UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA
CATARINA
CENTRO
sÓCIo-ECONÔMICO
DEPARTAIVIENTO
DE
CIÊNCIAS
CONTÁBEIS
1
LEASING
:ASPECTOS
CONCEITUAIS E
CONTÁBEIS
\
I
CLÉVERSON
LUIZ
FIGUEIREDO
FLORIANÓPOLIS
-SANTA CATARINA
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRQ
sócio-EcoNôM1Co
DEPARTAMENTO
DE
CIÊNCIAS
coNTÁEEIs
J
LEASING
:ASPECTOS
CON
CEITUAIS
E
CONTÁBEIS
Monograña
submetida
àUniversidade
Federalde Santa Catarina para
obtenção
do
grau
de Bacharel
em
Ciências Contábeis.Aluno
: CléversonLuiz
Figueiredo'Orientador
: Prof.°
Flávio
da
Cruz
FLORIANÓPOLIS
-SANTA CATARINA
AGRADECHVLENTOS
A
Deus, por
me
acompanhar
durante mais
este longo percurso,iluminando
sempre
meu
caminho.
Agradeço
ao
Prof. °Flávio
da
Cruz,
pela orientação criteriosa,acompanhando
a evolução e consolidaçãodas
idéias e conceitosembutidos
no
trabalho.
I
A
José Carlosda
Silva,meu
patrão eamigo,
que
me
proporcionou
aconciliação dos
meus
estudoscom
o trabalho,durante
toda aminha,
estadia universitária.A
cheña do Departamento
de
CiênciasContábeis
da
UFSC,
Coordenação
do
Curso, professores, funcionários e colegas
de turma,
pelaoportunidade de
enriquecimento
profissional e pessoal.Faz-se imprescindível registrar
minha
mais profunda
gratidão ameus
pais,Luiz
Fernandes de
Figueiredo e BelizáriaMaria
de
Figueiredo, e aminhas
irmãs,Giane, Cristiane e Luiza, pela paciência,
compreensão
e apoioem
todos osmomentos
da
minha
vida._
E
enñm,
a todas as pessoas, cujonome
não
é citado, pela inviabilidadede
listá-las,
mas
que
participaramde
alguma
maneira,em
algum
momento
do
trabalho,“LEASINGI
ASPECTOS
CONCEITUAIS
E
CONTÁBEIS.”
autor:
Acadêmico
(a).CLEVERSON
LUIZ
FIGUEIREDO
Esta
monografia
foi apresentadacomo
trabalho de conclusãono
curso de Ciências Contábeisda
Universidade Federal de Santa Catarina, obtendo a nota
média
de.Í,›.5.. atribuida pela bancaconstituida pelos professores abaixo
nominada
.Fiorianópolis, ...
~1ssE
N10
LoRÁND1
Coordenador de Monografia do
CCN
Professores
que
compuseram
a banca:/-ft
of
MSC.FLÁVIO
DA
CRUZ
~
çq¿^aø/(y
~
Membro
Pmff*.ALE›w-
o
›~AvE`1oA
SUMÁRIO
CAPÍTULO
1 1. ' 1.1 1.2 1.2.1 1.2.2 1.3 1.4 1.5CAPÍTULO
2 2. 2.1 2.1.1 2.1.2 2.1.3 2.2 2.2.1 2.2.2 2.2.3NOÇÕES
SOBRE
O
LEASING
... ..INTRODUÇÃO
... ..OBJETIVO
...OBJETIVO
GERAL
... ..OBJETIVO
ESPECÍFICOS
... ..EVOLUÇÃO
HISTÓRICA
DO
LEASING
...LEGISLAÇÃO
BRASILEIRA
SOBRE
LEASING...LEASING
No
PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO
... _.E
:E
E
E
E
0 .I
'E
a O'\ -B 3 -B -B I-l i-KCONTRATO
E
TIPOS
DE
LEASING
... .. 11CONTRATOS
DE LEASING
... .. 11PRAZOS
MíNI1vIOSDE
CONTRATOS... 13OPÇÃO
DE COMPRA.
... 14VALOR
RESIDUAL
DO
16TIPOS
DE LEASING
... 17LEASING
17LEASING FINANCEIRO
... IsOUTROS
TIPOS
DE LEASING PRATICADOS
NO
BRASIL
... .. 19CAPÍTULO
3 3. 3.1 3.1.1 3.1.2 3.2 3.2.1 3.2.2ANALISE
COMPARATIVA
DAS
VANTAGENS
E
DESVAN
TA-
GENS
DO
LEASING
... .. 22VANTAGENS
... 23VANTAGENS
FISCAISE
CONTÁBEIS
DO
LEASING
... 23VANTAGENS
DO
LEASING
OPERACIONAL
E
FINANCEIRO
... .. 24DESVANTAGENS
... .. 25DESVANTAGENS
FISCAISE
CONTÁBEIS
... .. 25DESVANTAGENS
DO
LEASING
OPERACIONAL
E
FlNANCEIRO... 26CAPÍTULO
4 4. 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5CONTABILIZAÇÃO
DO
LEASING
... .. zsPRINCÍPIOS
FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE
PARA
LEASII 29CONTABILIZAÇÃO
DO ARRENDAMENTO
MERCANTIL
No
BRASIL
... ...«. ... .. 31EFEITO
DESTA CONTABILIZAÇÃO
E ALGUNS"ASPECTOS»-
FISCAIS ... .. 36OBRIGATORIEDADE DAS
NOTAS
EXPLICATIVAS
EM
DEMONSTRAÇÕES
37PROJETO DE
LEI
DA
CVM
... .. 33CONCLUSÃO
... .. 42REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
... .. 44l
CAPÍTULQ
1
1
-NOÇÕES
soBRE
0
LEASING
1.1
-1NTRo1›UÇÃo
Os
contratosem
geral, especialmente os mercantis foram, juntamentecom
ostítulos de crédito, a
mola
mestraque
impulsionou o comércio mundial ao atual estágio.Através
do
desenvolvimentodo
comércio, ocorreu a necessidadeda
célebreevolução
da
teoria.Por
outro lado,em
virtudedo
aperfeiçoamentodo
contrato, este constitui-seno
instrumento imprescindível eno
elemento indispensável à circulaçãodos
bens.
O
direito contratualdo
iníciodo
séculoXIX,
forneceumeios
simplificados eseguros para dar eficácia juridica a todas as combinações
de
interesses, aumentou, pela eliminação quase completado
formalismo, o coeficiente de segurança das transações eabriu espaço para à lei
da
oferta eda
procura, e levando as restrições legais.Quanto
aos
títulos de crédito, desde ›l908, a legislação brasileiratem
sidocoerente,
com
apenas algumasmodificações
introduzidas devido a nossa adesão àConvenção de
Genebra, geradorada
Lei Uniforme, sua estruturade
incorporação,literalidade e autonomia
permanecem
intacta.Não
sepode
dizer omesmo
dos
contratos mercantis , pois de longa data a matéria éde
dificil entendimento.Desde que
foipromulgado
oCódigo
Comercial,em
1850,não
tínhamosum
ordenamento civil,
mas
leis esparsasdo
Brasil, outras de Portugal e as Ordenações,por
isso, nele
foram
incluídas regras jurídicasque não constavam da
nossa desordenada~ ~
legislaçao civil de entao.
