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Bifurcação de Poincaré-Andronov-Hopf para difeomorfismos do plano

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Academic year: 2021

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(1)Bifurcac¸a˜ o de Poincar´e-Andronov-Hopf para difeomorfismos do plano.. Pricila da Silva Barbosa. D¸  ˜   I  M  E´ı ´  U  S ˜ P  ¸  ˜  ´ı  M  Cˆ. Programa: Matem´atica Aplicada Orientador: Prof. Dr. Antonio Luiz Pereira ˆ Durante o desenvolvimento deste trabalho o autor recebeu aux´ılio financeiro do CNPq. S˜ao Paulo, de 2010..

(2) Bifurcac¸a˜ o de Poincar´e-Andronov-Hopf para difeomorfismos do plano.. Esta vers˜ao definitiva da dissertac¸a˜ o cont´em as correc¸oes ˜ e alterac¸oes ˜ sugeridas pela Comiss˜ao Julgadora durante a defesa realizada por Pricila da Silva Barbosa em /05/2010.. Comiss˜ao Julgadora: Prof. Dr. Antonio Luiz Pereira (orientador) - IME-USP ˆ Prof. Dr. Marcone Corrˆea Pereira - IME-USP Prof. Dr. Luiz Augusto da Costa Ladeira - ICMC-USP.

(3) Agradecimentos. Agradec¸o... Primeiramente a minha fam´ılia, em especial a` minha m˜ae por me incentivar nos estudos e me apoiar nos momentos dif´ıceis. Ao meu orientador Prof. Dr. Antonio Luiz Pereira, por toda a paciˆencia e dedicac¸a˜ o ao passar ˆ horas e horas me ajudando para que tudo isso fosse poss´ıvel. A todos os meus amigos do IME, em especial a` Catalina Rua e Juan Fernando Zapata, por me ajudarem durante o mestrado e de alguma forma neste trabalho.. .

(4)

(5) Resumo. O objetivo principal deste trabalho e´ apresentar uma exposic¸a˜ o detalhada do Teorema de Poincar´e-Andronov-Hopf para uma fam´ılia de transformac¸oes ˜ no plano, baseada em um trabalho de O. Lanford [1]. Este teorema d´a condic¸oes ˜ para o aparecimento de uma curva fechada invariante para o fluxo quando o parˆametro passa por um determinado valor. Apresentamos tamb´em uma aplicac¸a˜ o a um sistema dinˆamico que modela a evoluc¸a˜ o do prec¸o e excesso de demanda em um mercado constitu´ıdo por uma unica mercadoria. ´ Palavras-chave: bifurcac¸a˜ o, forma normal, curva fechada invariante, estabilidade..

(6) .

(7) Abstract. The main purpose of this work is to present a detailed exposition of the Poincar´e-Andronov-Hopf Theorem for a family of transformations in the plane, based on a work of O. Lanford [1]. This theorem gives conditions for the appearance of a closed invariant curve under the flow, when the parameter crosses a certain value. We also present an application to a dynamical system modelling the evolution of the price and the excess demand in a single asset market. Keywords: bifurcation, normal form, closed invariant curve, stability.. .

(8)

(9) ´ SUMARIO. 1. Preliminares.. 3. 1.1. Sistemas Dinˆamicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 3. 1.2. Conjuntos α-limite e w-limite de uma orbita. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ´. 5. R2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 5. 1.4. Variedade Central. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 6. 1.3. O Teorema da Bifurcac¸a˜ o de Hopf em. e. Rn .. 2. Bifurcac¸a˜ o de Poincar´e-Andronov-Hopf para Difeomorfismos do Plano. 2.1. Difeomorfismos do Plano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 9 9. 2.2. Forma Canonica da Aplicac¸a˜ o Φµ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 ˆ 2.3. Bifurcac¸a˜ o de Poincar´e-Andronov-Hopf. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 3. Uma Aplicac¸a˜ o.. 43. 3.1. Introduc¸a˜ o. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 3.2. A Unicidade do Equil´ıbrio e Propriedades B´asicas de Estabilidade. . . . . . . . . . . 45 ´ 3.3. Bifurcac¸a˜ o de Hopf e Orbitas Periodicas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 ´ 3.4. Simulac¸a˜ o Num´erica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57. .

(10)

(11) Introduc¸a˜ o. O proposito desse trabalho e´ discutir o Teorema de Poincar´e-Andronov-Hopf para difeomorfismos ´ do plano, fazer uma aplicac¸a˜ o e em seguida uma simulac¸a˜ o num´erica. Em 1942, Hopf estabeleceu condic¸oes ˜ para a ocorrˆencia de um tipo de bifurcac¸a˜ o num sistema n-dimensional. Entretanto, esse tipo de bifurcac¸a˜ o j´a havia sido sugerido por Poincar´e, em 1892, e estudado por Andronov, em 1929, para um sistema bidimensional, sendo por isto geralmente conhecida como Bifurcac¸a˜ o de Poincar´e-Andronov-Hopf. Esse teorema descreve o que acontece quando um ponto de equil´ıbrio de uma equac¸a˜ o diferencial dependendo de um parˆametro passa de est´avel a inst´avel, em um valor cr´ıtico do parˆametro. Um trabalho realizado por Ruelle e Takens [4] estende a teoria da bifurcac¸a˜ o de Hopf para transformac¸oes. Eles estavam interessados em estudar o aparecimento de um toro ˜ invariante est´avel que, sob algumas condic¸oes, aparece nas proximidades de uma orbita fechada ˜ ´ inst´avel. A prova feita por Ruelle e Takens passa por demonstrar o Teorema de Poincar´e-Andronov-Hopf para a transformac¸a˜ o de Poincar´e. Dado um campo de vetores X e uma orbita fechada γ do fluxo ´ ψt de X, a id´eia e´ considerar a transformac¸a˜ o de Poincar´ e P associado a γ. Supondo que exista uma [ circunferˆencia σ que e´ invariante sob P, ent˜ao. ψt (σ) e´ um toro invariante para o fluxo de X. t. Sejam Xµ uma fam´ılia de campos de vetores e γµ uma fam´ılia cont´ınua de orbitas fechadas desses ´ ´ campos. E poss´ıvel que exista um µ0 de tal forma que γµ seja est´avel para µ < µ0 e inst´avel para µ > µ0 , e um toro invariante est´avel se forme nesse local. Sabemos que γµ e´ est´avel se os autovalores da derivada da transformac¸a˜ o de Poincar´e Pµ tˆem autovalores com modulo menor do que 1 (e ´ 1.

(12) 2. Introduc¸a˜ o. inst´avel se algum dos autovalores tem modulo maior do que 1). O teorema de bifurcac¸a˜ o de Hopf ´ para difeomorfismos d´a condic¸oes ˜ para o aparecimento do toro, apos ´ a perda de estabilidade de γµ . Nossa atenc¸a˜ o ser´a focalizada no trabalho de Lanford [1], onde o estudo e´ feito para difeomorfismos do plano em geral, e n˜ao para o caso particular da transformac¸a˜ o de Poincar´e. Consideraremos neste trabalho uma fam´ılia de transformac¸oes ˜ do plano Φµ , de classe C4 , a um parˆametro real, em uma vizinhanc¸a do zero no espac¸o de Banach Z em Z, com Φµ (0) = 0 para todo µ. Queremos observar o que acontece quando µ varia e a origem muda de est´avel a um ponto fixo inst´avel de Φµ , isto e´ , algum dos autovalores do espectro de DΦµ (0) cruza a circunferˆencia unit´aria. Isto pode acontecer de v´arias maneiras, mas consideraremos apenas o caso de um unico par complexo ´ conjugado de autovalores simples n˜ao reais; assumiremos que o restante do espectro de DΦµ (0) se encontra estritamente dentro da circunferˆencia unit´aria, e para simplificar a notac¸a˜ o, assumiremos tamb´em que isso ocorre em µ = 0. No primeiro cap´ıtulo, abordaremos definic¸oes ˜ e resultados importantes sobre sistemas dinˆamicos. Tamb´em enunciaremos sem demonstrac¸a˜ o o Teorema de Variedade Central, que ser´a muito importante para reduzirmos nosso estudo a uma variedade de dimens˜ao 2. No segundo cap´ıtulo enunciaremos e demonstraremos o Teorema de Poincar´e-Andronov-Hopf em detalhe e demonstraremos tamb´em uma proposic¸a˜ o que d´a uma condic¸a˜ o necess´aria e suficiente para o surgimento da bifurcac¸a˜ o em quest˜ao. Finalmente, no terceiro e ultimo cap´ıtulo, trabalharemos com um difeomorfismo do plano ´ cujas orbitas imitam a evoluc¸a˜ o do prec¸o e do excesso de demanda de uma dada mercadoria. Para ´ ilustrar o aparecimento de oscilac¸oes desse modelo do mercado financeiro, faremos ˜ periodicas ´ simulac¸oes ˜ num´ericas para alguns valores dos parˆametros..

(13) ´ CAPITULO 1 Preliminares.. A teoria de Sistemas Dinˆamicos estuda o comportamento a longo prazo da evoluc¸a˜ o de um sistema. A moderna teoria de sistemas dinˆamicos originou-se no final do s´eculo 19, procurando responder questoes ˜ fundamentais relativas a estabilidade e evoluc¸a˜ o do sistema solar, o que levou ao desenvolvimento de um campo rico e poderoso, com aplicac¸oes ˜ a f´ısica, biologia, meteorologia, astronomia, economia e outras a´ reas. Por analogia com a mecˆanica celeste, a evoluc¸a˜ o de um estado particular de um sistema dinˆamico e´ referido como uma orbita. Um certo numero de temas ´ ´ aparecem repetidamente no estudo de sistemas dinˆamicos: existˆencia e estabilidade de equil´ıbrios e orbitas periodicas, comportamento assintotico, estabilidade por pertubac¸oes, etc. ´ ´ ´ ˜. 1.1. Sistemas Dinˆamicos. Um sistema dinˆamico cont´ınuo consiste em um espac¸o m´etrico X e uma fam´ılia de transformac¸oes ˜ a um parˆametro {Tµ : X → X}, com µ ∈ R ou µ ∈ R+0 , que forma um grupo ou semigrupo a um parˆametro, ou seja, Tµ1 +µ2 = Tµ1 ◦ Tµ2 e T0 = Id. O sistema dinˆamico e´ chamado de fluxo se µ varia em R e um semi-fluxo se µ varia em R+0 . Definic¸a˜ o 1.1 Um sub-conjunto A ∈ X e´ invariante para o sistema dinˆamico Tµ se, para todo x ∈ A, Tµ (x) est´a definido e pertence a A para todo µ ∈ R. 3.

