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DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ÁCIDO ASCÓRBICO EM SUCOS DE LARANJA (Citrus sinensis) CONVENCIONAIS E ORGÂNICOS

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DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ÁCIDO ASCÓRBICO EM SUCOS DE LARANJA (Citrus sinensis) CONVENCIONAIS E ORGÂNICOS

MARINHO, Priscila S.1; BELLO, Teresa R. M.1; MASSON, Lourdes Maria

Pessoa1; AZEREDO, Denise Rosana Perdomo1

1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro- IFRJ, Campus

Rio de Janeiro. Rua Senador Furtado, 121/125 Maracanã, 20.270-021, Rio de Janeiro – RJ, Brasil.

E-mail: lourdes.masson@ifrj.edu.br

Resumo: O presente trabalho teve por objetivo avaliar os teores de ácido ascórbico ou

vitamina C em sucos de laranja convencional e orgânico, expostos à comercialização durante o período de junho/julho de 2010 na cidade do Rio de Janeiro. Foram adquiridas no comércio local 10 amostras de suco de laranja, sendo cinco amostras convencionais e as restantes de origem orgânica. As amostras foram analisadas pelo Método de Tillmans. Os resultados não demonstraram diferença significativa no teor de ácido ascórbico entre os sucos de laranja avaliados.

Palavras chave: suco de laranja, suco de laranja orgânico, ácido ascórbico.

DETERMINATION OF ASCORBIC ACID CONTENT IN CONVENTIONAL AND ORGANIC ORANGE (Citrus sinensis) JUICE

Abstract: The objective of this work was to evaluate the contents of ascorbic acid or

vitamin C in orange juices exposed to the commercialization during the period of June/July of 2010 in the city of Rio de Janeiro. Ten samples had been acquired in the local commerce, being five from conventional orange juice and the others from organic source. The samples were analyzed by Tillmans method. The results demonstrated that there was no significant difference in the amount of ascorbic acid between the analyzed juices.

Keywords: organic orange juice; convencional orange juice; ascorbic acid. 1. INTRODUÇÃO

O Brasil é o maior exportador mundial de suco de laranja concentrado e congelado. De acordo com a Instrução Normativa nº 1, de 7 de Janeiro de 2000 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, suco de laranja é a bebida não fermentada e não diluída, obtida da parte comestível da laranja (Citrus sinensis), através de processo tecnológico adequado.

A demanda por produtos oriundos da agricultura orgânica tem aumentado em todo mundo, em função dos consumidores, que cada vez mais buscam adquirir produtos saudáveis (BRASIL, 2003). O Decreto nº 6323, de 27 de Dezembro de 2007 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento define como sistema orgânico de produção agropecuária todo aquele em que se adotam técnicas específicas, mediante a otimização do uso dos recursos naturais e socioeconômicos disponíveis e o respeito à integridade cultural das comunidades rurais, tendo por objetivo a sustentabilidade econômica e ecológica, a maximização dos benefícios sociais, a minimização da dependência de energia não-renovável, empregando, sempre que possível, métodos culturais, biológicos e mecânicos, em contraposição ao uso de materiais sintéticos, a

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eliminação do uso de organismos geneticamente modificados e radiações ionizantes, em qualquer fase do processo de produção, processamento, armazenamento, distribuição e comercialização, e a proteção do meio ambiente.

Devido ao substancial aumento do interesse do consumidor pelos alimentos orgânicos, existe a necessidade de conhecer o alcance das bases científicas para as alegações de superioridade atribuídas aos produtos orgânicos (BORGUINI & TORRES, 2006).

Há quem questione as vantagens nutricionais dos alimentos orgânicos porque, em termos de macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras), praticamente não há diferenças entre eles e os convencionais. No entanto, há estudos que comprovam que, como os vegetais cultivados sem agrotóxicos desenvolvem mais defesas naturais, os orgânicos possuem mais micronutrientes (minerais, vitaminas, fitonutrientes e antioxidantes), sintetizados como defesa natural contra os insetos e plantas competitivas (AFFONSO & SONATI, 2005).

