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Contribuição Social sobre o Lucro

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Academic year: 2021

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Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

Empresas que optaram pelo pagamento

mensal em 2008 com apuração anual

do saldo a pagar ou a compensar

SUMÁRIO

1. Empresas sujeitas à apuração anual

2. Base de cálculo da contribuição anual devida em 2008

3. Alíquota

4. Compensações no valor da CSL anual devida 5. Exemplo

6. Pagamento do saldo positivo apurado 7. Apuração de saldo negativo da CSL

8. Lançamento de ofício no caso de não-pagamento da CSL mensal

1. EMPRESAS SUJEITAS À APURAÇÃO ANUAL

As pessoas jurídicas que, no ano-calendário de 2008, fica-ram sujeitas à apuração anual do lucro real por terem optado pelo pagamento mensal do Im-posto de Renda (calculado por estimativa ou com base em ba-lanços ou balancetes de suspensão ou redução) ficaram obrigadas também à

apuração anual da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL) para fins de determinação do saldo a pagar ou a ser restituído ou compensado (Lei no 9.430/1996,

arts. 2o e 28).

2. BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO ANUAL DEVIDA EM 2008

A base de cálculo da CSL devida em 2008 é o resultado anual apurado em 31.12.2008, com obser-vância da legislação comercial, antes de serem com-putados os valores da CSL devida e da provisão para o Imposto de Renda, ajustado, extracontabilmente, pelas adições e pelas exclusões relacionadas nos su-bitens seguintes.

2.1 Adições ao resultado apurado

Devem ser adicionados ao resultado apurado contabilmente, entre outros:

I - os valores a ele debitados, relativos a:

a) contrapartida da constituição ou reforço de qualquer provisão, com exceção para:

a.1) férias e 13o salário de empregados;

a.2) reservas técnicas das companhias de se-guro e de capitalização, bem como das entidades de previdência complementar e das operadoras de planos de assistên-cia à saúde, cuja constituição é exigida pela legislação especial a elas aplicável;

a.3) perdas de estoques de livros (Lei no 10.753/2003, art. 8o).

Nota

A provisão para o Imposto de Renda, embo-ra não dedutível, não precisa ser adicionada, porque a determinação da base de cálculo da CSL parte do resultado antes do Imposto de Renda.

b) doações, exceto:

b.1) doações em favor de projetos de natureza cultural previamen-te aprovados pelo Ministério da Cultura com base na Lei no

8.313/1991, art. 26, ou seja, pro-jetos que dão direito a deduzir incentivo fiscal (diretamente do Imposto de Renda devido) de até 40% do valor das doações e de até 30% dos patrocínios;

Nota

As doações feitas em favor de projetos culturais aprovados pelo Mi-nistério da Cultura com base na Lei no 8.313/1991, art. 18, com a redação dada pela Lei no 9.874/1999, ou seja, projetos que dão direito à dedução de incentivo fiscal (diretamente do imposto devido) de até 100% do valor das doações, que não são dedutíveis para efeitos de apuração do lucro real, segundo entende o Fisco, também não são dedutíveis para efeitos de deter-minação da base de cálculo da CSL.

O saldo da CSL a pagar, apurado em 31.12.2008, deverá ser pago em quota única, até 31.03.2009, acrescido da taxa Selic

acumulada mensalmente, a partir de 1o.02.2009, até o mês anterior ao do

pagamento, e de 1% no mês do pagamento.

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b.2) doações em favor de instituições de en-sino e pesquisa sem finalidade lucrativa, limitadas a 1,5% do lucro operacional da doadora, e doações a entidades civis sem fins lucrativos que prestem serviços gratuitos em benefício de empregados da pessoa jurídica doadora e seus de-pendentes ou da comunidade em que atuem, até o limite de 2% do lucro ope-racional da doadora, desde que obser-vados, além desses limites, os demais requisitos legais;

Nota

A parcela das doações referidas em “b.2” que exceder aos limites mencionados deve ser adicionada ao lucro líquido.

c) depreciação, amortização, manutenção, re-paro, conservação, impostos, taxas, seguros, contraprestações de arrendamento mercantil e aluguel, relativos a bens móveis ou imóveis não relacionados intrinsecamente com produ-ção ou comercializaprodu-ção de bens e serviços; d) despesas com alimentação de sócios,

acionis-tas e administradores; e) despesas com brindes;

f) resultado negativo da avaliação, pela equiva-lência patrimonial, de investimentos relevantes (participações societárias) em sociedades co-ligadas ou controladas;

g) contribuições não compulsórias, exceto as des-tinadas a custear seguros e planos de saúde e benefícios complementares assemelhados aos da Previdência Social, instituídos em favor de empregados e dirigentes da pessoa jurídica (observado o limite referido na letra “h”); h) parcela da soma das despesas com

contribui-ções para entidades de previdência privada e com contribuições para Fundo de Aposen-tadoria Programada Individual (Fapi), de que trata a Lei no 9.477/1997, cujo ônus seja da

pessoa jurídica, que exceder ao limite de 20% do total dos salários dos empregados e da re-muneração dos dirigentes da empresa, vincu-lados ao referido plano;

i) prejuízos e perdas (inclusive de capital) decor-rentes de aplicações e operações realizadas no exterior, exceto em operações a termo ou de futuro realizadas diretamente pela empresa brasileira em bolsas do exterior, quando ca-racterizadas como de cobertura (hedge);

j) parcela do custo de bens, serviços e direitos adquiridos no exterior, de pessoas físicas ou jurídicas vinculadas à empresa adquirente, ou residentes ou domiciliadas em país que não tribute a renda ou que a tribute à alíquota máxima inferior a 20% (“paraíso fiscal”), que exceder o valor apurado de acordo com as re-gras de preços de transferência;

k) parcela da depreciação ou amortização de bens e direitos adquiridos no exterior das pes-soas referidas na letra “j”, calculada sobre a parcela do custo de aquisição dos bens que exceder o valor determinado de acordo com as regras de preços de transferência;

l) parcela dos juros pagos às pessoas referidas na letra “j”, decorrentes de contrato de mútuo não registrado no Banco Central do Brasil, que exceder o valor calculado com base na taxa Libor, para depósitos em dólares dos Estados Unidos da América pelo prazo de 6 meses, acrescida de 3% anuais a título de spread, proporcionalizados em função do período a que se referirem os juros;

Nota

Para efeito do limite de dedutibilidade, os juros referidos na letra “l” serão calculados com base no valor da obrigação, expresso na moeda objeto do contrato e convertido em reais pela taxa de câm-bio divulgada pelo Banco Central do Brasil, para a data do termo final do cálculo dos juros (Instrução Normativa SRF no 243/2002, art. 27, § 2o).

m) juros remuneratórios do capital próprio que ex-cederem ao limite de dedutibilidade ou houve-rem sido contabilizados sem observância das demais condições pertinentes;

n) perdas decorrentes de créditos não liquidados que houverem sido computadas no resultado; o) encargos financeiros incidentes sobre débitos

vencidos e não pagos, incorridos a partir da data da citação inicial em ação de cobrança ajuizada pela empresa credora;

p) depreciação, amortização e exaustão, bem como parcela do custo de bem baixado a qualquer título, correspondentes à correção monetária complementar pela diferença IPC/ BTNF de 1990;

Nota

A adição dos valores referidos na letra “p” é exigida pelo Fisco, mas a sua legalidade é discutível, uma vez que, sem base legal, o Decreto no 332/1991, art. 41, § 2o, e a Instrução Normativa SRF no 96/1993, art. 16, vedaram a dedutibilidade, para fins de deter-minação da base de cálculo da CSL, dos encargos de deprecia-ção, amortização e exaustão calculados sobre o valor da correção complementar relativa à diferença entre o IPC e o BTNF de 1990.

