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dir.ecção de i nspectores. escolares do Districto• • • • • • .. • • • L
Direetor-Presid ente
íLFREDO C. DE F . Al VIM
Redatção: RUA 7 DE SETEMBRO, 174
Officinas : RUA DO CARMO, 55-A
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' .J • ,Gerente : YELVA P. DÊ SA FREIRE ~·ssign:tturas ~ 6um anno · • • • • · · • · • • • · • • 1 n1ezes •...•.•... • • --4=" • ...Jli...=,..J:..- - , - - . , - - - - -- -- -- - -- - - - ~ - _ _ ; _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ . _ _ _ _ _ _..;..;~ - _ _ _ , ; _ --Â . ·- -• 9~000 5SCOO • • •B N
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SUI\.-!lvI"..P6:ilO • • econceito de gratuidade1zada Santa
!ira L eitura para Adultos.
1cdiente
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M·estre escola . .. ... . .
• Othello Reis. . . .. ... . .
Jb.izathas Serrano. . .. . Othello Reis .. . . .... . . ,,
..
.. • Tres palavrinhasEducação do homen1 e do cidndão 1-fistoria
Geographia.
• •
car... . . ... . . uu::, ~on1ple111cntos ,1umericos.
S . R . . . . . . . . . . . Dias de trabalho:
Noen1ia Eloya e lnah
Martini... . . . . . . . .
· Oty,npia do Coutto . . . . LinArithn1etica gua Materna ·
· .. ~ Caci Ida Dias da Cruz. Lições d e cousas E_ Blu,ne.. . . . . . . . . . . Sciencias Physicas e Naturacs
,· . . . _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ ~ - -· _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ ---!"'" _ _ _ _ _ _ _ • • .. • • • • ' '!it • •
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''preconceito''
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da gratuidade
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_.;..~-• • 't' ,. 4 -• p • •• • •En1 livro recentemente sa/zido dos pré/os, seraveis oiz pauperrimos, têm direito á
assisten-. insiste o Sr. Frota f.Jessoa, alto fL1nccionario da eia do Estado. · ·1nstrucção Publica Municipal, enz seu n1odo de Quer-nos ptlrecer que o autor não se acha
opi11ar, já anteriormente expendido, acerca do com a razão e qLLe se deixa arrastar lambem por
qL1e cl1a1na o «preconceito da i11strucção gra- 'opinião precorzcebida, isto é, . por outro 11.prec
on-tuita• . . · ceifo». Unz preconceito tão da,nnoso, se não rnt1if~
O autor, ql1e foi largo tempo u1n dos nos- mais damnoso do que o de que vimos soff .. .:ndó e
so.i.: dístinttos collaboradores, goza de considera- que, enz seii entender, d.evemos abolir. .
.,.·vel prestiR,io nos meios pedagogicos e adrrzinistra- Antes, porém, de abordar o assunzpto,
c,1111-tivos e eis por que entenderrzos não deve,n passar pre chamar a attenção para un1 lapso, antes qt1e
rrz jt1lgado certas a/legações 1zão rigorosamente · ·corra 111undo com f óros de verdade. Diz o ~ •. :,. . 111,zdadas e certas opiniões um tanto descuidada- Sr; Frota qz1e a «Prefeitura já se exlzal1re · para
rnênte proferidas, que não erzcontram apoio na dar escolas e professores a sessenta mil» e e111
• w verdade dos factos. 1 011trp passo do. artigo justifica este «exlzaurc-. ex-.
•
•
•
..
•
. «Aos /zomens de pensainento, aos admi.rzis ... . r plic[!,ndo que a m1:1ntcipalidad~ gasta com o serviço
. f radores 11resentes e futuros~ de · nosso departa- da znstrucção pr111!ar1a quasi 111n terço d.<1: re~zi1a
rnenlo de ensino, quero mais uma vez impôr este · que aufere· Ora,_ isto é fr~nco exager~, pozs a
proó1en1a, para que izns O estudem e otitros O re- renda . orçada aftznge a mais de 100 m~l contos
solvam, como é de seu dever.·- E' preciso dar po,: an~o, ~mquanto as de~pesas com o ensino
instruccão prinzarla a cento e oite,1ta mil crean- przmarLo nao chegam a 12 mil contos.
ças· (e ne,n 1zos ref Primos por ora <) educação · Feita esta resalva preliminar, deixen1os
profíssional), entre as quaes umas cirzcoenta nzil, claro qt1e não p~de,nos subscrever os conceitos digamos, podem pagai-a Oll a pagarão, ,nesr~o com do Sr. Frota Pessoa. Não é um vão preco11ceito
sacrif icio. A Prefeitura já se exl1aL1re para dar j esta vell1a convicção de nossos estadistas, de que
isco/as e professores a sessenta mil. Qual . deve a es_cola publica te,n outra fu11cçdo social na de·
ser o seL1 criterio na escolha. dessas sessenta mil mocracia, que não apenas a de preparat o
fere-. que ella acceita rzos seus estabelecimentos ?» Eis bro dos al11nznos. Ndo. A escola tem unz Jin1 mais
ãs palavras textuaes com que o autor expõe re- alto, como o serviço militar não é apenas 11m
re-sumidanzente o problema. Para resolvei-o, que in... curso para se treinar o cidadão no uso das
ar-. ar-.ar-. dica o emi11ente escriptor, com o peso de sua au- n1as. Ndo podere,nos de forr11a algi1ma renunciar toridade dupla de estudioso e fi1nccidnario, con/ze- á crença de que á escola prirnaria ptrblica, leiga;
.. c~dor dos bastidores ? Quasi exclusivamente isto, grattzita, devemos a instit11içdo de LLnz fundo 1nor.al
•
"riu pelo mentJs precipuarnente isto : que cemmum, qt1e se nllo nivela enr riqueza e em aspira-ie estabeleçam taxas para certas clas$es, que ções os homens, estabelece pelo ,nenos entre tlles
~ cer:ren1 as porfqs da escola gratuita para aq11el- o laço forte da solidariedade nacional. Este /aro
,li_s que forenz julgados em condiçôes de pagar. é que estaria ameaçado no dia em que se
divi-'Por outras palavras, ter/amos, a executar-se seme- disse em castas a populart10, segundo os recursos lhante reforma, a população dividida em duas financeiros de cada uni.