Os fatores químicos e físicos que influenciam na qualidade do suco de laranja, normalmente são as reações de oxidação, responsáveis por perdas de vitamina C e dos compostos de aroma e sabor do suco, alterando sensivelmente as características sensoriais e nutricionais do produto. Essas reações oxidativas dependem das condições do processamento utilizadas, tratamento térmico, presença de oxigênio, embalagem utilizada e relação do tempo e temperatura de estocagem (LIMA et al., 2007)

Em sucos não processados pode ocorrer degradação do ácido ascórbico pela oxidação enzimática. Em condições aeróbicas, o ácido ascórbico é transformado em ácido deidroascórbico que passa a ácido 2,3-dicetogulônico produzindo, finalmente, hidroxifurfural. O hidroximetilfufural (HMF) também é produzido, e pode ser originado da reação de degradação do ácido ascórbico e/ou de açúcares com aminoácidos, levando à formação de compostos escuros que são responsáveis pelo escurecimento do suco, também denominado browning (TEIXEIRA & MONTEIRO, 2006).

Em condições anaeróbicas, o ácido ascórbico decompõe-se em ácido 2,5-dihidro-2-furanóico que passa a dióxido de carbono e furfural. O furfural sofre polimerização como um aldeído ativo e pode se combinar com aminoácidos, contribuindo, também, para o escurecimento do suco (TEIXEIRA & MONTEIRO, 2006).

Em sucos estocados em embalagens hermeticamente fechadas, a perda de vitamina C ao longo da vida de prateleira ocorre, principalmente, por via anaeróbica (TEIXEIRA & MONTEIRO, 2006).

Com base no exposto, o objetivo do presente estudo foi comparar o teor de ácido ascórbico em sucos de laranja oriundos de cultivo convencional e orgânico.

2. MATERIAL E MÉTODOS

As análises foram realizadas no laboratório de química de alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro.

O total de dez amostras foi adquirido em supermercados na cidade do Rio de Janeiro, no período de Junho a Julho de 2010, cinco eram oriundas da agricultura orgânica, sendo que uma foi obtida em laboratório através da extração do suco da laranja orgânica e cinco eram provenientes de cultivo convencional, compostas por marcas tradicionais. Para melhor caracterizar o grupo de amostras, cabe acrescentar que estavam entre os dias 16 de agosto de 2010 e 12 de dezembro de 2010, do prazo de validade. As embalagens das amostras de suco convencionais eram cartonadas assépticas, já as de procedência orgânica, três eram de vidro e somente uma em

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No recebimento das amostras no laboratório, as mesmas foram codificadas como A, B, C, D, E, F, G, H, I, e J. Onde A, B, C, D, E são amostras de sucos convencionais e F, G, H, I e J amostras de sucos orgânicos. As embalagens das amostras dos sucos convencionais A, D e E traziam no rótulo o percentual de vitamina C, o mesmo ocorreu com as embalagens dos sucos orgânicos F e H.

A determinação do teor de vitamina C nas amostras foi realizada de acordo com a metodologia preconizada por Tillmans. Este método baseia-se na redução do corante sal sódico de 2,6 diclorofenol indofenol por uma solução ácida de vitamina C (IAL, 2010). A metodologia foi adaptada, havendo a substituição do ácido metafosfórico pelo ácido oxálico. Todos os reagentes utilizados foram de grau analítico.

2.1 Determinação do teor de vitamina C

As amostras foram homogeneizadas e filtradas com o auxílio de papel de filtro. O filtrado foi recolhido em balão volumétrico de 25mL, que foi posteriormente transferido para um balão volumétrico de 100mL e o volume completado com solução de ácido oxálico a 1%. Posteriormente, quatro alíquotas de 10mL foram dispensadas em erlenmeyers, acrescentando-se 50mL de água destilada em cada um, para diluição e melhor visualização do ponto de viragem. Titulou-se com solução ácida de Tillmans até a observação do ponto de viragem caracterizado pela permanência da cor rósea por pelo menos 30 segundos. As amostras foram realizadas em quadruplicata. Os resultados foram expressos em mg de vitamina C por 100mL de amostra.

