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Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 3417

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Produção e qualidade física e química de cebola cultivada no Sertão

paraibano

José Ricardo Tavares de Albuquerque1; Franciscleudo Bezerra da Costa1; Emmanuel Moreira Pereira1; Thayse Cavalcanti Rocha1; Hamurábi Anízio Lins1; Yaroslávia Ferreira Paiva1

1UFCG – Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar. Rua Jairo Vieira Feitosa, S/N – Bairro

Pereiros, 58840-000 Pombal – PB, ricardoplay33@hotmail.com, franciscleudo@ccta.ufcg.edu.br, emmanuel16mop@hotmail.com, thaysecavalcante14@hotmail.com, hamurabi_a_@hotmail.com, yaroslaviapaiva@gmail.com

RESUMO

O objetivo foi avaliar a produção e a qualidade física e química de cebola cultivada no Sertão da Paraíba. O experimento foi realizado no Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar da Universidade Federal de Campina Grande, Câmpus de Pombal, Pombal-PB. A variedade de cebola utilizada foi a IPA 11 com ciclo previsto de 90 dias após o transplantio. Após a colheita as plantas foram conduzidas ao laboratório de Análises de Alimentos, para os procedimentos de análises física e química dos bulbos, talos e folhas, como: umidade, cinzas, sólidos solúveis totais, acidez total titulável, concentração de íons H+ e Vitamina C. A colheita das cebolas foi realizada aos 136 dias após a semeadura, quando cerca de 60% das plantas encontravam-se tombadas. O número total de bulbos colhidos foi de 137, rendendo uma massa fresca total de 8,84kg, com uma estimativa de produtividade obtida em torno de 18 t/ha. Quanto às características física e química verificou-se que o teor de umidade entre bulbos, talos e folhas foi similar. As cinzas mostraram-se com valores em ordem crescente para bulbos, talos e folhas. Os valores de ATT variaram em 0,32% nos bulbos, 0,20% nos talos, e 0,20% em folhas. A concentração de íons H+ foi de 3,52µM para os bulbos, 7,57µM para os talos e 5,37µM para as folhas. Os valores médios de SST foram de 9,58% nos bulbos, 7,57% nos talos e 5,37% nas folhas. O teor de vitamina C foi maior, em ordem, para as folhas, bulbos e talos.

PALAVRAS-CHAVE: Allium cepa L., produtividade, bulbos. ABSTRACT

Aim was to evaluate the production and physical and chemical quality of onions grown in the Sertão from Paraíba. The experiment was conducted at the Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar, Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Pombal, Pombal-PB. A variety of onion used was IPA 11 with planned cycle of 90 days after transplanting. After harvesting the plants were cultivated in the laboratory of Food Analysis, for the procedures of analysis and physical chemistry of bulbs, stems and leaves, such as: moisture, ash, total soluble solids, total titratable acidity, concentration of H+ and Vitamin C. The harvest of onions was performed 136 days after sowing, when about 60% of the plants were toppled. The total number of bulbs collected was 137, yielding a total fresh weight of 8.84 kg, with an estimated yield obtained at around 18 t / ha. The physical and chemical characteristics it was found that the moisture content of bulbs, stems and leaves was similar. Ash showed up with values in ascending order bulbs, stems and leaves. ATT values ranged at 0.32% in the bulbs, 0.20% in stems and 0.20% in leaves. The concentration of H+ ions was 3.52µM for the bulbs, 7.57µM

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for stems and 5.37µM for the leaves. The mean values of SST were 9.58% in the bulbs, the stems 7.57% and 5.37% in leaves. The vitamin C content was higher, in order for the leaves, stems and bulbs.

Keywords: Allium cepa L., productivity, bulbs. INTRODUÇÃO

A cebola (Allium cepa L.) é uma das plantas cultivadas de mais ampla difusão no mundo. Originária da Ásia, foi introduzida no Brasil pelos portugueses no século XVI, é uma das hortaliças mais importantes, sendo cultivada na maioria das regiões brasileiras (Boiteux & Melo, 2004).

