe-sia,isnoteffectiveandreliableindecreasingoculocardiacreflexandpostoperative nausea andvomiting.However, thismethod issafe for reducing postoperativepain anddecreasing additionalanalgesiarequiredinpediatricstrabismussurgery.
©2014SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublishedbyElsevier EditoraLtda.Allrights reserved.
Introduc
¸ão
Acirurgiadeestrabismoéumdosprocedimentos
oftalmo-lógicosmaisfrequentesem pediatria.1Porémpodecausar
efeitossecundáriosdesfavoráveisduranteosperíodos intra-operatório e pós-operatório. Tipicamente, os principais problemasassociadosàcirurgiadeestrabismoincluemoalto riscodereflexo oculocardíaco(32-90%).Esse reflexopode ocorreremrespostaaumaretrac¸ãodosmúsculos extraocu-lareseestáassociadoaoaumentodaincidênciadenáuseas evômitosnopós-operatório(NVPO)(46-85%)resultantedo reflexooculocardíaco.2---4
Napopulac¸ãopediátrica, outro problemaimportante é o manejoda dornopós-operatório. Por causa dos poten-ciaisefeitos secundários, os opiáceos e anti-inflamatórios nãoesteroidesdevemserusadoscomcautelanessescasos, especialmenteemcirurgiasambulatoriais.Nosúltimosanos, astécnicasdeanestesiaregionalforamrecomendadasem conjuntocom anestesiageral.5---8 O bloqueiosubtenoniano
(parabulbar ou episcleral) é uma das técnicas de aneste-siaregionalusadasem cirurgiaoftalmológica.Essatécnica envolveanestésicos locaisinjetáveis nacápsulatenoniana posterior.
Nesteestudo,onossoobjetivofoiinvestigarosefeitosdo bloqueiosubtenonianosobreoreflexooculocardíaco(ROC), doreNVPO.
Métodos
Foram incluídos no estudo 40 pacientes entre 5-16 anos, estado físico ASA I-II (de acordo com a classificac¸ão da
Sociedade Americana de Anestesiologistas), submetidos à cirurgia eletiva de estrabismo. Todos ospais foram infor-madoseassinaramotermodeconsentimento.Aaprovac¸ão para este estudo foi fornecida pelo Comitê de Ética local. Pacientes com alterac¸ão ocular diferente de estra-bismo, alérgicos ao agente anestésico e sem habilidade de comunicac¸ão foram excluídos. Durante a avaliac¸ão pré-anestésica, foram encorajados a se queixar de dor, caso sentissem, no período pós-operatório. Para a pré--medicac¸ão,midazolam(0,5mg.kg---1)emumsucodefruta claroesempartículasfoioralmenteadministradoatodosos pacientesumahoraantesdacirurgia.Ainduc¸ãoda aneste-siafoifeitacompropofol(2,5mg.kg---1),fentanil(1
g.kg---1)
e rocurônio (0,6mg.kg---1). Os pacientes foram intubados para garantir vias aéreas patentes. A anestesia foi man-tida com sevoflurano a 2-3% em mistura de oxigênio/ar (50%/50%). Nenhumadose adicional defentanilfoiusada. A concentrac¸ão de sevoflurano foi aumentada em 0,5% quandoumaumentosuperiora20%,emcomparac¸ãocomos valoresbasais,ocorreunafrequênciacardíacaenapressão arterialmédia(PAM).ApressãodeCO2expiradofoimantida entre30e35mmHgduranteacirurgia.
Bloqueiosubtenonianoemcirurgiadeestrabismo 351
Todosospacientesforammonitoradoscommensurac¸ão de frequência cardíaca, pressão arterial, saturac¸ão peri-féricadeoxigênio (SpO2)eCO2nofimdaexpirac¸ão.Essas variáveisforamregistradasemintervalosdecincominutos. O ROC foi considerado como um aumento agudo, supe-rior a 20%, da frequência cardíaca ou diminuic¸ão aguda, abaixo de 60bpm da mesma. Neste estudo, o estímulo cirúrgicofoiretiradoemcasodeROC.Seumpacientenão respondesse a esta manobra, atropina era administrada. O acompanhamento no intraoperatório foi feito por um anestesiologista sem conhecimento do protocolo para os gruposdoestudo.Paracetamol(15mg.kg---1 IV)foi adminis-trado em todos ospacientes 15minutosantes dotérmino da cirurgia. Após o término das cirurgias, os pacientes foram extubados mediante o antagonismo do bloqueio neuromuscular com neostigmina e atropina. Dor, náusea e vômito foram avaliadosnominuto 30 e nas horas uma, duas,quatroeseisapósacirurgia.
