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A reinvenção das relações

de consumo a partir da

caracterização do acesso

à internet como direito

fundamental

Carla Cristina Braz de Oliveira1

Resumo

Dada a crescente utilização da rede mundial de computadores pela sociedade em todo o planeta, a caracterização do acesso à

internet como direito humano fundamental poderá ser um fator

decisivo no panorama de ascensão das novas modalidades de consumo virtual. Nesse sentido, esse trabalho objetiva realizar uma análise dos novos modelos de relações de consumo a partir da possibilidade e necessidade de configuração do acesso à internet como direito fundamental. Para cumprir tal meta, nessa pesquisa, de modalidade bibliográfica, se busca analisar a conceituação da expressão direito fundamental e suas possibilidades de expansão, os novos modelos de negociação que tem destacado um contexto de facilitação para as relações de consumo na atualidade e também como a caracterização do acesso à internet como direito fundamental influencia essas relações. Cabe destacar que todo o estudo se desenvolveu com o uso do método dedutivo e que foi considerado o contexto de mudanças nas relações de consumo no século XXI resultantes da era de evolução tecnológica e informacional. Nesse sentido, foi possível concluir que as consequências da caracterização do acesso à internet como direito fundamental serão determinantes para o aumento da demanda de consumo no planeta e consequentemente para o desenvolvimento da sociedade em todos os seus aspectos.

Palavras-chave: Internet. Direito Fundamental. Relações de

Consumo.

1 Mestre em Educação Matemática e Tecnológica pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. E-mail: ccbo.ead@gmail.com

V

OL

UME I | NÚMERO 2 | JUL

-DEZ / 2

0

19

RECEBIDO EM: 19/03/2020 ACEITO EM: 13/05/2020

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The reinvention of consumer relations from the characterization

of internet access as a fundamental right

Abstract

Given the increasing use of the world wide web by society across the planet, the characterization of internet access as a fundamental human right could be a decisive factor in the panorama of the rise of new modalities of virtual consumption. In this sense, this work aims to carry out an analysis of the new models of consumer relations based on the possibility and need to configure internet access as a fundamental right. In order to fulfill this goal, this bibliographic research will analyze the conceptualization of the expression fundamental right and its possibilities for expansion, the new negotiation models that have highlighted a context of facilitation for consumer relations nowadays and also as the characterization Internet access as a fundamental right may influence a situation involving these relationships. It should be noted that the entire study was developed using the deductive method and that the context of changes in consumer relations in the 21st century resulting from the era of technological and informational evolution was considered. In this sense, it was possible to conclude that the consequences of characterizing internet access as a fundamental right will be decisive for the increase in consumer demand on the planet and, consequently, for the development of society in all its aspects.

Keywords: Internet. Fundamental right. Consumer Relations.

La reinvención de las relaciones con los consumidores de la

caracterización del acceso a internet como ley fundamental

Resumen

Dado el uso cada vez mayor de la red mundial por parte de la sociedad en todo el planeta, la caracterización del acceso a Internet como un derecho humano fundamental podría ser un factor decisivo en el panorama del surgimiento de nuevas modalidades de consumo virtual. En este sentido, este trabajo tiene como objetivo llevar a cabo un análisis de los nuevos modelos de relaciones con los consumidores en función de la posibilidad y la necesidad de configurar el acceso a Internet como un derecho fundamental. Para cumplir este objetivo, esta investigación bibliográfica analizará la conceptualización de la expresión derecho fundamental y sus posibilidades de expansión, los nuevos modelos de negociación que han resaltado un contexto de facilitación para las relaciones con los consumidores de hoy y también como la caracterización El acceso a Internet como un derecho fundamental puede influir en una situación que involucra estas relaciones. Cabe señalar que todo el estudio se desarrolló utilizando el método deductivo y que se consideró el contexto de los cambios en las relaciones con los consumidores en el siglo XXI como resultado de la era de la evolución tecnológica e informativa. En este sentido, fue posible concluir que las consecuencias de caracterizar el acceso a Internet como un derecho fundamental serán decisivas para el aumento de la demanda del consumidor en el planeta y, en consecuencia, para el desarrollo de la sociedad en todos sus aspectos.

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Palabras clave: Internet. Derecho fundamental. Relaciones con el consumidor.

