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INSTITUTO DO AMBIENTE. Síntese

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Síntese

CENÁRIOS E ESFORÇO DE REDUÇÃO

Janeiro de 2003

PLANO NACIONAL para as

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

EQUIPA TÉCNICA

Instituto do Ambiente

Centro de Estudos em Economia da

Energia, dos Transportes e do Ambiente

Departamento de Ciências e Engenharia

do Ambiente, FCT/UNL

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ÍNDICE

Capítulo I Introdução e Objectivos...3

1.1 Introdução ...3

1.2 Objectivos do PNAC ...4

Capítulo II O Cenário de Referência...6

2.1 Introdução sobre cenários ...6

2.2 Cenário “Business as usual” ...9

2.2.1 Metodologia ...9

2.2.2 Resultados e estimativa do esforço de redução...9

2.3 Cenário de referência ...11

2.3.1 Metodologia ...11

2.3.2 Identificação dos instrumentos de política em vigor...11

2.3.3 Potencial de eficácia ambiental dos instrumentos em vigor ...16

2.3.4 Esforço de redução ...17

Anexos...19

Anexo 1. Cenários macroeconómicos e sectoriais...19

A.1 Cenários Macroeconómicos ...20

A.2 Cenários Sectoriais ...20

Anexo 2. Cenários demográficos ...23

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Capítulo I

Introdução e Objectivos

1.1 Introdução

O PNAC 2001, cuja discussão pública teve lugar em Dezembro de 2001, constituiu o ponto de partida para o esboço duma estratégia de mitigação para os gases com efeito de estufa (GEE), na linha dos compromissos assumidos por Portugal no âmbito do Protocolo de Quioto e da partilha de responsabilidades adoptada no seio da União Europeia.

Durante todo o ano de 2002 decorreram os trabalhos de revisão da versão de 2001 do PNAC. Essa revisão comportou investimentos importantes em matérias tais como:

i) a revisão da base estatística de suporte, que se traduziu igualmente em maior fiabilidade dos inventários de emissões de gases no período 1990-2000, instrumento de fundamental importância quer para Portugal quer para o acompanhamento por parte das instâncias comunitárias e dos organismos de acompanhamento da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (CQNUAC);

ii) a revisão dos cenários sócio-económicos de referência para a produção de cenários de emissões no longo prazo e em particular abarcando o primeiro período de cumprimento;

iii) o diálogo com os representantes públicos e privados dos sectores económicos com maior relevância em matéria de emissões de gases com efeito de estufa;

iv) o aperfeiçoamento das bases de dados utilizadas na modelização da procura de energia;

v) o acompanhamento da temática quer ao nível da União Europeia, com relevo para o comércio de emissões e directivas produzidas ou em projecto com impacto a nível de emissões, quer a nível da CQNUAC, com relevo para os trabalhos das Conferências das Partes entretanto ocorridas.

De acordo com a metodologia definida para a preparação da versão 2002 do PNAC, apresentam-se agora os estudos sectoriais para análise na Comissão Interministerial das

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Alterações Climáticas, tendo em vista a obtenção de contributos para a preparação da versão final do PNAC 2002, a apresentar em Fevereiro de 2003. Assim, o trabalho agora apresentado não inclui ainda a estratégia de cumprimento, que só será definida e proposta após se encontrar estabilizado em termos de consensos o cenário de referência no que se refere a emissões, considerando-se contudo já os resultados das medidas em vigor (bloco imediato). Para facilitar a discussão na Comissão Interministerial o trabalho encontra-se distribuído pelos seguintes volumes:

• Relatório Síntese – Cenários e esforço de redução • Volume 1 - Indústria e Construção Civil

• Volume 2 - Residencial e Serviços

• Volume 3 - Agricultura, Florestas e Pescas (processos de combustão) • Volume 4 - Transportes

• Volume 5 - Oferta de Energia • Volume 6 - Agricultura e Pecuária • Volume 7 - Resíduos

• Volume 8 - Florestas

• Volume 9 - Halocarbons (HFC, PFC) e Hexafluoreto de Enxofre (SF6)

O relatório síntese, para além de uma caracterização breve dos cenários sócio-económicos, demográficos e de preços do petróleo, apresenta os cenários de referência de emissões de gases e os resultados esperados das medidas, políticas e instrumentos já em vigor (bloco imediato). É ainda estimado o esforço de redução de emissões de gases associado a cada cenário, tendo em conta os compromissos nacionais nesta matéria, para o qual será necessário, numa fase subsequente, definir a estratégia de mitigação (bloco adicional). Para a definição do bloco adicional de medidas, políticas e instrumentos importará previamente avaliar o potencial de redução associado ao Comércio de Emissões Europeu que, como se sabe, se encontra em fase avançada de regulamentação.

Face à natureza do presente documento, dão-se como reproduzidos os considerandos de enquadramento da problemática do Protocolo de Quioto e dos acordos de partilha de responsabilidades dentro da EU apresentados no Volume I do PNAC 2001.

1.2 Objectivos do PNAC

Os objectivos do PNAC podem explicitar-se como se segue:

i) Definição de cenários de referência contrastados, por forma a, com grande

probabilidade, abarcar a gama das realizações possíveis no que se refere ao comportamento da economia e das emissões de GEE, para o primeiro período de cumprimento do Protocolo de Quioto (2008-2012);

ii) Quantificar o esforço de redução, em termos de CO2e, para o cumprimento das metas

a que Portugal se obrigou no âmbito dos acordos de partilha de responsabilidades celebrados com a União Europeia;

iii) Identificar um conjunto de medidas e instrumentos para controlo e redução das emissões de GEE, atendendo aos critérios de eficácia ambiental, eficiência económica

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(melhor relação custo-eficácia), incentivo à inovação tecnológica, equidade na distribuição dos rendimentos, integração com outras políticas sectoriais, exequibilidade política e administrativa no horizonte de cumprimento (2008-2012), e aceitação por parte dos agentes envolvidos;

iv) Explicitar o cenário de cumprimento da directiva, evidenciando, sempre que

necessário, as orientações de política passíveis de promover a implementação das medidas e instrumentos adicionais identificados;

v) Definir o sistema de monitorização do PNAC, em linha com o que vier a ser

estabelecido pelas instâncias internacionais.

