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A Escola Primaria, 1924, anno 8, n. 7, ago., RJ

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' Sób

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dir.ecção de i nspectores. escolares do Districto

• • • • • • .. • • • L

Direetor-Presid ente

íLFREDO C. DE F . Al VIM

Redatção: RUA 7 DE SETEMBRO, 174

Officinas : RUA DO CARMO, 55-A

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' .J • ,Gerente : YELVA P. DÊ SA FREIRE ~·ssign:tturas ~ 6um anno · • • • • · · • · • • • · • • 1 n1ezes •...•.•... • • --4=" ...Jli...=,..J:..- - , - - . , - - - - -- -- -- - -- - - - ~ - _ _ ; _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ . _ _ _ _ _ _..;..;~ - _ _ _ , ; _ --Â . ·- -• 9~000 5SCOO • • •

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7

SUI\.-!lvI"..P6:ilO • • econceito de gratuidade

1zada Santa

!ira L eitura para Adultos.

1cdiente

,.

M·estre escola . .. ... . .

Othello Reis. . . .. ... . .

Jb.izathas Serrano. . .. . Othello Reis .. . . .... . . ,,

..

.. • Tres palavrinhas

Educação do homen1 e do cidndão 1-fistoria

Geographia.

• •

car... . . ... . . uu::, ~on1ple111cntos ,1umericos.

S . R . . . . . . . . . . . Dias de trabalho:

Noen1ia Eloya e lnah

Martini... . . . . . . . .

· Oty,npia do Coutto . . . . LinArithn1etica gua Materna ·

· .. ~ Caci Ida Dias da Cruz. Lições d e cousas E_ Blu,ne.. . . . . . . . . . . Sciencias Physicas e Naturacs

,· . . . _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ ~ - -· _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ ---!"'" _ _ _ _ _ _ _ • • .. • • • • ' '!it • •

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''preconceito''

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da gratuidade

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En1 livro recentemente sa/zido dos pré/os, seraveis oiz pauperrimos, têm direito á

assisten-. insiste o Sr. Frota f.Jessoa, alto fL1nccionario da eia do Estado. · ·1nstrucção Publica Municipal, enz seu n1odo de Quer-nos ptlrecer que o autor não se acha

opi11ar, já anteriormente expendido, acerca do com a razão e qLLe se deixa arrastar lambem por

qL1e cl1a1na o «preconceito da i11strucção gra- 'opinião precorzcebida, isto é, . por outro 11.prec

on-tuita• . . · ceifo». Unz preconceito tão da,nnoso, se não rnt1if~

O autor, ql1e foi largo tempo u1n dos nos- mais damnoso do que o de que vimos soff .. .:ndó e

so.i.: dístinttos collaboradores, goza de considera- que, enz seii entender, d.evemos abolir. .

.,.·vel prestiR,io nos meios pedagogicos e adrrzinistra- Antes, porém, de abordar o assunzpto,

c,1111-tivos e eis por que entenderrzos não deve,n passar pre chamar a attenção para un1 lapso, antes qt1e

rrz jt1lgado certas a/legações 1zão rigorosamente · ·corra 111undo com f óros de verdade. Diz o ~ •. :,. . 111,zdadas e certas opiniões um tanto descuidada- Sr; Frota qz1e a «Prefeitura se exlzal1re · para

rnênte proferidas, que não erzcontram apoio na dar escolas e professores a sessenta mil» e e111

• w verdade dos factos. 1 011trp passo do. artigo justifica este «exlzaurc-. ex-.

..

. «Aos /zomens de pensainento, aos admi.rzis ... . r plic[!,ndo que a m1:1ntcipalidad~ gasta com o serviço

. f radores 11resentes e futuros~ de · nosso departa- da znstrucção pr111!ar1a quasi 111n terço d.<1: re~zi1a

rnenlo de ensino, quero mais uma vez impôr este · que aufere· Ora,_ isto é fr~nco exager~, pozs a

proó1en1a, para que izns O estudem e otitros O re- renda . orçada aftznge a mais de 100 m~l contos

solvam, como é de seu dever.·- E' preciso dar po,: an~o, ~mquanto as de~pesas com o ensino

instruccão prinzarla a cento e oite,1ta mil crean- przmarLo nao chegam a 12 mil contos.

ças· (e ne,n 1zos ref Primos por ora <) educação · Feita esta resalva preliminar, deixen1os

profíssional), entre as quaes umas cirzcoenta nzil, claro qt1e não p~de,nos subscrever os conceitos digamos, podem pagai-a Oll a pagarão, ,nesr~o com do Sr. Frota Pessoa. Não é um vão preco11ceito

sacrif icio. A Prefeitura já se exl1aL1re para dar j esta vell1a convicção de nossos estadistas, de que

isco/as e professores a sessenta mil. Qual . deve a es_cola publica te,n outra fu11cçdo social na de·

ser o seL1 criterio na escolha. dessas sessenta mil mocracia, que não apenas a de preparat o

fere-. que ella acceita rzos seus estabelecimentos ?» Eis bro dos al11nznos. Ndo. A escola tem unz Jin1 mais

ãs palavras textuaes com que o autor expõe re- alto, como o serviço militar não é apenas 11m

re-sumidanzente o problema. Para resolvei-o, que in... curso para se treinar o cidadão no uso das

ar-. ar-.ar-. dica o emi11ente escriptor, com o peso de sua au- n1as. Ndo podere,nos de forr11a algi1ma renunciar toridade dupla de estudioso e fi1nccidnario, con/ze- á crença de que á escola prirnaria ptrblica, leiga;

.. c~dor dos bastidores ? Quasi exclusivamente isto, grattzita, devemos a instit11içdo de LLnz fundo 1nor.al

"riu pelo mentJs precipuarnente isto : que cemmum, qt1e se nllo nivela enr riqueza e em aspira-ie estabeleçam taxas para certas clas$es, que ções os homens, estabelece pelo ,nenos entre tlles

~ cer:ren1 as porfqs da escola gratuita para aq11el- o laço forte da solidariedade nacional. Este /aro

,li_s que forenz julgados em condiçôes de pagar. é que estaria ameaçado no dia em que se

divi-'Por outras palavras, ter/amos, a executar-se seme- disse em castas a populart10, segundo os recursos lhante reforma, a população dividida em duas financeiros de cada uni.

astas: a dos que podenz pagar, e a .. · dos que, mi- . A instrucçao ndo é ape11as um bene/iclq

