REGULAMENTO
O presente Regulamento, aprovado na reunião do Conselho Deliberativo do CEIC, em 20.09.2012, estabelece as diretrizes do Projeto de Apadrinhamento “Ao Seu Lado”.
SEÇÃO I DOS OBJETIVOS
Art.1º. O Projeto de apadrinhamento “Ao Seu Lado” tem por objetivo geral contribuir para a promoção social dos filhos e/ou tutelados das famílias assistidas pelo Centro Espírita Ildefonso Correia - CEIC, tendo por referência ética a moral cristã e por objetivos específicos os abaixo relacionados:
I - Ampliar o atendimento às famílias assistidas pelo CEIC, a partir dos filhos e/ou tutelados, como atividade complementar às já existentes, de forma a manter um vínculo mais amplo da família com a Casa Espírita;
II - Viabilizar uma assistência mais ampla, em várias dimensões, às famílias, que almejam seu crescimento e que demonstrem interesse em associar-se ao projeto;
III - Possibilitar ao trabalhador voluntário do CEIC a oportunidade de comprometer-se com a condução das necessidades de determinada família, em apoio ao seu desenvolvimento, por um determinado período;
IV - Viabilizar ao trabalhador voluntário, por meio do apadrinhamento, a vivência da caridade no seu sentido mais amplo e profundo, mediante um conjunto de ações de caráter fraterno.
Parágrafo único. O presente projeto sujeitar-se-á às disposições da Lei nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998, que regulamenta o serviço voluntário.
SEÇÃO II DO PÚBLICO ALVO
Art. 2º. O projeto “Ao Seu Lado” visa atender os filhos e/ou tutelados, de até 18 (dezoito) anos de idade, das famílias assistidas pelo CEIC.
SEÇÃO III DO APADRINHAMENTO
Art. 3º. O apadrinhamento pressupõe a convivência mais próxima da realidade e do contexto das crianças e adolescentes em suas famílias, visando ajudá-las nas dimensões espirituais, afetivas, morais e intelectuais, compreendendo:
I – O estreitamento de seus laços afetivos;
II – O fortalecimento do sentimento de amor e gratidão das crianças pelos seus pais ou responsáveis;
III – O reforço dos vínculos parentais;
IV – A superação dos problemas em clima de fraternidade e cooperação familiar; V – O incentivo à religiosidade;
VI – A formação moral baseada na ética cristã; VII – Os cuidados com a saúde;
VIII - O acompanhamento do desempenho escolar;
IX – O encaminhamento a cursos profissionalizantes e a projetos de formação profissional;
X - O encaminhamento de adolescentes a cursos pré-vestibulares;
XI – O incentivo à qualificação profissional dos pais ou dos responsáveis ;
XII – A orientação aos pais ou responsáveis sobre como educar seus filhos e ou tutelados de maneira adequada em cada fase de seu desenvolvimento;
XIII – A disponibilização do lazer aos filhos e ou tutelados, em suas diversas formas, sempre com o aval da Coordenação do Projeto;
XIV – O incentivo à prática de esportes, música e artes.
Art. 4º. Deverão ser respeitados todos os aspectos legais, a autonomia e o livre arbítrio das famílias, bem como seu ambiente e religião de origem.
Art. 5º. O apadrinhamento não configura adoção da criança ou do adolescente assistidos.
Art. 6º. O apadrinhamento ocorrerá sob a orientação do CEIC, por tempo indeterminado, ou até que a família assistida não mais atenda aos requisitos do projeto, ou não mais necessite de auxilio.
Art. 7º. O amparo material às famílias não é objeto do apadrinhamento; quando constatada qualquer necessidade, o fato deverá ser reportado à Coordenação; eventual auxílio será efetuado por intermédio do CEIC, a critério da Presidência.
SEÇÃO IV
DOS PADRINHOS E DAS MADRINHAS
Art. 8º. Entende-se por “padrinho e madrinha” a dupla formada por trabalhadores voluntários do CEIC que, em conjunto, apoiarão e atenderão uma família com seus filhos e/ou tutelados.