Oacompanhamentonopós-operatóriofoifeitopor médi-cos‘‘cegados’’paraosgruposdeestudo.Adornoperíodo pós-operatóriofoiavaliadapormeiodeumaescalaverbal dedor(0=semdor;1=dorleve,2=dormoderada,3=dor intensa,4=muito intensa).Dosesadicionaisdeanalgésico (ibuprofeno,10mg.kg---1 VO)foramadministradasa pacien-tescomdoremnívelmoderadooumaiselevado.Osescores usados para NVPO foram: 0=sem náusea; 1=náusea pre-sente,massemvômito;3=vômitoumavezem30minutos; 4=vômitoduasoumaisvezesem30minutos.Ondansetron (0,1mg.kg---1IV)foiadministradoemcasosdevômito.
O programaSPSSparaWindows,versão15.0, foiusado paraasanálisesestatísticas,descritivaeanalítica.Os tes-tes do qui-quadrado e de Fischer foram usados para a comparac¸ãoentreasvariáveiscategóricas.Asdistribuic¸ões normaisdasvariáveiscontínuasforamavaliadascomoteste de Kolmogorov-Smirnov. Testes U deMann-Whitney foram usadosparacompararamédiadosvaloresentreosgrupos. Asignificânciaestatísticafoiconsideradacomop<0,05para todasasanálisesestatísticas.
Resultados
Nãohouvediferenc¸asignificanteentreosgrupos quantoà idade,gênero,peso,númerodemúsculosoperadosetempos cirúrgicos(p>0,05).Osdadosdemográficossão apresenta-dosnatabela1.
Embora menos pacientes do Grupo 2 (n=7) tenham desenvolvidoROCem comparac¸ãocomoGrupo 1(n=10), nãohouvediferenc¸asignificativaentreosgrupos(p>0,05). Também não houve diferenc¸a significativa no consumo
Tabela1 Dadosdemográficosdospacientes
Grupo1 Grupo2 p
Idade(anos) 9(5-16) 11(5-16) 0,743 Peso(kg) 33,5(14-65) 38,5(17-65) 0,597
Gênero(M/F) 8/12 10/10 0,525
Totaldemúsculos (1/2/3)
2/15/3 2/16/2 0,739
Tempocirúrgico 75(30-150) 67,5(60-135) 0,735
Tabela2 Incidênciadeefeitoscolateraisenecessidadede medicamentoadicional,expressascomon(%)
Grupo1 (n=20)
Grupo2 (n=20)
p
ROCnointraoperatório 10(50%) 7(35%) 0,337 Atropinanointraoperatório 4(20%) 4(20%) 1 Náusea/vômito 4(20%)/7
(35%)
2(10%)/2 (10%)
0,061
Necessidadede
medicamentoadicional
15(75%) 6(30%) 0,010
3 4
2
1
0
Escala de classificação verbal
30 min 1 h 2 h 4 h 6 h
Grupo I
Grupo II
Tempo
Figura1 Escaladeclassificac¸ãoverbalnopós-operatório.
de atropina por causa do ROC entre os grupos (p>0,05;
tabela2).
Embora NVPOtenhamsido observadosem menos paci-entesdoGrupo 2,nãohouve diferenc¸a significativaentre osgrupos em relac¸ãoaos escores de NVPO (p>0,05). No Grupo1,houveepisódiodenáuseaemquatropacientese devômitoemsete,enquantonoGrupo2náuseaocorreuem doispacientesevômitoemdois(tabela2).
Quando os escores de dor aos 30minutos de pós--operatório foram avaliados, foram significativamente menoresnoGrupo2 doquenoGrupo 1(p<0,05) (fig. 1). Anecessidadedeanalgésicoadicionalduranteoperíodo pós--operatóriofoisignificativamentemenornoGrupo2doque noGrupo1(p<0,05).QuinzepacientesdoGrupo1 precisa-ramdedosesadicionaisdeanalgésico,enquantoapenasseis doGrupo2precisaramdedosesadicionaisdeanalgésico.
