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._zN
)
.
ÍADE FEDERAL DE sANTA CATARINA
1. í CIENCIAS DA SAUDE
1
-
" bunúu-DE-MEDICINA VICASOS AUTOCTONES DA DOENÇA DE CHAGAS EM '
SANTA CATARINA, DIAGNOSTICADOS EM FLORIA
NÕPOLIS NO PERÍODO DE JANEIRO DE 1970 A
“
ABRIL DE 1987.
Dorival Antonio Vitorello Helcio Garoia Nascimento
Orientador: Dr. Bruno Rodolfo Schlemper Jr
Agradecimentos: Proƒ. Mário Steindel
à Magda,RoZi e Letícia;
"... melhorar a residência humana e não mais
' A
consentír que o nosso camponês tenha como abrigo
a cafua primitiva, ínfestada pelo inseto que lhe
suga o sangue e lhe injeta o parasíto, cafua ãs vg
zes Ímprestãvel como habitaçao de suínos e`de todo
incompatível com a civilização de um povo".
'
I II III IV V VI VII VIII IX INDICE RESUMO . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . ... . ... oBJET1vos.. . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . .. INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... .. PACIENTES E Msronos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .... cAsuIsTIcA....{ . . . . . . . . . . . ... . . . . . ... . . . . . .. n1scussÃo... . . . . . . . . . .... . . . . . . . . . . . . . . . . . .... .. coNcLus0Es.., . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ...._ ABSTRACT...z.I... . . . . . . ... . . . . . ... ... REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS... . . . . . . . ... . . . . . ... ®\iU‹Il\)D-l 20 28 29 30
1
I - RESUMO
O estado de Santa Catarina ë considerado, atualmente, co-
mo ãrea indene para Doença de Chagas, com alguns casos diagnosti-
cados esporadicamente, em pacientes provenientes de outros esta-
dos, especialmente do Rio Grande do Sul.
Atë o presente momento existe 1 caso autõctone no estado,
descrito na literatura em 1970.
Por outro lado, estudos tem evidenciado um dos mais altos
Índices de infecção natural de triatomíneos e animais silvestres,
pelo T. cruzi, especialmente na regiao de Florianõpolis ~ SC.
O presente trabalho relata e analisa 3 casos autõctones
na estado.
A anãlise clinica dos mesmos revela que as manifestaçoes,
especialmente eletrocardiogrãficas, sao extremamente sugestivas
da doença. .
Propõe-se que todo paciente que apresente algum tipo de
manifestação, ainda que minima, compativel com qualquer das for-
mas evolutivas da Doença de Chagas, seja investigado sorologica-
2
IIY- OBJETIVOS
O presente trabalho visa:
- descrever o panorama epidemiolõgico nacional frente a Doença
de Chagas; '
- pormenorizar a situaçao do Estado de Santa Catarina no contexto
geral do pais; g-
~ descrever os casos autõctones no Estado, atendidos no Hospital
Universitario da Universidade Federal de Santa Catarina e Hospi -
tal Governador Celso Ramos nos períodos de janeiro de 1981 a abril
de 1987 e janeiro de 1970 a abril de 1987, respectivamente;
- analisar clinica e epidemiologicamente os casos descritos;
- propor que se investigue rotineiramente a Doença de Chagas em
todo paciente que apresente algum tipo de manifestação, especial-
mente eletrocardiogrãfica, ainda que minima, compativel com qualf
III - INTRODUÇÃO
Os indicadores epidemiolõgicos clãssicos apontam a Doença
de Chagas (Tripanosomiase americana) amplamente disseminada no
Brasil.
` '
quatro milhoes de
Estima-se que haja no Brasil acima de
A
. . 13 .
pacientes na forma cronica da doença. Dos quais calcula-se que 1 2
milhões (50%) devam apresentar lesão cardíaca especifica, 800 mil
(20%) a forma digestiva e 2 milhões (50%) a forma indeterminada
(quadro 1).
QUADRO 1 ESTIMATIVA DO NÚMERO DE CHAGÁ-
SICOS NA FORÇA-DE-TRABALHO
População brasileira em 1980 119.070.851'
N9 de pessoas economicamente ati-
vas 45.465.410'
N9 provável de chagásicos 4.000.000
N9 de chagásicos na força-de-trabalho 1.520.000
N9 de cardiopatas chagásicos na força-
de-txabalho 456.000 _‹-› czzm dz 19ao.
E difícil a tarefa de saber,ao certo, o numero de casos
1 Q f` . . 1 ni
de Doença de Chagas registrados na Previdencia Social Ja que as
`
cõdigos, muitas v_
estatísticas se baseiam em codificação, e talâ
zes, sao inespecificos ou apenas descritivos: "distúrbios funcio-
nais do coração", "insuficiência cardíaca", "bloqueio cardia "
"arritmia cardíaca" e outros.
