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PERFIL HEMATOLÓGICO DE CÃES POSITIVOS PARA PARVOVIROSE DIAGNOSTICADOS POR IMUNOCROMATOGRAFIA NO HOSPITAL VETERINÁRIO UNIVERSITÁRIO UFPI.

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Academic year: 2021

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Revista Interdisciplinar de Ciências Médicas - Anais - Teresina-PI CNPJ:14.378.615/0001-60

Registro: ISSN 2594-522X

PERFIL HEMATOLÓGICO DE CÃES POSITIVOS PARA PARVOVIROSE DIAGNOSTICADOS POR IMUNOCROMATOGRAFIA NO HOSPITAL VETERINÁRIO

UNIVERSITÁRIO – UFPI.

ARAÚJO, E. K. D.1; VIEIRA, R.M.1; ARAÚJO, L.L1; DE SOUSA, D. K. T.1; SANTANA, M.V1; CARDOSO, J.F.S.2; OLIVEIRA, W.A.3; OLIVEIRA, M. S. 4; SANTOS, A. S 5;

BARROS, N.C.B6.

Médico(a) veterinário(a), residente no Hospital Veterinário Universitário (HVU), Universidade Federal do Piauí. 1

Prof°. Dra. Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária (DCCV), Universidade Federal do Piauí. 2 Médico veterinário no Hospital Veterinário Universitário (HVU), Universidade Federal do Piauí. 3 Médica veterinária, Doutoranda em Ciência Animal, Universidade Federal do Piauí. 4

Médica veterinária, aprimoranda no Hospital Veterinário Universitário (HVU), Universidade Federal do Piauí. 5

Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Federal do Piauí.6 RESUMO

Doenças gastroentéricas compõem grande parte da casuística da clínica médica de pequenos animais, tornando-se comum em cães jovens em todas as regiões do Brasil. O diagnóstico precoce é essencial para o início do tratamento. Na rotina clínica geralmente o diagnóstico é feito pelo histórico, sinais clínicos e hemograma. Vários testes vêm sendo desenvolvidos para parvovirose canina, um deles é o imunoensaio cromatográfico que detecta qualitativamente a presença do antígeno do parvovirus nas fezes caninas. O presente estudo teve por objetivo traçar o perfil hematológico de 100 cães naturalmente infectados, positivos no teste de imunoensaio cromatográfico rápido para parvovirose, a partir dos resultados de VG, VGM, CHCM, plaquetas, leucócitos totais e valores absolutos de neutrófilos, linfócitos, eosinófilos e monócitos. Foi possível perceber que animais com 2 ou 3 meses de idade foram mais acometidos pelo parvovírus. Cães de todas as raças são susceptíveis, entretanto os animais SRD foram predominantemente contaminados. O perfil hematológico realizado sugeriu que os valores de VG são bem variados. Os resultados obtidos foram a ausência de anemia e anemia normocítica normocrômica, ao classificar utilizando-se dos valores de VGM e o CHCM. No leucograma prevaleceu a leucopenia, neutropenia, linfopenia, eosinopenia. Plaquetas e monócitos não apresentaram alterações significativas podendo concluir que não sofrem ação do parvovírus

Palavras-chave – Cão; Gastroenterites; Hematologia; Imunocromatografia; Parvovirorose.

ABSTRACT

Gastroenterological diseases make up a large part of the clinical casuistry of small animals, becoming common in young dogs in all regions of Brazil. Early

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diagnosis is essential for initiating treatment. In the clinical routine, the diagnosis usually is made by history, clinical signs and blood count. Several tests have been developed for canine parvovirus, one of them is the chromatographic immunoassay that qualitatively detects the presence of the parvovirus antigen in the dog feces. The present study aimed to trace the hematological profile of 100 naturally infected dogs, positive in the rapid chromatographic immunoassay test for parvovirus, from the results of VG, VGM, CHCM, platelets, total leukocytes and absolute values of neutrophils, lymphocytes, eosinophils and monocytes. It was possible to notice that animals with 2 or 3 months of age were more affected by the parvovirus. Dogs of all races are susceptible, however the SRD animals were predominantly contaminated. The performed hematological profile suggested that the values of GBV are quite varied. The results obtained were the absence of anemia and normochromic normocytic anemia, when classifying using values of VGM and CHCM. Leukopenia, neutropenia, lymphopenia, and eosinopenia prevailed in the leukogram. Platelets and monocytes did not present significant alterations and could conclude that they did not undergo parvovirus action

Keywords Dog; Gastroenteritis; Hematology; Immunochromatography;

Parvovirose.

_______________________________________________________________ INTRODUÇÃO

Doenças gastroentéricas compõem grande parte da casuística da clínica médica de pequenos animais, tornando-se comum em cães jovens em todas as regiões do Brasil. Embora a participação de agentes infecciosos bacterianos e parasitários não deva ser desprezada no contexto das enterites caninas, os principais agentes causadores da patologia são os vírus. Como por exemplo: parvovírus canino (CPV). (HOSKINS, 1997; HOMEM et al.,1999; BORGES et

al., 2009).