Como já se disse acima, nesta fase apenas se apresentam contributos inseridos nos objectivos i) e ii).

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Capítulo II

O Cenário de Referência

2.1 Introdução sobre cenários

A elaboração desta nova versão do PNAC, com a produção de novas estimativas de emissões dos gases com efeito de estufa (CO2, CH4, N2O, HFC, PFC e SF6) para o horizonte

2008-2012, deve-se em grande parte à disponibilidade de novos cenários de enquadramento geral da economia Portuguesa para o período 2000-2020 (cenários macroeconómicos e sectoriais de médio-longo prazo) e à actualização do cenário de evolução demográfica (ver anexos).

A pesquisa efectuada sobre cenarização de médio-longo prazo, em Portugal, aconselhou a reter, como cenários de referência “business as usual”, os cenários macroeconómicos desenvolvidos por CISEP (2001) para a Rede Eléctrica Nacional (REN) e para o Gabinete de Estudos e Prospectiva Económica (GEPE) do Ministério da Economia. O GEPE, por sua vez, procedeu ao estabelecimento de cenários sectoriais compatíveis com os cenários macroeconómicos e intrasectorialmente coerentes.

Em CISEP (2001) são propostos três cenários de evolução para a economia Portuguesa, para o período 2000-2025, cuja caracterização sumária está contida na Caixa 1 e Figura 1.

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Caixa 1: Cenários macroeconómicos 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 1973-2000 2000-2015 2016-2025 (% )

Cenário Central Cenário Baixo Cenário Alto

Figura 1: Taxas médias anuais de crescimento real do PIB implícitas nos cenários de

evolução macroeconómica (Fonte: CISEP, 2002)

No âmbito do presente trabalho, foram adoptados os cenários de evolução macroeconómica designados, na terminologia do CISEP (2001), por “cenário alto” e “cenário baixo”, em consonância com a abordagem do GEPE (2002).

No que se refere aos cenários sectoriais considerados, estes assentam em trabalho do GEPE (GEPE, 2002), realizado a partir dos cenários do CISEP. A sua caracterização, através da

Cenário Central

“O cenário central não deve ser entendido como uma projecção quantitativa de tendências passadas, mais ou menos recentes. Antes, e, bem entendido, tomando a evolução recente da economia portuguesa como essencial na aferição das possibilidades, resulta de um conjunto de hipóteses verosímeis adiante explicitadas. Estas hipóteses são expressão quantitativa das principais tendências pesadas a médio prazo identificadas, como sejam as do reforço e consolidação do processo de globalização ou de crescimento demográfico com envelhecimento da população. Considera se ainda que, ao longo dos próximos 25 anos, a sociedade e a economia portuguesa enveredarão por um modelo de crescimento com as características explicitadas no capítulo 2, com uma maior eficiência dos sistemas produtivos e organizacionais. Tal implica que as políticas públicas se orientem essencialmente para áreas onde existam externalidades e fracassos de mercado, com ênfase na promoção de políticas de educação e formação e na consolidação das infra estruturas tecnológicas”.

Cenário Baixo

“O cenário baixo corresponde a algum fracasso, por parte dos agentes económicos e sociais, na superação dos estrangulamentos com que se defronta o sistema produtivo. Nesta perspectiva "pessimista", a contribuição para o crescimento dos aspectos qualitativos será inferior, por comparação com a contribuição dos factores meramente quantitativos”.

Cenário Alto

“O cenário alto, pelo contrário, traduz um sucesso mais completo que aquele subjacente ao cenário baixo. A evolução qualitativa, traduzida no "progresso técnico", será neste caso mais elevada, evoluindo a economia portuguesa a uma maior velocidade de convergência real. A maior taxa de investimento possibilitada por um menor consumo público e pela captação de poupança externa reforça, neste cenário, o crescimento mais elevado”.

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explicitação das taxas médias anuais de variação real do Valor Acrescentado Bruto (VAB), para os diferentes sectores de actividade económica, encontra-se sistematizada na Tabela 1. Estes cenários foram, para alguns sectores grandes consumidores de energia, validados pelos agentes económicos sectoriais respectivos. É de referir que os valores apresentados integram também os cenários tecnológicos associados ao consumo de energia (Ver Volumes 1 a 4).

Tabela 1: Cenários sectoriais - Taxas médias anuais de variação real do VAB (%)

Cenário Alto Cenário Baixo

Sectores 2000-15 2015-25 2000-15 2015-25 Agricultura 3 2,5 2 2 Energia 4 4 2 2 Indústria 3,2 2,8 2 1,3 Construção 3,7 3,3 2,1 1,6 Serviços 4,6 4,2 3,2 2,9 SIFIM 4,4 4,1 3,1 2,7 Total 4,2 3,8 2,8 2,5 Indústria: Sub-Sectores Alimentares 2,5 1,9 2 1 Bebidas 3 2,4 1,5 0,5 Tabaco 2 1,5 1,5 1 Têxt., Vest.Calç. e Curt. 2,2 1,7 0,3 -0,2

Madeira, Cort.e Mobil. 2,2 1,7 1,7 0,7 Pasta,Papel e Art.Gráfic. 4 3,5 3 2 Química, Borr. e Plást. 3,5 3 2 1,5 Cerâmica 3,6 2,8 2,4 1,7 Vidro 3,5 3 2 1,5 Cimento 3,5 3 2 1 Metalurgia de base 1,5 1 0 -1

Metalom.e Outras Indúst.Transform. 4,4 3,9 3,3 2,3

Serviços: Sub-Sectores

Comércio 4,5 4 3,1 2,6

Turismo 5,6 5,2 4,1 3,5

Serviços prestados princ.às empresas 6,3 5,8 4,2 3,9

Transportes 5,2 4 3,5 3,4

Comunicações 6,6 5,8 4,2 4,9

Outras actividades 4,1 3,8 2,9 2,7

S. Não M. Adm. Púb. 3,8 3,5 2,5 2,3 Fonte: GEPE (2002)

No que concerne à evolução demográfica, tendo em conta os resultados do Censo 2001, o cenário retido encontra-se sistematizado na Tabela 2. Este tipo de cenário é fundamental para a simulação da procura de energia nos sectores Residencial e Terciário.