I i I
4
. O problema da Doença de Chagas jã não mais se limita as
ãreas rurais endêmicasë interessando cada vez mais aos grandes
centros urbanos que recebem a migração das populações do interior
a procura de melhores condições de vida, por motivo de ordem eco-
nõmica, social e particular, inclusive por motivos de safide. Um
dos problemas que isto acarreta ë o aumento do nfimero de doadores
sanguíneos chagãsicos nos serviços de hemoterapía.
. Dois terços da população brasileira vivem hoje em zonas
urbanas. E lícito inferir que existe globalmente maior nfimero de
chagãsicos vivendo nessas ãreas do que nas zonas rurais, embora
proporcionalmente o percentual seja mais elevado nesta última.
. 10 . . z .
Neiva, 1947, traçou o perfil das correntes migratorias no
Brasil e suas perspectivas praticamente foram confirmadas nos fil-
timos quarenta anos com pequenas variações inter-regionais (fig.
1). 4! of ,
R
K ,. *s z. Figura I. Qincmes migratórias no Brasil .
O inquérito nacional realizado em 1980 pela Superinten-
*Í - ø . 8 -
. .
dencia de Campanha em Saude Publica (SUCAM) mostra a estimativa
de positividade sorolõgica no pais, dando um panorama da endemia
(quadro 2). .
*.
V
C
14 _ _ _ Ó
Entretanto SchlemperJRl983, nao confirmou a estimativa
dez Positividade referente . a Santa Catarina, encontrando valores
QuADno 2 £snMA11vA DA PREVALENQA PARA 0 mm-
su., rok UNIDADE DA r=x~1›¡;RAçAO, CONFORME
~ RESULTADO DO momânrro sonotoclco amu- zADo No PERIODO 1915/81 Tamanho Unidade da Fodendo P°P\l1l9í° N? upando Estimativa da de positivos pxevnlênua 5551 40 A05.132 Minas Gerais `
Rio Grande do &.|1
Goiás Dimito Federal S=IsiP¢ Bahia Piaui' Panni Paraíba Panammco Mato Grosso Ahsw .
Mato Grosso do &:l
Acre
Amazonas
Rio Grande do None Rio de Janeim Santa Qmrina %ní Pará Rondônia Roraima Espírito Santo Maranhão Amapá 5.869.855 2.913.025 1386663 52.905 459.692 4.930.925 956.623 4.164.943 1.405.793 2.583.119 618.910 1.012.240 457.896 143.081 435379 883.765 1.519.673 1.937.461 2.855.591 1.166.978 171.750 32.285 832.804 3.157.419 56.357 1.705.530 sxaszs 251,141 132104 3140 2-um :sam 3s.1os 1õó.su «mass uma 11.480 zsnss xuós sâzz _ s.19s 15.113 25551 26.936 uma 6532 11o 100 2.629 3.902 0 4.2 papo -koobu 6.0 5.4 4.0 4.0 3.5 2.8 2.8 2.5 2.5 2.4 1.9 1.8 1.7 1.4 0.8 0.5 0.4 03 03 0.1 0.0 Fonte: MS - SUCAM.
Atë O presente momento, existe na literaturanapenas l ca-
so de Doençä de Chagas autõctone no Estado, considerando-se os
achados ocasionais da doença provenientes de outras regiäes, es*
pecialmente do Rio Grande do Sul.
_ . _ . 61517
Cabe-se salientar que em recentes trabalhos publicados
pelo Laboratorio de Protozoologia da Universidade Federal de San
ta Catarina (UFSC), a prevalência de animais silvestres(reserva-
tõriosl e triatomíneos (vetoresl contaminados pelo Trypanosoma
cruzi atinge 34% e 84 ~o
U1 °\Q
w respectivamente, no municipio de Flo-
rianopolis - SC, indices dos mais elevados no pais. Apesar disto,
não se encontram evidências de domiciliação do P. megistus,princi
pal espécie nesta ãrea.
Porëm,no periodo de 1981 a 1987, foram trazidos ao referi
do laboratõrio, 104 espécimes do P. megistus capturados no domici
lio, sendo que destes, 88 foram examinados; e encontrouzse uma ta
xa de 55 ø b
gxe de
exemplares infectados pelo T.cruzi. O contefido in-
testinal de 12 dos insetos infectados foram examinados para pes-
6
o resultado foi positivo. N
Fato importante, ê que todos estes insetos foram captura-
dos em meses quentes (de novembro a abril).
Dois fatos podem justificar a importância-mêdico social da
doença: primeiro, o grande nfimero de chagãsicos no Brasil; segun
A
do a cardiopatia chagãsica cronica atinge de preferência pessoas
entre as idades de 20 e 50 anos, periodo etãrio de mãxima capacià
dade de trabalho (fig 2).