-

-

-

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- -... .. ... - . ...,~----,...,...,...___

·Toda a correspo~aen · deve ser dirigida á Redacção, rua lde Setembro, 174"

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' • •

(2)

• ' , 182 •

A

ESCOLA

PRIMARIA

' .

individual, n1as condição sine qua da propria

exi5fe11cia 11acio11al. E' z1m serviço a <JUe o

cida-dão deve ser co111pellido, se não por lei,

dire-ctanze11te, pelo ,nenos por processos indirectos. E

.se é z11n serviço nacional, co,no a instrucção

mili-tar o é, não é evidente que deve ser grat11ito e

igual para todos? Admittido qt1e os abas(ados

(e con10 seria difficil separar os abastádos ! )

de-vanz pagar, por que ta,nbem 11ão exigir daq11elles

.que não são miseraveis _que pague,n o 11niforme

que usam, e a m11nição q11e co11somem e a conzida

que gastam os que são e/zanzados ao serviço das

arn1as ? Tanto é serviço um como outro . ..

.,,,,,

H<f algum tempo que ve,nos crescere,n as

sympatl11as. enz nosso ente11der infundadas pela

these suste11tada pelo eminente ex-collab~rador

desta ,·evista, com q11em agora esta,nos e111

des-accordo neste assun1pto, e devemos consignar que

o observamos com tris'teza e com sobresalto

por-qz1e não podenzos conceber que e/la se coadu11~ com

os principias da democracia. Poderá ser uma

dou-trina econo111i~a! mas constitue tambe1n,

principal-ine11te, u111a seria ameaça aos interesses moraes da

nação, que valem incomparavelmente· mais.

1-IDEAS E FACTOS

·

A cruzada santa

· isto, que escl.arec.er a mais ninguem, to-das as consc1enc1as estão esclarecito-das

'

todas as vontades estão conciliadas. Vida E1 sorte, neste paiz, de quasi todas de povo, hoje, não ha, que não seja tim

as idéas formosas terem, mal 11ascidas grande apostolado: no meio de todas ainda, a sat1dade de si mesmas como ~s lutas, o pensamento do destino J1a-de melancolica assistencia. Ha um seculo encher todas as almas, e enchei-as de que, entre esperanças e decepções, se alguma c?isa que é eterno, porque ha-vem clamando, em sonoras phrases, de sobreviver a todas as contingencias. contra o analphabetismo nacional. Ha, no emta11to, tratando-se do

en-• E, a despeito de generosas tenta- sino, alguma coisa que é prec.iso estudar

tivas, o problema permanece sem solu- e discutir, uma face do problema que

te-ção definitiva. Entretanto, é hoje pueril mos de submetter á analyse JJrofunda e qualquer controversia tendente a eviden- segura : é a orientação de todos os

esfor-ciar a necessidade dP instruir o povo. Te- ços que se tiverem de consagrar a esta

mos, incontestavelmente, vencido esta causa supre1na; é a 11atureza da instrt.i-face do problema : ha um accordo per- cçâo que convém ás massas, e o modo

feito elos espíritos, em todas as nações, como tem de s·er ministrada essa

instru-quanto á obra que constitúe o interesse cção. Como faz ver um autor dos 11ossos

sttperior da~ socieda?es huma~a?, quaes- dias : isto não quer dizer que admitíamos

quer que seJam os climas, as v1c1ss1tt1des um genero de instrt1cção para as classes

, historic~s, _ os h_o,rizonte,s ·moraes de sua ! ricas , outra para o povo : é aliás, exacta·

i aggrem1açao pol1t1ca. Pode'!! contr?ver- ~ente o contrario disso.

O

que,

inques-te!•se syAstemas, escolas ph1losoph1cas.; t1onavel111ente, é preciso, antes de tudo JJº?<':m por-~e ~m. contraste 111etl1odos sc1- ( desde que colloquemos devidamente 0 ent1f1cos, pr1nc1~1os de arte,.processos de problema) é habilitar o homem do povo .

trabalhos, organ1zaç<'íes soc1aes ·; pódem a sair da contingencia dolorosa a que 0

submett.er-~e á dialectic~ as i~éa~ ·mais red~ziram na vida moderna as compli-co~t~~d1tor1as . e~ mater1a de 1ust.1ça, de caçoes de natureza social, complicações rel1g1ao, de d1.re1to, de bem publico :, a que affectam, sem duvida todas as clas-proposito de tudo isso pódem os l1omens ses, mas que opprimem 'e torturam

so-disse1~tir, e até se co.m~ater. Mas,l1a uma br<:tudo, e_ de modo crescente, o p;ole-q~~stao em que. co1nc1den1 t_9dos os.es- tar1a~o. Emqt1a11to , estiver na triste p1r1_tos _e a respe!to da qual nao subs1~te condição e.m que se acha, não poderá mais d1screpanc1a entre os homens; e a o homem do trabalho cuidar do sett es-questão do ensino, isto é, o dever a que pirito : o seu destino 'ha-de ser sempre se não .P?de furtar :ociedade alguma, de sacrificado, até qtte alguma nova organi-transm1tt1r .ás geraçoes f.uturas tudo quan- Z'ação social venha a permittir que o ho-t~ de mais exceltente t1veran1 as presen- mem possa realisar no trabalho o imple-tes gerações. Nao J1a, portanto, sobre 1nento da g1·ande miss·20 da vida>. Este

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• •

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A

E:SCOLA

PRIMARIA

183 •

1nodo de entender a causa ha-de dar-nos estar material. Não é possivel bem

es-um criterio seguro para decidir qual o tar sem riqueza. Não é possivel riqueza

genero de instrt1cção que deve~1os mi- sem trabalho. Não é possível traball10

nistrar á infancia. Fazemos, ass1m,ques- sem uma capacidade, cada vez maior,

tão da natureza de cultura. Não é a vaga de triumphar na formidavel concurren-instrucção , que convém fornecer e espa- eia das actividades. Imaginem-se todos Jhar : é a boa instrucção, a instrucção os dons miraculosos que pódem exalçar

que fecunda o esforço ht1mano, qu: r~- uma vida : a belleza, a virtude, a inno-constitúe a criatura, que arma cada 1nd1- cencia, a magestade moral - dons divi-viduo de uma somma de poder, que só nos; a intelligencia, o talento, a lucidez,