Tabela 2: População e número de famílias, 1990 - 2020

1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020

População (1000 Hab.) 9860 10036 10243 10430 10597 10729 10823

N.º de Famílias (milhares) 3054 3268 3516 3729 3946 4161 4372

Fonte: INE (2001). Valores aferidos para 1990-2000 tendo em conta os Censos 1991 e 2001.

Na modelização da procura de energia considerou-se, de forma implícita, o impacto do cenário, ou cenários, referentes à evolução do preço do petróleo nos mercados internacionais,

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dado este continuar a servir de referência para o preço das outras formas de energia primária, ao longo da próxima década.

Não obstante a ausência de unanimidade sobre o preço do petróleo, no longo prazo, a hipótese de base no que se refere à sua evolução assenta na estabilização deste em torno dos 25 dólares americanos, por barril. Não são, assim, consideradas oscilações de preços características dos “choques petrolíferos” que ocorreram no passado.

2.2 Cenário “Business as usual”

Nesta secção apresentam-se, de forma sintética, a metodologia e os resultados das estimativas de emissões de GEE associadas ao cenário de “business as usual” (BAU) para os diversos sectores da economia portuguesa. Define-se o cenário “business as usual”, o cenário de evolução “natural” ou tendencial, ou seja, sem a tomada de medidas tendo por objectivo a redução das emissões de GEE. É sobre este cenário que se constrói o cenário de referência integrando os efeitos previstos das medidas e dos instrumentos em vigor (ver Secção 2.3).

2.2.1 Metodologia

De forma sucinta, o processo de produção das estimativas de emissões dos GEE, no cenário “business as usual”, envolve a realização das seguintes tarefas sequenciais:

• Adopção de cenários demográficos, macroeconómicos, sectoriais e de preços da energia de médio-longo prazo.

Tradução dos cenários económicos em cenários de procura de energia “business as usual”, com recurso a um modelo técnico-económico de procura de energia e à sua calibração.

• Estimativa das emissões dos GEE associados aos cenários sócio-económicos e

energéticos “business as usual”.

2.2.2 Resultados e estimativa do esforço de redução

As projecções de consumo de energia final para 2010 decorrentes do cenário BAU adoptado indicam, quando comparado com o ano de referência, 1990, (i) para o sector da indústria e construção um aumento de 64% no cenário alto e 53% no cenário baixo, (ii) para o sector dos transportes um aumento de 121% no cenário alto e 114% no cenário baixo e (iii) para os outros sectores (Residencial, Serviços e Agricultura, florestas e pescas) um aumento de 89% no cenário alto e 80% no cenário baixo, com especial destaque para o sector dos serviços. Com estes cenários de evolução dos consumos de energia o respeito pelos compromissos de Portugal face ao Protocolo de Quioto começa a revelar-se preocupante, sendo urgente a adopção de estratégias para contrariar a tendência fortemente crescente das emissões registadas nos últimos anos, com origem principalmente nas actividades de consumo de energia.

Relativamente às fontes de emissão de GEE, embora as indústrias da oferta de energia e os transportes sejam os sectores que mais contribuem para o potencial de aquecimento global (PAG) do total nacional (cerca de 27% cada em 2010), é no sector dos transportes e outros sectores de consumo de energia (Residencial, Serviços e Agricultura, florestas e pescas) que se estimam os maiores aumentos (ver Tabela 3).

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Tabela 3: Emissões de GEE por fonte no cenário BAU

Inventários Cenário Alto Cenário Baixo

(Tg CO2eq.) Tg CO2eq. Variação/1990 (%) Tg CO2eq. Variação/1990 (%)

Emissões

Fontes 1990 2010 2020 2010 2020 2010 2020 2010 2020

1. Energia (combustão e outros usos não energéticos) 41,0 79,3 87,9 93,4 114,4 75,5 81,8 84,2 99,6

1.1 Oferta de energia 16,1 26,6 29,4 65,1 82,3 24,9 26,9 54,2 66,8

1.2 Indústria e Construção civil 8,7 15,3 17,4 74,8 98,8 14,4 15,3 65,1 74,9

1.3 Transportes (s/Bancas internacionais) 10,9 27,6 30,0 153,8 175,6 26,9 29,0 147,0 166,4

1.4 Residencial e Terciário 3,4 7,5 8,4 118,4 146,9 7,2 8,1 109,5 138,4

1.5 Agricultura, Florestas e Pescas 1,8 2,3 2,7 24,8 48,1 2,2 2,5 19,0 38,0

2. Processos Industriais 4,8 6,5 6,9 36,5 44,3 6,4 6,6 33,7 37,0

3. Solventes e Outros Produtos 0,3 0,3 0,3 2,7 2,7 0,3 0,3 2,7 2,7

4. Agricultura (1) 12,3 12,3 n.a. 0 n.a 12,3 n.a. 0 n.a

5. Florestas e Alterações do uso do solo (FAUS) (1) (2) 0,4 -2,5 n.a. -725 n.a -2,2 n.a. -650 n.a

6. Resíduos e Outros (1) (3) 1,7 1,5 n.a. -11,8 n.a. 1,5 n.a. -11,8 n.a.

Total s/Bancas Internacionais e c/FAUS 60,5 97,4 n.a. 61,1 n.a. 93,8 n.a. 55,1 n.a.

Total s/Bancas Internacionais e s/FAUS 60,1 99,9 n.a. 66,3 n.a. 96,0 n.a. 59,8 n.a.

