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CRIATIVIDADE: UMA PRÁTICA EM CONSTRUÇÃO NA AÇÃO DOCENTE DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL

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CRIATIVIDADE: UMA PRÁTICA EM CONSTRUÇÃO NA AÇÃO DOCENTE DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Fernanda Soares Godoi Yano do Canto1 – UNOESTE Carmen Lúcia Dias2 – UNOESTE Eixo Temático 03: Pesquisa, Formação de Professores e Trabalho Docente. Categoria: Pôster.

RESUMO

A arte na Educação Infantil possui papel fundamental, pois envolve os aspectos cognitivos, sensitivo, cultural, corporal, entre outros, e as crianças precisam ser estimuladas por meio de todos os seus sentidos. O que nos remete a pensar na formação desses professores e como têm trabalhado a criatividade em seu aluno. Pensando na relevância de trabalhar a criatividade para o desenvolvimento global da criança, tem-se como objetivo principal analisar a importância do desenvolvimento da criatividade da criança na formação do professor de Educação Infantil. Esta pesquisa é realizada segundo a abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso. Os procedimentos metodológicos envolvem a coleta de dados, por meio de entrevista com roteiro semi-estruturado, com professores que ministram aulas para crianças de 4 e 5 anos do Pré I e Pré II, em uma escola de Educação Infantil da rede municipal de ensino de uma cidade de Mato Grosso do Sul. O critério de escolha foi por sorteio sendo, quatro professores do Pré I e quatro professores do Pré II de um total de quinze professores dos períodos matutino e vespertino; a análise e discussão dos dados, trabalhados por meio da interpretação do significado das respostas, que serão separadas por eixos e categorias e relacionadas com os objetivos propostos na pesquisa.

Palavras-chave: Criatividade. Educação Infantil. Arte. Ação docente.

INTRODUÇÃO

Ao elaborar o trabalho de conclusão de uma especialização em Educação Infantil pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), com o tema “A tríade da arte na Educação Infantil: Fazer, Apreciar e Refletir”, instigou e despertou

1

Mestranda em Educação: Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE. Bolsista pelo Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particular/PROSUP da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior/CAPES. Membro do grupo de pesquisa Profissão docente: formação, identidade e representações sociais-GPDFIRS-Educação Infantil/UNESP/Presidente Prudente/SP. E-mail: godoyfefe@gmail.com.

2 Doutora em Educação, docente da graduação em Psicologia e do Mestrado em Educação da

Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE); Coordenadora de Projetos e Docente da Fundação para o Desenvolvimento do Ensino, Pesquisa e Extensão-FUNDEPE/Marília/SP; Parecerista - Revistas: Ciências & Cognição (UFRJ); Colloquium Humanarum (UNOESTE/SP); Máthesis: Revista de Educação (FAFIJAN/ PR); Revista Educação Unisinos; Comunicações; Membro do Conselho Consultivo da Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas - Schème - UNESP Marília/SP. E-mail: kkaludias@gmail.com.

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questionamentos e reflexões sobre o ensino na primeira infância. A palavra criativo/ser criativo surgiu inúmeras vezes, pois, ao falar de criatividade pensa-se imediatamente em arte. Destaca-se o ambiente escolar, como fundamental para o exercício da criatividade e como elemento de incitação no processo educativo. E que a ação do educador, especialmente do professor ligado à educação infantil, deve ser ressaltada por experiências criativas, estimuladoras que implicam o desenvolvimento das relações e das descobertas pessoais, uma vez que a criatividade existe na relação do indivíduo e seu meio. Mas o que seria criatividade? Como saber se a criança (o aluno) é criativa (o) ou não? O que é ser criativo? Será que a escola, como principal meio para incitar a prática criativa, está respondendo a estes reclames? E principalmente, como o professor (pedagogo) pode instigar, estimular esta criatividade em seu aluno? Ao término, percebe-se que surgiram mais questionamentos, indagações do que respostas.