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Desse modo, se a empresa for tributada pelo lucro real e não adi-cionar ao lucro líquido, na determinação da base de cálculo da CSL, a parcela dos encargos de depreciação contabilizados que corresponder à correção monetária complementar pela diferença entre IPC e BTNF de 1990, correrá o risco de autuação fiscal. No entanto, como se trata de norma manifestamente ilegal, que tem sido rechaçada até pelo Conselho de Contribuintes (Acórdão no 108-04.739, de 13.11.1997, da 8a Câmara, publicado no DOU de 21.07.1999), a empresa pode questionar a sua exigência (perante o Judiciário ou o Conselho de Contribuintes) com possibilidade de êxito.

q) juros pagos ou creditados incidentes sobre o va-lor equivalente aos lucros não disponibilizados por empresas (Lei no 9.959/2000, arts. 3o e 12):

q.1) coligadas ou controladas, domiciliadas no exterior, quando estas forem as bene-ficiárias de pagamento ou crédito; q.2) controladas, domiciliadas no exterior,

in-dependentemente do beneficiário; r) juros relativos a empréstimos, pagos ou

cre-ditados, a empresa controlada ou coligada, independentemente do local de seu domicílio, incidentes sobre valor equivalente aos lucros não disponibilizados por empresas controla-das, domiciliadas no exterior (Medida Provisó-ria no 2.158-35/2001, art. 34);

II - a parcela do lucro decorrente de contratos com entidades governamentais que haja sido excluído do lucro líquido na determinação da base de cálculo da CSL em período de apura-ção anterior (na hipótese referida na letra “b” do número I do subitem 2.2), proporcional ao valor das receitas desses contratos recebidas em 2008;

Nota

Quando os créditos forem quitados pelo Poder Público com títulos de sua emissão, inclusive com certificados de securitização emiti-dos especificamente para essa finalidade, a adição referida no nú-mero II somente será obrigatória no período de apuração em que esses títulos forem resgatados ou alienados, sob qualquer forma.

III - a parcela da reserva especial relativa à cor-reção monetária facultativa de bens do Ativo Permanente referida à data de 31.01.1991, proporcional à realização, em 2008, dos bens que tenham sido objeto dessa correção, me-diante alienação, depreciação, amortização ou baixa a qualquer título, observando-se que essa adição se impõe mesmo que a reserva tenha sido incorporada ao capital social, por-que a sua capitalização não implica a sua tri-butação;

IV - os lucros auferidos no exterior por intermédio de filiais, sucursais, controladas ou coligadas, nas hipóteses em que devam ser computados na determinação do lucro real;

V - a parcela da receita de exportações realizadas em 2008, contratadas com pessoas físicas ou jurídicas vinculadas à empresa ou domicilia-das em país que não tribute a renda ou que a tribute à alíquota máxima inferior a 20% (“pa-raíso fiscal”), determinada segundo as normas sobre preços de transferência, que exceder o valor apropriado na escrituração da empresa no Brasil;

VI - a diferença de receita financeira de mútuo con-tratado com as pessoas referidas no número V, no caso de contrato não registrado no Banco Central do Brasil, correspondente à parcela do valor calculado com base na taxa Libor para depósitos em dólares dos Estados Unidos da América pelo prazo de 6 meses, acrescida de 3% anuais a título de spread, proporcionaliza-dos em função do período a que se referirem os juros, que exceder o valor registrado na es-crituração da empresa no Brasil;

Nota

Para efeito do limite referido no número VI, os juros serão calcula-dos com base no valor do direito, expresso na moeda objeto do contrato e convertido em reais pela taxa de câmbio divulgada pelo Banco Central do Brasil, para a data do termo final do cálculo dos juros (Instrução Normativa SRF no 243/2002, art. 27, § 2o).

VII - os encargos financeiros excluídos do lucro lí-quido na determinação da base de cálculo da CSL de período de apuração anterior (na hipó-tese referida na letra “f” do número I do subitem 2.2) que, para os fins legais, tenham se torna-do disponíveis para a empresa cretorna-dora ou cuja perda tenha sido reconhecida em 2008;

VIII - o valor, considerado lucro distribuído disfarça-damente, que for adicionado ao lucro líquido de 2008, para fins de determinação do lucro real;

IX - a reserva de reavaliação baixada em 2008 e não computada em conta de resultado, obser-vando-se que:

a) desde 1o.01.2001, a contrapartida da

reava-liação de quaisquer bens da pessoa jurídica somente pode ser computada em conta de re-sultado ou na determinação do lucro real e da base de cálculo da CSL, quando ocorrer a efe-tiva realização do bem reavaliado, em virtude de alienação sob qualquer forma ou mediante depreciação, amortização, exaustão ou baixa por perecimento (Lei no 9.959/2000, art. 4o);

b) deverá ser adicionada ao lucro líquido, inclu-sive, a parcela da reserva de reavaliação de

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imóveis que integram o Ativo Permanente, in-corporada ao capital até 31.12.1999 e ainda não computada na base de cálculo da CSL, proporcional ao aumento do valor dos bens reavaliados que tenha sido realizado em 2008 mediante depreciação, amortização, exaustão ou alienação a qualquer título;

c) a reserva de reavaliação constituída por em-presa investidora em virtude de reavaliação de bens na coligada ou controlada, baixada em 2008, não precisa ser adicionada ao lucro líquido da investidora se o respectivo valor já tiver sido objeto de incidência da CSL na coli-gada ou controlada.

2.2 Exclusões do resultado apurado

Poderão ser excluídos do resultado apurado con-tabilmente, entre outros:

I - os valores a ele creditados, relativos a: a) reversão de provisões não dedutíveis que

te-nham sido constituídas e adicionadas à base de cálculo da contribuição em período de apu-ração anterior;

b) parcela do lucro de empreitada ou forneci-mento de bens ou serviços contratados com pessoa jurídica de direito público ou empresa sob seu controle, empresa pública, sociedade de economia mista ou sua subsidiária, propor-cional ao valor das receitas computadas no resultado e não recebidas até 31.12.2008; c) resultado positivo da avaliação, pela

equiva-lência patrimonial, de participações societá-rias em sociedades coligadas ou controladas, caracterizadas como investimento relevante; d) lucros e dividendos derivados de

participa-ções societárias não sujeitas à avaliação pela equivalência patrimonial;

e) diferença a maior entre o valor de mercado e o valor contábil de bens e direitos avaliados a preço de mercado, recebidos a título de de-volução de participação no capital social de outra sociedade;

f) encargos financeiros incidentes sobre créditos vencidos e não recebidos, incorridos após 2 meses do vencimento do crédito;

II - as provisões não dedutíveis, constituídas e adicionadas ao lucro líquido na determinação da base de cálculo da contribuição em

perío-dos de apuração anteriores, que tenham sido utilizadas em 2008 sem trânsito em conta de resultado;

III - os encargos financeiros adicionados ao lucro líquido na determinação da base de cálculo da CSL de períodos de apuração anterior, na hipótese referida na letra “o” do número I do subitem 2.1, caso o débito tenha sido liquida-do em 2008, por qualquer forma;

IV - o valor das variações monetárias ativas das obrigações e direitos de crédito, em função das taxas de câmbio, não liquidadas no pe-ríodo, salvo na hipótese de opção pelo regime de competência.

2.2.1 Algumas deduções expressamente vedadas na determinação do resultado ajustado

As seguintes deduções são expressamente veda-das na determinação do resultado ajustado:

I - Tributos e contribuições

Na determinação do resultado ajustado, a pessoa jurídica não poderá deduzir, como custo ou despesa, o imposto sobre a renda de que for sujeito passivo como contribuinte ou responsável.

Contudo, a dedutibilidade, como custo ou despe-sa, de rendimentos pagos ou creditados a terceiros abrange os impostos e as contribuições incidentes sobre os rendimentos que o contribuinte, como fonte pagadora, tiver o dever legal de reter e recolher, ainda que assuma o respectivo ônus.

Já o valor da CSL não poderá ser deduzido na determinação de sua própria base de cálculo.

Em relação à parcela da Contribuição para o Fi-nanciamento da Seguridade Social (Cofins) e das contribuições para o PIS-Pasep, calculada sobre as demais receitas que não a receita bruta das vendas e serviços, a pessoa jurídica poderá considerá-la como despesa operacional.

II - Multas

Não são dedutíveis, como custos ou despesas operacionais, as multas por infrações fiscais, salvo as de natureza compensatória e as impostas por des-cumprimento de obrigações tributárias meramente acessórias de que não resultem falta ou insuficiência de pagamento de tributo.

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No entanto, as multas impostas por transgressões de leis de natureza não tributária são indedutíveis como custos ou despesas operacionais (por exemplo, as multas de trânsito).