SUMÁRIO: 1 INTRODUÇÃO; 2 OS MARCOS CONCEITUAIS CONTEMPORÂNEOS DOS DIREITOS

FUNDAMENTAIS E SUAS POSSIBILIDADES DE EXPANSÃO; 3 OS NOVOS MODELOS DE NEGOCIAÇÃO E A FACILITAÇÃO DAS RELAÇÕES DE CONSUMO NO SÉCULO XXI; 4 AS RELAÇÕES DE CONSUMO A PARTIR DA CARACTERIZAÇÃO DO ACESSO À INTERNET COMO DIREITO FUNDAMENTAL; 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS; REFERÊNCIAS.

1 INTRODUÇÃO

Os Direitos Fundamentais podem ser entendidos como aqueles relacionados a direitos básicos individuais, sociais, políticos e jurídicos previstos na Constituição de determinado Estado. Seguindo esses parâmetros, o rol de direitos considerados como fundamentais estará sempre em mutação em conformidade com as transformações sociais que no século XXI se tornaram cada vez mais rápidas para a humanidade (SARLET, 2015).

Diversos direitos, que em décadas atrás não eram considerados imprescindíveis para a vivência social, hoje possuem um status de básicos e fundamentais para a continuidade e manutenção de uma certa estabilidade e do progresso social. O acesso à internet, já avaliado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como direito humano básico, pode ser avaliado sob essa perspectiva, uma vez que a utilização da internet já é considerada como fundamental para o progresso da sociedade, principalmente no âmbito das relações de consumo (SOUZA, 2019).

Novos modelos de propaganda e facilitação dessas relações tem sido a marca do início do século XXI e a utilização da internet para o crescimento e ascensão desses métodos de negociação tem sido um fator fundamental. É nesse panorama que o sistema de produção capitalista tem se alimentado formando a chamada sociedade do consumo, com a utilização e facilitação das redes de comunicação avançadas, que tem proporcionado desenvolvimento em infinitos aspectos da sociedade (BAUMAN, 2008).

Fenômenos específicos como o da black friday ou mesmo a evolução das redes de comunicação e a acessibilidade de lojas virtuais em geral, tem sido fatores determinantes no aumento do consumo de produtos nos mais variados gêneros em todo mundo. É nesse cenário que as novas tecnologias movidas pelo acesso à internet também podem ser um fator de risco para os consumidores em caso de não ser dada a devida atenção por parte dos governantes no mundo no que concerne à regulação e instrução sobre o uso da internet para consumir sem prejuízos (GUERRA, 2019).

Diante desse contexto, o presente trabalho, através do método de pesquisa dedutivo, realizará uma análise dos novos modelos de relações de consumo a partir de possibilidade e necessidade de caracterização do acesso à internet como direito fundamental. Para o desenvolvimento da pesquisa foram utilizadas como bases de dados das plataformas SciELO, Capes e bibliotecas virtuais.

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No presente estudo, de modalidade bibliográfica, se objetiva entender o que vem a ser o termo direitos fundamentais, assim como compreender suas possibilidades de expansão, os novos modelos de negociação que tem realçado um contexto de facilitação para as relações de consumo na sociedade contemporânea e também como a caracterização do acesso à internet como direito fundamental influencia os diversos e novos modelos de relações entre consumidores na contemporaneidade.

2 OS MARCOS CONCEITUAIS CONTEMPORÂNEOS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS E SUAS POSSIBILIDADES DE EXPANSÃO

Antes de iniciar os questionamentos sobre a conceituação de direitos fundamentais, a discursão já se inicia no aspecto da nomenclatura desses, uma vez que ainda existem divergências acerca de como denominar esse termo, sendo exemplos de denominações os termos “direitos humanos”, “direitos humanos fundamentais”, “liberdades públicas”, “direitos dos cidadãos”, “direitos da pessoa humana”, “direitos do Homem”, etc. (ALMEIDA, 2019).

Contudo, no intuito de sedimentar uma terminologia adequada aos marcos teóricos apresentados, a terminologia direitos fundamentais será a utilizada no presente trabalho. Esse entendimento convém ser disposto, uma vez que, no direito interno brasileiro, inclusive na Constituição Federal de 1988, a nomenclatura direitos fundamentais é a mais utilizada e também se faz constante em obras de autores que versam sobre a matéria como Dirley da Cunha Jr., Paulo Gustavo Gonet Branco e Dimitri Dimoulis e Leonardo Martins (DIMOULIS; MARTINS, 2007).