(14) 4. Preliminares. Um sistema dinˆamico discreto consiste de um espac¸o m´etrico X e uma func¸a˜ o T : X → X. Para. n ∈ N, a n-´esima iterac¸a˜ o de T e´ a n-´esima composic¸a˜ o Tn = T ◦ · · · ◦ T (n vezes) e definimos T0 como a func¸a˜ o identidade, denotada por Id. Se T e´ invers´ıvel, ent˜ao T−n = T−1 ◦ · · · ◦ T−1 (n vezes). Como Tn+m = Tn ◦Tm , essas iterac¸oes ˜ formam um grupo se T e´ invers´ıvel. Embora tenhamos definido sistemas dinˆamicos de maneira bem geral, X tem muitas vezes uma estrutura adicional que e´ preservada pela func¸a˜ o T. Por exemplo, (X, T) pode ser um espac¸o de medida e uma transformac¸a˜ o que preserva medida; um espac¸o topologico e uma transformac¸a˜ o cont´ınua; um espac¸o m´etrico e ´ uma isometria, ou uma variedade diferenci´avel e uma transformac¸a˜ o diferenci´avel. Definic¸a˜ o 1.2 Se T e´ uma transformac¸a˜ o em X, o ponto x e´ um ponto fixo para T se T(x) = x. O ponto x e´ peri´odico de per´ıodo n se Tn (x) = x. O menor positivo n para cada Tn (x) = x e´ chamado de primeiro per´ıodo de x. O conjunto de todas as iterac¸o˜ es de um ponto peri´odico e´ denominado uma o´ rbita peri´odica. Exemplo 1.1 Considerando o sistema dinˆamico discreto sobre a reta real R definido pelas iterac¸o˜ es da aplicac¸a˜ o T : x 7−→ −x, temos que o ponto 0 e´ um ponto fixo. Definic¸a˜ o 1.3 Seja X um espac¸o m´etrico e T : X −→ X uma transformac¸a˜ o. Dizemos que um ponto fixo fixo p de T e´ atrator se T(p) = p e Tn (x) = p quando n −→ ∞, para todo x ∈ X. O resultado que segue e´ frequentemente usado para provar a existˆencia de pontos fixos. Teorema 1.1 Seja X um espac¸o m´etrico completo. Se T : X −→ X e´ cont´ınua e, para algum m, Tm e´ uma contrac¸a˜ o, ent˜ao existe um unico ´ ponto fixo p para T. Mais ainda, p e´ atrator. A demonstrac¸a˜ o do Teorema 1.1 pode ser visto em [7]. O teorema seguinte e´ conhecido como M´etodo Indireto de Lyapunov. Teorema 1.2 Seja T uma transformac¸a˜ o de classe C1 , com ponto fixo x. a) Se todos os autovalores da matriz Jacobiana DT(x) tˆem m´odulo menor que 1, ent˜ao o ponto fixo x e´ assintoticamente est´avel. b) Se pelo menos um dos autovalores de DT(x) tem m´odulo maior que 1, ent˜ao x e´ inst´avel..

(15) 1.2 Conjuntos α-limite e w-limite de uma orbita. ´. 5. 1.2. Conjuntos α-limite e w-limite de uma orbita. ´ Sejam X um subconjunto aberto do espac¸o euclidiano Rn , e T : X −→ Rn um campo vetorial de classe Ck , k ≥ 1. Seja ϕ(t) = ϕ(t, x) a curva integral de T passando pelo ponto x, definida no seu intervalo m´aximo Ix = (w− (x), w+ (x)). Se w+ (x) = ∞, define-se o conjunto w(x) = { q ∈ X ; ∃{tn } com tn −→ ∞ e ϕ(tn ) −→ q, quando n −→ ∞}. Analogamente, se w− (x) = −∞, define-se o conjunto α(x) = { q ∈ X ; ∃{tn } com tn −→ −∞ e ϕ(tn ) −→ q, quando n −→ ∞}. Os conjuntos w(x) e α(x) s˜ao chamados, respectivamente, de conjunto w-limite e conjunto α-limite de x. Definic¸a˜ o 1.4 O conjunto w-limite de uma o´ rbita γ, que denotaremos por w(γ), e´ o conjunto w(x), para qualquer x ∈ γ. O conjunto α-limite de uma o´ rbita γ, que denotaremos por α(γ), e´ o conjunto α(x), para qualquer x ∈ γ. E w(x) = w(y) se x, y ∈ γ. Observac¸a˜ o 1.1 Sejam ϕ(t) = ϕ(t, x) a curva integral do campo T pelo ponto x e ψ(t) = ψ(t, x) a curva integral do campo −T pelo ponto x, ent˜ao ψ(t, x) = ϕ(−t, x). Segue-se da´ı que o w-limite de ψ(t) e´ igual ao α-limite de ϕ(t) e, reciprocamente, o w-limite de ϕ(t) e´ igual ao α-limite de ψ(t). Por este motivo, para estudarmos as propriedades gerais dos conjuntos α-limite e w-limite de o´ rbitas e´ suficiente nos restringirmos ao estudo do conjunto w-limite. Definic¸a˜ o 1.5 Um ponto x e´ chamado de positivamente recorrente se x ∈ w(x), e se T e´ invers´ıvel, x e´ negativamente recorrente se x ∈ α(x). x e´ dito recorrente se e´ positivamente e negativamente recorrente. Exemplo 1.2 Pontos peri´odicos s˜ao pontos recorrentes. Observac¸a˜ o 1.2 O conjunto R(T) dos pontos recorrentes e´ T-invariante.. 1.3. O Teorema da Bifurcac¸a˜ o de Hopf em R2 e Rn . Teorema 1.3 (da bifurcac¸a˜ o de Hopf em R2 ) Seja Ψµ um campo de vetores de classe Ck (k ≥ 4) em R2 , tal que Ψµ (0) = 0 para todo µ e Ψ = (Ψµ , 0) e´ tamb´em Ck . Suponhamos que DΨµ (0, 0) tem dois autovalores.

(16) 6. Preliminares.. complexos conjugados distintos λ(µ) e λ(µ), tais que, para µ > 0 temos que Reλ(µ) > 0.Suponhamos d(Reλ(µ)) tamb´em que > 0 em µ = 0. Ent˜ao: dµ a) Existe uma func¸a˜ o µ : (−, ) → R de classe Ck−2 , tal que µ(0) = 0 e para todo x1 , 0, (x1 , 0, µ(x1 )) √ est´a sobre uma o´ rbita peri´odica fechada de Ψ com raio crescente da ordem de µ e per´ıodo pr´oximo de 2π . | λ(0) | b) Existe uma vizinhanc¸a U de (0, 0, 0) em R3 tal que qualquer o´ rbita fechada em U e´ uma dessas acima. Al´em disso, se (0, 0) e´ um atrator ”indefinido”para Ψ0 , ent˜ao: c) µ(x1 ) > 0 para todo x1 , 0 e as o´ rbitas peri´odicas s˜ao atratoras. ∂3 V (0, 0) < 0. Onde V(x1 , µ) = P(x1 , µ) − x1 e ∂x31 P e´ a transformac¸a˜ o do primeiro retorno do campo Ψ em relac¸a˜ o ao eixo (x1 , 0). Definic¸a˜ o 1.6 (0,0) e´ um atrator ”indefinido”para Ψ0 se. Teorema 1.4 (da bifurcac¸a˜ o de Hopf em Rn ) Seja Ψµ um campo de vetores em Rn de classe Ck+1 , com k ≥ 4, com todas as hip´oteses do Teorema 1.3 mantidas exceto que assumimos que o resto do espectro e´ distinto dos dois autovalores simples λ(µ), λ(µ). Ent˜ao a conclus˜ao a) e´ verdadeira. A conclus˜ao b) e´ verdadeira se o resto do espectro permanece do lado direito do semi plano quando µ passa pelo 0. A conclus˜ao c) e´ verdade se, em relac¸a˜ o a λ(µ), λ(µ), 0 e´ um atrator ”indefinido”no mesmo sentido do Teorema 1.3, e se quando as coordenadas s˜ao escolhidas de modo que   0 |λ(0)| D3 Ψ1 (0)  DΨ0 (0) =  −|λ(0)| 0 D3 Ψ2 (0)  0 0 D3 Ψ3 (0).     ,  . λ(0) < σ(D3 Ψ3 (0)) (espectro de D3 Ψ2 (0)). As demonstrac¸oes ˜ dos Teoremas 1.3 e 1.4 n˜ao ser˜ao feitas neste trabalho, mas podem ser vistas em [5].. 1.4. Variedade Central. Nesta sec¸a˜ o enunciaremos o Teorema da Variedade Central. Esse teorema ser´a importante pois nos permitir´a reduzir o estudo de uma variedade de dimens˜ao finita qualquer para uma outra de.

(17) 1.4 Variedade Central.. 7. dimens˜ao 2. Para os leitores interessados e´ poss´ıvel ver a demonstrac¸a˜ o do mesmo no apˆendice ´ B do artigo [1]. Antes de enunciarmos o teorema, precisamos de alguns resultados de Algebra Linear, que seguem adiante. Definic¸a˜ o 1.7 Seja B uma matriz complexa n × n. Se λ e´ um autovalor de B, seja Vλ = { v ∈ Cn : (B − λI)i v = 0 para algum i ∈ N}. Se B e´ real e γ e´ um autovalor real, seja VγR = Rn ∩ Vγ = {v ∈ Rn : (B − γI)i v = 0 para algum i ∈ N}. Se B e´ real e λ, λ e´ um par de autovalores complexos, seja V R = Rn ∩ (Vλ ⊕ Vλ ). λ,λ. Esses espac¸os s˜ao chamados de autoespac¸os generalizados. Teorema 1.5 (da Variedade Central) Seja Ψ uma aplicac¸a˜ o da vizinhanc¸a do zero no espac¸o de Banach Z em Z. Suponhamos que Ψ tem k + 1 derivadas cont´ınuas, que Ψ(0) = 0, DΨ(0) tem raio espectral 1 e que o espectro de DΨ(0) tem uma parte contida na circunferˆencia unit´aria com um numero ´ finito de autovalores, e o restante est´a a uma distˆancia n˜ao nula da mesma. Suponhamos que Y, o auto-espac¸o generalizado de DΨ(0) pertencente a` parte do espectro sobre a circunferˆencia unit´aria, tem dimens˜ao d < ∞. Ent˜ao existe uma vizinhanc¸a V do 0 em Z e uma subvariedade M ⊂ V de classe Ck e dimens˜ao d, contendo a origem e tangente a Y em 0, tal que: a) (Invariˆancia Local) Se x ∈ M e Ψ(x) ∈ V, ent˜ao Ψ(x) ∈ M. b) (Atratividade Local) Se Ψn (x) ∈ V para todo n ∈ N, ent˜ao quando n → ∞, a distˆancia de Ψn (x) a M vai a zero. Uma variedade M como descrita no teorema e´ chamada de variedade central (para o ponto fixo 0 de Ψ). N˜ao e´ em geral unica, mas por b), pelo menos cont´em todos os pontos w-limite de ´ uma orbita {Ψn (x)/n = 0, 1, 2, ...} que est´a contida em uma vizinhanc¸a do zero. ´.