---- Anúnnmuo ' wo-Í ___.. ç,.,....z.. __- Mep //`\ 80- ,// \ N" do uma ,z \ \ 40- / \ \ 1 ¡ \ , \ I \ ao-› ,/ L---
`
I, `\\ // " 60 ífløumnh ¬ 1 I I | Í - : 1: z = a = ° 2 É á š ` Faixa Elífin `Figura 2 Distribuição das formas clínims entre 510 por-
tadores da infecção chagasica de acordo com a faixa
etária.
Embora os dados anteriores mostrem a relevância da Doença
de Chagas no pais, não ë raro perceber, em Santa Catarina, a não
inclusão da moléstia na elaboração do diagnõstico diferencial pela
maioria dos médicos que atendem pacientes com queixas compativeis
com alguma forma da doença. Isto, em parte, pode ser explicado pg
~ 4 A
lo fato do Estado nao ser uma area endemica.
O presente trabalho relata 3 casos autõctones no Estado,4
e visa contribuir para uma avaliação mais exata da real magnitu-
7
IV - PACIENTES E MÉTODOS
O presente trabalho foi elaborado a partir de uma revisão
de prontuãrios do Hospital Universitario (HU) da Universidade Fe-
deral de Santa Catarina (UFSC) - Florianopolis, do periodo de ja-
neiro de 1981 a abril de 1987 e do Hospital Governador Celso Ra-
mos (HGCR1 do periodo de janeiro de l9J0 a abril de 1987. V
Foram considerados apenas os casos que puderam ser carac-
terizados como autõctones, ficando a amostra limitada a 3 casos.
Os 3 prontuários foram analisados e os exames complemen-
tares registrados, sendo os de fundamental importância reproduzi-
dos no presente estudo.
Dois pacientes, vivos,atë o momento, foram contactados e
~ .ø -
.-
submetidos a uma cuidadosa investigaçao epidemiologica, clinica
e laboratorial para Doença de Chagas. Solicítou-se novamente rea-
~ _. A '
çao de fixaçao de complemento, imunofluorescencia indireta, hemo
aglutinação, hemocultura e xenodiagnõstico. Salienta-se que o pa-
ciente que foi a Õbito antes da elaboração deste trabalho havia
sido igualmente submetido a avaliação epidemiolõgica rigorosa,
da mesma maneira seus familiares. E
Realizou-se RX de Tõrax em PA e eletrocardiografía
V - CASUÍSTICA
CASO N9 1:
L.F.D. (HGCR 85888), 27 anos, masculino, branco, casado,
pedreiro, natural de Santo Amaro da Imperatriz - SC e procedente
de São Josë - SC.
Procurou o serviço de emergência do HGCR em 13.10.80 por
apresentar hã 3 meses dispnëía progressiva aos esforços seguida
de ortopnëía e palpítações. _
A
Ao exame físico apresentava FC 1lQ bpm, PA 1lQ/90mmHg,
jugulares tfirgídas a 30°, SSFM f]4+,-B3, estertores em bases pul-
monares, fígado no RCD,fausência de edema em MMII.
Com este quadro clínico o paciente foi internado e reali-
zou-se ECG em 15.10.80 (fig.3), com o seguinte laudo:
- Ritmo Sinusal .
- BRE grau II
- HBAE
- Sobrecarga bi-atrial
~ Extra-sístoles supra-ventriculares
- Alterações da repolarização ventricular em parede lateral.
Ao RX de tõrax em PA, observou-se (ƒig.4):
-9
- Cefalização da vasculatura pulmonar.
...
Em 16.10.80 realizou-se reaçao de Machado Guerreiro, sendo
esta positiva (++). V
Submeteu-se a cineangiocoronariografia, em 30.10.80, que
revelou: "ventrículo esquerdo com aumento do volume sistõlico fi-
nal (++/4+) as custas de hipocontratilidade difusa. Vãlvula mi-'
tral de boa mobilidade, incompetente grau I. Aorta de calibre nor
mal e competente." ~
Em 04.11.80 este paciente recebeu alta medicado e com me*
lhora do quadro clinico.
'
Novamente procurou o serviço de emergência do HGCR em 09.
12.80 com quadro de ICC. Foi internado para tratamento, e neste
período, realizou-se provas imunolõgicas para Doença de Chagas
com o seguinte resultados:
- Hemoaglutinaçao reagente atë a diluição de 1:16
- Imunofluorescëncia Indireta reagente atë a diluição de 1:40
O ECG de 09.12.80 mostrou:
- Bloqueio trifascicular (BRD + BRE + HBAEL
--Sobrecarga bi-atrial
- Extraesistoles ventriculares
Recebeu alta em 12.12.80, sendo reinternado em 15.12.80
para implante de marca¬passo epicãrdico (MPE1, realizado no dia
17.12.80.