No Brasil juntamente com a batata e o tomate são as três hortaliças de maior importância econômica cultivada. Atualmente, a oferta brasileira de cebola gira em torno de 1.500.240 toneladas/ano, sendo 1.333.240 toneladas oriundas da produção nacional e 167.000 importadas da Argentina. As principais zonas de cultivos desta olerácea no Nordeste são os polos de produção do Submédio São Francisco e do Baixio de Irecê. A grande vantagem da produção de cebola no Nordeste é que se trata da única região brasileira produtora de cebola que tem possibilidade de ofertar o produto durante o ano todo, devido à favorabilidade das suas condições climáticas (Senace, 2011). A cebola é uma hortaliça sensível às perdas pós-colheita, principalmente se não forem empregadas algumas técnicas de produção como: ponto de colheita correto, adequado procedimento de cura, eficiente sistema de armazenamento, cuidados no manuseio e transporte, entre outros (Moretti & Durigan, 2002). Esses fatores podem contribuir de forma significativa na conservação e na qualidade final do produto, seja in natura ou processado, visto que os bulbos mesmo após a colheita permanecem vivos e continuam os seus processos fisiológicos (Boeing, 2002).

Após a colheita da cebola, a forma de processamento pode influenciar na aparência e promover transformações físicas e químicas sobre o tecido, ou influenciar na aceitação do produto final. Segundo Muniz (2007), os atributos de qualidade da cebola dependem do mercado destino, se in natura ou minimamente processado.

Sendo assim, o conhecimento sobre o cultivo de hortaliças no sertão paraibano, como a cebola torna-se relevante para definir estratégias e métodos sobre a sua cadeia

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presente trabalho teve como objetivo avaliar a produção e a qualidade física e química da cebola cultivada no Sertão paraibano.

MATERIAL E MÉTODOS

O cultivo de cebola foi conduzido nas dependências do Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar da Universidade Federal de Campina Grande, Câmpus de Pombal, Pombal - PB. A variedade de cebola utilizada foi a IPA 11 com ciclo previsto de 90 dias após o transplantio, a semeadura foi realizada no dia 08/12/11 em bandejas de 128 células cada, contendo substrato vegetal. O desbaste foi feito logo após a emergência das plântulas, deixando uma plântula por célula. Trinta e cinco dias após a semeadura 12/01/2012 realizou-se o transplantio das mudas em canteiro previamente preparado com esterco ovino e com as dimensões de 5,0m de comprimento por 1,0m de largura e 0,3m de altura, perfazendo quatro linhas com espaçamento de 0,25 x 0,10m.

A adubação do experimento seguiu a recomendação da EMBRAPA-PE com aplicação de Ca(NO3) dividida em duas vezes, uma aos 25 dias após o plantio (DAP) e a outra aos

50 DAP, juntamente com o KCl, o P2O5 e os micronutrientes. Durante o

desenvolvimento dos bulbos foram realizadas duas irrigações diárias, uma pela manhã (07:00h) e a outra à tarde (17:00h), com o turno de rega variando de acordo com a bulbificação. O canteiro foi mantido livre de plantas daninhas, sempre que necessário. A colheita foi realizada dia 24/04/2012, após 102 dias de transplante e 136 dias da semeadura. Após a colheita os bulbos foram mantidos por 4 dias em temperatura ambiente, no laboratório de Fitotecnia, para a cura, após esse período foram realizadas análises agronômicas de produtividade, número de bulbos comerciais, número de bulbos não comerciais, massa fresca dos bulbos, comprimento, diâmetro, número de catáfilos, massa fresca dos bulbos após a cura. Em seguida, as plantas foram conduzidas ao laboratório de Análises de Alimentos do Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar da UFCG, para procedimentos de análises físico-químicas dos bulbos, talos e folhas, a partir da determinação de: a) Teor de umidade, b) Cinzas, c) Sólidos solúveis totais, d) Acidez total titulável, e) Potencial hidrogeniônico e f) Vitamina C, conforme método (365/IV) descrito pelo IAL (2008).