(18) 8. Preliminares..

(19) ´ CAPITULO 2 Bifurcac¸a˜ o de Poincar´e-Andronov-Hopf para Difeomorfismos do Plano.. Neste cap´ıtulo trabalharemos com um difeomorfismo Φµ . A utilizac¸a˜ o do Teorema 1.5 nos permitir´a reduzir o estudo ao plano. Apresentaremos uma forma canˆonica para o difeomorfismo e daremos condic¸oes ˜ para a existˆencia de bifurcac¸a˜ o. Posteriormente mostraremos a existˆencia de uma curva fechada invariante para a aplicac¸a˜ o Φµ , utilizando o princ´ıpio da contrac¸a˜ o.. 2.1. Difeomorfismos do Plano. Uma das t´ecnicas utilizadas por Ruelle e Takens e´ a reduc¸a˜ o de um problema geral para outro em dimens˜ao 2. Eles fizeram isto utilizando o Teorema 1.5, mas a id´eia aqui e´ aplic´a-lo para a transformac¸a˜ o: Ψ : (x, µ) 7−→ (Φµ (x), µ), onde Φµ e´ um difeomorfismo do espac¸o de Banach Z em Z, que depende de um parˆametro real µ. Se DΦ0 tem dois autovalores complexos conjugados simples na circunferˆencia unit´aria, ent˜ao o auto-espac¸o generalizado de DΦ(0) tem dimens˜ao 3. A dimens˜ao extra encontra-se na direc¸a˜ o de µ. O Teorema 1.5 ent˜ao garante a existˆencia de uma variedade central M de dimens˜ao 3. Se 9.

(20) 10. Bifurcac¸a˜ o de Poincar´e-Andronov-Hopf para Difeomorfismos do Plano.. fixarmos µ suficientemente pequeno, obteremos uma sec¸a˜ o Mµ de dimens˜ao 2 de M, que e´ localmente invariante e atratora para Φµ . Como estamos interessados no comportamento recorrente, podemos restringir Φµ a Mµ . Estamos ent˜ao reduzindo o estudo a uma fam´ılia de transformac¸oes ˜ suficientemente regulares (C4 e´ suficiente) a um parˆametro real, que denotaremos ainda por Φµ , de uma vizinhanc¸a do zero em R2 sobre R2 , com Φµ (0, 0) = (0, 0) e DΦ0 (0, 0) tendo dois autovalores complexos conjugados distintos, sobre a circunferˆencia unit´aria.. 2.2. Forma Canonica ˆ da Aplicac¸a˜ o Φµ . Queremos mostrar a existˆencia de uma curva fechada invariante para Φµ , com µ > 0. Para isto e´ importante encontrar uma forma conveniente para Φµ . Assumimos que os autovalores de DΦµ (0, 0) passam atrav´es da circunferˆencia unit´aria com velocidade positiva quando µ passa pelo 0. Podemos ent˜ao reparametrizar os autovalores de DΦµ (0, 0) de forma a obtˆe-los como (1 + µ)eiθ(µ) e (1 + µ)e−iθ(µ) , o que muda a velocidade, mas n˜ao os valores para µ = 0. Fazendo uma mudanc¸a de coordenadas suave µ-dependente, podemos denotar DΦµ (0, 0) por:   cos θ(µ) − sen θ(µ) DΦµ (0, 0) = (1 + µ)  sen θ(µ) cos θ(µ).    . . Assim, a aplicac¸a˜ o Φµ pode ser denotada por: Φµ :. R2. −→ R2. (x1 , x2 ) 7−→.   cos θ(µ) − sen θ(µ) (1 + µ)  sen θ(µ) cos θ(µ).    .    x1     x  + gµ (x1 , x2 ), 2. (2.1). onde gµ e´ uma func¸a˜ o suave com componentes g1 e g2 , tendo expans˜ao em s´erie de Taylor iniciando-se com termos quadr´aticos, ou seja, gµ = O( ||(x1 , x2 )||2 ) uniformemente em µ. Temos que |gµ | e´ menor do que um polinomio complexo com coeficientes cont´ınuos em µ, com termos de ˆ ordem maior ou igual a 2. O proximo passo e´ fazer mais uma mudanc¸a de coordenada para levar ´ Φµ a uma forma canonica apropriada. A aplicac¸a˜ o Φµ pode ser escrita na forma: ˆ Φµ (x1 , x2 ) = (1 + µ)(x1 cos θ(µ) − x2 sen θ(µ), x1 sen θ(µ) + x2 cos θ(µ) ) + gµ (x1 , x2 )..

(21) 2.2 Forma Canonica ˆ da Aplicac¸a˜ o Φµ .. 11. Vamos escrever cada par (x1 , x2 ) ∈ R2 como um numero complexo z = x1 + i x2 e, tomando ´ e Φµ (z) = Φ1 (x1 , x2 ) + i Φ2 (x1 , x2 ), onde Φµ = (Φ1 , Φ2 ), teremos: eµ (z) = (1 + µ) x1 cos θ(µ) − x2 sen θ(µ) + i(1 + µ) x1 sen θ(µ) + x2 cos θ(µ) + O(|z|2 ) Φ   = (1 + µ) cos θ(µ) + i sen θ(µ) (x1 + i x2 ) + O(|z|2 ) = (1 + µ)eiθ(µ) z + O(|z|2 ). Tomando λ(µ) = (1 + µ)eiθ(µ) a equac¸a˜ o acima toma a forma: eµ (z) = λ(µ)z + O(|z|2 ). Φ Ao longo desse texto ser´a comum aparecer a express˜ao O(|z|n ) com n ∈ N. Com isto queremos eµ (z) − λ(µ)z| |Φ dizer que ≤ K, com K uma constante independente de µ, ou seja, a aproximac¸a˜ o |z|n eµ por Φµ . e´ uniforme em µ. De agora em diante, tamb´em para facilitar a notac¸a˜ o, denotaremos Φ Lema 2.1 A aplicac¸a˜ o Φµ (z) pode ser escrita em s´erie de Taylor centrada na origem, na forma: Φµ (z) = λ(µ)z + A2 (z) + A3 (z) + O(|z|4 ), onde. k X. Ak (z) =. ξ j(k− j) z j ( z )k− j ,. j=0. para k = 2 e 3 e ξ j(k− j) ∈ C. Em particular, ξ20 = ξ11 = ξ02 = ξ21 =. 1 {(g1 )x1 x1 − (g1 )x2 x2 + 2(g2 )x1 x2 + i [(g2 )x1 x1 − (g2 )x2 x2 − 2(g1 )x1 x2 ]}, 8 1 {(g1 )x1 x1 + (g1 )x2 x2 + i [(g2 )x1 x1 + (g2 )x2 x2 ]}, 4 1 {(g1 )x1 x1 − (g1 )x2 x2 − 2(g2 )x1 x2 + i [(g2 )x1 x1 − (g2 )x2 x2 + 2(g1 )x1 x2 ]} e 8 1 {(g1 )x1 x1 x1 + (g1 )x1 x2 x2 + (g2 )x1 x1 x2 + (g2 )x2 x2 x2 + i [(g2 )x1 x1 x1 + (g2 )x1 x2 x2 − (g1 )x1 x1 x2 − (g1 )x2 x2 x2 ]}. 16. Demonstrac¸a˜ o: Vamos reescrever os termos de ordem maior ou igual a 2 de Φµ (z) . J´a sabemos que gµ tem componentes g1 e g2 de ordem 2 e, para facilitar a notac¸a˜ o, omitiremos a dependˆencia de.

(22) 12. Bifurcac¸a˜ o de Poincar´e-Andronov-Hopf para Difeomorfismos do Plano.. g1 e g2 em µ. A s´erie de Taylor de g na origem e´ dada por: g1 (x1 , x2 ) =. i 1h (g1 )x1 x1 x21 + 2(g1 )x1 x2 x1 x2 + (g1 )x2 x2 x22 + 2 i 1 h (g1 )x1 x1 x1 x31 + 3(g1 )x1 x1 x2 x21 x2 + 3(g1 )x1 x2 x2 x1 x22 + (g1 )x2 x2 x2 x32 + O( ||(x1 , x2 )||2 ). 3!. Analogamente obtemos a s´erie de Taylor para g2 . Tomando gµ (z) = gµ (x1 + i x2 ) = g1 (x1 , x2 ) + i g2 (x1 , x2 ), teremos: gµ (x1 + i x2 ) =. i 1h (g1 )x1 x1 x21 + 2(g1 )x1 x2 x1 x2 + (g1 )x2 x2 x22 + 2 i 1 h (g1 )x1 x1 x1 x31 + 3(g1 )x1 x1 x2 x21 x2 + 3(g1 )x1 x2 x2 x1 x22 + (g1 )x2 x2 x2 x32 + 3! i ih (g2 )x1 x1 x21 + 2(g2 )x1 x2 x1 x2 + (g2 )x2 x2 x22 + 2 i i h (g2 )x1 x1 x1 x31 + 3(g2 )x1 x1 x2 x21 x2 + 3(g2 )x1 x2 x2 x1 x22 + (g2 )x2 x2 x2 x32 + O( ||(x1 , x2 )||2 ). 3!. Agora, tomando x1 = a:. z+z z−z e x2 = na ultima express˜ao, e organizando os termos, chegamos ´ 2 2i. " # 1 (g1 )x1 x1 i(g1 )x1 x2 (g1 )x2 x2 i(g2 )x1 x1 (g2 )x1 x2 i(g2 )x2 x2 2 gµ (z) = − − + + − z + 2 4 2 4 4 2 4 " # 1 (g1 )x1 x1 (g1 )x2 x2 i(g2 )x1 x1 i(g2 )x2 x2 + + + zz + 2 2 2 2 2 " # 1 (g1 )x1 x1 i(g1 )x1 x2 (g1 )x2 x2 i(g2 )x1 x1 (g2 )x1 x2 i(g2 )x2 x2 2 + − + + − z + (2.2) 2 4 2 4 4 2 4 " 1 3(g1 )x1 x1 x1 3i(g1 )x1 x1 x2 3(g1 )x1 x2 x2 3i(g1 )x2 x2 x2 3i(g2 )x1 x1 x1 3 ξ30 z + − + − + + 3! 8 8 8 8 8 # 3(g2 )x1 x1 x2 3i(g2 )x1 x2 x2 3(g2 )x2 x2 x2 2 + + z z + ξ12 zz2 + ξ03 z3 + O(|z|4 ). 8 8 8 Vale a pena observar que, no desenvolvimento de um termo de grau n nas vari´aveis x1 , x2 so´ aparecem termos de grau n em (z, z). Assim e´ poss´ıvel escrever Φµ (z) na forma: Φµ (z) = λ(µ)z + A2 (z) + A3 (z) + O(|z|4 ),. (2.3).