astas: a dos que podenz pagar, e a .. · dos que, mi- . A instrucçao ndo é ape11as um bene/iclq •
-
-
-
. ..~-
- -... .. ... - . ...,~----,...,...,...___·Toda a correspo~aen · deve ser dirigida á Redacção, rua lde Setembro, 174"
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' • •• ' , • 182 •
A
ESCOLA
PRIMARIA
' .individual, n1as condição sine qua da propria
exi5fe11cia 11acio11al. E' z1m serviço a <JUe o
cida-dão deve ser co111pellido, se não por lei,
dire-ctanze11te, pelo ,nenos por processos indirectos. E
.se é z11n serviço nacional, co,no a instrucção
mili-tar o é, não é evidente que deve ser grat11ito e
igual para todos? Admittido qt1e os abas(ados
(e con10 seria difficil separar os abastádos ! )
de-vanz pagar, por que ta,nbem 11ão exigir daq11elles
.que não são miseraveis _que pague,n o 11niforme
que usam, e a m11nição q11e co11somem e a conzida
que gastam os que são e/zanzados ao serviço das
arn1as ? Tanto é serviço um como outro . ..
.,,,,,
H<f algum tempo que ve,nos crescere,n as
sympatl11as. enz nosso ente11der infundadas pela
these suste11tada pelo eminente ex-collab~rador
desta ,·evista, com q11em agora esta,nos e111
des-accordo neste assun1pto, e devemos consignar que
o observamos com tris'teza e com sobresalto
por-qz1e não podenzos conceber que e/la se coadu11~ com
os principias da democracia. Poderá ser uma
dou-trina econo111i~a! mas constitue tambe1n,
principal-ine11te, u111a seria ameaça aos interesses moraes da
nação, que valem incomparavelmente· mais.
1-IDEAS E FACTOS
·
A cruzada santa
••
•
· isto, que escl.arec.er a mais ninguem, to-das as consc1enc1as estão esclarecito-das
'
todas as vontades estão conciliadas. Vida E1 sorte, neste paiz, de quasi todas de povo, hoje, não ha, que não seja tim
as idéas formosas terem, mal 11ascidas grande apostolado: no meio de todas ainda, a sat1dade de si mesmas como ~s lutas, o pensamento do destino J1a-de melancolica assistencia. Ha um seculo encher todas as almas, e enchei-as de que, entre esperanças e decepções, se alguma c?isa que é eterno, porque ha-vem clamando, em sonoras phrases, de sobreviver a todas as contingencias. contra o analphabetismo nacional. Ha, no emta11to, tratando-se do
en-• E, a despeito de generosas tenta- sino, alguma coisa que é prec.iso estudar
tivas, o problema permanece sem solu- e discutir, uma face do problema que
te-ção definitiva. Entretanto, é hoje pueril mos de submetter á analyse JJrofunda e qualquer controversia tendente a eviden- segura : é a orientação de todos os
esfor-ciar a necessidade dP instruir o povo. Te- ços que se tiverem de consagrar a esta
mos, incontestavelmente, vencido esta causa supre1na; é a 11atureza da instrt.i-face do problema : ha um accordo per- cçâo que convém ás massas, e o modo
feito elos espíritos, em todas as nações, como tem de s·er ministrada essa
instru-quanto á obra que constitúe o interesse cção. Como faz ver um autor dos 11ossos
sttperior da~ socieda?es huma~a?, quaes- dias : isto não quer dizer que admitíamos
quer que seJam os climas, as v1c1ss1tt1des um genero de instrt1cção para as classes
, historic~s, _ os h_o,rizonte,s ·moraes de sua ! ricas , outra para o povo : é aliás, exacta·
i aggrem1açao pol1t1ca. Pode'!! contr?ver- ~ente o contrario disso.
O
que,inques-te!•se syAstemas, escolas ph1losoph1cas.; t1onavel111ente, é preciso, antes de tudo JJº?<':m por-~e ~m. contraste 111etl1odos sc1- ( desde que colloquemos devidamente 0 ent1f1cos, pr1nc1~1os de arte,.processos de problema) é habilitar o homem do povo .
trabalhos, organ1zaç<'íes soc1aes ·; pódem a sair da contingencia dolorosa a que 0
submett.er-~e á dialectic~ as i~éa~ ·mais red~ziram na vida moderna as compli-co~t~~d1tor1as . e~ mater1a de 1ust.1ça, de caçoes de natureza social, complicações rel1g1ao, de d1.re1to, de bem publico :, a que affectam, sem duvida todas as clas-proposito de tudo isso pódem os l1omens ses, mas que opprimem 'e torturam
so-disse1~tir, e até se co.m~ater. Mas,l1a uma br<:tudo, e_ de modo crescente, o p;ole-q~~stao em que. co1nc1den1 t_9dos os.es- tar1a~o. Emqt1a11to , estiver na triste p1r1_tos _e a respe!to da qual nao subs1~te condição e.m que se acha, não poderá mais d1screpanc1a entre os homens; e a o homem do trabalho cuidar do sett es-questão do ensino, isto é, o dever a que pirito : o seu destino 'ha-de ser sempre se não .P?de furtar :ociedade alguma, de sacrificado, até qtte alguma nova organi-transm1tt1r .ás geraçoes f.uturas tudo quan- Z'ação social venha a permittir que o ho-t~ de mais exceltente t1veran1 as presen- mem possa realisar no trabalho o imple-tes gerações. Nao J1a, portanto, sobre 1nento da g1·ande miss·20 da vida>. Este
• • • ' • 1
•
• • -• 1 • •A
E:SCOLAPRIMARIA
183 •1nodo de entender a causa ha-de dar-nos estar material. Não é possivel bem
es-um criterio seguro para decidir qual o tar sem riqueza. Não é possivel riqueza
genero de instrt1cção que deve~1os mi- sem trabalho. Não é possível traball10
nistrar á infancia. Fazemos, ass1m,ques- sem uma capacidade, cada vez maior,
tão da natureza de cultura. Não é a vaga de triumphar na formidavel concurren-instrucção , que convém fornecer e espa- eia das actividades. Imaginem-se todos Jhar : é a boa instrucção, a instrucção os dons miraculosos que pódem exalçar
que fecunda o esforço ht1mano, qu: r~- uma vida : a belleza, a virtude, a inno-constitúe a criatura, que arma cada 1nd1- cencia, a magestade moral - dons divi-viduo de uma somma de poder, que só nos; a intelligencia, o talento, a lucidez,
se póde medir pela extensão da capaci- privilegio dos escolhidos ; a mansidão, o dade productiva a que se elevam a von- carinho solicito, a propria misericordia, tade-. e a intelligencia. Não é, pois, ape- que é apiedade l1umana exaltada att! a nas a instrucção que se precisa propagar, grandeza de Deus -o ~ublime a,mor do pois que ha instrucção que perverte e semelhante- excellenc1a a que so ascen-que~mata, que annulla o individu_o, que dem os puros, que se elevaram até a be· faz do homem um ele1nento mao, um atitude redemptora : em summa,
conce-factor vegetativo de toda ordem, de todo bamos todas as fortunas, todas as glorias,
bem soê'fill. todas as coisas magnificas reunidas em
O que aspiramos e queremos ~ a uma só vida, e perguntemos a nós mes-instrucção fundamento da riqueza, a 1n- mos o que seria entre os homens tudo
strucção disciplina moral, instrucção isso sem o solido lastro que ha-de
cons-assento das grandes virtudes, a in- titui~ o fundamento da existencia social
strucção miraculosa que faz o accor~o dessa mesma vida?