Discussão
Aanestesiaregionaléusadacomo adjuvantedaanestesia geral em crianc¸as. Vários estudos relataram que os blo-queiosregionais nopré-operatório reduzemanecessidade deanestesia e opiáceos no períodointraoperatório e que contribuemparaaanalgesianopós-operatório.9---12Em
cirur-giaoftalmológica, vários tipos de bloqueios regionais são usados, incluindo peribulbar, retrobulbar e subtenoniano. Porém,embloqueiosperibulbareretrobulbar,complicac¸ões sistêmicas com risco de morte ou complicac¸ões ocula-respodemocorrer.Essascondic¸õespodemincluirinjec¸ões por via intravenosa de anestésicos locais em espac¸o subaracnoideecomplicac¸õesoculares,comoperfurac¸ãodo globo,lesãodonervoehemorragiaretrobulbar,quepodem causaraperdadavisão.13---16Comoobloqueiosubtenoniano
352 K.Tuzcuetal.
anestesiaseguracomomínimoderiscoparacomplicac¸ões graves.17,18
O ROC--- umarespostado reflexotrigeminal-vagal que se manifesta como arritmias cardíacas e hipotensão ---ocorreemrespostaàretrac¸ãodos músculosextraoculares durante a cirurgia de estrabismo. Váriasmanobras foram propostasnaliteraturaparaeliminaroureduziroROC.No entanto, nenhum desses métodos foi considerado eficaz, seguro ou aceitável.1,3 A administrac¸ão intramuscular de
agentes anticolinérgicos usados em pré-medicac¸ão, como atropina e glicopirrolato, é insuficiente para prevenir o ROC.19 Em cirurgia de estrabismo, a manipulac¸ão dos
músculosextraoculares também aumenta a incidência de NVPOaoestimularoreflexooculocardíaco.1,3---5
Umestudo noqual aanestesia com propofolfoi usada emcirurgiadeestrabismopediátricarelatouqueobloqueio subtenoniano diminuiu significativamente a incidência de ROC e NVPO.5 Em nosso estudo, embora a incidência
deROCeNVPOtenhasidomenosobservadanogrupo subme-tidoaobloqueiosubtenoniano,adiferenc¸aentreosgrupos nãofoi significativa. A diferenc¸a entre os dois grupos de estudo,apesar donúmeroidêntico depacientes em cada grupo,podetersidocausadapelousodemétodos anesté-sicosdistintos. Ainfusãodepropofolpodetercontribuído paradiminuiraincidênciadeNVPO.Porém,issonãoexplica amenorincidênciadeROC.
Na populac¸ão pediátrica, outro grande problema é o manejodadornopós-operatório.Nosúltimosanos,o blo-queio subtenoniano tem sido usado com frequência em cirurgiaoftálmica, poisproporciona aacinesia dogloboe tem potenciais vantagens sobre os bloqueios feitos com agulhas.1,17,20Nobloqueiosubtenoniano,oanestésicolocalé
injetadonacápsulatenonianaposterioredistribuídoparaos músculosextraoculareseassimexerceosefeitosanestésicos eanalgésicos.20,21
Em estudo conduzido por Steib etal.,5 os
pesquisado-resrelataramqueo bloqueiosubtenonianodiminuiuador nopós-operatório em comparac¸ão com o grupo controle, querecebeuinjec¸ãodesoluc¸ãosalina.Emoutroestudo,o bloqueiosubtenonianofoicomparadocomainjec¸ão intra-venosadefentanilerelatou-sequeobloqueiosubtenoniano proporcionoumelhoranalgesia.7Emnossoestudo,os
esco-resdedornopós-operatórioeanecessidadedeanalgésico adicional forammenores nogrupo submetidoao bloqueio subtenoniano; esses resultados estão de acordo com a literatura.5,10,22
Nesteestudo obloqueiosubtenoniano, combinadocom anestesiageral,nãofoieficazouconfiávelparadiminuira incidênciadeROCeNVPO.Estudosadicionaiscomamostras maioressãonecessários;contudo,obloqueiosubtenonianoé seguroparareduziradoreanecessidadedeanalgesia suple-mentarnoperíodopós-operatórioemcirurgiadeestrabismo pediátrico.