Parágrafo único. A escolha do casal de padrinhos será feita pela coordenação, que ponderará critérios de conveniência e oportunidade para formar uma dupla que possa alcançar da melhor forma os objetivos do projeto, preferencialmente de sexos diferentes, originários de famílias diversas.
Art. 9º Os padrinhos e madrinhas, em dupla, comprometem-se a realizar, no mínimo, uma visita mensal à família assistida.
§ 1º. Na hipótese de impedimento de um dos integrantes da dupla, a visita poderá ser realizada apenas pelo outro, porém, em caráter de excepcionalidade, mediante consulta à Coordenação do projeto.
§ 2º. A visita deverá ocorrer sempre com a presença de um dos responsáveis legais pelas crianças ou adolescentes.
Art. 10. Os padrinhos e madrinhas deverão atuar em concordância entre si e em conjunto com a Coordenação, de maneira a criar certa uniformidade nos atendimentos e encaminhamentos em geral.
Art. 11. Os padrinhos e madrinhas passarão por um período de preparação que tratará de temas relacionados ao perfil psicossocial das famílias, direitos da criança e do adolescente, orientações do Conselho Tutelar da Infância e Juventude, redes de atendimento, entre outros.
§ 1º. A preparação dos padrinhos dar-se-á por treinamentos, reuniões, oficinas, encontros ou outras dinâmicas.
§ 2º. Ao completar o período de preparação, os candidatos estarão aptos a serem participantes do projeto “Ao Seu Lado”, quando então serão apresentados às famílias candidatas, iniciando-se o processo de integração gradativo entre as partes.
Art. 12. Os padrinhos e madrinhas, em princípio, comprometem-se com o projeto pelo período mínimo de 1 (um) ano, que poderá ser prorrogado por tempo indeterminado.
§ 2º. Os padrinhos e as madrinhas poderão ser substituídos, a critério do CEIC, sempre que o interesse do apadrinhado não estiver sendo adequadamente atendido.
Art. 13. Os padrinhos e madrinhas que desejarem colaborar com recursos materiais para auxiliar determinadas necessidades dos apadrinhados, deverão repassar os recursos para a Coordenação, que fará a destinação às famílias assistidas.
SEÇÃO V
DAS FAMÍLIAS ASSISTIDAS
Art. 14. Entende-se por “família assistida” aquela que, com filhos e/ou tutelados de até 18 (dezoito) anos de idade, tenha sido selecionada para participar do projeto.
Art. 15. Uma vez selecionadas as famílias, a Coordenação lhes apresentará o projeto, verificando se há interesse na adesão.
Parágrafo único. O número de famílias selecionadas e convidadas a participar dependerá da formação e da quantidade de duplas de padrinhos existente.
Art. 16. Na hipótese de desistência ou de desinteresse da família em continuar vinculada ao projeto, a Coordenação avaliará seu desligamento.
Parágrafo único. Em se observando que as crianças ou adolescentes poderão ficar em situação de risco, os padrinhos e madrinhas deverão comunicar a Coordenação que, juntamente com a Presidência do CEIC, avaliará a questão.
SEÇÃO VI DOS CADASTROS
Art. 17. A Coordenação manterá um cadastro:
I – Dos padrinhos e madrinhas; II – Dos núcleos familiares atendidos; III – Da rede de apoio interna;
IV – Da Rede de Ação Solidária “Conta Comigo”; V – Das redes de atendimento à população;
VI – De outras informações que julgar necessárias ao desenvolvimento das atividades.
§ 2º. O cadastro da família apadrinhada ficará à disposição dos padrinhos responsáveis por aquele núcleo familiar.
§ 3º. O cadastro das redes de apoio, internas e externas, ficará à disposição dos padrinhos.