das almas, que se torna a segurança ao Na sociedade dos nossos dias o direito, a garantia da justiça. . porque é primeiro dever do homem é ser um fa-a unicfa-a que renovfa-a e que ed1f1ca. ctor do grande producto, que interessa
A propria situação do homem no a toda a communhão. E é por isso que 111 undo está a dizer o que é preciso fazer. um povo ha-de ser tanto mais rico e po· Temos hoje separado, e perfeit~mente deroso quanto mais amplos os f actores distincto · o grande dever das criaturas, que têm de produzir a sua riqueza e o nas du;s faces capitaes sobre que é seu poder : - que uma civilização será
preciso encarar a existencia. E ainda tanto mais brilhante e grandiosa quanto
consideran1io sob o mesmo ponto de mais largo desdobramento tiverem as
vista-o homen1 no seu destino social qualidades da raça que tem de fazei-a.
e O homem como funcção ou como ser Procuremos na historia e vetemos, hon-de um typo eterno ott con10 exrJressão tem como hoje, as testemunhas, mais de um ideal divino - teremos de come- irrecusaveis de que todos os que vence-çar vendo, primeiro, na criatt1ra supre- ram, fizeram a sua victoria mais que de
ma , as relações em que se acha com as sacrifícios - ,fi~:ram-n'a de trabalho . contingencias que regularr1 toda a pro- dessa como v1g1l1a constante contra a m1-funda , complexa, augusta finalidade. seria e contra o soffrJmento.
Oest'arte, apparelhe1n-se homens que E' natural portanto, a orientação
sejam capazes de haurir desta felicidade da consciencia ~niversal acerca do
ensi-de viver as ineffaveis I?emaventuranças no popular. E' a escola pratica que
te-sonhadas pelos santos. mos de criar ; a officina, a fabrica, o
Quaes são as condições de ser fe- campo de experiencia, a cultura nor-liz na sociedade ?ºs nossos !empcs· ? mal ; 0 jornal, a bibli~theca, aA 1.ei-Tudo se resume na •.ndependenc1.a n1oral. tura publica _ tudo, emf,m, que for 1!'-E 11ão se concebe 1ndependenc1a moral dispensavel á formação de homens ute1s.
s~m uma vas.ta .catJacid~de de vencer
ª
·
E' necessario que cheguemos a um vida, .de subs_1sJ1r. por si mesmo, de s,o- tempo em que não se encontre mais, em brepu1ar as v1c1ss1tudes em que se en- parte alguma um individuo sem profis-co11tra ,a criatura, desde que desabrocha são sem O ;eu officio sem a sua artePara a vida até que afunda na voragem . ' . t · ' '
1 seu m1s er.
myster1osa de alén1-tumt1 o. , .
Não é possível ser feliz sem beOl Nesse tempo e que completaremos
•
•
•
•
•
•
' 184 'A
ESCOL~ PRIMARIA
•
a extensão do territorio pela grandeza
de uma raça historica, reconstituída e
fe-cunda, e juntaremos ao explendor da
natureza o poder e o brilho do nosso
esfo.rço e a magestade do nosso genio.
O livro para analphabetos adtJltos,
qu'e analysamo~, confirma a nossa
opi-nião e está em condições de prestar
ex-cellente serviço a nossas escolas
no-cturnas.
•
Laoncio
Correia.
•
- -<<O»- ·
-E' bem feito e tem requisitos de
alto valo·r: a materíà é apropriada; a
ordem seguida é logica; a forma simples e con venie11te.
Aliás, para que o resultado seja
se-gL1ro, é indispensavel sejam seguidos á
Primeira Leitura para adultos
risca os conselhos do autor dados noprefacio e em notas. ·
Ha muito se faz notar, e11tre nós, a Tratando.se de un, plano
syste-falta de U!l1 livro adequado ao ensino de matico, modificai-o arbitrariamente é
adulto<; analphabetos. adulterar o fim visado, expondo-se ao
Nos CL1rsos nocturnos, a instrucção mallogro. .
é ministrada em livros destinados a E ne ste po11to todos os nossos
lou-crianças
,
tornando-se por isso a leitura'
,
I vores ao livro seriam.
poucos, si, corn oimpropria e pouco attrahente, pela in- seu uso, se ger1eral1zasse, n0s ct1rsos
fa11tilidade do assumpto. nocturnos, o methodo da sentenciação.