.
Muito
embora
opanorama
fosse este, o legisladorde 1850
foi precavido aoestabelecer
no
art. 121do Código
Comercialque
as regras e disposiçõesdo
direito civilpara contratos
em
geral são aplicáveis aos contratos comerciais, estabelecidas nesteCódigo.
2
Em
1916,com
apromulgação do Código
Civil,na
opinião de Jorge PereiraAndrade, a dicotomia atingiu a perfeição, e daí
em
diantehá de
se falarem
contratos comerciais e civis, sendoque
paraambos
o Direito das Obrigações écomum. Assim
, asobrigações são civis
ou
comerciais se a relação juridicaque
lhesdeu
causa é civilou
comercial,mas
sempre
regida pela estruturado
Direito das Obrigações, pois este se aplica ao negócio realizado independentemente da qualidade das pessoas fisicasou
jurídicas nele envolvidas.O
Leasing, por sua natureza mercantil, éum
contrato mercantil atípico, muitoembora,
como
se verá adiante, resultadode
um
entrosamentode
contratos.Em
todocontrato mercantil, a figura
do
lucro está presente,porém
este resultado surgedo
usoeconômico
enão da
propriedade, por certo o será por força deum
Leasing.Este ato negocial
que
resulta o Leasing envolve três pessoas :a) a
arrendanteou
arrendadora;b)
a
arrendatária;c)
oƒornecedor do
bem.Tenha-se
em
mente, porém,que
neste caso o Leasing é oque
nóschamamos
de
clássico, pois existe outro tipo
em
que
a figurado fomecedor
desaparece, e outro, ainda,em
que
o arrendante é o arrendatário.Arrendante, é a empresa de Leasing, a financeira,
com
o objetivo social expressonos estatutos sociais; é ela
que
vai arrendar obem
de
que
a arrendatária precisa, se já otem,
ou
vaiadquiri-lo, atendendo especificação enome
do
fomecedor.Arrendatária, é considerada a figura principal
do
contrato,porque
dela é a idéia;a iniciativa é sua, resultante
da
necessidade deum
bem
para atender a sua atividade,por
não
terou não
querer descapitalizar partede
seu patrimôniona
aquisição daquelebem.
Principal ainda,
porque
deve apresenta condições econômicas favoráveis para cumprir a contraprestação resultantedo
usodo bem,
sem
as quais inviabilizaria o próprio contrato.3
O
Patrimônio, é importante 'na formaçãodo
binômio - condição moral maiscondição
econômica
, pois a confiança(crédito) é fi'utoda
condição moral ratificada pelacondição econômica(patrimônio);
Se
a arrendatária apresentar estas condições serámerecedora
de
uma
prestação presente(a possedo
bem
desejado) e deverá cumprir,em
conseqüência, a contraprestação futura, as prestaçõesno
prazo e condições pactuadas(oaluguel
do
bem).Fornecedor, é o
vendedor
do
bem
encomendado
pela arrendatária à arrendante;só aparece
no
contratopor
interesse das partes,quando
se tratade
bem
importadoou
de
bem
de alta tecnologia.Não
se envolvendo denenhuma
formacom
oque
foi pactuado entre arrendante e arrendatária,que
esta sim obrigatoriamente, são partes contratantes.É
característica essencialdo
contrato de Leasing a oferta unilateralda
arrendanteà arrendatária
de
três opções ao finaldo
contrato, sendoque
uma
delas obrigatoriamentedeve ser exercida:
'
a)
comprar
obem
por
valor residual determinado;b) devolver o
bem;
c) renovar contrato.Com
estas particularidadesdo
contratode
Leasing e tendoem
vista a sistematização dos contratosem
nosso ordenamento jurídico,podemos
considera-lo:a) bilateral,
por
conter obrigações para as duas partes;i
\
b) signalagmático(compromisso de locar), pela dependência recíproca das
obrigações;
c) oneroso( característica dos contratos bilaterais);
d) consensual, já
que
é perfeito e acabadocom
simples manifestaçãoda
vontadedas partes;
e) comutativo, pois as prestações corresponde
uma
contraprestação;Í) por
tempo
determinado,por
forçado
art. 5°
da lei nr. ° 6.099/74;
g) de execução diferida, por conter cláusula oferecendo à arrendatária três opções
no
finaldo
contrato, consubstanciando por isso a teoriada
imprevisão, visto4
h) intitui personae, pois desde o
momento
em
que o
Leasingtem
contratantedeterminado e só por causa disto vai existir o contrato, este se insere
como
tal:“um
contrato é intitui personaquando
a consideraçãoda
pessoade
um
dos
contratantes é para o outro o elemento determinado
de
sua conclusão”.i) atípico nominado, pois a causa é precisamente atípica porque é
nova
e diversaa cada
uma
dasque
são própriasdo
contratos nominados.1.2 -
OBJETIVO
1.2.1 -
Objetivo
Geral
O
presente trabalho, tevecomo
objetivo, analisar a viabilidadedo
Leasing, nos seus aspectos positivos e negativos,em
relação as empresas arrendatárias.1.2.2 -
Objetivos
específicos
1 -
A
descriçãodo que
é Leasing, e a dinâmica envolvida;2 - Definições das várias modalidades de Leasing
que
operam
no mercado
local;3 - .Descrição e análise das vantagens e desvantagens
do
Leasing;4 - Apresentação das alternativas, para a contabilização dos atos e fatos
envolvidas
na
dinâmicado
Leasing.1.3.
EvoLUÇÃo
HISTÓRICA
Do
LEASING
A
práticado
Leasingcomo
um
meio de
outorgar o usode
um
bem
sem
transferira sua propriedade
tem
sua origemna
antigüidade,mesmo
antesde
Cristo.Conforme
Carlos Patrício Samanez,
na
Grécia, o governode
Atenas concedia arrendamentos perpétuos das minas de propriedade estatal.5
Na
Política de Aristóteles,há
um
fato controvertidoque
alguns consideramuma
autêntica operação de Leasing, enquanto outros o
vêem como
um
método
de monopólio.O
episódio narraque
Talesde
Lileto foi certa vez censurado, pois sua sabedoriade nada
amenizava a miséria
em
que
vivia.Antevendo
um
ano próspero para as oliveiras,aproveitou as circunstâncias .para provar o contrário
do que
diziam.Às
vésperas dascolheitas,
comprou
todas as prensasque
haviaem
mileto e Quio, sublocando-as, posteriormente, aos produtoresde
óleo a preços elevados e obtendo formidável lucro.A,
mais antiga evidência sobre Leasing
da
qual se tenha conhecimento datada
antigüidade, por volta
de
2.000 a .C., nas escritas cuneiformesdo
povo
sumério, já que,sendo o Leasing forma peculiar de locação, os antigos
usaram
as primeiras formulaslocativas distinguindo a propriedade
do
bem
em
relação ao seu uso.Nos EUA,
o Leasing a longo prazo foi introduzido pelos colonos ingleses,em
1700, nas cidades
de
Baltimore e Filadélfia.Tempos
depois os holandeses inseriram-noem
New
Iorque. Durante o SéculoXIX,
o Leasing continuou a se expandir,porém,
com
aplicações muito limitadas.
