CÁLCULO DE ALGUNS PREJUÍZOS
(da minuta de saquear seu dinheiro, que de "retirada de patrocínio" tem só o nome)
“VEJAM COMO O GOVERNO AUTORIZA O PATROCINADOR “DETONAR” QUALQUER FUNDO DE PENSÃO, NUMA
SIMPLES CANETADA”
(se aprovarem a minuta da retirada de patrocínio gestada no CNPC/MPAS)
Traduzindo os artigos da resolução da retirada do nosso dinheiro, que deram o nome de retirada de patrocínio.
Art. 9°, caput: permite ao patrocinador considerar como valor dos ativos o maior dos preços dos últimos 180 dias.
- no caso presente, de economia decrescente em todo o mundo e redução da taxa de juros no Brasil, aquilo causa um prejuízo tremendo para nós, porque vai calcular pelo que valeu até 180 dias para trás, mas vai receber só o que estiver valendo na hora de te pagar.
- só com essas notícias da equiparação com o BACEN e essa que o Banco vai ter nos devolver o que nos tomou, que sabemos dá bem mais do daqueles R$ 9,9 bilhões que ele deixou no Balanço de 2011 como ativo dele, o preço das ações que dias atrás estava em R$ 34 já caiu para R$ 19.
- vejam que 10,4% das ações do Banco estão na mãos da PREVI, que para acertar com cada um de nós vai ter de vender pelo preço de mercado do dia da venda, isto é, R$ 19 ou menos;
- como muitos de nós não confiam em central sindical para administrar nosso dinheiro, vai ser uma “enxurrada” de oferta vendendo ações “a preço de banana” e entregar-nos de imediato uma mixaria, em lugar daquilo que fizeram de conta que iríamos receber.
- na prática, as ações vão parar nas mãos de quem tem dinheiro para comprar, possivelmente estrangeiros, a preço de banana.
Art. 9°, § 1°: Manda considerar os dados do ano anterior, isto é, que o dinheiro que você vai receber agora vai render 5% além do INPC até você completar 83 anos de idade.
Cálculo do prejuízo, tomando por base o que rendeu a caderneta de poupança de 01/06/2011 até 01/06/2012:
- o INPC foi de 4,8632400%, de junho/2011 a maio/2012; - rendimento da caderneta de poupança: 7,26093%;
- diferença: 1,0726093/1,0486324 = 1,022864924 que dá 2,22864924%.
- Prejuízo: 5,5% menos 2,22864924% = 3,27135076% a cada ano. - Se alguém tem 57 anos de idade e o cálculo atuarial é feito até a média estatística de 83 anos, a sobrevida é de 26 anos.
- com isso o prejuízo será de (3,27135076/100+1)26 = 130,98278433%, o que indica que o dinheiro vai desaparecer antes da metade do tempo da sobrevida.
- o prejuízo parece ser equivalente àquele do PDV de 1995, em que o Banco solapou 2/3 das reservas que os que aderiram tinham na PREVI, mas agora é bem pior.
- como esse cálculo é baseado no tempo de sobrevida até chegar aos 83 anos, quem está jovem vai receber mais e quem é idoso vai receber menos;
- pelo texto daquela minuta, quem já tem 83 anos ou mais simplesmente não vai ter nada a receber;
- se tiver 82 anos, recebe o equivalente a 12 meses do que está recebendo hoje; quem tiver 81 anos recebe o equivalente a 24
meses, e assim por diante, fora o prejuízo da diferença daqueles “5% além do INPC”.
Fonte: Relatório anual da PREVI de 2011, pág. 20; endereço www.bcb.gov.br, perfil “Cidadão”, links “Taxas de juros, cálculos, índices e cotações”, “Calculadora do cidadão” e “correção de valores”.
Art. 13, que remete ao inciso II do art. 31 da Lei Complementar 109/2001:
- é a opção de em vez de receber à vista e aplicar em poupança ou aonde quiser, colocar o dinheiro num fundo de pensão administrado por uma central sindical, por exemplo.
- sabemos que o know how desse pessoal é arrecadar compulsoriamente e receber doações do Governo para “torrar” sem prestar contas, e não de fazer render os recursos que lhes são colocados para administrar.
- já se tem antecedentes desse pessoal (Cooperativa Habitacional do ABC, por exemplo), em que usaram fortunas dos associados para campanhas políticas em vez de construir prédios.
Art. 18: diz que as dívidas do patrocinador serão quitadas antes da conclusão da retirada.
Art. 20: após 180 dias, transfere para EFPC de central e deposita em Juízo e acaba tudo.
- quem optou recebe à vista ou autoriza transferir para a EFPC da central sindical;
- quem não optou, sua parte vai para a EFPC de uma central sindical administrar e seus proventos serão depositados em Juízo a cada mês;
- na opção certamente haverá cláusula dando quitação de tudo, inclusive desistindo de seu direito em ações providas por sindicatos
e associações por conta da equiparação de salários com os do Banco Central;
- desistindo também do seu direito de impetrar ação individual dessa equiparação, buscando essa diferença antiga, mas recebendo de 5 anos para cá, baseado na Súmula 327 do TST;
Somando:
- esses prejuízos da caderneta de poupança versus esse rendimento baseado em 5,5%aa + INPC;
- a queda do valor das ações devido a super oferta;
- a já consumada queda e tendência decrescente do valor das de ações do Banco (a PREVI tem 10,4%);
- teremos por essa insuspeita “retirada de patrocínio”, de 10 e 20% daquilo que agora recebemos e temos assegurado pelo resto de nossas vidas e de nossos dependentes;
- é esse o patamar que está recebendo o pessoal da VARIG, que tinha créditos que o Governo não pagou e para continuar funcionando saqueou o fundo de pensão AERUS.
Outro prejuízo para o pessoal da ativa de todos os fundos de pensão, enquanto o patrocinador não decidir pela retirada:
- nas greves será um poderoso instrumento de ameaça, tipo “se não acabar com essa greve vou retirar o patrocínio”;
- assim vai permitindo achatar salários por anos a fio, até ele achatar bem os salários e aposentadorias e daí dar o golpe final saqueando mais.
- no Banco do Brasil aconteceu exatamente isto, com um instrumento similar.
- em 1995 e 1996 contabilizou “Provisões para Créditos de Liquidação Duvidosa” valores astronômicos, para ameaçarmos de
falência ou privatização e com isso achatou nossos salários e nossas aposentadorias;
- com isso, tivemos reajuste zero de 1994 a 2000 e abaixo da inflação em 2001 e 2002; nossos salários e consequentemente nossas aposentadorias foram reajustados até o dia 1° de setembro de 2011 em 111%, enquanto que a inflação medida pelo IGP-DI foi de 405%;
- de quebra, o Governo deu um golpe nos acionistas minoritários do Banco. Aqueles “prejuízos” fizeram o preço das ações cair de R$ 13 para menos de R$ 9. Na capitalização que se seguiu ofertou a R$ 13 e o mercado não comprou: só o Governo e a PREVI. Daí saqueou aqueles R$ 11 bilhões nossos em 1997, dívida perdoada pelo art. 11 da Resolução CGPC n° 26/2008.
Costumo mandar as provas daquilo que escrevo, de modo que cada um pode vê-las, tirar suas conclusões e me questionar, como muitos tem feito e tenho respondido com argumentos e provas. Se me provarem o contrário, evidente que vou me redimir.
Várias associações afirmam defender os participantes e assistidos dos fundos de pensão, mas na prática concordam com os termos colocados na minuta de “retirada de patrocínio”, caracterizando infidelidade de seus mandatários.
pedroferreira55@hotmail.com