Comquanto inculto, tem o adulto E' entre 11ós corrente o precoceito
uma concepção pratica da vida, de suas de ~ue tal processo não prova bem no
necessidades, adqtririda á custa da fa- ens1no_de a~ultos.
diga diaria. Nao atinamos com a razão do
Para interessai-o na aprendizagem asserto.
de leitura, é mister que o mestre se _?i elle .é racional (e na :ioss~ opinião
nivele ao discipL1lo, se identifi 1ue com elle e o ~ais consentane? a razao) deve
elle, para conhecer o ambiente em que necessariamente ser appl1cado a todos os
vive, a sua linguage m familiar, as dif- logare: e a todas .as edades. · ,
ficuldade s com que lucta e que procura Nao ha duvida que o progresso e,
resolver. via de regra, mais lento no adt1lto do
Questões todas de ordem pratica, que na criança; mas isto seja q~al for o
que sómente podem ser apreciadas e m~thodo emprega~o, e por motivos
so-resolvidas por qtrem tenha convivido be1amente conhecidos. ·
com o nosso povo, inteirando-se de Mas temos como definitivamente
perto de seus l1abitos e pendores. assentado que . a sentenciação é o
me-foi o que fez, com mt1ita fe- thodo por excellencia de alphabetização
licidade, o at1tor do livro «Primeira lei- collectiva, e basta esta vantagem para ·
tura para adultos. » fazer resaltar o seu merito.
O snr. A. Joviano é um observador Estamos certos de que o livro do
e tem um longo tirocínio de mestre. professor Joviano muito contribuirá
Professor de humanidades longos para dissipar essa prevenção
injustifi-annos, dedicou-se ultimameut~ ao en- cada, prestando assin1 relevante
ser-sino primario, com real exilo, revelado viço á instrucção. '
pela longa acceitação de suas obras
didaticas.
J.
s.
• •
•
Manual Civico
.
ARAUJO CASTRO
• •Obra adoptada para uso dos alumnos das escolas do Oistricto
e de quasí todos os estados do Brasil. . federa 1 •
A'
venda nas principaes livrarias.- •' ' • • • • 1 • • ' • • •
me
or
-
mac 1na
e escrever
• • ' • • • • • • •
As qualidad
es
que
distinguem
a
UN
JERWOOD
de
suas
congene1·es
são
tantas
e
tão notaveis, que
a
tornam
a
machina
(standard),
cuja reputação
universal
em vão
procuram
as suas
rivaes
egL1alar.
•
rAUL . CHRISTOPH COMPANl'
C)VVIDC)R, 98
RIO
• 'S. BENT~, 45
S. PAULO
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Arthur Joviano, Waldemiro Potsch e as
Snras
.
professoras Isabel Soares
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Alice
A
.
Souza Leite, realizou-se no dia
10
,
ás 16 horas
.
n
e
sta redacção, conforme
annunciámos
,
o sorteio. entre nossos
assi-gnantes
.
de uma collecção d
' <<
A Escola
Primaria
)>
composta de sete volumes
rica-mente encadernados. Coube o premio á
nossa assignante Irmã Maria Horta, do
Collegio Maria Auxiliadora
,
dà cidade de
Victoria.
O
segundo sorteio será feito no dia
16 de Setemdro e o premio que por elle será
conferido consistirá em uma assignatura
annual da exê:ellente revista franceza
((
L
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ecole et Ia vie
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Brasil. .,J •
Os pedidos de assignaturas devem vir acompanhados da respectiva i1nportancia e en
-dereçados á
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As collecções dos annos anteriores, de
1916-1918, 1917-1918, 1918-1919 e 1920-1921, 1
921-1922, 1922-1923, são vendidas na mesn1a reda·
cção ao preço 10$000, calla anno, en1 avulsos 12$000, cartonadas e 1'4$000 en1 voltt mes enca· dernados. Os pedidos de col lecções, pelo
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im porta ncia e d e 111a is 1$000 para collecção
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e
ntar
Livro I. Obra adaptada officialmente nas Escola s Jo Estado do Rio do Ministerio da Agr,cultura, para a t ª serie das escolas primarias. Preço:t$500 o exemplar cartonado
-Arithmetica Pratica
e
Formularia.
Compendioadaptado na Marinha e nas escolas do Ministério da Agricultura, bem como nos
collegios e escolas do Districto federal, Estado do Rio; Minas, S. Paµlo e Per-nambuco. Preço: 3$500 o exemplar cartonado. A' venda em t<1das as Livrarias.
Deposito gera 1: 111111. tio Ouvitlor, S9 • 2° a1.11tla1.r .
•
-....
-•
,1
• • 186 A ESCOLA PliI~.!ARIA11.
A ESC0LA
•Dos complementos numericos
I dá evidenternente o mesmo resultado(Lições para as classes primarias)
•
( Co11tin11ação)
•
l I
que + 96 X + 9 1.
Effectuando directamente a (4)
mui-. tiplicação dos b"inomios numericos
-11 oo + 4 e - 1 oo +9, achamos :
1 - 100
+
4'ºº
+
9Nesta segunda lição exporemos, l?o'i • 100 X 4 - 100X 9 +9 X 4 =
JJrocurando simplificar o mais poss ivel , lOO"-IOo (4+9) + s6- 10036- 1300
-a regra que nos permitte resolver ttma I oo36 + c1JI 1300-10000-- ! 0036 + 6?00
multi.plicação pelo em1Jrego dos co1nple- - 1
d
eze
,za d
e
11zil!zar
= 8736 ,, 111entos. (L) E' claro, que, - em se tra- De accordo com esta exposição
tando de uma mt1ltiplicação nen1 sempre formt1laremos a segui11te regra para se
1,a vantage m em fazer1no s uso do s com- resolver uma multiplicação por compl
e-lJlementos nesta operação. mentos.
Em com1Jensação, porém, desde REGRA. -
Mttlti1Jlica11z-se os
co,,z-que os fa ctores dados se approximem
/Jl
e
11z
e
1ztos
dos
fact
o
r
es
dados, obtidos
e
,1
1
sensivelmente da(~) t1nidad e em relaçãor
e
l
ação
á
11z
e
1zor
tttiidade
JJos
sive
l;
so,,z.