2.2 Análise estatística

Calculou-se o coeficiente de correlação, realizou-se o teste de médias (Teste T de student) com nível de significância de 5% para avaliar diferenças significativas entre as amostras, utilizando-se o programa Bioestat 5.0.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ao apresentar um resultado, não usar citação. Fazer isto só na discussão do mesmo. Deixar claro no texto o que é resultado obtido e aquele que pertence à literatura, que está sendo usado na discussão.

Citar tabelas, gráficos e figuras nos resultados. Todos devem ser inseridos no corpo do texto, posicionada imediatamente após a primeira citação, seguida de seu número de ordem de ocorrência no texto, em algarismos arábicos (Figura 1; Tabela 1, etc). Títulos de imagens (fotos), tabelas e quadros são na parte superior dos mesmos enquanto títulos de figuras e gráficos são na parte inferior. Devem ser autoexplicativos contendo as informações essenciais. As Figuras sem bordas, as legendas (notas explicativas) devem ser inseridas na parte inferior, alinhadas à esquerda. Se for o caso, deve ter as abreviações usadas, em ordem alfabética, cada uma seguida de traço, espaço e o significado (vide exemplo Figura 1, Tabela 1). Escolher uma só forma de apresentação para os resultados.

Das 10 amostras analisadas, somente 9 foram consideradas na avaliação estatística. Os resultados obtidos por ANOVA, mediante o teste do modelo da soma dos quadrados devido à variação total (RODRIGUES & IEMMA, 2005) dos valores de

regressão linear simples (R) e ajustado (R2) para os teores de ácido ascórbico das

amostras analisadas pelo método de Tillmans foram, respectivamente, iguais a 0,99381 e 0,98395, considerando-se, assim, confiáveis os resultados experimentais obtidos. Os valores das médias e desvio padrão das amostras avaliadas encontram-se na tabela 1.

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Tabela 1 - Média e desvio padrão dos teores de ácido ascórbico em mg/100mL

referentes as amostras de suco de laranja convencional e orgânico.

Marca do suco de laranja Média e desvio padrão dos teores de

ácido ascórbico em mg/100mL Convencional A 31,18 (0,67) B 23,58 (0,88) C 30,74 (0,67) D 20,44 (0,21) E 24,53 (0,41) Orgânico F 30,88 (0,57) H 33,80 (1,91) I 32,12 (0,21) J 21,61 (1,03)

Na avaliação estatística, o teste T de student foi aplicado para verificar a diferença estatística entre as médias obtidas. De acordo com o teste T, ao nível de significância de 5%, as amostras não diferem significativamente entre si.

Os resultados obtidos corroboram os obtidos nas pesquisas conduzidas na América do Norte pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Segundo o USDA, não foi encontrada nenhuma evidência clara de que plantas cultivadas organicamente são superiores nutricionalmente às cultivadas no sistema convencional (DAROLT, 2006).

Estudos que compararam alimentos produzidos por meio do sistema de cultivo orgânico e convencional foram avaliados por Bourn & Prescott (2002) sob três diferentes aspectos: valor nutricional, qualidade sensorial e segurança do alimento. Os autores afirmaram que existe reduzido número de estudos bem controlados, que sejam capazes de viabilizar uma comparação válida. Com possível exceção ao conteúdo de nitratos, os autores não verificaram fortes evidências de que alimentos orgânicos e convencionais diferissem quanto ao teor de nutrientes (BORGUINI & TORRES, 2006).

Outros autores compararam o conteúdo de ácido ascórbico de tomates cultivados com substrato orgânico aos tomates cultivados hidroponicamente e registraram um conteúdo maior de ácido ascórbico para os frutos produzidos mediante utilização de composto orgânico (BORGUINI & TORRES, 2006).

Do ponto de vista de adequação à legislação, três amostras de origem convencional e uma de origem orgânica se encontram abaixo do valor preconizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para vitamina C em sucos de laranja que é de 25mg/100mL, como mostra a Figura 1 (BRASIL, 2000).