O RX de tõrax em PA de controle pôs-implante mostrou:
- MPE ã esquerda
- Aumento da area cardíaca
- Cefalizaçao da vasculatura pulmonar
Em 27.03.81 foi novamente internado com quadro clinico de
ICC e pericardite. Recebeu alta em 31.03.81 com melhora do quadro
clinico. ~
Apresentou recrudescência do quadro de ICC e pericardite
dro compatível com TEP em 07.06.81,tendo os exames
complementa-~
res realizados mostrado as seguintes alteraçoesz
RX de tõrax em PA
-`MPE`ä.esquerda
- Aumento da ãrea cardíaca
- Velamento dos terços médio e inferiores de ambos os pulmoes
ECG '
-
- BAV grau I '
- BRE tipo bífascícular
- Sobrecarga atrial esquerda
- Extra-sistoles ventriculares isoladas
~
- Espiculas de marca-passo nao conduzidas
Foi a õbito em 13.06.81.
Este paciente nega ter resídido fora do Estado ou ter re-
cebido hemotransfusão em qualquer época de sua vida.
1 1 _ F .E M
W
W 3 _" 'V __ H D ____ J- I I-_ *IML ¿__ __ ,_'| :-_4__|¬:| D ¿|"__h_¡WH _ ' __ TÁ _ 'lu QI _ 1:1. “_u¡¡_V@ ¡ \ › ¿_U`_|_¡_`;¡“_ '¿,¬¡ ¡l_`_¡¡ ¡_¡|`í
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CASO N° 2:
.
E.B.S. (HU027718), 30 anos, feminina, branca, casada, ser
vente, natural e procedente de Florianopolis - SC.
Paciente ambulatoriáldo HU-UFSC desde setembro de 1983,
com queixas ocasionais de desconforto epigãstrico e sensação de
A
peso em
MII.
4Fazia uso do contraceptivo hormonal oral.
4 ~ f ~
A unica alteraçao encontrada ao exame fisico foi um ritmo
cardíaco irregular em junho de 1985.
'Em l4.Q8.85 realiaou ECG que demonstrou as seguintes al»
teraçoes (fig.5) :
r HBAE
- Área inativa ãntero-lateral
--Extra-sistoles supra-ventrículares ocasionais
`
O RX de tõrax em PA na mesma ocasião foi normal (fig. 6).
Em 15.10.85 candidatou-se a doação sanguínea voluntãria no
Serviço de Hemoterapia do HU-UFSC, onde na realização dos exames
laboratoriais de rotina detectou-se reação de Machado¬Guerreíro
reagente atë a diluição de 1:8. Seguiu-se investigação imunolõgi-
ca para Doença de Chagas, com os seguintes achados:
~ Hemoaglutinação reagente atë a diluição de l:320
- Imunofluorescëncia indireta reagente atë a diluiçãoode 1:256
- Machado-Guerreiro reagente até a diluiçao de 1:32
Realizou-se xenodíagnõstico que resultou negativo e hemo-
cultura positiva para T. cruzi. › ~
Em seguida procurou o ambulatõrio de Clínica Médica do HU
UFSC, onde foi solicitado em 25.11.85 um ecocardiograma, cujo re~
sultado foi normal. ›
Atualmente a paciente encontra#se sem queixas clínicas e
_. 4
sem alteraçoes detectaveís ao exame físico. O ECG realizado em
- HBAE
- Fibrose ãntero~latera1
- Alterações difusas da repolarização ventricular
Os exames laboratoriais para Qoença de Chagas em 05.04.87
revelaram: ¿z
Hemoaglutinação reagente atë a diluição de 1:320
A
Imunofluorescencía indireta reagente atë a diluição de 1:256
Machado-Guerreiro reagente até a diiuição de 1:32
Xenodiagnõstico negativo
1
m
Hemocultura para T. cruzi negativa 4
Esta paciente nega ter residido fora do Estado ou ter re-
É. .
cebído hemotransfusao em qualquer epoëa de sua vida.
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CASO N9 3:
C.S.R. (HGCR 123014), 46 anos, feminina, branca, casada,
do lar, natural e procedente de Florianopolis - SC.
Esta paciente, apõs apresentar episõdio de dispnëia e as-
tenia, submeteu-se em 02.07.79 a exames eletrocardiogrãfico e ra-
diolõgico (Íigs. 8 e 9), com os seguintes laudos:
SO
ECG: '
EAV Total
RX de tõrax em PA:
Aumento moderado da ãrea cardíaca
Cefalização da vasculatura pulmonar
Nesta época a paciente recusou+se a implante de marca-pas
~
Em 1981 persistíam as alteraçoes radiolõgicas.
No período de 1983 a 1986 foi internada 3 vezes com quadro
clínico de ICC. _
8
¬›.
C3
'Em 28.10.86 realizou as seguintes provas sorolõgicas para
Doença de Chagas:
I
na ni na
Hemoaglutinaçao reagente ate a diluíçao de l:256
^ 4 _.