A família Parvoviridae é composta por duas subfamílias: a Densovirinae e Parvovirinae. A primeira aparentemente não tem importância em medicina veterinária. A segunda, infecta vertebrados e é representada por três gêneros

Parvovirus, Eryhrovirus e Dependovirus. Os parvovírus são conhecidos

patógenos de cães, gatos, pássaros, roedores, suínos, bovinos e humanos. Em cães existem dois parvovírus: o CPV tipo 1, que não apresenta importância clínica definida, também denominado Parvovírus de minuto dos cães (CnMV) e o CPV-2, que apresenta três subtipos – CPV2a, CPV2b e CPV2c. O CPV-2 apresenta distribuição mundial e é mais prevalente que o CPV-1 (FLORES, 2007).

O objetivo deste trabalho foi compor o perfil hematológico de 100 cães naturalmente infectados, positivos no teste de imunoensaio cromatográfico rápido para parvovirose canina, realizados no Hospital Veterinário Universitário Jeremias Pereira da Silva da Universidade Federal do Piauí – UFPI.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo retrospectivo, referente ao período de janeiro a setembro de 2016. Foram utilizados dados de cães da rotina de atendimento do HVU-UFPI. Para inclusão neste estudos, os critérios utilizados foram: cães positivos para parvovirose através do teste de imunoensaio cromatográfico

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(ALERE PARVOVIROSE Ag TEST KIT), e realização de hemograma concomitante.

O teste de imunoensaio cromatográfico detecta qualitativamente a presença do Ag (antígeno) do parvovírus nas fezes caninas. A coleta do material foi feito pelo patologista do laboratório que retira uma pequena porção de fezes da área retal do paciente com swab, em seguida, inserido em um tubo de amostra contendo tampão diluente para homogeneização. O dispositivo de teste sob a bancada, adiciona-se 4 gotas da amostra vagarosamente no orifício do cassete. Quando o teste começar a reagir, o resultado do teste deve ser interpretado entre 5 a 10 minutos.

As amostras de sangue para hemograma foram obtidas através de venopunção da jugular, cefálica ou safena lateral, utilizando-se tubos de coleta a vácuo com ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA). Os parâmetros hematológicos avaliados foram: hematócrito, VGM, CHCM e série plaquetária. Para a série branca, contagem de leucócitos totais e valores absolutos dos diferentes tipos celulares do sangue.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise do hematócrito pôde-se observar que 50% (50 animais) dos pacientes apresentaram anemia e a outra metade não. De acordo com Sherding (2003) esse parâmetro é muito variável, podendo está normal ou diminuído devido à hemorragia intestinal.

Quanto ao VGM e CHCM os animais anêmicos foram classificados da seguinte maneira: anemia normocítica e normocrômica 22% (22 pacientes), anemia normocítica hipocrômica 16% (16 pacientes), anemia microcítica e hipocrômica 7% (7 pacientes), anemia microcítica e normocrômica 4% (4 pacientes), e anemia macrocítica e hipocrômica 1% (1 paciente).

Os achados referentes às plaquetas foram de 94% nos casos clínicos normais e 6% apresentando trombocitopenia. Nos valores encontrados houve predominância da normalidade, podendo com segurança afirmar que esse tipo celular não sofreu a ação do parvovírus neste estudo. Assim como afirma outros pesquisadores que tiveram resultados semelhantes, por exemplo, BORGES (2009).

A leucopenia foi um achado em 51% dos animais que totalizam 51 pacientes, segundo Flores (2007) e Ramsey (2010) os achados leucocitários frequentes em parvovirose canina são a leucopenia e já na fase de recuperação, leucocitose. Segundo Hoskins (1997) estes achados são diretamente proporcionais à severidade e ao estado da doença na altura da colheita sanguínea. A leucopenia que se desenvolve na parvovirose canina é, sobretudo devido à neutropenia e a linfopenia.

Neste estudo 53% dos casos apresentaram neutropenia, 7% neutrofilia e 40% normais. Podendo ser explicado pela destruição direta pelo vírus, das células hematopoiéticas precursoras dos neutrófilos da medula óssea. Ou ainda pela excessiva depleção dos neutrófilos armazenados na medula óssea, em casos de septicemia ou de infecções bacterianas que envolvam o trato gastrointestinal.

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Quanto aos linfócitos, 52% dos pacientes apresentaram linfopenia, em 3% linfocitose e 45% valores normais. Resultados obtidos por Frazão (2008) em pesquisa sugerem que essa linha celular seria importante em termos de prognóstico, uma vez que em canídeos com parvovirose, o número de linfócitos constitui um componente celular essencial à resposta imunitária humoral por ser a segunda linha leucocitária mais numerosa no sangue. As infecções virais agudas induzem linfopenia acompanhada de neutropenia e isso ocorre devido à replicação do vírus em células linfoides Flores (2007). Essa condição é repetida neste estudo, quando observada a elevada taxa de linfopenia.