2.3 Empresas que exploram atividades rurais

Os bens do Ativo Imobilizado, exceto a terra nua, adquiridos por pessoa jurídica que explore a atividade rural, para uso nessa atividade, poderão ser deprecia-dos integralmente no próprio ano da aquisição.

Para efeito do Imposto de Renda, esse benefício pode ser utilizado de acordo com os procedimentos da depreciação acelerada incentivada.

A Instrução Normativa SRF no 93/1997, art. 52,

de-clara ser esse benefício extensivo à determinação da base de cálculo da CSL, o que implica o seguinte:

a) no período de apuração em que o bem for adquirido, será excluída do lucro líquido, na determinação da base de cálculo da CSL, a parcela do custo de aquisição do bem que, somado ao valor da quota de depreciação apropriada na escrituração comercial, atinja 100% do custo do bem;

b) nos períodos de apuração subsequentes, será adicionado ao lucro líquido, na determinação da base de cálculo da CSL, o valor da depre-ciação normal do bem, registrado na escritura-ção comercial.

2.4 Adições e exclusões de valores gerados até 31.12.1995

As adições e as exclusões relativas a valores originados em período de apuração encerrado até 31.12.1995 serão computadas pelo valor corrigido até essa data, com base no valor da Ufir de 1o.01.1996,

de R$ 0,8287.

De 1o.01.1996 em diante, em face da extinção da

correção monetária do balanço, não se corrigem mais os valores a serem excluídos ou adicionados ao lu-cro líquido, nem mesmo os originados em período de apuração encerrado antes dessa data.

2.5 Compensação de resultado negativo de período de apuração anterior

O resultado apurado, depois de ajustado pelas adições e pelas exclusões relacionadas nos subite-ms anteriores, quando positivo, poderá ser reduzido pela compensação de valor negativo apurado na

de-terminação da base de cálculo da contribuição em período(s) de apuração anterior(es), encerrado(s) a partir do ano-calendário de 1992, até o limite de 30% do resultado positivo apurado (Lei no 9.065/1995, art.

16, e Instrução Normativa SRF no 11/1996, art. 52).

A compensação de valores negativos, relativos a períodos anteriores, está sujeita às seguintes restri-ções (Medida Provisória no 2.158-35/2001):

a) fica vedada se entre a data da apuração e a da compensação houver ocorrido, cumulativa-mente, modificação do controle societário e do ramo de atividade da pessoa jurídica;

b) a pessoa jurídica sucessora por incorporação, fusão ou cisão não poderá compensar prejuí-zos fiscais da sucedida;

c) no caso de cisão parcial, a pessoa jurídica cindida poderá compensar os seus próprios prejuízos, mas proporcionalmente à parcela remanescente do patrimônio líquido.

Esse limite de 30% não se aplica ao resultado de-corrente da exploração da atividade rural, o qual po-derá ser compensado integralmente com o resultado positivo da atividade rural, para fins de determinação da base de cálculo da contribuição (Medida Provisó-ria no 2.158-35/2001).

Notas

(1) Não podem ser compensados na base de cálculo da CSL os valores negativos apurados até 1998 pelas instituições financeiras e demais entida-des que até aquele ano ficaram sujeitas à CSL à alíquota de 18% e optaram pela constituição do crédito alternativo focalizado na Medida Provisória no 2.158-35/2001, art. 8o.

(2) A pessoa jurídica somente pode compensar bases de cálculo nega-tivas de períodos anteriores se mantiver livros e documentos, exigidos pela legislação fiscal, comprobatórios da base de cálculo negativa utilizada para a compensação (Lei no 9.065/1995, art. 16, parágrafo único). A nosso ver, esses livros e documentos são aqueles pertinentes à escrituração contábil e fiscal e cópia da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (DIRPJ), até o ano-calendário de 1997, ou da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), a partir do ano-calendário de 1998.

(3) A empresa precisa manter controles da compensação de bases de cálculo negativas da CSL, que poderão ser transcritos no Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur) ou em livro específico para apuração da CSL (Instrução Normativa SRF no 390/2004, art. 79, § 2o).

(4) A demonstração do resultado ajustado da CSL relativa ao período abrangido pelos balanços ou balancetes de suspensão ou redução poderá ser transcrita no Lalur ou em livro específico para apuração da CSL, observan-do-se, nessa hipótese, o seguinte (Instrução Normativa SRF no 390/2004):

a) a cada balanço ou balancete levantado para fins de suspensão ou redução da CSL, o contribuinte deverá determinar um novo resul-tado ajusresul-tado para o período em curso, desconsiderando aqueles apurados em meses anteriores do mesmo ano-calendário; b) as adições, exclusões e compensações, computadas na apuração

do resultado ajustado, correspondentes aos balanços ou balan-cetes, deverão constar, discriminadamente, na Parte “A” do Lalur, para fins de elaboração da demonstração do resultado ajustado do período em curso, não cabendo nenhum registro na Parte “B” do referido livro.

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3. ALÍQUOTA

A alíquota da CSL devida pelas pessoas jurídicas, no ano-calendário de 2008, é de 9% (Lei no 9.249/1995,

art. 19; Medida Provisória no 2.158-35/2001, arts. 6o e

7o, e Lei no 10.637/2002, art. 37).

Todavia, desde 1o.05.2008, a alíquota da CSL

de-vida pelas pessoas jurídicas de seguros privados, as de capitalização e as referidas na Lei Complementar no 105/2001, art. 1o, § 1o, I a XII (bancos de qualquer

espécie; distribuidoras de valores mobiliários; corre-toras de câmbio e de valores mobiliários; sociedades de crédito, financiamento e investimentos; sociedades de crédito imobiliário; administradoras de cartões de crédito; sociedades de arrendamento mercantil; co-operativas de crédito, e associações de poupança e empréstimo), passou a ser de 15% (Lei no 7.689/1988,

art. 3, I, com a redação dada pela Lei no 11.727/2008,

art. 17). Nota

Desde o ano-calendário de 1997, no cálculo da CSL, aplica-se a alíquo-ta previsalíquo-ta na legislação sem qualquer ajuste, porque a contribuição devida deixou de ser dedutível do lucro real e da sua própria base de cálculo (Lei no 9.316/1996, art. 1o).

3.1 Bônus de adimplência fiscal

De acordo com a Instrução Normativa SRF no

390/2004, art. 116, o bônus de adimplência fiscal, ins-tituído pela Lei no 10.637/2002, será utilizado no ajuste

anual, no caso de pessoa jurídica tributada com base no resultado ajustado anual, o qual:

a) corresponde a 1% da base de cálculo da CSL determinada segundo as normas estabeleci-das para as pessoas jurídicas submetiestabeleci-das ao regime de apuração com base no lucro presu-mido;

b) será calculado em relação à base de cálculo referida na letra “a”, relativamente ao ano-ca-lendário em que for permitido seu aproveita-mento;

c) será deduzido em relação à CSL devida no ano-calendário;

d) será registrado na contabilidade da pessoa ju-rídica beneficiária:

d.1) na aquisição do direito, a débito de conta de Ativo Circulante e a crédito de Lucros ou Prejuízos Acumulados;

d.2) na utilização, a débito da provisão para pagamento da CSL e a crédito da conta de Ativo Circulante referida em “d.1”.

A parcela do bônus que não puder ser aproveita-da em determinado período poderá ser aproveitaaproveita-da em períodos posteriores, vedado o ressarcimento ou a compensação distinta da referida neste subitem.

Lembra-se que a utilização indevida do bônus implica a imposição da multa de 150%. Se o contri-buinte não atender, no prazo marcado, à intimação para prestar esclarecimentos, a multa passará a ser de 225% (Lei no 10.637/2002, art. 38, § 8o, com a

re-dação dada pela Lei no 11.488/2007, art. 14).

3.1.1 Pessoas jurídicas que não farão jus ao bônus

Não fará jus ao bônus a pessoa jurídica que, nos últimos 5 anos-calendário, se enquadre em qualquer das seguintes hipóteses, em relação a tributos e con-tribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal:

a) lançamento de ofício;

b) débitos com exigibilidade suspensa; c) inscrição em Dívida Ativa;

d) recolhimentos ou pagamentos em atraso; e) falta ou atraso no cumprimento de obrigação

acessória. Notas

(1) Na hipótese de decisão definitiva, na esfera administrativa ou ju-dicial, que implique desoneração integral da pessoa jurídica, as restrições referidas nas letras “a” e “b” serão desconsideradas desde a origem.