Do ponto de vista nutricional, os resultados obtidos, nos indicam que as amostras testadas suprem, em média, mais de 100% a ingestão diária de vitamina C. Segundo o DRI (Dietary Reference Intakes) 2002, a necessidade diária desta vitamina é de 90mg indivíduos do sexo masculino com faixa etária entre 19 a 70 anos. Para o sexo feminino, na mesma faixa etária, a necessidade diária de vitamina C é de 75 mg (USDA, 2010), o que corresponde a 250mL de suco de laranja para homens (aproximadamente 2 copos) e 200mL para mulheres (1 copo).

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0 5 10 15 20 25 30 35 40 A B C D E F H I J Te or de V it a m ina C ( m g/ 1 0 0 m L)

Amostras Teor determinado pela Legislação

Figura 1 - Comparação entre o percentual de Vitamina C das amostras analisadas com

o percentual determinado pela legislação em vigor.

4. CONCLUSÕES

Comparando-se os resultados obtidos dos teores de ácido ascórbico nas diversas amostras de suco de laranja observou-se que não houve diferença significativa entre as marcas de sucos orgânicos e convencionais avaliadas.

O método de Tillmans mostrou-se adequado para avaliação do teor de ácido ascórbico em sucos, entretanto sugere-se o uso de outras metodologias, como a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) para uma melhor avaliação.

Três amostras de origem convencional e uma amostra de origem orgânica apresentaram teores abaixo do preconizado pela legislação para vitamina C.

Do ponto de vista nutricional, as amostras suprem o percentual recomendado para vitamina C.

Sugere-se que outras pesquisas sejam conduzidas utilizando-se um número maior de amostras. Entretanto, ressalta-se que um fator limitante é o pequeno número de produtos de origem orgânica à disposição nos pontos de venda.

6. REFERÊNCIAS

AFFONSO, C.V.; SONATI, J.G. Alimentos do futuro: orgânicos, funcionais e

transgênicos. Disponível em: http://www.lifecompany.com.br/artigos/4.pdf. Acesso

em: 18 de ago.2010.

BORGUINI, R.G.; TORRES, E.A.F.S. Alimentos orgânicos: qualidade nutritiva e

segurança do alimento. Segurança alimentar e nutricional, Campinas, 13(2): 64-75,

2006.

BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO.

Decreto Nº 6.323, de 27 de dezembro de 2007. Regulamenta a Lei nº 10.831, de 23 de

dezembro de 2003, que dispõe sobre a agricultura orgânica, e dá outras providências.

Brasília: Disponível em:

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_________________________________. Instrução Normativa nº 1 de 7 de janeiro de 2000. Aprova regulamento técnico geral para a fixação dos padrões de identidade e qualidade para polpa de frutas. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 10 de janeiro de 2000.

_________________________________.. Lei n. 10.831 de 23 de dezembro de 2003. Dispõe sobre a agricultura orgânica e dá outras providências. Diário Oficial da

República Federativa do Brasil, Brasília, 23 de dezembro de 2003.

DAROLT, M. R. A qualidade nutricional do alimento orgânico é superior ao

convencional? 2006. Disponível em: http://www.planetaorganico.com.br/trabdarnut1.

htm. Acesso em: 18 de ago. 2010.

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos físico-químicos para análise de alimentos.

Disponível em:http://www.ial.sp.gov.br/index.php. Acesso em: 29 de out.2010.

LIMA, E.S.; SILVA, E.G.; NETO, J.M.M.; MOITA, G. C. Redução de vitamina c em suco de caju(Anacardium occidentale l.) Industrializado e cajuína. Quim. Nova, v.. 30, n. 5, p.1143-1146, 2007.

RODRIGUES, M. I.; IEMMA, A. F., 2005. Planejamento de experimentos e

otimização de processos: uma estratégia seqüencial de planejamento. Ed. Casa do

Pão, 2005. Campinas – SP.

TEIXEIRA, M.; MONTEIRO, M. Degradação da vitamina C em suco de fruta. Alim.

Nutr.,Araraquara v.17, n.2, p.219-227, abr./jun. 2006.

USDA. Dietary Reference Intakes: Vitamins. Disponível em:

http://fnic.nal.usda.gov/nal_display/index.php?info_center=4&tax_level=1. Acesso em: 29 de out.2010.

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