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A TECNOCRACIA NAS DIRETRIZES DO MOVIMENTO BRASILEIRO DE ALFABETIZAÇÃO - MOBRAL ( )

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A TECNOCRACIA NAS DIRETRIZES DO MOVIMENTO BRASILEIRO DE ALFABETIZAÇÃO - MOBRAL (1970-1985)

Leide Rodrigues dos Santosi

Tendo em vista o contexto histórico de criação e expansão do Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), o país vivia o auge do ―milagre brasileiro, um ciclo de expansão na economia do país medido pelos indicadores no crescimento de 10% do Produto Interno Bruto-PIB. Ainda que perverso para maioria da população, esse crescimento impulsionou a expansão do mercado interno e multiplicou a concentração de renda da burguesia nacional e multinacional. Devido à demanda do mercado, a contratação de mão de obra foi fundamental. Cabia ao Mobral a tarefa de ―treinar o mais rapidamente possível, elementos para as possíveis aberturas de emprego (JANUZZI, 1979, p.57).

Se a sociedade passava por um processo de modernização (com maiores oportunidades de emprego e possibilidade de ascensão social), as estruturas ocupacionais diversificadas exigiam profissionais qualificados. Dessa forma, cabia à educação a função de promover a formação do indivíduo responsável pelos benefícios econômicos do país. Assim, a ênfase dada a uma educação popular de formação crítica e reflexiva, bastante discutida e implementada na década de 1960, principalmente pelos movimentos e sociedade civil é suplantado pelas ideias tecnocráticas. ii

As reformas no campo educacional refletiam o modelo econômico sistematizado pelos militares durante a ditadura, assim passou a “estabelecer uma ligação orgânica entre o aumento da eficiência produtiva do trabalho e a modernização autoritária das relações capitalistas de produção” (FERREIRA; BITTAR, p.335, 2008). Através da lógica economicista, os técnicos assumiram importantes cargos no governo militar e foram responsáveis pela materialização da ideologia tecnocrática. Nesse sentido, o Brasil apresentava-se como uma grande empresa, e a educação como principal aporte para suprir as demandas socioeconômicas impostas pelo mercado capitalista.

A racionalidade técnica adotada pelos dirigentes brasileiros estava filiada as teorias elaboradas por Theodore W. Schultz (1902-1998). A teoria desenvolvida por Schultz caracteriza a educação como uma forma do aumento na produtividade da mão de obra/capital humano, da redução das desigualdades e, por conseguinte, da contribuição no desenvolvimento

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econômico. A Teoria do Capital Humano coloca-se como uma função dupla, ao entender que ao investir na educação como um fator que leva o indivíduo a se desenvolver financeiramente, também leva o seu país a crescer. Sob a ótica desta teoria a educação é colocada como fator primordial para sanar todos os problemas sociais encontrados na sociedade.

[...]“teoria do capital humano” desenvolvida por Schultz estabelecia uma relação direta entre educação e economia, na medida em que atribuía a primeira a capacidade de incrementar a produtividade da segunda. Portanto, a educação deveria ser condicionada pela lógica que determinava o crescimento econômico da sociedade capitalista (FERREIRA; BITTAR, p. 344, 2008).

Os jornais do período tornam-se grande aliados no processo de divulgação dos programas e projetos, e, por conseguinte, das ideologias implantadas durante o regime militar. O Jornal do Brasil anuncia em 16 de julho o propósito do governo federal com o lançamento do Mobral - previsto para o mês de novembro de 1967 – a ênfase no título da reportagem é “O plano do governo que irá extinguir o analfabetismo até 1976”, é compactuado com o texto que o acompanha, servido de esperança para o leitor, pois se as metas estabelecidas pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) forem alcanças “será uma das maiores conquistas do País: em 1976 não haverá um analfabeto, a não ser na população idosa e não produtiva.” iiiNota-se que o Movimento Brasileiro de Alfabetização pretendia erradicar o analfabetismo do país em um prazo de dez ano. Outro fator relevante nesta reportagem é o foco dado a população a não ser atendida, a população idosa e não mais produtiva, tal fato revela o caráter tecnocrático presente nas diretrizes do Movimento, em que a alfabetização e desenvolvimento do país estavam atrelados.