Valores PNAC 2002 (com FAUS) Cenário Alto Cenário Baixo

Meta Quioto (até +27% em 2010) 60,5 76,8 (+27%) 76,8 (+27%)

Esforço de redução (Tg) 20,6 17,0

Valores PNAC 2002 (sem FAUS) Cenário Alto Cenário Baixo

Meta Quioto (até +27% em 2010) 60,1 76,3 (+27%) 76,3 (+27%)

Esforço de redução (Tg) 23,6 19,7

Valores PNAC 2001 (com FAUS)

Estimativa 2010 88,3

Meta Quioto (até +27% em 2010) 60,6 77,0 (+27%)

Esforço de redução (Tg) 11,3

Valores PNAC 2001 (sem FAUS)

Estimativa 2010 91,5

Meta Quioto (até +27% em 2010) 64,6 82,1 (+27%)

Esforço de redução (Tg) 9,5

Notas: (1) Para estes sectores as estimativas de emissões em 2010 incluem já os efeitos das medidas em vigor.

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2.3 Cenário de referência

Nesta secção apresentam-se, de forma sintética, a metodologia e os resultados das estimativas de emissões de GEE associadas ao cenário de referência, para os diversos sectores da economia portuguesa. Define-se o cenário de referência como o cenário “business as usual”, decorrente de cenários demográficos, macroeconómicos e sectoriais, de médio-longo prazo, ajustado do potencial de redução de emissões resultantes da implementação dos instrumentos de política ambiental em vigor até um determinado período. É sobre o cenário de referência que se estima o esforço adicional de redução de emissões de GEE, por forma a cumprir as nossas obrigações no âmbito do Protocolo de Quioto e da partilha de responsabilidade ao nível da União Europeia.

2.3.1 Metodologia

A construção do cenário de referência, a partir do cenário BAU implicou o desenvolvimento das seguintes tarefas:

• Identificação de todos os instrumentos de política ambiental em vigor com impacte na redução de GEE, incluindo os instrumentos já implementados, em implementação ou em planeamento;

• Avaliação da eficácia ambiental dos instrumentos identificados no ponto anterior; • Subtracção da redução de emissões previstas pelos instrumentos em vigor ao balanço

de emissões de GEE estimadas no cenário “business as usual”.

Figura 2: Esquema ilustrativo do cenário de referência 2.3.2 Identificação dos instrumentos de política em vigor

Actualmente, existe um conjunto de instrumentos de política comunitária e nacional, que se encontram em fase de implementação ou em planeamento, e de cuja natureza decorrem impactes, directos ou indirectos, sobre as emissões de GEE, num horizonte temporal relevante no âmbito do Protocolo de Quioto, dado a sua plena implementação ocorrer antes ou até ao período de cumprimento do mesmo, ou seja, 2008-2012. O conjunto desses instrumentos encontra-se caracterizado na tabela seguinte.

“Business as usual” Cenário de referência 2010 Emissões de GEE Instrumentos em vigor

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Tabela 4: Síntese dos instrumentos de política em vigor

Designação Descrição Poluente(s) abrangidos

Data de entrada em vigor

a) Directiva 2001/77/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de Setembro de 2001. b) Programa E4, Eficiência Energética e Energias Endógenas (Resolução Conselho Ministros n.º 154/2001, de 19 Outubro). c) DL nº 312/2001, de 10 Dezembro. d) DL nº 339-C/2001, de 29 Dezembro. e) Portaria n.º 383/2002 f) Despachos n.º 11 091/2001 e n.º 12 006/2001

a) Promoção da produção de electricidade a partir de fontes renováveis de energia (E-FRE) no mercado interno de electricidade (meta para Portugal: 39%, em 2010)

b) Programa para a promoção da eficiência energética e das energias endógenas (E-FRE: meta referida em a))

c) Definição das condições de atribuição e de gestão de pontos de interligação de produtores em regime especial.

d) Actualização do tarifário de venda à rede pública de E-FRE e) Revisão da MAPE no âmbito do Programa Operacional da Economia

f) Definição de algumas normas gerais simplificadoras dos processos de licenciamento exigíveis aquando do licenciamento de instalações de produção de E-FRE

Efeitos indirectos sobre as emissões de CO2, CH4 e N2O

A Directiva é aplicável a partir de 27 de Outubro de 2001.

O DL nº 312/2001 entra em vigor a partir de 11 de Dezembro de 2001. O DL nº 339-C/2001 entra em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2002.

Directiva PCIP (Directiva 96/61/CE, do Conselho de 24 de Setembro, transposta pelo Decreto-Lei n.º 194/2000, de 21 de Agosto)

As instalações abrangidas(2) pela Prevenção e Controlo Integrados da Poluição devem obter, como condição essencial para a sua operação, uma licença ambiental integrada por forma a evitar ou a reduzir as suas emissões e tendo em vista alcançar um nível elevado de protecção ambiental no seu todo. O nível de desempenho ambiental exigido na licença ambiental deverá basear-se nos valores de emissão passíveis de serem atingidos com a utilização das Melhores Técnicas Disponíveis

Todos os GEE Setembro de 2000

As instalações já existentes têm até 30 de Outubro de 2007 para obter a licença ambiental, a menos que sejam efectuadas alterações consideradas substanciais

(Novo) Plano de expansão do sistema electroprodutor

Eficiência energética no sector electroprodutor Efeitos indirectos sobre as emissões de CO2, CH4 e N2O

2002

Programa P3E, Eficiência Energética nos Edifícios

Promoção da eficiência energética nos edifícios, nomeadamente através da revisão dos regulamentos térmicos RCCTE e RSECE, e da introdução da certificação energética de edifícios

Efeitos indirectos sobre as emissões de CO2, CH4 e N2O Previsto a partir de 2002 P rodução e C ons umo F inal de Energi a (1)

Programa Água Quente Solar para Portugal

Promoção do aquecimento de águas sanitárias por energia solar (promoção da imagem do solar térmico; desenvolvimento do mercado do solar térmico; dinamização do processo de

certificação de qualidade e reforço ou adaptação dos incentivos)

Efeitos indirectos sobre as emissões de CO2, CH4 e N2O

O programa foi apresentado em Novembro de 2001

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Volume Síntese – Cenários e esforço de redução, Janeiro de 2003 13

Tabela 4: Síntese dos instrumentos de política em vigor (Cont.)