SEÇÃO VII DAS ATRIBUIÇÕES
Art. 18. Além do exposto no Art. 3º., são atribuições dos padrinhos e madrinhas:
I – Atender aos objetivos do projeto;
II – Relatar à Coordenação a evolução do apadrinhamento, no máximo a cada três meses;
III – Comparecer às reuniões do projeto quando convocados, ou a treinamentos e reciclagens;
IV - Dar o suporte necessário para a promoção da família;
V – Esclarecer o núcleo familiar quanto à necessidade da estabilidade emocional e afetiva para o desenvolvimento equilibrado das crianças e adolescentes;
VI - Orientar e incentivar a realização do Evangelho no Lar, observando a religião de origem da família;
VII – Repassar ao núcleo familiar noções de cidadania;
VIII - Orientar sobre programas comunitários que promovam o trabalho, o estudo, a saúde, o esporte, a cultura e o lazer;
IX – Dar ênfase aos riscos do alcoolismo, do consumo de drogas em geral e outros vícios.
Parágrafo único. No caso do padrinho/madrinha identificar situação de risco, de abuso sexual, etc., junto às crianças e adolescentes, deverá comunicar à Coordenação para as providências cabíveis.
Art. 19. São atribuições das famílias assistidas:
I – Atender aos objetivos do projeto;
II – Não omitir informações sobre a real situação da família no âmbito profissional, econômico, da saúde, entre outros;
III - Participar das palestras, reuniões, seminários, etc ., quando convocada;
IV - Mostrar-se disposta a adquirir novos conhecimentos para aprimorar a educação dos filhos e/ou tutelados;
VI - Procurar reunir todos os membros da família nas datas agendadas para as visitas aos lares;
VII – Conhecer os padrinhos selecionados durante o período de aproximação.
Parágrafo único. A família, em aceitando os padrinhos selecionados, deverá realizar a adesão formal ao projeto, junto à Coordenação.
Art. 20. São atribuições da Coordenação:
I – Atender aos objetivos do projeto; II – Divulgar o projeto junto:
a. Aos trabalhadores voluntários do CEIC; b. À rede de apoio interna;
c. À Rede de Ação Solidária “Conta Comigo”; d. Às redes de atendimento à população; e e. Aos demais colaboradores.
III - Realizar atividades de sensibilização e apresentação dos objetivos do projeto a curto, médio e longo prazos;
IV - Cadastrar os interessados no apadrinhamento;
V - Divulgar para os padrinhos as redes de apoio interna e externas, bem como os serviços disponíveis no município para tratamentos especializados;
VI – Apoiar os padrinhos realizando reuniões, supervisões periódicas, treinamentos, seminários, palestras, encontros para troca de experiências, etc.;
VII – Orientar os padrinhos para o desenvolvimento da convivência fraterna no âmbito do espaço familiar através de atividades planejadas, conforme perfil das famílias;
VIII - Acompanhar e avaliar as atividades desempenhadas pelos padrinhos a respeito do progresso das famílias, por meio de reuniões periódicas (individuais ou coletivas);
IX - Realizar a triagem das famílias a serem atendidas pelo projeto, mediante visitação e levantamento das informações pelas áreas que as atendem ou que as tenham atendido;
X - Promover a aproximação para escolha e/ou aceitação entre os padrinhos e as famílias;
XI - Manter arquivados os dados das famílias, os relatórios fornecidos pelos padrinhos sobre o desenvolvimento do apadrinhamento e demais documentos;
XII – Participar de treinamentos técnicos visando ampliar os conhecimentos sobre voluntariado, aspectos legais, SOS Criança, Conselho Tutelar, Vara da Infância e Juventude e outros;
XIII – Repassar treinamentos técnicos aos padrinhos visando aprimorar a realização da tarefa;
XIV – Comunicar à Diretoria do CEIC (Presidência, Vice-presidentes, Responsável pelo Departamento de Assistência Social) sobre os recursos materiais ou outras doações
destinadas aos apadrinhados, para análise e deliberação em conjunto, com base nas necessidades das famílias;
XV - Comunicar à Diretoria do CEIC, quando informada pelos padrinhos situação de risco, abuso sexual, abandono, maus tratos - entre outros, envolvendo as crianças e adolescentes, para avaliação em conjunto sobre a necessidade de providências junto ao SOS Criança, Conselho Tutelar, Vara da Infância e Juventude, ou outro órgão competente.