(23) 2.2 Forma Canonica ˆ da Aplicac¸a˜ o Φµ . k X. onde Ak (z) =. 13. ξ j(k− j) z j ( z )k− j , para k = 2 e 3 e ξ j(k− j) ∈ C. Em particular, da equac¸a˜ o (2.2). j=0. obtemos:. 1 ξ20 = {(g1 )x1 x1 − (g1 )x2 x2 + 2(g2 )x1 x2 + i [(g2 )x1 x1 − (g2 )x2 x2 − 2(g1 )x1 x2 ]}, 8 1 ξ11 = {(g1 )x1 x1 + (g1 )x2 x2 + i [(g2 )x1 x1 + (g2 )x2 x2 ]}, 4. (2.4). 1 ξ02 = {(g1 )x1 x1 − (g1 )x2 x2 − 2(g2 )x1 x2 + i [(g2 )x1 x1 − (g2 )x2 x2 + 2(g1 )x1 x2 ]} e 8 ξ21 =. 1 {(g1 )x1 x1 x1 +(g1 )x1 x2 x2 +(g2 )x1 x1 x2 +(g2 )x2 x2 x2 +i [(g2 )x1 x1 x1 +(g2 )x1 x2 x2 −(g1 )x1 x1 x2 −(g1 )x2 x2 x2 ]}. 16. . Nosso objetivo agora e´ , atrav´es de mudanc¸as de coordenadas para a aplicac¸a˜ o (2.3), eliminar os termos de ordem 2, 3 e 4 da express˜ao de Φµ . Lema 2.2 Seja Φµ (z) = λz + A2 (z) + A3 (z) + O(|z|4 ), a aplicac¸a˜ o definida em (2.3), com coeficientes em (2.4) e λ = λ(µ) = (1 + µ)eiθ(µ) . Suponhamos que eiθ(0) , 1 e e3iθ(0) , 1. Ent˜ao Φ pode ser transformada pela mudanc¸a de coordenadas complexa µ. τ : C −→ C z. 7−→ z0 = z + γ(z) ,. onde γ(z) = γµ (z) = γ2 z2 + γ1 zz + γ0 z2 , com γ2 = termos quadr´aticos:. ξ11 ξ02 ξ20 , γ1 = e γ0 = , na aplicac¸a˜ o sem 2 2 2 λ−λ λ − |λ| λ−λ. eµ (z0 ) = λz0 + B3 (z0 ) + O(|z0 |4 ), Φ com B3. (z0 ). 3 X. =. α3j z0j ( z0 )3−j e α3j ∈ C.. j=0. Demonstrac¸a˜ o: Temos que, em uma vizinhanc¸a da origem no novo sistema de coordenadas z0 , z0 , e´ poss´ıvel inverter a aplicac¸a˜ o τ, obtendo: z = z0 + γ0 (z0 ) + k(z0 ) + O(|z0 |4 ),. (2.5).

(24) 14. Bifurcac¸a˜ o de Poincar´e-Andronov-Hopf para Difeomorfismos do Plano.. onde grau γ0 = 2 e grau k = 3. Da express˜ao de τ e da equac¸a˜ o (2.5) teremos: γ0 (z0 ) + k(z0 ) + γ(z0 + γ0 (z0 ) + k(z0 ) + O(|z0 |4 )) + O(|z0 |4 ) = 0.. (2.6). Vamos calcular γ(z0 + γ0 (z0 ) + k(z0 ) + O(|z0 |4 )). Agrupando os termos de mesma ordem e usando a definic¸a˜ o de γ(z), obtemos: γ(z0 + γ0 (z0 ) + k(z0 ) + O(|z0 |4 )) = γ2 [z0 + γ0 (z0 ) + k(z0 ) + O(|z0 |4 )]2 + γ1 [z0 + γ0 (z0 ) + k(z0 ) + O(|z0 |4 )][z0 + γ0 (z0 ) + k(z0 ) + O(|z0 |4 )] + γ0 [z0 + γ0 (z0 ) + k(z0 ) + O(|z0 |4 )]2 = γ2 [z02 + 2z0 γ0 (z0 )] + γ1 [z0 z0 + z0 γ0 (z0 ) + z0 γ0 (z0 )] + 2. γ0 [z0 + 2z0 γ0 (z0 )] + O(|z0 |4 ) = γ(z0 ) + γ2 [2z0 γ0 (z0 )] + γ1 [z0 γ0 (z0 ) + z0 γ0 (z0 )] + γ0 [2z0 γ0 (z0 )] + O(|z0 |4 ).. (2.7). Substituindo (2.7) em (2.6), chegamos a: γ0 (z0 ) + γ(z0 ) + k(z0 ) + γ2 [2z0 γ0 (z0 )] + γ1 [z0 γ0 (z0 ) + z0 γ0 (z0 )] + γ0 [2z0 γ0 (z0 )] + O(|z0 |4 ) = 0. Comparando termos de mesma ordem, conclu´ımos que: γ0 (z0 ) = −γ(z0 ) e k(z0 ) = γ2 [2z0 γ(z0 )] + γ1 [z0 γ(z0 ) + z0 γ(z0 )] + γ0 [2z0 γ(z0 )]. eµ como sendo Φµ na nova coordenada z0 , teremos : Denotando Φ eµ (z0 ) = (τ ◦ Φµ ◦ τ−1 )(z0 ) Φ = (τ ◦ Φµ )(z) = Φµ (z) + γ(Φµ (z)) = Φµ (z0 − γ(z0 ) + k(z0 ) + O(|z0 |4 )) + γ(Φµ (z0 − γ(z0 ) + k(z0 ) + O(|z0 |4 ))).. (2.8).

(25) 2.2 Forma Canonica ˆ da Aplicac¸a˜ o Φµ .. 15. Vamos desenvolver a equac¸a˜ o acima. Agrupando os termos de mesma ordem de Φµ (z0 − γ(z0 ) + k(z0 ) + O(|z0 |4 )), segue que: 2. Φµ (z0 − γ(z0 ) + k(z0 ) + O(|z0 |4 )) = λz0 + {−λγ(z0 ) + ξ20 z02 + ξ11 z0 z0 + ξ02 z0 } + {λk(z0 ) + ξ20 [−2z0 γ(z0 )] + ξ11 [−z0 γ(z0 ) − z0 γ(z0 )] + 2. 3. ξ02 [−2z0 γ(z0 )] + ξ30 z03 + ξ21 z02 z0 + ξ12 z0 z0 + ξ03 z0 } + O(|z0 |4 ) ,. (2.9). e, pela definic¸a˜ o de γ(z), temos: 2. γ(Φµ (z0 − γ(z0 ) + k(z0 ) + O(|z0 |4 ))) = γ(λz0 + (−λγ(z0 ) + ξ20 z02 + ξ11 z0 z0 + ξ02 z0 )) + O(|z0 |4 ) 2. = γ2 {λz0 + [−λγ(z0 ) + ξ20 z02 + ξ11 z0 z0 + ξ02 z0 ]}2 + 2. γ1 {λz0 + [−λγ(z0 ) + ξ20 z02 + ξ11 z0 z0 + ξ02 z0 ]} 2. {λz0 + [−λγ(z0 ) + ξ20 z0 + ξ11 z0 z0 + ξ02 z0 2 ]} + 2. γ0 {λz0 + [−λγ(z0 ) + ξ20 z0 + ξ11 z0 z0 + ξ02 z0 2 ]}2 + O(|z0 |4 ) 2. = γ(λz0 ) + γ2 {2λz0 [−λγ(z0 ) + ξ20 z02 + ξ11 z0 z0 + ξ02 z0 ]} + 2. γ1 {λz0 (−λγ(z0 ) + ξ02 z02 + ξ11 z0 z0 + ξ20 z0 ) + 2. λz0 (−λγ(z0 ) + ξ20 z02 + ξ11 z0 z0 + ξ02 z0 )} +. (2.10). 2. γ0 {2λz0 [−λγ(z0 ) + ξ02 z02 + ξ11 z0 z0 + ξ20 z0 ]} + O(|z0 |4 ). Usando as equac¸oes ˜ (2.8), (2.9) e (2.10) teremos: eµ (z0 ) = λz0 + {−λγ(z0 ) + ξ20 z02 + ξ11 z0 z0 + ξ02 z0 2 } + γ(λz0 ) + O(|z0 |3 ) Φ 2. 2. = λz0 − λγ2 z02 − λγ1 z0 z0 − λγ0 z0 + ξ20 z02 + ξ11 z0 z0 + ξ02 z0 + 2. 2. λ2 γ2 z02 + λλγ1 z0 z0 + λ γ0 z0 + O(|z0 |3 ) = λz0 + [(−λγ2 + ξ20 + λ2 γ2 )z02 + (−λγ1 + ξ11 + |λ|2 γ1 )z0 z0 + 2. 2. (−λγ0 + ξ02 + λ γ0 )z0 ] + O(|z0 |3 ).. ξ20 . λ − λ2 ξ11 + |λ|2 γ1 , se anula quando tomamos γ1 = . Al´em disso, λ − |λ|2. Observemos que −λγ2 + ξ20 + λ2 γ2 (coeficiente de z02 ) se anula quando tomamos γ2 = O coeficiente de z0 z0 , −λγ1 + ξ11. (2.11).