(2) O período de 5 anos-calendário será computado por ano completo, inclusive aquele em relação ao qual dar-se-á o aproveitamento do bônus.

4. COMPENSAÇÕES NO VALOR DA CSL ANUAL DEVIDA

Poderão ser deduzidos da CSL anual, apura-da em 31.12.2008 (Lei no 8.383/1991, art. 66; Lei no

9.250/1995, art. 39, e Lei no 9.430/1996, art. 2o, § 4o,

IV, e arts. 28 e 64):

I - o somatório da contribuição paga mensalmente, devida nos meses de janeiro a dezembro/2008, calculada por estimativa ou com base em ba-lanços ou balancetes de suspensão ou redu-ção, considerando-se como contribuição paga inclusive a parcela da CSL mensal devida que houver sido compensada com:

a) CSL retida por órgão público;

b) saldo negativo da CSL apurado em períodos de apuração anteriores;

(7)

d) CSL retida por PJ (Instrução Normativa SRF no

459/2004);

II - os saldos dos valores referidos nas letras “a” a “c” do número I não compensados com o valor da CSL devida mensalmente.

Notas

(1) Se a contribuição mensal foi paga com atraso, não podem ser dedu-zidos os acréscimos moratórios pagos.

(2) O saldo do Imposto de Renda pago no exterior que exceder o valor compensável com o Imposto de Renda devido no Brasil poderá ser com-pensado com a CSL devida em virtude da adição, em sua base de cálculo, do valor referido no número IV do subitem 2.1 (Medida Provisória no 2.158-35/2001, art. 21, parágrafo único).

5. EXEMPLO

Admita-se a hipótese de uma empresa submetida à apuração anual em 2008:

I - cuja base de cálculo anual da CSL determina-da com base no resultado apurado no balan-ço anual levantado em 31.12.2008 seja de R$ 3.850.000,00;

II - que tenha computado nesse valor:

a) resultado negativo da avaliação de investi-mentos, pela equivalência patrimonial, de R$ 212.000,00;

b) dividendos de participações societárias avaliadas ao custo de R$ 16.000,00; III - que, na determinação da base de cálculo da

contribuição, em 31.12.2008, apurou resultado negativo de R$ 255.000,00;

IV - cuja contribuição mensal devida nos meses de janeiro a dezembro/2008 (paga nos me-ses de fevereiro/2008 a janeiro/2009) some R$ 267.500,00.

Nesse caso, temos:

a) base de cálculo da contribuição devida em 31.12.2008:

Resultado apurado antes da Contribuição Social R$ 3.850.000,00 Ajustes:

(+) Resultado negativo da avaliação de

investi-mentos pela equivalência patrimonial R$ 212.000,00 (-) Dividendos creditados como receita (R$ 16.000,00) Resultado ajustado R$ 4.046.000,00 Compensação do resultado negativo apurado

em 31.12.2008 (R$ 255.000,00)

Base de cálculo da Contribuição Social R$ 3.791.000,00

*No exemplo, foi compensado o total do resultado negativo apura-do no períoapura-do-base encerraapura-do em 31.12.2008, haja vista que esse valor

(R$ 255.000,00) não ultrapassa o limite de R$ 1.213.800,00 (30% de R$ 4.046.000,00).

b) contribuição devida em 31.12.2008 (9% s/ R$ 3.791.000,00) = R$ 341.190,00:

Contribuição anual devida R$ 341.190,00 Contribuição devida mensalmente (R$ 267.500,00) Saldo da contribuição a pagar R$ 73.690,00 6. PAGAMENTO DO SALDO POSITIVO APURADO 6.1 Prazo

O saldo da CSL a pagar, apurado em 31.12.2008, deverá ser pago em quota única, até 31.03.2009, acrescido de juros equivalentes à taxa Selic acumu-lada mensalmente, a partir de 1o.02.2009, até o mês

anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do paga-mento.

Observe-se que o prazo até 31.03.2009 não se aplica ao pagamento da contribuição mensal devida em dezembro/2008, vencida em 30.01.2009, a qual, se for paga após essa data, será acrescida de multa e juros de mora calculados de acordo com a tabela prática que divulgamos mensalmente.

6.2 Preenchimento do Darf

Para o pagamento do saldo da contribuição anual, os códigos do Documento de Arrecadação de Recei-tas Federais (Darf) utilizados para o saldo a ser pago em 2009, relativo ao saldo da contribuição devida em 2008, são os seguintes:

a) entidades financeiras - 2469; b) demais entidades - 2484.

6.3 Saldo a pagar apurado em valor inferior a R$ 10,00

O Darf não pode ser utilizado para pagamento de tributos e contribuições de valor inferior a R$ 10,00 (Lei no 9.430/1996, art. 68).

Se o saldo da CSL a pagar apurado for de valor inferior a R$ 10,00, deverá ser adicionado ao valor da CSL, do mesmo código, correspondente aos períodos subsequentes, até que o valor total seja igual ou su-perior a R$ 10,00, quando, então, deverá ser pago no prazo para o pagamento da CSL devida no período em que esse limite for atingido, junto com esta, sem nenhum acréscimo moratório (Lei no 9.430/1996, art.

(8)

Nota

De acordo com o art. 29 da Medida Provisória no 449/2008, que incluiu o art. 68-A à Lei no 9.430/1996, o Poder Executivo poderá elevar para até R$ 100,00 os limites e valores de que tratam os arts. 67 e 68 da citada lei, inclu-sive de forma diferenciada por tributo, regime de tributação ou de incidência, relativos à utilização do Darf, podendo reduzir ou restabelecer os limites e valores que vier a fixar.

7. APURAÇÃO DE SALDO NEGATIVO DA CSL

De acordo com a Lei no 9.430/1996, art. 74, § 3o, VII

a IX, incluídos pela Medida Provisória no 449/2008, art.

29, e com a Instrução Normativa RFB no 900/2008, art.

34, não poderão ser objeto de compensação mediante entrega, pelas pessoas jurídicas, do Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Decla-ração de Compensação (PER/Dcomp) os débitos:

a) relativos a tributos e contribuições de valores originais inferiores a R$ 500,00;

b) relativos ao pagamento mensal por estimativa do IRPJ e CSL no lucro real anual.

Em face dessas disposições, conclui-se que: a) somente poderão ser compensados créditos

de impostos e contribuições recolhidos indevi-damente ou a maior com débitos iguais ou su-periores a R$ 500,00, ou seja, quando o débito for de até R$ 499,99, não poderá ser compen-sado por meio do PER/Dcomp; e

b) a pessoa jurídica optante pelo lucro real anual com apuração mensal com base em balanços ou balancetes de suspensão ou redução ou com base na receita bruta não poderá com-pensar o saldo negativo do IRPJ e da CSL apurado em anos-calendário anteriores, com o IRPJ e CSL estimados a serem recolhidos mensalmente, em razão da proibição de utili-zação do PER/Dcomp.

Dessa forma, em relação ao saldo negativo do IRPJ e CSL, somente poderá ser utilizado para com-pensação com outros tributos e contribuições, exce-to IRPJ e CSL devidos mensalmente por estimativa, ou por ocasião do encerramento do ano-calendário de apuração do lucro real anual, com o saldo credor apurado a ser recolhido ao final do mês de março do ano-calendário seguinte.

8. LANÇAMENTO DE OFÍCIO NO CASO DE NÃO-PAGAMENTO DA CSL MENSAL

Se for constatada pelo Fisco, após o encerramento do ano-calendário, falta ou insuficiência de pagamento da CSL por estimativa, que não se apoiar em resultado apurado em balanço ou balancete de suspensão ou re-dução levantado com observância das leis comercial e fiscal e transcrito no Diário, a empresa ficará sujeita ao lançamento da multa de ofício, nas mesmas condições previstas para o Imposto de Renda (Instrução Normati-va SRF no 93/1997, arts. 16 e 49).

A não-escrituração do livro Diário até o último dia útil do mês subsequente àquele a que se referir o im-posto/contribuição devidos implica a desconsideração do balanço ou balancete de suspensão ou redução, ficando a empresa sujeita à multa de ofício sobre os valores indevidamente suspensos ou reduzidos (Instru-ção Normativa SRF no 93/1997, arts. 15, § 3o, e 49).