No ambiente dessa discursão conceitual e de nomenclatura, no Brasil, em razão do regime militar que precedeu a Constituição de 1988, todo um universo de direitos fundamentais só passou a ser abordado (em termos de legislação) a partir promulgação da referida Carta Constitucional. Só em 1988 se passa a ter um enfoque mais sério quanto à Constituição e aos direitos fundamentais e, por consequência, à constitucionalização desses direitos (SARLET, 2015)

Outro teórico que concorda com a referida distinção é Fábio Konder Comparato, ao mencionar a mais peculiar qualidade que distingue os direitos fundamentais dos direitos humanos. O referido autor também relata diretamente que os direitos fundamentais seriam “[...] os direitos humanos consagrados pelo Estado como regras constitucionais escritas.” (COMPARATO, 2019).

Dessa forma, a discussão sobre direitos humanos e fundamentais ao longo do século XX já esteve presente na doutrina no mundo afora e para definir direitos fundamentais, é possível buscar conceitos de diversos autores consagrados nessa tratativa, dentre os quais, as proposições teoréticas de Robert Alexy se destacam quando o autor menciona que direitos fundamentais são essencialmente direitos do homem transformados em direito positivo (ALEXY, 2017).

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Alexy elaborou sua teoria dos direitos fundamentais embasado na tipologia das “normas jurídicas” dividindo as normas de direitos fundamentais naquelas diretamente estatuídas pela constituição e aquelas que são resultado de uma interpretação mais abrangente dos dispositivos constitucionais, não deixando essas últimas de serem consideradas como direitos fundamentais (ALEXY, 2017).

Em um contexto mais específico, Ingo Wolfgang Sarlet promove entendimentos que se perfazem como promissores no contexto de pós-modernidade vivenciado no século XXI. O referido autor, em seu livro intitulado “A eficácia dos direitos fundamentais: uma teoria geral dos direitos fundamentais na perspectiva constitucional” considerou que os direitos fundamentais são reconhecidos internacionalmente com caráter universal e positivados na ordem jurídica constitucional (SARLET, 2015).

Para ele os direitos humanos são tidos como gênero e definem os direitos fundamentais como posições jurídicas, mínimas e impreteríveis da pessoa humana, positivadas e outorgadas no constitucionalismo intrínseco a cada Estado, cuja finalidade é a proteção de bens proeminentes ou ameaçados (SARLET, 2015).

Desse modo, apesar das divergências ideológicas, para fins de diferenciação basilar entre os termos “direitos humanos” e “direitos fundamentais”, uma explicação para a distinção é de que o termo “direitos fundamentais” se aplica aos direitos do ser humano reconhecidos e positivados na esfera do direito constitucional positivo de determinado Estado, ao passo que a expressão “direitos humanos” se refere aos documentos de direito internacional, por referir-se àquelas posições jurídicas que se reconhecem ao ser humano como tal, independentemente de sua vinculação com determinada ordem constitucional, e que, portanto, aspiram à validade universal, para todos os povos e tempos, de tal sorte que revelam um inequívoco caráter supranacional (ALVARENGA, 2019).

Sarlet menciona ainda, a importância dos Direitos fundamentais e completa seu conceito como sendo explicitações, em maior ou menor grau, do princípio da dignidade da pessoa humana, princípio este que, conforme o autor pode ser considerado como critério basilar para a edificação de um conceito material de direitos fundamentais, embora não seja o único (SARLET, 2015).

De modo consensual é possível visualizar que os direitos humanos são marcadamente direitos atribuídos à humanidade em geral, por meio de tratados internacionais, como é o caso da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Já os direitos naturais indubitavelmente estão marcados e positivados como fundamentais em um determinado ordenamento jurídico em suas leis basilares como é o caso das constituições (BOBBIO, 2004).

Essa última tese é corroborada pela Constituição Federal Brasileira de 1988 que, quando trata de assuntos internos, costuma se referir a “Direitos e garantias fundamentais”, ao passo que, quando trata de tratados internacionais, se refere a direitos humanos. Em verdade, o conteúdo de ambos é bastante semelhante. São conjuntos diferentes que possuem grande área de intersecção e a diferença é mais de fonte normativa que de conteúdo (ALMEIDA, 2019).

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O contexto de transformações sociais vivido no século XXI também deve ser destacado nesse arcabouço de teorias sobre os direitos fundamentais e Direitos Humanos, pois como afirmava o professor Norberto Bobbio:

[...] os direitos do homem, por mais fundamentais que sejam, são direitos históricos, ou seja, nascidos em certas circunstâncias, caracterizadas por lutas em defesa de novas liberdades contra velhos poderes, e nascidos de modo gradual, não todos de uma vez e nem de uma vez por todas. (...) o que parece fundamental numa época histórica e numa determinada civilização não é fundamental em outras épocas e em outras cultuas (BOBBIO, 2004, p. 42)

Nenhum direito fundamental deve ser considerado absoluto, pois mesmo os direitos fundamentais mais básicos podem ser relativizados. Situações como a evolução cultural da sociedade e no caso de conflito de direitos entre si, no qual não se pode estabelecer a priori qual direito vai prevalecer, são exemplos de relativização de direitos fundamentais que precisam sempre ser colocados em destaque na análise conceitual desses (CAMBI, 2019).