(26) 16. Bifurcac¸a˜ o de Poincar´e-Andronov-Hopf para Difeomorfismos do Plano. 2. 2. −λγ0 + ξ02 + λ γ0 (coeficiente de z0 ) se anula quando tomamos γ0 =. ξ02. . Notemos que os 2 λ−λ denominadores nas expressoes ˜ de γ2 , γ1 e γ0 n˜ao se anulam, visto que |λ| = 1+µ, e n˜ao h´a problema. para µ , 0. A mudanc¸a de coordenadas utilizada est´a bem definida quando µ −→ 0, pois: eiθ(0) , 1 , λ − 1 , 0 ⇐⇒ eiθ(0) , 1 , 2 λ − λ , 0 ⇐⇒ e3iθ(0) , 1 .. λ − λ2 , 0 ⇐⇒. Portanto, utilizando a mudanc¸a de coordenadas µ-dependente para a aplicac¸a˜ o Φµ , anulamos os termos de ordem quadr´atica. Logo, substituindo os valores de γ2 , γ1 e γ0 na equac¸a˜ o (2.11), obtemos a aplicac˜ao sem termos quadr´aticos: eµ (z0 ) = λz0 + B3 (z0 ) + O(|z0 |4 ), Φ com B3 (z0 ) =. 3 X. α3j z0j ( z0 )3− j e α3j ∈ C.. (2.12). . j=0. Lema 2.3 Seja Φµ (z) = λz + B3 (z) + O(|z|4 ), a aplicac¸a˜ o definida em (2.12) e com λ = λ(µ) = (1 + µ)eiθ(µ) . Suponhamos que e2iθ(0) , 1 e e4iθ(0) , 1. Ent˜ao Φµ pode ser transformada pela mudanc¸a de coordenadas complexa τ : C −→ C z onde γ(z) = γµ (z) =. 7−→ z0 = z + γ(z) ,. γ3 z3 + γ2 z2 z + γ1 zz2 + γ0 z3 , com γ3. =. α33 λ − λ3. , γ2 = 0, γ1 =. na aplicac¸a˜ o com somente um termo cubico: ´ eµ (z0 ) = λz0 + α3 z02 z0 + C4 (z0 ) + O(|z0 |5 ), Φ 2 com C4 (z0 ) =. 4 X j=0. β4j z0 j ( z0 )4− j e β4j ∈ C.. α31 λ − λ|λ|2. e γ0 =. α30 3. λ−λ. ,.

(27) 2.2 Forma Canonica ˆ da Aplicac¸a˜ o Φµ .. 17. Demonstrac¸a˜ o: Temos que, em uma vizinhanc¸a da origem no novo sistema de coordenadas z0 , z0 , e´ poss´ıvel inverter a aplicac¸a˜ o τ, obtendo: z = z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |4 ). eµ como sendo Φµ na nova coordenada z0 , teremos : Denotando Φ eµ (z0 ) = (τ ◦ Φµ ◦ τ−1 )(z0 ) Φ = (τ ◦ Φµ )(z) = Φµ (z) + γ(Φµ (z)) = Φµ (z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |4 )) + γ(Φµ (z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |4 ))).. (2.13). Vamos desenvolver a equac¸a˜ o acima. Agrupando os termos de mesma ordem de Φµ (z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |4 )), segue que: Φµ (z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |4 )) = λ(z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |4 )) + α33 (z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |4 ))3 + α32 (z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |4 ))2 (z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |4 )) + α31 (z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |4 ))(z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |4 ))2 + α30 (z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |4 ))3 + O(|z0 |4 ) 2. 3. = λz0 − λγ(z0 ) + α33 z03 + α32 z02 z0 + α31 z0 z0 + α30 z0 + O(|z0 |4 ), (2.14) e pela definic¸a˜ o de γ(z) temos: 2. 3. γ(Φµ (z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |4 ))) = γ(λz0 − λγ(z0 ) + α33 z03 + α32 z02 z0 + α31 z0 z0 + α30 z0 + O(|z0 |4 )) 2. 3. 2. 3. = γ3 (λz0 − λγ(z0 ) + α33 z03 + α32 z02 z0 + α31 z0 z0 + α30 z0 + O(|z0 |4 ))3 + γ2 (λz0 − λγ(z0 ) + α33 z03 + α32 z02 z0 + α31 z0 z0 + α30 z0 + O(|z0 |4 ))2 . 3. 2. (λz0 − λγ(z0 ) + α33 z0 + α32 z0 z0 + α31 z0 z02 + α30 z03 + O(|z0 |4 )) + 2. 3. γ1 (λz0 − λγ(z0 ) + α33 z03 + α32 z02 z0 + α31 z0 z0 + α30 z0 + O(|z0 |4 )). 3. 2. 3. 2. (λz0 − λγ(z0 ) + α33 z0 + α32 z0 z0 + α31 z0 z02 + α30 z03 + O(|z0 |4 ))2 + γ0 (λz0 − λγ(z0 ) + α33 z0 + α32 z0 z0 + α31 z0 z02 + α30 z03 + O(|z0 |4 ))3 + O(|z0 |4 ) 2. 3. 3. = γ3 λ3 z03 + γ2 λ|λ|2 z02 z0 + γ1 λ|λ|2 z0 z0 + γ0 λ z0 + O(|z0 |4 ).. (2.15).

(28) 18. Bifurcac¸a˜ o de Poincar´e-Andronov-Hopf para Difeomorfismos do Plano.. Pelas equac¸oes ˜ (2.13), (2.14) e (2.15) chegamos a: eµ (z0 ) = λz0 − λγ(z0 ) + α3 z03 + α3 z02 z0 + α3 z0 z0 2 + α3 z0 3 + Φ 2 0 3 1 3. 2. 3. γ3 λ3 z03 + γ2 λ|λ|2 z02 z0 + γ1 λ|λ|2 z0 z0 + γ0 λ z0 + O(|z0 |4 ) 2. 3. 2. = λz0 − λγ3 z03 − λγ2 z02 z0 − λγ1 z0 z0 − λγ0 z0 + α33 z03 + α32 z02 z0 + α31 z0 z0 + 3. 2. 3. 3. α30 z0 + γ3 λ3 z03 + γ2 λ|λ|2 z02 z0 + γ1 λ|λ|2 z0 z0 + γ0 λ z0 + O(|z0 |4 ) = λz0 + (−λγ3 + λ3 γ3 + α33 )z03 + (−λγ2 + λ|λ|2 γ2 + α32 )z02 z0 + 2. 3. (2.16). 3. (−λγ1 + λ|λ|2 γ1 + α31 )z0 z0 + (−λγ0 + λ γ0 + α30 )z0 + O(|z0 |4 ). Observemos que −λγ3 + λ3 γ3 + α33 (coeficiente de z03 ) se anula quando tomamos γ3 =. α33. . λ − λ3 2 Tamb´em temos que −λγ1 + λ|λ|2 γ1 + α31 (coeficiente de z0 z0 ) se anula quando tomamos γ1 = α31 α30 3 3 3 0 , e −λγ0 + λ γ0 + α0 (coeficiente de z ) se anula quando tomamos γ0 = . Notemos 3 λ − λ|λ|2 λ−λ que os denominadores nas expressoes ˜ de γ3 , γ1 e γ0 n˜ao se anulam, visto que |λ| = 1 + µ, e n˜ao h´a problema para µ , 0. A mudanc¸a de coordenadas utilizada est´a bem definida quando µ −→ 0, pois: λ − λ3 , 0 ⇐⇒ e2iθ(0) , 1 , λ − λ , 0 ⇐⇒ e2iθ(0) , 1 , 3 λ − λ , 0 ⇐⇒ e4iθ(0) , 1 . Portanto, podemos fazer uma mudanc¸a de coordenadas µ-dependente, deixando a aplicac¸a˜ o com somente um termo cubico. Assim, substituindo os valores de γ0 , γ1 , γ2 e γ3 na equac¸a˜ o (2.16), ´ obtemos: eµ (z0 ) = λz0 + α3 z02 z0 + C4 (z0 ) + O(|z0 |5 ), Φ 2 com C4 (z0 ) =. 4 X. β4j z0j ( z0 )4− j e β4j ∈ C.. (2.17). . j=0. Observemos que, na hipotese desse lema, se tiv´essemos trocado γ2 = 0 por γ2 = ´. α32. , λ − λ|λ|2 eµ (z0 ), mas a express˜ao de γ2 diverge ent˜ao para µ , 0 seria poss´ıvel cancelar o termo z02 z0 de Φ quando µ −→ 0, independente do valor de θ(0). O termo z02 z0 e´ chamado de termo ressonante..

(29) 2.2 Forma Canonica ˆ da Aplicac¸a˜ o Φµ .. 19. Notemos que o coeficiente e´ o mesmo coeficiente do termo cubico z02 z0 na equac¸a˜ o (2.12). ´. Lema 2.4 Seja Φµ (z) = λz + α32 z2 z + C4 (z) + O(|z|5 ), a aplicac¸a˜ o definida em (2.17) e com λ = λ(µ) = (1 + µ)eiθ(µ) . Suponhamos que eiθ(0) , 1, e3iθ(0) , 1 e e5iθ(0) , 1. Ent˜ao Φ pode ser transformada pela mudanc¸a de coordenadas complexa µ. τ : C −→ C z. 7−→ z0 = z + γ(z) ,. onde λ = λ(µ), γ(z) = γ4 z4 + γ3 z3 z + γ2 z2 z2 + γ1 zz3 + γ0 z4 , com γ4 = γ2 =. β42 λ − |λ|4. , γ1 =. β41 2. λ − λ |λ|2. e γ0 =. β40 4. β44. β43 , , γ = 3 λ − λ2 |λ|2 λ − λ4. , na aplicac¸a˜ o sem termos qu´articos:. λ−λ. eµ (z0 ) = λz0 + α3 z02 z0 + O(|z0 |5 ). Φ 2 Demonstrac¸a˜ o: Temos que, em uma vizinhanc¸a da origem, no novo sistema de coordenadas z0 , z0 , e´ poss´ıvel inverter a aplicac¸a˜ o τ, obtendo: z = z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |5 ). eµ como sendo Φµ na nova coordenada z0 , teremos : Denotando Φ eµ (z0 ) = (τ ◦ Φµ ◦ τ−1 )(z0 ) Φ = (τ ◦ Φµ )(z) = Φµ (z) + γ(Φµ (z)) = Φµ (z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |5 )) + γ(Φµ (z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |5 ))).. (2.18).