Em 10 de setembro de 1967, o Jornal do Brasil, traz em sua edição um apanhado geral acerca da criação da Fundação Mobral e seus objetivos, aborda os decretos necessários para construção da Campanha Nacional contra o Analfabetismo, e por fim, reproduz o discurso do então presidente da república Arthur da Costa e Silva (1967-1969) ao qual as palavras de ordem reforçam o modelo econômico da época a premissa em formar trabalhador (mão de obra) para indústria.iv

Nenhum momento se me afigura mais propício para reafirmar perante o povo a verdade – tão essencial como estranhamente obscura ou desconhecida – de que é possível isolar da educação o fato econômico, ainda que se não queira

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admitir a ideia de uma educação específica para o desenvolvimento. O analfabetismo é umas das forças criadoras do subdesenvolvimento, e talvez das mais vigorosas e mais capazes de produzir efeito imediatos e mediatos, diretos e indiretos, e dotados de imenso poder cumulativo. Pela razão contrária, a alfabetização não pode deixar de ser um dos elementos essenciais, talvez mais vigoroso – de todo modo sempre insubstituível -, do complicado processo do desenvolvimento, e não pode deixar de ter lugar culminante na escala de prioridades de qualquer planificação de desenvolvimento.

Com a implantação do Mobral, percebemos de que modo as diretrizes operacionais (leis, decretos e documentos reguladores) procurou relacionar educação e desenvolvimento econômico, característica principal dentro da perspectiva tecnocrática.

O documento básico do Mobral (Figura 01) evidencia a escolha por determinada faixa etária, entre 15 e 35 anos, “é a que apresenta maior probabilidade de devolver em termos de acréscimo de produtividade, os recursos investidos na sua formação” e acrescenta, “é mais fácil, neste grupo, o ajustamento social por oferecer menor resistência a mudanças de vida” (MOBRAL, p. 12, 1973).

Figura 01: Atendimento prioritário Mobral

Documento Básico, p.12, 1973.

O Estado capitalista moderno não somente se encarrega de qualificar a força de trabalho para o mercado, mas ainda procura mediante tais políticas, manter controlar, subsidiar e represar aquelas parcelas da força de trabalho que no momento não tem aproveitamento no processo produtivo, deixando-as, no entanto, em permanente estado de prontidão para toda e qualquer eventualidade, ou seja, em função das necessidades do mercado. Agindo dessa

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forma, o Estado, mediante, suas diversas políticas sociais, assegura o fluxo e refluxo da força de trabalho assalariada absorvível pelo sistema produtivo, tornando-se não somente mecanismo regulador por excelência do mercado de trabalho, como grande articulador da preservação do sistema capitalista como todo (FREITAG, p.17, 1987).

A prioridade no atendimento do Mobral, estava também expresso das falas dos dirigentes como exposto por Jarbas Passarinho ministro da Educação entre os anos de 1969-1974. Em depoimento ao Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), Passarinho relata um diálogo com Mario Simonsen, ao qual enfatiza a educação enquanto investimento, sendo mal realizada quando a alfabetização trazida pelo Movimento, não atendia a faixa etária prioritária.

Eu estava chegando de São Paulo, onde tinha assistido a uma formatura do Mobral. Eles faziam questão disso, de receber um diplomazinho e de fazer um discurso escrito, que era lido na ocasião – a ideia não era só assinar o nome, não; se vocês penetrarem no Mobral, vão ver que era bem mais avançado. Enfim, nessa cerimônia – eram oito mil mobralense sendo diplomados numa área do ABC – veio uma senhora trazendo uma criança pela mão e fez um discurso que dizia que ela já estava com 70 anos e agradecia por ter podido ser alfabetizada, porque a sua última tentativa tinha sido com aquela sua neta de sete anos de idade. Fiquei encantado com aquilo. Cheguei, fui despachar com Mario, contei a história, ele perguntou a idade da senhora, eu disse, e ele comentou: “Mau investimento. ” Eu caí para trás! O esforço dele no Mobral, seria entre os 15 e os 35 anos, por causa da força de trabalho. O velho já ficava com supletivo...v

Uma justificativa plausível para a indicação a faixa etária privilegiada pelo Mobral, para além do já exposto, perpassa o grande contingente de mão de obra fabril do período. Apresenta-se também como meio de afastar a população de movimentos e manifestações sociais, as salas de aula do Mobral serviriam como meio de ocupa-los em seu tempo de ócio.