se póde medir pela extensão da capaci- privilegio dos escolhidos ; a mansidão, o dade productiva a que se elevam a von- carinho solicito, a propria misericordia, tade-. e a intelligencia. Não é, pois, ape- que é apiedade l1umana exaltada att! a nas a instrucção que se precisa propagar, grandeza de Deus -o ~ublime a,mor do pois que ha instrucção que perverte e semelhante- excellenc1a a que so ascen-que~mata, que annulla o individu_o, que dem os puros, que se elevaram até a be· faz do homem um ele1nento mao, um atitude redemptora : em summa,

conce-factor vegetativo de toda ordem, de todo bamos todas as fortunas, todas as glorias,

bem soê'fill. todas as coisas magnificas reunidas em

O que aspiramos e queremos ~ a uma só vida, e perguntemos a nós mes-instrucção fundamento da riqueza, a 1n- mos o que seria entre os homens tudo

strucção disciplina moral, instrucção isso sem o solido lastro que ha-de

cons-assento das grandes virtudes, a in- titui~ o fundamento da existencia social

strucção miraculosa que faz o accor~o dessa mesma vida?

das almas, que se torna a segurança ao Na sociedade dos nossos dias o direito, a garantia da justiça. . porque é primeiro dever do homem é ser um fa-a unicfa-a que renovfa-a e que ed1f1ca. ctor do grande producto, que interessa

A propria situação do homem no a toda a communhão. E é por isso que 111 undo está a dizer o que é preciso fazer. um povo ha-de ser tanto mais rico e po· Temos hoje separado, e perfeit~mente deroso quanto mais amplos os f actores distincto · o grande dever das criaturas, que têm de produzir a sua riqueza e o nas du;s faces capitaes sobre que é seu poder : - que uma civilização será

preciso encarar a existencia. E ainda tanto mais brilhante e grandiosa quanto

consideran1io sob o mesmo ponto de mais largo desdobramento tiverem as

vista-o homen1 no seu destino social qualidades da raça que tem de fazei-a.

e O homem como funcção ou como ser Procuremos na historia e vetemos, hon-de um typo eterno ott con10 exrJressão tem como hoje, as testemunhas, mais de um ideal divino - teremos de come- irrecusaveis de que todos os que vence-çar vendo, primeiro, na criatt1ra supre- ram, fizeram a sua victoria mais que de

ma , as relações em que se acha com as sacrifícios - ,fi~:ram-n'a de trabalho . contingencias que regularr1 toda a pro- dessa como v1g1l1a constante contra a m1-funda , complexa, augusta finalidade. seria e contra o soffrJmento.

Oest'arte, apparelhe1n-se homens que E' natural portanto, a orientação

sejam capazes de haurir desta felicidade da consciencia ~niversal acerca do

ensi-de viver as ineffaveis I?emaventuranças no popular. E' a escola pratica que

te-sonhadas pelos santos. mos de criar ; a officina, a fabrica, o

Quaes são as condições de ser fe- campo de experiencia, a cultura nor-liz na sociedade ?ºs nossos !empcs· ? mal ; 0 jornal, a bibli~theca, aA 1.ei-Tudo se resume na •.ndependenc1.a n1oral. tura publica _ tudo, emf,m, que for 1!'-E 11ão se concebe 1ndependenc1a moral dispensavel á formação de homens ute1s.

s~m uma vas.ta .catJacid~de de vencer

ª

·

E' necessario que cheguemos a um vida, .de subs_1sJ1r. por si mesmo, de s,o- tempo em que não se encontre mais, em brepu1ar as v1c1ss1tudes em que se en- parte alguma um individuo sem profis-co11tra ,a criatura, desde que desabrocha são sem O ;eu officio sem a sua arte

Para a vida até que afunda na voragem . ' . t · ' '

1 seu m1s er.

myster1osa de alén1-tumt1 o. , .

Não é possível ser feliz sem beOl Nesse tempo e que completaremos

(3)

' 184 'A

ESCOL~ PRIMARIA

a extensão do territorio pela grandeza

de uma raça historica, reconstituída e

fe-cunda, e juntaremos ao explendor da

natureza o poder e o brilho do nosso

esfo.rço e a magestade do nosso genio.

O livro para analphabetos adtJltos,

qu'e analysamo~, confirma a nossa

opi-nião e está em condições de prestar

ex-cellente serviço a nossas escolas

no-cturnas.

Laoncio

Correia.

- -<<O»- ·

-E' bem feito e tem requisitos de

alto valo·r: a materíà é apropriada; a

ordem seguida é logica; a forma simples e con venie11te.

Aliás, para que o resultado seja

se-gL1ro, é indispensavel sejam seguidos á

Primeira Leitura para adultos

risca os conselhos do autor dados no

prefacio e em notas. ·

Ha muito se faz notar, e11tre nós, a Tratando.se de un, plano

syste-falta de U!l1 livro adequado ao ensino de matico, modificai-o arbitrariamente é

adulto<; analphabetos. adulterar o fim visado, expondo-se ao

Nos CL1rsos nocturnos, a instrucção mallogro. .

é ministrada em livros destinados a E ne ste po11to todos os nossos

lou-crianças

,

tornando-se por isso a leitura

'

,

I vores ao livro seriam

.

poucos, si, corn o

impropria e pouco attrahente, pela in- seu uso, se ger1eral1zasse, n0s ct1rsos

fa11tilidade do assumpto. nocturnos, o methodo da sentenciação.

Comquanto inculto, tem o adulto E' entre 11ós corrente o precoceito

uma concepção pratica da vida, de suas de ~ue tal processo não prova bem no

necessidades, adqtririda á custa da fa- ens1no_de a~ultos.

diga diaria. Nao atinamos com a razão do

Para interessai-o na aprendizagem asserto.

de leitura, é mister que o mestre se _?i elle .é racional (e na :ioss~ opinião

nivele ao discipL1lo, se identifi 1ue com elle e o ~ais consentane? a razao) deve

elle, para conhecer o ambiente em que necessariamente ser appl1cado a todos os

vive, a sua linguage m familiar, as dif- logare: e a todas .as edades. · ,

ficuldade s com que lucta e que procura Nao ha duvida que o progresso e,

resolver. via de regra, mais lento no adt1lto do

Questões todas de ordem pratica, que na criança; mas isto seja q~al for o

que sómente podem ser apreciadas e m~thodo emprega~o, e por motivos

so-resolvidas por qtrem tenha convivido be1amente conhecidos. ·

com o nosso povo, inteirando-se de Mas temos como definitivamente

perto de seus l1abitos e pendores. assentado que . a sentenciação é o

me-foi o que fez, com mt1ita fe- thodo por excellencia de alphabetização

licidade, o at1tor do livro «Primeira lei- collectiva, e basta esta vantagem para ·

tura para adultos. » fazer resaltar o seu merito.