Imunofluorescencia indireta reagente ate a diluiçao de l:409ó
Xenodiagnõstico positivo
Hemocultura para T. cruzi negativa
O ECG em 28.10.86 mostrava:
Bradicardia sinusal
HBAE 0
BCRD `
Extra-sistoles ventriculares frequentes
Em dezembro de 1986 foi submetida a implante de MPE.
Atualmente a paciente encontra-se medicada e assintomãti-
9.
u
16
em 05.04.87, revelaram os seguintes resultados;
- Reação de Machado Guerreiro reagente até a diluição de 1:64
- Hemoaglutinação reagente até a diluição de 1:320
A ao ~
- Imunofluorescencia indireta reagente ate a diluiçao de l:4096
z Xenodiagnõstico negativo .
- Hemocultura para T. cruzi negativa
Os exames radiolõgicos e eletrocardiogrãfícos de 14.05.87
evidenciaram (ƒigs. 10 e 111 as seguintes alteraçoes:
RX de Tõrax em PA:
¬ Aumento importante da ärea cardíaca
- Cefalização da vasculatura pulmonar
- MPE ã esquerda *
`
ECG:
- Ritmo cardíaco sob comando de marca-passo
- Alteraçoes difuaasfda repolarizaçao ventricular
i
Esta paciente refere ter residido em Porto Alegre durante
aproximadamente 8 meses, hã 13 anos. Nega ter recebido hemotrans-
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Fig.l0- C.S.R. RX de tõrax PA em 14.05.87
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VI - DISCUSSÃO
A Doença de Chagas ë uma infecção generalizada, de nature
A ~ A
za endemica e evoluçao essencialmente cronica, causada por um pro
tozoãrio - Trypanosoma cruzi (Chagas l909l - e transmitida ao ho
. . , _. z . IB
memve a outros animais habitualmente atraves de triatomineos.
Tem ampla distribuiçao em todo o continente americano,
desde o sul dos Estados Unidos até a Argentina. Na America do Sul
principalmente na Argentina, Brasil, Chile, Uruguai e Venezuela
onde constitui grave e alarmante problema de saúde publica, dada
a sua difusão por extensas ãreas. Quanto ao Brasil, são os estaf
dos de Minas Gerais, Goiãs, Sao Paulo, Sergipe, Bahia, Paranã e
Q c Q z
Rio Grande do Sul os que apresentam a mais alta endemicidade._
Fator importante a ser considerado, no que se refere a
epidemiologia, ë o da domiciliaçao do triatomineo, para o qual
favorecem a precariedade das habitações e o baixo nivel sõcio-
__ __ . _
economico da populaçao. Isto explica, pelo menos em parte, por
_. 4 ,ú .-
que a infecçao chagasica humana e extraordinariamente rara no
sul dos Estados Unidos. « _
' `
A Doença de Chagas constitui-se em significativo e gra-
ve problema sanítãrio por ter alta prevalência, pela gravidade
_. A '
._
21
tamento específico definido e pela complexidade da profilaxia.
A histõria natural da Doença de Chagas se resume, esquema
r
ticamente em (figs. 12 e 13) FASE AGUDA, aparente ou inaparente,
que ocorre quase sempre na primeira dëcada de vida, e a FASE CRÔ-
NICA, que compreende as forma indeterminada, cardíaca, digestiva
e outras menos frequentes.
Formas clínicas
Fase aguda
Forma indetenninada
Forma crônica digestiva
Forma crônica cardíaca
Forma crônica cardíaca
Achados clínicos, radiológicos e eletro-
cardiográñcos
Miocardite, febre, hepatoesplenomegalia
Reação Machado-Guerreiro + radiologia,
ECG e exame clínico normais megaesôfago
megacólon
Cardiomegalia, ICC, BCRD + HBAE, fi~
brilação atrial, BAV total, extra-sistolia polifocal, BCRE,alteração rep.ventricular
BC_RD isolado, com exame clínico nor-
mal, RCVD e/ou ergometria normais
Fig. 12 - Formas clínicas da doença.
cumsl
/°~
1 tU
IFIW IYMA NXTíNADAšz
lãFORMA OIOC STIVA
[Ill ronua cânoíaçâ
Z
OUTR À S I' ‹-uma-. .›.~.-wa cíavroÚ
Ml- ás o'n|1'o Figura 13 Sistematização clínicoevolutiva da doença deChagas. destacando‹lhe os dois momentos bem dez
finidos. a fase aguda e a crônica.
Do ponto de vista mëdico-trabalhistaçša fase aguda e ou-
tras formas clinicas pouco representam diante do comprometimento
Cardíaco ( quadrg 3) , QUADRO 3. CONSEOUENCIAS ECONÔMICAS DA
, DOENÇA DE CHAGAS
36,6 anos
44,3 anos
53,4 anos
Idade média dos padentcs com cardio-
patia chapfsía crônica/
Idade média dos cardiopalas falecidos
Fâpcrança de vida ao nascer
Tempo de redução na expectativa de Vida
Prejuízo econômico para a
Nação Cr! 1.523.731! 20.000,00'
` V USS 2.020.866,207"
'
Prejui'm.em cada ano i 200 milhões de dólares
9,1 anos
0
‹.-
(°) (älculo baseado no maior salário mínimo de julho
de 1983 (G3 30.600,00).