Certos autores
dizem que
ele surgiu realmentenos
Estados Unidos,na
décadade
1950.
O
Método
foi criadoem
1952 por Boothe
Jr., proprietário deuma
fabricade
alimentos na Califórnia. Necessitando atender a
um
importante contrato de fornecimentofirmado
com
o exército, para o qualnão
possuía o equipamento suficientenem
podiacomprar
a maquinaria, resolveu alugá-la.Tempos
mais tarde, aproveitando a experiência,criou
uma
empresa destinada ao aluguel de equipamentos.Outros
dizem que
a fonte inspiradora desta modalidadede
financiamento foi oLend
and
Lease Act,promulgada
pelo governo norte-americano,em
março
de 1941.Através dessa lei, Roosevelt estipulou
um
sistemade
ajudamútua
aos aliados, durante asegunda guerra mundial.
Nos
EUA
teve tal crescimento,que
jáem
1970, cercade
50%
das empresasnorte-americanas recorriam ao Leasing.
\ Irnplantado
na
Europa
em
1960,o
Leasing cresceu, estendendo-se,principalmente, pela Inglaterra, França e Alemanha.
Na
América
Latina, expandiu-se,\ 6
Leasing foi introduzido
na
décadade
50.Como
veremos
em
seguida, a legislação própriaincidiu-se apenas
na
décadade
70.1.4 -
LEGISLAÇÃO
BRASILEIRA
SOBRE
LEASING
O
Leasing foi introduzidono
Brasil oficialmentecom
onome
de
arrendamentomercantil, pela Lei nr° 6.099/74,
de
12de
setembrode
1974, e, regulado pela Resoluçãonr° 35l,
de
17de novembro de
1975,do
Banco
Centraldo
Brasil.Pela leitura
do
art. 1 ° da lei introdutória, “o tratamento tributário das operações de arrendamento mercantil reger-se-á pelas disposições desta Lei “ já se percebeque
olegislador estava mais
preocupado
com
os tributosde
tais operações, poisnem
mesmo
“definiu se o Leasing é contrato
uno
ou
se éum
encadeamento de contrato”.O
parágrafo único longe de definir oque
é Leasing, conceitua-o demodo
superficial,não
trazendo elementos indicativos para a determinaçãoda
sua natureza jurídica.Pela Lei nr° 6.099/74, as partes contratantes só poderiamiser pessoas jurídicas,
conforme
constavado
parágrafo únicodo
art. 1 °.Em
1983, portantonove
anos depoisda
introduçãodo
instituto, a Lei nr° 7.132,de 26 de
outubro, alterou aquele parágrafo,que
passou a ter a seguinte redação:“Considera-se
arrendamento
mercantil,para
os efeitos desta Lei,0
negóciojurídico entre pessoa juridica,
na
qualidadede
arrendadora, epessoa
fisicaou
jurídica,na
qualidadede
arrendatária, eque
tenhapor
objeto oarrendamento
de
bens adquiridos pela arrendadora,
segundo
especificaçõesda
arrendatdria epara
uso próprio desta (Andrade, 1996)
A
partir de então a arrendanteou
empresa de Leasing, só poderá ser pessoajurídica, e arrendatária pessoa jurídica
ou
flsica. Talmodificação
foibem
recebida pelo~
mercado
arrendador,como
se depreendede
estatística feita pelaABEL
AssociaçaoBrasileira das
Empresas de
Leasing, a qual demonstra que,em
1983,houve
um
decréscimo de
55%
nos contratosde
Leasingtomados
pelo seu valor e,em
1984,com
amodificação
introduzida, jáno
primeiro semestre,um
acréscimo de 2,1%, e,no
segundo7
A
lei modificativa acrescentou diversos parágrafosno
art. 16 eno
§ 5 ° inovou, aodeterminar ,: f“Mediante condições
que
estabelecer, o Conselho Monetário Nacionalpoderá autorizar o registro de contratos
sem
cláusulas deopção de compra
bem
como
fixar prazos
mínimos
para as operações previstas neste artigo”.Como
se vêhouve
uma
profunda modificação, de vezque
o art. 5 °da
Lei nr° 6.099/74 determina aquela opção.Juntamente
com
estas leis mencionadas, desde1974
tivemos dezenasde
resoluções, circulares, comunicados, pareceres normativos, instruções normativas,
deliberações, portarias, cartas circulares,
comunicados
conjuntos, específicosou
parciais,em
que
seencontram
procedimentos para a atividade de Leasing, mas, salvo asmodificações comentadas
acima, o cerne das leis 6.099/74 e 7.132/83 continua valioso.A
Nota
Técnica nr° 12 de 3 demarço
de 1989,da Comissão
de Controlede
Programa
de Estabilidade Econômica,que dá
subsídios importantes para o entendimentodo fimcionamento do
contrato de Leasing,na
Óticada
Receita Federal ( estaNota
técnicafoi emitida para dirimir inúmeras dúvidas suscitadas por ocasião
do
congelamentode
preços determinado pela Lei 7.730/89 e pela
Medida
Provisória nr° 38) :I -
As
operação de Leasingnão
se caracterizamcomo
locaçãoou
prestaçãode
serviços
em
virtudede
apresentarem peculiaridades próprias, taiscomo:
a) o contrato de Leasing apresenta três alternativas de livre escolha
do
arrendatário ao final
do
contrato :opção
decompra do bem,
devoluçãodo
~
bem
ou
renovaçaodo
contrato; ~b) o
bem
arrendado nao se encontra disponívelna
sociedade arrendadora, sendo por esta adquirido somente por solicitação específicado
arrendatário, junto ao'
fornecedor por ele indicado, e
que
será utilizado exclusivamente peloarrendatário; -
c) o contrato
de
Leasing éde
natureza irretratável, irreversível, não cancelável,8
H
- apesarda
forma jurídicado
Leasing, disciplinada pelas Leis nr° 6.099/74 e7.132/83, atribuir tratamento tributário semelhante ao aluguel, a essência da operação é
um
financiamento para obtençãode
um
bem
do
ativo fixo, pois :a) a sociedade arrendadora é
uma
intermediáriana
operação, captando recursosno
mercado
financeiro e repassando-os atravésdo
contratode
Leasing;b) a sociedade arrendadora está sujeita ao controle e fiscalização
do
Banco
Central
do
Brasilc) a operação constitui-se
numa
alternativa financeira para aquisiçãodo
ativofixo
e não consubstancianenhum
serviço anão
sercomprar
obem
arrendado,pagar o fornecedor e coloca-lo à disposição
da
arrendatária;d) a operação de Leasing apresenta cláusula de valor residual, base para
opção de
compra,
que
usuahnente representa parcela simbólica, significativamente inferior ao seu valorde
mercado.Já
no
inícioda
década de 90,com
a desestatizaçãoda economia
brasileira otema
“Leasing” passou inclusive a ser considerado
uma
alternativa para esses processosde
remodelação econômica.