á qual são obtidos os se t1 s compleme11-
11z
rr
11z-s
e
essesfacto
r
es,faze
1
zdo
1
zasu
a
so11t-tos poderemo s acl1ar até me11talme11te o
11za
ab
s
tracçã
o
do
JJri11
ze
iro
algaris11zo da
seu prod11cto.
es
q
t
t
e
rda, 11zulti;Jlica1
zdo
ainda
1n
e
1ztalnz
e
1
i
-Expliquemos a 'rasão do (º) proces-
te
esta
so11znza
/J
e
la
tttzidade qtte servitt
so da mul tiplicação JJOr comp lementos.
de
bas
e
aos co1111Jlenzenf(ls: so1111na11z-se
Supponhamos que se queira obter
fi1zalnze11te os dois re
.
'it
tltado
s,
obte,zdo-se
JJo r com1Jlem ento s o productos 96X 9 1.
assim
.
u11za
so1111na
egtta
l
ao
/Jrodu
cto dos
E vi demente temos que 96- 1oo-
factor
es
dados.
•
96- 100= 104·= - 100 + 4= - 96 e 9 1 100- 9 1 - 100 = 109
=
100 + O =-..9 1, porqu e as quantidades p ositivas são . _
equivalentes ás nega tivas qt1a11do tê m o 1
·º
façamo sª
SLta appltcaçaoª
·
º
mes mo valor numerico. lJroducto de ~42 por 9.?..
O
producto de-· 96 por - 9 1, nos 942X 9+
- - - J Cpl 942 - 5ô 942
(1)
Vid
e e
rno 1
1
. 12
da
R
e
vista
Na-
1
X
+
·
cio,zal
qit
e se
/Jttblica
e11z S.
Paulo,
,
corres-
Cpl 092 = 908ponde1zte ao
11z
ez
d
e
Sete11zbro
d
e
/922, :__- - -
092a tlzeoria g
e
,z
e
ralisada qu
e
d
e
i a
o es
titdo
464da
applicaçrto
dos
co111;Jle111e1ztos á
r1ztilti·
522 - t )o34 X 1000= 34000plicação
.
___
.:....
(2)
Co,zvérn,
/Jttra 11zaior facilida-
~26é4d
e
do calcttlo, qtia,zdo os
f
acto
r
es
não ti.
verern o
11z
es
1no 111t11z
e
ro d
e
algaris11zos,
to,,zar
os co11z;Jle11ze11tos
,
e
11z rela
ção
á
111
es-111a tttziclad
e
qtt
e
d
e
v
e
se
rvir
de
ba
se
ao
co11z;;le
11z
e1zto do
11taior d
os
ja
p
!or_es.
(3)
O
professor podera dispensar aos seus disc-i1Julos o estudo da theoria deste pro cess o,e
1zsi1za1zdo
-
llzes
so11zente a
Stta
/Jratica
co,zf
ornze a
ex;Jore,nos
11zais
adiante.
'
•
( 4)
Para
se
11zultiplicar 1111za
ex
·
/Jr
essão
d
e
varias
ter11zos
por
outra
tanz-betn d
e
11zuitos
ferinos,
1111.tlfi;Jlica-se cada
ternzo de u11za
ex;Jressão
por
cada
ter,110
da outra,
se,zdo
positivos os t
e
rmos do
/Jroducto qzte resiiltar
e
,n da tnttltiplicação
de
ter11zos
qtze
te11ha1n
o ,nesmo
signal,
01,
n
eg
ativos, qtta,zdo resttltare,n da
11zulti-plicaçâo de ter,,zos de s/.g,zaes diff
ere,ztes.
• • • ' 1 • • A ESCOLA PRIMARIA . 187 52664
+
34000=
86664=
942 X 922 . 0 -e- Achàr o resultado da n1t1lti
-plicação 9999 X 9999 .
Neste exemplo poderen1os obter
mentalmente e com o mínimo esforço o
producto pedido : 1 + 1 )99980000
= 9';98.ooo 1, confor1ne a regra acima .
3: - Effectuar a multiJJl icação de
975 por 995 .
fazendo applicação da re gra dos con1ple1nentos, temos : • 975 X 995 Cpl 975
=
25X
+975 · 995 Cpl 995 = 5 -- - 1 )97o X 1 000= 970000 • 125 • 125 + 970000=
910125 = 975 X 995.Se m g rande esforço , segttindo o
mesmo processo exposto, poderiamos obter mentalm e nte o producto destes
factores .
Para seren, resolvidos 1nentalmente pelo processo que acabámos de explicar,.
devem os S rs. professores propor aos seus alumnos, g radativan,ente, exercícios
con,o os segt1i11tes :
•
99X 99, 99X 84, 99X 73, 999X996.
999 X 991, 999 X 985, etc.
( Co
1zti1ztía)
Manáos, Maio de 1924 .ABI LIO DE BARROS A.LENCAR.
Lente da Escola Normal de Manáos.
•
DIAS DE
TRABALHO
.
'« Para fazer 600111 d.e certo trabalho,
15 01Jerari os, trabalf1ando B horas por dia , levam 7 dias. Quantos dias levarão
·18 operarios, que trabalham 9 horas por dia, r.>ara fazer 1400 metros do n1esmo
trabalho
?
»
•
•
•
Qualquer alumno a quem se dê o
pro_blem_a acima, arrumará logo, segundo
esta hab1tt1a~o, os daclos e a incognita :
600111
- 15
op
.
1400- 18
-- 8 li. -- 7 d
- 9 - X
A seguir fará sua analyse, seu
ra-ciocínio, seja pela reducção á unidade
seja pelas proporções, e ch.egará á se'.
g uinte fórmula:
x = 7 X 1400 X 1 5 X 8
600 X 18 X 9 •
e fe itas as simplificações por meio de
cancellamento, terá
•
x
= 980dias
8 1
-Será o momento de extrahir os
in-teiros. Achará 12
dias
e um resto 8.PQ-derá escrever 12 8
dias.
Mas,ante-8 1
riormente insinttado, !)referirá, como é natural , exprimi r o tenipo em
com-p lexos . Que fazer então? l)escttidoso,
pensará logo: multiplicar o resto B por
24, porque o dia tem 24 horas; dividir o 1Jroducto 192 por B 1 . Se o fizer, estará
errado, como el le proprio reconhecerá com um pouquinho de attenção.