(30) 20. Bifurcac¸a˜ o de Poincar´e-Andronov-Hopf para Difeomorfismos do Plano.. Vamos desenvolver a equac¸a˜ o (2.18). Pela definic¸a˜ o de γ(z) temos: γ(Φµ (z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |5 ))) = γ[λz0 − λγ(z0 ) + α32 z02 z0 + β44 z04 + β43 z03 z0 + 2. 3. 4. β42 z02 z0 + β41 z0 z0 + β40 z0 + O(|z0 |5 )] 2. = γ4 [λz0 − λγ(z0 ) + α32 z02 z0 + β44 z04 + β43 z03 z0 + β42 z02 z0 + 3. 4. β41 z0 z0 + β40 z0 + O(|z0 |5 )]4 + γ3 [λz0 − λγ(z0 ) + α32 z02 z0 + 2. 3. 4. β44 z04 + β43 z03 z0 + β42 z02 z0 + β41 z0 z0 + β40 z0 + O(|z0 |5 )]3 . 2. 4. 3. 2. [λz0 − λγ(z0 ) + α32 z0 z0 + β44 z0 + β43 z0 z0 + β42 z0 z02 + β41 z0 z03 + β40 z04 + O(|z0 |5 )] + γ2 [λz0 − λγ(z0 ) + α32 z02 z0 + 2. 3. 4. β44 z04 + β43 z03 z0 + β42 z02 z0 + β41 z0 z0 + β40 z0 + O(|z0 |5 )]2 . 2. 4. 3. 2. [λz0 − λγ(z0 ) + α32 z0 z0 + β44 z0 + β43 z0 z0 + β42 z0 z02 + β41 z0 z03 + β40 z04 + O(|z0 |5 )]2 + γ1 [λz0 − λγ(z0 ) + α32 z02 z0 + 2. 3. 4. β44 z04 + β43 z03 z0 + β42 z02 z0 + β41 z0 z0 + β40 z0 + O(|z0 |5 )]. 2. 4. 3. 2. [λz0 − λγ(z0 ) + α32 z0 z0 + β44 z0 + β43 z0 z0 + β42 z0 z02 + 2. β41 z0 z03 + β40 z04 + O(|z0 |5 )]3 + γ0 [λz0 − λγ(z0 ) + α32 z0 z0 + 4. 3. 2. β44 z0 + β43 z0 z0 + β42 z0 z02 + β41 z0 z03 + β40 z04 + O(|z0 |5 )]4 2. 2. 3. = γ4 λ4 z04 + γ3 λ2 |λ|2 z03 z0 + γ2 |λ|4 z02 z0 + γ1 λ |λ|2 z0 z0 + 4. 4. γ0 λ z0 + O(|z0 |5 ).. (2.19).

(31) 2.2 Forma Canonica ˆ da Aplicac¸a˜ o Φµ .. 21. E agrupando os termos de mesma ordem de Φµ (z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |5 )), segue que: Φµ (z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |5 )) = λ(z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |5 )) + α32 (z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |5 ))2 (z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |5 )) + β44 (z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |5 ))4 + β43 (z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |5 ))3 (z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |5 )) + β42 (z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |5 ))2 (z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |5 ))2 + β41 (z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |5 ))(z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |5 ))3 + β40 (z0 − γ(z0 ) + O(|z0 |5 ))4 + O(|z0 |5 ) 2. = λz0 − λγ(z0 ) + α32 z02 z0 + β44 z04 + β43 z03 z0 + β42 z02 z0 + 3. (2.20). 4. β41 z0 z0 + β40 z0 + O(|z0 |5 ) Pelas equac¸oes ˜ (2.18) , (2.20) e (2.19) chegamos a: eµ (z0 ) = λz0 − λγ(z0 ) + α3 z02 z0 + β4 z04 + β4 z03 z0 + β4 z02 z0 2 + β4 z0 z0 3 + β4 z0 4 + Φ 3 2 0 2 4 1 2. 2. 4. 3. 4. γ4 λ4 z04 + γ3 λ2 |λ|2 z03 z0 + γ2 |λ|4 z02 z0 + γ1 λ |λ|2 z0 z0 + γ0 λ z0 + O(|z0 |)5 2. 3. 4. = λz0 + α32 z02 z0 − γ4 λz04 − γ3 λz03 z0 − γ2 λz02 z0 − γ1 λz0 z0 − γ0 λz0 + 2. 3. 4. β44 z04 + β43 z03 z0 + β42 z02 z0 + β41 z0 z0 + β40 z0 + 2. 2. 4. 3. 4. γ4 λ4 z04 + γ3 λ2 |λ|2 z03 z0 + γ2 |λ|4 z02 z0 + γ1 λ |λ|2 z0 z0 + γ0 λ z0 + O(|z0 |)5 = λz0 + α32 z02 z0 + (−γ4 λ + β44 + γ4 λ4 )z04 + (−γ3 λ + β43 + γ3 λ2 |λ|2 )z03 z0 + 2. 2. (2.21) 4. 3. 4. (−γ2 λ + β42 + γ2 |λ|4 )z02 z0 + (−γ1 λ + β41 + γ1 λ |λ|2 )z0 z0 + (−γ0 λ + β40 + γ0 λ )z0 + O(|z0 |)5 . Observemos que −γ4 λ + β44 + γ4 λ4 (coeficiente de z04 ) se anula quando tomamos γ4 = −γ3 λ + β43 + γ3 λ2 |λ|2 (coeficiente de z03 z0 ) se anula quando tomamos γ3 =. β43. β44 λ − λ4. .E. . A express˜ao λ − λ2 |λ|2 β42 2 4 4 02 0 . De fato, −γ1 λ + −γ2 λ + β2 + γ2 |λ| (coeficiente de z z ) se anula quando tomamos γ2 = λ − |λ|4 β41 2 4 3 . E −γ0 λ + β40 + γ0 λ β41 + γ1 λ |λ|2 (coeficiente de z0 z0 ) se anula quando tomamos γ1 = 2 λ − λ |λ|2.

(32) 22. Bifurcac¸a˜ o de Poincar´e-Andronov-Hopf para Difeomorfismos do Plano.. z0. 4. . Notemos que os denominadores nas 4 λ−λ expressoes ˜ de γ4 , γ3 , γ2 , γ1 e γ0 n˜ao se anulam, visto que |λ| = 1 + µ, e n˜ao h´a problema para µ , 0. (coeficiente de. ) se anula quando tomamos γ0 =. β40. A mudanc¸a de coordenadas utilizada est´a bem definida quando µ −→ 0, pois: λ − λ4 , 0 ⇐⇒ e3iθ(0) , 1 , λ − λ2 , 0 ⇐⇒ eiθ(0) , 1 , eiθ(0) , 1 , 2 λ − λ , 0 ⇐⇒ e3iθ(0) , 1 , 4 λ − λ , 0 ⇐⇒ e5iθ(0) , 1 . λ − 1 , 0 ⇐⇒. Portanto podemos fazer uma mudanc¸a de coordenadas µ-dependente, deixando a aplicac¸a˜ o Φµ sem termos qu´articos. Assim, substituindo os valores de γ0 , γ1 , γ2 , γ3 e γ4 na equac¸a˜ o (2.21), obtemos: eµ (z0 ) = λz0 + α3 z02 z0 + O(|z0 |5 ). Φ 2. . Pelos Lemas 2.2, 2.3 e 2.4 temos que, supondo ekiθ(0) , 1, para k = 1, 2, 3, 4 e 5, e´ poss´ıvel fazer k X mudanc¸as de coordenadas para a aplicac¸a˜ o Φµ (z) = λ(µ)z + αkj z j ( z )k− j + O(|z|k+1 ), de tal forma a j=0. deix´a-la na forma Φµ (z) = λ(µ)z + α32 z2 z + O(|z|5 ). Assim podemos enunciar e demonstrar o seguinte teorema: Teorema 2.1 Seja Φµ :. R2. −→ R2. (x1 , x2 ) 7−→.   cos θ(µ) − sen θ(µ) (1 + µ)  sen θ(µ) cos θ(µ).    .    x1     x  + gµ (x1 , x2 ), 2. uma fam´ılia de aplicac¸o˜ es do plano de classe C4 . Suponhamos que Φµ (0, 0) = (0, 0) para todo µ, DΦµ (0, 0) tem autovalores (1 + µ)eiθ(µ) e (1 + µ)e−iθ(µ) (ap´os reparametrizac¸a˜ o de µ), e ekiθ(0) , 1 para k = 1, 2, 3, 4 e 5. Ent˜ao existe um mudanc¸a suave de coordenadas µ-dependente numa vizinhanc¸a da origem, tal que nas novas coordenadas Φµ toma a forma: Φµ (z) = NΦµ (z) + O(|z|5 ),.

(33) 2.2 Forma Canonica ˆ da Aplicac¸a˜ o Φµ .. 23. onde, em coordenadas polares, NΦµ : (r, ϕ) 7−→ ((1 + µ)r − f1 (µ)r3 , ϕ + θ(µ) + f3 (µ)r2 ),      α32   α32  3 1 , f3 (µ) =  e α dado como no Lema 2.3 . com f1 (µ) = −Re  Im   1 + µ  eiθ(µ)  2 eiθ(µ). Demonstrac¸a˜ o: Pelos Lemas 2.2, 2.3 e 2.4 vimos que atrav´es de mudanc¸as de coordenadas µdependente e´ poss´ıvel escrever a aplicac¸a˜ o Φµ na forma: Φµ (z) = λz + α32 z2 z + O(|z|5 ) = (λ + α32 |z|2 )z + O(|z|5 ), onde λ = λ(µ) = (1 + µ)eiθ(µ) . Vamos reescrever (λ + α32 |z|2 )z + O(|z|5 ) em coordenadas polares. Primeiramente, escrevemos de outra forma a express˜ao λ + α32 |z|2 :.   3 2  α  |z|   2 λ + α32 |z|2 = (1 + µ)eiθ(µ) + α32 |z|2 = (1 + µ)eiθ(µ) 1 +  . eiθ(µ) 1 + µ Temos que. α32 eiθ(µ). ∈Ce. |z|2 ∈ R. Definimos ent˜ao duas func¸oes ˜ reais f1 e f3 , da seguinte forma: 1+µ f1 : R −→ R µ.    α32   , 7−→ −Re   eiθ(µ). e f3 : R −→ R µ. 7−→.    α32  1  . Im  1 + µ  eiθ(µ) .

(34) 24. Bifurcac¸a˜ o de Poincar´e-Andronov-Hopf para Difeomorfismos do Plano.. Utilizando f1 e f3 , escrevemos: λ+. α32 |z|2. " iθ(µ) = (1 + µ)e 1− " iθ(µ) = (1 + µ)e 1− " iθ(µ) = (1 + µ)e 1−. # f1 (µ) 2 2 |z| + i f3 (µ)|z| 1+µ # i f1 (µ) 2 h |z| 1 + i f3 (µ)|z|2 + O(|z|4 ) 1+µ # f1 (µ) 2 i f3 (µ)|z|2 |z| e + O(|z|4 ) 1+µ. 2 = (1 + µ − f1 (µ)|z|2 )ei[θ(µ) + f3 (µ)|z| ] + O(|z|4 ).. Portanto podemos escrever Φµ na forma: 2 Φµ (z) = (1 + µ − f1 (µ)|z|2 )ei[θ(µ) + f3 (µ)|z| ] z + O(|z|5 ).. Vamos escrever a aplicac¸a˜ o em coordenadas polares, tomando z = r(cos ϕ + i sen ϕ). Teremos: 2 Φµ (r, ϕ) = (1 + µ − f1 (µ)r2 )ei[θ(µ) + f3 (µ)r ] r(cos ϕ + i sen ϕ) + O(r5 ) 2 = ((1 + µ)r − f1 (µ)r3 )ei[ϕ + θ(µ) + f3 (µ)r ] + O(r5 ).. E |Φµ (r, ϕ)| = |(1 + µ)r − f1 (µ)r3 |. Como estamos analisando o comportamento quando r −→ 0, ent˜ao (1 + µ)r − f1 (µ)r3 > 0, e temos tamb´em que argΦµ (r, ϕ) = ϕ + θ(µ) + f3 (µ)r2 . Portanto a forma canonica aproximada para a aplicac¸a˜ o Φµ ser´a: ˆ Φµ (z) = NΦµ (z) + O(|z|5 ),. (2.22). onde em coordenadas polares NΦµ toma a forma: (r, ϕ) 7−→ ((1 + µ)r − f1 (µ)r3 , ϕ + θ(µ) + f3 (µ)r2 ). . (2.23). Notemos duas caracter´ısticas especiais de NΦµ : i) A primeira coordenada de NΦµ depende apenas do valor anterior de r, e n˜ao de ϕ. ii) A segunda coordenada de NΦµ e´ obtida somando a ϕ um valor que depende apenas de r e µ..