1.5 -
LEASING
NO
PROCESSO DE
PRIVATIZAÇÃO
O
trabalho sobre osnovos
caminhosque
seabrem
para oemprego
de Leasingno
Brasil, apresentado pelo Superintendente
do Bamerindus Midland Arrendamento
Mercantil S.A., Adherbal
Mattos de
Vilhena, por ocasiãodo
seminário realizadoem
maio
de
l99l epromovido
pela Felsberg&
Associados, sobre oTema
“Privatização eLeasing”. _
Vilhena, apresentou cinco altemativas para o
emprego do
Leasing nos processosde
privatização,num
momento
de
grande oportunidade, quando, para oGovemo
Federale
também
para alglms Estados, éuma
de
suas prioridades.Vejamos
quais as síntesesem
9
l.
A
arrendante ( empresade
Leasing)“pode comprar
obem
deuma
estatal atravésda
assunção 'da dívida
que
tinhacom
bancos,tomando
a operação mais atraente para aempresa,
que
realizariaum
ativo inútilque não
está ligado a sua atividade-fim, reduzindo,conseqüentemente,
um
passivo financeiro”. Há, segundo Vilhena,vantagem
para aarrendante
que
pode
pagar a dívidada
estatal paracom
o banco pela cessãodos
direitosde
crédito provenientesdo
contratode
Leasing, evantagem
para o banco credor,que
trocariauma
dívida dificilde
receber e vencida poruma
dívida nova,mas
com
garantiados bens arrendados.
2.
Com
o Leasing haveria a possibilidadede
aumentar o prazo endividamentoda
estatal aser privatizado; então essa solução ocorre através
da
utilizaçãodo mecanismo
LeaseBack
onde
a empresa endividadavende
parte de seu ativo fixo,como,
por exemplo,máquinas para empresas
de
Leasing, e passa a arrendar esses ativos indisponíveis a suaoperação e atividade econômica.
A
mecânica encontrada por Vilhena baseia-seem
que
as estatais são empresasendividadas, e tudo o
que
se possa fazer para minimizar esta condição éde tremenda
importância para a viabilização
da
empresa perante os prováveis compradores. Nestecaso haverá a necessidade de concordância
do banco
credorcom
a renegociaçãodos
novos
prazos, e acompra
dos bens seriapaga
pela assunçãoda
dividada
estatal.Como
vantagem
para a empresade
Leasing, esta poderia pagar as dívidas assumidas atravésda
cessão dos bancos credores,
sem
coobiigação, dos direitos creditórios decorrentesdo
contrato
de
Sale and LeaseBack
.Há
para os crédito problemáticosuma
saida muitointeressante, pois seriam transformados
em
créditos normais garantidosque
seriam pelosbens objeto
do
Leasing.3. Utilizar o Leasing
como
geradorde
capitalde
giro e de recursos para a empresaprivatizada. Sugere, então, o idealizador destas alternativas
que
se use o Lease Back,“tendo
em
vistaque
eleaumenta
em
muito a garantiade
crédito concedidos,10
efetivado pelas empresas
de
Leasing, bancos múltiplosou
investimentos, transferindode
imediato recursos à
empresa
privatizada.4. Diz respeito a modernização dos ativos
da
estatal, utilizando-se o Leasingcomo
forma
de alcançar o objetivo, o
que
seriauma
forma “clássica” para o uso Leasing. Vilhena imaginacomo
viabilizar a estratégia,propondo que
“os recursos para essas operaçõespoderiam
ser obtidasno mercado
internoou
extemo, inclusivecomo
parteda
propostade privatização” e,
como
formade
capitalização, se o fornecedor tiver dívidas vencidasou
vincendas a curto prazocom
bancos, a empresa de Leasing poderia assumi-lascomo
forma
de pagamento
dos bens aserem
fornecidos, condicionando aque
asmesmas
tivessem seus prazos aprovados pelos credores
do
fornecedor.5. Vilhena
propõe
o Leasingcomo
“viabilizadorde
participaçãode
empresasnum
projetode
privatização,ou
seja, empresas interessadasem
participarnum
projeto de privatizaçãoe
que não disponham
demoedas
de
privatizaçãopoderiam
obtê-las atravésde
operaçõesde
LeaseBack
de
bens de seu ativo fixo”.A
Mecânica
imaginada prevêuma
empresa de
Leasing,
Banco
de
investimentoou
banco múltiplo, que, dispondo demoedas
de
privatização, compraria bens
do
ativofixo
da “empresa interessada no projetode
privatização,
pagando
estes benscom
moeda
de
privatização”.ll
CAPÍTULO
2
p
2
-CONTRATO
E
TIPOS
DE
LEASING
2.1 -
CONTRATOS
DE
LEASING
Os
contratos de Leasing, segundo, Carlos Patrício de Samanez,devem
serformalizados por instrumento público
ou
particular,devendo
constar obrigatoriamente,no
mínimo, as especificações abaixo relacionadas:I. -
a
descrição minuciosa dos bensque
constituamo
objetodo
contrato;Por medida
de segurança, tanto para o arrendador, quanto para o arrendatárioé necessário
que
obem
em
questão seja descriminadono
contrato,na
suaforma
fisicae financeira, os motivos são para
que
o arrendatário receba realmenteo que comprou,
e o arrendador não corra o risco
do
arrendatário reclamarque
obem
não
é orequisitado.