Nota

É oportuno lembrar que a CSL devida em cada mês deve ser calcula-da segundo o mesmo critério adotado para o cálculo do Imposto de Rencalcula-da devido no respectivo mês, ou seja, no mês em que o imposto for calculado por estimativa. Essa mesma regra deverá ser observada para a contribuição, pois, no mês em que o pagamento do imposto for suspenso ou reduzido com base em balanço ou balancete, impõe-se o cálculo da contribuição com base no resultado apurado no balanço ou balancete levantado, com os ajustes tratados no item 2.

Legislação Societária

Sociedade entre marido e mulher

1. INTRODUÇÃO

O Código Civil (CC/2002 - Lei no 10.406/2002)

as-sim dispõe:

“Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.”

Portanto, como regra, o vigente CC/2002 permite a sociedade entre marido e mulher casados sob o regi-me de comunhão parcial de bens (arts. 1.658 a 1.666) e de separação de bens (arts. 1.687e 1.688). Esses são os dois regimes de casamento mais comuns.

De acordo com a norma transcrita, somente em dois casos é proibida a sociedade entre cônjuges: se eles forem casados no regime de comunhão universal

(9)

de bens (art. 1.667) ou no de separação obrigatória de bens (art. 1.641).

Deve-se salientar que, conforme se lê no disposi-tivo, a restrição se estende também à constituição de sociedades (por ambos os cônjuges) com terceiros, porque os cônjuges permaneceriam como sócios.

Nota

Cabe registrar que, de acordo, respectivamente, com os arts. 1.667 e 1.641 do diploma em foco:

a) o regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas (com as exceções mencionadas no art. 1.668 do mesmo diploma); b) é obrigatório o regime da separação de bens no casamento:

b.1) das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento;

b.2) da pessoa maior de 60 anos;

b.3) de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.

2. EXTENSÃO DO IMPEDIMENTO

O alcance da restrição contida no CC/2002, art. 977, gerou algumas dúvidas. Uma das questões se-ria a menção que o dispositivo faz à contratação de sociedade, pelos cônjuges, “entre si ou com tercei-ros”, ou seja, se existiria impedimento, por exemplo, de uma pessoa casada sob o regime de comunhão universal de bens contratar sociedade com outra pes-soa, também casada sob esse ou sob outro regime.

Todavia, entende-se que não há esse impedimen-to. A restrição legal, no caso de cônjuges casados no regime de comunhão universal de bens ou no de se-paração obrigatória de bens, é direcionada à contra-tação de sociedade:

a) pelos cônjuges entre si; ou

b) por ambos com terceiros, em uma mesma so-ciedade.

Na época, a questão foi levada ao Departamento Na-cional de Registro do Comércio (DNRC), que, por meio do Parecer Jurídico no 50/2003, assim se manifestou:

“Esse dispositivo do NCC não se encontra dentre aque-les suscitadores de polêmica, tanto que quase nada foi escrito sobre o assunto por parte da doutrina jurídica. Inobstante, en-tendemos, por ser no mínimo razoável em face do princípio da autonomia da vontade vigente no direito brasileiro, que a res-trição da norma ali inserta limita tão-somente a constituição de sociedade entre os cônjuges casados no regime da comunhão universal de bens ou no da separação obrigatória ou desses conjuntamente com terceiros, não indo tão longe ao ponto de proibir que pessoas, bastando serem casadas nesses regimes de bens, estariam impedidas de individualmente contratarem sociedade, ainda que sem qualquer vínculo entre si.

Ricardo Fiúza em suas anotações no ‘Novo Código Civil Comentado’, explica:

‘A norma do art. 977 proíbe a sociedade entre cônjuges quando o regime for o da comunhão universal (art. 1.667) ou o da separação obrigatória (art. 1.641). No primeiro caso, o da comunhão total, a sociedade seria uma espécie de ficção, já que a titularidade das quotas do capital de cada cônjuge na sociedade não estaria patrimonialmente separada no âmbito da sociedade conjugal, da mesma maneira que todos os demais bens não excluídos pelo art. 1.668, a ambos pertencentes. No que tange ao regime da separação obrigatória, a vedação ocor-re por disposição legal, nos casos em que sobocor-re o casamento possam ser levantadas dúvidas ou questionamentos acerca do cumprimento das formalidades ou pela avançada idade de qualquer dos cônjuges. Estando os cônjuges casados pelos re-gimes da separação total ou da comunhão parcial, podem cons-tituir sociedade, entre si ou com terceiros. Permite-se, assim, a sociedade entre cônjuges nos regimes de comunhão parcial e da separação total, em que ambos os cônjuges podem fazer suas contribuições individuais para a formação do patrimônio social, desde que não haja abuso da personalidade jurídica so-cietária com a intenção de prejudicar credores. A partir do novo Código Civil, o ordenamento jurídico permite, expressamente, a constituição de sociedade empresária ou simples entre marido e mulher, superando, assim, lacuna existente em nossa legisla-ção e as divergências jurisprudenciais que vinham sendo obje-to de acalorados debates pela doutrina.’”

3. SOCIEDADE ENTRE CÔNJUGES ANTERIOR AO NOVO CÓDIGO CIVIL

O comando contido no art. 977 causou dúvidas, também, sobre qual procedimento deveria ser adotado pela sociedade entre cônjuges casados sob os regimes de comunhão universal de bens ou de separação obri-gatória constituída anteriormente ao CC/2002.

A dúvida era basicamente se, nesses casos, ha-veria necessidade de alterar o quadro societário da empresa ou o regime de casamento dos cônjuges.

Indagado sobre o tema, o DNRC emitiu o Parecer Jurídico DNRC/Cojur no 125/2003, por meio do qual

esclareceu que, nessa hipótese, não é necessária ne-nhuma alteração. Vejamos:

“A norma do artigo 977 do CC proíbe a sociedade entre cônjuges tão somente quando o regime for o da comunhão uni-versal de bens (art. 1.667) ou da separação obrigatória de bens (art. 1.641). Essa restrição abrange tanto a constituição de so-ciedade unicamente entre marido e mulher, como destes junto a terceiros, permanecendo os cônjuges como sócios entre si.

De outro lado, em respeito ao ato jurídico perfeito, essa proibição não atinge as sociedades entre cônjuges já constitu-ídas quando da entrada em vigor do Código, alcançando, tão somente, as que viessem a ser constituídas posteriormente. Desse modo, não há necessidade de se promover alteração do quadro societário ou mesmo da modificação do regime de casamento dos sócios-cônjuges, em tal hipótese.”

3.1 Esclarecimentos da Jucesp e norma do DNRC

Manifestando-se sobre o tema, por meio de uma cartilha lançada em 2003, denominada “Impactos do

(10)

novo Código Civil na Junta Comercial”, a Junta Co-mercial do Estado de São Paulo (Jucesp) concluiu que (págs. 18 e 19):

a) quanto às sociedades já existentes, não cabe nenhuma diligência à Junta Comercial, mas sim aos sócios da sociedade quando se pro-ceder às devidas adaptações;

b) há quem defenda, com boa sustentação dou-trinária, que esse dispositivo não haverá de ser aplicado às sociedades constituídas ante-riormente à vigência do CC/2002, não haven-do, pois, de se falar em qualquer adaptação

do contrato social quanto a esse aspecto do regime de bens (neste ponto, a Jucesp cita expressamente o Parecer Jurídico DNRC/Co-jur no 125/2003).

Como fecho, a Jucesp transcreveu o subitem 3.2.5 do Manual de Atos de Registro de Sociedade Limitada, aprovado pela Instrução Normativa DNRC no 98/2003, que assim dispõe:

“Sócios casados no regime da comunhão universal de bens ou no da separação obrigatória, de empresas registradas anterior-mente a 11/01/2003, não precisam alterar essa situação.”

IOB Setorial

Automotivo - Tributação da

contribuição para o PIS-Pasep e da

Cofins sobre a venda de máquinas e

veículos

1. INTRODUÇÃO

Os importadores e as pessoas jurídicas fabri-cantes de veículos automotores e de máquinas agrí-colas autopropulsadas, classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 8432.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5 e 87.01 a 87.06 da Tipi, estão su-jeitos à incidência não cumulativa da contribuição ao PIS-Pasep e da Cofins sobre a receita bruta auferida com a venda desses produtos, mediante aplicação de alíquotas diferenciadas.