Autoria
KT,MC,EAT,MKeIDidealizaramoestudo,participaramdo projetoedacoordenac¸ãoeajudaramaredigiromanuscrito. SH,SAeSTrevisaramaliteratura,escreveram orascunho inicial e analisaram as estatísticas. MC e EAT fizeram as cirurgias e redigiramo manuscrito. IDe ST analisaram os
dados. Todosos autores leram e aprovaram o manuscrito final.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Referências
1.McGoldrickKE, GayerSI. Anesthesia andthe eye. In: BarashPG, CullenBF,StoeltingRK,editors.Clinicalanesthesia.5thedition. Phi-ladelphia:LippencottWilliams&Wilkins;2006.p.974---96. 2.BlancVF,HardyJF,MilotJ,etal.Theoculocardiacreflex:agraphic
andstatisticalanalysisininfantsandchildren.CanAnaesthSocJ. 1983;30:360---9.
3.DonlonJV,DoyleJDJ.Anesthesiaforeye,ear,noseandthroatsurgery. In:MillerRD,(ed).Anesthesia.NewYork:ChurchillLivingstone;1990; 2001-2023.
4.WierPM,MunroHM,ReynoldsPI,etal.Propofolinfusionandthe inci-denceofemesisinpediatricoutpatientstrabismussurgery.Anesth Analg.1993;76:760---4.
5.SteibA,KarcentyA,CalacheE,etal.Effectsofsubtenon anesthe-sia combined with general anesthesiaon perioperative analgesic requirementsinpediatricstrabismussurgery.RegAnesthPainMed. 2005;30:478---83.
6.SureshS,WheelerM.Practicalpediatricregionalanesthesia. Anesthe-siolClinNorthAm.2002;20:83---113.
7.GhaiB,RamJ,MakkarJK,etal.Subtenonblockcomparedto intrave-nousfentanylforperioperativeanalgesiainpediatriccataractsurgery. AnesthAnalg.2009;108:1132---8.
8.SethiS,GhaiB,SenI,etal.Efficacyofsubtenonblockininfants-a comparisonwithintravenousfentanylforperioperativeanalgesiain infantilecataractsurgery.PaediatrAnaesth.2013;23:1015---20. 9.AtesY,UnalN,CuhrukH,etal.Postoperativeanalgesiainchildren
usingpreemptiveretrobulbarblockandlocalanestheticinfiltration instrabismussurgery.RegAnesthPainMed.1998;23:569---74. 10. SheardRM,MehtaJS,BarryJS,etal.Subtenonslidocaineinjection
forpostoperativepainreliefafterstrabismussurgeryinchildren:A pilotstudy.JAAPOS.2003;7:38---41.
11. Subramaniam R, Subbarayudu S, Rewari V, et al. Usefulness of pre-emptive peribulbarblock in pediatric vitreoretinal surgery:a prospectivestudy.RegAnesthPainMed.2003;28:43---7.
12. ChhabraA,SinhaR,SubramaniamR,etal.Comparisonofsub-Tenon’s blockwithi.v.fentanylforpaediatricvitreoretinalsurgery.BrJ Ana-esth.2009;103:739---43.
13. Rodriques-ColemanH,SpaideR.Ocularcomplicationsofneedle per-forationsduringretrobulbarandperibulbarinjections.Ophthalmol ClinNorthAm.2001;14:573---9.
14. ParulekarMV,BergS,ElstonJS. Adjunctiveperibulbaranaesthesia forpaediatricophthalmicsurgery:aretherisksjustified?Paediatr Anaesth.2002;12:85---6.
15. WongDH.-Regionalanaesthesiaforintraocularsurgery.CanJ Ana-esth.1993;40:635---57.
16. TrollGF.Regionalophthalmicanesthesia:safetechniquesand avoi-danceofcomplications.JClinAnesth.1995;7:163---72.
17. Guise PA. Sub-tenon anesthesia: a prospective study of 6,000blocks.Anesthesiology.2003;98:964---8.
18. Anderson CJ. Circumferential perilimbal anesthesia. J Cataract RefractSurg.1996;22:1009---12.
19. Mirakur RK, Clarke RS, Dundee JW, et al. Anticholinergic drugs in anaesthesia. A survey of their present position. Anaesthesia. 1978;33:133---8.
20. RipartJ,MetgeL,Prat-PradalD,etal.Medialcanthussingle-injection episcleral (sub-tenon anesthesia): computedtomography imaging. AnesthAnalg.1998;87:42---5.
21. Niemi-MurolaL,KrootilaK,KivisaariR,etal.Localizationoflocal anestheticsolutionbymagneticresonanceimaging.Ophthalmology. 2004;111:342---7.