II. - o prazo
de
arrendamento, observadoo mínímofíxado na
legislação;O
Leasingtem
uma
vigência própriade no
mínimo
vinte e quatro meses, e sãoestabelecidos nos contratos tanto para pessoas jurídicas
como
para fisicas.III.- o valor das contraprestações
ou fórmula de
cálculo das contraprestações,bem
como
o
critériode
seu reajuste;As
contraprestaçõesque
são as parcelasque
o arrendatáriodeve
pagar mensalmenteou conforme
contrato, deve ser estabelecidos os juros incidentes sobreatrasos e
também
reajustes se for o caso.IV
.-a forma
de
pagamento
das
contraprestaçõespor
períodos determinados,não
superioresa
um
semestre, salvo nos casosque
beneficiem atividades/
l2
Como
frisadono
item acima, as contraprestaçõesdevem
obedecer ao contrato,com
prazos determinados para mensal, trimestral eno
máximo
semestral, sendoque
para o ruralpode
atingir até o períodode
um
ano.V. - as condições
para 0
exercíciodo
direitode opção
pela renovaçãodo
contrato, devolução
do
bem
ou
aquisiçãodo bem;
Uma
das grandes virtudesdo
Leasing, éque
com
o encerramentodo
contrato,o arrendatário
tem
aopção
de
ficar, devolverou
renovar o contrato, escolhendo para sia melhor opção.VI.-
a
concessãoà
arrendatáriade opção de
compra
do
bem
arrendado,com
fixaçãode preço para
seu exercícioou
critério utilizávelna
sua fixação;Ao
términodo
contrato, obem
de
direitofica
a disposiçãoda
arrendante,mas
cabendo a arrendatária ser a primeira a ser oferecido o
bem
para compra, casonão
tenhainteresse, o
bem
pode
ser oferecido a terceiros.VII. -
a
responsabilidade pelas despesas e os encargos adicionais;Geralmente todas as despesas e encargos sobre o Leasing fica a cargo
do
arrendatário, salvo
poucos
casosem
que
o arrendanteassume
certas obrigações.VIII. - as condições
para
eventual substituiçãodo
bem
arrendadopor
outroda
mesma
naturezaque
atender arrendatária, formalizada atravésde
aditivo contratual;O
bem
entregue pela arrendatária, deve estarem
perfeitas condiçõesde
uso, caso o contrário deve ser substituída por outrade
mesma
natureza fisica.Di. - as
demais
responsabilidadesque
vierema
ser convencionadas,em
decorrência
de
uso indevidodo
bem, seguro,danos a
terceiros eônus
por
vícios
do bem;
O
uso incorreto de vir a sofrer obem
após o arrendatário ter recebidoem
perfeitas condições, ficará a sua inteira responsabilidade para restaura-lo.
X.
-a
faculdadede
a
arrendadora vístoríaro bem;
É
facultativo, se por interesse futuros, a arrendadora terum
controledo
bem
arrendado, para
que
aofim
do
contrato ainda tenhaalgum
valor demercado
para a13
XI. - as obrigações
da
arrendatáría, nas hipótesesde
inadimplemento,destruição, perecimento
ou
desaparecimentodo bem;
Caso
ocorraum
sinistrocom
obem,
cabe a arrendatária assumircom
oprejuízo, por isto
convêm
fazer seguro, paranão
sofrer a perda totaldo
bem
XII. -
a
faculdadede a
arrendatária transferira
terceiros, desdeque
hajaanuência
da
arrendadora, os seus direitos e obrigações decorrentesdo
contrato;
Caso no
decorrerdo tempo não
haja mais interessedo
bem
por
parteda
arrendatáfia ela poderá vender seus direitos a
uma
terceira pessoa, desdeque
hajaum
aceite
da
arrendatária.XIII. - tratando-se
de arrendamento
financeiro, são admitidos o reajustedo
preço
estabelecidopara
a opção de
compra
eo
valor residual garantido ea
previsão
de a
arrendatáriapagar
o
valor residual garantidoem
qualquermomento, não
caracterizando essepagamento
o
exercícioda opção de
compra.
Com
a disposição de saldoem
caixa, a arrendatáriapode
pagar o valorresidual, a qualquer
momento,
não sofrendo assim reajustes.2.1.1 -
Prazos
Mínimos
de Contratos
A
resolução nr° 2.309/96 estabeleceu prazosmínimos de
duração dos contratos,diferenciados
conforme
a modalidadedo
Leasing. Para o Leasing operacional o prazomínimo
de contrato seráde
noventa dias, qualquerque
seja obem, podendo
haverrescisão
de
contrato. Para o Leasing financeiro, os contratosdevem
ter os seguintesprazos
mínimos
:a) dois anos
de duração quando
se tratarde
Leasingde
benscom
vida útil igual,
ou
inferiora
cinco anos;Um
exemplo
neste caso é o Leasing para aquisiçãode
veículos, cuja vida útil éde
cinco anos, neste caso a legislação obligaque
o prazomínimo de
contrato sejade
dois14
b) três
anos
para
Leasingde
outros bens;E
para este, é para bens de maior duração,como
um
imóvel, o motivo desteprazo alongado é para
que
as contraprestaçõesnão
sejam altas,dando
condições plenasde
pagamento por
parteda
arrendatária.Os
prazos dos contratos são contados entre a datade
entrega dos bens àarrendatária,
em
termode
aceitação e recebimento dos bens, e de vencimento da última contraprestação.A
InstruçãoNormativa
nr” 72/84 fixou, para os veículos motores, osseguintes prazos
de
vida útil:a) tratores - quatro anos;
_ b) veículos
de
passageiros- cinco anos;
c) veículos de carga - cinco anos;
d) caminhões fora-de-estrada - quatro anos;
e) motociclos - quatro anos.
A
Receita Federaltêm
admitido vida útilde
10 anos para máquinas, equipamentose os móveis
em
geral.Com
isso o prazomínimo
do
contratode
Leasing financeiro dessesbens deverá ser
de
três anos, enquanto para veículosem
geral o prazo poderá serde
doisanos.
Um
exemplo
disto é o usode
veículos de construtoraonde
o desgastedos
caminhões é grande, e
não
suporta a vida útilde
dez anos.No
casode
Leasing financeirode
imóveis, avantagem
fiscal éenorme porque
a arrendatária acaba depreciando a construção e o terrenoem
três anosquando
a depreciaçãonormal
sóda
construção é de vinte e cinco anos.A
Receita Federalnão
consegue
mudar
a situação c oBanco
Central sótomou
medidasde
seu interessenão
importando se são boas
ou não
para o País.2.1.2 -
Opção
de
Compra
Os
contratosde
Leasing, tanto nos financeiroscomo
nos operacionais, deverão15
pela renovação
do
contrato, pela devoluçãodo
bem
ou
pela aquisiçãodo bem.
No
Leasing operacional, a devolução
do
bem
no
finaldo
contrato serácomum
porque
aopção de compra
deverá ser feita pelo valorde
mercado do bem.
Essa condiçãodesestimula o Leasing operacional
porque
a arrendatárianão
terávantagem
fiscal.A
maioria dos contratos continuará sendona
modalidade de Leasing financeiropor causa da
vantagem
fiscal arrendatária.Nessa
modalidade, dificilmente a arrendatáriadeixará
de
exceder aopção de compra do
'bemno
vencimentodo
contrato porque o valorresidual é
ínfimo
em
relação ao valorde mercado do bem.