As pessoas jurídicas encomendantes dos refe-ridos produtos, importados por sua conta e ordem, também ficam sujeitas a esse regime especial.

Nota

A empresa comercial atacadista, equiparada a estabelecimento indus-trial, adquirente dos produtos resultantes da industrialização por encomenda, sujeita-se às alíquotas diferenciadas de que trata o mencionado regime.

(Lei no 10.485/2002, art. 1o, e § 3o, com as alterações

pro-movidas pela Lei no 10.865/2004)

2. BASE DE CÁLCULO

A contribuição ao PIS-Pasep e a Cofins incidem sobre a receita bruta decorrente da venda de veículos automotores e de máquinas agrícolas autopropulsa-das, mencionadas no item anterior, depois de dedu-zidos:

a) o valor dos descontos incondicionais concedi-dos, quando computados como receita bruta; b) o valor das vendas canceladas, depois de

deduzidos os valores dos descontos incondi-cionais concedidos a elas relacionados, e do IPI e do ICMS (quando este for recolhido na condição de substituto tributário); e

c) outros valores, computados como receita bruta e passíveis de exclusão da base de cálculo da contribuição, como o IPI, o ICMS cobrado pelo declarante na condição de substituto tributá-rio, as receitas isentas, as receitas decorrentes de saídas com suspensão da contribuição e as devoluções de vendas, caso a pessoa ju-rídica esteja sujeita ao regime cumulativo da Cofins e da contribuição ao PIS-Pasep.

Nota

Para as pessoas jurídicas sujeitas ao regime não cumulativo, a dedu-ção das devoluções de vendas sobre a receita bruta, para fins de base de cálculo, não é aplicável, pois as devoluções recebidas geram créditos das contribuições, uma vez que retornam ao estoque, e estes, por sua vez, gera-rão outros créditos que segera-rão aproveitados para dedução das contribuições a pagar.

Além dessas deduções, observamos que a base de cálculo poderá ser reduzida em:

a) 30,2%, no caso da venda de caminhões chas-si com carga útil igual ou superior a 1.800 kg e caminhões monobloco com carga útil igual ou superior a 1.500 kg, classificados na posição 87.04 da Tipi, observadas as especificações estabelecidas pela Receita Federal do Brasil; b) 48,1%, no caso de venda de produtos

(11)

8432.40.00, 8432.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 8702.10.00 Ex. 02, 8702.90.90 Ex. 02, 8704.10.00, 87.05 e 8706.00.10 Ex. 01 (somente os destinados aos produtos classificados nos Ex. 02 dos códigos 8702.10.00 e 8702.90.90).

Poderão ser excluídos também da base de cálculo das contribuições os valores, recebidos pelo fabrican-te ou importador nas vendas diretas ao consumidor final dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da Tipi, por conta e ordem dos concessionários, de que trata a Lei no 6.729/1979, a estes devidos pela

intermediação ou entrega dos veículos e o ICMS inci-dente sobre esses valores, nos termos estabelecidos nos respectivos contratos de concessão.

Nota

Em relação aos valores devidos aos concessionários pela intermedia-ção ou entrega de veículos:

a) não poderão exceder a 9% do valor total da operação;

b) serão tributados, para fins de incidência da contribuição ao PIS-Pasep e da Cofins, à alíquota zero pelos referidos concessionários; e

c) devem ser reduzidos nos mesmos percentuais (de 30,2% ou de 48,1%), caso a operação se refira aos produtos cujas receitas de venda são reduzidas nessas proporções.

(Lei no 10.485/2002, arts. 1o, § 2o, e 2o, §§ 1o e 2o)

3. ALÍQUOTAS

A receita bruta auferida com a venda de má-quinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 8432.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5 e 87.01 a 87.06 da Tipi está su-jeita à incidência não cumulativa da contribuição ao PIS-Pasep e da Cofins.

Assim, as referidas contribuições devem ser cal-culadas aplicando-se:

a) alíquotas de 2% (PIS-Pasep) e 9,6% (Cofins), no caso de vendas efetuadas por importado-res, fabricantes e empresa comercial ataca-dista, equiparada a industrial, na forma da Me-dida Provisória no 2.189-49/2001, art. 17, § 5o,

adquirente dos produtos resultantes da indus-trialização por encomenda, classificados nos códigos 87.01, 8702.10.00 Ex. 02, 8702.90.90 Ex. 02, 8704.10.00 e 87.05 da Tipi;

b) alíquota zero, no caso de vendas efetuadas por comerciantes atacadistas e varejistas, ex-ceto quando efetuadas pela empresa comer-cial atacadista de que trata a letra “a”; e

c) alíquota zero, incidente sobre a receita bruta decorrente da venda, no mercado interno de veículos novos montados sobre chassis, com capacidade para 23 a 44 pessoas, classifica-dos nos códigos 8702.10.00 Ex 02 e 8702.90.90 Ex 02 da Tipi, destinados ao transporte escolar para a educação básica das redes estadual e municipal, que atendam aos dispositivos da Lei no 9.503/1997 - Código de Trânsito

Brasi-leiro, quando adquiridos pela União, Estados, Municípios e Distrito Federal, na forma a ser estabelecida em regulamento do Poder Exe-cutivo.

Nota

O disposto neste item, em relação aos produtos classificados no Capí-tulo 84 da Tipi, aplica-se exclusivamente aos veículos autopropulsados.

(Lei no 10.485/2002, arts. 1o e 3o, § 2o, I, com as alterações

promovidas pela Lei no 10.865/2004; Lei no 10.865/2004, art. 28,

VIII, com redação dada pela Lei no 11.727/2008, e Perguntas e

Respostas DIPJ 2008, Capítulo XXII, questão 86). 4. CRÉDITOS

4.1 Créditos sobre importação

A pessoa jurídica importadora de máquinas e veí-culos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 8432.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, destinados à revenda, e sujeita ao regime não cumulativo da con-tribuição ao PIS-Pasep e da Cofins poderá beneficiar-se de créditos, utilizando os beneficiar-seguintes percentuais:

a) PIS-Pasep: 2%; b) Cofins: 9,6%.

Observe-se que o crédito na hipótese de devolu-ção será determinado mediante a aplicadevolu-ção das alí-quotas incidentes na venda sobre o valor ou unidade de medida, conforme o caso, dos produtos recebidos em devolução no mês.

(Leis nos 10.865/2004, art. 17, § 2o, e 10.833/2003, art. 3o,

§ 18)

4.2 Demais créditos

Importante ressaltar que a pessoa jurídica sujei-ta ao recolhimento das contribuições por alíquosujei-tas concentradas ou por incidência de unidade de pro-dutos, tributada pelo regime não cumulativo, terá di-reito ao aproveitamento de créditos da contribuição ao PIS-Pasep e da Cofins, conforme previstos na Lei no 10.637/2002, art. 3o, e na Lei no 10.833/2003, art. 3o,

(12)

5. EXEMPLOS

Supondo que a empresa Alfa Indústria e Comércio de Veículos Automotores Ltda., sujeita ao regime não cumulativo, vendeu no mês de setembro/2008:

a) R$ 1.000.000,00 em veículos classificados no código 87.02 da Tipi; e

b) R$ 800.000,00 em caminhões chassi com carga útil igual ou superior a 1.800 kg, classificados no código 87.04 da Tipi.

Desse modo, teremos a seguinte apuração hipotética da Cofins e da contribuição ao PIS-Pasep: PIS-Pasep

Veículos automóveis classificados no código 87.02 (R$ 1.000.000,00 x 2%) ...(A) R$ 20.000,00 Caminhões chassi com carga útil igual ou inferior a 1.800 kg

(redução da base de cálculo em 30,2%): R$ 800.000,00 - (R$ 800.000,00 x 30,2%) ...R$ 558.400,00 Cálculo da contribuição: (R$ 558.400,00 x 2%) ... (B) R$ 11.168,00 PIS-Pasep devido ... (A + B) R$ 31.168,00 Cofins

Veículos automóveis classificados no código 87.02 (R$ 1.000.000,00 x 9,6%) ...(A) R$ 96.000,00 Caminhões chassi com carga útil igual ou inferior a 1.800 kg

(redução da base de cálculo em 30,2%): R$ 800.000,00 - (R$ 800.000,00 x 30,2%) ...R$ 558.400,00 Cálculo da contribuição: (R$ 558.400,00 x 9,6%) ... (B) R$ 53.606,40 Cofins devido ... (A + B) R$ 149.606,40

IOB Entende

Cofins/PIS-Pasep - Créditos sobre o

valor das bonificações recebidas em

mercadorias

A bonificação de mercadorias é definida como o desconto comercial concedido no próprio documento fiscal emitido pelo vendedor por meio de entrega de quantidade maior de mercadorias pelo mesmo preço (chamada dúzia de 13 ou quilo de 1.200 kg).