O Movimento Brasileiro de Alfabetização apesar atuar nas zonas rurais, pautava o atendimento principalmente à população urbana analfabeta. A justificativa que abarca esse critério precedem a modernização/progresso das áreas urbanas do país, pois essa população

é a que pode ser recrutada mais rapidamente; é mais pronta a instalação de postos de alfabetização; é mais fácil mobilizar alfabetizadores; é a população que mais padece de carências educacionais, dada a complexidade da vida moderna e o sentido altamente competitivo da sociedade industrial; os adultos e adolescentes alfabetizados são elementos importantes na produtividade do sistema econômico (MOBRAL, p.13, 1973).

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Ao longo do processo de reestruturação do Mobral, foi idealizado o documento “Mobral: sua origem e evolução”, no qual continha diagnóstico de organização e métodos, a fim de buscar estratégias para o aperfeiçoamento técnico do Movimento. O formato em que foi produzido, trazia referências centrais ao modelo de educação tecnocrático, enfatizando a racionalidade, a eficácia e os resultados produzidos por meio da alfabetização. “Evoluir para um sistema simples e racional, formalizado num grau de descentralização e flexibilidade que possibilite respostas imediatas e eficientes aos obstáculos da ação administrativa do Mobral e que se mantenha em permanente reforma de atualização” (MOBRAL, p.19, 1973).

Como comemoração aos “5 anos de luta pelo analfabetismo” é organizado a cartilha “Soletre Mobral, leia Brasil”, com intuito de trazer um breve balanço acerca das conquistas numéricas em torno da alfabetização do Mobral.vi Para além dos dados, uma série de questões são retomadas ao longo do texto, incluindo a ênfase inicial do projeto voltando aos aspectos que atrelam educação ao desenvolvimento nacional. É também válido salientar a ênfase dada a

slogans instituídos durante a ditadura militar no Brasil, suportes criados para legitimar a ação

dos militares em tornos de suas propostas de modo a contar com a participação do povo brasileiro. Assim sendo, aparecem slogans, “Brasil, conte comigo” e “Você constrói o Brasil”, tornando os mobralenses não somente construtores do “Brasil Grande”, da nação do progresso, bem como, “beneficiários” dos avanços nacionais.

Surge, portanto, com a ampla colaboração de inúmeros setores da vida brasileira, e sua elaboração se deu em pleno apogeu da montagem da mística da educação no Brasil. Essa mística, da qual o MOBRAL é o símbolo mais legítimo, e, também, beneficiário, faz parte da visão que os brasileiros, em sua totalidade, passaram a ter da Educação, como infraestrutura prioritária do desenvolvimento nacional (MOBRAL, p. 23, s/d).

E completa,

Não há dúvida de que existe, hoje, um “sonho brasileiro”, que cada um de nós acalenta para si mesmo e para seus descendentes, qual seja o de participar, mais intensamente, do desenvolvimento nacional, e com posições de maior realce na sociedade, na medida em que maior for o nível de ensino que cada um conseguir alcançar (MOBRAL, p. 24, s/d).

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Ainda nessa publicação são apresentados gráficos e tabelas que relacionam o índice de analfabetismo a população economicamente ativa. A ênfase em dada questão volta-se a compreender qual dos setores da economia (primário, secundário e terciário), comporta maior índice de analfabetismo, para tanto, são apresentados números que equacionam os resultados, demonstrando o setor primário. É importante frisar, que nesse momento o Mobral estendia suas atividades para o meio rural e justificava suas ações através das pesquisas, de forma, a introduzir um programa intensivo que propunha a alfabetização com vistas a “modernização rural”.

[...] sob o ponto de vista exclusivo da alocação de fatores e aceleração da modernização rural, seria realocar os investimentos feitos em educação formal, secundária e superior num programa intensivo de alfabetização e de cursos técnicos rurais. Em princípio, o MOBRAL procura atender ao primeiro tipo de educação, mas pouco tem sido feito no tocante a cursos rápidos de novas técnicas e informações sobre novos insumos, etc. O sistema de extensão rural procura estender, de maneira informal, o conhecimento sôbre novas técnicas, informações sobre mercados, etc, mas, apesar de sua penetração junto aos meios rurais, a verdade é que é ainda restrito o que ensina (MOBRAL, p. 60, 1973).

Figura 02: População economicamente ativa e analfabetos por setor de atividades

Fonte: MOBRAL, p.60, 1973.