Acerca dos aspectos restritivos, reflexos ao conceito de Direitos Fundamentais, estes não poderão serem usados para a prática de ilícitos. Desse modo, pelo fato de nenhum direito fundamental ser absoluto, os direitos fundamentais podem ser objeto de limitações, não sendo, pois, absolutos. Deste modo, até o elementar direito á vida tem limitação explícita no inciso XLVII, a, do artigo 5º da Constituição Federal de 1988 em que se contempla a pena de morte em caso de guerra formalmente declarada (ABADE, 2017).

É nesse cenário de crescente importância de estudo, aplicabilidade e destaque normativo dos direitos fundamentais que Sarlet faz a seguinte observação:

Para que este momento continue a integrar o nosso presente e não se torne mais outra mera lembrança, com sabor de ilusão, torna-se indispensável o concurso da vontade por parte de todos os agentes políticos e de toda a sociedade. Neste sentido, se – de acordo com a paradigmática afirmação de Hesse –, para a preservação e o fortalecimento da força normativa da Lei Fundamental se torna indispensável a existência de uma “vontade de Constituição”, também poderemos falar em uma vontade dos direitos fundamentais, ainda mais quando estes integram o núcleo essencial de qualquer Constituição que mereça esta designação (SARLET, 2015, p. 69)

Nesse contexto de evolução dos direitos fundamentais em conjunto com as transformações sociais no século XXI, se destacam as matérias de Direito do Consumidor e consequentemente as relações de consumo que, na contemporaneidade

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vem passando por mudanças drásticas que precisam ser entendidas a fundo para proporcionar a ênfase normativa e a aplicação de novos direitos a serem considerados como direitos fundamentais.

3 OS NOVOS MODELOS DE NEGOCIAÇÃO E A FACILITAÇÃO DAS RELAÇÕES DE CONSUMO NO SÉCULO XXI

Historicamente, as relações de consumo e sua regulação sempre foram importantes para sociedade e uma das provas se faz no exemplo do antigo Egito e da preocupação dos seus governantes com a qualidade dos produtos que eram comercializados por mercadores. Os egípcios, por questões estéticas, religiosas e de saúde, cultivavam o hábito de pintar o próprio corpo com alguns tipos de maquiagem e já naquela época havia a existência de concorrência entre os fabricantes dos mencionados produtos no sentido de oferecê-los com maior qualidade, em razão das exigências dos respectivos consumidores.

Tal importância é destacada por Jean Baudrillard ao mencionar que “[...] o consumo surge como modo ativo de relação, como modo de atividade sistemática e de resposta global, que serve de base a todo nosso sistema cultural.” (BAUDRILLARD, 2010)

Para Bauman, a sociedade de consumo tenta satisfazer os desejos mais básicos humanos e essa promessa só se manterá sedutora enquanto o desejo continuar irrealizado. Na verdade, o padrão mercadológico atual se faz na estratégia da “[...] não satisfação dos desejos e a crença firme e eterna de que cada ato que visa satisfazê-los deixa muito a desejar e pode ser aperfeiçoado – são esses os volantes da economia que tem por alvo o consumidor.” (BAUMAN, 2007).

É relevante destacar que as relações de consumo vêm enfrentando ao longo dos tempos, diversas modificações e desafios, principalmente ao se tratar da tecnologia, pois essa possibilita facilidades e ao mesmo tempo inovações na forma de realizar negócios. Dentre as novas formas de relação de consumo do século XXI, está o contrato à distância no comércio eletrônico, que vem crescendo substancialmente e com ele a necessidade de criar leis que amparem o consumidor neste complexo e rico fenômeno.

O comércio eletrônico é realizado através das contratações efetivadas por

e-mail, on-line, telemarketing, TV, etc., ou seja, tudo à distância, sem a presença física

da figura humana, o que pode trazer desequilíbrio, já que o consumidor está em uma posição mais vulnerável e mais exposto ao ambiente virtual, que extrapola os limites territoriais (HOFFMAN-RIEM, 2015).