Designação Descrição Poluente(s)

abrangidos Data de entrada em vigor Programa Auto-Oil (Acordo Voluntário entre a UE e as associações da indústria automóvel)

O Programa tem como objectivo reduzir o factor de emissão médio de CO2 dos

automóveis para 140g CO2/km, em 2008,

para a ACEA, e, em 2009, para a JAMA e a KAMA. O efeito deste Acordo nas emissões de GA reflecte-se através da redução do factor de consumo energético dos automóveis. Efeitos indirectos sobre as emissões de CO2, CH4 e N2O Celebrado entre a UE e a ACEA em Junho de 1998, tem efeito a partir de 2000; com a JAMA e a KAMA, celebrado em Abril de 2000, tem efeito a partir de 2002

Construção do Metro Sul do Tejo (MST)

Encontra-se em desenvolvimento um projecto de implementação de uma rede de metropolitano ligeiro na margem Sul do Tejo. A este modo de transporte caberá o duplo papel de articular as diferentes áreas urbanas e assegurar um rebatimento eficaz sobre os modos pesados que ligam a margem Sul a Lisboa. Efeitos indirectos sobre as emissões de CO2, CH4 e N2O Prevê-se o início da operação deste modo em 2004. Construção do Metro do Porto (MP)

O sistema de metropolitano ligeiro tem por principal objectivo contribuir para alteração do padrão de mobilidade na Área

Metropolitana do Porto, tornando o transporte colectivo mais atractivo e aumentando a sua repartição modal. Espera-se captar tráfego quer ao transporte

individual quer ao transporte colectivo rodoviário. Efeitos indirectos sobre as emissões de CO2, CH4 e N2O O MP encontra-se já em operação, estando previsto a entrada em funcionamento da restante rede em 200?. Construção do Metro Ligeiro do Mondego (MLM)

O sistema em desenvolvimento terá uma linha que substitui o ramal ferroviário da Lousã (no troços Coimbra A-Coimbra B e Parque Serpins) e uma outra linha a construir em casco urbano da cidade de Coimbra (Bota Abaixo -Hospitais). O estudo de procura MLM indica que a exploração deste sistema de metropolitano ligeiro permitirá alterar o padrão de mobilidade na região de Coimbra.

Efeitos indirectos sobre as emissões de CO2, CH4 e N2O Entrada em funcionamento prevista até 2010. Trans port es Ampliação da frota de Veículos a Gás Natural (GN) na CARRIS e nos STCP

A presente medida visa testar o impacte da ampliação da frota de Veículos a Gás Natural (GN) na CARRIS (20 veículos) e nos STCP (100 veículos) sobre as emissões de GEE, no contexto das deslocações urbanas nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, respectivamente. Efeitos indirectos sobre as emissões de CO2, CH4 e N2O Entrada em funcionamento até 2008.

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Tabela 4: Síntese dos instrumentos de política em vigor (Cont.)

Designação Descrição Poluente(s)

abrangidos

Data de entrada em vigor

Agricultura

Directiva PCIP Exige uma licença ambiental integrada contemplando todos os aspectos que possam ser influenciados para melhorar o

desempenho ambiental das instalações a todos os níveis. Estão incluídas instalações de criação intensiva destes animais.

CH4, N2O As instalações já existentes à data da entrada em vigor da legislação (Set. de 2000) têm até 30 de Out 2007 para obter a licença, enquanto que as instalações que apenas iniciem a sua actividade a partir de Set. De 2000 deverão iniciar o processo de licenciamento de imediato. F lores st as e al te rações do us o do so lo (Programa de Desenvolvimento Sustentável da Floresta Portuguesa Programas no âmbito do III QCA

Enquadra os objectivos e as orientações estratégicas para a acção dos diferentes agentes públicos e privados do sector da floresta e dos produtos florestais. Em termos gerais, o Plano enuncia como orientações de natureza estratégica: (i) desenvolver e assegurar a competitividade do sector florestal; (ii) conservar a natureza e valorizar o ambiente nos espaços florestais; (iii) articular a estratégia florestal com a do desenvolvimento industrial e (iv) promover o desenvolvimento económico e social

sustentável.

CO2 Aprovado

formalmente em 1999.

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Volume Síntese – Cenários e esforço de redução, Janeiro de 2003 15

Tabela 4: Síntese dos instrumentos de política em vigor (Cont.)

Designação Descrição Poluente(s)

abrangidos Data de entrada em vigor Directiva 94/62/CE (Directiva Embalagens) (3) transposta pelo Decreto-Lei 366-A/97, de 20 de Dezembro

Fixa as seguintes metas de valorização de resíduos das embalagens:

a) até 31 de Dezembro de 2001: valorização mínima de 25% (em peso).

b) até 31 de Dezembro de 2005: valorização mínima de 50% (em peso), dos quais pelo menos 25% deverão corresponder a reciclagem de materiais, com um mínimo de 15% para cada tipo de material de embalagem: vidro, plásticos, metais, papel/cartão. Efeitos indirectos sobre as emissões de CO2, CH4 e N2O 2 de Dezembro de 1997 (ver excepções no DL) Directiva 1999/31/CE (Directiva Aterros) (3) transposta pelo Decreto-Lei n.º 152/2002, de 23 de Maio

Directiva relativa à deposição de resíduos em aterro, que estabelece metas máximas para a proporção das quantidades de resíduos urbanos biodegradáveis destinados a aterros relativamente às quantidades de resíduos urbanos

biodegradáveis produzidos em 1995: a) 75%, em 2006; b) 50%, em 2009; c) 35%, em 2016. Efeitos indirectos sobre as emissões de CO2, CH4 e N2O 23 de Maio de 2002 Directiva Quadro sobre EcoDesign de equipamentos de uso final (em discussão)

Considera a implementação de medidas por forma a estabelecer requisitos para o desenho ecológico de categorias definidas de equipamento de uso final (EEU), tendo em conta aspectos ambientais. Esta directiva incentivará a prevenção de resíduos industriais, no percurso de fabrico dos EEU.