O snr. A. Joviano é um observador Estamos certos de que o livro do

e tem um longo tirocínio de mestre. professor Joviano muito contribuirá

Professor de humanidades longos para dissipar essa prevenção

injustifi-annos, dedicou-se ultimameut~ ao en- cada, prestando assin1 relevante

ser-sino primario, com real exilo, revelado viço á instrucção. '

pela longa acceitação de suas obras

didaticas.

J.

s.

• •

Manual Civico

.

ARAUJO CASTRO

• •

Obra adoptada para uso dos alumnos das escolas do Oistricto

e de quasí todos os estados do Brasil. . federa 1 •

A'

venda nas principaes livrarias.

- •' ' • • • • 1 • • ' • • •

me

or

-

mac 1na

e escrever

• • ' • • • • • • •

As qualidad

es

que

distinguem

a

UN

JERWOOD

de

suas

congene1·es

são

tantas

e

tão notaveis, que

a

tornam

a

machina

(standard),

cuja reputação

universal

em vão

procuram

as suas

rivaes

egL1alar.

rAUL . CHRISTOPH COMPANl'

C)VVIDC)R, 98

RIO

• '

S. BENT~, 45

S. PAULO

D

(4)

r

,

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Companhia

Nacional de Seguros de Vida

= = :t'UNDADA E1'1 IS

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alca11<;011 110 se11 2 S a11ni,·e1·- .

rio os seguintes 1•cs11Jt,,tl<,s :

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RIO DE JANEIRO

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Primaria

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Co~ a presença dos Drs

.

Jos

é

C. da

Costa Sena. Fernando Manoel Nunes,

Arthur Joviano, Waldemiro Potsch e as

Snras

.

professoras Isabel Soares

e

Alice

A

.

Souza Leite, realizou-se no dia

10

,

ás 16 horas

.

n

e

sta redacção, conforme

annunciámos

,

o sorteio. entre nossos

assi-gnantes

.

de uma collecção d

' <<

A Escola

Primaria

)>

composta de sete volumes

rica-mente encadernados. Coube o premio á

nossa assignante Irmã Maria Horta, do

Collegio Maria Auxiliadora

,

dà cidade de

Victoria.

O

segundo sorteio será feito no dia

16 de Setemdro e o premio que por elle será

conferido consistirá em uma assignatura

annual da exê:ellente revista franceza

((

L

'

ecole et Ia vie

>>

.

'

EXPEDIENTE

A Escola Pri1naria » circula em todo o

Brasil. .,J •

Os pedidos de assignaturas devem vir acompanhados da respectiva i1nportancia e en

-dereçados á

Redacção d'A Escola Primaria - Rua Sete de Setembto 174- 1° andar.

As collecções dos annos anteriores, de

1916-1918, 1917-1918, 1918-1919 e 1920-1921, 1

921-1922, 1922-1923, são vendidas na mesn1a reda·

cção ao preço 10$000, calla anno, en1 avulsos 12$000, cartonadas e 1'4$000 en1 voltt mes enca· dernados. Os pedidos de col lecções, pelo

cor-reio deve rão vir aco1npa nhados da respectiva

im porta ncia e d e 111a is 1$000 para collecção

a11-nual, para o registro postal. ·

_

_

_

_,....

Só se acceitam annuncios com pativeis'

co nto caracter desta Revista .

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--

-P edi1n os aos nossos assig nantes o

obse-quio de nos enviaren1, po r escripto, tanto as

comrnt1nicações de 1nudanças de endereço, como

qu aesqu er reclan1 ações relativas á remessa lia

revista.

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--Os Snrs . assiguantes, annunci antcs e

quaesq11er pessoas que tenha1n negocios a tra

-tar com a admi nistração ,iesta revista pod~rão

procurar a gerente na redacção das 13 ás 17

110-ras nos dias uteis .

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-

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A Livraria Alves, rua do Ouvidor 166, tem á venda todos

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Obras do professsr

Ruy

de Lima

e

Silva

(da E

s

cola Polyl

e

chimica}

• •

Arith,n

e

tico. El

e

m

e

ntar

Livro I. Obra adaptada officialmente nas Escola s Jo Estado do Rio do Ministerio da Agr,cultura, para a t ª serie das escolas primarias. Preço:

t$500 o exemplar cartonado

-Arithmetica Pratica

e

Formularia.

Compendio

adaptado na Marinha e nas escolas do Ministério da Agricultura, bem como nos

collegios e escolas do Districto federal, Estado do Rio; Minas, S. Paµlo e Per-nambuco. Preço: 3$500 o exemplar cartonado. A' venda em t<1das as Livrarias.

Deposito gera 1: 111111. tio Ouvitlor, S9 a1.11tla1.r .

-....

-•

(5)

,1

• • 186 A ESCOLA PliI~.!ARIA

11.

A ESC0LA

Dos complementos numericos

I dá evidenternente o mesmo resultado

(Lições para as classes primarias)

( Co11tin11ação)

l I

que + 96 X + 9 1.

Effectuando directamente a (4)

mui-. tiplicação dos b"inomios numericos

-11 oo + 4 e - 1 oo +9, achamos :

1 - 100

+

4

'ºº

+

9

Nesta segunda lição exporemos, l?o'i • 100 X 4 - 100X 9 +9 X 4 =

JJrocurando simplificar o mais poss ivel , lOO"-IOo (4+9) + s6- 10036- 1300

-a regra que nos permitte resolver ttma I oo36 + c1JI 1300-10000-- ! 0036 + 6?00

multi.plicação pelo em1Jrego dos co1nple- - 1

d

eze

,za d

e

11zil!zar

= 8736 ,

, 111entos. (L) E' claro, que, - em se tra- De accordo com esta exposição

tando de uma mt1ltiplicação nen1 sempre formt1laremos a segui11te regra para se

1,a vantage m em fazer1no s uso do s com- resolver uma multiplicação por compl

e-lJlementos nesta operação. mentos.