Os próprios Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 1998), ressaltam que as instituições que oferecem Educação Infantil, junto com seu corpo docente, deverão organizar sua prática de ensino e aprendizagem em Arte, oportunizando e garantindo que as crianças sejam capazes de:

 ampliar o conhecimento de mundo que possuem, manipulando diferentes objetos e materiais, explorando suas características, propriedades e possibilidades de manuseio e entrando em contato com formas diversas de expressão artística;

 utilizar diversos materiais gráficos e plásticos sobre diferentes superfícies para ampliar suas possibilidades de expressão e comunicação;

 interessar-se pelas próprias produções , pelas de outras crianças e pelas diversas obras artísticas com as quais entrem em contato, ampliando seu conhecimento do mundo e da cultura;

 produzir trabalhos de arte, utilizando a linguagem do desenho, da pintura, da modelagem, da colagem, da construção, desenvolvendo o gosto, o cuidado e o respeito pelo processo de produção e criação. Por conseguinte, a arte na Educação Infantil possui papel fundamental, pois envolve os aspectos cognitivos, sensitivo, cultural, corporal, entre outros, e as crianças precisam ser estimuladas por meio de todos os seus sentidos. Que nos remete a pensar na formação desses professores. Será que os professores tem conseguido

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trabalhar adequadamente a criatividade em seu aluno? Ou ainda, se este professor teve (ou estão tendo) uma formação adequada suficiente para que possa entender o desenvolvimento infantil da criatividade?

Neste momento, constatei que possuía elementos mais consistentes para aprofundar o que havia iniciado na especialização, e acoplado à necessidade de dar continuidade aos estudos, estas inquietações culminaram em um projeto de mestrado, oferecendo a oportunidade de analisar e refletir sobre os questionamentos citados acima.

REFERENCIAL TEÓRICO

Ao iniciar esta pesquisa, observamos que a criatividade é objeto de estudo de muitas disciplinas, como a psicologia, a sociologia, a filosofia, a história, a arte, entre outras, porém, cada uma dentro de suas especificidades, e por ter tanta ênfase, criou-se muitas polêmicas e conceitos, não somente pela complexidade de que o próprio tema aborda, mas também pela carência de precisão de limites entre as áreas de conhecimento.

A questão sobre a criatividade tornou-se eixo central das pesquisas epistemológicas, psicológicas, pedagógicas e sociológicas. E a valorização do ser humano criativo chegou a picos nunca antes atingidos. Na exploração deste conceito adentra-se no campo da educação e da psicologia. As cortinas se abrem para várias áreas de conhecimento e de orientações teóricas que permitem constatar, de imediato, a natureza dialética e interdisciplinar do conceito de criatividade. (TOMMASI, 2010a, p. 26).

Desta forma, estudiosos e pesquisadores questionaram-se, quando o homem tornou-se um ser criativo? Tommasi (2010a, p. 26), explicita que na “[...] tentativa de reconstruir a história da humanidade observa-se o processo criativo de cada época e cultura”.

A presença da história da arte pode ser identificada em diversas manifestações, pois desde os primórdios, o homem já utilizava o desenho como uma forma de linguagem3. Pintando em suas cavernas cenas do seu cotidiano, como a caça, sua sobrevivência e as pessoas com as quais conviviam. Sousa (2005, p.33) menciona que “[...] muitos fatos históricos ainda hoje são evidentes e reconhecidos por meio de textos não-lingüísticos, compostos principalmente por imagens e objetos que

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revelam, na sua forma e no seu conteúdo, os modos de vida e as concepções de mundo de seu tempo”.

Desde o início da humanidade o ser humano era e é um ser muito criativo, pois o homem nasce com especificidades culturais, psicológicas e sociais, o que permite fazer ligações com a natureza e com o mundo, independendo de cultura e do desenvolvimento interno de seu ser, dessa forma, explora e estimula sua criatividade em seu cotidiano. Sendo a arte parte integrante desse movimento que possibilita a representação e a interpretação do mundo, onde são desenvolvidas tais habilidades de seleção, classificação, identificação, entre outras, indispensáveis para organização humana.

