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Micropigmentação Paramédica do Complexo Areolo Mamilar Pós Mastectomia

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Academic year: 2021

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Micropigmentação Paramédica do Complexo Areolo Mamilar Pós Mastectomia Nilzolane Batista da Silva

lannebs@hotmail.com¹ Dayana Priscila Maia Mejia²

Pós-graduação em Procedimentos Estéticos e Pré e Pós Operatório

Resumo

No passado todas as mulheres com câncer de mama eram tratadas da mesma maneira, cirurgias radicais, mutiladoras, seguidas de radioterapia e quimioterapias. Como o diagnóstico era feito em fases avançadas, muitas mulheres acabavam tendo a doença disseminada, onde se proliferavam para toda parte do corpo. Contudo, a os recursos eram poucos. Hoje, o câncer de mama é considerado uma doença muito heterogênica, ou seja, cada subtipo é tratado de uma forma diferente, de acordo com suas características, com diagnóstico mais precoce e índice de curas mais rápidos. Acompanhando essa evolução surge a micropigmentação, como uma nova perspectiva de recuperar a alto estima, principalmente a parte estética.

Palavras-chave: Imagem pessoal, Reconstrução mamária, Micropigmentação,

Pacientes Mastectomizadas. 1. INTRODUÇÃO

No Brasil, embora exista uma grande heterogeneidade na distribuição de casos novos e mortes por câncer de mama, as maiores taxas de incidência e mortalidade ocorrem nas Regiões Sul e Sudeste, e as menores taxas nas Regiões Norte e Nordeste¹. Estima-se que apenas entre 5% e 10% das mulheres com câncer detectado pelo rastreamento mamográfico terão suas vidas prolongadas em função desta detecção² e disseminação, onde envolve também a quimioterapia, hormonioterapia e radioterapia³.

¹ Pós-graduanda em Procedimentos Estéticos e Pré e Pós Operatório e graduada em Estética e Cosmética.

² Mestre em Bioética e Direito em Saúde; Especialista em Metodologia do Ensino Superior e; Graduada em Fisioterapia.

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O principal recurso terapêutico utilizado é a cirurgia, que tem a função de controle local e regional da doença e assim podendo impedir sua disseminação, onde envolve também a quimioterapia, hormonioterapia e radioterapia ³. Outro fator também bastante discutido, é que as cirurgias mutiladoras afetam a percepção de seu próprio corpo, gerando uma mudança radical em sua imagem pessoal, que consequentemente refletindo na vida sexual 4 . Portanto, faz-se necessário a reconstrução do órgão mutilado e devolvendo a vontade de viver e autoestima. As condutas terapêuticas para o tratamento do câncer são diversas. Contudo, as cirurgias prevalecem e a técnica escolhida depende da gravidade do quadro, podendo ser uma mastectomia radial modificada, conservadora com ou sem linfoadenetectomia5.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O mamilo ou papila da mama é uma proeminência de forma cilíndrico-cônica, frequentemente na altura do quarto espaço intercostal. Pode ser de coloração castanho claro, castanho escuro, rosa ou negra. Portanto, pode ser constituída por fibras circulares e longitudinais, o que permite sua protusão frente a um estímulo, como por exemplo , o ato de sucção6. O carcinoma de mama é uma doença complexo e heterogênica, com formas de evolução lenta ou rapidamente progressivas, dependendo do tempo de multiplicação celular e outras características biológicas de progressão. Sendo também a neoplasia mais comum nas mulheres7.