O
dia, dizemos em geral , tem 24 horas, mas não ahi : o dia, no problemadado, é de 9 horas apenas. Portanto a
fracção
8~ é de 9 horas , não de 2.4.
Assim sendo, devemos multiplicar o 16
por 9 e não por 24. A differença será
grande . ,
Ha
<;orno esta outras pequenas observações a fazer quandó se dirige aclasse de arithm etica. Estott certo de que
com uma deltas, ou com todas , não con.
quis tarei a coroa de lottros mas não é
pelos louros qtte escrevo, e sim
para
prestar peqttenino serviço aos compa-nheiros de classe·. , ' • • •
s.
ll , • • d • /•
• • • •l ' ' • ' • • 188 . - ' • A ESCOLA PRIMARIA ' '
Lições de Cousas
4° ANNO • •Repteis venenosos
Antes de tratar especialmente dos
repteis venenosos, façamos um estudo
sobre os repteis em geral.
Caracterizam-se os repteis por
te-rem geralmente o corpo envolvido por
u1na
camada epidermica espessa,for-mando tuberculos ou escamas, e
algu-mas vezes, cascos. Uns andam de rastos,
pela adherencia das escamas ventraes
so-bre o solo, como as cobras; outros, como
.as tartarugas, lagartos e crocodilos,
pare-cem arrastar-se, porqu~ as pernas,
exces-sivamente curtas, não podem manter o
corpo em posição elevada. Os membros
locomotores, quando existem, são em
numero de quatro. A respiração é aerea
e pulmonar. São animaes de sangue
frio ; a funcção respiratoria, fonte · de
ca-•
l
facto de se despojarem de seu velho in-volucro, após o periodo da hibernação.O crescimento dos repteis é muito
lento, e se perfaz durante quasi toda a
existencia. A longevidade é extraordina-ria, o que não é de admirar, attendendo 'a que, durante varias mezes do anno,
gastam-se menos que os outros animaes·,
attingindo, porta11to,edade mais avançada Raramentê se alimentam, sendo a
digestão m t1ito lenta. Os jabotis podem
passar dois mezes sem comer nem
be-ber.
1 •
DIVISÃO
Os repteis poàem ser divididos em
tres orde11s: chelonios, sat1rios e
ophi-dios
(
1
· Chelon ios tartarugas
terrestres l kagados 1 Jabot,s r . ) as do luv,aes An1azo11as dos panta -nos ,narinhas
lor interno, se exerce muito fracamente
nos repteis. Pela baixa temperatu.ra do
corpo, procuram climas ardentes;
formi-gam nas zonas quentes da Asia, Africa e
America, sendo muito raros na Europa.
Carecendo de calor para reagir con-
Ê
tra o frio exterior, entorpecem-se no in- fr
c:r:
verno, dormindo varios mezes, só
des-Sauri os ( lagartos , lagartixas Í can1eleões f jacarés •
pertando ás primeiras caricias da prima• vera. Teem o tacto e o olfacto muito
im-perfeitos. Só a visão se exerce
conveni-entemente. A voz se faz sentir apenas
nas cobras, que dão silvos agudos.
o
.
cerebro é muito pequeno. 0 fraco
VO-iume do cer.ebo os torna insensíveis, po-dendc;> supportar indemnes, mutilações
que seriam mortaes para outros animaes.
Phenomeno curioso a notar nos
re-pteis é o da reconstitt1ição dos orgãos ;
pode-se-lhes cortar um pedaço da
ca-beça, ou cortar-lhes a cauda, no fim de ' certo tempo, esses orgãos, se
comple-tam
,
sem que as funcções organicasse-jam
perturbadas. O lagarto, sobretudo,parte frequentemente a cauda ao se
movi-mentar. Outro phenomcno interes.sante
se tem verificado com as tartarugas, que
podem, depois de privadas do cerebro,
continuar a viver e a andar durante seis
mezes.
E' de assignalar tambem o rejuvene
-scimento dos repteis todos os annos, pelo
' I • , crocodilos ' \ Ophldlos . \ serpentes ou ( cobras ( • ' . cobra coral vi:iora cascavel, venenosas ·, naJa ' asplde jararaca • \ \ inocuas 1 surucucu \ giboia cobra cipó cobra verde boas cobra collar
São chamados chelonios, os
ka-gados e as tartarugas. Teem o corpo
protegido por t1ma caixa ossea coberta
de escamas corneas. Ha chelonios
ter-restres como o kagado e o jaboti ;
flu-viaes, como as tartarugas do Amazonas ; .
dos pantanos; e marinhas, as maiores
existentes, cuja carapaça pode medir 2
metros de comprimento, chegando
algu-mas vezes a pezar 800 kilos. Os
chelo-nios não nos são nocivos; pelo
contra-rio: os ovos e carne, saborosissirr1os e
nutritivos, são a base da alimentação na
Amazonia. As tartarugas são tambem
• • ' • ' • • • • A ESCOLA PRIMARIA 18Q
muito apreciadas na Inglaterra, onde são
utilizada s na alirr1entação sob a forma de
sopas ; com suas tran slucidas escamas
confeccio11an1-se caixas, pe11tes, leques,
aros de oculos, grampos, botões e
mt1i-tos objecmt1i-tos de valor i11estimavel.
Os saurios se distinguem dos
che-lonios por tere n, o corpo alon gado e
não possuírem carapaça. Teem 4
mem-bros cttrtos e a cauda comprida .
Perten-cem á orde1n dos saurios, os lagartos,
lagartixas, cameleões, jacarés e
cí'oco-dilos. Dentre esses, são nocivos os
ja-carés e os crocodilo. excessivamente
fe-rozes. Estes teem ordinariamenie 3 a 4m
de con1primento, sendo encontrados até
de 8 a 1
o
metros.Os repteis foram muito numerosos
nos primeiros períodos da existencia do
globo. Viviam então sat1rios
monstruo-sos, e os repteis apresentavam fórmas
muito mais nu·merosas que os da
crea-ção conte1nporanea. Outr'ora enchiam
as aguas com medonhas e gigantescas
massas, semeando o terror não só pelas
terriveis armas, como _pelo numero
pro-digioso. Hoje, os repteis, reduzidos a
um numero diminuto de especies, são
filhos degenerados do~ que viveram nos
tempos geologicos. 1
Os crocodilos teem os maxillares
desmedidamente lo11gos, aprese11tando
dentes conicos, pontudos, curvados para
traz .
sem canal. São i11ocuas : a giboia, a
co-bra cipó, a coco-bra verde, as boas, a cobra
collar,
A cobra cofiar é encontrada nos
prados humidos, junto aos cursos d'agua.