SEÇÃO VIII
DOS CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO
Art. 21. A seleção dos padrinhos e madrinhas será realizada mediante entrevista para avaliação das reais condições dos candidatos no que se refere à responsabilidade, afetividade, maturidade e compromisso, sendo pré-requisitos:
I – Ter mais de 21 (vinte e um) anos de idade;
II - Atender ao Estatuto do CEIC quanto à condição de trabalhador voluntário;
III – Ter disponibilidade de tempo para, efetivamente, dar assistência à família inserida no projeto;
IV – Um dos membros deverá guardar a diferença de 16 (dezesseis) anos de idade em relação ao filho e ou tutelado mais velho da família assistida.
Art. 22. A seleção das famílias assistidas dar-se-á a partir dos trabalhos assistenciais existentes no CEIC, por meio do diagnóstico das demandas e das necessidades de seus filhos e ou tutelados, embasado no conjunto de informações e percepções da equipe de trabalhadores da casa.
Parágrafo único. No momento da seleção, a família poderá estar ou já ter sido vinculada a um dos trabalhos do CEIC e deverá atender aos seguintes requisitos:
I - Ter filhos e ou tutelados na faixa etária até 18 (dezoito) anos; II - Participar de entrevistas para avaliação das necessidades; III - Demonstrar interesse e potencial para crescer.
SEÇÃO IX
DA ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO
Art. 23. A Coordenação do Projeto será composta por um coordenador e dois auxiliares.
Art. 24. O projeto contará com o apoio das redes de apoio interna e de Ação Solidária “Conta Comigo”.
Art. 25. O desenvolvimento do projeto dar-se-á em quatro etapas.
Art. 26. A primeira etapa compreende a divulgação e sensibilização do projeto junto: I – Aos trabalhadores da Casa;
II - Às famílias selecionadas.
Parágrafo único. A triagem das famílias a serem atendidas pelo projeto e o cadastramento dos interessados no apadrinhamento serão realizados nesta etapa.
Art. 27. A segunda etapa diz respeito à preparação dos padrinhos e madrinhas e das famílias selecionadas, compreendendo:
I - Treinamento técnico com os padrinhos para a realização da tarefa; II - Aproximação entre padrinhos e famílias;
III – Definição dos padrinhos e respectivos apadrinhados; IV – Elaboração do banco de dados dos envolvidos.
Art. 28. A terceira etapa refere-se ao desenvolvimento e acompanhamento do projeto, compreendendo:
I – As visitas domiciliares;
II – As reuniões e supervisões periódicas;
III - Treinamentos, seminários, palestras, encontros , entre outros, para troca de experiências;
IV - Acompanhamento sistemático das atividades desempenhadas pelos padrinhos sobre o progresso das famílias.
Art. 29. A quarta etapa refere-se às avaliações que compreenderão:
I – Reuniões de avaliação do projeto pela Coordenação em conjunto com a Diretoria do Serviço Assistencial Espírita do CEIC;
II – Avaliação do processo de desenvolvimento das famílias;
III – Avaliação do desempenho pelos padrinhos e madrinhas, em conjunto com a Coordenação.
Parágrafo único. A critério da Coordenação, as avaliações poderão ser realizadas a cada trimestre, semestre, ou a qualquer tempo, com prévio agendamento entre os envolvidos.
SEÇÃO X
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 30.
O projeto será avaliado na primeira reunião do Conselho Deliberativo após 1
(um) ano de efetiva implantação.
Art. 31. Os casos omissos serão apreciados e resolvidos pela Presidência do CEI C em
conjunto com a Coordenação.
Curitiba, 20 de setembro de 2012.
Centro Espírita Ildefonso Correia Conselho Deliberativo