Em com1Jensação, porém, desde REGRA. -

Mttlti1Jlica11z-se os

co,,z-que os fa ctores dados se approximem

/Jl

e

11z

e

1ztos

dos

fact

o

r

es

dados, obtidos

e

,1

1

sensivelmente da(~) t1nidad e em relação

r

e

l

ação

á

11z

e

1zor

tttiidade

JJos

sive

l;

so,,z.

á qual são obtidos os se t1 s compleme11-

11z

rr

11z-s

e

essesfacto

r

es,faze

1

zdo

1

zasu

a

so11t-tos poderemo s acl1ar até me11talme11te o

11za

ab

s

tracçã

o

do

JJri11

ze

iro

algaris11zo da

seu prod11cto.

es

q

t

t

e

rda, 11zulti;Jlica1

zdo

ainda

1n

e

1ztalnz

e

1

i

-Expliquemos a 'rasão do (º) proces-

te

esta

so11znza

/J

e

la

tttzidade qtte servitt

so da mul tiplicação JJOr comp lementos.

de

bas

e

aos co1111Jlenzenf(ls: so1111na11z-se

Supponhamos que se queira obter

fi1zalnze11te os dois re

.

'it

tltado

s,

obte,zdo-se

JJo r com1Jlem ento s o productos 96X 9 1.

assim

.

u11za

so1111na

egtta

l

ao

/Jrodu

cto dos

E vi demente temos que 96- 1

oo-

factor

es

dados.

96- 100= 104·= - 100 + 4= - 96 e 9 1 100- 9 1 - 100 = 109

=

100 + O =

-..9 1, porqu e as quantidades p ositivas são . _

equivalentes ás nega tivas qt1a11do tê m o 1

·º

façamo s

ª

SLta appltcaçao

ª

·

º

mes mo valor numerico. lJroducto de ~42 por 9.?..

O

producto de-· 96 por - 9 1, nos 942X 9

+

- - - J Cpl 942 - 5ô 942

(1)

Vid

e e

rno 1

1

. 12

da

R

e

vista

Na-

1

X

+

·

cio,zal

qit

e se

/Jttblica

e11z S.

Paulo,

,

corres-

Cpl 092 = 908

ponde1zte ao

11z

ez

d

e

Sete11zbro

d

e

/922, :__

- - -

092

a tlzeoria g

e

,z

e

ralisada qu

e

d

e

i a

o es

titdo

464

da

applicaçrto

dos

co111;Jle111e1ztos á

r1ztilti·

522 - t )o34 X 1000= 34000

plicação

.

___

.:....

(2)

Co,zvérn,

/Jttra 11zaior facilida-

~26é4

d

e

do calcttlo, qtia,zdo os

f

acto

r

es

não ti.

verern o

11z

es

1no 111t11z

e

ro d

e

algaris11zos,

to,,zar

os co11z;Jle11ze11tos

,

e

11z rela

ção

á

111

es-111a tttziclad

e

qtt

e

d

e

v

e

se

rvir

de

ba

se

ao

co11z;;le

11z

e1zto do

11taior d

os

ja

p

!or_es.

(3)

O

professor podera dispensar aos seus disc-i1Julos o estudo da theoria deste pro cess o,

e

1zsi1za1zdo

-

llzes

so11zente a

Stta

/Jratica

co,zf

ornze a

ex;Jore,nos

11zais

adiante.

'

( 4)

Para

se

11zultiplicar 1111za

ex

·

/Jr

essão

d

e

varias

ter11zos

por

outra

tanz-betn d

e

11zuitos

ferinos,

1111.tlfi;Jlica-se cada

ternzo de u11za

ex;Jressão

por

cada

ter,110

da outra,

se,zdo

positivos os t

e

rmos do

/Jroducto qzte resiiltar

e

,n da tnttltiplicação

de

ter11zos

qtze

te11ha1n

o ,nesmo

signal,

01,

n

eg

ativos, qtta,zdo resttltare,n da

11zulti-plicaçâo de ter,,zos de s/.g,zaes diff

ere,ztes.

• • • ' 1 • • A ESCOLA PRIMARIA . 187 52664

+

34000

=

86664

=

942 X 92

2 . 0 -e- Achàr o resultado da n1t1lti

-plicação 9999 X 9999 .

Neste exemplo poderen1os obter

mentalmente e com o mínimo esforço o

producto pedido : 1 + 1 )99980000

= 9';98.ooo 1, confor1ne a regra acima .

3: - Effectuar a multiJJl icação de

975 por 995 .

fazendo applicação da re gra dos con1ple1nentos, temos : • 975 X 995 Cpl 975

=

25

X

+975 · 995 Cpl 995 = 5 -- - 1 )97o X 1 000= 970000 • 125 • 125 + 970000

=

910125 = 975 X 995.

Se m g rande esforço , segttindo o

mesmo processo exposto, poderiamos obter mentalm e nte o producto destes

factores .

Para seren, resolvidos 1nentalmente pelo processo que acabámos de explicar,.

devem os S rs. professores propor aos seus alumnos, g radativan,ente, exercícios

con,o os segt1i11tes :

99X 99, 99X 84, 99X 73, 999X996.

999 X 991, 999 X 985, etc.

( Co

1zti1ztía)

Manáos, Maio de 1924 .

ABI LIO DE BARROS A.LENCAR.

Lente da Escola Normal de Manáos.

DIAS DE

TRABALHO

.

'

« Para fazer 600111 d.e certo trabalho,

15 01Jerari os, trabalf1ando B horas por dia , levam 7 dias. Quantos dias levarão

·18 operarios, que trabalham 9 horas por dia, r.>ara fazer 1400 metros do n1esmo

trabalho

?

»

Qualquer alumno a quem se dê o

pro_blem_a acima, arrumará logo, segundo

esta hab1tt1a~o, os daclos e a incognita :

600111

- 15

op

.

1400- 18

-- 8 li. -- 7 d

- 9 - X

A seguir fará sua analyse, seu

ra-ciocínio, seja pela reducção á unidade

seja pelas proporções, e ch.egará á se'.

g uinte fórmula:

x = 7 X 1400 X 1 5 X 8

600 X 18 X 9 •

e fe itas as simplificações por meio de

cancellamento, terá

x

= 980

dias

8 1

-Será o momento de extrahir os

in-teiros. Achará 12

dias

e um resto 8.

PQ-derá escrever 12 8

dias.

Mas,

ante-8 1

riormente insinttado, !)referirá, como é natural , exprimi r o tenipo em

com-p lexos . Que fazer então? l)escttidoso,

pensará logo: multiplicar o resto B por

24, porque o dia tem 24 horas; dividir o 1Jroducto 192 por B 1 . Se o fizer, estará

errado, como el le proprio reconhecerá com um pouquinho de attenção.