Nas bonificações, o custo da mercadoria será ra-teado pelo total recebido, inclusive aquela bonificada pelo valor unitário pago por cada mercadoria.

No caso de bonificação que não conste no mes-mo documento fiscal de compra das mercadorias, mas em nota fiscal separada, com a mesma data do documento fiscal de compra, entendemos que so-mente poderá ser enquadrada como tal se realso-mente se comprovar que esta operação está atrelada à com-pra das mercadorias para fins de rateio do custo de aquisição pela quantidade entregue pelo fornecedor.

No caso da comprovação de que essas bonifi-cações não estão relacionadas com a aquisição das mercadorias, presume-se que a operação se caracte-riza como doação.

Com essa definição do que vêm a ser bonifica-ções de mercadorias, a dúvida que se suscita é se pode ser apropriado crédito de PIS-Pasep e Cofins sobre as mercadorias bonificadas.

Entendemos que o crédito da contribuição ao PIS-Pasep e da Cofins deve ser calculado sobre o custo das mercadorias adquiridas, caso em que as bonificações não têm custo direto, mas estão embutidas juntamente com o custo das próprias mercadorias adquiridas que geram crédito das contribuições, desde que observa-das as Leis nos 10.637/2002, art. 3o; 10.833/2003, art.

3o, e 10.865/2004, arts. 15 e 17.

No caso de a operação ser caracterizada como doação, a pessoa jurídica beneficiária não terá direito ao crédito da contribuição ao PIS-Pasep e da Cofins.

(13)

WExemplo

- Compra de 100 peças a R$ 10,00, com uma peça bonificada. - Estoque de peças: R$ 1.000,00.

- O custo das peças corresponderá a R$ 9,9010 (R$ 1.000,00 : 101).

- O crédito da Cofins e da contribuição ao PIS-Pasep será, por sua vez, calculado com base em R$ 1.000,00.

IOB Perguntas e Respostas

IRPF - Declaração de Ajuste Anual - Ano-calendário de 2008, exercício de 2009 - Contribuição previdenciária patronal de empregado doméstico -

Possibilidade de dedução

1) Contribuinte que tem empregado doméstico pode deduzir, na Declaração de Ajuste Anual referente ao exercício de 2009, ano-calendário de 2008, os valores pagos a título de contribuição previdenciária patronal?

R.: Sim. A partir do exercício de 2007, ano-calen-dário de 2006, até o exercício de 2012, ano-calenano-calen-dário de 2011, será admitida a dedução, para fins de apu-ração do Imposto de Renda devido na Declaapu-ração de Ajuste Anual, da contribuição patronal incidente sobre o valor da remuneração do empregado, paga à Previ-dência Social pelo empregador doméstico.

Essa dedução: a) está limitada:

a.1) a um empregado doméstico por declara-ção, inclusive no caso da declaração em conjunto;

a.2) ao valor recolhido no ano-calendário a que se referir a declaração;

b) aplica-se somente ao modelo completo de De-claração de Ajuste Anual;

c) não poderá exceder:

c.1) ao valor da contribuição patronal calcula-da sobre um salário-mínimo mensal, so-bre o 13o salário e sobre a remuneração

adicional de férias, referentes também a um salário-mínimo;

c.2) ao valor do imposto apurado na Declara-ção de Ajuste Anual, deduzidos os valo-res relativos:

c.2.1) às contribuições feitas aos fun-dos controlafun-dos pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos da Criança e do Ado-lescente;

c.2.2) às contribuições efetivamente realizadas em favor de projetos culturais, aprovados na forma da regulamentação do Progra-ma Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), instituído pela Lei no

8.313/1991, art. 1o;

c.2.3) aos investimentos feitos a título de incentivo às atividades audio-visuais, na forma e nas condições previstas na Lei no 8.685/1993,

arts. 1o e 4o; e

c.2.4) aos valores despendidos a título de patrocínio ou doação, no apoio direto a projetos desportivos e pa-radesportivos previamente apro-vados pelo Ministério do Esporte (Lei no 11.438/2006, art. 1o);

d) fica condicionada à comprovação da regula-ridade do empregador doméstico perante o Regime Geral de Previdência Social quando se tratar de contribuinte individual.

(Lei no 9.250/1995, art. 12, VII, e § 3o, incluídos pela Lei no

(14)

IRPF - Declaração de Ajuste Anual - Ano-calendário de 2008, exercício de 2009 - Modelo simplificado -

Contribuintes autorizados a utilizar

2) Quem pode optar pela apresentação da De-claração de Ajuste Anual do ano-calendário de 2008, exercício de 2009, no modelo simplificado?

R.: Todos os contribuintes podem optar pela apre-sentação da Declaração de Ajuste Anual referente ao exercício de 2009, ano-calendário de 2008, no mode-lo simplificado.

Apenas estão impedidos de fazê-lo aqueles que pretendem compensar prejuízo da atividade rural ou imposto pago no exterior.

Observe-se, todavia, que, após 30.04.2009, não será permitida a retificação da declaração para mu-dança de modelo de declaração já apresentada.

(Instrução Normativa RFB no 918/2009, arts. 2o e 7o, § 3o)

(15)

Imposto de Renda e Legislação Societária

Eletrônico IOB

IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA

Empréstimo compulsório sobre

combustíveis e veículos - Atualização

monetária e juros - Março/2009

Para cálculo da atualização monetária mensal dos valores referentes a empréstimo compulsório sobre combustíveis e veículos, devem ser adotados os mes-mos critérios de apuração dos rendimentos da cader-neta de poupança com data de aniversário no 1o dia

de cada mês (Decreto-lei no 2.288/1986, art. 16, § 1o,

e ADN CST no 15/1992).

Em relação ao cálculo dos juros mensais, aplica-se 0,005 (equivalente à taxa mensal de 0,5%) sobre o saldo atualizado do empréstimo. O índice de atuali-zação monetária dos saldos de depósito de poupan-ça com aniversário no primeiro dia do mês de mar-ço/2009, aplicável à atualização monetária dos saldos dos empréstimos compulsórios existentes no último dia desse mês, é 0,000451 (0,0451% - Comunicado Bacen no 18.023/2009).

Da aplicação desse índice, resulta apenas o va-lor da atualização monetária a contabilizar. Para obter

diretamente o valor atualizado do empréstimo sobre o qual se calcula os juros, é necessário aplicar esse índice acrescido da unidade 1,000000.

Para visualizar a íntegra do(s) ato(s) citado(s), acesse o Site do

Cliente IOB ou a sua versão gratuita do IOB Online Regulatório.

IRPJ/CSL

4

o

trimestre de 2008 - Pagamento

da 3

a

quota, até 31.03.2009, com

acréscimo de juro

As pessoas jurídicas tributadas com base nos resultados trimestrais efetivos (lucro real trimestral e lucro presumido ou arbitrado) que, relativamente ao 4o trimestre de 2008, tiverem optado por parcelar o

Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lu-cro a pagar (apurados em 31.12.2008) devem reco-lher a 3a quota do imposto e/ou da contribuição, com

vencimento em 31.03.2009, acrescida de juro Selic de fevereiro (0,86%) mais 1%, referente ao mês de mar-ço/2009.

WExemplo

Pessoa jurídica que tenha apurado no 4o trimestre de 2008 valores a pagar no montante de R$ 5.100,00,

a título de Imposto de Renda, e de R$ 3.600,00, de Contribuição Social, e que tenha optado por efetuar o pagamento em três parcelas (correspondendo, cada uma, a R$ 1.700,00 e R$ 1.200,00, respectivamente). Nesse caso, teremos:

Tributo Valor original da quota* Juro aplicável Valor do juro** Valor a ser recolhido***

Imposto de Renda R$ 1.700,00 1,86 % R$ 31,62 R$ 1.731,62

Contribuição Social R$ 1.200,00 1,86 % R$ 22,32 R$ 1.222,32

* Valor a ser indicado no campo 07 do Darf. ** Valor a ser indicado no campo 09 do Darf. *** Valor a ser indicado no campo 10 do Darf.