A relação de consumo se perfaz como um tipo de contrato e sua importância e complexidade veementes a faz objeto de estudos cuidadosos. Como relata Vera Helena de Mello Franco, “[...] a modalidade constitui um tipo complexo, posto que

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não se exaure no negócio jurídico realizado entre fornecedor e adquirente, mas envolve outras relações [...]” (FRANCO, 2014).

Na contemporaneidade, tais relações se tornaram ainda mais complexas já que tem sido destacada novas maneiras do público se relacionar com certos produtores e produtos, nas quais a sua ação requer atenção, pois as pessoas ganharam poder de negociação com as novas tecnologias que vem ocupando um espaço na intersecção entre os velhos e os novos meios de comunicação (JENKINS, 2009).

O maior exemplo dessas novas e criativas formas de incentivo às relações de consumo é a Black Friday. Tal momento específico do ano no qual os preços de produtos decaem, pôs em evidência uma série de questões sobre relações de diferentes naturezas, em que predominam aspectos empresariais, nacionais, subjetivos ou grupais (GUERRA, 2019).

A Black Friday tem anualmente ensejado processos de exposição a mensagens midiáticas e de interações em várias instâncias dentro da internet, sobretudo com a produção de conteúdo diante de diversas informações já produzidas pelas empresas do setor varejista durante a data comercial. Essa data específica “importada” dos Estados Unidos tem modificando-se com o tempo de modo a não se fazer mais como um simples dia de promoções, mas também um dia de ritual de consumo da família (FRIEDMAN, 2011).

No Brasil, a primeira Black Friday, realizada em 2010, foi totalmente online e reuniu cerca de 50 lojas de varejo. Na sociedade contemporânea, esse evento mobiliza não somente a sexta-feira, mas diversos dias da semana de novembro e até o mês todo em alguns locais de comércio. Esse tipo de evento comercial torna-se cada vez mais evidente no Brasil pela publicidade (principalmente via internet), com uma grande quantidade de anúncios de lojas varejistas, em formato de vídeo, banners digitais, entre outros (GUERRA, 2019)

Na Black Friday, centenas de pessoas se amontoam em filas no dia anterior, sempre acompanhadas por familiares ou vizinhos. Muitos chegam a montar estratégias para conseguir comprar tudo o que consta na lista. Várias lojas passaram a abrir a partir da meia-noite para “facilitar” a vida do consumidor e/ou para que ele possa ter mais tempo de fazer suas compras (BRABO; PASTANA; MESQUITA; FERREIRA; CRISTO, 2014)..

As estratégias dos varejistas nesse dia são diversas, mas o principal ponto, não seria tanto o lucro momentâneo, mas sim o laço que se consegue criar com o cliente, que pode tender a voltar a consumir na loja em anos seguintes, ou seja, objetiva pincipalmente fidelizar a clientela. Para fins exemplificativos, é destacável o caso de algumas lojas Walmart que distribuem até café e sanduíches nas filas com o objetivo de marcar o consumidor (BRABO; PASTANA; MESQUITA; FERREIRA; CRISTO, 2014).

Desse modo é possível verificar o desenvolvimento cada vez mais intenso em escala global de um ambiente mais amplo para as relações de consumo, pois essas estão inseridas em sistemas de valores relacionados a formação social e histórica do capitalismo. De acordo com a análise de Zygmunt Bauman o capitalismo é o sistema

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de produção que representa a sociedade do consumo ou dos consumidores que, segundo o autor:

[....] é um tipo de sociedade que promove, encoraja ou reforça a escolha de um estilo de vida e uma estratégia existencial consumista, e rejeita todas as opções culturais alternativas. Uma sociedade em que se adaptar aos preceitos da cultura do consumo e segui-los estritamente é, para todos os fins e propósitos práticos, a única escolha aprovada incondicionalmente. Uma escolha viável e, portanto, plausível – e uma condição de afiliação (BAUMAN, 2008).

Nesse contexto, o consumo engendra necessidades que, se consumadas, supõem implicar um estado de realização contínuo. A publicidade, nicho de extrema importância para a sociedade do consumo, manifesta-se por uma evocação simbólica em que é destacado o benefício ao potencial consumidor se constituindo por uma oferta gratuita e contínua a todos. Tal cenário tem promovido a imagem prestigiosa e, sobretudo, o milagre virtual da gratuidade de publicidade espelhado pelo constante comércio de produtos (SOUZA, 2019).