O

dia, dizemos em geral , tem 24 horas, mas não ahi : o dia, no problema

dado, é de 9 horas apenas. Portanto a

fracção

8~ é de 9 horas , não de 2.4.

Assim sendo, devemos multiplicar o 16

por 9 e não por 24. A differença será

grande . ,

Ha

<;orno esta outras pequenas observações a fazer quandó se dirige a

classe de arithm etica. Estott certo de que

com uma deltas, ou com todas , não con.

quis tarei a coroa de lottros mas não é

pelos louros qtte escrevo, e sim

para

prestar peqttenino serviço aos compa-nheiros de classe·. , ' • • •

s.

ll , • • d • /

• • • •

(6)

l ' ' • ' • • 188 . - ' • A ESCOLA PRIMARIA ' '

Lições de Cousas

ANNO • •

Repteis venenosos

Antes de tratar especialmente dos

repteis venenosos, façamos um estudo

sobre os repteis em geral.

Caracterizam-se os repteis por

te-rem geralmente o corpo envolvido por

u1na

camada epidermica espessa,

for-mando tuberculos ou escamas, e

algu-mas vezes, cascos. Uns andam de rastos,

pela adherencia das escamas ventraes

so-bre o solo, como as cobras; outros, como

.as tartarugas, lagartos e crocodilos,

pare-cem arrastar-se, porqu~ as pernas,

exces-sivamente curtas, não podem manter o

corpo em posição elevada. Os membros

locomotores, quando existem, são em

numero de quatro. A respiração é aerea

e pulmonar. São animaes de sangue

frio ; a funcção respiratoria, fonte · de

ca-•

l

facto de se despojarem de seu velho in-volucro, após o periodo da hibernação.

O crescimento dos repteis é muito

lento, e se perfaz durante quasi toda a

existencia. A longevidade é extraordina-ria, o que não é de admirar, attendendo 'a que, durante varias mezes do anno,

gastam-se menos que os outros animaes·,

attingindo, porta11to,edade mais avançada Raramentê se alimentam, sendo a

digestão m t1ito lenta. Os jabotis podem

passar dois mezes sem comer nem

be-ber.

1 •

DIVISÃO

Os repteis poàem ser divididos em

tres orde11s: chelonios, sat1rios e

ophi-dios

(

1

· Chelon ios tartarugas

terrestres l kagados 1 Jabot,s r . ) as do luv,aes An1azo11as dos panta -nos ,narinhas

lor interno, se exerce muito fracamente

nos repteis. Pela baixa temperatu.ra do

corpo, procuram climas ardentes;

formi-gam nas zonas quentes da Asia, Africa e

America, sendo muito raros na Europa.

Carecendo de calor para reagir con-

Ê

tra o frio exterior, entorpecem-se no in- fr

c:r:

verno, dormindo varios mezes, só

des-Sauri os ( lagartos , lagartixas Í can1eleões f jacarés •

pertando ás primeiras caricias da prima• vera. Teem o tacto e o olfacto muito

im-perfeitos. Só a visão se exerce

conveni-entemente. A voz se faz sentir apenas

nas cobras, que dão silvos agudos.

o

.

cerebro é muito pequeno. 0 fraco

VO-iume do cer.ebo os torna insensíveis, po-dendc;> supportar indemnes, mutilações

que seriam mortaes para outros animaes.

Phenomeno curioso a notar nos

re-pteis é o da reconstitt1ição dos orgãos ;

pode-se-lhes cortar um pedaço da

ca-beça, ou cortar-lhes a cauda, no fim de ' certo tempo, esses orgãos, se

comple-tam

,

sem que as funcções organicas

se-jam

perturbadas. O lagarto, sobretudo,

parte frequentemente a cauda ao se

movi-mentar. Outro phenomcno interes.sante

se tem verificado com as tartarugas, que

podem, depois de privadas do cerebro,

continuar a viver e a andar durante seis

mezes.

E' de assignalar tambem o rejuvene

-scimento dos repteis todos os annos, pelo

' I • , crocodilos ' \ Ophldlos . \ serpentes ou ( cobras ( • ' . cobra coral vi:iora cascavel, venenosas ·, naJa ' asplde jararaca • \ \ inocuas 1 surucucu \ giboia cobra cipó cobra verde boas cobra collar

São chamados chelonios, os

ka-gados e as tartarugas. Teem o corpo

protegido por t1ma caixa ossea coberta

de escamas corneas. Ha chelonios

ter-restres como o kagado e o jaboti ;

flu-viaes, como as tartarugas do Amazonas ; .

dos pantanos; e marinhas, as maiores

existentes, cuja carapaça pode medir 2

metros de comprimento, chegando

algu-mas vezes a pezar 800 kilos. Os

chelo-nios não nos são nocivos; pelo

contra-rio: os ovos e carne, saborosissirr1os e

nutritivos, são a base da alimentação na

Amazonia. As tartarugas são tambem

• • ' • ' • • • • A ESCOLA PRIMARIA 18Q

muito apreciadas na Inglaterra, onde são

utilizada s na alirr1entação sob a forma de

sopas ; com suas tran slucidas escamas

confeccio11an1-se caixas, pe11tes, leques,

aros de oculos, grampos, botões e

mt1i-tos objecmt1i-tos de valor i11estimavel.

Os saurios se distinguem dos

che-lonios por tere n, o corpo alon gado e

não possuírem carapaça. Teem 4

mem-bros cttrtos e a cauda comprida .

Perten-cem á orde1n dos saurios, os lagartos,

lagartixas, cameleões, jacarés e

cí'oco-dilos. Dentre esses, são nocivos os

ja-carés e os crocodilo. excessivamente

fe-rozes. Estes teem ordinariamenie 3 a 4m

de con1primento, sendo encontrados até

de 8 a 1

o

metros.

Os repteis foram muito numerosos

nos primeiros períodos da existencia do

globo. Viviam então sat1rios

monstruo-sos, e os repteis apresentavam fórmas

muito mais nu·merosas que os da

crea-ção conte1nporanea. Outr'ora enchiam

as aguas com medonhas e gigantescas

massas, semeando o terror não só pelas

terriveis armas, como _pelo numero

pro-digioso. Hoje, os repteis, reduzidos a

um numero diminuto de especies, são

filhos degenerados do~ que viveram nos

tempos geologicos. 1

Os crocodilos teem os maxillares

desmedidamente lo11gos, aprese11tando

dentes conicos, pontudos, curvados para

traz .

sem canal. São i11ocuas : a giboia, a

co-bra cipó, a coco-bra verde, as boas, a cobra

collar,

A cobra cofiar é encontrada nos

prados humidos, junto aos cursos d'agua.