Percebemos que os dados em questão não aparecem referenciados, mas legitimados no texto que o acompanha, “a pesquisa é fortemente apoiada em inúmeros métodos sofisticados de análise econômica”. Ainda assim deixa em evidência que “a alfabetização é absolutamente imprescindível para melhor produtividade e modernização da agricultura brasileira. ” Segundo os dados expostos, a população analfabeta no setor primário chegava ao índice alargado de 58,8%, e a proposta de intervenção para atenuar tais números, e consequentemente, aumentar

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o índice de produtividade, acentua-se na atuação do Mobral. A alfabetização ofertada pelo Movimento não somente visava aprendizagem de técnicas de escrita e leitura, mas tornar os mobralenses atuantes e favorecidos da produtividade econômica do país.

Se lembrarmos que 2/3 das salas do MOBRAL estão localizadas na área rural e que só o MOBRAL atinge todos os Municípios, nada mais será necessário acrescentar, senão lembrar que o grande e sólido caminho do alargamento do Mercado Interno, e da melhor distribuição da renda, é o do aumento da produtividade de todos os brasileiros (MOBRAL, p.61, 1973).

Outro aspecto que merece destaque refere-se ao “corpo técnico-burocrático”, percebe-se que grande parte dos responsáveis pela estrutura de funcionamento eram de formadores técnicos, os chamados tecnocratas.vii A saber, destacamos, na presidência do Ministério da Educação, Jarbas Passarinho, tenente coronel do Exército e Mario Henrique Simonsen, engenheiro, economista e banqueiro – presidente do Mobral. Como a partir de 1970, o Mobral deixa de ser um organismo financiador e passa executar o programa de alfabetização em massa, segundo Oliveira (1989), a escolha do Simonsen se deu ao fato dele pertencer a iniciativa privada e dessa forma facilitaria no angariamento de recursos necessários a expansão do Movimento. Entretanto, em consonância com Ferreira e Bittar (2008), reforçamos a hipótese que a opção buscava romper com a base histórica de um currículo humanístico em prol dos requisitos impostos pelo mercado de trabalho.

Um dos maiores defeitos da chamada tradição cultural brasileira é o de quase sempre ter encarado a educação como um bem de consumo, muitas vezes até supérfluo, e não como matéria-prima básica de produção. A cultura, nesse sentido tradicional, constituía um complemento refinado ao lazer, e não um instrumento de trabalho (SIMONSEN, p.222, 1969).

Arlindo Lopes Correia que também compunha o corpo técnico do Mobral, foi secretário executivo (1972-1974) e presidente (1974-1981), possuía formação em Engenharia Civil, com especialização em Engenharia Econômica. A escolha por membros técnicos estaria pautada nos princípios de racionalidade, produtividade e eficiência, dessa maneira, o processo educativo passaria por um reordenamento a fim de se tornar objetivo e operacional (SAVIANI, 2013).

A política econômica do regime tecnocrático, toda baseada em decisões aparentemente racionais, utilizou-se de uma linguagem tecnicamente impecável, elaborada por nomes de notório e inquestionável saber.

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Formulando diretrizes que pregavam benefícios a todo o povo, a política governamental serviu-se de uma “máquina” ardilosamente forjada para “calar a opinião pública e pedagógica (FAZENDA, 1988, p. 23)

O caráter técnico apresenta-se de diferentes modos, assim, é dado um de seus objetivos “transmitir o "know-how" desenvolvido no Mobral, em seus primeiros três anos de atividades de modo que as demais agências de educação, no Brasil e no exterior, possam beneficiar-se da sua experiência” (MOBRAL, p.4, 1973). O termo “know-how” – “saber como” (grifos nosso na citação), é muito utilizado no meio empresarial e mercadológico como um “conjunto de fórmulas, informações, tecnologias, técnicas, e procedimentos”, que geram um conhecimento especializado trazendo vantagens competitivas entre os concorrentes.viii

Nesse estudo, percebemos, portanto, de que modo o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) esteve envolto ao discurso técnico da eficácia/eficiência que atrelava educação ao desenvolvimento econômico do país. Toda junção ideológica e prática buscava encontrar técnicas capaz de erradicar o analfabetismo entre quinze anos ou mais, que segundo censo do IBGE de 1970 foi de 17.936.887, correspondendo a 33% da população adulta. Todavia, enfatizamos que tais números não refletem apenas um problema de ordem educacional majoritariamente, mas são reflexos da ausência de políticas públicas de enfoque plural a população nacional e principalmente fruto das desigualdades sociais e históricas da sociedade brasileira.