Na
verdade, os contratosde
Leasing fmanceiros
vem
ftmcionandocomo
contratos devenda
ecompra
a prestações,com
avantagem de
a arrendatáriapoder
contabilizar as contraprestações exigíveiscomo
custo
ou
despesa operacionalna
determinaçãodo
lucro real.O
art. 10°da
Resolução nr° 2.309/96 dispõesque
a operação de Leasing seráconsiderado
como
decompra
levenda
a prestação se aopção de compra
for exercidoentes de decorrido o prazo
mínimo
estabelecidono art. 8°. Todavia,no
art. 7° , oLeasing financeiro, permite a previsão
de
arrendatária pagar o valor residual garantidoem
qualquer
momento
durante a vigênciado
contrato, não caracterizando o exercícioda
opção de
compra. Esse valor não poderá ser lançadocomo
custoou
despesaporque
constituirá ativo imobilizado após a
opção
de compra.É
bastante freqüente,no
finaldo
contratode
Leasing financeiro, a arrendadora vender obem
diretamente para pessoa fisica indicada pela arrendatária.A
indicaçãode
determinada pessoa fisica eqüivale a exercício
do
direito deopção
decompra
esubseqüente venda porque,
na
devoluçãodo bem,
a arrendadora poderá vender obem
pelo valor de
mercado
a qualquer pessoa fisicaou
jurídica.Se
a arrendadora vender pelo valor residual significaque
houve
intervençãoda
arrendatária.Se
o adquirente for pessoa ligada à arrendatária, estará caracterizada adistribuição disfarçada de lucros nos termos
dos
arts432
e434 do RIR/94 porque
o preço de aquisição é notoriamente inferior aode
mercado.A
diferençade
valor constituiomissao de receita
da
pessoa jurídica arrendatária.Se
o adquirente forempregado
ou
16
opção
decompra
constituirá remuneração por serviços prestados por tratar-sede
rendimentos
pagos
em
espécie (art. 1.025do
RIR/94).2.1.3 -
Valor Residual
do
Bem
O
valor residual é obrigatório e deve ser estabelecidoem
contrato para que, ao término deste, a empresa arrendatária possa exercer a opção decompra do
bem
por este valor.i
Ele
pode
ser estipuladoconforme
contrato parapagamento
ao seu finalou
serexpresso através
de
uma
percentagemdo
valorde
aquisição,pago
a vista, juntocom
aprestação, neste caso o tratamento contábil ao valor residual deve ser
um
Ativo e orestante
da
prestaçãocomo
Resultado.O
item 9da
Portaria nr. 564/78, dispõeque no
casode
exercícioda opção
contratualde
compra,ou
navenda
a terceirocom
apropriação pela arrendadorado
valorresidual garantido, a diferença entre o valor de
venda
e o valor residual atribuído serácomputada: ›
H
0
como
resultadodo
exercício, se positiva;0
como
ativo diferido, para amortizaçãono
restante de70%
do
prazode
vidaútil normal
do bem,
se negativa.Assim,
no
contratode
Leasingde
veículode
passageiros pelo prazode 24
meses,a arrendadora terá
no
finaldo
contrato o saldo não depreciado correspondente a 18meses porque
o prazo de depreciação éde 42 meses
(70%
de60
meses).Se houver
perdana venda quando
a arrendatária exercer aopção
de compra, essa perda deverá serescriturada
no
ativo diferidoque
será amortizadono
prazode
18 meses.A
perda deveriaser diferida
no
LALUR
e nãona
contabilidade, paraque
hajaum
controle corretoda
perda, pois afeta diretamente o resultado
do
exercícioda
empresa,podendo
aempresa
terque
pagar maior impostosem
necessidade.No
Leasing financeiro,como
o valor residual garantido paraopção de
compra
do
17
deveria dar ênfase as sociedades
de
Leasing, para verificar se as perdas estão sendoadicionadas ao lucro líquido
na
determinaçãodo
lucro real, caso as perdasnão
estejam sendo escrituradasno
ativo diferido para amortização. '2.2
-TIPOS
DE
LEASING
2.2.1
Leasing Operacional
O
Leasing operacional envolve a locaçãode
objetos móveis, e muitas vezesde
pequena
duração.O
locadorpode
ser tanto a empresa fabricanteou
importadora.As
prestações
guardam
certa relaçãocom
a capacidade produtiva deste ativoou
serviço.O
contrato
pode
ser rescindido a qualquermomento
porambas
as partes, às vezes,mediante
um
aviso préviode 30
dias.O
locadordo
ativo,em
geral,assume
ocompromisso de
prestar assistência técnica para amanutenção do
equipamento, a títulode
exemplo, écomum
a as empresascomo
aXerox
prestar amanutenção
em
suasmáquinas locadas .
As
locadoras operacionais, devido à naturezade
suas funções,nao
seenquadram
como
instituição financeira.Leasing operacional,
na
Resoluçãodo
Banco
Central nr" 2.309 art. 6° de28 de
agosto
de
1996,fixa
as seguintes condições:I. - durante
o
prazo contratual,o
aluguelpago
não
correspondeà quase
totalidade
da
amortização e os juros decorrentesda
aquisiçãodo
equipamento pela arrendadora,
como
no
Leasing financeiro.Uma
dascaracterísticas
que
0 diferenciamda
locação simples éa
existênciada opção
de
compra, relocação e devoluçãodo
bem, noƒinaldo
contrato;II. -
o
arrendador operacionalassume
as responsabilidades pelamanutenção
ereparos
do
ativo arrendado, objetivando, principalmente,a
perfeitamanutenção do
estado funcionaldo
equipamento,que
poderá
ser locadoa
18
III. -
o
Leasing operacionalnão
envolveo
locatárioem
compromisso
irrecusáveis, forçando-o
a
continuara
arrendarum
equipamentoque não
mais
lhe interessa;I I/. -
o
arrendador arcacom
os riscos decorrentesdo
direitode
propriedade,sobretudo
no que
diz respeitoà
obsolescência tecnológica e às condiçõesde
comercialização
no
mercado
secundáriode
equipamentos usados.2.2.2 -
Leasing
Financeiro
O
Leasing financeiro éuma
forma através da qual a empresade
Leasing adquireobem
e confere à empresa arrendatária o direitode
usá-lo por determinado períodode
tempo
mediantepagamento de
prestações.Ao
términodo
contrato, aempresa
arrendatária poderá adquirir o
bem
mediante opagamento de
um
valor residual pactuadoentre as partes.
Portanto, nessa modalidade, a empresa
de
Leasingcompra
o bem,segundo
asespecificações
da
empresa arrendatária; entretanto, apesarda
compra, aempresa de
Leasing
não
assume
o riscode
obsolescênciado bem.
'A
empresa arrendatáriaassume
os custosde manutenção
e conservaçaodo
equipamento e,
dependendo
dos parâmetrosda
negociação, poderá ser dispensada acontratação de seguro para o
bem,
principalmenteem
casosem
que
aempresa
airendatária dispõe
de
bens similares excedentes aos contratos para reposiçãoem
casode
sinistro.