Ainda sobre esse procedimento de ascensão diversificada de meios e produção de relações de consumo na contemporaneidade, é destacável a aceitação da cultura norte-americana no mundo, afirmando que essa se dá por meio do fascínio pelas tecnologias e pelo mercado estando presentes nesse ambiente as marcas essenciais de uma “universalidade” americana. Em comparação com o Império Romano, que dominou o mundo pela espada e pelos ritos, o Império Americano controla pelo capital e pela agenda midiática do democratismo comercial (SODRÉ et al, 2013).

Diante desse contexto, o acesso à internet tem ganhado um imensurável espaço no mundo das relações de consumo. Contudo, entender como possibilitar a aplicação do acesso à internet como um direito, ou melhor, como um Direito Fundamental, pode ser um fator de disrupção das relações de consumo no que diz respeito não somente à sua amplitude, mas à toda uma gama de direitos reflexos de tal postulado que poderão ser enraizados na sociedade.

4 AS RELAÇÕES DE CONSUMO A PARTIR DA CARACTERIZAÇÃO DO ACESSO À INTERNET COMO DIREITO FUNDAMENTAL

A facilidade de acesso à internet implicou no elevado número de pessoas que a utilizam atualmente. Em estudo estatístico realizado em 2018, a Organização das Nações Unidas (ONU) verificou que aproximadamente mais da metade da população mundial usa internet em suas vidas diariamente. Cerca de 3,9 bilhões de pessoas usam a internet em todo o mundo, o que representa mais da metade da população (ONU, 2018)

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No Brasil, conforme dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2017, aproximadamente 70% da população fez uso da internet diariamente de alguma forma, o que representa 126,9 milhões de pessoas. De acordo com o referido levantamento, 74% da população está ligada à internet nas zonas urbanas e metade da zona rural brasileira esteve conectada (IBGE, 2018).

Ainda sobre a mencionada pesquisa no Brasil, entre os usuários da internet, 48% adquiriu ou usou algum tipo de serviço on-line, como aplicativos de carros, serviços de streaming de filmes e música, ou pedido de comida (IBGE, 2018).

Tal importância do acesso a internet ficou marcada também por iniciativas governamentais, como é o caso do governo brasileiro que, ainda em 2010 lançou o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), com a finalidade de levar o serviço a cerca de 40 milhões de brasileiros até 2014. O referido programa teve como meta conectar com internet de baixo custo e alta velocidade 4.283 municípios localizados em 26 estados, mais o Distrito Federal, atendendo a 88% da população brasileira (SANTAELLA, 2013).

Levando em consideração o exemplo já mencionado da Black Friday no mundo, a implantação desse evento comercial nos Estados Unidos, seu país de origem, e no Brasil, levou à conclusão de muitos pontos explicativos sobre o êxito virtual desse fenômeno no mundo das relações consumeristas, pois no decorrer dos anos, nota-se uma evolução do acesso, além de uma mudança nos hábitos dos brasileiros (SANTAELLA, 2013).

A ideia do Black Friday no Brasil, que só veio tomar grandes proporções em sua quarta edição, no ano de 2013, tem proporcionado o estreitamento do uso das redes sociais no relacionamento entre empresas e seus usuários, além da integração de soluções como, por exemplo, aluguel de filmes, serviços de corretagem e compras coletivas (SANTAELLA, 2013).

Gradativamente, tem havido uma mudança cultural e de hábitos da população mundial destacada pela substituição dos modelos de uso da internet de forma cada vez mais veloz e acessível facilitando o acesso no meio urbano e no rural. Além disso, os já mencionados dados retratam um aumento expressivo, tanto nas zonas urbanas quanto rurais e tal realidade se perfaz principalmente no âmbito da ampliação de conexões por intermédio de novas tecnologias móveis, principalmente com a tecnologia 4G e até em 5G (GUERRA, 2019).

Nesse contexto de marcos de destaque ao acesso à internet no âmbito das relações de consumo, um ponto importante é a necessidade de normatizar esta complexidade de fatores, sem prejudicar a livre iniciativa e sem que ocorra a intervenção desmedida do Estado em relações privadas. Logo, as normas devem ser adequadas conforme a realidade, a fim de garantir a defesa do consumidor e a segurança jurídica das negociações virtuais.

Segundo Cláudia Lima Marques, “[...] transparência, informação e segurança são as palavras-chaves da relação de consumo do século XXI.” (MARQUES, 2011a, p. 21). Ainda de acordo com a referida autora “[...] o desafio atual é moldar o regime do contrato do Código de Defesa do Consumidor – CDC de forma que possa assegurar

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esses valores, apesar da hipercomplexidade e do pluralismo dos tempos pós-modernos [...]” (MARQUES, 2011a, p. 21).