Nesta perspectiva, desenvolver a criatividade até parece algo fácil, todavia, Castanho (2000, p. 77), faz uma advertência e nos revela que “[...] é uma das características mais raras de se encontrar na maioria de nossos jovens,” e crianças, pois, a instituição escolar ainda desenvolve uma atitude de conformismo e homogeneidade.

Neste contexto, a arte/educação4 é um alicerce para desenvolver essa criatividade, pois a criança como um ser em constante aprendizagem, tem mais facilidade para o senso de observação e em diversas ocasiões, chama a atenção por suas particularidades. E ao utilizar sua liberdade de expressão e de investigação, com o auxílio de seus educadores, conclui-se que suas aprendizagens e seu desenvolvimento, paulatinamente, aumentam sua maneira de expressar e de visualizar o mundo.

A criatividade é considerada como parte essencial do homem, a qual dá equilíbrio à vida, auxiliando-o em seu cotidiano, nas resoluções de problemas e tornando o homem um ser mais criativo. A arte deve ser inserida na educação como forma de estimular o pensamento criador, para que a imaginação da criança e seu intelecto não se separem (SANS, 2001, p. 24).

Contrapondo e articulando tais constatações, Cunha propõe uma “transição de paradigmas” e destaca “[...] atividades pedagógicas com características que interessassem de perto ao tema criatividade”, atividades que,

[...] enfocam o conhecimento a partir da localização histórica de sua produção e o percebem como provisório e relativo. Estimulam a análise, a capacidade de compor e recompor dados, informações, argumentos, idéias. Valorizam a curiosidade, o questionamento

4 Será utilizado (/) entre as palavras ‘arte’ e ‘educação’, pois, segundo Ana Mae Barbosa (2001) “[...] por

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exigente e a incerteza. Percebem o conhecimento de forma interdisciplinar, propondo pontes de relações entre eles e atribuindo significados próprios aos conteúdos, em função dos objetivos sociais e acadêmicos. Entendem a pesquisa como instrumento do ensino e a extensão como ponto de partida e de chegada da apreensão da realidade. Valorizam as habilidades sócio-intelectuais tanto quanto os conteúdos. (CUNHA apud CASTANHO, 2000, p. 81).

Dialogando com Cunha, Castanho afirma em seus estudos que se torna necessário novos mecanismos de inovação, dentre os quais a autora ressalta os métodos de trabalho, como,

[...] ter o aluno como referência, valorizar o cotidiano, preocupar-se com a linguagem (acerto de conceitos), privilegiar a análise sobre a síntese, ver a aprendizagem como ação, selecionar conteúdos emergindo dos objetivos, inserir a dúvida como princípio pedagógico, valorizar outros materiais de ensino, etc. (CASTANHO, 2000, p. 88).

A mesma autora (2000, p.88) enfatiza, que “a aula é entendida como espaço para dúvida, leitura e interpretação de textos, trabalhos em grupo, poesias, músicas, observações, vídeos”. Acredita-se que dessa forma, o ensino ganhará substancialmente: “[...] recuperação do prazer de ensinar e aprender, possibilidade de interdisciplinaridade; novas aprendizagens”. (CUNHA, 1998, p. 32).

Em anuência aos autores acima, Tommasi (2010b, p. 34-35) salienta que, “para o professor manter a chama da criatividade acesa em seus alunos, deve olhar para a sua própria chama criativa, analisá-la e alimentá-la constantemente e considerar a criatividade como processo contínuo”.

No entanto, torna-se necessário que o processo seja iniciado na infância. Piaget (2001, p. 20) enfatiza que a infância “[...] é o tempo de maior criatividade na vida de um ser humano”, uma vez que, “[...] o período mais crucial no estímulo do pensamento criador é no início da escolaridade formal da criança,” (TOMMASI, 2010b, p. 34). A formação integral do educando estará incompleta sem sua expressão criadora; então, é imprescindível que a escola esteja preparada para tal.