A eosinopenia foi diagnosticada em 59% dos pacientes, 4% eosinofilia e 45% normais. Neste estudo houve prevalência de eosinopenia, segundo Bush (2004) tais efeitos são mediados pela ação dos glicocorticoides endógenos frente a quadros que determinem estresse, neste caso, a gastroenterite, causando redução na contagem dos eosinófilos. Segundo Goddard et al. (2008) citado por Mendes (2012) afirma que citocinas de linfócitos T (Interleucinas 1 e 5) estão envolvidas nas eosinopoiese, e que devido a diminuição dos linfócitos T na parvovirose, determinam a eosinopenia nesta doença. O que condiz com os resultados do presente estudo.

Neste estudo observou-se monocitopenia em 38% dos casos, monocitose em 10% e monócitos normais em 52%. A prevalência de monócitos normais nesse estudo condiz com a pesquisa realizada por Frazão (2008) em que apresentou também valores dentro da normalidade em sua maioria.

Observou- se também que a parvovirose acometeu pacientes com a idade inferior a 1 ano, principalmente 2 e 3 meses de idade. Esta pesquisa corrobora com Ramsey (2010) que afirma que a parvovirose cani

na uma das principais causas de diarreia de origem infecciosa em cães com idade inferior a seis meses.

Pacientes sem raça definida (SRD) (55%), seguidos de cães da raça Rottweiler (14%), Poodle (10%), American pitbull terrier (7%), Pinscher miniatura (6%), Pastor (3%), Shiba inu, Mastim dos Pirineus, Labrador, Maltês e Cocker spaniel inglês (1%) foram relatadas. Embora todos os cães sejam susceptíveis à doença, algumas raças são mais predispostas à infecção e parecem ser mais sujeitas, como por exemplo: rottweiler, pinscher, labrador. (Willard, 2010).Elucidar essas duas informações epidemiológicas de uma amostra de cães diagnosticados com parvovirose se configura como relevante questão, não só para o monitoramento, mas também para permitir caracterizar populações de risco e otimizar parâmetros que visem a prevenção e proteção ao paciente.

CONCLUSÕES

A parvovirose canina é muito frequente no HVU-UFPI, com maior incidência na faixa etária inferior a 1 ano de idade. Mais especificamente entre 2 e 3 meses de idade. As três raças mais diagnosticadas foram: SRD, Rottweiler e Poodle. O hematócrito demonstrou que metade dos pacientes estavam normais e a outra anêmicos. Significando dizer que esse é um parâmetro bem variado, podendo está relacionado a outras doenças

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concomitantes e que não foram elucidadas neste estudo. Alterações significativas foram observadas também nos leucócitos totais, neutrófilos, linfócitos e eosinófilos, tendendo a quantidades inferiores quando relacionadas aos valores de referência. Monócitos e plaquetas mostraram-se com valores dentro da normalidade, significando dizer que não são afetados pelo parvovírus.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORGES, O.M.M et al. Incidência de Cinomose e Parvovirose em cães acometidos por gastroenterite disgnosticados pelo método de imunocromatografia. VI Congresso de Iniciação Científica da Universidade Federal de Campina Grande, 2009

BUSH B.M.; Interpretação de Resultados Laboratoriais para Clínicos de Pequenos Animais. Ed. Roca. São Paulo, 2004 100-148p.

FLORES, E.F.; Virologia veterinária. Ed. da UFSM, Santa Maria, 2007. Cap. 14, p.377- 392

FRAZÃO, P.S.G.S.; Alterações leucocitárias como fator de prognóstico na evolução clínica da parvovirose canina: 191 casos. Universidade Técnica de Lisboa. Dissertação de Mestrado- 2008.

HOMEM, V.S.F. et al. Gastrenterite canina - agentes virais nas fezes de cães diarréicos e não diarréicos. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.51, n.6, p.42-53, 1999.

HOSKINS.J. D. Pediatria Veterinária; Cães e Gatos, do nascimento aos seis meses. 2º edição. Rio de Janeiro: Interlivros, 1997, Cap 3, p. 442-444

MENDES, R.S., et al. Perfil leucocitário e eficácia clínica da enrofloxacina (fórmula BAIK9) em dose única no tratamento de cães com gastroenterite por Parvovírus. Revista Portuguesa de Ciências Veterinárias, p.43-49, 2012

RAMSEY, I. K et al.; Manual de doenças infecciosas em cães e gatos. São Paulo: Roca, 2010

SHERDING, R.G.; Manual Saunder - Clínica de pequenos animais. São Paulo. Roca 2008. 162-175p.

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