Nesse contexto se destaca a menção de Wolfgang Hoffman-Riem ao afirmar que “[...] a facilitação da aprendizagem, bem como a facilitação da inovação, exige que as normas jurídicas deixem um espaço adequado para a solução inovadora dos problemas” (HOFFMAN-RIEM, 2015, p. 29).

No ambiente de metamorfose da esfera pública pela internet e redes sociais, o problema primordial dos primeiros contatos do judiciário e do sistema político com a questão dessa temática, se dá pela falta de diagnóstico mais complexo do tipo de transformação que o direito tem passado na era da internet no mundo contemporâneo e, por outro lada, da falta de experiência internacional em lidar com essa transformação na esfera pública (MEDEIROS, 2013).

Tais providências se tornam de suma importância e necessidade para que o consumidor no comércio eletrônico receba tratamento protetivo capaz de lhe trazer a imperiosa segurança jurídica nessa nova realidade das relações em âmbito privado, que estão cada vez mais complexas (MEDEIROS, 2013).

Em exemplo marcante dessas preocupações para com o acesso à internet nas relações de consumo, os portais do consumidor de vários PROCON’s estaduais têm lançado anualmente no Brasil, às vésperas da Black Friday, listas com sites de compras

online que deveriam ser evitados. Essas têm sido elaboradas a partir das centenas

de reclamações online sobre os endereços, registrados pelos órgãos de defesa do consumidor. Nesse sentido, menciona o site da fundação de Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON) do Estado de São Paulo que:

Apesar de alguma evolução promovida por poucas empresas atuantes no comércio eletrônico em relação à informação prestada ao consumidor, como a identificação dos produtos participantes por meio de selos ou “hot sites” e a divulgação do seu histórico de preço, os consumidores voltaram a relatar problemas como instabilidade dos sites, preços cheios aumentados para dar a falsa impressão de que o desconto era maior (“maquiagem de desconto”), descontos muito pequenos perto da expectativa gerada e “carrinhos de compra” esvaziados na conclusão da transação (FUNDAÇÃO PROCON SP, 2013).

É nesse cenário que se verifica a atenção ao exame do fenômeno da internet, não somente pelo fato do acesso à rede mundial de computadores ter se tornado um direito básico dos cidadãos, mas no caso das relações de consumo, como fator gerador de preocupação com a efetividade das normas jurídicas de direito positivo nas relações da vida estabelecidas por intermédio da internet no âmbito dessas relações (MEDEIROS, 2013).

Tal pendência de intensificação de regulação jurídica do comércio eletrônico e a necessidade de maior proteção dos vulneráveis nos sistemas de troca por intermédio

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da internet, possui uma unilateralidade visível e uma bilateralidade escondida na qual se visualiza o desafio à correta compreensão do exercício do direito à liberdade contratual nas transações estabelecidas e o surgimento de uma nova vulnerabilidade eletrônica (MARQUES, 2011b).

Diante da quantidade de dados que corroboram para a importância do acesso à

internet na sociedade, a sua caracterização como direito fundamental e a consequente

aplicação de políticas públicas e de normas de incentivo, regulação e orientação de seu uso, devem ser uma questão de destaque em qualquer país do mundo, não somente como forma de incrementar o seu comércio, mas para o desenvolvimento da sociedade como um todo.

Conforme afirmam Marina Patrício de Arruda e Lilia Aparecida Kanan, já está em andamento o chamado “estilo de vida digital” no qual o computador, a internet e as redes são tecnologias da inteligência que passam a ampliar a base educacional da sociedade que, por sua vez, também influenciará os processos mercadológicos no que diz respeito às relações de consumo (ARRUDA; KANAN, 2013).

Manuel Castells, trata do acesso à internet com direito fundamental destacando a sua relevância para a sociedade, uma vez que para o autor, as redes são instrumentos capazes de expandir sem limites a comunicação e são perfeitamente apropriadas para uma economia capitalista baseada na inovação, globalização e na adaptabilidade (CASTELLS, 2010).

A comunicação social, com foco principal na questão da liberdade de expressão e no próprio direito à informação, é parâmetro introdutório para a consolidação e facilitação do acesso à internet como direito humano fundamental já que, por ser um meio facilitador de comunicação entre pessoas, tal direito se insere implicitamente em tais preceitos, sendo obtidas constantemente diversas e infinitas informações pela rede mundial de computadores (FERREIRA PESSSOA, 2015).