Efeitos indirectos sobre as emissões de CO2, CH4 e N2O - Nova Directiva de Embalagens (em discussão)

Faz a revisão da Directiva Embalagens, apresentando novas metas de valorização/ reciclagem para o período 2005-2010, as quais deverão aumentar significativamente

relativamente às metas estabelecidas pela Directiva 94/62. Efeitos indirectos sobre as emissões de CO2, CH4 e N2O - R es íduos

Directiva PCIP Exige uma licença ambiental integrada

contemplando todos os aspectos que possam ser influenciados para melhorar o desempenho ambiental das instalações a todos os níveis. Estão incluídas instalações de eliminação ou de valorização de resíduos perigosos, de resíduos não perigosos, Instalações de incineração/combustão de resíduos urbanos, e Aterros de resíduos urbanos ou de outros resíduos não perigosos.

CH4 As instalações já

existentes à data da entrada em vigor da legislação (Set. de 2000) têm até 30 de Out 2007 para obter a licença, enquanto que as instalações que apenas iniciem a sua actividade a partir de Set. De 2000 deverão iniciar o processo de licenciamento de imediato. Notas: (1)

Não integra Transportes;

(2) Esta legislação aplica-se a instalações (na sua maioria industriais) pertencentes às categorias de actividade

constantes no seu Anexo I: Indústrias do sector da energia; produção e transformação de metais; indústria mineral; indústria química; gestão de resíduos; produção de pasta de papel, papel e cartão; pré-tratamento ou tingimento de têxteis; curtumes; indústria alimentar; matadouros e eliminação ou valorização de carcaças e resíduos de animais; criação intensiva de aves de capoeira ou suínos; instalações de tratamento de superfícies que utilizem solventes orgânicos; e instalações para a produção de carbono ou electrografite;

(3) As Directivas não têm um impacte directo na redução das emissões de GEE. No entanto, na medida em

que condicionam o destino final dos resíduos, nomeadamente através da valorização e desvio de matéria orgânica dos aterros, promovem a redução dos GEE, através da reciclagem, ou a sua origem, através da incineração.

(16)

2.3.3 Potencial de eficácia ambiental dos instrumentos em vigor

A estimativa do potencial de eficácia ambiental dos instrumentos de política sistematizados, em termos de redução das emissões de GEE é apresentada de forma pormenorizada nos Volumes 1 a 8. Os resultados obtidos encontram-se resumidos na tabela seguinte para o ano de 2010, considerado como representativo da média dos valores associados ao período 2008-2012.

Tabela 5: Potencial de Redução das Emissões de GEE, em 2010

Instrumentos de Política Redução de GEE em 2010

(Tg CO2 eq.)

Cenário Baixo Cenário Alto

Programa E4, E-FRE (2) 3,1 3,6

(Novo) Plano de expansão do sistema electroprodutor (2) 0,5 0,8 P3E, Eficiência Energética nos Edifícios (2) n.a. 0,7 Programa Água Quente Solar para Portugal (2) n.a. 0,1 Directiva PCIP (Directiva 96/61/CE, do Conselho de 24

de Setembro e Decreto-Lei n.º 194/2000, de 21 de Agosto) n.d.. Embora seja expectável redução n.d.. Embora seja expectável redução Oferta e procura de E n ergia (1) Sub-Total (3) 4,4 (4) 5,2

Programa Auto-Oil: Acordo voluntário com as associações de fabricantes de automóveis (ACEA, JAMA, KAMA)

1,8 1,2

Construção do Metro Sul do Tejo (MST) 16,2 (Gg) 16,2 (Gg) Construção do Metro do Porto (MP) 78,1 (Gg) 78,1 (Gg) Construção do Metro do Mondego (MM) 52,2 (Gg) 52,2 (Gg) Ampliação da frota de Veículos a Gás Natural (GN) na

CARRIS e nos STCP 0,70* (Gg) 0,70* (Gg) T ran sp ortes Sub-Total 1,97 1,32 Agricu ltura

Directiva PCIP a.m.i. a.m.i.

Flores tas e alteração do us o do so lo

Programa de Desenvolvimento Sustentável da Floresta Portuguesa

Programas no âmbito do III QCA

(o impacte destes Programas está incluído na definição e construção do cenário de referência, que neste caso se confunde com o cenário BAU)

- -

Re

síduo

s

Directiva Embalagens, Directiva Aterros

(o impacte destes Programas está incluído na definição e construção do cenário de referência, que neste caso se confunde com o cenário BAU)

Directiva PCIP - a.m.i. - a.m.i. Notas:

(1) Não inclui Transportes. (2)

Inclui efeitos indirectos em outros sectores da Oferta e Procura de energia.

(3) O balanço da aplicação simultânea destes instrumentos é inferior à soma (apresentada nesta linha) do impacto de cada um deles devido às sinergias na sua implementação.

(17)

Volume Síntese – Cenários e esforço de redução, Janeiro de 2003 17 (4) Para efeito de sub-total foram considerados os valores do cenário alto quando os do cenário baixo não estão disponíveis.

n.a.: não avaliado. n.d.: não disponível.

a.m.i.: avaliação muito incerta.

2.3.4 Esforço de redução

As estimativas de emissão dos GEE no cenário de referência, para o horizonte de cumprimento do Protocolo de Quioto, foram obtidas a partir da dedução do potencial de eficácia ambiental dos instrumentos de política em vigor até este período (Tabela 5) às emissões de GEE no cenário BAU (Tabela 3).