Ao
términodo
prazo contratual, a empresa arrendatáriapode
adquirir obem
pelo valor residual
ou
revendê-lono
mercado
secundário.Concluindo,
no
Leasing financeiro, pressupõe-seque
as contraprestações edemais
pagamentos
previstosno
contratos, devido pela empresa arrendatária, sãonormalmente
suficientes paraque
a empresade
Leasing recupere o custodo
bem
arrendado e, adicionalmente, obtenha
um
retorno sobre os recursos investidos.19
I. - é produzido por
um
contrato básico incancelável, cujo periodo édeterminado pela vida
economicamente
útildo
ativo arrendado,que
é,de
alguma
forma, mais curtaque
a esperada;II. -
como
é vinculado auma
operação financeira, o riscode
obsolescêncianão
é assumido somente pela arrendadora,
como
no
Leasing operacional, recaindo parteou
quase totalidade desse ônus sobre a arrendatária;III.- o arrendador,
na
vigênciado
contrato, recupera o valordo
investimento;assim, o valor residual
do
objeto para aopção de compra pode
terpequena
relevância,
configurando
uma
operação muito parecida a empréstimos paracompra de
ativo fixo;IV. - a intervenção
de
uma
instituição financeira é fimdamental, conferindo àoperação
em
caráter eminentemente financeiro;V.
- a arrendatária é responsável pela administração contínuado bem,
arcandocom
: manutenção, despesas tributárias, seguros e demais ônus relacionadoscom
o equipamento.Comparando
as duas modalidadesde
Leasing, se os prazos de duraçãodos
contratos
forem
iguais,chegamos
à conclusãode que
o valor das contraprestaçõesdo
Leasing financeiro será maior
que no
operacionalmas
o preçoda opção
decompra
serámenor.
No
Leasing operacional,como
o preçoda opção de compra
serásempre
o valorde
mercado do bem,
nem
sempre
ocorrerá o exercícioda opção de compra
como
ocorreno
financeiro. Isso significaque
o Leasing financeirotem
naturezade compra de
bem
a prestaçõesporque
em
cadauma
das contraprestações está embutidauma
parcelaque
representa o preçodo bem.
2.2.3
Outros Tipos de Leasing
Praticados
no
Brasil
Particularmente
no
Brasil,predomina
a modalidadede
Leasing financeiro eoperacional. Entretanto,
foram
autorizadas outras formasde
operações, as quaisnão
se20
complementar adequada
emercado
consumidor. Estas formas de Leasing, são : Back,Importação, Exportação, Agrícola, Habitacional, Subarrendamento e Pessoa Física.
O
Leasing Back,
também
conhecidocomo
Sale
Lease-Back, éuma
modalidadecaracterizada pelo fato
do
bem
fazer partedo
ativo imobilizadoda
empresa arrendatária, isto é, a própriaempresa
arrendatária é o fornecedorou
vendedor do
bem; éuma
forma
de a empresa viabilizar recursos de longo prazo através
da venda
de partede
seu ativo imobilizado,com
as seguintes características:0 liberação
do
capitalde
giro equivalente a praticamente100%
do
valordo bem;
00 lançamento
da
prestaçãodo
Leasingcomo
despesa operacional;0 redução
do
ativo imobilizadocom
possibilidade de redução de tributação sobre receita decorrentedo
saldo credorda
conta correção monetária;0
opção de compra do
bem
ao finaldo
contrato pelo valor residual0 possibilidade de continuar utilizando, normalmente, o
bem
como
operaçãode
Leasing financeiro
ou
operacional;Concluindo,
Lease-Back
éuma
variantedo
Leasing financeiro,em
que
ofornecedor
do
bem
é a própria empresa arrendatária. Existe,também
oLeasing de
Importação,
que
Consistenuma
antiga operaçãoque
obedecia anormas da
extintaCacex
- Carteirade
Comércio
Exterior,em
que
a empresa de Leasing estrangeiraarrendava
um
bem
de
capital produzidono
exterior,sem
similar nacional, para empresasarrendatárias sediadas
no
brasil.Por
outra lado oLeasing de
Exportação, é a operaçãoem
que
uma
empresade
Leasing brasileira arrendaum
bem,
adquiridono
mercado
interno, a
empresa
arrendatáriano
exterior. Essa operação foi previstano
art. 19da
Leinr 6.099/74 e
não
foi regulamentada.Temos,
também
oLeasing
Agrícola,que
éuma
operação
que
visa possibilitar o acesso de agricultores, pessoas fisicas e jurídicas, asoperações de Leasing,
na
qualidadede
empresas arrendatáiias. Já oLeasing
Habitacional, refere-se a
um
projetoda
CaixaEconômica
Federal,que
visa viabilizaroperações
de
Leasing a pessoas fisicas e jurídicascomo
empresas arrendatáriasde
imóveis residenciais e comerciais.
Ainda
existeum
outro tipo conhecidocomo
Leasing
2l
arrendarem bens a empresas nacionais arrendatárias
do
setor que, por sua vez,subarrendam os bens a empresas arrendatária lotadas
no
brasil. Esta operação foiregulamentada pela Resolução nr. 980/84
do
Banco
Centraldo
Brasil.Por
último,convém
mencionar oLeasing de Pessoa
Física,no
qual tem-se a possibilidadede
profissionaís liberais, produtores rurais e trabalhadores
autônomos
contratarem Leasingde
máquinas, veículos, equipamentos e implementos agrícolas. Esta operação foiautorizada pela Lei nr. 7.132/83.
22
CAPÍTULQ
3
3
-ANALISE
COMPARATIVA
DAS
VANTAGENS
E
DESVANTAGENS
DO
LEASING
Este aspecto
tem
sido estudadopor
quase todosque
sepreocupam
com
a temática de Leasing, e é muito oportunoque
tal aconteça, pois será indispensável aoexecutivo arrendatário analisar tais considerações e optar
ou não
por este tipode
contrato.
O
contrato de Leasing é o resultadode
um
ato negocial,que
surge pela vontadedas partes; todos os envolvidos
pensaram
e repensaram antes de concluí-lo, tendoem
mente que
todo negócio,mesmo
o melhorsempre
tem
um
risco,que
poderáou
não
suceder durante sua vigência.
Toda
empresa
apresentauma
situação e dela éque
sairá a decisão positivahavendo
vantagem,ou
negativa se for desvantajoso o eventual contrato de Leasing.A
~ ~
situaçao
em
questao é o dia a diada empresa
:O
necessidade deum
equipamento sofisticado ede
alto valor,que
fará' aumentara produção,
mas
que, por falta de recursos, está fora de cogitação adquiri-locom
financiamento-padrão;O
renovaçao de equipamento,que
setomou
obsoleto,por
outrosde
nova
geração tecnológica, ( ex. computadores), impossível de realizar
com
capitalpróprio;
0
manterum
capitalde
giro apropriado aocronograma de
produção,não
o desviando para aumentar o ativo;com
contratosde
longo prazocomo
são osde
Leasing, as prestações,embora
atualizadas, ainda assim seriammenores
que
as provenientes deum
financiamento-padrão, permitindo
um
caixaadequado
para fazer frentenão
é financiável,como
folhade
23
3.1 -
VANTAGENS
3.1.1 -
Vantagens
Fiscais e
Contábeis
do
Leasing
Do
pontode
vista fiscal, a operaçãode
Leasing propicia ao arrendatáriobasicamente quatro vantagens :
l. Total dedutibilidade fiscal das contraprestações.