22
Sabe-se que a maioria dos chagãsicos, correspondendo 50%
dos infectados, apresentam-se sem cardiopatia e sem acometimento
digestivo ou apenas com forma brandas de acometimento visceral.
Esta Ú forma indeterminada " da doença corresponde ao pe-
riodo entre a fase aguda e o estabelecimento das formas tardias
. a a _ 3 ._ » .
de infecçao cronica. Em geral, esta forma evolui durante varios
anos antes que se manifestem lesães viscerais. .
Frequentemente a forma indeterminada permanece silenciosa,
~ ^ -
durante toda a vida, sem nunca se apresentarem as lesoes cronicas
do aparelho cardiovascular e digestivo.
1
Este fato contribui de maneira significativa para a mi-
nimização do problema, tanto do ponto de vista epidemiolõgico;
‹.\ como clinico.
_. ø~
Desta forma, a constataçao da existencia de casos autõc-
tones no Estado de Santa Catarina permite a avaliaçao de algumas
caracteristicas relevantes e_a elaboração de algumas hipõteses e
._ a. ._ 9
inferencias.
Considerando-se os resultados laboratoriais (fixação de
complemento, imunofluorescëncia indireta e hemoaglutinação para
Doença de Chagas) tanto ã ëpoca do diagnostico dos 3 casos rela-
tados, como na ratificação posterior, não hã dfivida quanto a e-
tí010gia da moléstia no presente trabalho.
De acordo com Amato Neto, 1981? os mecanismos implicados
na transmissão da Doença de Chagas, atualmente conhecidos, são:
- por triatomineos
- por transfusão sanguínea
_
- congênita (10% dos filhos de mães chagãsicas nascem com ".
T. cruzi na corrente circulatõria)
- acidental em laboratõrios
- pelo leite materno (comprovada em 1935 e atë hoje mal estudada)
- por via oral (suspeitada, requerendo maiores estudos) *
pro-23
cedentes do estado de Santa Catarina, negando terem residido em
outras regiões, com exceção de C.S.R. que residiu aproximadamen-
te 8 meses em Porto Alegre - RS, hã 13 anos. No entanto, Porto Â
Alegre não ë ãrea endêmica para Doença de Chagas. Pode-se supor
devido ao estãgio evolutivo da moléstia, nesta paciente, que a
infecção foi contraída na infância (fig. 14).
b
1.
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~ i E | . I 5 . 1.1 nz.: _ “J YZ IPO IEDIO oe wowçíno
Figun14 Evolução cronológica da doença de Chagas. Ba‹
scaua nos dados de Dias (fase aguda), Rezende (for-
ma digestiva) e Porto (forma mrdfaca), vendo-se
que a distribuição dos pacientes com cardiopatia
concentra-se dos 20 aos 50 anos, com idade média
de 36,6 anos para os pacientes vivos e de 44,3 anos
para os falecidos, exatamente as faixas etárias de
maior produtividade. (De Porto CC. Contñbui-
ção do eletrocardiograma no prognóstico e evolu-
ção da doença de Chagas. Tese de Doutoramento,
MUFMG, 1963).
Da mesma forma, os 3 pacientes negam ter recebido trans-
fusão sanguínea em qualquer ëpoca de suas vidas ou ter tido con-
tato com material laboratorial. Seus familiares (inclusive pais)
foram investigados laboratorialmente e não houve evidência da
doença. Desta maneira, o autoctonísmo desses casos fica caracte-
rizado. _
_ A
~Estes pacientes são oriundos de região urbana e são da
faixa etãria mais acometida pela doença (20 a 50 anos). concor-
dante com os dados da literatura. A V
Embora E.B.S. não apresente sintomatologia compatível com
a Doença de Chagas, os 3 pacientes encontram-se na forma crônica
com comprometimento cardíaco, ostentando alterações da excitabi-
L
*
24
Dois deles tem quadro clínico grave: L.F.D. manifestou
síndromes de arritmia, insuficiência cardíaca e tromboembõlica
com evolução para o Õbito; C.S.R. exibe as síndromes de arritmia
^
e insuficíencia cardíaca, tendo necessitado de marca-passo.
-t
Nenhum dos 3 pacientes referem alteraçoes dígestivas,
no entanto, não foram realizados estudos especificos para afas-
tar tal acometimento. , _
_ .7 . - .