A parte de cima do corpo é cinzenta
es-cura, salJ)icada de cada lado . de
man-chas negras irregulares. A parte de baixo
do ventre varia do verde ao branco e ao
cinzento. Distinguem-se, no pescoço,
dt1as mancl1as amare lias, formando um
semi-collar, donde lhe vem o nome.
Nu-tre-se de hervas, formigas, lagartos e
rãs; pode ser domesticada.
· As cobras venenosas possuem uma
glandula sitt1ada de cada lado da cabeça,
para traz dos olhos, que secreta um ve- '
neno horrivel, o qual vae ter, por
con-ducto es pecial, a dois dentes mais longos
que os ot1tros, verdadeiros ganchos
ace-rados. Esse terrivel toxico pode ser
en-gulido, sem causar o menor mal; mas
si for introduzido em determinada
quan-tidade em algt1ma ferida, e penetrar no
sangt1e, determinará morte immediata.
A mordedura da cobra é que é venenosa:
e, tanto mais grave se tor·na, quanto
maior for a quantidade de v.eneno
exis-tente na glandula.
São. serpentes venenosas : a cobra
coral, a vibora, a cobra cascavel, a
naja, o aspide, a jararaca, . o surucucú,
etc. A víbora tem apenas 35 a 70
centimetros; a lingua é -longa, fendida e
Os dentes se mantêm em bom es- cinzenta. O maxillar superior é
esbran-tado pela reparação continua. Em algu- quiçado, apresentando manchas negras ;
mas especies, os dentes são tão agudos o inferior, amarellado ·. As terriveis
e longos, que perfuram o rebordo supe- feridas produzidas pela víbora
entume-rior, apparecendo acima, quando a guela cem, tornam.se vermelhas e algumas
está fechada . Teem 4 membros, reunin- vezes livídas.
do-se os dedos dos membros posterio- O aspíde é tambem alta1nente
to-res por uma me1nbrana natatoria. xico. A morte de Cleopatra, rair1ha do
Quando apprehendem um habitante das Egypto, foi devida á mordedura de um
margen s de algum rio africano, despe- as pi de.
daçam-n o e devora1n-no. Dentre os A cobra cascavel habita a America;
saurios, são nocivos os jacarés e os cro- é encontrada especialmente no Brasil,
codilos. nos Estados Unidos e no Mexico.
Attin-São especialmente nocivos alguns ge ás vezes a dois metros. A côr do representantes dos ophidios. dorso é cinzenta, mesclada de amarello,
03 opl1idios, vulgarmente chama- dispondo-se uma ordem longitudinal de dos serpentes ou cobras, teem o corpo mancl,as negras contornadas de branco.
alo11gado, estreito ·e roliço. Não teem Os oll1os scintilantes f::iiscam; a guela
membros. A bocca é guarnecida de den- bem aberta deixa ver a' lingua bipartida.
tes pontudos e separados entre si. Caracterisa-se por ter na extremidade da
Podemos dividir as cobras em dois . cauda pequ~nas çapsulas, encaixadas
grupos: venenosas e inocuas. As cobras umas ás outras. Quando o animal se
inocuas teem os dentes fixos e cheios, move, essas capsulas resoam . ou choca"
• •
'
•
• 1 • • • ' 1 •
A EJS.COLA PRIMARIA
'
Jham como se fossem vagens
seccas
contendo ainda grãos. Nutre-se de
pe-quenos animaes mamiferos ou de repteis.
E' ovipara. Seus filhos se refugiam
em
sua guela, pouco tempo depois do
nás-cimento.
As najas teem a propriedade de
sob
·
a influencia de uma irritação viva,
Brasil, no
Instituto
de
Butantan, em S
·
ão
Paulo,
emprega-se
com
efficacia
um
soro
contra as picada
·
s
das cobras.
CACILDA DIAS DA CRUZ
'
Tres palavrinhas
entumecer o pescoço,
elevando
vertical-mente a porção anterior do corpo, que
se torna rigida como uma barra de ferro.
Essa faculdade de dilatação do pescoço
é
caracteristica das najas.
1\.11e111011a.-
A verdadeira
pro-A jararaca e a st1rucucú abun~am 11uncia,
segundo
os sabedores deve
s
er
no Brasil, sendo extraordinariamente
an
e
mô'1za
,
palavra
,paroxytona.
A
pro-nocivas.
nuncia
usual portugueza
é
,.
porém,
Vejamos agora os meios a
empre-
atz
é'
nzona,
palavra
esdruxula.
Ramiz
en-gar nos casos de n1ordeduras de cobras. tende,
em set1
Vocabttlario,
que
se
deve
Quando se
é
mordido por uma co
-
corrigir
,
attendendo a que
se
trata de
bra,
épreciso i11-continenti operar con1 vocabulo pouco us,ual.
um lenço torcido, uma corda, uma liga-
.
. Pouco ~suai
e elle,
realme11te, 110
dura acima da parte picada, de modo a
Brasil,
_
mas 11.ao
.
em.
Portug~l, onde
per-interromper toda a circulação do
san-
tence
a term1no.lo~1a
bo!an1ca . popular.
gue com o resto do corpo,
'
evitando a Em taes cond1çoes,
_nao
creio
que se
absorpção do veneno.
possa fazer
a
correcçao. Em meu
fra-E' bom chupar a ferida e fazei-a quissimo
entender,
anenzo1za
é
vocabt1lo
sangrar. Pode-se tambem praticar uma que
está
na
situaçã.o
de
/Jeripe~ia
,
myope
,
incisão descobrindo as partes internas, e
pantana,
etc. Assim
como n1nguem
se
immediatamente cauterizar a ferida ou anima a dizer
JJeripecía
,
como
seria certo,
por meio de fe
1
rro em braza
,
ou empr~- 0~1
~zlópe?
ou
/Jan_,tâ,zo,
tambem ni.nguem
gando
um agente caustico.
d;ra J~ma1s
a1zemo1~a
..