Os
pagamentos
efetuados pela arrendatária,chamamos
de
contraprestações, sãototalmente dedutíveis
como
despesa. Esta dedutibilidade é conferida pela própria Lei 6.099/74que
instituiu o Leasingno
Brasil.2. Depreciação Acelerada.
A
vantagem
conferida às sociedadesde
Leasing de acelerar a depreciação dosbens por elas arrendadas
pode
ser convenientemente transferida às arrendatárias. Assim,com
prazosde
arrendamento inferiores aosda
depreciaçãonormal
e valor residualsuficientemente baixo, a parcela
de
amortizaçãodo
principalda
operação embutidaem
cada contraprestação passa a ser maiorque
a correspondente parcelade
depreciaçãoque
~
a arrendatária faria jus se tivesse imobilizado, traduzindo-se
numa
maiordeduçao
fiscal.3.
Não
Imobilização.~
Os
bens integrantesdo
Ativo Permanentes, estao sujeitos, segundo a nossa legislação fiscal, à correção monetária. Essa correção monetária considerada parcial ou,~
totahnente,
uma
receitano cômputo do
lucro inflacionário tributável.Nao
imobilizando, aarrendatária deixa de
computar
a correção monetáriado
bem
e conseqüentementenão
aumenta
seu lucro inflacionário(este item nos dias atuaisnao
ocorre devido a extinçãoda
correção monetária).
24
A
operaçãode
Leasing, pornão
deter as característicasde
uma
operaçãofinanceira convencional,
não
é esciituradacomo
exigívelda
despesas, sofrendo apenas,registro
em
contasde
compensação. Sobre estavantagem
existe muita controvérsia.Origina-se pelo fato de as operações
de
Leasing financeiro nãoaparecem
como
um
passivo
no
Balanço Patrimonialda
arrendatáiia. Isto, segimdo alguns autores, teriauma
influência positiva sobre a alavancagem financeira
da
firma,aumentando
a sua capacidadede
endividamento e melhorando os seus índices financeiros ede
lucratividade. Estasvantagens são duvidosas para certos autores, os quais
argumentam que
os investidoresbaseiam as suas análises financeiras sobre os verdadeiros valores dos ativos e passivos
incorridos para financiá-los.
3.1.2
-Vantagens
do
Leasing Operacional
e
Financeiro
O
Leasing operacional e financeiro,pode
oferecer muitas vantagens operacionaisem
comparação
com
acompra
a vistaou
financiada.As
principais são :0
além
das linhas de crédito oferecidas pelosBancos de
desenvolvimento, é oúnico financiamento a longo prazo para aquisição
de
ativosdispomos
atualmente. Permite, ainda, adequar o prazo
do
financiamentocom
vidaeconômica
do bem;
0 permite o financiamento
de
100%
do
valordo bem;
0 facilita a análise
de
um
projeto pelas técnicasde Orçamento de
Capital; 0 facilita a preparação eacompanhamento
dos orçamentos;0 é
uma
operaçãode
fácil controle, proporcionando grandeeconomia de
tempo
e pessoalque
estariam envolvidosem
lançamentos contábeis e controlesrelativos à imobilização, depreciação, correção monetária, lucros inflacionários e provisionamento
de
juros.A
padronizaçãopode
levar a mais baixos custosadministrativos e
de
transação, secomparado
com
financiamentode
outro tipo; 0 flexibilidadena
montagem
de
operação, possibilitando compatibilização das empresas de Leasingcom
osfluxos
de caixa e orçamentos das despesasda
25
menores, pode-se diminuir
ou
aumentar ospagamentos
dos aluguéis e assim melhor adequar opagamento
de equipamentocom
fluxo de
caixa da empresa.O
Objetivoda
operaçãonão
é somente obtervantagem
fiscal.À
medida
que
se dilata .o prazoda
operação e aumenta-se o valor residual, as prestaçõesdecrescem, trocando-se vantagens
do
pontode
vistade
fluxo de
caixa; 0 pela facilidadede
análise acelera o processode
decisão.3.2 -
DESVANTAGENS
3.2.1 -
Desvantagens
Fiscais e
Contábeis
Quanto
às desvantagens,como
em
qualquer ato negocial, o contratode
Leasingoferece
um
risco inerente, próprio de toda a transação comercial.Por
maiorque
tenhasido as precauções
tomadas
pelas partes contratantes.No
Leasing o empresário deve considerarcom
atenção o tipo de equipamento aser arrendado, pois
que
alguns oferecem maior riscoque
outros, durante eno
finaldo
contrato.
É
o caso dos bens eletrônicosem
geral, pois,como
se sabe, o que secompra
hoje
como
última novidadeem
pouco tempo
será superado.Num
contratode
prazolongo, já estariam suplantados, e se substituídos por novos, para evitar a diminuição
tecnológica, acarretariam grave prejuízo.
Também
as empresasque
adquirem os bens,aumentando
seu ativo fixo,tomam-
se mais valiosas
que
aquelasque
otêm
arrendado.A
inadimplência,aumenta
o riscoda
perdada
posse nos periodos difíceisda
empresa, caso as prestações
não
sejam pagas, oque
também
pode
acontecerna
aquisição26
3.2.2 r-
Desvantagens
do
Leasing Operacional
e
Financeiro
Ao
Leasing, atribui-se vários fatores paraque
esta operação não seja atrativa aempresa.
Os
principais sao :pode tomar
muito onerosa para a empresa,quando
se agrega àcontraprestação os custos
da
assistência técnica,manutenção
e conservaçãodo bem;
o
bem
em
questãonão
pode
servirde
garantia realna
aquisição denovo
crédito;
o beneficio fiscal
na
operação de Leasingcomparado
acompra do
bem
só ocorre se forum
prazomenor
ao da depreciação.Sendo
os prazosde
depreciação e Leasing iguais,
podem
ocorrer beneficios se as prestaçõesforem
mais elevadas nos anos iniciais eforem
decrescendo;impossibilidade
de
realizaralguma
melhoriana
propriedade arrendada, poisela só
pode
ser feita pela arrendadora,mesmo
que
se opte pelacompra
no
final
do
período;a arrendatária se submete ao risco
de
arrendarum
bem
que
pode
tomar-seobsoleto tendo
que
pagar as contraprestações durante a vida útildo bem,
mesmo
que
ele não precise usar mais os ativos arrendados;o período básico para arrendar o
bem
tende a ser otempo de
sua vidaeconômica
ou
a cobrançada
maior partedo
custodo
bem
arrendado;poderá representar altas taxas
de
juros para a arrendatária,porque
o prazo égeralmente superior à captação de
um
financiamento para suprir a necessidade operacional da empresa;o Leasing
pode
ser substituído pelo financiamento a longo prazo,com
avantagem
que
o equipamento seráde
propriedadeda
empresa;mesmo
aumentando
0 capitalde
giro, o arrendamento pode,em
contrapartida, aumentar o custo operacional e financeiro a níveis