(16)

Notas

(1) Nenhuma quota pode ter valor inferior a R$ 1.000,00, e o imposto (ou a contribuição) de valor inferior a R$ 2.000,00 deve ter sido pago em quota única até 30.01.2009, sem incidência de juros.

(2) Nos casos de incorporação, fusão ou cisão e de extinção de pessoa jurídica pelo encerramento da liquidação, o imposto e a contribuição devem ser pagos em quota única até o último dia útil do mês subsequente ao do evento.

(Lei no 9.430/1996, arts. 5o e 28)

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IRPJ/CSL/COFINS/PIS-PASEP

Compensação de valores pagos a maior ou indevidamente - Acréscimos de juros

em março/2009 - Percentuais a utilizar

1. JUROS SOBRE PAGAMENTOS INDEVIDOS OU A MAIOR FEITOS A PARTIR DE 1o.01.1998

Sobre os valores a compensar ou a restituir, relativos a tributos ou contribuições federais pagos indevida-mente ou em valor maior que o devido a partir de 1o.01.1998, incidem juros (Lei no 9.250/1995, art. 39, § 4o, e

Lei no 9.532/1997, arts. 73 e 81, II):

a) com base na taxa Selic, a partir do mês subsequente ao do pagamento indevido ou a maior até o mês anterior ao da compensação; e

b) de 1%, relativo ao mês em que for efetuada a compensação.

De acordo com essas normas, a compensação, em março/2009, de pagamentos indevidos ou a maior que o devido, feitos a partir de 1o.01.1998, será acrescida de juros calculados de acordo com a tabela a seguir, cujos

percentuais são aplicados sobre o valor original do crédito a compensar.

Ano Mês

Percentuais de juros aplicáveis em março/2009

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Janeiro 142,44 126,44 110,10 92,00 71,54 56,29 38,68 24,90 13,80 1,86 Fevereiro 140,99 125,42 108,85 90,17 70,46 55,07 37,53 24,03 13,00 1,00 Março 139,54 124,16 107,48 88,39 69,08 53,54 36,11 22,98 12,16 * Abril 138,24 122,97 106,00 86,52 67,90 52,13 35,03 22,04 11,26 Maio 136,75 121,63 104,59 84,55 66,67 50,63 33,75 21,01 10,38 Junho 135,36 120,36 103,26 82,69 65,44 49,04 32,57 20,10 9,42 Julho 134,05 118,86 101,72 80,61 64,15 47,53 31,40 19,13 8,35 Agosto 132,64 117,26 100,28 78,84 62,86 45,87 30,14 18,14 7,33 Setembro 131,42 115,94 98,90 77,16 61,61 44,37 29,08 17,34 6,23 Outubro 130,13 114,41 97,25 75,52 60,40 42,96 27,99 16,41 5,05 Novembro 128,91 113,02 95,71 74,18 59,15 41,58 26,97 15,57 4,03 Dezembro 127,71 111,63 93,97 72,81 57,67 40,11 25,98 14,73 2,91

* Sobre o pagamento indevido ou a maior feito e compensado no mesmo mês não incidem juros.

Nota

Tratando-se de saldos negativos do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro apurados trimestral e anualmente, os juros a que se refere a letra “a” serão contados como segue (IN RFB no 900/2008, art. 4o):

a) saldos negativos apurados anualmente podem ser restituídos a partir do mês de janeiro do ano-calendário subsequente ao do encerramento do pe-ríodo de apuração;

(17)

c) saldos negativos apurados em eventos de cisão, fusão, incorpora-ção ou encerramento de atividade podem ser restituídos a partir do 1o dia útil subsequente ao do encerramento do período de apura-ção.

2. JUROS SOBRE PAGAMENTOS INDEVIDOS OU A MAIOR EFETUADOS ANTES DE 1998

No caso de pagamento indevido ou a maior que o devido efetuado antes de 1o.01.1998, os juros a

acres-cer sobre o valor a compensar são calculados (Lei no

9.250/1995, art. 39, § 4o):

a) pela taxa Selic, a partir:

a.1) de janeiro/1996 até o mês anterior ao da compensação, no caso de pagamento indevido ou a maior feito até 31.12.1995; a.2) da data do pagamento indevido ou a

maior até o mês anterior ao da compen-sação, no caso de pagamento indevido ou a maior feito a partir de 1o.01.1996 até

31.12.1997; e

b) à razão de 1%, relativo ao mês em que for efe-tuada a compensação.

No item 2 do texto publicado no Boletim no 3/2004,

pág. 1, neste Caderno, publicamos tabela com os per-centuais de juros incidentes sobre créditos sados em janeiro/2004. Assim, no caso de compen-sação, em março/2009, de créditos relativos a paga-mentos indevidos ou a maior do que o devido efetua-dos antes de 1o.01.1998, para sabermos o percentual

de juros a aplicar basta adicionarmos 71,81% (soma das taxas Selic de janeiro/2004 a fevereiro/2009) aos percentuais constantes daquela tabela.

3. EXEMPLO

Recolhimento indevido, em 23.01.2009, no valor de R$ 100,00, a título de PIS-Pasep, a ser compen-sado em março/2009. Os juros, nesse caso, seriam assim determinados:

R$ 100,00 x 1,86%* = R$ 1,86

* Percentual aplicável conforme tabela. Observe-se que o percentual utilizado corresponde, na tabela, àquele fixado para o mês em que o pa-gamento foi efetuado a maior ou indevidamente (janeiro/2009). Portanto, do PIS-Pasep a ser recolhido em março/2009, poderá ser compensada a impor-tância de R$ 101,86 (R$ 100,00 + R$ 1,86).

Para visualizar a íntegra do(s) ato(s) citado(s), acesse o Site do

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Direitos de crédito e obrigações em

moeda estrangeira - Reconhecimento

pelo regime de competência em

27.02.2009 - Taxas cambiais

Para fins de reconhecimento, pelo regime de competência, da atualização monetária de direitos de crédito e obrigações contratados em moeda es-trangeira, divulgamos a seguir a lista das últimas co-tações de diversas moedas estrangeiras verificadas em 27.02.2009 (último dia útil do mês de fevereiro), informadas pelo Banco Central do Brasil. Lembramos que:

a) na atualização de direito de crédito, utilizam-se as taxas para compra; e

b) na atualização de obrigações, utilizam-se as taxas para venda.

Moedas Cotação em 27.02.2009 Compra Venda

Bolívar Forte Venezuelano 1,10586 1,10902

Boliviano 0,338448 0,338562 Coroa Dinamarquesa 0,405426 0,405614 Coroa Norueguesa 0,338999 0,339355 Coroa Sueca 0,264492 0,264805 Dólar Australiano 1,52856 1,52979 Dólar Canadense 1,87235 1,87379 Dólar dos Estados Unidos 2,3776 2,3784

Franco Suíço 2,03651 2,03770

Guarani 0,0004626 0,0004710

Iene Japonês 0,024341 0,024354

Libra Esterlina 3,40829 3,41015 Novo Sol Peruano 0,731119 0,732041 Peso Argentino 0,666461 0,667715 Peso Chileno 0,0039792 0,0039906 Peso Colombiano 0,0009337 0,0009353

Peso Mexicano 0,157249 0,157692

Peso Uruguaio 0,100308 0,100342

Unidade Monetária Européia 3,01991 3,02116 Notas

(1) Para efeito de determinação da base de cálculo do Imposto de Ren-da, da Contribuição Social sobre o Lucro, da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins, bem como da determinação do lucro da exploração, desde 1o.01.2000, as variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações da pessoa jurídica, em função da taxa de câmbio, serão consideradas (MP no 2.158-35/2001, art. 30):

a) por ocasião da liquidação da correspondente operação (regime de caixa); ou

b) à opção da pessoa jurídica, segundo o regime de competência, o qual, se escolhido, aplicar-se-á a todo o ano-calendário.

Referências

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