As cirurgias também podem ser classificadas como: tumorectomia e quadrantectomia, indicadas quando os tumores ultrapassam 03 cm e mastectomia radical clássica8. Entretanto, a caracterização da cirurgia total ou parcial, pode também ser a retirada de gânglios linfáticos da axila/esvaziamento axilar9. Podendo também ser classificadas em: Mastectomia Conservadora, que consiste na remoção primária com margens de tecido normal; Tumorectomia na retirada do tumor com 1 cm, também indicado para tumores de até 1,5 cm de diâmetro; Quadrantectomia, consiste na remoção de quadrantes, onde se localiza o tumor maligno de 2 e 2,5 cm; Mastectomia Radical Halsted, extirpação da mama, músculo pequeno peitoral e esvaziamento axilar radical; Mastectomia Radical Modificada ou Cirurgia Mio Conservadora, extirpação total da mama, com conservação do músculo grande peitoral, podendo ser dividida em Mastectomia Radical Modificada Patey ou Mastectomia Radical Modificada Madden, que consiste na remoção da glândula mamaria e músculo pequeno; Mastectomia Total,

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remoção da glândula mamária, aponeurose anterior do músculo peitoral e segmento cutâneo incluindo a cicatriz da Biopsia10 . Portanto, há relatos que a paciente submetida ao tratamento cirúrgico do câncer de mama sofre com a mutilação, a estética e a limitação nas atividades cotidianas11.

A Reconstituição da aréola com micropigmentação é uma técnica da área de estética, onde o esteticista com especialização em micropigmentação cria um desenho da nova aréola e do mamilo com um dermógrafo, fazendo uso de várias técnicas e angulações na camada subepidérmica da pele, onde será usado pigmentos inorgânicos em ilusão de relevo. Sua permanência temporária dura entre 2 a 3 anos, podendo vir a ser retocado12. Baumann13 preconiza a técnica se define como de aplicação de pigmentos na camada subdérmica da pele com auxílio de um dermógrafo (aparelho que se utiliza de agulhas para introduzir pigmentos). Sua duração é de cinco a quinze anos, dependendo da técnica utilizada e do grupo de agulhas usadas durante a pigmentação. Para Martins14, após dois a quatro meses do término da reconstrução da nova mama, pode-se dar início à reparação do mamilo e da aréola.

2. METODOLOGIA

Para a construção deste artigo foi realizado uma revisão de literatura , onde as buscas foram conduzidas da seguinte forma: Lilacs ( Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde), Scielo (Scientific Library Online), PubMed, Biblioteca Virtual e livros. Foram consideradas fontes datadas de 02 de maio de 2015 a 14 de maio de 2016. As palavras-chave utilizadas foram: câncer de mama, reconstrução mamária, dermopigmentação pós mastectomia.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segundo a literatura, o câncer de mama e a neoplasia é a principal causa de morte entre as mulheres que vivem em países desenvolvidos e afetam drasticamente a mulher em todos os níveis, tanto biológicos, psicológicos, sociais e espirituais, contudo, agredindo sua alto-imagem15. Outras características incluem o sofrimento, ansiedade, tanto para a família como para a paciente. Uma vez que os seios representam a feminilidade, maternidade e sexualidade16. A mastectomia é um procedimento agressivo, provocando alterações emocionais, sociais, sexuais e físicas da mulher.

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Podendo apresentar lesões musculares, diminuição ou perda da amplitude de movimento, alterações de posturas, dores, fibroses e complicações cicatriciais, distúrbios sensitivas, diminuição da força muscular, disfunções respiratórias, diminuição ou perda da capacidade funcional e linfedema do braço homolateral à cirurgia17.

Diante de inúmeras etapas de sofrimentos, surge uma técnica que, embora não resgate sua integridade física e moral, contribui de uma forma positiva para encarar a sociedade de maneira sutil. Inicialmente o nome usado nessa técnica era Maquiagem Definitiva; nasceu no conceito da tatuagem que é introduzir tintas coloridas como na tatuagem, passando por uma repaginada e hoje mais conhecida por Micropigmentação18. A técnica que define a aplicação de pigmentos na camada subdérmica, com o auxílio de um dermógrafo (aparelho que se utiliza de agulhas para a introdução de pigmentos13. Entretanto, a dermopigmentação devolve o bem-estar e melhora a qualidade de vida dos pacientes19. Amenizando o desconforto da aparência inéstética, devolvendo a essas mulheres uma nova chance de recomeço. Quanto à reparação da aréola, existem opções dos enxertos e pigmentação por tatuagens . Para tal procedimento utiliza-se um pigmento de acordo com a cor da pele, vale ressaltar que, a cor deve ser testada ao lado da aréola. As agulhas são de alta rotação, que permite uma permeação instantânea, com cerca de aproximadamente 10 minutos14.