Fazendo uma alusão à Castanho (2000, p. 77), em seu capítulo ‘A criatividade na sala de aula universitária’, do livro ‘Pedagogia Universitária: A aula em foco’, a autora explicita a importância de “[...] uma educação que estimule nossas crianças, nossos jovens e adultos a buscar soluções criativas”.

Em sua pesquisa pela busca e discussão no âmbito da reflexão sobre a nova prática pedagógica e os fatores envolvidos no processo de criatividade que podem ser objeto de estudo para os professores, Castanho (2000, p. 77) enfatiza que é importante “[...] pensar a formação de jovens com autonomia intelectual, com paixão

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pela busca do conhecimento, com postura ética que os torne comprometidos com os destinos da sociedade humana”.

As atitudes criativas contribuem na construção do conhecimento, onde oportuniza a criança o domínio das diversas linguagens, em proporcionar a criticidade, estimulando o desenvolvimento da criança e interação de forma lúdica e espontânea no seu cotidiano. Por meio da criatividade, a criança desenvolve o prazer em aprender e a ampliar seu cognitivo mediante estímulos proporcionados pelo olhar observador de seu educador, levando à autoconfiança e conhecimento das características e limitações pessoais.

Sabe-se que, definir o que é criatividade, não é uma tarefa fácil, pois depende muito de quem a expõe.

Para a autora Tommasi, em seu texto ‘Criatividade e Educação’,

A criatividade não é só intelectual, nem só sentimental. Criatividade é intelectual, sentimental, visceral e dinâmica, sai das entranhas, dilacera quem cria e quem a observa, recria caminhos, oferece possibilidades.

A criatividade pura é um ato mental, que consiste em última análise da capacidade de combinar sons e imagens de forma subjetivamente nova, independentemente de qualquer conexão lógica com o mundo exterior.

Essa definição de criatividade desloca os aspectos novidade e

originalidade, beleza, utilidade, veracidade, viabilidade e

implementação para um segundo momento; criar é um ato pessoal e subjetivo, a criatividade pura vem antes da aplicada. Criações não tem necessariamente que servir para alguma coisa, como solucionar um problema, dar retorno financeiro, serem maravilhosas e belas, nada disso. (TOMMASI, 2010b, p. 34).

Piaget (2001) enfatiza que a criatividade é sempre produto da ‘abstração reflexiva’ e jamais da abstração empírica, pois, enquanto esta última se limita a captar de objetos, pessoas ou conceitos a compreensão passiva da realidade, a abstração reflexiva ‘consiste em destacar, das ações ou operações, novos aspectos para deles fazer elementos de uma construção nova, conferindo-lhes uma outra organização’.

Existem dois tipos de abstração mental. Uma é a abstração empírica, que segundo Aristóteles ocorre quando a informação é extraída do objeto. [...] Estas noções são extraídas das suas próprias percepções, isto é, são empíricas.

[...] A abstração reflexiva, em que não se abstraí dos objetos, mas das próprias ações. Neste caso, o importante é a coordenação das ações com a origem nas próprias ações do sujeito. (PIAGET, 2001, p. 15).

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Valendo-se de Guilford, Alencar (1983), coloca que os indivíduos criativos se caracterizam por pensar com maior fluência, com maior flexibilidade e com maior originalidade. Torrance (1970), concentra seus estudos a criatividade infantil, enfatizando os mesmos traços que Guilford, criatividade como capacidade intelectual.

Antunes (2003, p. 8) corrobora com Castanho ao defender a ideia de que, “a criatividade é um conceito associado a diferentes atributos ligados à originalidade, à variedade, à espontaneidade, à facilidade em ver e entender de maneiras diferentes as coisas do mundo”.