Segundo Lima e Rassi, as alteraçoes eletrocardlografi-
cas ocupam papel fundamental no diagnõstico da Doença de Chagas,
sendo as mesmas muito mais frequentes dos que as alterações radio
^ ._
lõgicas. Em zonas endemicas, a observação de indivíduos relativa-
_ _
mente jovens com perturbaçoes da excitabilidade e condutibilida-
de cardíaca constitui dado importante para a caracterização da
cardiopatia chagãsica (quadro 4 e 51. V
i
Ouadro 4 Achados eletrocardlográtlcoa em 412
casou de cardlopatla chagúnleu cronica'
- Número de Resultados casos % Extra-sistolia ventricular ... .. 250 l78 BRD ... Alteração primária de "T" Taquicardia sinusal ... Extra-sistolia supraventricular BAV completo ... Alterações isoladas de QRS Alterações de "P" ...
BAV de primeiro grau ...
Padrão de necrose em parede anterior
Normal ...
Fibrilaçâo e flutter atriais ....
Sobrecargfl ventricular esquerda
BRE completo ...
BRE incompleto Bradícardia sinusal
BAV de segundo grau
Ritmo noclal ...
BAV tipo Wcnckebach
Marca-passo atrial variável
Taquicardia paroxíslica ventricular
Wolff-Parkinson-White ... 64 62 43 38 34 30 _w›umoE5:;:ʧ2 ú-ou-n-b 999rrHNNHw››vvsww9vvw$ §¡I㡧'¿-'š'z$!`~ä§32$3ää';.'8.2&'õ'33
'Duas ou mais alterações eletrocardiográñcas podem ser cncon
tradas no mesmo traçado; a associação mais freqüente é a de extra- sistolia ventricular c BRD completo.
Quadro Alterações oletrocardlogrúflcas mala
freqüente; no cardiopatia chagáolca crónica'
_f Laranla & Llma&
Autora cols. Rossi '
Número de casos estudados 683 412
Alterações Percentual 2-da 9P.P9P Nuoowo Extra-sistolia ventricular ... .. 60.67 BRD completo ... 43,20 Alteração primária “T” l5.S3 BAV de l.° grau ... 5.33 BAV de 2.° grau 3.39 BAV total ... .. 9.21
'Duas ou mais alterações podem ser encontradas no mesmo eletro-
cardiograma.
Cabe salientar que, no caso de E.B.S. o diagnõstico foi
um achado acidental, enquanto que no caso de C.S.R. foram consta-
tadas alterações eletrocardiogrãficas repetidas, compatíveis com
cardiopatia chagãsíca, 7 anos antes de se suspeitar e confirmar o
diagnõstico etiolõgico.
Santa Catarina atualmente ë considerada area índene para
'16
25
nhecimento da prevalência da molëstia,apenas com casos isolados `
diagnosticados. '
E
O unico caso autõctone no Estado, registrado na literatu-
11
`
'
`
ra data de 1970. Trata-se de J.C.S., 5 anos, masculino, branco,na
tural e procedente de Gaspar - SC, cujo diagnõstíco foi acidental,
durante a realização de um ínquëríto nacional para Malãría,onde
detectou-se, em lãmína a fresco, o T. cruzi. b
_
Este paciente apresentava-se, na ëpoca, em fase aguda da
Doença de Chagas, sem apresentar alterações radíolõgicas ou ele-
trocardiogrãfícas.
'
Em 1982, realizou-se nova avaliaçao clinica sem que se
detecta-se qualquer anormalidade. O RX de tõrax em PA e o eletro-
cardiograma (figs. 15 e 16) não demonstraram qualquer alteração.
Nesta data o paciente persistía com as provas sorolõgicas para a
Doença de Chagas positivas. E
I'‹zã.: -z. . _ _... .-._-. › ú I I í Fig. 15 - Rx Tõrax PA J.c.s. - 09.06.82
,..._ ... _. '-:-.u c~››<'::' r-'-“¬'*“' ~-:~.--_;_-*._.._._.-- ‹: Ez:-::::_;::.::, Ê..-*':r1:r.".::§;.T ..,_: .;::-:í= _,..._c,- g;;.+_-73:'-_=;i.¬.=:‹ F.T.=«, zf-~;"-'ss-,_z=_ É'šÊš`:-li¬`:z €Í{~ Í F. ;__..~.._z _- : :rw--155:: ›-;":í-E?-;`_=.;-.i:; Lil' 11.12 .'¿"í _. _... ._ ___ Ê“.Í`-1._....«..""”`_'.'_ '~:::--.:::;;:x :I.Í.-ILZILÊ-_;£_T`‹iÍT'.ÍÍ . I. ,-.._.¬› Dl Ê D2 D3 3 - --~› 4 ^--'z:::::::;.:'.:.-. \--.--'í":' 7"_^fi - › É:Êi::T°t:".:_¬.*:1: í:Ê:Â..::.;._-_ . f7:.¡':'¡:fÍ -27': a.,.z_.... . ._ ... L. ...__ _. . . _A_, 4 .: :¡;:-;~_:.:r1::‹ :;:. .:.'.' .rf-.: -_›--1-J - z.-z-- nr.-:' ":'-"°_'. "-'"- ~ ~.~ ~~1- ‹›" 'H'-“X ¡:,+_=;f:.-t-:.›'_-:-~_Í_.¿ -izâäi ÍÊ.fF.¡Í?.Í{`_`-`.ÍT; ÊE._`:5:`f__¿' Í›_'¿j¿›‹-11:-* 1: rim ..; ::¬.~-_-; :_-:: 5:1: '_-1-' ›-I' '.:.-l z :VR :VL QVF '_=.1=.==.5_====: =‹; ‹:.::.. .;::;;_ ;.. ":¡'Z`.".:::'..“¡:'::: ~:;.':ä;::¡.~:_:: ::t:'.: .2¡'.1â:-.::: f i _ V I . ':;_~?:T:t'.¬§::: ._-.z.n.._x-' '_ j¡1_ .._._.._ _.-...._ ___ _; ____T¡ zzišà ':;x.:::..:... --~›--- ._ - ~;':'.;:;'T:; z~--~-~~›- -« 1:: --z ...:f-..:.*.1~.: '~›--~~-- :;;::t1:.I:::.:. ..._... :¡... ' sí;-fêfíè`= EJ; '-3 ..: :-1:; 1? r:_ífÍ `2-:¬ š%`_=7_5_í!.':Í.5z§ í---L :ÍÍJÍÇ Li-_'::.'.-::'_'..