Observou-se um determinado grupo de mulheres que realizavam a dermopigmentação no complexo da aréola mamilar identificou, do ponto de vista estético e psicológico, uma visão mais positiva de suas autoimagens, desfazendo crenças irracionais em torno da perda da beleza e da sensualidade depois de serem mastectomizadas20. Também considerando esse procedimento como sendo paramédico, por reconstruir uma parte do corpo tão importante para a mulher, mas também tendo fins estéticos21. Entretanto é uma técnica conhecida como micropigmentação e por ser uma pigmentação exógena de fácil absorção na camada dérmica da pele22. Portanto, trata a técnica de micropigmentação como introdução de pigmentos inorgânicos de diferentes tons no tecido dérmico, com a ajuda de agulhas muito finas, que são ligados por um aparelho chamado dermógrafo, responsável por criar movimentos de vaivém necessários à deposição do pigmento da pele. A biossegurança está aliado a técnica de micropigmentação, pois uma fortalece a outra. Portanto, diminui os riscos biológicos,

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químicos, físicos, de acidentes e ergonômicos inerentes a profissão dando credibilidade ao seu trabalho23. Levando em consideração que o profissional deve ter muito conhecimento sobre a pele, anatomia, fisiologia e citologia e também deve ter domínio de todos os módulos de micropigmentação que antecedem essa especialização18.

4. CONCLUSÃO

Independente de ser uma técnica radical ou conservadora, a dissecção axilar tem sido um tratamento cirúrgico padrão para o câncer de mama. Sendo representada como o mais temido entre a população feminina, pois a mama representa importância para o corpo da mulher como parte simbólica, fazendo assim ligação com sua sexualidade e principalmente com a maternidade. A perda da mama transmite para as pacientes o medo da reação da sociedade, o medo de que essa sociedade as perceba sem o órgão, com isso, elas evitam roupas que marcam a parte retirada. A reconstrução das mamas por meio cirúrgico traz consigo a “terrível cicatriz”, e é aqui que a micropigmentação oferece um papel preponderante, dando cor e efeito óptico, porém não projeção. Apesar de haver desbotamento da cor com o passar dos meses, é possível estabilizá-la com um ou dois retoques após a primeira aplicação e obter um resultado muito agradável e satisfatório para as clientes. Foi observado uma escassez de estudo científico e literatura sobre a importância da micropigmentação paramédica do complexo aréolo mamilar pós-mastectomia por se tratar de uma abordagem nova. Embora seja uma técnica pouco conhecida, preferida pelos cirurgiões, pelo fato de não causar qualquer tipo de risco cirúrgico, colabora para o resgate de qualidade de vida da mulher, devolvendo assim o direito de viver e resgatando sua autoestima.

5. REFERÊNCIAS

1. INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER José Alencar Gomes da Silva. Diretrizes para a detecção precoce do câncer de mama no Brasil/ Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva – Rio de Janeiro: INCA, 2015. Disponível em: <www. Inca.gov.br>, acessado em 10 marco. 2016.

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2. WELCH, H. G.; FRANKEL, B.A. Likelihood that a woman with screen-detected breast cancer has had her “life saved” by that screening. Archives of internal medicine, Chicago, v. 171, n. 22, p. 2043-2046, dec. 2011.

3. TALHAFERRO B, LEMOS SS, OLIVEIRA E. Mastectomia e suas consequências na vida da mulher. Arq Ciên Saúde 2007 jan-mar14(1):17-22.