Orientando-se pela tendência atual da educação (construtivista/interacionista) e tendo como referência a primeira infância, pois, “[...] pesquisas afirmam que o potencial criativo tem início na infância, e que se mantém quando é elogiado e incentivado durante o desenvolvimento infantil” (TOMMASI, 2010b, p. 34), deve-se trabalhar a criatividade nesse período tão importante do desenvolvimento humano, pois o sentido básico da criatividade na educação infantil é o de atividade mediadora e não atividade fim, uma vez que “[...] cada criança reconstrói a sua própria inteligência e o seu próprio conhecimento” (PIAGET, 2001, p. 13).

A criatividade não é um conteúdo específico, mas sim, um meio de se trabalhar os conteúdos específicos. Para que isso ocorra, é necessária a existência do educador, que, interagindo com as crianças, planeja e propicia a ação educativa, com a utilização da criatividade, sua e de seus educandos. Gardner (apud ANTUNES, 2003, p. 9) enfatiza que o importante “[...] não é tornar-se ‘o melhor’ mas tornar-se melhor”.

Kneller, faz um paralelo entre o ‘pensamento criador’ e o ‘pensamento não criador’, contrastando a criatividade com a inteligência, expondo que,

[...] O pensamento criador é inovador, exploratório, aventuroso. Impaciente ante a convenção, é atraído pelo desconhecido e indeterminado. O riso e a incerteza estimulam-no. O pensamento não criador (o termo não é desairoso) é cauteloso, metódico, conservador. Absorve o novo no já conhecido e prefere dilatar as categorias existentes a inventar novas. (KNELLER, 1978, p. 19).

Alguns autores, como Guilford (1979) e Gloton, chamam de ‘pensamento convergente’ e ‘pensamento divergente’.

O pensamento convergente é usado quando o problema requer solução única e imediata, muito estruturada, comportando dados rigorosos. [...] É um tipo de pensamento conformista, prudente, rigoroso, mas estreito. É a forma de atuar da inteligência com as informações, a memória etc.

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O pensamento divergente é o de quem, ante um problema, busca todas as soluções possíveis e tende mais para a originalidade do que para o conformismo na resposta, gosta de situações complexas e mal definidas, percebe relações entre fatos nunca relacionados até então. Esse tipo de pensamento caracteriza o espírito de aventura e de fantasia. (GLOTON, apud CASTANHO, 2000, p. 84-85).

Entretanto, ambos os pensamentos são importantes e complementares entre si, uma vez que, o pensamento divergente só ocorrerá se puder utilizar a memória; a informação depende principalmente do pensamento convergente. Nesse sentido, para melhor desenvolvimento da inteligência é imprescindível os dois tipos de pensamento. Gloton (apud CASTANHO, 2000, p. 85), grifa que, “[...] é preciso pensar uma ‘pedagogia da divergência’ para evitar o bloqueio da criatividade”.

Quando Howard Gardner lançou a ‘teoria das inteligências múltiplas’ e mostrou ao mundo que a mente humana opera áreas cerebrais diferentes para desafios diferentes, não apenas enfatizava uma diversidade de ‘linguagens’ como também uma extraordinária diversidade de ‘criatividades’. Hoje sabemos que as diferentes inteligências humanas permitem expressar uma mesma ideia de forma verbal (inteligência linguística), de forma matemática (inteligência lógico-matemática) como pode expressá-la de maneira visuo-espacial, sonora, mímica, naturalista, intra e interpessoal e que a criatividade pode, por sua vez, manifestar-se intensamente nessas mesmas áreas. “[...] Podemos, pois, afirmar que existem criatividades em todas as áreas e que o educador, pode provocá-las neste ou naquele campo. Em uma sala de aula é possível estimular todas as inteligências e, ao seu lado, ainda que por outros caminhos, todas as criatividades.” (GARDNER, apud ANTUNES, 2003, p. 33).

MÉTODO

Pensando na importância da criatividade no desenvolvimento infantil, esta pesquisa, de abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso, tem como objetivo principal analisar a importância do desenvolvimento da criatividade da criança na formação do professor de Educação Infantil, verificando a concepção que os professores têm sobre a docência e a criatividade no desenvolvimento infantil; o seu planejamento da ação docente. Com isto, analisar as práticas pedagógicas adotadas pelos professores da Educação Infantil.