A parte de cima do corpo é cinzenta

es-cura, salJ)icada de cada lado . de

man-chas negras irregulares. A parte de baixo

do ventre varia do verde ao branco e ao

cinzento. Distinguem-se, no pescoço,

dt1as mancl1as amare lias, formando um

semi-collar, donde lhe vem o nome.

Nu-tre-se de hervas, formigas, lagartos e

rãs; pode ser domesticada.

· As cobras venenosas possuem uma

glandula sitt1ada de cada lado da cabeça,

para traz dos olhos, que secreta um ve- '

neno horrivel, o qual vae ter, por

con-ducto es pecial, a dois dentes mais longos

que os ot1tros, verdadeiros ganchos

ace-rados. Esse terrivel toxico pode ser

en-gulido, sem causar o menor mal; mas

si for introduzido em determinada

quan-tidade em algt1ma ferida, e penetrar no

sangt1e, determinará morte immediata.

A mordedura da cobra é que é venenosa:

e, tanto mais grave se tor·na, quanto

maior for a quantidade de v.eneno

exis-tente na glandula.

São. serpentes venenosas : a cobra

coral, a vibora, a cobra cascavel, a

naja, o aspide, a jararaca, . o surucucú,

etc. A víbora tem apenas 35 a 70

centimetros; a lingua é -longa, fendida e

Os dentes se mantêm em bom es- cinzenta. O maxillar superior é

esbran-tado pela reparação continua. Em algu- quiçado, apresentando manchas negras ;

mas especies, os dentes são tão agudos o inferior, amarellado ·. As terriveis

e longos, que perfuram o rebordo supe- feridas produzidas pela víbora

entume-rior, apparecendo acima, quando a guela cem, tornam.se vermelhas e algumas

está fechada . Teem 4 membros, reunin- vezes livídas.

do-se os dedos dos membros posterio- O aspíde é tambem alta1nente

to-res por uma me1nbrana natatoria. xico. A morte de Cleopatra, rair1ha do

Quando apprehendem um habitante das Egypto, foi devida á mordedura de um

margen s de algum rio africano, despe- as pi de.

daçam-n o e devora1n-no. Dentre os A cobra cascavel habita a America;

saurios, são nocivos os jacarés e os cro- é encontrada especialmente no Brasil,

codilos. nos Estados Unidos e no Mexico.

Attin-São especialmente nocivos alguns ge ás vezes a dois metros. A côr do representantes dos ophidios. dorso é cinzenta, mesclada de amarello,

03 opl1idios, vulgarmente chama- dispondo-se uma ordem longitudinal de dos serpentes ou cobras, teem o corpo mancl,as negras contornadas de branco.

alo11gado, estreito ·e roliço. Não teem Os oll1os scintilantes f::iiscam; a guela

membros. A bocca é guarnecida de den- bem aberta deixa ver a' lingua bipartida.

tes pontudos e separados entre si. Caracterisa-se por ter na extremidade da

Podemos dividir as cobras em dois . cauda pequ~nas çapsulas, encaixadas

grupos: venenosas e inocuas. As cobras umas ás outras. Quando o animal se

inocuas teem os dentes fixos e cheios, move, essas capsulas resoam . ou choca"

• •

'

(7)

• 1 • • • ' 1 •

A EJS.COLA PRIMARIA

'

Jham como se fossem vagens

seccas

contendo ainda grãos. Nutre-se de

pe-quenos animaes mamiferos ou de repteis.

E' ovipara. Seus filhos se refugiam

em

sua guela, pouco tempo depois do

nás-cimento.

As najas teem a propriedade de

sob

·

a influencia de uma irritação viva,

Brasil, no

Instituto

de

Butantan, em S

·

ão

Paulo,

emprega-se

com

efficacia

um

soro

contra as picada

·

s

das cobras.

CACILDA DIAS DA CRUZ

'

Tres palavrinhas

entumecer o pescoço,

elevando

vertical-mente a porção anterior do corpo, que

se torna rigida como uma barra de ferro.

Essa faculdade de dilatação do pescoço

é

caracteristica das najas.

1\.11e111011a.

-

A verdadeira

pro-A jararaca e a st1rucucú abun~am 11uncia,

segundo

os sabedores deve

s

er

no Brasil, sendo extraordinariamente

an

e

mô'1za

,

palavra

,paroxytona.

A

pro-nocivas.

nuncia

usual portugueza

é

,.

porém,

Vejamos agora os meios a

empre-

atz

é'

nzona,

palavra

esdruxula.

Ramiz

en-gar nos casos de n1ordeduras de cobras. tende,

em set1

Vocabttlario,

que

se

deve

Quando se

é

mordido por uma co

-

corrigir

,

attendendo a que

se

trata de

bra,

é

preciso i11-continenti operar con1 vocabulo pouco us,ual.

um lenço torcido, uma corda, uma liga-

.

. Pouco ~suai

e elle,

realme11te, 110

dura acima da parte picada, de modo a

Brasil,

_

mas 11.ao

.

em.

Portug~l, onde

per-interromper toda a circulação do

san-

tence

a term1no.lo~1a

bo!an1ca . popular.

gue com o resto do corpo,

'

evitando a Em taes cond1çoes,

_nao

creio

que se

absorpção do veneno.

possa fazer

a

correcçao. Em meu

fra-E' bom chupar a ferida e fazei-a quissimo

entender,

anenzo1za

é

vocabt1lo

sangrar. Pode-se tambem praticar uma que

está

na

situaçã.o

de

/Jeripe~ia

,

myope

,

incisão descobrindo as partes internas, e

pantana,

etc. Assim

como n1nguem

se

immediatamente cauterizar a ferida ou anima a dizer

JJeripecía

,

como

seria certo,

por meio de fe

1

rro em braza

,

ou empr~- 0~1

~zlópe?

ou

/Jan_,tâ,zo,

tambem ni.nguem

gando

um agente caustico.

d;ra J~ma1s

a1zemo1~a

..