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

A colheita das cebolas foi realizada aos 136 dias após a semeadura, quando cerca de 60% das plantas encontravam-se tombadas. O número total de bulbos colhidos foi de 137, rendendo uma massa fresca total de 8,84kg, destes 7,55kg foram de bulbos comerciais e 1,29kg considerados não comerciais. O comprimento e o diâmetro médio dos bulbos foram de 62,99 e 54,73mm, respectivamente, perfazendo um número médio de catáfilos de 8,8 (Tabela 1). A estimativa de produtividade gerada neste experimento foi de 17,68 t/ha. A produção brasileira de cebola na safra de 2011 foi de 21,83 t/ha (IBGE, 2011).

Quanto às características físico-químicas verificou-se que o teor de umidade entre bulbos, talos e folhas foi similar (Tabela 2). As cinzas mostraram-se com valores em ordem crescente para bulbos, talos e folhas. Justificável pela atividade funcional exercida pelas folhas de distribuir matéria orgânica e mineral para o restante da planta. Com relação à ATT os valores médios variaram em 0,32% nos bulbos, 0,20% nos talos, e 0,20% em folhas. A concentração de íons H+ foi de 3,52µM para os bulbos, 7,57µM para os talos e 5,37µM para as folhas. Os valores médios de SST neste experimento variaram em 9,58% nos bulbos, 7,57% nos talos e 5,37% nas folhas. O teor de vitamina C foi maior para as folhas com 16,12mg.100mL-1 de suco e menor para os talos com 8,98mg.100mL-1 de suco, enquanto nos bulbos a vitamina C alcançou 9,60mg.100mL-1 de suco.

REFERÊNCIAS

BOEING G. 2002. Fatores que afetam a qualidade da cebola na agricultura familiar

catarinense. Florianópolis: Instituto Cepa. 88p.

BOITEUX LS; MELO PCT. 2004. Taxonomia e origem. In: EMBRAPA HORTALIÇAS. Sistema de produção de cebola(Allium cepa L . ). Brasília : Embrapa - CNPH. Sistemas de Produção, 5. Disponível em: http://www.cnph.embrapa.br/sistprod/cebola/index.htm Acesso em: 07 maio 2012. INSTITUTO ADOLFO LUTZ. 2008. Métodos físico-químicos para análises de

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MORETTI CL; DURIGAN JF. 2002. Processamento de cebola. Informe Agropecuário 23: 99-104.

MUNIZ, LB. 2007. Caracterização química e física de compostos funcionais em

cebolas frescas e minimamente processadas. Brasília: UNB. 160p. (Tese mestrado).

SENACE – Seminário Nacional de Cebola, abril de 2011. Ituporanga-SC.

Tabela 1. Características agronômicas de cebola IPA11 cultivada no Sertão da Paraíba (Agronomic characteristics of IPA11 onion cultivated in the Sertão from Paraiba). CCTA-UFCG, Pombal-PB, 2012.

Nº bulbos, unid. Massa de bulbos, kg Bulbos comerciais, kg Bulbos não comerciais, kg

137 8,84 7,55 1,29

Comprimento, mm Diâmetro, mm Nº catafilos/bulbo, unid. Massa/bulbo, g

62,99±8,26 54,73±9,07 8,8±0,4 64,52±3,23

Produtividade, kg.ha-1 17.680,00

Tabela 2. Características físicas e químicas de cebola IPA11 cultivada no Sertão da Paraíba (Physical and chemical characteristics IPA11 onion cultivated in the Sertão from Paraíba). CCTA-UFCG, Pombal-PB, 2012.

Umidade, % Cinzas, % ATT, % Íons H+, µ µ µ µM SST, % VIT C, mg.100mL-1 Bulbos 89,13±0,14 0,41±0,13 0,32±0,03 3,52±0,67 9,58±0,65 9,60±0,48 Talos 90,65±0,25 0,62±0,05 0,20±0,03 6,08±1,16 7,57±0,65 8,98±0,25 Folhas 91,65±0,24 1,06±0,07 0,20±0,05 4,78±0,67 5,37±0,36 16,12±4,09

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