Reconhecer juridicamente esse direito como fundamental seguindo as diretrizes do Direito Internacional se torna um passo primordial. Os indicativos da Organização das Nações Unidas (ONU), que em 16 de maio de 2011 reconheceu o acesso à internet como direito humano são sinais de tal tendência (OLIVEIRA; SILVA, 2014).

Outro exemplo marcante dessa tendência de reconhecimento do acesso à

internet como um direito fundamental e humano foi o fato do Conselho Constitucional

Francês, no ano de 2009, julgar inconstitucional o projeto de lei que tencionava bloquear o acesso à internet sem a necessidade de decisão judicial de pessoas que fizessem downloads de material protegido por direitos autorais (GOULART, 2012).

Na experiência brasileira, um exemplo marcante se faz na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) número 185/2015, que tramita junto à Câmara dos Deputados e que já teve parecer favorável da comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Essa pretende acrescentar o inciso LXXIX ao artigo 5º da Constituição Federal de 1988, para incluir o acesso à internet em alta velocidade entre os direitos fundamentais do cidadão (BRASIL, 2015).

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No ordenamento jurídico infraconstitucional, verifica-se a existência da Lei 12.965/14 (Marco Civil da internet), na qual se estipula em seu texto o acesso à internet como um direito de todos e de extrema importância, podendo ser ainda considerado essencial ao exercício da cidadania (BRASIL, 2014).

Apesar desse cenário de possibilidade de acesso livre à internet em boa parte do mundo, no ano de 2019, além da Turquia, mais sete países europeus suspenderam o acesso à mídia e bloquearam a internet. A Rússia, por exemplo, bloqueou o acesso à

internet durante os protestos em Moscou em 6 de agosto. Ucrânia, Bélgica, Hungria e

Bulgária também bloquearam o acesso a diferentes mídias em momentos específicos do ano (SJSP, 2019).

Na região da América Latina, a Venezuela impôs várias paralisações e restrições de seu uso durante os primeiros meses do ano de 2019. Nessa região, o fechamento da mídia ocorreu devido à pressão econômica dos governos, especialmente na Guatemala e Honduras (SJSP, 2019).

Nesse contexto, é verificável a urgência de medidas normativas que atentem para o reconhecimento do acesso à internet como direito fundamental e imponham aos Estados a realização de políticas de inclusão digital para intensificar não somente o ativismo nas mídias virtuais, mas a acessibilidade e a orientação à manutenção e criação de relações de consumo saudáveis. Essas ações proporcionarão o desenvolvimento econômico e social global, já que a internet tem sido e continuará sendo um importante recurso para o processo de evolução das relações de consumo.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da notoriedade de transformações sociais ocorridas no século XXI, a possibilidade de expansão dos direitos fundamentais se torna cada vez mais notória, uma vez que necessidades que não eram consideradas básicas para a vivência social a poucos anos, tem na atualidade novos status.

O acesso à internet, indubitavelmente é um fator de transformação social que agrega o desenvolvimento do sistema de relações de consumo. Contudo, no âmbito do referido sistema, a sua utilização tem se tornado um fator de prejuízo para a sociedade, seja diante da falta de instrução de muitos no seu uso, seja pela desigualdade na acessibilidade ao recurso da internet.

Nesse cenário, a caracterização do acesso à internet como direito fundamental poderá promover uma ênfase normativa de importância para os governantes que não somente trará novos contextos legislativos de regulamentação do uso das mídias virtuais na relação de consumo, mas também trará a possibilidade de maiores envolvimentos governamentais através de políticas públicas de facilitação e instrução da utilização da rede mundial de computadores.

Consolidar a importância do acesso à internet promovendo a sua

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configurar esse direito humano como pilar para construção e avanço do mercado digital e consequentemente para o desenvolvimento da economia mundial. Nesse sentido, a intensificação do consumo poderá sustentar as transformações sociais promovidas pela constante evolução demandada pelo sistema capitalista.

A importância do acesso à internet globalmente se consolida pelo fato de que, um dia no mundo sem a internet poderia causar um colapso econômico e graves crises sociais. A criação e utilização diária de novos métodos de ganho financeiro pelas relações de consumo através do uso da internet deve ser um direito de todas as pessoas garantido constitucionalmente e em toda a legislação infraconstitucional, uma vez que a sua limitação somente poderá favorecer regimes ditatoriais ou dificultar a ascensão socioeconômica das Estados em todo o mundo.

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