(18)

Tabela 6: Emissões de gases com efeito de estufa (Cenário de referência)

Inventários Cenário Alto Cenário Baixo

(Tg CO2eq.) Tg CO2eq. Variação/1990 (%) Tg CO2eq. Variação/1990 (%)

Emissões

Fontes

1990 2010 2020 2010 2020 2010 2020 2010 2020

1. Energia (combustão e outros usos não energéticos) 41,0 73,4 51,6 79,0 25,8 69,6 47,6 69,8 16,0

1.1 Oferta de energia 16,1 22,4 23,8 39,2 47,3 21,3 22,3 32,3 38,3

1.2 Indústria e Construção civil 8,7 15,3 17,4 74,8 98,8 14,4 15,3 65,1 74,9

1.3 Transportes (s/Bancas interncaionais) 10,9 26,3 n.a. 141,7 n.a. 24,9 n.a. 128,9 n.a.

1.4 Residencial e Terciário 3,4 7,1 7,7 106,6 125,7 6,8 7,5 98,4 118,2

1.5 Agricultura, Florestas e Pescas 1,8 2,3 2,7 24,8 48,1 2,2 2,5 19,0 38,0

2. Processos Industriais 4,8 6,5 6,9 36,5 44,3 6,4 6,6 33,7 37,0

3. Solventes e Outros Produtos 0,3 0,3 0,3 2,7 2,7 0,3 0,3 2,7 2,7

4. Agricultura 12,3 12,3 n.a. 0 n.a. 12,3 n.a. 0 n.a.

5. Florestas e Alterações do uso do solo (FAUS) (1)

0,4 -2,5 n.a. -725 n.a. -2,2 n.a. -650 n.a.

6. Resíduos e Outros (2) 1,7 1,5 n.a. -11,8 n.a. 1,5 n.a. -11,8 n.a.

Total s/Bancas Internacionais e c/FAUS 60,5 91,5 n.a. 51,3 n.a. 87,9 n.a. 45,4 n.a.

Total s/Bancas Internacionais e s/FAUS 60,1 94,0 n.a. 56,5 n.a. 90,1 n.a. 50,0 n.a.

Valores PNAC 2002 (com FAUS) Cenário Alto Cenário Baixo

Meta Quioto (até +27% em 2010) 60,5 76,8 (+27%) 76,8 (+27%)

Esforço de redução (Tg) 14,7 11,1

Valores PNAC 2002 (sem FAUS) Cenário Alto

Meta Quioto (até +27% em 2010) 60,1 76,3 (+27%) 76,3 (+27%)

Esforço de redução (Tg) 17,7 13,8

Notas:

(1) Estimativas da equipe técnica validadas pelo Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas. (2) Estimativas da equipe técnica

(19)

Volume Síntese – Cenários e esforço de redução, Janeiro de 2003 19

Anexos

Anexo 1. Cenários macroeconómicos e sectoriais

A pesquisa efectuada sobre cenarização de médio-longo prazo, em Portugal, aconselhou a reter, como cenários de referência “business as usual”, os cenários macroeconómicos desenvolvidos por CISEP (2001), para a Rede Eléctrica Nacional (REN) e para o Gabinete de Estudos e Prospectiva Económica (GEPE) do Ministério da Economia. O GEPE, por sua vez, procedeu ao estabelecimento de cenários sectoriais compatíveis com os cenários macroeconómicos e intrasectorialmente coerentes. Em CISEP (2001) são propostos três cenários de evolução para a economia portuguesa, para o período 2000-2025, cuja caracterização se transcreve a seguir (Ver caixa). Os principais indicadores macroeconómicos para os três cenários para o período até ao ano 2025 apresentam-se na tabela seguinte.

(20)

A.1 Cenários Macroeconómicos Caixa A.1: Cenários macroeconómicos

Cenário Central

“O cenário central não deve ser entendido como uma projecção quantitativa de tendências passadas, mais ou menos recentes. Antes, e, bem entendido, tomando a evolução recente da economia portuguesa como essencial na aferição das possibilidades, resulta de um conjunto de hipóteses verosímeis adiante

explicitadas. Estas hipóteses são expressão quantitativa das principais tendências pesadas a médio prazo identificadas, como sejam as do reforço e consolidação do processo de globalização ou de crescimento demográfico com envelhecimento da população. Considera-se ainda que, ao longo dos próximos 25 anos, a sociedade e a economia portuguesa enveredarão por um modelo de crescimento com as características explicitadas no capítulo 2, com uma maior eficiência dos sistemas produtivos e organizacionais. Tal implica que as políticas públicas se orientem essencialmente para áreas onde existam externalidades e fracassos de mercado, com ênfase na promoção de políticas de educação e formação e na consolidação das infra-estruturas tecnológicas”.

Cenário Baixo

“O cenário baixo corresponde a algum fracasso, por parte dos agentes económicos e sociais, na superação dos estrangulamentos com que se defronta o sistema produtivo. Nesta perspectiva "pessimista", a contribuição para o crescimento dos aspectos qualitativos será inferior, por comparação com a contribuição dos factores meramente quantitativos”.

Cenário Alto

“O cenário alto, pelo contrário, traduz um sucesso mais completo que aquele subjacente ao cenário baixo. A evolução qualitativa, traduzida no "progresso técnico", será neste caso mais elevada, evoluindo a economia portuguesa a uma maior velocidade de convergência real. A maior taxa de investimento possibilitada por um menor consumo público e pela captação de poupança externa reforça, neste cenário, o crescimento mais elevado”.

Fonte: Transcrição de CISEP(2001), cap.3, nº 1.

Tabela A.1: Cenários Macroeconómicos (CISEP, 2001)

Cenário Central Cenário Baixo Cenário Alto

1973-2000 2000-2015 2016-2025 2000-2015 2016-2025 2000-2015 2016-2025 Consumo Privado 2,54 3,41 2,79 2,71 2,45 4,08 3,85 Consumo Público 4,81 3,19 2,55 2,55 2,28 3,80 3,55 FBCF 2,67 3,54 2,92 2,61 2,34 4,32 4,10 Exportações 5,93 6,06 4,87 5,35 4,53 7,15 6,19 Importações 5,67 5,17 4,29 4,37 3,89 6,23 5,64 PIB 2,98 3,59 2,97 2,90 2,64 4,27 4,04

A.2 Cenários Sectoriais

Os cenários sectoriais considerados assentam em trabalho do Gabinete de Estudos e Prospectiva Económica do Ministério da Economia (GEPE, 2002). Estes cenários tomaram como base os cenários macroeconómicos propostos em CISEP (2002).