Para realizar a investigação, utilizamos entrevista com um roteiro semiestruturado com os professores que atuam na Educação Infantil municipal, Pré I e II, no município de Nova Andradina estado de Mato Grosso do Sul. A escolha foi por

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sorteio sendo, quatro professores do Pré I e quatro professores do Pré II, de um total de quinze professores dos períodos matutino e vespertino.

Com a permissão do entrevistado, a entrevista está sendo gravada e transcrita. Foi realizado um pré-teste - com dois professores da referida escola de Educação Infantil, que não os sujeitos da pesquisa- para efeito de compreensão e assimilação do sentido das perguntas propostas, além de possíveis falhas na formulação das questões. As incoerências, complexidades, ambiguidades ou linguagem inacessível poderão ser evitadas (MARCONI; LAKATOS, 2006).

Os dados obtidos serão trabalhados por meio da análise de conteúdo apresentada por Bardin, que consiste na interpretação do significado das respostas (escrita ou oral) apresentada pelo pesquisado. Ou seja, “a analise de conteúdo procura conhecer aquilo que está por trás das palavras sobre as quais se debruça”. (BARDIN, 2011, p.50). Portanto, o objetivo “[...] da análise de conteúdo é a manipulação das mensagens (conteúdo e expressão desse conteúdo) para evidenciar estes indicadores que permitam inferir sobre outra realidade que não a da mensagem”. (BARDIN, 2011, p.52).

As diferentes fases da análise de conteúdo organizam-se em torno de pólos cronológicos: a pré-análise; a exploração do material; o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação. As respostas colhidas dos entrevistados serão separadas por eixos e categorias e relacionadas com os objetivos propostos na pesquisa.

CONSIDERAÇÕES

Esta pesquisa se encontra na fase de recolha de dados, Quando da conclusão, a nossa expectativa, é a de que ela possa trazer contribuições significativas na ação docente do professor de Educação Infantil.

REFERÊNCIAS

ALENCAR, E. M. L. S. Psicologia: introdução aos princípios básicos do comportamento. 5. ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1983.

ANTUNES, C. A criatividade na sala de aula. Fascículo 14. 4. ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2003.

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BARDIN, L. Análise de conteúdo. Tradução de Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro. Lisboa: Edições 70, 2011.

BRASIL. Ministério da Educação e Desportos. Secretária da Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: Conhecimento de Mundo. Brasília: MEC/SEF, 1998.

CASTANHO, M. E. A criatividade na sala de aula universitária. In: VEIGA. I. P. A. CASTANHO, M. E. (Org.). Pedagogia universitária: a aula em foco. São Paulo: Papirus, 2000.

CUNHA, M. I. da. O professor universitário na transição de paradigmas. Araraquara: JM Editora, 1998.

GUILFORD, J. P. Way beyond the IQ – Guide to improving intelligence and creativity. Buffalo: Creative Education Foundation, 1979.

KNELLER, G. F. Arte e ciência da criatividade. Tradução de J. Reis. 5. ed. São Paulo: IBRASA, 1978.

MARCONI, M.A.; LAKATOS, E.M. Técnicas de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas Ed., 2006.

PIAGET, J. Criatividade. In: VASCONCELOS, M. S. (Org.). Criatividade: psicologia, educação e conhecimento do novo. São Paulo: Moderna, 2001.

SANS, P. T. C. Pedagogia do desenho infantil. São Paulo: Átomo, 2001. SOUSA, R. P. L. de. Roteiro didático da arte na produção do conhecimento. Campo Grande, MS: Ed. UFMS, 2005.

TOMMASI, S. M. B. Arte e Criatividade (Parte 1). Revista Direcional, jun. 2010a, p. 26-27.

________, S. M. B. Criatividade e Educação (Parte 2). Revista Direcional, jun. 2010b, p. 34-35.

TORRANCE, E. P. Desarrollo de la creatividad del alumno. Buenos Aires: Libraria del Colegio, 1970.

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