(35) 2.3 Bifurcac¸a˜ o de Poincar´e-Andronov-Hopf.. 25. Supondo f1 (0) > 0, segue que, para um µ positivo e pequeno, NΦµ tem uma circunferˆencia r µ invariante de raio r0 = . J´a que Φµ difere apenas um pouco de NΦµ , verificaremos que Φµ f1 (µ) tem uma curva fechada invariante.. 2.3. Bifurcac¸a˜ o de Poincar´e-Andronov-Hopf. Nesta sec¸a˜ o demonstraremos o Teorema de Poincar´e-Andronov-Hopf para difeomorfismo do plano. Mostraremos a existˆencia de uma curva fechada invariante para a aplicac¸a˜ o Φµ definida em (2.22), para µ suficientemente pequeno e positivo, utilizando o princ´ıpio da contrac¸a˜ o. Uma das condic¸oes ˜ para que Φµ tenha uma curva fechada invariante e´ que o coeficiente f1 (0) seja diferente de zero. Logo apos ´ a demonstrac¸a˜ o do teorema, iremos apresentar uma proposic¸a˜ o que nos dar´a um m´etodo r´apido para calcularmos o coeficiente f1 (0). Teorema 2.2 (Bifurcac¸a˜ o de Poincar´e-Andronov-Hopf para difeomorfismos) Seja Φ : R × R2 −→ R2 (µ, x). 7−→ Φ(µ, x) ,. uma aplicac¸a˜ o de classe C4 dependendo de uma parˆametro real µ, satisfazendo as seguintes condic¸o˜ es: i) Φ(µ, 0) = 0, para µ perto de 0 ; ii) DΦ(µ, 0) (isto e´, Dx Φ(µ, x)|x=0 ) tem dois autovalores complexos conjugados z(µ) e z(µ), para µ perto de 0, e com |z(0)| = 1; iii). d dµ |z(µ)|. > 0 em µ = 0;. iv) zk (0) , 1 para k = 1, 2, 3, 4 e 5. Ent˜ao existe uma mudanc¸a de coordenadas de classe C4 dependente de µ, levando Φ a` forma: Φ(µ, x) = NΦ(µ, x) + O(||x||5 ) e existem func¸o˜ es f1 (µ), f3 (µ), e θ(µ) de classe C4 tais que, em coordenadas polares, a aplicac¸a˜ o NΦ(µ, x) e´ dada por:.     r   |z(µ)| r − f1 (µ)r3   −  7 →  ϕ   ϕ + θ(µ) + f (µ)r2 3.    . .

(36) 26. Bifurcac¸a˜ o de Poincar´e-Andronov-Hopf para Difeomorfismos do Plano.. Se f1 (0) > 0, ent˜ao existe uma vizinhanc¸a V da origem e δ > 0, tal que para |µ| < δ e x0 ∈ V, o conjunto w-limite de x0 e´ a origem se µ < 0, ou pertence a uma curva invariante fechada Γ(µ) de classe C1 com a origem em seu interior se µ > 0, e al´em disso Γ(0) = 0. Se f1 (0) < 0, ent˜ao existe uma vizinhanc¸a V da origem e δ > 0, tal que para |µ| < δ e x0 ∈ V, o conjunto α-limite de x0 e´ a origem se µ > 0, ou pertence a uma curva invariante fechada Γ(µ) de classe C1 com a origem em seu interior se µ < 0, al´em disso Γ(0) = 0.. Demonstrac¸a˜ o: Vamos separar a demonstrac¸a˜ o do teorema em quatro casos, que dependem do sinal de f1 (0) e µ. Caso 1: f1 (0) > 0 e µ > 0. Do Teorema 2.1 e das hipoteses acima, segue que existe uma mudanc¸a de coordenadas de classe ´ C4. dependente de µ, levando Φµ a` forma: Φ(µ, x) = NΦ(µ, x) + O(||x||5 ) e existem func¸oes ˜ f1 (µ), f3 (µ),. e θ(µ) de classe C4 tais que, em coordenadas polares, a aplicac¸a˜ o NΦ(µ, x) e´ dada por:    3  r     7 →  |z(µ)| r − f1 (µ)r  ϕ  −  ϕ + θ(µ) + f (µ)r2 3.    . . Portanto, para terminarmos a demonstrac¸a˜ o desse caso resta provar que para f1 (0) > 0 e µ > 0, existe uma curva invariante fechada de classe C1 para Φµ , com a origem em seu interior, na r µ , que e´ invariante para NΦµ . Portanto, e´ convevizinhanc¸a da circunferˆencia de raio r0 = f1 (µ) niente escolher coordenadas que exibam com a clareza poss´ıvel, o comportamento de Φµ perto dessa circunferˆencia. Para facilitar a leitura da demonstrac¸a˜ o deste caso, vamos dividi-lo em passos. Passo 1: Vamos primeiramente escrever Φµ (z) em coordenadas polares. Seja Φµ (z) = NΦµ (z) + O(|z|5 ), a forma canonica de Φµ , obtida na sec¸a˜ o anterior. Tomemos z = r(cos ϕ + i sen ϕ), onde |z|5 = r5 , ˆ com r > 0 e 0 ≤ ϕ ≤ 2π. Ent˜ao a primeira coordenada de Φµ (r, ϕ), em coordenadas polares, difere de NΦµ (r, ϕ) por termos da ordem O(r5 ). Agora, vamos olhar como se comporta a segunda coordenada de Φµ (r, ϕ), quando somamos termos de ordem O(|z|5 ). Seja z1 = NΦµ (z) = r1 eiθ1 e.

(37) 2.3 Bifurcac¸a˜ o de Poincar´e-Andronov-Hopf.. 27. z2 = O(|z|5 ) = r2 eiθ2 , ent˜ao Φµ (z) = z1 + z2 , queremos determinar o arg(z1 + z2 ). Observermos que: arg(z1 + z2 ) = arg(z1 e−iθ1 + z2 e−iθ1 ) + θ1 = arg(r1 + r2 ei(θ2 −θ1 ) ) + θ1 = arg((r1 , 0) + (r2 cos(θ2 − θ1 ), r2 sen(θ2 − θ1 ))) + θ1 . e = θ2 − θ1 , e ent˜ao podemos escrever e Podemos supor que θ1 < θ2 e tomar θ z = (r1 , 0) + (r2 cos(θ2 − θ1 ), r2 sen(θ2 − θ1 )). Logo: |e z| = =. q e 2 + (r2 sen θ) e2 (r1 + r2 cos θ) q e + r2 r21 + 2r1 r2 cos θ 2. e Portanto: e Ime z = r2 sen θ.   e  r2 sen θ  arg(e z ) = arc sen  |e z|     e e3   r2 sen θ r2 sen θ   . = + O  |e z| |e z|   Como r2 e´ da ordem O(r5 ) e |e z| ≥ Kr, com K constante positiva, ent˜ao arg(e z ) e´ da ordem O(r4 ), pois: |arg(e z )| ≤ ≤.    e5   r2 sen θ r32 r2   + K1 + O  Kr (Kr)3 |e z|   (r5 )3 r5 + K1 + O(r20 ) 3 Kr (Kr). ≤ r4 + O(r12 ). Logo arg(z1 + z2 ) = θ1 + arg(e z) arg(Φµ ) = arg(NΦµ ) + O(r4 ) = ϕ + θ(µ) + f3 (µ)r2 + O(r4 )..

(38) 28. Bifurcac¸a˜ o de Poincar´e-Andronov-Hopf para Difeomorfismos do Plano.. Portanto em coordenadas polares, Φµ toma a forma: Φµ : (r, ϕ) 7→ ((1 + µ)r − f1 (µ)r3 + O(r5 ), ϕ + θ(µ) + f3 (µ)r2 + O(r4 )), e essas aproximac¸oes ˜ s˜ao uniformes para 0 ≤ ϕ ≤ 2π e µ em uma vizinhanc¸a da origem. A forma normal NΦµ (r, ϕ) = ((1 + µ)r − f1 (µ)r3 , ϕ + θ(µ) + f3 (µ)r2 ), e´ uma aproximac¸a˜ o de Φµ , com um erro de ordem 5 na primeira coordenada, e de ordem 4 na segunda coordenada. Passo 2: Neste passo faremos mudanc¸as de coordenadas de tal forma que a circunferˆencia invariante de NΦµ esteja centrado na origem e tenha raio 1. Primeiramente faremos uma mudanc¸a de coordenadas de tal forma que a circunferˆencia invariante de NΦµ tenha raio 1. Para isto tomamos a mudanc¸a de coordenadas: τ1 :. com inversa. R2. −→ R2 ! r µ x, ϕ = (r, ϕ) , (x, ϕ) 7−→ f1 (µ). τ−1 : 1. R2. −→ R2  s   f1 (µ)   x, ϕ . (x, ϕ) 7−→    µ. Fazendo ent˜ao essa mudanc¸a de coordenadas, obtemos: ! µ ◦ Φµ ◦ τ1 )(x, ϕ) = ◦ Φµ x, ϕ f1 (µ)  r 3  µ µ2 5 −1  = τ1 (1 + µ) x − f1 (µ) x3 + µ 2 O(x5 ), 3 f1 (µ) f1 (µ) 2 ! µ 2 2 4 ϕ + θ(µ) + f3 (µ) x + µ O(x ) f1 (µ) ! µ 2 3 2 5 2 4 = (1 + µ)x − µx + µ O(x ), ϕ + θ(µ) + f3 (µ) x + µ O(x ) . f1 (µ) r. (τ−1 1. τ−1 1.