1"' -~ -- ':'.'?'É‹:.§:2-ELI i---‹-~-- -=--- Í-Í.'É`;š.`-..Ê:E?;":: |-~-z -‹---‹-'Q -Í-""-' :;::::_.._._' 21'-“-11"›-11 ^--1:
V2 'vá L
V1 f F `T_`_`
.vf vs vó` "
Fig. 16'- ECG J.C.S. - 09;06.82
A hipõtese mais provãvel para a contaminação destes pa-
cientes ë o eventual contato que ocorre entre o P, megistus con-
taminado e o domicílio nos meses quentes do ano, jã que os outros
mecanismos podem ser afastados.
'
Disto pode-se inferir que as cepas silvestres do T. cruzi,
em Santa Catarina, causam ínfecçao humana e apresentam carditro-
ismo ( elo menos nos acientes estudados), levando a ato enici-
P P P _ P 8
. 4 .»
dade específica, ja que nestes casos foram afastadas outras cau-
sas que pudessem justificar as a1teraçoes.apresentadas.
Embora, até o momento, os casos da doença sejam isolados,
._
medidas de prepauçao devem ser adotadas, especialmente em bancos;
de sangue. A
.
E necessãrio que se esteja alertado e que haja uma valori
zaçao, mesmo no caso de alteraçoes inespecíficas, das manifesta-
ções da doença em ¬qualquer de suas fases evolutivas, `
Esperar que o doente exiba as manifestaçoes clãssicas para
que se avente a hipõtese diagnõstica, ou considerã-la apenas em ~
regiões sahidamente endëmicas acarreta enorme prejuizo individual
e coletivo nas regioes indenes, como ë o caso de Santa Catarina,
em virtude de nao se tomar 'medidas prdfilãticas e sanitãrias ade
_ 27
molëstia..
Mediante a isto, os autores do presente trabalho sugerem
que frente a pacientes, principalmente entre as idades de 20 a 50
anos, com alterações eletrocardiogrãficas compativeis com Doença
.-
de Chagas, ainda que mínimas, seja realizada investigação laboraf
torial para a mesma. Além disto, ë de fundamental importância que
se envide esforços para o prosseguimento do inquërito sorolõgico
no estado, acrescido de estudos que visem a determinação do com-
portamento biolõgico do parasita em nosso meio.
O conjunto destes dados poderão determinar a real magni-
\
28
VII - CONCLUSÕES
- ._ as -
-Embora o estado de Santa Catarina seja ãrea nao endemica
para a Doença de Chagas, existem casos esporãdicos provenientes
de outras regiões, assim como, casos autõctones com prevalência
ainda não determinada;
~
-As cepas silvestres do T. cruzi no estado causam infecçao
humana e apresentam cardiotropismo (pelo menos nos pacientes es-
tudadosl, levando a patogenicidade específica;
-Sugere-se que frente a pacientes, principalmente entre¬as
idades de ZQ a S0 anos, com alteraçoes eletrocardiogrãficas com
patíveis com a Doença de Chagas, ainda que mínimas, ou qualquer
outra alteração clinica sugestiva da moléstia em qualquer der
suas formas, seja realizada investigação laboratorial para a mes-
VIII - ABSTRACT
-The authors related three autochthones cases of Chagas
disease in State of Santa Catarina, in the period of January
1970 until April 1987.- '
Although Santa Catarina isn't an endemic area the au-
thors suggest that all pacientes with any suggestible manifes
tatíon of clinical Forms of Chagas disease should be serolo-
30
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