Como proposto pelo GEPE, foram retidos dois cenários contrastados, o que permitirá projectar os quantitativos de emissões sob a forma de intervalo. As taxas de crescimento do valor acrescentado de cada sector figuram nas tabelas seguintes.

(21)

Volume Síntese – Cenários e esforço de redução, Janeiro de 2003 21

Os cenários sectoriais incluem não só os cenários sócio-económicos, mas igualmente os cenários tecnológicos associados ao consumo de energia. Nas reuniões com os sectores foram apresentadas as grandes linhas de força subjacentes aos cenários económicos, assim como as hipóteses formuladas no que se refere à evolução da tecnologia e da procura de energia. Com base no modelo de procura de energia foram produzidas as estimativas das emissões associadas aos cenários considerados.

Tabela A.2: Cenários sectoriais (VAB, taxas médias de crescimento anual, %)

SECTOR Cenário Alto Cenário Baixo

2000-15 2015-25 2000-15 2015-25 Agricultura 3,0 2,5 2,0 2,0 Energia 4,0 4,0 2,0 2,0 Indústria 3,2 2,8 2,0 1,3 Construção 3,7 3,3 2,1 1,6 Serviços 4,6 4,2 3,2 2,9 SIFIM 4,4 4,1 3,1 2,7 TOTAL 4,2 3,8 2,8 2,5

Tabela A.3: Cenários sectoriais Indústria (VAB, taxas médias de crescimento anual, %)

INDÚSTRIA - SUB-SECTORES Cenário Alto Cenário Baixo

2000-15 2015-25 2000-15 2015-25

Alimentares 2,5 1,9 2,0 1,0

Bebidas 3,0 2,4 1,5 0,5

Tabaco 2,0 1,5 1,5 1,0

Têxteis, Vestuário, Calçado e Curtumes 2,2 1,7 0,3 -0,2

Madeira, Cortiça e Mobiliário 2,2 1,7 1,7 0,7

Pasta, Papel e Artes Gráficas 4,0 3,5 3,0 2,0

Química, Borracha e Plásticos 3,5 3,0 2,0 1,5

Cerâmica 3,6 2,8 2,4 1,7

Vidro 3,5 3,0 2,0 1,5

Cimento 3,5 3,0 2,0 1,0

Metalurgia de base 1,5 1,0 0,0 -1,0

(22)

Tabela A.4: Cenários sectoriais Serviços - Cenário Alto (VAB, taxas médias de

crescimento anual, %)

SERVIÇOS - SUB-SECTORES Cenário Alto Cenário Baixo

2000-15 2015-25 2000-15 2015-25

Comércio 4,5 4,0 3,1 2,6

Turismo 5,6 5,2 4,1 3,5

Serviços prestados principalmente às empresas 6,3 5,8 4,2 3,9

Transportes 5,2 4,0 3,5 3,4

Comunicações 6,6 5,8 4,2 4,9

Outras actividades 4,1 3,8 2,9 2,7

(23)

Volume Síntese – Cenários e esforço de redução, Janeiro de 2003 23

Anexo 2. Cenários demográficos

Tendo em conta os resultados do censo de 2001 o cenário retido para a evolução das variáveis demográficas é o que se apresenta nas tabelas A.5 e A.6. Consideramos, dado o horizonte temporal em causa, não se justificar a adopção de mais do que um cenário, dada a natureza semi-estrutural das variáveis envolvidas.

Tabela A.5: População, número de famílias e dimensão média da família

1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020

População1 (milhares) 9860 10036 10243 10430 10597 10730 10824

Dimensão média das famílias (nºpessoas)

3,23 3,07 2,93 2,80 2,69 2,58 2,48

Número famílias (milhares)

3054 3268 3516 3729 3946 4161 4372

Nota: 1Cenário CISEP corrigido com os resultados do Censo da População (2001)

Tabela A.6: Taxas anuais de evolução de variáveis demográficas

1990-1995 1996-2000 2001-2005 2006-2010 2011-2015 2016-2020 Taxa média anual de

crescimento da população (%)1

0,36 0,41 0,36 0,32 0,25 0,17

Taxa de evolução da dimensão média da família

(%)2

-0,99 -1,05 -0,81 -0,81 -0,81 -0,81

Notas:

1

Taxa de crescimento no período 2000-2005 corrigida tendo em conta as taxas dos intervalos adjacentes;

2

(24)

Anexo 3. Cenários de preços

Como se sabe o preço do petróleo é uma variável económica chave pelo seu impacto ao nível da estrutura dos custos de produção dos sectores grandes consumidores. O preço do petróleo continuará ainda na próxima década a servir de referência para o preço das outras formas de energia primária. Não existe unanimidade sobre a evolução do preço do petróleo no longo prazo. Na literatura sobre esta temática encontram-se cenários de preços do petróleo no longo prazo que oscilam entre os 15 USD$ e os 30 USD$ por barril. Num contexto de preços elevados para o petróleo os investimentos em conservação da energia e no desenvolvimento das energias renováveis serão fortemente encorajados.

Dado o nível de incerteza associada a esta variável, e para não gerar demasiadas combinações de cenários, admitiu-se um único cenário de preços, válido para os dois cenários de desenvolvimento macroeconómico considerados.

A hipótese de base no que se refere à evolução do preço de petróleo assenta na estabilização deste em torno dos 25 dólares por barril. Não são, assim, consideradas oscilações de preços características dos “choques petrolíferos” que ocorreram no passado, cujo impacto é irrealista pretender medir a priori, tal a variedade de causas e efeitos que lhe podem estar associadas.

Referências

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