4. Chiozza, L (1987). Por quê adoecemos? A história que se oculta no corpo. Campinas: Papirus.

5. DIAS, E. N.; et al. – Mastologia atual. Rio de Janeiro. Editora Revinter. 1994. Guirro, E. C. O.; GUIRRO, R. R. J. – Fisioterapia Dermato – Funcional Fundamentos, Recursos e Patologias. 3ª Edição. São Paulo. Editora Manole. 2002.

6. LEVY, L; BÉRTOLO,H. Manual de Aleitamento Materno. Comitê Português da UNICEF- Iniciativa Hospitais Amigos dos Bebês, 2002 p. 8-44.

7. CAMARGO MC, MARX AG. Reabilitação física no câncer de mama. São Paulo: Rocca, 2000.

8. BORGES, Fábio dos Santos. Modalidades Terapêuticas nas Disfunções Estéticas. 2 ed. São Paulo: Phorte, 2010.

9. CONTROLE DO CÂNCER DE MAMA- Documento consenso, Inca, 2004. Disponível em: <www. Inca.gov.br>, acessado em 10 marc. 2016.

10. FRANCO, Josélio M., Mastologia Formação do Especialista, ED. Atheneu, São Paulo, 1997.

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11. MOREIRA ECH, MANAIA CAR. Qualidade de vida das pacientes mastectomizadas atendidas pelo serviço de fisioterapia do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina. Semana: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina 2005; 26(1):21-30.

12. VIANNA, Maria. Após a mastectomia a reconstrução dos seis. In. Especial Câncer de Mama. Revista Les Nouvelles esthétiques n. 109, p. 27-30, 2009.

13. BAUMANN L. Dermatologia cosmética: princípios e prática. Rio de Janeiro: Revinter, 2004.

14. MARTINS A, Martins M, Martins M. Micropigmentação, a beleza feita com arte. 1ª ed. São Paulo: Livraria Médica Paulista, 2009.

15. CONCEIÇÃO JS, ARAÚJO FGS. Influência do tratamento fisioterapêutico sobre a imagem corporal de mulheres mastectomizadas. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires 2013; 17(177).

16. ELSNER VR, TRENTIN RP, Horn CC. Efeito da hidroterapia na qualidade de vida de mulheres mastectomizadas. Arq Ciênc Saúde, 2009. Acesso em 10.05.2016.

17. SILVA, S. H.; KOETZ, L. C. E.; SEHNEM, E.; GRAVE, M. T. Q. Qualidade de vida pós-mastectomia e sua relação com a força muscular de membro superior. FfisioterPesq, Lajeado-RS, v.21, n.2,p.180-185, 2014.

18. Giaretta, Eliana. Dermopigmentação/Arte e responsabilidade. 1 ed. São Paulo: Rio de Janeiro: Livre Expressão, 2015

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19. SANDERSON BF, BITENCOURT CF, SILVAFF, BALCONI GT, Brito TLC, Duarte MMF. Dermopigmentação uma Alternativa Estética e Reparadora. ULBRA, Santa Maria, 2009.

20. Cerigatto M. Micropgmentação facilita dia a dia da mulher moderna.

Acessado em: (04.05.2016) Disponível em:

http://www.jcdigital.com.br/flip/Edicoes/15047%3D26-06-2011/56.PDF.

21. Paula D. Micropigmentação de aréola e mamilos. Disponível em: http://onim.com.br/miscelanea/moda/maquiagem-definitiva/micropigmentacao-de-areolas-e-mamilos/.Acesso em: 04.05.2016.

22. Schneider EM, Reis M, Thives F. Tendência do Mercado de maquiagem: conceito da arte e da tecnologia. Acesso em: (06.05.2016). Disponível em: file:///C:/Users/lane/Desktop/Estela%20Maris%20Schneider,%20Mariana%20R eis.pdf

23. POZZEBOM, Janaína Braun, ZANCHATTA Bruna Rubbo. Biossegurança aplicada para a área da maquiagem de embelezamento. TCC (Graduação em Tecnologia em Cosmetologia e Estética) –Universidade do Vale do Itajaí, Balneário Camboriu, 2009).

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