(39) 2.3 Bifurcac¸a˜ o de Poincar´e-Andronov-Hopf.. 29. Agora transladamos a circunferˆencia para a origem, tomando uma nova mudanc¸a de coordenadas: τ2 :. R2. −→ R2. (y, ϕ) 7−→ (1 + y, ϕ) , com inversa. τ−1 : 2. R2. −→ R2. (y, ϕ) 7−→ (−1 + y, ϕ). Fazendo ent˜ao essa mudanc¸a de coordenadas, y = 0 ser´a invariante, e obtemos: −1 (τ−1 2 ◦ Φµ ◦ τ2 )(y, ϕ) = τ2 ◦ Φµ (1 + y, ϕ)  = τ2−1 (1 + µ)(1 + y) − µ(1 + y)3 + µ2 O((1 + y)5 ), ! µ 2 2 4 ϕ + θ(µ) + f3 (µ) (1 + y) + µ O((1 + y) ) f1 (µ). =. ! µ 2 2 (1 − 2µ)y − µ(3y + y ) + µ O(1), ϕ + θ(µ) + f3 (µ) (1 + y) + µ O(1) . f1 (µ) 2. 3. 2. Finalmente faremos uma ultima mudanc¸a de coordenadas para reescalar y tomando: ´ τ3 :. com inversa. τ−1 : 3. R2. −→ R2 √ (z, ϕ) 7−→ (z µ, ϕ) , R2. −→ R2 ! z (z, ϕ) 7−→ √ ,ϕ . µ. Fazendo ent˜ao essa mudanc¸a de coordenadas, z = 0 ser´a invariante, e obteremos: √ −1 (τ−1 3 ◦ Φµ ◦ τ3 )(z, ϕ) = τ3 ◦ Φµ (z µ, ϕ)  √ √ 3 2 2 = τ−1 3 (1 − 2µ) µz − µ(3µz + µ µz ) + µ O(1), ! µ √ 2 2 ϕ + θ(µ) + f3 (µ) (1 + µz) + µ O(1) f1 (µ) 3. 1. 3. = ((1 − 2µ)z − µ 2 (3z2 + µ 2 z3 ) + µ 2 O(1), ϕ + θ(µ) + f3 (µ). µ √ (1 + µz)2 + µ2 O(1)). f1 (µ).

(40) 30. Bifurcac¸a˜ o de Poincar´e-Andronov-Hopf para Difeomorfismos do Plano.. Se definirmos 1. Hµ (z, ϕ) = −(3z2 + µ 2 z3 ) + O(1), Kµ (z, ϕ) = 2. f3 (µ) 1 f3 (µ) 1 z + µ2 z2 + µ 2 O(1) e f1 (µ) f1 (µ). θ1 (µ) = θ(µ) + µ. f3 (µ) , f1 (µ). ent˜ao Φµ pode ser reescrita como: 3. 3. Φµ : (z, ϕ) 7→ ((1 − 2µ)z + µ 2 Hµ (z, ϕ), ϕ + θ1 (µ) + µ 2 Kµ (z, ϕ)). Temos que as func¸oes ˜ Hµ e Kµ s˜ao func¸oes ˜ de classe C4 em z, ϕ e µ, com −1 ≤ z ≤ 1, 0 ≤ ϕ ≤ 2π e 0 < µ ≤ µ0 . Para algum µ0 suficientemente pequeno e positivo, a regi˜ao −1 ≤ z ≤ 1, 0 ≤ ϕ ≤ 2π corresponde ao anel de largura O(µ) (nas coordenadas originais (r, ϕ)) sobre a circunferˆencia √ invariante para NΦµ , que tem raio O( µ). Iremos construir uma curva fechada invariante para Φµ dentro desse anel. Antes de prosseguir com a demonstrac¸a˜ o, observemos que o comportamento qualitativo de Φµ e´ agora f´acil de ver. De fato Φµ pode ser escrito como: (z, ϕ) 7→ ((1 − 2µ)z, ϕ + θ1 (µ)) mais uma perturbac¸a˜ o pequena em µ. A primeira coordenada de Φµ e´ uma contrac¸a˜ o na direc¸a˜ o de z. Notemos contudo, que a intensidade da contrac¸a˜ o vai a zero da ordem µ, ent˜ao a primeira coordenada de Φµ se aproxima da primeira coordenada de NΦµ . Se isto n˜ao ocorresse, como NΦµ possui uma curva invariante, e a primeira coordenada de Φµ se aproxima da primeira coordenada de NΦµ , poderiamos utilizar resultados conhecidos sobre persistˆencia de curvas invariantes atratoras sob uma pequena pertubac¸a˜ o, para garantir a existˆencia. Passo 3: Neste passo vamos mostrar que, para f1 (0) > 0 e para todo µ positivo suficientemente pequeno, Φµ ter´a uma curva invariante. A id´eia e´ : procurar uma variedade invariante para Φµ , da forma {(z, ϕ)/z = u(ϕ), ϕ ∈ R}, onde: i) u(ϕ) e´ periodica em ϕ, com per´ıodo 2π, ´ ii) |u(ϕ)| ≤ 1, para todo ϕ, iii) u(ϕ) e´ Lipschitz cont´ınua, com constante de Lipschitz 1..

(41) 2.3 Bifurcac¸a˜ o de Poincar´e-Andronov-Hopf.. 31. O espac¸o de todas as func¸oes ˜ u satisfazendo i), ii) e iii) ser´a denotado por U, onde U e´ um espac¸o de Banach com a norma do sup. A demonstrac¸a˜ o ser´a baseada em um teorema do ponto fixo para contrac¸oes. Em linhas gerais, o argumento ser´a o seguinte: iniciamos com uma variedade ˜ M = {(z, ϕ)/z = u(ϕ), u ∈ U, ϕ ∈ R} e consideramos a nova variedade Φµ M, obtida pela aplicac¸a˜ o de Φµ sobre M. Ser´a mostrado que, para µ suficientemente pequeno, Φµ M novamente ter´a a forma ˆ {(z, ϕ)/z = u(ϕ), uˆ ∈ U, ϕ ∈ R}, e ent˜ao construiremos uma aplicac¸a˜ o n˜ao linear F : U −→ U ˆ u 7−→ u. Provaremos ent˜ao que, para µ pequeno positivo, F e´ uma contrac¸a˜ o em U (em relac¸a˜ o a` norma do sup), e portanto tem um unico ponto fixo u∗ . A variedade {z = u∗ (ϕ)} ser´a a curva fechada ´ invariante desejada. Como consequˆencia da demonstrac¸a˜ o de contratividade ser´a provado que essa variedade e´ atratora, no seguinte sentido; tomando um ponto de partida (z, ϕ), com |z| ≤ 1, e denotando (zn , ϕn ) por Φnµ (z, ϕ), teremos que l´ım (zn − u∗ (ϕn )) = 0. Temos que o dom´ınio de atrac¸a˜ o n→∞. cont´em o anel 0 < |z| ≤ 1. Para completar os argumentos acima, e´ necess´ario primeiramente construir a aplicac¸a˜ o n˜ao linear F. Para isto, vamos proceder da seguinte maneira: e tal que a ϕ-componente de Φµ (u( ϕ e ), ϕ e ) e´ ϕ, ou seja, ϕ i) Mostraremos que existe uma unica ´ e tal que uma unica ϕ ´ 3. e ), ϕ e) e + θ1 (µ) + µ 2 Kµ (u( ϕ ϕ=ϕ. (mod 2π) ,. (2.24). 3. e + θ1 (µ) + µ 2 Kµ (u( ϕ e ), ϕ e ) por um multiplo isto e´ , ϕ difere de ϕ inteiro de 2π. ´ e ), ϕ e ), ou seja, ii) Tomaremos ent˜ao Fu(ϕ) igual a z-componente de Φµ (u( ϕ 3. e ) + µ 2 Hµ (u( ϕ e ), ϕ e) . Fu(ϕ) = (1 − 2µ)u( ϕ Nas estimativas que ser˜ao feitas posteriormente, ser´a conveniente introduzir: ( β=. sup 0 ≤ ϕ ≤ 2π −1 ≤ z ≤ 1 µ>0.

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(50) )

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(52) ∂Hµ

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(58) ∂Hµ

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(64) ∂Kµ

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(70) ∂Kµ

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(73) |Hµ | ∨ |Kµ | ∨

(74) ∨ ∨ ∨ .

(75) ∂z

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(79) ∂ϕ

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(83) ∂z

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(87) ∂ϕ

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(89). (2.25).

(90) 32. Bifurcac¸a˜ o de Poincar´e-Andronov-Hopf para Difeomorfismos do Plano.. Assim definido, β fica limitado quando µ −→ 0 (pela direita). Vale a pena observar que Hµ e Kµ s˜ao de classe C4 no compacto [0, 2π] × [−1, 1], logo β est´a bem definido. Devemos mostrar que a equac¸a˜ o (2.24) tem uma unica soluc¸a˜ o. Para isto, ser´a conveniente ´ e ): denotar o lado direito de (2.24) temporariamente por x( ϕ 3. e) = ϕ e + θ1 (µ) + µ 2 Kµ (u( ϕ e ), ϕ e) . x( ϕ e varia no intervalo [0, 2π] , x( ϕ e ) percorre exatamente uma vez Queremos mostrar que, quando ϕ um intervalo de comprimento 2π. Vale a pena relembrar que: e ) e´ periodica e com per´ıodo 2π , • u( ϕ em ϕ ´ e ) e´ periodica e com per´ıodo 2π. • Kµ (z, ϕ em ϕ ´ Isso nos leva a concluir que: 3. x(2π) = 2π + θ1 (µ) + µ 2 Kµ (u(2π), 2π) 3. = θ1 (µ) + µ 2 Kµ (u(0), 0) + 2π = x(0) + 2π . e1 e ϕ e2 reais, tais que Al´em disso, temos que mostrar que x e´ estritamente crescente. Tomemos ϕ e1 ≤ ϕ e2 . Ent˜ao: ϕ 3. e2 ) − x( ϕ e1 ) = ϕ e2 − ϕ e1 + µ 2 [Kµ (u( ϕ e2 ), ϕ e2 ) − Kµ (u( ϕ e1 ), ϕ e1 )] . x( ϕ. (2.26). e2 ), ϕ e2 ) − Kµ (u( ϕ e1 ), ϕ e1 ). Para isto utilizamos o Teorema do Valor M´edio. Precisamos estimar Kµ (u( ϕ Temos que existe (e z, ϕ) ∈ [−1, 1] × [0, 2π] tal que: e2 ), ϕ e2 ) − Kµ (u( ϕ e1 ), ϕ e1 )| = |h∇Kµ (e e2 ) − u( ϕ e1 ), ϕ e2 − ϕ e1 )i| |Kµ (u( ϕ z, ϕ), (u( ϕ

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(94) ! ∂Kµ

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(96) ∂Kµ

Referências

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