Portanto, ~1g~mos
·
M. Viand Moraes, n
o
tavel natura- la
a11e1no1za,
como 1nd1cam
os
d1cc1ona-lista, empregou com vantagem a compo- rios. A não
ser
qt1e 9ueiram~s fazer
sição seguinte
·
:
·
como aquelle
grammat1co
moribundo.
Sabe-se
que em italiano, tal como em
francez
je m'en
vais
ou
}e 1n'en
vas,
diz
·
se
indifferentemente
me ne và
ou
me ne
vado,
quando se quer dizer:
Vou-11ze
enzbora.
E'
a
mesma coisa,
tanto lo stesso,
dizem
os
italianos. Agonizava
,
póis, t1m
italiano, velho 1Jrofessor de
grammatica,
e
ao despedir-se do amigo que lhe
esta-va j tinto ao Jeito, disse:
=
me tze vó . ..
Mas logo,
acordando
naquelle corpo
moribundo o
grammatico,
tornou: ...
ó11ze ,ze vado . .. ta,zto lo
stesso.
E morreu.
-
Ané11zona.
ou
a1ze11zô1za,
segundo
ou-tros. . . E' tudo o mesmo.
Agua
-
30 grammas
Iodoreto de potassio
-
4
grammas,
Iodo metallico
-
4grammas.
Instillarn-se algumas gottas no fundo
da ferida, previamente dilatada pelo
bis-turi.
Entre n
'
ós um
saudoso
sabio que
foi director do Museu Nacional, o Dr.
Baptista Lacerda, descobriu a acção
do permanganato de potassio contra as
peçonhas orphidicas;
e
desde
então,
VJ.11-garisou-se o 1Jrocesso de injectar no
lo-gar
desta ferida uma solução deste
sal.
Cumpre,
entretanto,
que
a
inj~cção
seja
.
feita em um tempo muito
curto,
logo
após
a mordedura, isto é, antes da
absorpção
da peçonha, porque, caso contrario o
perma11ganato de potassio apenas
des-truirá os tecidos
em
contacto,
sem
alcan-çar os
seus effeitos
anti.toxicos.
·
Hoje,
em
vista dos
estudos
de Vital
•
•
I,11111bago. -Palavra
relativame11te
rara (felizmente!), o povo
quando
a
en-co11t(a tende a fazei-a
esdr11x11la.
Mas a
pronuncia correcta
e
corrente
entre
os
que
sabem
éltt11zbágo.
O
que
não
impe-diu que Moraes (e
era
Moraes !)
regis-tasse
em seu
Diccionario apenas a forma
erronea
lúnzbago
.
,
V ••l11ta1.
-
E'
tambem paroxytona:I
• • • • • 1 • • • { 1 • ' • • • A E SCOLA PRÍl\1:ARIA
19i
• •v
o
lti
'
ta,
n1a
s
corno não
se
trata de termo
corriqu
e
iro, ha quem di
g
a
vô
lu
t
a.
O
s
que
assim prof
e
r
e
m acharão talvez que em
vóltita
ha mais, corno dir
e
i? , mais
am-plitude
,
mai
s g
eito de curvas amplas, e
que o
incenso
e
1n vóliitas
é
1nais
do que
em
s
imples
volutas.
E
'
pena,
ma
s
a palavra
ér
e
almente
paroxytona e assim a empre
g
am o
s
que,
corno
o
s
archit
e
ctos, deli a se servem com
frequencia.
•
'· 1
-Correspondencía de T
re
.
s Pala vrínhas
N. P. -
Co11st1lta a respeito da
a11al
y
se sy11tactica qe
Camões,
Lusíadas
c . 111, e . 25 :
Destes Ant·ique, dize1n que segundo,
filh o de l1u111 Rei .de U11 gria exp'rim entado,
P ortu gal houve em sorte, qu e no n1t1ndo
E11tão na o era illustre prezado .
•
Divido as
s
im
as
orações:
1 ª)D
e
st
e
s
Anriqtt
e
h
o
ttve
e
,n sort
e
Portugal
;
2ª)s
e
gittzdo filho d
e
l
z
u11z
Rei
d
e
U,zgria
e
x1J
'
rim
e
ntado
(apposto,
que
r
e
pre
s
enta
oração elliptica:
qzte era
... );
:'>ª)qtt
e
no
'
mt11zdo
e
nt
ã
o n
ã
o
e
ra illustr
e
nem
pre-zado.
•
E
o
dize11z
qtt
e
;
perguntar-me-á
a
collega, que é que faz delle ? Penso
que
est
e
di
ze
nz que
é
urna
oração
extra-periodica. Equival
e
a
dize,,z
collocado
entre parenthe
s
is.
Não se pode admittir,
como
pensa-va a
S
ra.
, que a divisão seja:
1 ª)Dizenz;
2ª)
qiz
e
d
e
st
e
s Anriqu
e
, s
e
giz1zdo
filho . .•
ltotive
e
,n sorte,
pois então haveria
du
-vida a respeito do seguinte: se
A
nrique
tivera
ot1 não
por sorte o governo
do
condado de Portugal. Ora,
isto não
era
pa
s
sivei
·
de duvida.
O que
era
incerto
éque
D.
Henrique fosse segundo filho
de
uni
sabia rei
da
Hungria.
Aquella
oração extra-periodica
para
exprimir
t1rna
duvida,
urna conjectura,
emfim para eximir
o autor de escrever
por sua
conta alguma
coisa,
é
ainda
cor-rente na lin
·
guagern:
Eu
,
dizenz
que sou o
cl
z
ej
e
,
equivalente a
-
Eti sott
o chefe
(dize11z
i
s
so,
,ião
sei se
év
e
rdade).
-Aqtt
e
lla
éa casa do Moitra,
dizenz qzze
tlm verdadeiro
1nz1s
e
tt,
equivalente
a
-Aqtt
e
lla
éa casa
do
M.,
tltn verdadeiro,
nztzs
e
u
(diz
e
11z
isso
,
ncio soit
€Uqiie11i o
affirnza.)
•
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