Portanto, ~1g~mos

·

M. Viand Moraes, n

o

tavel natura- la

a11e1no1za,

como 1nd1cam

os

d1cc1ona-lista, empregou com vantagem a compo- rios. A não

ser

qt1e 9ueiram~s fazer

sição seguinte

·

:

·

como aquelle

grammat1co

moribundo.

Sabe-se

que em italiano, tal como em

francez

je m'en

vais

ou

}e 1n'en

vas,

diz

·

se

indifferentemente

me ne và

ou

me ne

vado,

quando se quer dizer:

Vou-11ze

enzbora.

E'

a

mesma coisa,

tanto lo stesso,

dizem

os

italianos. Agonizava

,

póis, t1m

italiano, velho 1Jrofessor de

grammatica,

e

ao despedir-se do amigo que lhe

esta-va j tinto ao Jeito, disse:

=

me tze vó . ..

Mas logo,

acordando

naquelle corpo

moribundo o

grammatico,

tornou: ...

ó

11ze ,ze vado . .. ta,zto lo

stesso.

E morreu.

-

Ané11zona.

ou

a1ze11zô1za,

segundo

ou-tros. . . E' tudo o mesmo.

Agua

-

30 grammas

Iodoreto de potassio

-

4

grammas,

Iodo metallico

-

4

grammas.

Instillarn-se algumas gottas no fundo

da ferida, previamente dilatada pelo

bis-turi.

Entre n

'

ós um

saudoso

sabio que

foi director do Museu Nacional, o Dr.

Baptista Lacerda, descobriu a acção

do permanganato de potassio contra as

peçonhas orphidicas;

e

desde

então,

VJ.11-garisou-se o 1Jrocesso de injectar no

lo-gar

desta ferida uma solução deste

sal.

Cumpre,

entretanto,

que

a

inj~cção

seja

.

feita em um tempo muito

curto,

logo

após

a mordedura, isto é, antes da

absorpção

da peçonha, porque, caso contrario o

perma11ganato de potassio apenas

des-truirá os tecidos

em

contacto,

sem

alcan-çar os

seus effeitos

anti.toxicos.

·

Hoje,

em

vista dos

estudos

de Vital

I,11111bago. -Palavra

relativame11te

rara (felizmente!), o povo

quando

a

en-co11t(a tende a fazei-a

esdr11x11la.

Mas a

pronuncia correcta

e

corrente

entre

os

que

sabem

é

ltt11zbágo.

O

que

não

impe-diu que Moraes (e

era

Moraes !)

regis-tasse

em seu

Diccionario apenas a forma

erronea

lúnzbago

.

,

V ••l11ta1.

-

E'

tambem paroxytona:I

• • • • • 1 • • • { 1 • ' • • • A E SCOLA PRÍl\1:ARIA

19i

v

o

lti

'

ta,

n1a

s

corno não

se

trata de termo

corriqu

e

iro, ha quem di

g

a

lu

t

a.

O

s

que

assim prof

e

r

e

m acharão talvez que em

vóltita

ha mais, corno dir

e

i? , mais

am-plitude

,

mai

s g

eito de curvas amplas, e

que o

incenso

e

1n vóliitas

é

1nais

do que

em

s

imples

volutas.

E

'

pena,

ma

s

a palavra

é

r

e

almente

paroxytona e assim a empre

g

am o

s

que,

corno

o

s

archit

e

ctos, deli a se servem com

frequencia.

'· 1

-Correspondencía de T

re

.

s Pala vrínhas

N. P. -

Co11st1lta a respeito da

a11al

y

se sy11tactica qe

Camões,

Lusíadas

c . 111, e . 25 :

Destes Ant·ique, dize1n que segundo,

filh o de l1u111 Rei .de U11 gria exp'rim entado,

P ortu gal houve em sorte, qu e no n1t1ndo

E11tão na o era illustre prezado .

Divido as

s

im

as

orações:

1 ª)

D

e

st

e

s

Anriqtt

e

h

o

ttve

e

,n sort

e

Portugal

;

2ª)

s

e

gittzdo filho d

e

l

z

u11z

Rei

d

e

U,zgria

e

x1J

'

rim

e

ntado

(apposto,

que

r

e

pre

s

enta

oração elliptica:

qzte era

... );

:'>ª)

qtt

e

no

'

mt11zdo

e

nt

ã

o n

ã

o

e

ra illustr

e

nem

pre-zado.

E

o

dize11z

qtt

e

;

perguntar-me-á

a

collega, que é que faz delle ? Penso

que

est

e

di

ze

nz que

é

urna

oração

extra-periodica. Equival

e

a

dize,,z

collocado

entre parenthe

s

is.

Não se pode admittir,

como

pensa-va a

S

ra.

, que a divisão seja:

1 ª)

Dizenz;

2ª)

qiz

e

d

e

st

e

s Anriqu

e

, s

e

giz1zdo

filho . .•

ltotive

e

,n sorte,

pois então haveria

du

-vida a respeito do seguinte: se

A

nrique

tivera

ot1 não

por sorte o governo

do

condado de Portugal. Ora,

isto não

era

pa

s

sivei

·

de duvida.

O que

era

incerto

é

que

D.

Henrique fosse segundo filho

de

uni

sabia rei

da

Hungria.

Aquella

oração extra-periodica

para

exprimir

t1rna

duvida,

urna conjectura,

emfim para eximir

o autor de escrever

por sua

conta alguma

coisa,

é

ainda

cor-rente na lin

·

guagern:

Eu

,

dizenz

que sou o

cl

z

ej

e

,

equivalente a

-

Eti sott

o chefe

(dize11z

i

s

so,

,ião

sei se

é

v

e

rdade).

-Aqtt

e

lla

é

a casa do Moitra,

dizenz qzze

tlm verdadeiro

1nz1s

e

tt,

equivalente

a

-Aqtt

e

lla

é

a casa

do

M.,

tltn verdadeiro,

nztzs

e

u

(diz

e

11z

isso

,

ncio soit

€U

qiie11i o

affirnza.)

MESTRE-ESCOLA

Os preços marcados nas perfumarias expostas na

<<

PERFUMARIA

A

GARRAFA GRANDE.

1

,.

não admittem confronto

1 , '

66,

Rua lJruguayana,

66 -

RIO

..

'

-

--de

O

.

Duque Estrada, obra adaptada para uso dos alumnos das escolas 'primarías do

Oislrícto Federal e de varias Estados.

A'

venda na

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Referências

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