O modelo implantado pelo Mobral ao mesmo tempo que atendia as demandas por mão-de-obra tornava os indivíduos participativos na construção do progresso do país, ainda que estes na prática não se tornassem beneficiários desse processo de modernização fruto do capitalismo autoritário brasileiro naquele período. Como justificativa, os técnicos burocratas utilizam a teórica do capital humano para maximizar os avanços econômicos associando-os a educação, de forma, a fazer-nos acreditar que está no sistema educacional as mudanças e permanências necessárias para solucionar diferentes problemas enfrentados pela nação.

FONTES

MOBRAL. Documento Básico Mobral. Rio de Janeiro: [s.n.],1973. MOBRAL. Mobral: sua origem e evolução. Rio de Janeiro: [s.n.], 1973.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBERTI, Verena., SARMENTO, Carlos Eduardo., ROCHA, Dora (orgs). Mario Henrique

Simonsen: um homem e seu tempo: depoimentos ao CPDOC. Rio de Janeiro: Editora FGV,

202. p.141.

FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Educação no Brasil anos 60. O pacto do silêncio. São Paulo. Loyola: 1988.

FERREIRA JUNIOR, Amarilio; BITTAR, Mariza. Educação e ideologia tecnocrática na ditadura militar. Cad. Cedes, Campinas, vol. 28, n. 76, p. 333-355, set./dez. 2008.

FREITAG, Bárbara. Política educacional e indústria cultural. São Paulo: Cortez, Autores Associados, 1987.

JANNUZZI, Gilberta Martino. Confronto pedagógico: Paulo Freire e MOBRAL. São Paulo: Cortez, 1979.

OLIVEIRA, José Luiz. As origens do Mobral. Dissertação (Mestrado em Educação) - Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 1989.

SAVIANI, Dermeval. O legado educacional do regime militar. Cad. Cedes, Campinas, vol. 28, n. 76, p. 291-312, set./dez. 2008.

__________________. História das ideias pedagógicas no Brasil. Campinas: Autores Associados, 2013.

SIMONSEN, Mário. Brasil 2001. Rio de Janeiro: APEC, 1969.

i Mestranda do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).

Bolsista FAPESB (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia). E-mail: leiderodrigues.on@hotmail.com

ii Foi na década de 1960 que se materializaram diversos movimentos de educação popular, buscando a emancipação

dos setores desfavorecidos e denunciando o caráter ideológico presente nas diretrizes educacionais oficiais. Projetos como o Movimento de Cultura Popular (MCP), o Movimento de Educação de Base (MEB), o Centro Popular de Cultura (CPC), a Campanha de Educação Popular da Paraíba (CEPLAR) e a Cruzada ABC, buscavam encontrar novas diretrizes, métodos e orientações para educação de adultos no país, de modo a torna-los agentes participativos no processo de transformação seja pessoal quanto a nível nacional.

iii Jornal do Brasil, 16 de julho de 1967. Caderno 1, p. 29.

iv Jornal do Brasil, 10 de setembro de 1967.

v ALBERTI, Verena., SARMENTO, Carlos Eduardo., ROCHA, Dora (orgs). Mario Henrique Simonsen: um

homem e seu tempo: depoimentos ao CPDOC. Rio de Janeiro: Editora FGV, 202. p.141.

vi Apesar de apontar os “cinco anos de luta pelo analfabetismo”, a publicação aparece sem datação. Pelos dados

coletados, acreditamos ser dos anos de 1970.

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vii Para Saviani (2008, p.351) os tecnocratas “são os experts (técnicos) responsáveis pela aplicação das novas

tecnologias na administração do poder de Estado, ou seja, das técnicas empregadas no âmbito das ações governamentais com o objetivo de se alcançar a eficiência na racionalização dos recursos financeiros aplicados nos vários setores das políticas estatais. ” Já Bresser Pereira (1982, p. 86, apud SAVIANI, 2008, p.352) afirma que “o conceito de tecnoburocracia decorre do de técnico. Tecnoburocracia é o governo dos técnicos. É o sistema em que o poder está nas mãos dos técnicos, sejam eles economistas, engenheiros, administradores públicos e privados ou militares profissionais.

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